ATA DA RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR n.

º 417
Julho/
Agosto 2019

REVISTA BIMESTRAL | GRATUITA PARA ASSOCIADOS | ASSINATURA ANUAL: €60

40.º ANIVERSÁRIO

SESSÃO SOLENE
COMEMORATIVA
DO 40.º ANIVERSÁRIO
DA ATAM
6 DE JULHO DE 2019

págs. 14 a 21

CONCLUSÕES

XXVIII ENCONTRO
DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO
AUTÁRQUICA - PINHEL/2019
17 E 18 DE MAIO
págs. 8 a 13

MENSAGEM

XXXIX
COLÓQUIO NACIONAL
DA ATAM - SESIMBRA/2019
FRANCISCO JESUS, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE SESIMBRA

página 5

EDITORIAL CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

O 40.º Aniversário da ATAM BAS, Brito, Artur Silva e Associados, Sociedade de
e a Mensagem de Sua Excelência o Presidente da República - pág. 3 Advogados, SP, RL - pág. 7
CONTEÚDOS
JULHO/AGOSTO2019 REVISTA
O MUNICIPAL
DESDE 1980

PROPRIEDADE E EDIÇÃO
ATAM - ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES
DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
PRAÇA DO MUNICÍPIO, 15 A
3 Editorial 2005-245 SANTARÉM

4 Notícias e Informações DIRETOR

FRANCISCO JOSÉ ALVEIRINHO CORREIA
8 XXVIII EMCA - Pinhel/2019 - Conclusões SUBDIRETOR
JOSÉ MANUEL COSTA FIGUEIREDO FARIA
14 40.º Aniversário da ATAM GABINETE DE COMUNICAÇÃO
PAGINAÇÃO GRÁFICA
22 Gabinete de Estudos GINA COELHO
SECRETARIADO
26 Diário da República CARLA MONTEZ

29 Prática CONTACTOS
SEDE DA REDAÇÃO
PRAÇA DO MUNICÍPIO, 15 A
30 Jurisprudência
2005-245 SANTARÉM
TELEFONE: 243 330270/4/5/8
32 Ata da RAP de Vila Pouca de Aguiar FAX: 243 322 927 - 243 330 279
E-MAIL: municipal@atam.pt | PORTAL: www.atam.pt

N.º INTERNACIONAL
ISSN 0870-8037
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
DEPÓSITO LEGAL
9307/85

N.º REGISTO ERC

111131

PERIODICIDADE
BIMESTRAL
TIRAGEM
1.500
ASSINATURA
€ 60

IMPRESSÃO
EDILIBER - EDITORA DE PUBLICAÇÕES, LDA
PARQUE INDUSTRIAL DE EIRAS, LOTE 3
3020-265 COIMBRA

ATAM
PESSOA COLETIVA DE UTILIDADE PÚBLICA (D.R., II

SÉRIE, N.º 24, DE 29-01-1991) NIPC - 501 229 450

 O MUNICIPAL | N.º 417
3

EDITORIAL

O 40.º ANIVERSÁRIO DA ATAM

E A MENSAGEM DE SUA EXCELÊNCIA
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Tendo sido convidado para presidir à Sessão Solene do 40.º Aniversário da

ATAM, promovida pela Direção da ATAM, no passado dia 6 de julho de 2019,
pelas 10h30, no Convento de S. Francisco, em Santarém, e não podendo
corresponder ao convite, por compromissos anteriormente assumidos, Sua
Excelência o Presidente da República não deixou de enviar uma mensagem
que foi lida na referida cerimónia, tendo aproveitado para felicitar a ATAM
pelo seu Aniversário tão especial, bem como todos os trabalhadores da
Administração Local, que são um elemento determinante na melhoria do bem-
estar das populações, no desenvolvimento económico local e na coesão social
dos territórios.

Bastante conhecedor no passado dos objetivos e atividades desenvolvidas

pela ATAM, foi na década de 90 orador em dois colóquios nacionais realizados
em Vilamoura e na Póvoa de Varzim, pelo que fez questão em salientar o papel
da ATAM na constante valorização dos seus associados e trabalhadores da
Administração Local, sem descurar os seus direitos e interesses.

Colocada ao serviço dos seus associados e dos trabalhadores, a ATAM procura

não só dar respostas adequadas às questões inventariadas e suscitadas, mas
também, e cada vez mais, prestar um serviço de maior qualidade visando sempre
as pessoas e todos os cidadãos.

Naturalmente que quatro décadas tem sido uma vida de constante estudo,
compreensão, formação e valorização, elencando a cada momento as
necessidades, a responsabilidade social e as expetativas esperadas, na defesa
do interesse público local que hoje se vê confrontando com novos desafios
que importa transformar em oportunidades. Com efeito, o processo em curso de
descentralização de competências, em que os trabalhadores da Administração
Local, mais uma vez irão demonstrar saber estar à altura do desempenho das
tarefas e assumir as responsabilidades inerentes, e em que a ATAM continuará
disponível para informar, formar e valorizar os seus associados e trabalhadores
da Administração Local que com certeza se irão empenhar na aproximação às
pessoas, prestando-lhes um serviço de qualidade.

Francisco Alveirinho Correia

Diretor
 N.º 417 | O MUNICIPAL
4

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES
NOVOS
ASSOCIADOS
JULHO

CÂMARAS MUNICIPAIS

Sintra
Paula Serrano

Matosinhos
Ana Luísa Silva
RAP RAP RAP
Benavente
Maria Laura Carvalho
DE DO DE
Cadaval
Maria Teresa Porfírio Torres ALCOBAÇA FUNDÃO BORBA
Monção

N N
Ana Maria Alves
o dia 14 de ou-
tubro terá lugar
AGOSTO no Auditório da
Escola Adães Bermudes,
CÂMARAS MUNICIPAIS
em Alcobaça, uma RAP
Vila Nova de Famalicão
destinada aos associados
Joana Pereira
dos Distritos de Leiria, Lis-
Póvoa de Varzim
boa, Santarém e Setúbal.
Tânia Oliveira
Esta RAP será patrocinada
pelo Presidente da Câma-
ra Municipal de Alcobaça,
Paulo Jorge Marques Iná-
o dia 18 de no-
vembro terá lu-
gar no Fundão,
uma RAP destinada aos
associados dos Distritos de
Castelo Branco, Guarda
e Viseu.
Esta RAP será patrocinada
pelo Presidente da Câma-
ra Municipal do Fundão,
Paulo Alexandre Bernar-
do Fernandes.
N
o dia 5 de de-
zembro terá lugar
no Cine Teatro de
Borba, uma RAP destinada
aos associados dos Distri-
tos de Beja e Évora.
Esta RAP será patrocinada
pelo Presidente da Câ-
mara Municipal do Borba,
António José Anselmo.
Em representação da Di­

Informações:
Telefone: 243 330 278
e-mail: formacao@atam.pt
cio.
Em representação da Di­re­
ção da ATAM esta­rá pre-
sente o Presidente da Dire-
ção, Francisco Al­vei­r inho
Correia e um colaborador
do Gabinete de Estudos.
Em representação da Di­re­
ção da ATAM esta­rá pre-
sente o Presidente da Dire-
ção, Francisco Al­v ei­r inho
Correia e um colaborador
do Gabinete de Estudos.
re­
ç ão da ATAM esta­
rá
presente o Presidente da
Direção, Francisco Alvei-
rinho Correia e um cola-
borador do Gabinete de
Estudos.
 O MUNICIPAL | N.º 417
5

NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

XXXIX COLÓQUIO
NACIONAL DA ATAM
- SESIMBRA/2019

PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL

DE SESIMBRA, FRANCISCO JESUS
TEMAS
MENSAGEM * A DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPE-
TÊNCIAS NOS MUNICÍPIOS

É uma grande honra para o concelho de Sesimbra receber, em novembro deste * A GOVERNANÇA DE RISCOS
NAS AUTARQUIAS LOCAIS
ano, o 39.º Colóquio Nacional da Associação dos Trabalhadores da Administra-
ção Local, entidade que nasceu e cresceu com o Poder Local Democrático e que * A RESPONSABILIDADE FINANCEIRA
NOS MUNICÍPIOS
tem tido uma importância fulcral na formação dos trabalhadores das autarquias
locais, na promoção do debate em torno de questões relacionadas com o Poder * PLANOS DE PREVENÇÃO DA CORRUP-
Local e na partilha de experiências entre trabalhadores de vários pontos do país e ÇÃO NAS AUTARQUIAS LOCAIS
de várias áreas de atividade. * A GESTÃO DO CAPITAL HUMANO NOS
MUNICÍPIOS
Durante estes três dias, queremos que os participantes tirem o maior proveito do
* ALTERAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS
Colóquio, mas também que, paralelamente, possam sentir-se em casa e usufruir de
CONCURSAIS NA ADMINISTRAÇÃO
tudo o que Sesimbra tem para lhes oferecer. LOCAL
Sesimbra é uma vila piscatória com muitos séculos de história, com um património * SNC-AL - SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
histórico de grande valor, de onde se destaca a Fortaleza de Santiago, no centro da CONTABILÍSTICA NAS AUTARQUIAS
vila, onde funciona o Museu Marítimo, a Capela do Espírito Santo dos Mareantes, LOCAIS
edifício quinhentista, também no núcleo urbano antigo, onde está exposta uma * ALTERAÇÕES AO REGIME DE CONTRA-
importante coleção de arte sacra, o Castelo de Sesimbra, num monte sobranceiro TAÇÃO PÚBLICA
à vila, ou o impressionante Cabo Espichel, a cerca de 10 quilómetros, com o seu * RJUE E OS PROCEDIMENTOS DE LEGA-
conjunto arquitetónico e trilhos de pegadas de dinossáurios. LIZAÇÃO

Para além disso, esperamos que possam desfrutar das nossas paisagens, onde se * ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS E A GESTÃO
DAS CIDADES
enquadram a Serra da Arrábida, as praias selvagens ou a bela Baía de Sesimbra, e
provar a gastronomia local, à base daquele que é considerado o melhor peixe do * REGULAMENTO GERAL DA PROTEÇÃO
mundo. DE DADOS NOS MUNICÍPIOS
* APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFI-
Conhecer e saborear os produtos do Campo e a Farinha Torrada, doce tradicional
CIAL NOS MUNICÍPIOS
com uma história ligada à faina da pesca, são também momentos obrigatórios numa
* REGIME JURÍDICO DO ALOJAMENTO
visita ao concelho.
LOCAL
Espero que vos tenha aguçado o apetite com esta breve descrição daquilo que
podem encontrar em novembro no nosso concelho. INSCRIÇÕES LIMITADAS
A 300 PARTICIPANTES
Da nossa parte, estamos a trabalhar para vos poder receber da melhor forma. Até lá!
Informações
Francisco Jesus, e-mail: formacao@atam.pt
telefone: 243 330 278
Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra.
N.º 417 | O MUNICIPAL
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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

XXXIX COLÓQUIO
NACIONAL DA ATAM - SESIMBRA/2019
4 A 6 DE NOVEMBRO

4 NOVEMBRO | 11H00
A DESCENTRALIZAÇÃO DE COMPETÊNCIAS NOS MUNICÍPIOS

Pedro Gonçalves
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra

4 NOVEMBRO | 14H00
A RESPONSABILIDADE FINANCEIRA NA ADMINISTRAÇÃO LOCAL

José F. F. Tavares
Tribunal de Contas

4 NOVEMBRO | 15H30
REGIME JURÍDICO DO ALOJAMENTO LOCAL

António Góis Nóbrega

Município de Albufeira

5 NOVEMBRO | 9H00
ALTERAÇÕES AO REGIME DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA

Miguel Raimundo
Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa

5 NOVEMBRO | 14H00
A GESTÃO DO CAPITAL HUMANO NOS MUNICÍPIOS

Paulo Veiga e Moura

Advogado

5 NOVEMBRO | 11H00
APLICAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICAL NOS MUNICÍPIOS

Miguel Castro Neto

NOVA IMS | Universidade Nova de Lisboa

6 NOVEMBRO | 9H00
SNC-AL-SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA NAS AUTARQUIAS LOCAIS

Paula Duarte
Inspeção-Geral de Finanças
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NOTÍCIAS E INFORMAÇÕES

ANAM - ASSOCIAÇÃO NACIONAL

DE ASSEMBLEIAS MUNICIPAIS
PROTOCOLO
6 DE JULHO DE 2019

A ATAM assinou, no dia 6 de julho de 2019, durante a Sessão Solene Comemorativa do 40.º Aniversário um Protocolo de Colaboração com a
ANAM – Associação Nacional de Assembleias Municipais que visa o estabeleci-
mento de uma plataforma de cooperação entre a ANAM e a ATAM, nas áreas da
informação, formação e valorização, partilhando, entre si, informações de natureza
técnica - no âmbito da atividade municipal – seja através da troca de publica-
ções que possuem, seja através dos respetivos website, assim como promovendo a
devida divulgação junto dos seus associados.

Com a assinatura deste protocolo, a ATAM coloca à disposição das associadas

da ANAM, designadamente, dos respetivos trabalhadores e eleitos locais, todas
as ações de formação por si promovidas ou coordenadas, incluindo seminários,
que possam ter interesse para a atividade autárquica.

Para mais informações, contacte o Gabinete de Associado da ATAM, através do

telefone 243 330 273 ou email associados@atam.pt.

BAS, BRITO, ARTUR SILVA E ASSOCIADOS,

SOCIEDADE DE ADVOGADOS, S.P., R.L

CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

6 DE JULHO DE 2019

A ATAM assinou, no dia 6 de julho de 2019, durante a Sessão Solene

Comemorativa do 40.º Aniversário, um Contrato de Prestação de Serviços
com a BAS, Sociedade de Advogados, SP, RL, que permitirá, a todos os
associados da ATAM, mediante pré-agendamento, a obtenção de acon-
selhamento jurídico, no âmbito preparatório do patrocínio ou contencioso
jurídico, o qual consiste na interpretação e aplicação das normas jurídicas
a questões concretas, ou suscetíveis de concretização.

As consultas jurídicas, serão realizadas por telefone, videoconferência ou

presencialmente, mediante prévio agendamento, devendo o pedido ser
dirigido à ATAM: estudos@atam.pt.
EMCA
XXVIII ENCONTRO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO AUTÁRQUICA
17 E 18 DE MAIO - PINHEL/2019
CONCLUSÕES
por JOSÉ FIGUEIREDO FARIA
 O MUNICIPAL | N.º 417
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Francisco Alveirinho Correia e Rui Ventura

INSTITUTO A) VIRAGEM PARA A SO-

CIEDADE
POLITÉCNICO
DA GUARDA: •• Colocar os seus recursos
FORMAÇÃO, (investigadores, instalações,
laboratórios) e conheci-
INTERAÇÃO
mentos ao serviço da so-
E COMUNICAÇÃO ciedade/agentes do terri-
COM OS AGENTES tório onde está inserida
ECONÓMICOS
E SOCIAIS B) OUVIR AGENTES / SABER

DA REGIÃO DAS SUAS NECESSIDADES

•• Para fazer face aos desa-

(Joaquim Brigas, Instituto
Politécnico da Guarda)
‰‰ NOVO PAPEL E MUDANÇA
DE ORIENTAÇÃO DO IPG
PARA A INTERAÇÃO COM A
REGIÃO:
fios e às novas exigências
da sociedade digital, dos
novos indicadores e ne-
cessidades de BEM ESTAR
e do DESENVOLVIMENTO
ECONÓMICO E SOCIAL
José Figueiredo Faria
das regiões,

Concretizando por via de:

1) Parcerias de valor com as Autar-

quias Locais e agentes dinamiza-
dores e influenciadores do território

2) Investigação / estudos científi-

cos / formação ao longo da vida

ƒƒ Ou seja, colocar os investiga-

dores e o conhecimento do
IPG na resolução concreta
Francisco Alveirinho Correia e Joaquim Brigas dos problemas da região,
 N.º 417 | O MUNICIPAL
10

XXVIII ENCONTRO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO AUTÁRQUICA

™ ™ ATRAVÉS DE mal é uma crença grave e um erro in- •• Abandonar o conceito único de
qualificável; “público-alvo” e substituí-lo por
99Investigação aplicada aos problemas
“personas”.
¾¾ A comunicação é poder e o poder co-
99formação à medida
munica sempre e constantemente; ¾¾ Começar a fraccionar esse público e
99formação deslocalizada definir personagens “fictícias” (avatares)
¾¾ Os boletins municipais refletem, na maior
para representar os diferentes tipos de
™ ™ INVESTINDO numa participação ativa parte dos casos, as caras dos nossos
usuários/utentes/munícipes dentro de um
na resolução dos problemas das regiões, Presidentes de Câmara, e variam na for-
alvo demográfico, atitude e/ou compor-
para: ma, no conteúdo e na distribuição, em
tamento definido, que são “consumido-
conformidade com os interesses, visão e
99 Requalificar as pessoas da região res” do nosso serviço, marca ou produto,
valores dos seus líderes;
de um modo similar.
99 Aumentar o nível de emprego e empre- ¾¾ Com o depauperamento da imprensa
gabilidade local, surgiu uma oportunidade dos bo- ¾¾ A comunicação 360.º serve para
letins serem transformados em meios de vencer conceitos ultrapassados da
99 Aumentar o nível de riqueza
comunicação local, onde a propagan- comunicação e integrar necessidades
99 Inovar a funções da Administração Pú- de conteúdo, estratégia, divulgação e
da e a publicidade da ação política
blica relacionamentos corporativos ao discur-
ganharam força;
so da autarquia, cativando pessoas e
¾¾ A digitalização do nosso mundo obriga
COMUNICAR COM a muitas mudanças, inovações e adap-
alcançando públicos, ao mesmo tempo
que constrói um diálogo. É este diálo-
O MUNÍCIPE tações, mas a realidade ainda é uma:
go a base da comunicação munici-
NA ERA DIGITAL: •• Governar é comunicar e os bo- pal 4.0.
QUE FUTURO letins municipais têm um papel

PARA OS BOLETINS reservado no futuro, como fonte ¾¾ EM CONCLUSÃO E RESPOSTA À

de informação credível, transpa- QUESTÃO PRINCIPAL:
MUNICIPAIS?
rente e democrática.
Estaremos perante o fim do bole-
(Carlos Alberto Cardoso, h2com) ¾¾ As palavras-chave neste processo de
tim tal e qual o conhecemos?
comunicação são:
™™ A sua reflexão focou os seguintes aspetos
•• identidade, cidadania, parti- •• Em parte, as pessoas é que vão di-
mais relevantes:
cipação, proximidade, transpa- tar o que precisam e o que querem.
¾¾ O mito de que quando se governa bem rência, qualidade, democracia Ainda existe um público que gosta
não é preciso comunicar; ou só se co- eletrónica e governo eletrónico. de ler o boletim em papel, mas não
munica quando as coisas estão a correr há dúvidas de que a mudança está
¾¾ A comunicação
em curso.
autárquica apresen­ta
duas vertentes estrutu- •• O boletim/revista municipal terá um
rais de grande impor- papel neste futuro 4.0, mas exige-se
tância: mais do que uma simples digitaliza-
•• como comuni­ ção do canal impresso.
cação corporativa e
•• O cidadão terá condições de edi-
•• como recurso tar o seu boletim municipal, dizendo
técnico. ao algoritmo exatamente o que quer
¾¾ Outro ponto im- saber, que interesses tem e que gos-
portante a reter so- tos ou simpatias lhe interessam. E, no
bre a comunicação final, terá um boletim municipal perso-
José Figueiredo Faria e Carlos Alberto Cardoso em rede: nalizado à sua medida.

XXVIII ENCONTRO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO AUTÁRQUICA
DA PROXIMIDADE LOCAL
AO TODO NACIONAL (MUNDIAL)
(Sérgio Soares, LUSA)
José Figueiredo Faria e Sérgio Soares
™™ Contributos de atuação para o desiderato de pro-
ximidade com as agências de comunicação:
‰‰ Informação o mais cedo possível, preferencialmen-
te nas primeiras horas da manhã
ou
•• Informação com embargo;
•• Rapidez nos contactos com os responsáveis
(mesmo que seja em forma de citação);
•• Material disponível nas conferências de im-
prensa (e enviado anteriormente, preferencial-
mente por via eletrónica);
•• Antecipações (de inaugurações, eventos,
acontecimentos, obras, etc)
•• Contactos telefónicos prévios;
•• Encontros regulares entre as partes;
•• Informação de contextualização do município;
•• Evitar “esconder” informação;
•• Hierarquizar o envio da informação (nacional/
local/regional);
•• Sugerir reportagens locais sobre temas na-
cionais (melhor água do país, melhor escola,
limpeza de terrenos, ausên-
cia de incêndios, medidas
sociais, etc.);
•• Evitar envio de informação à
posteriori do acontecimento
(apenas em casos excecionais).
•• Avisos sobre reuniões de Câ-
mara ou Assembleia Munici-
pal e respetivos assuntos;
•• Evitar conferências de im-
prensa sobre vários assuntos
(e a horas tardias);
•• Diversificar a fonte (presiden-
te, mas também vereadores
das respetivas áreas);
•• Dar dicas sobre outros as-
suntos do concelho, que não
apenas da Câmara (novas
empresas, etc.);
•• Assinalar agenda com vários
dias de antecipação.
GUIMARÃES, AQUI NASCE
UMA COMUNICAÇÃO
(Vítor Oliveira, Município de Guimarães)
™™ PONTOS DE POSICIONAMENTO
Vítor Oliveira e Francisco Alveirinho Correia
O MUNICIPAL | N.º 417
11
DA CRIAÇÃO “COMUNICAÇÃO
GUIMARÃES”
99 A valorização da cultura
como fator de desenvolvi-
mento fomentou a criação de
uma rede de equipamentos
culturais e desportivos, que
colocaram Guimarães em lu-
gar de destaque na área das
artes e dos espetáculos, ao
nível nacional e internacional,
culminando em 2012, como
Cidade Capital Europeia da
Cultura em 2012 e em 2013,
como Cidade Europeia do
Desporto
99 Comunicar pela Gastronomia
Para além de todo o legado
histórico e cultural, Guimarães
está também intimamente liga-
da à qualidade e diversidade
da sua gastronomia, onde a
doçaria assume papel signifi-
cativo
™™ PONTOS DE POSICIONAMENTO
DA CRIAÇÃO DA “GUIMARÃES
MARCA”
99 Guimarães mais verde
 N.º 417 | O MUNICIPAL
12
XXVIII ENCONTRO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO AUTÁRQUICA
99 Alargamento de alojamentos de quali-
dade na cidade
99 Construir e gerir um conjunto de Equipa-
mentos para a realização de eventos
99 Captar a realização de grandes even-
tos
99 Criação da Guimarães TV
AUMENTAR A PEGADA DIGI-
TAL DAS
AUTARQUIAS, ATRAVÉS
DO SEO (SEARCH
ENGINE
OPTIMIZATION)
(Pedro Pinto, pplware)
™™ EM SÍNTESE
99 No mundo digital existem hoje várias
plataformas de comunicação.
99 Nesse sentido, é importante estar a par
das tendências, definir estratégias e co-
nhecer as principais ferramentas digitais
que nos permitam garantir a maior tra-
ção e alcance dos conteúdos.
‰‰ Aumentar a Pegada Digital / SEO
99 Humanização da Tecnologia
99 Redes Sociais
Pedro Pinto e José Figueiredo Faria
99 SEO - Search Engine Optimization
99 Ferramentas
O SEO (Search Engine Optimization) é uma
das técnicas mais usadas ao nível do Marke-
ting Digital e visa a melhor promoção online
dos conteúdos tendo sido apresentadas al-
gumas boas práticas e ferramentas de análise
e suporte.
A IMPORTÂNCIA
DA COMUNICAÇÃO
NA PROMOÇÃO
E DESENVOLVIMENTO
DOS TERRITÓRIOS
(Tiago Sigorelho, Associação GERADOR)
™™ EM SÍNTESE
99 O Gerador é uma entidade que pro-
move a cultura portuguesa em todas as
suas áreas
99 É uma plataforma de comunicação e
cria um conjunto de iniciativas que têm
por objetivo aproximar novos públicos
da cultura
99 Acredita que a melhor forma de divul-
gar os territórios é dar destaque à sua
cultura
99 O Trampolim Gerador é uma iniciativa
do Gerador que tem exatamente o pro-
pósito de activar a cultura em espaços
públicos
99 É uma iniciativa onde participam mais
de 100 artistas, com mais de 60 momen-
tos culturais
™™ Outras iniciativas
99 Revista Gerador
99 Ignição Gerador
99 Escola Gerador
99 Insties Gerador
99 Parceiros Gerador
99 Site Gerador
99 Redes Sociais Gerador
99 Barómetro Gerador Qmetrics
Tiago Sigorelho e Francisco Alveirinho Correia
 O MUNICIPAL | N.º 417
13

XXVIII ENCONTRO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO AUTÁRQUICA

MELHOR
BOLETIM MUNICIPAL
Das cerca de 102 Revistas e Boletins Municipais editadas pelas autarquias e
presentes na Exposição, que teve lugar durante o XXVIII Encontro de Marketing e co-
municação Autárquica, que decorreu em Pinhel, a revista/boletim municipal de Lagos
foi considerada, pelos participantes, como a melhor, seguido de Odemira (2.º lugar) e
em ex-aequo, em 3.º lugar, os municípios de Óbidos e Torres Vedras (2.º lugar).
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40.º ANIVERSÁRIO
SESSÃO SOLENE
SANTARÉM | CONVENTO DE SÃO FRANCISCO

6 DE JULHO DE 2019
 O MUNICIPAL | N.º 417
15

6 DE JULHO
DE 2019
SANTARÉM

O Convento de São Francisco, em

Santarém, recebeu no dia 6 de ju-
lho os associados e convidados
da ATAM que ali se deslocaram
para assistir à Sessão Solene Co-
memorativa do 40.º Aniversário da
Associação.

A Sessão Solene teve início com

a leitura da mensagem remetida
por Sua Excelência o Presidente
da República, Marcelo Rebelo
de Sousa, a qual se reproduz
na pág. 21 desta revista, segui-
da da intervenção do Presidente
da Direção da ATAM, Francisco
Alveirinho Correia, o qual fez
a entrega da medalha de prata
comemorativa do 40.º Aniversário
da ATAM aos associados com 40
anos de antiguidade, seguindo-
-se a assinatura de um protocolo
com a ANAM - Associação Na-
cional de Assembleias de Fre-
guesias e de uma parceria com a
BAS, Sociedade de Advogados.

Após a visualização de um filme

alusivo aos 40 anos da Associa-
ção, seguiram-se as intervenções
do Presidente da COSITAL e Te-
soureiro da UDITE, José Luis Perez
Lopéz, do ex-Secretário de Esta-
do do Ordenamento e Adminis-
tração do Território, José Nunes
Liberato, dos associados Fran-
cisco Leal Morais Jorge (n.º 7),
José Gomes Figueiredo (n.º 210),
do Vice-Presidente da Direção,
José Figueiredo Faria (n.º 4312), do Presidente
da Mesa da Assembleia Geral, Marcelo Caetano
Delgado (n.º 4405) e do Presidente da Câmara
Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves.
A Sessão Solene terminou com um momento musical
protagonizado pelo grupo scalabitano Três Bair-
ros, tendo-se seguido o almoço comemorativo, com
bolo de aniversário, no restaurante "Varanda do
Parque", na Quinta das Cegonhas.
N.º 417 | O MUNICIPAL
16

SESSÃO SOLENE 40.º ANIVERSÁRIO

SESSÃO SOLENE
E ALMOÇO
 O MUNICIPAL | N.º 417
17

SESSÃO SOLENE 40.º ANIVERSÁRIO


SESSÃO SOLENE
DISCURSO
CONVENTO DE SÃO FRANCISCO - SANTARÉM | 06.07.2019
I
maginem que, no dia 6 de junho do já
longínquo ano de 1979, um conjunto
de cidadãos, funcionários autárquicos,
unidos pela atividade autárquica, não
tinha tido o pioneirismo, a determinação
e o arrojo de promover a constituição
da associação de secretários munici-
pais, hoje, denominada ATAM;
Imaginem que a ATAM, ao longo destes
40 anos, não tinha garantido a sua exis-
Presidente da Assembleia Geral da ATAM
tência institucional, fican-
do, assim, prejudicada a
panóplia de atividades,
por esta, desenvolvida,
em prol dos seus associa-
dos, com projeção na sua
valorização profissional e
formativa;
Imaginem o poder au-
tárquico democrático,
consolidado ao longo
destes 40 anos, sem os
contributos prestados, ge-
nuinamente, pela ATAM,
com projeção no estudo
científico de todas as ma-
térias relacionadas com a
gestão autárquica e, bem
assim, na construção de iniciativas le-
gislativas, com esta, relacionadas, e na
permanente formação profissional dos
trabalhadores das autarquias locais;
Imaginem, ainda, que a ATAM não exis-
tia, ao longo destes 40 anos, privando,
assim, o País democrático da sua cul-
tura de iniciativa, do seu pragmatismo,
da sua autenticidade na ação, da sua
dimensão ética, social e profissional, em
síntese, de todos os seus objetivos esta-
Fotos: NG photography
Marcelo Caetano Delgado
tutários mais genuínos;
Imaginem, por último, que a ATAM não
existia, nos últimos 40 anos, ficando as-
sim, irremediavelmente, comprometida a
política de descentralização e proxi-
midade, por esta, sempre, prosseguida,
traduzida, na realização de diversas ini-
ciativas formativas, em vários pontos do
País real, regra geral, distantes do poder
decisório do Terreiro do Paço, tudo, em
prol da valorização do conhecimento
profissional, à escala de todo o País,
fortalecendo a sua coesão técnica e
administrativa.
Se esta realidade tivesse acontecido,
ou seja, se a atual ATAM não tivesse
desenvolvido de forma responsável e
sustentável, o seu projeto associativo,
ao longo destes 40 anos, com todas as
benfeitorias, modéstia à parte, por to-
dos, reconhecidas, com notória e cen-
tral projeção, na gestão autárquica, na
qualidade do serviço público prestado
aos nossos concidadãos e na valoriza-
ção profissional dos trabalhadores das
Autarquias Locais;
Então, se essa realidade se tivesse re-
gistado e a ATAM não existisse, ao lon-

go deste tempo, poder-se-iam colocar
as seguintes questões:
O País democrático, assente num dos
seus pilares fundamentais, consubstan-
ciado num Poder Local vivo, autónomo
e competente, na satisfação das neces-
sidades coletivas das populações, seria
o mesmo ?
A resposta é não, o País não seria o
mesmo!
A qualidade do serviço público presta-
do, pelas Autarquias Locais, junto das
suas populações, teria a mesma perfor-
mance administrativa e técnica?
A resposta é não!
A qualidade da legislação produzida,
com incidência na atividade autárqui-
ca, seria a mesma, assentando esta, em
propósitos justos, ambiciosos, mas, simul-
taneamente, realistas e pragmáticos?
A resposta é não!
Por último, matéria que faz parte do sis-
tema nervoso central da ATAM, a res-
posta profissional dos colaboradores
das autarquias, na gestão quotidiana
de todas as matérias relacionadas com
a atividade desenvolvida, pelos municí-
pios e pelas freguesias, seria a mesma?
A resposta é, também, não!
Por tudo isto, e já não é pouco, no dia
em que a nossa associação regista, nes-
ta solene cerimónia, os seus 40 anos de
existência, todos nós podemos partilhar
o sentimento do dever, até aqui, cum-
prido, na certeza, porém, que a ATAM,
no futuro, irá, seguramente, reforçar a
O MUNICIPAL | N.º 417
19
SESSÃO SOLENE 40.º ANIVERSÁRIO
sua projeção e a sua importância ins- volvida, pelos seus associados, em prol
titucional, junto do Poder Local e, muito da sua valorização profissional e da va-
particularmente, junto dos trabalhadores lorização do Poder Local.
das autarquias locais.
Quero, ainda, manifestar a minha grati-
Deixo, por isso, aqui uma palavra de pro- dão e reconhecimento a todos aque-
fundo reconhecimento e agradecimento les que, embora não pertencendo, es-
a todos aqueles que, com maior ou me- tatutariamente, à família da ATAM, vêm
nor participação, vêm permitindo manter dando, desinteressadamente, os seus
vivo, dinâmico e sustentável, o projeto contributos para a valorização do seu
da ATAM, nomeadamente, aos seus di- projeto.
rigentes e antigos dirigentes, aos seus
Por último, quero agradecer, em nome
delegados e antigos delegados distri-
da ATAM, ao Presidente da Câmara
tais e, muito particularmente, a todos os
de Santarém, Dr. Ricardo Gonçalves, o
associados que, de forma inabalável,
facto de, mais uma vez, o município que
contra ventos e marés, se mantêm, ate
representa ter acolhido e apoiado esta
ao dia de hoje, firmes na defesa intran-
iniciativa da ATAM, facto que muito hon-
sigente da causa da nossa associação.
ra e prestigia este dia, ou seja, o dia do
Não poderia deixar passar esta opor- seu aniversário.
tunidade sem relembrar, com profunda
Este é, pois, o nosso dia, devendo o
gratidão, o trabalho ímpar desenvolvi-
mesmo ser, por todos, intensamente, co-
do, em prol da ATAM, pelo meu saudo-
memorado e partilhado.
so amigo e Presidente da Direção da
ATAM, Senhor Artur Vieira Dias, tendo, Muitos Parabéns à ATAM por estes mar-
para mim, que, sem a sua ação inteli- cantes 40 anos de vida.
gente, perspicaz, determinada e, conta-
giosamente, entusiasta, esta associação A todos, o meu muito obrigado.
não teria alcançado o prestígio e a
Viva a ATAM!
dimensão, por todos nós, reconhecidos.
Espero que todos nós, no momento
atual, e no futuro, estejamos à altura de
poder, sempre, dignificar o projeto da
ATAM, assim, respeitando, de forma in-
delével, o nosso saudoso amigo e líder
carismático da ATAM, Artur Vieira Dias.
Nestes últimos 40 anos, muita coisa mu-
dou; mas uma coisa nunca irá, para mim,
mudar: a determinação, o empenho, o
dinamismo e a lealdade na ação, en-
quanto valores que constituem o maior
património da ATAM e da ação desen-

SESSÃO SOLENE
DISCURSO
CONVENTO DE SÃO FRANCISCO - SANTARÉM | 06.07.2019
Estamos aqui para celebrar os 40 anos
da existência da ATAM, num dia de pleno
verão e que, por decerto, afastou muitos
convidados e associados a estarem pre-
sentes, neste enigmático convento de S.
Francisco, em Santarém, gentilmente cedi-
do para o efeito, pelo Sr. Presidente da
Câmara Municipal de Santarém, Dr. Ricar-
do Gonçalves.
Começo por isso por agradecer a todos
os presentes, pelo facto de
se terem disponibilizado a
comparecer nesta simples
e singela Sessão Solene
que a Direção da ATAM
decidiu levar por diante,
não só para assinalar esta
data tão especial para
uma associação que con-
tinua anualmente a cumprir
a sua missão, a evidenciar
valores, a prosseguir obje-
tivos e a obter e patentear
bons resultados, quer ao
nível de informação e for-
mação, quer no plano da
valorização dos trabalha-
dores da Administração
Local.
Mas 40 anos já decorridos, obrigam ne-
cessariamente a que se faça um peque-
no balanço sintético, em jeito de memo-
rial: estatuto de utilidade pública desde
1991, sede própria em Santarém, desde
1992, apenas 5 presidentes em 40 anos
de vida, 39 colóquios nacionais, 28 en-
contros de marketing e comunicação au-
tárquica, 21 encontros de aposentados,
cerca de 50 ações de formação e 2 se-
Fotos: Nuno Guerra photography
Francisco Alveirinho Correia
Presidente da Direção da ATAM
minários anuais, 10 RAP´s anuais, mais de
2 centenas de pareceres jurídicos emiti-
dos anualmente, 416 Municipais distribuí-
dos, 8 revistas Municipalismo impressas,
newsletter diversas enviadas anualmente
aos associados, diversas publicações de
livros temáticos, rede ATAM em consoli-
dação, integrante da UDITE (Unión des
Dirigeants Territoriaux de l'Europe) e da
UIM (Union Iberoamericana de Municipa-
listas), mais de 15 parcerias ativas, cerca
de 20 patrocinadores e 4 apartamentos
disponíveis para gozo de férias dos as-
sociados.
Hoje iremos assinar mais um protocolo
com a ANAM - Associação Nacional de
Assembleias Municipais e um contrato
de avença com a BAS, Brito, Artur Silva
e Associados, Sociedade de Advoga-
dos. Quero pois saudar e agradecer as
presenças respetivamente dos Drs. Albino
Pinto de Almeida e Marco Aurélio Cons-
tantino para assinatura dos mesmos, em
data tão especial para a ATAM, espe-
rando que os mesmos possam prosseguir
os respetivos objetivos.
Não querendo alongar-me muito nas
palavras, ainda teremos a cerimónia de
atribuição das medalhas comemorativas

do 40.º Aniversário, aos 40 associados
mais antigos e o visionamento de um pe-
queno filme sobre os 40 anos de vida da
ATAM, não posso deixar de agradecer
a presença do Senhores Presidentes da
Câmara de Santarém e de Alcanena, bem
como do Inspetor Diretor da IGF, Engº. Rui
Ribeiro, o Diretor Regional da DROAP dos
Açores, Dr. Victor Santos e do Dr. José Nu-
nes Liberato que, não o esquecemos, tem
o seu nome ligado à Sede da ATAM, quer
no apoio, quer na inauguração e ainda
dos representantes dos seguintes patro-
cinadores; ISLA de Santarém, OMINTUR,
SABSEG e Atlanticor.
Quase a terminar, não posso deixar de
agradecer a Sua Eexcelência o Presi-
dente da República pela elogiosa men-
sagem que nos endereçou e que vai ser
lida de seguida, pela Gina Coelho, bem
como ao grupo “Três Bairros” que vai
preencher o momento musical que ante-
cede o almoço que a ATAM oferece a
todos presentes, no restaurante Varan-
da do Parque – Cnema.
A terminar, quero dirigir-me a todos os
elementos dos órgãos sociais, associa-
dos, no ativo e aposentados, acompa-
nhantes, convidados e funcionários da
ATAM aqui presentes, e transmitir-vos
que a ATAM está viva, mostra dinâmi-
ca, prossegue um papel importantíssimo
no seio do Poder Local, goza de saú-
de financeira, tem sustentabilidade e
presta um serviço de qualidade, pelo
que apelo a todos que, não obstante
os anos decorridos, se torna, cada vez
mais, necessário e importante, continuar
a consolidar os seus objetivos, projetos,
instrumentos e atividades, com vista à
comemoração, dentro de 10 anos, do
seu 50.º Aniversário.
O MUNICIPAL | N.º 417
21
SESSÃO SOLENE 40.º ANIVERSÁRIO
MENSAGEM
DE SUA EXCELÊNCIA O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
40.° ANIVERSÁRIO DA ASSOCIAÇÃO
DOS TRABALHADORES DA ADMINISTRAÇÃO LOCAL
Comemorar quatro décadas é certamente um marco muito importante na vida de uma
organização.
A celebração do 40.° Aniversário da Associação dos Trabalhadores da Administra-
ção Local é um momento para olhar para o passado e para o seu papel na valori-
zação dos trabalhadores da Administração Local e na promoção dos seus direitos
e interesses, mas também para o seu contributo para a evolução da Administração
Local portuguesa.
A vida municipal e autárquica é uma vida de serviço às Pessoas, de constante auscul-
tação e compreensão pelas suas necessidades e anseios, de procura de respostas
mais céleres e eficazes, procurando garantir a prestação de serviços de proximidade
essenciais de qualidade inestimáveis a todos os cidadãos.
Os trabalhadores da Administração Pública têm sido um elemento determinante para
a melhoria do Bem-estar das populações, do desenvolvimento local e da coesão
social e territorial, tendo sabido responder com elevado sentido de responsabilida-
de e de defesa do interesse público, mesmo em momentos especialmente difíceis do
nosso País.
Por ocasião da Sessão Solene do 40.° Aniversário em Santarém, quero felicitar a
ATAM e todos os trabalhadores da Administração Local.
Num momento em que se somam novos desafios e novas oportunidades à intervenção
local, ao aprofundamento do papel do Poder Democrático Local que constitucional-
mente lhe está atribuído desde o início do nosso Estado de Direito Democrático, no-
meadamente os resultantes de um caminho iniciado no sentido da descentralização
de competências, tal terá decerto impacto nos trabalhadores que esta associação
representa e na de todos aqueles que diariamente contactam e são servidos pela
Administração Local.
Estou certo que o País e cada um dos municípios e das autarquias saberão estar à
altura deste novo quadro que desafia o Poder Local e que Portugal pode e poderá
continuar a contar com a motivação, o empenho e o elevado sentido de serviço
público dos trabalhadores da Administração Pública que mais próximos estão dos
cidadãos, das suas associações, das demais estruturas que os representam e, sem
dúvida, da ATAM.
Marcelo Rebelo de Sousa
Palácio de Belém, 6 de julho de 2019
 N.º 417 | O MUNICIPAL
22
GABINETE DE ESTUDOS
OPINIÃO JURÍDICA
OPÇÃO GESTIONÁRIA/REVI-
SÃO ORÇAMENTAL
Ao longo do ano de 2019, o Gabinete de Estudos
da ATAM foi sendo confrontado com a possibili-
dade legal de proceder a uma revisão orçamental
destinada a prever as verbas necessárias para as
alterações de posicionamento remuneratório por
opção gestionária.
Começamos por referir que a problemática, acima,
evidenciada se encontra diretamente relacionada
com o disposto no n.º 3, do artigo 16.º, da Lei do
Orçamento de Estado para 2019, norma legal que
dispõe, expressamente, o seguinte:
“São permitidas alterações gestionárias de posi-
cionamento remuneratório, nos termos do artigo
158.º da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas
(LTFP), aprovada em anexo à Lei n.º 35/2014, de 20
de junho, na sua redação atual, dentro da dotação
inicial aprovada para este mecanismo (…)”.
Sendo certo que as dúvidas suscitadas sobre a
matéria controvertida partem, grosso modo, da re-
ferência a “dotação inicial” constante da retrocitada
norma legal.
Ora, sobre esta matéria, parece-nos, salvo melhor
opinião, que a referência a “dotação inicial” se en-
contra diretamente relacionada com a decisão to-
mada pelo “dirigente máximo dos serviços” nos ter-
mos do disposto no n.º 2, do artigo 31.º, da LTFP
e não com a verba prevista no orçamento para tal
mecanismo.
De facto, considerar que a “dotação inicial” referida
no n.º 3, do artigo 16.º, da LOE 2019, se refere à
discriminação, eventualmente, efetuada em sede
do orçamento, prejudicaria, em bom rigor, a facul-
dade cometida ao “dirigente máximo dos serviços”
nos termos do retromencionado n.º 2, do artigo
31.º, da LTFP, que, perante tal previsão, ficaria pri-
sioneiro do montante previsto para este encargo no
orçamento.
Considerando, aliás, que a última palavra, nesta
matéria, e desde que não represente aumento de
despesa, se encontra cometida
ao “dirigente máximo dos servi-
ços”, sempre se deverá concluir
que a dotação inicial a ter em
conta, para efeitos do disposto
no n.º 3, do artigo 16.º, da LOE,
é aquela que vier a ser deter-
minada por este, no prazo de
quinze dias a contar do início
da execução do orçamento, nos
termos do já mencionado n.º 2,
do artigo 31.º, da LTFP.
Como bem referem Paulo Veiga
e Moura e Cátia Arrimar1, “não
obstante nos parecer que o orça-
mento pode desde logo prever os
encargos e a verba que a cada um
corresponderá, a verdade é que o
legislador não ignora que é de todo
recomendável deixar essa afecta-
ção em concreto para quem dirige
o serviço público. Por isso mesmo,
e sem prejuízo de o orçamento ter
de prever a existência destes quatro
encargos, a verdade é que o legis-
lador deixa ao dirigente máximo do
serviço a prerrogativa de proceder
à distribuição da verba disponível
para o pessoal por cada um destes
quatro encargos, devendo-o fazer
logo nos 15 dias de execução or-
çamental e em função das neces-
sidades que se entenda ser mais
premente satisfazer naquele ano.”.
Tanto mais que, decorre, ex-
pressamente, do disposto nos
n.ºs 1 e 2, do artigo 158.º, da
LTFP2, que “o dirigente máximo
1 In “Comentários à Lei Geral de Trabalho em Fun-
ções Públicas”, anotação ao artigo 31.º, da LTFP,
página 181.
2 No mesmo sentido vai os n.ºs 1, do artigo 7.º,
do Decreto-Lei n.º 209/2009, de 3 de setembro,
disposição legal que prevê, expressamente, o
seguinte:
“Tendo em consideração as verbas orçamentais
destinadas a suportar o tipo de encargos previstos
na alínea b) do n.º 2 do artigo 5.º, o órgão executivo
do serviço, de acordo com as
verbas orçamentais previstas, es-
tabelece as verbas destinadas a
suportar os encargos decorrentes
de alterações do posicionamen-
to3 remuneratório na categoria
dos trabalhadores do órgão ou
serviço”, fixando “fundamentada-
mente, o montante máximo, com
as desagregações necessárias,
dos encargos que o órgão ou
serviço se propõe suportar, bem
como o universo das carreiras e
categorias onde as alterações do
posicionamento remuneratório na
categoria podem ter lugar”.
Contudo, já nos parece que, por
força da retromencionada norma
da Lei do Orçamento de Estado,
as alterações gestionárias de
posicionamento remuneratório,
em 2019, apenas poderão ser
aprovadas dentro da dotação
inicialmente prevista para tal fi-
gura, situação que, pelo menos
em 2019, parece, salvo melhor
opinião, prejudicar a possibilida-
de de proceder a uma alteração
de tal dotação por via dos me-
canismos previstos, respetiva-
mente, nos n.ºs 3 e seguintes do
artigo 31.º, da LTFP.
É que a referência a “dotação
inicial” não nos parece inocente,
revelando uma clara intenção do
legislador em conter, pelo me-
nos em 2019, o recurso a esta
figura.
Diferente questão se coloca,
contudo, quanto às situações
em que a decisão, atrás mencio-
nada, não foi tomada ou, tendo
delibera sobre os encargos a suportar decorrentes
de alterações do posicionamento remuneratório na
categoria dos trabalhadores do órgão ou serviço."
3 O sublinhado é nosso.
 O MUNICIPAL | N.º 417
23

GABINETE DE ESTUDOS

sido tomada, nada referiu quanto a este mecanis- Contrariamente, se a decisão foi sim fosse, teria mantido a proi-
mo. tomada, atendendo ao disposto bição das mesmas.
no n.º 3, do artigo 16.º, da LOE
Situação à qual poderá estar associada a falta de Por outro lado, na sequência de
2019, a dotação inicial, nela pre-
previsão de verbas suficientes, logo no orçamen- tal revisão orçamental, e caso
vista, para alterações de posi-
to, para as mesmas, uma vez que as alterações de não tenha sido praticada qual-
cionamento remuneratório ges-
posicionamento remuneratório gestionárias ou ex- quer decisão relativamente à
tionárias não poderá ser, agora,
cecionais, apenas vieram a ser permitidas com a dotação a prever para tal meca-
alterada.
entrada em vigor da LOE 2019. nismo, nos termos do disposto
Já quanto à eventual revisão or- no n.º 2, do artigo 31.º, da LTFP,
Sendo indiscutível que, até esse momento, as mes-
çamental para previsão das ver- também nos parece, pelas ra-
mas foram sendo proibidas pelas Leis que foram
bas necessárias para as altera- zões já enunciadas, defensável
aprovando os sucessivos Orçamentos do Estado.
ções de posicionamento remu- que possa tal decisão ser prati-
Importa, aqui, sublinhar, que as propostas de orça- neratório por opção gestionária, cada agora, desde que no prazo
mentos das autarquias locais são aprovados, por não nos parece que exista óbice de quinze dias a contar do início
força do disposto no n.º 2, do artigo 27.º, do anexo legal na sua concretização, des- da execução de tal revisão.
I, da Lei n.º 75/2013, na sessão ordinária do órgão de que, como é evidente, sejam
Tanto mais que, como já se viu,
deliberativo a realizar em novembro de cada ano. respeitadas as regras previstas
decorre, expressamente, do dis-
Ora, em novembro de 2018 não era possível ter a para a mesma, quer sob o pon-
posto nos n.ºs 1 e 2, do artigo
certeza, diga-se, inequívoca, de que tal mecanis- to de vista financeiro, quer sob
158.º, da LTFP, que “o dirigen-
mo viria a ser, efetivamente, autorizado com a LOE o ponto de vista das competên-
te máximo do serviço, de acor-
2019, tudo não passando, até à entrada em vigor cias dos órgãos municipais.
do com as verbas orçamentais
de tal lei, de uma mera expetativa. Tal conclusão sai, ainda, refor- previstas, estabelece as verbas
Perante tal circunstância, fácil se torna entender çada se pensarmos que, e como destinadas a suportar os encar-
que haja Municípios que nas propostas de orça- já foi referido, no momento da gos decorrentes de alterações do
mento para 2019 não tenham previsto verbas para aprovação do orçamento da au- posicionamento remuneratório na
suportar os encargos com alterações de posicio- tarquia para 2019, as alterações categoria dos trabalhadores do
namento remuneratório gestionárias, prejudicando, de posicionamento remunerató- órgão ou serviço”, fixando “fun-
consequentemente, a tomada de decisão prevista rio gestionárias se encontravam, damentadamente, o montante
no n.º 2, do artigo 31.º, da LTFP, relativamente ao em bom rigor, proibidas. máximo, com as desagregações
valor máximo a afetar a tal mecanismo. necessárias, dos encargos que o
Entendimento contrário, aten-
órgão ou serviço se propõe su-
Aqui chegados, importa distinguir duas situações, dendo a tal circunstância, sem-
portar, bem como o universo das
muito concretamente: pre implicaria o risco de despro-
carreiras e categorias onde as
ver de qualquer efeito prático
a) A decisão prevista no n.º 2, do artigo 31.º, da alterações do posicionamento re-
a possibilidade de alterações
LTFP não chegou a ser tomada muneratório na categoria podem
gestionárias em 2019, o que não
ter lugar”.
ou, tendo-o sido, parece ter sido a vontade do le-
b) Nada referiu quanto às alterações de posiciona- gislador, uma vez que, caso as- Reiteramos, porém, que caso tal
mento remuneratória gestionárias ou excecio- decisão tenha sido tomada, não
nais. nos parece possível, em face do
Arrimar, in “Comentários à Lei Geral de Trabalho
disposto no n.º 3, do artigo 16.º,
No primeiro caso, considerando que a prática da em Funções públicas”, 5.ª anotação ao artigo
31.º, da LTFP: “(…) Mais problemático é saber o da LOE 2019, proceder à alte-
decisão referida no n.º 3, do artigo 31.º, da LTFP,
que podem tais trabalhadores fazer caso nos 15 ração da “dotação inicial” nela
é legalmente devida, e que a mesma se relaciona, dias seguintes ao início da execução orçamental
prevista.
diretamente, com interesses legalmente protegidos o dirigente máximo do serviço não tiver feito a
opção que lhe é imposta pelo n.º 2 do presente
dos trabalhadores, parece-nos defensável que a
artigo. Nessa hipótese, pensamos que assiste a Gabinete de Estudos
mesma possa vir a ser praticada agora4. qualquer trabalhador do serviço em causa o direi-
to de recorrer à via judicial para intimar o referido ATAM
dirigente a adoptar o comportamento que lhe era
4 Sobre esta matéria, veja-se a posição assumida por Paulo Veiga e Moura e Cátia imposto por lei.” 2019
 N.º 417 | O MUNICIPAL
24

GABINETE DE ESTUDOS

CONTAGEM “Art.º 50.º dispensa e os dias em que

Contagem do Período Experi- eventualmente tenha ocor-
DO PERÍODO EXPERIMENTAL rido a suspensão do vínculo
mental
– caso do artigo 276.º n.º 1 e
1 - O período experimental co-
1. Pretende-se esclarecimento sobre a seguinte artigo 278.º n.º 2 da LTFP (cfr.
meça a contar-se a partir
questão: “Como se procede à contagem de tem- artigo 50.º n.º 2 da LTFP)
do início da execução da
po do período experimental de assistente técnico Também neste sentido vidé as
prestação pelo trabalhador,
de 180 dias?” FAQS da DGAEP à LTFP, capítu-
compreendendo as ações de
2. O Período Experimental está previsto no ar- formação ministradas pelo lo V ponto 12.

tigo 45.º e seguintes da LTFP, anexa à Lei n.º empregador público ou fre-
35/2014 de 20/06. quentadas por determinação CONCLUSÃO:
deste, desde que não exce-
3. O período experimental corresponde ao tempo A contagem do período expe-
dam metade do período ex-
inicial de execução das funções do trabalhador rimental de assistente técni-
perimental.
e destina-se a comprovar se o trabalhador pos- co de 180 dias é feita em dias

sui as competências exigidas pelo posto de tra- 2 - Para efeitos de contagem do seguidos (contagem contínua)

balho que vai ocupar. (n.º 1 do artigo 45.º) período experimental, não excluindo-se apenas os dias
são tidos em conta os dias de falta, os dias de licença, os
4. O período experimental tem duas modalidades: de faltas, ainda que justifica- dias de dispensa e os dias em
a) Período experimental do vínculo que corres- das, de licença e de dispen- que tenha havido suspensão do
ponde ao tempo inicial de execução do vínculo sa, bem como de suspensão vínculo.
de emprego público; e b) Período experimental do vínculo.”
de função, que corresponde ao tempo inicial de
7. Assim, tal como se retira do
desempenho de nova função em diferente posto
artigo supra, na contagem SENHAS DE PRESENÇA
de trabalho, por trabalhador que já seja titular
do período experimental de-
de um vínculo de emprego público por tempo
vem incluir-se todos os dias DOS MEMBROS
indeterminado. (n.º 2 do artigo 45.º)
a partir do dia do início des-
DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
5. No contrato de trabalho em funções públicas sa prestação de trabalho,
por tempo indeterminado o período experimen- incluindo-se os dias em que o
tal tem a seguinte duração: trabalhador esteve em ações
1. É colocada a seguinte ques-
de formação (até ao máximo tão:
a) Assistente Técnico ou outras carreiras ou ca-
de metade do período expe-
tegorias com idêntico grau de complexidade “Quando uma sessão da As-
rimental) e incluindo-se tam-
funcional: 180 dias (cfr. artigo 49.º da LTFP). sembleia Municipal é dividida
bém os dias não úteis (sába-
em duas, é devido o paga-
dos, domingos e feriados),
b) A duração desse período pode ser reduzida, mento de senhas de presença
sendo assim a sua contagem
por instrumento de regulamentação coletiva a ambas as sessões? As ses-
contínua.
de trabalho. (artigo 51.º da LTFP) sões realizam-se na freguesia
8. No entanto, SÃO EXCLUÍDOS que dista 14 Km dos Paços
da contagem do período ex- do Concelho.”
QUANTO À FORMA DE CONTAGEM DO PERÍODO
perimental, os dias de faltas 2. O Estatuto dos Eleitos Locais
EXPERMENTAL:
(mesmo se justificadas), os (EEL) consta na Lei n.º 29/87
6. Nos termos do artigo 50.º da LTFP: dias de licença, os dias de de 30/06 na redação atual.
 O MUNICIPAL | N.º 417
25

GABINETE DE ESTUDOS

3. Os eleitos locais que não se encontrem em re- ou extraordinária do respetivo te o facto de os Paços do
gime de permanência ou de meio tempo têm órgão (…)” O conceito de re- Concelho se situarem a 14
direito a uma senha de presença por cada re- união é aqui utilizado em sen- km do local da sessão da
união ordinária ou extraordinária do respetivo tido amplo, abrangendo as assembleia;
órgão e das comissões a que compareçam e reuniões da câmara municipal
c) Embora, não se tenha co-
participem. (artigo 10.º n.º 1) (órgão de funcionamento per-
locado a questão, poderá,
manente que reúne ordinária
4. Assim, o abono a senhas de presença aqui eventualmente, haver lu-
e extraordinariamente…e as
previsto, destina-se aos eleitos locais que não gar a ajudas de custo e/ou
sessões da assembleia muni-
se encontrem em regime de permanência ou ao subsídio de transporte
cipal (órgão de funcionamen-
de meio tempo (onde se incluem os membros previsto no artigo 11.º n.º
to intermitente, com sessões
da Assembleia Municipal que são eleitos em 2 do Estatuto dos Eleitos
ordinárias e extraordinárias,
regime de não permanência) e relativamente Locais, pela deslocação
…sendo a duração das ses-
a cada reunião ordinária ou extraordinária do do seu domicílio (depen-
sões do órgão deliberativo…
respetivo órgão a que compareçam e partici- dendo da sua localização)
irrelevante para a fixação do
pem. para assistir às sessões
montante das senhas de pre-
da assembleia (neste
sença – estas serão pagas à
5. As referidas reuniões abrangem quer as desig- caso esse subsídio varia-
razão de uma por cada ses-
nadas “reuniões“ da Câmara Municipal, quer rá em função da duração
são ordinária ou extraordiná-
as designadas “sessões” da Assembleia Muni- da sessão).
ria. Situação diversa verifica-
cipal, pelo que há lugar ao pagamento de uma
-se quanto às ajudas de custo
senha de presença por cada “sessão” da As- Neste sentido, poderá também
e subsídio de transporte pre-
sembleia Municipal (independentemente de a consultar:
vistos nos art.ºs 11.º e 12.º do
mesma se prolongar por vários dias…)
Estatuto dos Eleitos Locais,
- Nota Jurídica da CCDR Norte
os quais variarão em função
6. Relativamente a esta questão, entendemos sobre “Eleitos Locais - Se-
da duração das sessões”.
aqui transcrever a conclusão a que se chegou nhas de Presença”
na reunião de coordenação jurídica realizada
7. Logo, nesta base legal, que
em 2010.07.08, aprovada e homologada por - Parecer Jurídico da CCDR
mereceu também a aprova-
despacho do Secretário de Estado da Admi- Centro DSAJAL 215/18, de
ção pelo Secretário de Es-
nistração Local em 2010.12.28, que se mantém 16 de julho de 2018.
tado, entende-se que, face
atual:
à forma como é colocada a - Parecer Jurídico da CCDR
“Os membros das assembleias municipais têm questão: Alentejo N.º 96-DSAL/2016,
direito a uma única senha de presença por cada de 16 de setembro de 2016.
a) Ao afirmar-se que a ses-
sessão da assembleia municipal, independente-
são da Assembleia Mu-
mente da respetiva duração?
nicipal “é dividida em
Os membros das assembleias municipais têm duas…” presumimos que
direito a uma única senha de presença por se trata da mesma sessão
cada sessão da assembleia municipal, inde- da assembleia municipal
pendentemente da respetiva duração. que teve continuidade em
mais do que um dia, logo,
Fundamentação: O artigo 10.º n.º 1 do Estatu-
nesse caso, haverá lugar
to dos Eleitos Locais determina que “os eleitos apenas a uma senha de
locais que não se encontrem em regime de per- presença.
manência ou de meio tempo têm direito a uma
senha de presença por cada reunião ordinária b) Para o efeito é irrelevan-
 N.º 417 | O MUNICIPAL
26
DIÁRIO DA REPÚBLICA
JULHO
I SÉRIE
Decreto-Lei n.º 85/2019, de
1: Permite aos trabalhadores
da Administração Pública fal-
tarem justificadamente para
acompanhamento de menor
de 12 anos no 1.º dia do ano
letivo.
Decreto-Lei n.º 86/2019, de
2: Procede à aplicação aos
bombeiros municipais das
categorias e das remunera-
ções previstas para os bom-
beiros sapadores.
Decreto-Lei n.º 87/2019,
de 2: Regula as condições
e as regras de atribuição e
de cálculo das pensões de
aposentação ou reforma dos
trabalhadores integrados nas
carreiras de bombeiro sapa-
dor e de bombeiro municipal.
Resolução do Conselho de
Ministros n.º 108/2019, de
2: Altera o Plano de Ação
para a Economia Circular.
Portaria n.º 202/2019, de 3:
Define os termos e os crité-
rios aplicáveis ao projeto-
-piloto a adotar no âmbito
do sistema de incentivo ao
consumidor para devolução
de embalagens de bebidas
em plástico não reutilizáveis.
Decreto-Lei n.º 90/2019, de
5: Altera o regime de funcio-
namento dos espetáculos de
natureza artística e de ins-
talação e fiscalização dos
recintos fixos destinados à
sua realização, bem como a
classificação de espetáculos
de natureza artística e de di-
vertimentos públicos.
em conformidade com o
subsistema de ação social.
à apresentação dos pedidos
de pagamento relativos a
despesas pagas, em nume-
Decreto-Lei n.º 91/2019, Decreto-Lei n.º 94/2019, de
de 5: Reforça a estrutura do 16: Aprova o plano de reabi-
rário, pelos beneficiários aos
seus fornecedores no âmbito
Centro de Competências Ju- litação de património público
do Programa de Desenvolvi-
rídicas do Estado. para arrendamento acessí-
mento Rural do Continente
vel.
Portaria n.º 210/2019, de (PDR2020).
5: Fixa a forma de aplicação Decreto Legislativo Regio-
dos resultados líquidos do nal n.º 15/2019/A, de 16: Decreto Legislativo Regio-
exercício de 2015 da Autori- Recuperação do tempo de nal n.º 5/2019/M, de 17: Cria
dade Nacional de Comunica- serviço prestado em Fun- o Estatuto do Cuidador Infor-
ções (ANACOM). ções Docentes para Progres- mal da Região Autónoma da
são na Carreira. Madeira.
Resolução da Assembleia
da República n.º 95/2019, Portaria n.º 223/2019, de 17: Resolução da Assembleia
de 12: Conta Geral do Esta- Procede à primeira alteração da República n.º 97/2019,
do de 2017 à Portaria n.º 182/2019, de de 18: Recomenda ao Go-
11 de junho, que regula o verno o reforço dos meios
Portaria n.º 218-C/2019, de regime excecional aplicável
humanos do Centro Nacional
15: Portaria que procede à
segunda alteração à Portaria
n.º 31/2014, de 5 de feverei-
ro, alterada pela  Portaria n.º
295/2016, de 28 de novem-
bro, que estabelece os ter-
mos de operacionalização do
funcionamento do Fundo de
Reestruturação do Setor So-
lidário (FRSS), bem como a
respetiva política de investi-
mento, e define as condições
de acesso ao FRSS, os ter-
mos e as condições da con-
cessão do apoio financeiro e
a forma de reembolso.
Portaria n.º 218-D/2019,
de 15: Procede à segunda
alteração à  Portaria n.º 196-
A/2015, de 1 de julho, que
define os critérios, regras
e formas em que assenta o
modelo específico da coo-
peração estabelecida entre
o Instituto da Segurança
Social, I. P., e as instituições
particulares de solidariedade
social ou legalmente equi-
paradas, para o desenvolvi-
mento de respostas sociais,

de Pensões e a atribuição de
pensão provisória aos pen-
sionistas que não se encon-
trem a trabalhar.
Resolução da Assembleia
da República n.º 100/2019,
de 18: Recomenda ao Gover-
no a regularização imediata
das amas da segurança so-
cial, ao abrigo do Programa
de Regularização Extraordi-
nária dos Vínculos Precários
na Administração Pública,
a revisão do seu regime e a
adoção de medidas de com-
bate aos falsos recibos ver-
des das amas enquadradas
em instituições particulares
de solidariedade social.
Decreto-Lei n.º 95/2019, de
18: Estabelece o regime apli-
cável à reabilitação de edifí-
cios ou frações autónomas.
Resolução da Assembleia
Portaria n.º 231/2019, de 23: Regulamenta o Programa de Capacitação Avançada
para Trabalhadores em Funções Públicas (CAT).
da República n.º 103/2019,
de 22: Programa Extraordi-
nário de Apoio à Região Au-
tónoma da Madeira de Pro-
moção de Habitação.
Resolução da Assembleia
da República n.º 104/2019,
de 22: Recomenda ao Go-
verno a atribuição de apoios
para a recuperação do con-
celho de Monchique.
Resolução da Assembleia
da República n.º 105/2019,
de 22: Recomenda ao Go-
verno que promova uma cul-
tura de informação ao consu-
midor mais eficaz.
Resolução da Assembleia
da República n.º 106/2019,
de 22: Recomenda ao Go-
verno a assunção de medi-
das de formação, informação
e fiscalização de defesa dos
direitos dos consumidores.
Resolução da Assembleia
da República n.º 111/2019,
de 23: Recomenda ao Go-
verno que reforce a proteção
dos cidadãos adquirentes e
dos proprietários de imóveis
em caso de insolvência dos
prestadores de serviços na
área da construção civil ou
de insuficiência económica
da pessoa responsável pela
reparação de defeitos ocorri-
dos em edifícios.
Portaria n.º 230/2019, de
23: Alteração da Portaria n.º
12/2010, de 17 de janeiro -
Tabela de atividades IRS.
Portaria n.º 231/2019, de
23: Regulamenta o Programa
de Capacitação Avançada
para Trabalhadores em Fun-
ções Públicas (CAT).
Decreto Legislativo Regio-
nal n.º 17/2019/A, de 24:
Primeira alteração ao Decre-
to Legislativo Regional n.º
13/2010/A, de 7 de abril, re-
lativo à suspensão parcial do
Plano de Ordenamento Tu-
rístico da Região Autónoma
DIÁRIO DA REPÚBLICA
dos Açores (POTRAA), apro-
vado pelo Decreto Legislati-
vo Regional n.º 38/2008/A,
de 11 de agosto.
Portaria n.º 233/2019, de
25: Regulamenta o regime
das notificações e citações
efetuadas por transmissão
eletrónica de dados em área
reservada no Portal das Fi-
nanças, designado como
«Notificações e Citações Ele-
trónicas - Portal das Finan-
ças» (NCEPF), previsto no
artigo 38.º-A do Código de
Procedimento e de Processo
Tributário (CPPT).
Resolução da Assembleia
Legislativa da Região Au-
tónoma da Madeira n.º
23/2019/M, de 25: Apresen-
ta à Assembleia da Repú-
blica a proposta de lei que
procede à primeira alteração
ao Decreto-Lei n.º 124/2018,
de 28 de dezembro, que cla-
rifica as regras aplicáveis à
comparticipação de medica-
mentos e dispositivos médi-
cos pelo sistema de proteção
social dos trabalhadores em
funções públicas.
Decreto Regulamentar
Regional n.º 7/2019/A, de
29: Alteração ao  Decreto
Regulamentar Regional n.º
1/2019/A, de 24 de janeiro,
«Execução do Orçamento da
Região Autónoma dos Aço-
res para o ano de 2019».
Portaria n.º 241-A/2019,
O MUNICIPAL | N.º 417
27
de 31: Aprova o modelo
de certificado de matrícu-
la em suporte de cartão e
procede à alteração da Por-
taria n.º 1135-B/2005, de
31 de outubro, na redação
dada pela  Portaria n.º 165-
A/2010, de 16 de março -
Documento Único Automó-
vel (DUA).
Portaria n.º 241-B/2019, de
31: Aprova o PERSU 2020+,
que constitui um ajustamento
às medidas vertidas no Plano
Estratégico para os Resíduos
Urbanos (PERSU 2020).
II SÉRIE
Acórdão (extrato) n.º
299/2019, de 12: Não jul-
ga inconstitucional a norma
extraída do artigo 135.º-B,
n.º 2, do Código do Impos-
to Municipal sobre Imóveis
(IMI), no sentido de incluir, no
âmbito de aplicação do Adi-
cional ao IMI, os «terrenos
para construção» com fins
de comércio, indústria, servi-
ços ou outros; não conhece
da questão relativa à norma
do artigo 135.º-A do Código
do IMI, no sentido de incluir,
no âmbito de aplicação sub-
jetiva do imposto, entidades
que detêm património imo-
biliário como consequência
inevitável da atividade eco-
nómica que desenvolvem.
 N.º 417 | O MUNICIPAL
28
DIÁRIO DA REPÚBLICA
AGOSTO
I SÉRIE
Decreto do Presidente da
República n.º 45-A/2019, de
1: Fixa o dia 6 de outubro do
corrente ano para a eleição
dos deputados à Assembleia
da República.
Resolução da Assembleia
da República n.º 134/2019,
de 2: Recomenda ao Gover-
no que considere as demên-
cias e a doença de Alzheimer
uma prioridade social e de
saúde pública, que elabore o
Plano Nacional de Interven-
ção para as Demências, que
adote as medidas necessá-
rias para um apoio adequado
a estes doentes e suas famí-
lias e que crie e implemente
o Estatuto do Cuidador Infor-
mal.
Lei n.º 57/2019, de 7: Altera
o regime jurídico do associa-
tivismo jovem, procedendo à
primeira alteração à Lei n.º
23/2006, de 23 de junho.
Lei n.º 58/2019, de 8: Asse-
gura a execução, na ordem
jurídica nacional, do  Regu-
lamento (UE) 2016/679  do
Parlamento e do Conselho,
de 27 de abril de 2016, rela-
tivo à proteção das pessoas
singulares no que diz respei-
to ao tratamento de dados
pessoais e à livre circulação
desses dados.
Lei n.º 59/2019, de 8: Apro-
va as regras relativas ao tra-
tamento de dados pessoais
para efeitos de prevenção,
deteção, investigação ou re-
pressão de infrações penais
ou de execução de sanções
penais, transpondo a Diretiva
(UE) 2016/680 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de
27 de abril de 2016.
Decreto-Lei n.º 104/2019,
de 9: Altera o mecanismo
regulatório tendente a asse-
gurar o equilíbrio da concor-
rência no mercado grossista
de eletricidade em Portugal.
Resolução do Conselho de
Ministros n.º 134-A/2019,
de 9: Declara a situação de
crise energética e estabelece
a Rede Estratégica de Pos-
tos de Abastecimento.
Portaria n.º 254/2019, de
12: Define o montante per-
centual da taxa de justiça a
atribuir ao Fundo de Cobran-
ça Executiva da Segurança
Social.
Decreto-Lei n.º 108/2019,
de 13: Altera o Estatuto da
Aposentação e o Estatuto
das Pensões de Sobrevivên-
cia e cria o novo regime de
aposentação antecipada.
Decreto Legislativo Regio-
nal n.º 11/2019/M, de 14:
Aprova o quadro plurianual
de programação orçamental,
contendo os limites de des-
pesa efetiva para o período
de 2019 a 2023.
Decreto-Lei n.º 111/2019,
de 16: Simplifica e atualiza
os procedimentos adminis-
trativos de registo automó-
vel.
Resolução do Conselho
de Ministros n.º 138/2019,
de 16: Autoriza vários orga-
nismos da área do trabalho,
solidariedade e segurança
social a realizarem despesa
relativa à aquisição de servi-
ços de vigilância e seguran-
ça.
Decreto-Lei n.º 114/2019,
de 20: Estabelece o regime
da carreira especial de fisca-
lização, extinguindo as car-
reiras de fiscal municipal, de
fiscal técnico de obras, de
fiscal técnico de obras públi-
cas e de todas as carreiras
de fiscal técnico adjetivadas
Decreto-Lei n.º 115/2019,
de 20: Altera a regulamen-
tação do regime jurídico da
identificação criminal, pre-
vendo um código de acesso
ao registo criminal e ao re-
gisto de contumazes.
Decreto-Lei n.º 117/2019,
de 21: Define os termos da
divulgação da lista dos be-
neficiários de subvenções
mensais vitalícias atribuídas
pela Caixa Geral de Aposen-
tações, I. P.
Decreto Regulamentar Re-
gional n.º 6/2019/M, de 22:
Fixa o Valor do Metro Qua-
drado de Construção para o
Ano de 2019.
Resolução da Assembleia
da República n.º 148/2019,
de 22: Recomenda ao Go-
verno que adote um proce-
dimento simplificado para
apoio às vítimas dos incên-
dios que ocorreram nos con-
celhos de Monchique, Silves,
Portimão e Odemira, em
agosto de 2018.
Lei n.º 65/2019, de 23: Man-
tém em vigor e generaliza a
aplicação do sistema de in-
formação cadastral simplifi-
cada.
Resolução da Assembleia
da República n.º 154/2019,
de 23: Programa Nacional de
Investimentos 2030.
Declaração de Retificação
n.º 40/2019, de 23: Retifica a
Portaria n.º 231/2019, de 23
de julho, das Finanças, que
regulamenta o Programa de
Capacitação Avançada para
os Trabalhadores em Fun-
ções Públicas (CAT), publi-
cada no Diário da República,
1.ª série, n.º 139, de 23 de
julho de 2019.
Resolução da Assembleia
da República n.º 157/2019,
de 26: Recomenda ao Go-
verno a promoção e a ga-
rantia de acessibilidade ao
transporte ferroviário às pes-
soas com deficiência.
Declaração de Retificação
n.º 40-A/2019, de 27: Retifi-
ca o Decreto-Lei n.º 84/2019,
de 28 de junho, da Presidên-
cia do Conselho de Ministros
que estabelece as normas de
execução do Orçamento do
Estado para 2019, publicado
no Diário da República, 1.ª
série, n.º 122, de 28 de junho
de 2019.
Portaria n.º 276/2019, de
28: Portaria que atualiza os
montantes do abono de fa-
mília para crianças e jovens,
do abono de família pré-natal
e do subsídio de funeral.
Decreto-Lei n.º 130/2019,
de 30: Altera os princípios e
normas a que deve obedecer
a produção cartográfica no
território nacional.

PRÁTICA
COMISSÃO
DE COORDENAÇÃO
E DESENVOLVIMENTO
REGIONAL DO NORTE
LIMITE MÍNIMO
DA IMPENHORABILIDADE
DOS VENCIMENTOS*
23 DE JULHO DE 2019
Pelo Gabinete Jurídico da autarquia foi solicitado
esclarecimento sobre o valor do limite mínimo da
impenhorabilidade dos vencimentos, referindo-se
o seguinte:
“No seguimento do pedido de esclarecimentos
apresentado pelo trabalhador (…), sobre a salva-
guarda do valor do salário mínimo nacional em caso
de penhora, serve o presenta para informar: O pre-
sente procedimento vem no seguimento de esclare-
cimentos prestados oralmente ao trabalhador, onde
lhe foi dito o seguinte, de forma clara e simples:
a) O Código de Processo Civil (Lei n.º 41/2013,
de 26 de junho, na sua redação atual), estabele-
ce como limite mínimo da impenhorabilidade dos
vencimentos, quando o executado não tenha outro
rendimento, o montante equivalente a um salário
mínimo nacional (artigo 738.º/3);
b) O Decreto-Lei n.º 29/2019, de 20 de fevereiro
não fixa o montante do salário mínimo nacional, mas
sim a atualização da base remuneratória da Admi-
nistração Pública;
c) O salário mínimo nacional ou retribuição mínima
mensal garantida é de 600€, conforme Decreto-Lei
1 INF_DSAJAL_TR_6858/2019
n.º 117/2018, de 27 de dezembro.
Após estes esclarecimentos, infor-
mámos o trabalhador que não é o
valor da base mínima da remunera-
ção da função pública que deve ser
salvaguardado para efeitos de impe-
nhorabilidade (635,07€), mas sim o
valor da salário mínimo nacional ou
retribuição mínima mensal garantida
(600,00€).”
Cumpre, pois, informar:
O art.º 738.º do Código de Proces-
so Civil determina o seguinte:
“Artigo 738.º
Bens parcialmente penhoráveis
1 - São impenhoráveis dois terços da
parte líquida dos vencimentos, salá-
rios, prestações periódicas pagas a
título de aposentação ou de qualquer
outra regalia social, seguro, indemni-
zação por acidente, renda vitalícia, ou
prestações de qualquer natureza que
assegurem a subsistência do execu-
tado.
2 - Para efeitos de apuramento da
parte líquida das prestações referidas
no número anterior, apenas são con-
siderados os descontos legalmente
obrigatórios.
3 - A impenhorabilidade prescrita
no n.º 1 tem como limite máximo o
montante equivalente a três salários
mínimos nacionais à data de cada
apreensão e como limite mínimo,
quando o executado não tenha outro
rendimento, o montante equivalente
a um salário mínimo nacional.
4 - O disposto nos números ante-
riores não se aplica quando o crédito
exequendo for de alimentos, caso
O MUNICIPAL | N.º 417
29
em que é impenhorável a quantia
equivalente à totalidade da pen-
são social do regime não contri-
butivo. (…)“.
Com efeito, e conforme infor-
mam os serviços jurídicos da
entidade consulente, o limite
mínimo da impenhorabilidade
dos vencimentos reporta-se
ao montante do salário mínimo
nacional.
Atualmente a retribuição míni-
ma mensal garantida está fixa-
da no Decreto-Lei n.º 117/2018,
de 27 de dezembro, no mon-
tante de €600.
Por outro lado o Decreto-Lei
n.º 29/2019 de 20 de fevereiro,
procedeu à atualização da base
remuneratória da Administra-
ção Pública.
Porém, o Código de Processo
Civil estabelece um limite repor-
tando-se especificamente, ao
salário mínimo nacional o qual
assumiu a designação de retri-
buição mínima mensal garan-
tida a partir da entrada em vigor
do Decreto-Lei n.º 242/2004, de
31/12.
Nesta conformidade, concorda-
mos com a informação prestada
pelos serviços jurídicos da enti-
dade consulente que conclui
no sentido de que, para efeitos
do limite mínimo de impenho-
rabilidade de vencimentos, se
deverá atender ao montante
da retribuição mínima mensal
garantida - €600.
 N.º 417 | O MUNICIPAL
30

JURISPRUDÊNCIA
SUPREMO em 2004, afastou os pressupos-
tos da definitividade e da lesivi-
TRIBUNAL
TRIBUNAL dade como condições de acesso CENTRAL
à justiça administrativa, admi-
ADMINISTRATIVO tindo a impugnação de todos os ADMINISTRATIVO
atos dotados de eficácia externa,
mesmo anteriores a decisão final
SUL
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL e mesmo não lesivos.

Apesar desta mudança de para- PROCESSO

INDEFERIMENTO LIMINAR digma de impugnabilidade, não DE EXECUÇÃO FISCAL
foi afastada a possibilidade de
ocorrerem situações de impug- ARTIGO 179.º, N.º 1,
INEXIGIBILIDADE
nação graciosa necessária, sejam

I - O indeferimento liminar da oposição à execução

eles reclamações, recursos hie- DO CPPT
rárquicos ou recursos tutelares.
fiscal ao abrigo da alínea b) do n.º 1 do artigo 209.º
do CPPT só é possível quando a petição inicial,
Questão é que essa imposição FASES DO PROCESSO
de esgotamento dos meios gra-
manifestamente, não contenha factualidade susce- DE EXECUÇÃO FISCAL.
ciosos, para se poder aceder à
tível de subsunção a alguma das alíneas no n.º 1 do
impugnação contenciosa, resulte
artigo 204.º do mesmo Código. DECISÃO
expressamente da lei.
II - Em abstrato, a alegação de que não é possível
Assim, a reclamação do despa-
DE APENSAÇÃO
a instauração ou a prossecução de uma execução
fiscal após o executado ter sido declarado insol-
cho de homologação prevista no DE EXECUÇÕES
SIADAP, configura reclamação É UM PODER-DEVER
vente constitui fundamento válido de oposição à
necessária, a qual culmina o pro-
execução fiscal, subsumível à alínea i) do n.º 1 do
cedimento de avaliação dos re-
artigo 204.º do CPPT. PRINCÍPIO
cursos humanos, designadamen-
(Processo n.º 0398/18.4BEPRT, de 30-01-2019)
te, no âmbito da administração DA INVESTIGAÇÃO
autárquica.

2 - Nos termos dos artigos 61.º e

DÉFICE INSTRUTÓRIO
TRIBUNAL 72.º do SIADAP 2007, se for caso
disso, impõe-se concluir pela ne-
(CFR. ARTIGO 662.º,
CENTRAL cessidade de existência de uma N.º 2, ALÍNEA C),
reclamação necessária da homo-
ADMINISTRATIVO DO CP CIVIL
logação da classificação atribuí-

NORTE da.
O carácter obrigatório da referida
reclamação constitui um impulso
necessário, enquanto condição
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO prévia de acesso à via contencio-
- SIADAP sa.
Assim, o prazo de caducidade do
CADUCIDADE
direito de ação apenas começa a
correr no dia seguinte ao da no-
RECURSO HIERÁRQUICO tificação da decisão de indeferi-
NECESSÁRIO mento da reclamação.
(Processo n.º 00426/13.0BEMDL, de 15-
1 - Com o artigo 51.º n.º 1 do CPTA o legislador, 09-2017)
NA REDAÇÃO DA LEI
N.º 41/2013, DE 26/6)
1 - Constituindo o acervo norma-
tivo jurídico-tributário um ramo
próprio do direito público, o le-
gislador previu um processo de
execução fiscal primordialmen-
te direcionado à cobrança dos
créditos tributários de qualquer
natureza, estruturado em termos
mais simples do que o processo

de execução comum, com o objetivo de conseguir
uma maior celeridade na cobrança dos créditos,
recomendada pelas finalidades de interesse públi-
co das receitas que através dele são cobradas.
2 - Consagra o artigo 179.º, n.º 1, do C.P.P.T., a
regra da apensação de execuções que corram con-
tra o mesmo executado e se encontrem na mesma
fase, o que se justifica essencialmente por razões
de economia processual, que podem incrementar
a celeridade da globalidade das execuções. As
execuções só podem ser apensadas se estiverem
na mesma fase. Não se indicam no CPPT quais as
fases do processo de execução fiscal nem o que
deve considerar-se como constituindo uma fase,
pelo que deverão entender-se como tal cada um
dos conjuntos de normas que visam uma determi-
nada finalidade.
3 - Assim, poderão distinguir-se no processo de
execução fiscal seis fases:
a - A fase introdutória, que decorre desde a autua-
ção até à citação do executado;
b - A fase da oposição à execução fiscal, se ela for
deduzida;
c - A fase da penhora;
d - A fase da convocação de credores e reclama-
ção e verificação de créditos;
e - A fase da venda;
f - A fase do pagamento e extinção da execução.
4. A decisão de apensação de execuções não é
uma faculdade cujo exercício esteja ao livre arbítrio
de cada Chefe de Finanças, mas antes um poder-
-dever que está, como todos os “poderes-deveres”,
sujeito, em termos de operatividade ou propulsão,
à regulamentação que a condiciona, sendo que, no
caso, expressamente, a mesma está dependente,
antes de mais, de os processo de execução fis-
cal se encontrarem na mesma fase processual (cfr.
artigo 179.º, n.º 1, do C.P.P.T.) e dessa apensação
não resultar prejudicado o cumprimento de forma-
lidades especiais ou comprometida, por qualquer
outro motivo, a eficácia da execução, conforme re-
sulta do artigo 179.º, n.º 3 do CPPT.
5. Recaindo embora sobre as partes o ónus da prova
dos factos constitutivos, modificativos e/ou extinti-
vos de direitos, a atividade instrutória pertinente para
apurar a veracidade de tais factos compete também
ao Tribunal, o qual, atento o dispos-
to nos artºs.13, do C.P.P.Tributário,
e 99, da L.G.Tributária, deve realizar
ou ordenar todas as diligências que
considerar úteis ao apuramento da
verdade, assim se afirmando, sem
margem para dúvidas, o princípio
da investigação do Tribunal Tributá-
rio no domínio do processo judicial
tributário.
6. No caso dos autos, no que res-
peita à suscitada existência de pro-
cessos executivos face aos quais a
necessidade de apensação já não
existe, visto que, alegadamente,
estarão extintos devido ao paga-
mento, verifica-se uma situação
de défice instrutório que demanda
o exercício de poderes cassatórios
por parte deste Tribunal nos ter-
mos do artigo 662.º, n.º 2, alínea c),
do C.P. Civil, na redação da Lei n.º
41/2013, de 26/6, devendo ordenar-
-se a baixa dos autos, com vista a
que seja estruturada a instrução do
processo pelo Tribunal de 1.ª Ins-
tância. O mesmo se diga, de resto,
da matéria relativa ao alegado im-
pedimento à apensação constante
do artigo 179.º, n.º 3, do C.P.P.T.,
entre o primeiro grupo de proces-
sos (cobrança coerciva de taxas de
portagem) e o segundo (cobrança
coerciva de IUC e coimas).
(Processo n.º 1159/18.6BELRS, de 17-01-
2019)
TRIBUNAL
CONSTITUCIONAL
(ACÓRDÃO N.º 99/2019,
PROCESSO N.º 541/2018)
Declara a inconstitucionalidade,
com força obrigatória geral, da nor-
O MUNICIPAL | N.º 417
31
JURISPRUDÊNCIA
ma constante dos n.ºs 3 e 5 do
artigo 12.º do regime constan-
te do anexo ao Decreto-Lei n.º
269/98, de 1 de setembro (na re-
dação resultante do artigo 8.º do
Decreto-Lei n.º 32/2003, de 17
de fevereiro), no âmbito de um
procedimento de injunção desti-
nado a exigir o cumprimento de
obrigações pecuniárias de valor
não superior a EUR 15 000 - na
parte em que não se refere ao
domínio das transações comer-
ciais, nos termos definidos no
artigo 3.º, alínea a), do referido
Decreto-Lei n.º 32/2003 -, quan-
do interpretados no sentido de
que, em caso de frustração da
notificação do requerido (para
pagar a quantia pedida ou de-
duzir oposição à pretensão do
requerente, nos termos do n.º 1
do mesmo artigo 12.º), através
de carta registada com aviso de
receção enviada para a morada
indicada pelo requerente da in-
junção no respetivo requerimen-
to, por devolução da mesma, o
subsequente envio de carta, por
via postal simples, para todas as
diferentes moradas conhecidas,
apuradas nas bases de dados
previstas no n.º 3 do artigo 12.º,
em conformidade com o previs-
to no n.º 5 do mesmo preceito,
faz presumir a notificação do re-
querido, ainda que o mesmo aí
não resida, contando-se a partir
desse depósito o prazo para de-
duzir oposição.
 Marcos Barroco, Carla Victor, José Francisco Bicha, José Bento Pedro, Manuel Barreira, Luís Chaves Barroso e Mónica Calheiros

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

25 DE MARÇO DE 2019

PRESENÇAS das questões constantes A ATAM chamou à atenção

da Ordem de Trabalhos, o para as diversas limitações
que a ATAM, desde já mui- dos simuladores que estão
DISTRITO DE BRAGANÇA to agradece, enviou-nos, via disponíveis, bem como para
e-mail, pela Sr.ª Dr.ª Natália a informação que é prestada,
Câmaras Municipais: Alfândega da Fé, Bragança,
Gravato, um elaborado es- a qual, em muitas situações
Carrazeda de Ansiães, Vimioso tudo ao qual se fará referên- não corresponde à situação
cia na conclusão das respe- real dos trabalhadores em
tivas questões. virtude de estar truncada de
DISTRITO DE VILA REAL muita informação essencial
Câmaras Municipais: Alijó, Boticas, Chaves, Mur- para um adequado cálculo
A - RECURSOS efetivo das pensões/refor-
ça, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila Pouca de
mas a que os trabalhadores
Aguiar, Vila Real HUMANOS
têm direito.
Empresa Municipal: EMAR de Vila Real A título meramente indicativo,
1.ª QUESTÃO - Simula-
dá-se conta do site: https://
dor de reforma
www.cga.pt/simuladorPApo-
ATAM Pergunta-se: sentacao.asp#InicioPagina
Como obter simulação Simulação da Pensão de Apo-
Presidente da Direção: Francisco Alveirinho Correia para reforma? sentação

Presidente da Assembleia Geral: Marcelo Caetano

Delgado CONCLUSÃO: 2.ª QUESTÃO - Decreto
Regulamentar n.º 2/2019,
A CCDR Norte prestou a se-
Vice-Presidente da Assembleia Geral: Luís Chaves de 5 de fevereiro. Pré-
guinte informação:
Barroso -reforma
A simulação para a refor-
Tendo em conta o estabe-
Delegado do Distrito de Bragança: Carla Victor ma ou aposentação é ob-
lecido no Decreto Regula-
tida a partir da página ele-
mentar n.º 2/2019, de 5 de
Delegada do Distrito de Vila Real: Manuel Barreira trónica da Segurança So-
fevereiro, que estabelece as
cial, ou da Caixa Geral de
Gabinete de Estudos: José Francisco Bicha, José regras para afixação da pres-
Aposentações consoante
tação pecuniária a atribuir na
Bento Pedro e Marcos Barroco o sistema de proteção so-
situação de pré-reforma,
cial em que o trabalhador
esteja inscrito. Pergunta-se:

CCDR NORTE Assim, o processo para Tendo um trabalhador mais

aceder ao simulador im- de 38 anos de serviço e 62
A CCDR Norte, não tendo podido fazer-se represen- plica o prévio registo e o anos de idade, tem direito à
tar na presente RAP, como é habitual, e não queren- cumprimento das instru- pré-reforma? E o que deve
do deixar de prestar a sua colaboração na resolução ções que o mesmo indicar. requerer nesse sentido?

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
CONCLUSÃO:
A CCDR Norte prestou a se-
guinte informação:
A este propósito é neces-
sário conjugar o disposto
nos artigos 284.º e seguin-
tes da Lei Geral de Traba-
lho em Funções Públicas
(LTFP) - aprovada pela Lei
n.º 35/2014, de 20 de junho
e alterada pela Lei n.º 82-
B/2014, de 31 de dezembro,
pela Lei n.º 84/2015, de 7 de
agosto, pela Lei n.º 42/2016,
de 28 de dezembro, pela Lei
n.º 71/2018, de 31 de de-
zembro e pelo Decreto-Lei
n.º 6/2019, de 14 de janeiro -
com o consignado no Decre-
to-Regulamentar n.º 2/2019,
de 5 de fevereiro que em
concretização do consigna-
do no n.º 4 do artigo 286.º da
LTFP veio estabelecer as re-
gras para a fixação da pres-
tação pecuniária a atribuir na
“no caso das autarquias locais, a celebração de acordo de pré-reforma não está
dependente de autorização de qualquer membro do Governo, ou de entidade com
funções de tutela sobre as autarquias locais.”
situação de pré-reforma que
corresponda à suspensão
da prestação de trabalho em
funções públicas.
Realça-se, pois, que a pré-
-reforma se consubstancia
numa “situação de redução
ou de suspensão da presta-
ção do trabalho em que o tra-
balhador com idade igual ou
superior a 55 anos mantém
o direito a receber do empre-
gador público uma prestação
pecuniária mensal até à data
da verificação de qualquer das
situações previstas no n.º 1
do artigo 287.º”, isto é, pas-
sagem à situação de pensio-
nista, por limite de idade ou
invalidez; regresso ao pleno
exercício de funções, por
acordo entre o trabalhador
e o empregador público, ou
cessação do contrato.
Nesta conformidade, o tra-
balhador com mais de 38
anos de serviço e 62 anos de
idade preenche a condição
a que alude o n.º 1 do arti-
go 284.º da LTFP, por deter
“idade igual ou superior a 55
anos.”
Quanto à questão colocada
relativa a saber o que deve
constar do requerimento/pe-
dido do trabalhador refere-se
que de acordo com o n.º 3
do artigo 284.º da LTFP do
mesmo devem constar as
matérias a inserir no respeti-
vo acordo, ou seja:
- Data em que pretende ini-
ciar a situação de pré-refor-
ma;
- Montante da prestação de
pré-reforma e
- Forma de organização do
tempo de trabalho no caso
de redução da prestação de
trabalho.
Nota: Face à leitura das ano-
tações esclareço que vai sair
brevemente informação rela-
tiva à competência para au-
torizar o mecanismo de pré-
-reforma.
De qualquer modo anota-se
que se considera que a re-
gulamentação das situações
em que pode ocorrer a pré-
-reforma, bem como o pro-
cedimento que lhe subjaz e
a definição das regras para
a fixação da prestação pecu-
niária a atribuir na situação
de pré-reforma constantes
do Decreto-Regulamentar
n.º 2/2019, de 5 de fevereiro,
são manifestamente insufi-
cientes.
E esta constatação implica
que mereça reservas o en-
tendimento expresso na RAP
do Sardoal pelo qual “no
caso das autarquias locais, a
celebração de acordo de pré-
-reforma não está dependente
de autorização de qualquer
membro do Governo, ou de
entidade com funções de tu-
tela sobre as autarquias lo-
cais.”
Sublinha-se que tais reser-
vas resultam, sem colocar
em crise o princípio da auto-
nomia das autarquias locais,
da insuficiência de exigên-
cias legais constante do re-
gime aplicável à situação de
pré-reforma - nomeadamen-
O MUNICIPAL | N.º 417
33
te quanto ao procedimento
que lhe subjaz e à definição
das regras para a fixação da
prestação a atribuir aos tra-
balhadores que a requeiram
- e de se considerar que de-
vem ser adotados, neste do-
mínio como noutros, critérios
uniformes e não discrimina-
tórios em toda a Administra-
ção Pública.
Quanto aos descontos a efe-
tuar pelo trabalhador subs-
creve-se o entendimento de
que os descontos devem in-
cidir sobre o valor atualizado
da remuneração auferida a
título de pré-reforma atento
o disposto no n.º 4 do arti-
go 284.º da LTFP quando
estipula que o empregador
público remete o acordo de
pré-reforma à segurança so-
cial ou à Caixa Geral de Apo-
sentações, “conjuntamente
com a folha de remunerações
relativa ao mês da sua entrada
em vigor.”
Relativamente a esta ques-
tão a ATAM, em parecer já
emitido, pronunciou-se so-
bre o assunto concluindo,
sumariamente, que nada
obsta a que se apliquem, nas
Autarquias Locais as normas
inerentes aos diversos tipos
de pré-reforma, sendo com-
petente para decidir sobre as
mesmas o Sr. Presidente da
 N.º 417 | O MUNICIPAL
34

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

Câmara Municipal (no âmbito da sua competência de des 3.ªs, ainda que da Ad-
Gestão dos Recursos Humanos), o qual apenas está ministração Pública. Mas,
sujeito às restrições que constam da Lei em aprecia- considera-se que as normas
ção. existentes são suscetíveis e
suficientes para aplicação.
No decurso da RAP esta questão foi objeto de prolon-
gado debate, do qual se podem salientar os seguintes IV - Contudo, o presidente
pontos: da câmara municipal pode
definir (por despacho) cri-
I - Ao fazer a lei apelo a “acordo”, importa determinar
térios objetivos a que se
a natureza jurídica do acordo. Ora, parece dever en-
vincula. Os critérios devem
tender-se como contrato. Sendo acordo de vontades
pautar-se pelos princípios
(contrato), supõe negociação. Importa, porém, sujeitar
da atividade administrativa,
tais acordos a critérios objetivos, conforme se refere
previstos na CRP e CPA,
em IV.
(não tanto do CCP, porque
II - Sobre a competência para autorizar, neste, como no artigo 4.º n.º 2, estão ex-
noutros domínios da atividade administrativa das au- cluídos os contratos de tra-
tarquias, temos a Lei n.º 75/2013 de 12/9. Quando a balho em funções públicas,
lei do regime específico nada diz sobre a competência, como é o caso), a saber:
rege a Lei n.º 75/2013 de 12/9. No caso, assinala-se a igualdade, transparência,
competência do presidente da câmara municipal para imparcialidade, (não bas-
“decidir todos os assuntos relacionados com a gestão e ta pretender-se prescindir
direção dos recursos humanos afetos aos serviços mu- de trabalhador, e pretender
nicipais”. manter outro que não dá
III - Sobre a produção de orientações, considera- problemas). Também são in-
-se que, em face do regime da tutela administrativa, vocáveis princípios da eco-
as mesmas deveriam provir de norma legal (a regula- nomia, eficácia e eficiência
mentação uniforme) e não, de orientações de entida- - boa administração/CPA,
artigo 5.º- (exige-se ponde-
ração de encargos, custos,
não se podendo, por exem-
plo, dispensar trabalhador,
para contratar mais caro), e
estrito cumprimento do po-
der discricionário de auto re-
gulação, tendo em vista o fim
de interesse público.
V - Do princípio da autono-
mia administrativa e financei-
ra do poder local, podem re-
sultar situações divergentes
de Município para Município
(nos 308 municípios), sem
que tal signifique qualquer
violação ou incumprimento
da Lei.
Sobre esta matéria ver ainda:
- Conclusão da RAP do Sar-
doal, publicada em O Muni-
cipal n.º 416 de fol.s 54 a 56.
- FAQ's da DGAEP, publi-
cadas após a data da RAP
e desconhecidas na mesma,
(Pré-reforma, com especial

REGULAMENTO GERAL
SANDRA FRANCISCO
DANIEL FRANCISCO

DANIEL FRANCISCO • SANDRA FRANCISCO

e Institucional (Universid 100

DE PROTEÇÃO DE DADOS
ade Autónoma de Lisboa),
e Nova/Information Mana- 95
ola Superior de Gestão de
0 anos como formador e

RGPD
75
haria de processos, a nível
ação pública). Formador e
inistração Pública central,
Regulamento Geral de Proteção de Dados

A, IGAP e o CEFAPA (advi-

7 PASSOS PARA UMA METODOLOGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DO

o Instituto Politécnico de 25

de inspeção, dirigente na 5
convidada, exerceu advo-
árias pós graduações pela 0

RGPD NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

uada e mestranda na área
dora certificada em várias
ecursos Humanos e Audi-
ialização para a Adminis- Regulamento Geral de Proteção de Dados
utora de diversas publica-
congressos do INA, semi-

7 passos para uma metodologia

afios, em especial o de implementação do RGPD Sandra Francisco | Daniel Francisco
gulamento Geral de
do investimento na
os pessoais.
na Administração Pública
publicada, a imple-
especificidades da
1.ª Edição | Edições Sílabo
Contém:
s e especificidades
ria de RGPD, tendo • Ações práticas a desenvolver ISBN: 978-989-561-014-3
ve e prático, e que • Checklists de controlo
• RCM n.º 41/2018
224 páginas
em sete passos.
es práticas a desen- • Texto da Proposta de Lei n.º 120/XIII/3.ª
ão e controlo, numa • Índices sistemáticos de articulação
icação imediata do entre os artigos e os considerandos 100

Ano de publicação: 2019

slação nacional de do RGPD
95

.
75

P.V.P.: 17,60 euros

25

EDIÇÕES SÍLABO Encomendas: silabo@silabo.pt

0

relevância para a FAQ 10,so-
bre a competência para au-
torização, a qual a seguir se
transcreve) disponíveis no
site respetivo:
“10. Nas regiões autónomas e
nas autarquias locais a quem
compete autorizar a constitui-
ção da situação de pré-refor-
ma?
Para efeitos de aplicação do
regime da pré-reforma nas
autarquias locais, as referên-
cias feitas aos membros do
Governo ou ao empregador
público, devem considerar-se
feitas:
a) Nos municípios, ao presi-
dente da câmara munici-
pal;
b) Nas freguesias, à junta de
freguesia;
c) Nos serviços municipali-
zados, ao presidente do
conselho de administra-
ção.”
3.ª QUESTÃO - Descentrali-
zação de competências
De entre as muitas compe-
tências que foram transfe-
ridas para a Administração
Local, no âmbito do proces-
so de transferência de com-
petências para as Autarquias
Locais e para as Entidades
Intermunicipais, consta o
Decreto-Lei n.º 98/2018, de
27/11, que transfere as com-
petências para os Municípios
da autorização da explora-
ção de jogos de fortuna e
azar.
Considerando que alguns
Municípios por certo já acei-
taram esta competência,
bastando para o efeito, que
as respetivas Assembleias
Municipais não a tenham re-
jeitado,
Pergunta-se:
a) Quais as taxas a aplicar
para a emissão das res-
petivas licenças/autori-
zações, dado que, por
certo, os Municípios não
as têm previstas nos seus
regulamentos e os mes-
mos demoram muito tem-
po a alterar?
b) Quais deverão ser os re-
quisitos para os respeti-
vos licenciamentos?
c) Quais os documentos a
exigir aos requerentes,
para instruir o processo?
d) Modelos de requerimen-
tos?
e) Outras exigências e for-
malidades legais e buro-
cráticas
CONCLUSÃO:
A CCDR Norte prestou a se-
guinte informação:
A título de enquadramento
refere-se que a competên-
cia que é transferida para as
autarquias locais nos termos
do artigo 2.º do Decreto-Lei
n.º 98/2018, de 27 de no-
vembro, é a que se repor-
ta às “modalidades afins de
jogos de fortuna ou azar e
outras formas de jogo”, no-
meadamente rifas, tômbolas,
sorteios, concursos publici-
tários, concursos de conhe-
cimentos e passatempos.
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
As modalidades afins de
jogos de fortuna ou azar e
outras formas de jogo estão
referidas nos números 1 e 2
do artigo 159.º do Decreto-
-Lei n.º 422/89, de 2 de de-
zembro, na redação con-
ferida pelo Decreto-Lei n.º
98/2018, de 27/11, sendo
como tal consideradas “as
operações oferecidas ao pú-
blico em que a esperança de
ganho reside conjuntamente
na sorte e perícia do joga-
dor, ou somente na sorte, e
que atribuem como prémios
coisas com valor económico
predeterminado à partida” e
abrangendo também nes-
te conceito “rifas, tômbolas,
sorteios, concursos publicitá-
rios, concursos de conheci-
mentos e passatempos.”
Por sua vez, o n.º 1 do artigo
160.º dispõe sobre as condi-
cionantes à respetiva explo-
ração sendo de destacar, em
traços gerais, que essa explo-
ração fica dependente de au-
torização:
“a) Do presidente da respetiva
câmara municipal, quando cir-
cunscritos à área territorial do
município;
b) Do presidente da câmara
municipal da situação da resi-
dência ou da sede da entida-
de que procede à exploração
das modalidades afins de jo-
gos de fortuna ou azar e ou-
tras formas de jogo, quando
não circunscritos à área terri-
torial do município.”
O Decreto-Lei n.º 14/2009,
de 14 de janeiro, diploma le-
gal que estabelece os atos
praticados pelos quais são
O MUNICIPAL | N.º 417
35
cobradas taxas determina
que são devidas taxas pela
autorização para a explora-
ção de modalidades afins
de jogos de fortuna ou azar
e outras formas de jogo, pre-
vista no n.º 1 do artigo 160.º
do Decreto-Lei n.º 422/89,
de 2 de dezembro, com a re-
dação dada pelo Decreto-Lei
n.º 10/95, de 19 de janeiro,
quando organizada por enti-
dades com fins lucrativos.
O Decreto-Lei n.º 98/2018 de
27 de novembro procedeu
também à alteração dos nú-
meros 2 dos artigos 3.º e 4.º
do Decreto-Lei n.º 14/2009,
de 14 de janeiro determinan-
do que o regulamento que
fixe as taxas municipais pela
autorização a exploração de
modalidades afins de jogos
de fortuna ou azar e outras
formas de jogo, prevista no
n.º 1 do artigo 160.º do De-
creto-Lei n.º 422/89, de 2 de
dezembro, com a redação
dada pelo Decreto-Lei n.º
10/95, de 19 de janeiro, pode
conceder isenção ao reque-
rente se este for entidade
sem fins lucrativos ou de uti-
lidade pública e que o valor
dessa taxa é fixado pelo ór-
gão deliberativo do respetivo
município.
Sobre esta matéria deve ter-
-se em consideração a Lei n.º
53-E/2006, de 29 de dezem-
bro, na sua atual redação,
que aprova o Regime Geral
das Taxas das Autarquias
Locais e designadamente os
princípios da equivalência
jurídica e da justa repartição
dos encargos públicos a que
obedece a criação das taxas
 N.º 417 | O MUNICIPAL
36

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

das autarquias locais tendo em vista a prossecução Anexo I à Lei n.º 75/2013, de solicitar apoio para iniciar o
do interesse público local e a promoção de finalidades 12 de setembro e alíneas a) processo de uma mobilidade
sociais. a f) do n.º 2 do artigo 8.º da intercategoria de um Assis-
Lei n.º 53-E/2006, de 29 de tente Técnico para Coorde-
E de acordo com as várias alíneas do n.º 2 do artigo 8.º
dezembro, na sua atual re- nador Técnico. No entanto
o regulamento que crie estas taxas deve, obrigatoria-
dação) surge esta dúvida uma vez
mente e sob pena de nulidade conter:
que esse Assistente Técnico
O que implica que os aspe-
a) A indicação da base de incidência objetiva e sub- é o único trabalhador da jun-
tos procedimentais referidos
jetiva; ta de freguesia com contrato
nas várias alíneas da ques-
de trabalho por tempo inde-
b) O valor ou a fórmula de cálculo do valor das taxas tão formulada, devam estar
terminado. Existem mais 2
a cobrar; regulamentados e constar
trabalhadores com contratos
de normativo aprovado pela
c) A fundamentação económico-financeira relativa CEI pelo IEFP.
autarquia local.
ao valor das taxas, designadamente os custos di-
retos e indiretos, os encargos financeiros, amor- A ATAM concorda com a Pergunta-se:
tizações e futuros investimentos realizados ou a informação prestada pela É possível essa mobilidade
realizar pela autarquia local; CCDR Norte. para coordenador técnico,
d) As isenções e sua fundamentação; De referir que, no universo existindo apenas um traba-
dos jogos de fortuna e azar, lhador com contrato de tra-
e) O modo de pagamento e outras formas de extin- balho e mais 2 trabalhadores
apenas uma pequena par-
ção da prestação tributária admitidas; CEI? Não existem criadas
cela, de reduzida relevância,
f) A admissibilidade do pagamento em prestações. foi objeto de transferência secções no Mapa de Pessoal
para os Municípios. da Junta de Freguesia.
Em síntese:
A competência para autorizar a exploração de modali-
dades afins do jogo de fortuna ou azar e outras formas 4.ª QUESTÃO - Mobilida- CONCLUSÃO:
de jogo é do Presidente da Câmara Municipal, enquan- de intercategoria de um A CCDR Norte prestou a
to a competência para aprovação e fixação do valor Assistente Técnico para seguinte informação:
das taxas é da Assembleia Municipal, sob proposta do Coordenador Técnico
executivo, atento o disposto na alínea b) do n.º 1 do ar- Conforme se defende na INF_
tigo 25.º, do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setem- No âmbito do processo de DSAJAL_TR_9168/2018, de
bro e do n.º 2 do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 14/2009, mobilidade intercategoria, 22.10.2018, o “artigo 88.º
de 14 de janeiro. veio uma Junta de Freguesia da Lei Geral do Trabalho em

Face ao atrás expos-

to, carecendo a fixa-
ção das taxas que se
reportam ao licencia-
mento das modalida-
des afins de jogos de
fortuna ou azar e ou-
tras formas de jogo de
regulamento a apro-
var pela Assembleia
Municipal, também
as suas condições
de atribuição devem
constar de regulamen-
to (cf. alínea g) do n.º
1 do artigo 25.º, do

Funções Públicas, aprovada
pela Lei n.º 35/2014, de 20 de
junho corresponde na íntegra
ao disposto no artigo 49.º da
Lei n.º 12-A/2008, de 27 de
fevereiro sendo que o estabe-
lecimento de regras de densi-
dade já existia inclusivamente
antes deste normativo.
Assim, o artigo 88.º refere ex-
pressamente que “a previsão,
nos mapas de pessoal, de
postos de trabalho que devam
ser ocupados por coordena-
dores técnicos da carreira de
assistente técnico depende
da existência de unidades or-
gânicas flexíveis com o nível
de secção ou da necessidade
de coordenar, pelo menos, 10
assistentes técnicos do res-
petivo setor de atividade.
Nesta conformidade, a previ-
são destes lugares está sujei-
ta a uma condição ou requi-
sito, sendo este de aplicação
obrigatória pelo que a regra
da densidade não é afastada
caso a mobilidade ocorra
por um período determina-
do.”
Assim sendo e tratando-se
de mobilidade intercatego-
rias de assistente técnico
para coordenador técnico,
tem sido entendido por esta
CCDR que, no atual contexto
legal:
• A mobilidade é determi-
nada pela conveniência
para o interesse público
a qual tem de ser funda-
mentada;
• Para se operar a mobili-
dade interna é necessá-
ria a existência de posto
de trabalho previsto no
mapa de pessoal;
• A criação do posto de tra-
balho que deva ser ocu-
pado por coordenadores
técnicos tem de obedecer
às condições fixadas no
artigo 88.º da LTFP, isto
é, quanto às regras de
densidade a que obede-
ce a criação dos postos
de trabalho que devam
ser ocupados por coor-
denadores técnicos, este
normativo determina que
a sua previsão depende:
- Da existência de unida-
des orgânicas flexíveis
com o nível de secção,
ou
- Da necessidade de
coordenar, pelo menos,
10 assistentes técnicos
do respetivo setor de
atividade.
Acresce referir que, do pon-
to de vista do trabalhador, a
concretização da mobilidade
intercategorias de assisten-
te técnico para coordenador
técnico, depende ainda da
titularidade de habilitação
adequada e não pode modi-
ficar substancialmente a sua
posição remuneratória.
Ora, no caso presente, na
medida em que dos parcos
dados facultados consta que
na autarquia em causa existe
“apenas um trabalhador com
contrato de trabalho e mais 2
trabalhadores (CEI)” – isto é,
que celebraram contratos de
emprego inserção - e “Não
existem criadas secções no
Mapa de Pessoal da Junta
de Freguesia”, afigura-se que
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
não se verificam as condi-
ções necessárias para que
ocorra a referida mobilidade,
por falta de preenchimento
de uma das condições iden-
tificadas na regra de den-
sidade, prevista no n.º 3 do
artigo 88.º da LTFP.
A ATAM concorda com a
informação prestada pela
CCDR Norte, sendo que o
assunto foi já objeto de apre-
ciação noutras RAP’S e pa-
receres com idênticas con-
clusões.
Refere-se também que, para
sujeitar um trabalhador a
mobilidade como coordena-
dor técnico, a ATAM tem de-
fendido a prévia previsão do
posto em mapa de pessoal.
O “mapa de pessoal” é um
instrumento do planeamento
anual a que o município está
obrigado em nome da boa
gestão dos interesses que
lhe são confiados (cf. artigo
28.º da LTFP), e o município
tem de prever e caraterizar
todos os postos de trabalho
tidos como necessários para
o desenvolvimento das suas
atividades, sejam elas de
caráter temporário ou per-
manente. Não obstante ser
este o nosso entendimento
(a partir de 2017) também
seguido pela CCDRN, no-
meadamente in “Inf DSAJAL
TR 2164/16, e também na
RAP de Santa Maria da Fei-
ra (de 21/02/2017 – questão
1), sabemos que a DGAEP,
conforme citado no parecer
da CCDRC (DAJ 282/15) in
http://www.ccdrc.pt , opor-
tunamente defendia posição
diferente. Mas ainda que se
O MUNICIPAL | N.º 417
37
entendesse neste último sen-
tido, não pode deixar de se
exigir que, para o desempe-
nho de coordenador técnico
tal depende da existência de
unidades orgânicas flexíveis
com o nível de secção ou da
necessidade de coordenar,
pelo menos, 10 assistentes
técnicos do respetivo setor
de atividade
5.ª QUESTÃO – Procedi-
mentos Concursais. Au-
diência dos interessados
No âmbito de Procedimentos
Concursais e na fase da au-
diência dos interessados,
Pergunta-se:
Os candidatos opositores
podem consultar todo o pro-
cesso do procedimento con-
curso e ter acesso a todos
os documentos inclusive aos
currículos vitae dos outros
candidatos opositores ao
mesmo procedimento con-
cursal?
CONCLUSÃO:
A CCDR Norte prestou a se-
guinte informação:
A Portaria n.º 83-A/2009, de
22/01, alterada e republicada
pela Portaria n.º 145-A/2011,
de 6/04, regulamenta a tra-
mitação do procedimento
concursal e dispõe no n.º 1
do seu artigo 36.º, sob a epí-
grafe de Audiência dos inte-
ressados e homologação que
“À lista unitária de ordenação
final dos candidatos aprova-
dos, bem como às exclusões
do procedimento ocorridas na
 N.º 417 | O MUNICIPAL
38

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

sequência da aplicação de cada um dos métodos de se- A necessidade de realiza- Como refere Luiz S. Cabral
leção é aplicável, com as necessárias adaptações, o dis- ção de audiência dos inte- de Moncada 5:
posto nos números 1 e 3 do artigo 30.º e nos números 1 ressados relativamente às
“(…) alguns atos administra-
a 5 do artigo 31.º.” exclusões do procedimen-
tivos constituem já antes da
to ocorridas na sequência
Remete, assim, este artigo para os artigos 30.º - Exclu- decisão final uma tomada de
da aplicação de cada um
são e notificação e 31.º - Pronúncia dos interessados posição quanto a certos efei-
dos métodos de seleção
da mesma portaria, que, na parte objeto da remissão e tos ou quanto a certos inte-
resulta de o ato de exclu-
que interessa à questão em apreço estabelece que os ressados no procedimento.
são ter relevância autóno-
candidatos excluídos são notificados para a realização Como que se destacam des-
ma no procedimento con-
da audiência dos interessados nos termos do Código te para efeitos de constituir
cursal, produzindo direta
do Procedimento Administrativo e que as alegações já situações jurídicas defini-
e imediatamente efeitos na
a apresentar pelos candidatos e a deliberação a pro- das e daí que a jurisprudên-
esfera dos candidatos 2 3
ferir sobre as mesmas podem ter por suporte um for- cia aceite o respetivo contro-
(cabendo, por isso, aliás no
mulário tipo, caso em que é de utilização obrigatória. lo contencioso autónomo”.
conceito ato administrativo
O direito de audiência dos interessados, “momento impugnável - cf. o n.º 1 e Os candidatos podem, pois,
por excelência de garantia da participação dos inte- alínea a) do n.º 2 do artigo em sede de audiência pré-
ressados nas decisões que lhes digam respeito” 1, vem 51.º do Código de Proces- via “pronunciar-se sobre
consignado nos artigos 121.º - Direito de audiên- so nos Tribunais Adminis- todas as questões com in-
cia prévia e seguintes do Código do Procedimento trativos 4). teresse para a decisão, em
Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º matéria de facto e de direi-
4/2015, de 7/01, onde se refere que os interessados to, bem como requerer dili-
têm o direito de ser ouvidos no procedimento antes 2 Como diz J.C. Vieira de Andrade, em “Li- gências complementares e
de ser tomada a decisão final, devendo ser informa- ções de Direito Administrativo”, 4.ª Edição, juntar documentos” (cf. n.º
Imprensa da Universidade de Coimbra,
dos, nomeadamente, sobre o sentido provável desta 2 do artigo 121.º do CPA),
Coimbra, página 188: «Não se consideram,
e podendo pronunciar-se sobre todas as questões assim, integrados no procedimento: (…) os devendo o júri, no momen-
com interesse para a decisão, em matéria de facto atos com autonomia funcional (por visarem to da notificação para este
e de direito, bem como requerer diligências comple- produzir efeitos externos próprios, como
efeito, fornecer-lhes toda a
acontece tipicamente com (…) a decisão
mentares e juntar documentos. de exclusão de candidato de procedimento
matéria essencial, de facto
concursal)». e de direito, em que se ba-
Por sua vez, a notificação fornece o projeto de de-
3 Pode ler-se no sumário do Acórdão do seia a intenção de decidir.
cisão e demais elementos necessários para que os
Supremo Tribunal Administrativo de
interessados possam conhecer todos os aspetos re- 25.06.2015, Proc.º 0757/13 (acessível em Acompanha-se pois Car-
levantes para a decisão, em matéria de facto e de http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/35fbbbf22e1bb los José Batalhão 6, quando
direito, indicando também as horas e o local onde 1e680256f8e003ea931/401df900ff64737d8
0257e750030f4ec?OpenDocument):
o processo pode ser consultado - cf. número 2 do “Deste modo, não é a homologação da lista
Devem incluir-se aqui as decisões que, por
artigo 122.º do CPA. de classificação final e graduação dos can-
si, já produzem efeitos jurídicos externos,
didatos, onde os recorrentes já não cons-
designadamente ablatórios, ainda que de-
Nos termos da Portaria supra mencionada, a audiên- tam por força da eliminação, que os pode
vam ser complementadas por atos jurídicos
cia dos interessados deve, assim, ser realizada, para afetar, mas sim os atos que os afastaram
de execução vinculada, bem como os atos
da fase seguinte do concurso”.
além das situações previstas no n.º 1 do artigo 30.º que determinem a exclusão do interessado

em relação às exclusões do procedimento ocorridas 4 A propósito do conceito de ato adminis-
trativo impugnável, refere J.C. Vieira de An-
na sequência da aplicação de cada um dos métodos
drade, “A Justiça Administrativa – Lições”,
de seleção, mas também quanto à lista unitária de 15.ª Edição, Almedina, 2016, páginas 170 e
do procedimento e, em geral, os atos des-
tacáveis do procedimento, isto é, aqueles
que, embora inseridos num procedimento,
produzam efeitos jurídicos externos autono-

ordenação final dos candidatos aprovados. 171:
“a) Assim, o artigo 51.º, n.º 2, alínea a), na
versão de 2015, esclarece que são, de-
1 Vital Moreira, Sebenta de Direito Administrativo 2006/2007 (capítulo 7 - “Formas de signadamente, impugnáveis “as decisões
ação administrativa”), página 379, que refere estar consagrado um «princípio da dupla tomadas no âmbito de procedimentos que
decisão: a Administração está hoje obrigada a elaborar um projeto de decisão devida- não possam ser de novo apreciadas em
mente fundamentado, projeto esse que será comunicado ao interessado para que este momento subsequente do mesmo proce-
se pronuncie sobre ele, só depois devendo a Administração tomar a decisão final». dimento”.
mamente, sem ser através do ato principal
do procedimento”.
5 “Código do Procedimento Administrativo
anotado”, Coimbra Editora, Coimbra, 2015,
página 44.
6 “Novo Código de Procedimento Adminis-
trativo – Notas Práticas e Jurisprudência”,

este refere que:
”Para um exercício sério e
completo do direito de au-
diência prévia, a que cor-
responda uma participação
substantiva e não apenas o
cumprimento de uma mera
formalidade, a notificação
para a audiência deve forne-
cer todos os elementos ne-
cessários para o interessado
avaliar a intenção decisória
que por essa via lhe é co-
municada, seus fundamen-
tos e, até, tudo quanto se
passou ou devia ter passado
em sede de instrução, não
só pela tutela dos seus in-
teresses, mas também para
“ajudar” a Administração a
decidir “melhor”.
Também no Estudo da Pro-
vedoria de Justiça da Auto-
ria de Ana Fernanda Neves7
Porto Editora, Porto, 2015, página 181. Em
anotação artigo 12.º do CPA (Princípio da
participação), refere o mesmo Autor, ob. cit.,
página 63:
“Concretamente, traduz-se numa espécie
de exercício de contraditório por parte dos
particulares no procedimento tendente à
tomada de uma decisão ou deliberação (…).
(…) os interessados têm o direito de ser ou-
vidos, devendo, para isso, ser informados do
sentido provável da decisão (ANDRADE DA
SILVA, J. “Regime Jurídico das Empreitadas
de Obras Públicas”, Anotado, Almedina, 7.ª
Edição, pp. 287 e 288).
Alerta-se, portanto, dada a importância
deste princípio e dos seus mecanismos
concretizadores, que estes não podem ser
meros expedientes ou formalidade, devendo
ter um aspeto substancial de verdadeira par-
ticipação e colaboração transparente. Daí as
exigências de conteúdo da notificação para
a audiência prévia previstas no artigo 122.º
do Código (…)”.
7 “O Recrutamento de Trabalhador Público”,
2013, pp. 103 e 104 (acessível em: http://
www.provedor-jus.pt/site/public/archive/
doc/O_Recrutamento_de_Trabalhador_Pu-
blico.pdf).
é referido:
“A audiência prévia tem
como funções principais a
de permitir ao decisor admi-
nistrativo refletir sobre a sua
própria decisão, corrigindo-a
se for o caso e a de possi-
bilitar ao interessado aferir
desta mesma correção pug-
nando pela mesma de forma
preventiva. Trata-se, pois, de
uma formalidade essencial,
dotada de uma dimensão
substantiva, ancilar da lega-
lidade do concurso e, sobre-
tudo, de garantia dos direitos
e interesses legalmente pro-
tegidos do particular”.
Acresce que no que con-
cerne ao direito de acesso
à informação detida pela
Administração Pública por
parte dos cidadãos admi-
nistrados consagrado no
artigo 268.º da Constituição
da República Portuguesa
(CRP), deve distinguir-se os
casos de acesso no âmbito
de um procedimento admi-
nistrativo em curso (n.º 1)
e aqueles em que os cida-
dãos pretendem aceder aos
arquivos e registos adminis-
trativos fora do âmbito pro-
cedimental (n.º 2).
Esse direito constitucional
encontra-se regulado, res-
petivamente, pelos artigos
82.º a 85.º do CPA, quando
no âmbito de um procedi-
mento - situação em que,
por princípio, o acesso cabe
aos diretamente interessa-
dos no procedimento a que
reportam as informações
ou, “por extensão” a quais-
quer pessoas que provem
ter interesse legítimo no co-
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
nhecimento dos elementos
que pretendam.
Na situação colocada, es-
tamos perante o direito à
informação procedimen-
tal, exercido no âmbito e
no decurso de um proce-
dimento administrativo em
curso.
Ora, nos termos do artigo
83.º - Consulta do proces-
so e passagem de certi-
dões do CPA:
1- Os interessados têm o
direito de consultar o pro-
cesso que não contenha
documentos classificados
ou que revelem segredo
comercial ou industrial ou
segredo relativo à proprie-
dade literária, artística ou
científica.
2- O direito referido no
número anterior abrange
os documentos relativos a
terceiros, sem prejuízo da
proteção dos dados pes-
soais nos termos da lei.” 8
Na aferição da legitimida-
de do acesso, atualmente,
deve atender-se ao dispos-
to no artigo 5.º do Regula-
mento Geral de Proteção
de Dados, publicado a 4
de maio de 2016, no Jornal
Oficial da União Europeia
que impõe que os dados
pessoais sejam “[o]bjeto de
um tratamento lícito, leal e
transparente em relação ao
titular dos dados», «[r]ecolhi-
dos para finalidades determi-
8 Cf. Também o n.º 4 do artigo 35.º da CRP
que dispõe:”[é] proibido o acesso a dados
pessoais de terceiros, salvo em casos exce-
cionais previstos na lei”.
O MUNICIPAL | N.º 417
39
nadas, explícitas e legítimas
e não podendo ser tratados
posteriormente de uma for-
ma incompatível com essas
finalidades (…)” e “[a]dequa-
dos, pertinentes e limitados
ao que é necessário relativa-
mente às finalidades para as
quais são tratados»”[alíneas
a), b) e c) do n.º 1].
Deste modo, o tratamento
de dados pessoais deve ser
feito de forma lícita, condi-
cionando-se a legitimidade
de recolha desses dados
à finalidade para a qual te-
nham lugar, exigindo-se que
essa finalidade seja previa-
mente determinada, explíci-
ta e legítima, e não poden-
do, em momento posterior,
esses dados ser tratados de
forma incompatível com essa
finalidade 9 10.
9 Dispõe o considerando 39 do RGPD: “(…)
Em especial, as finalidades específicas do
tratamento dos dados pessoais deverão
ser explícitas e legítimas e ser determinadas
aquando da recolha dos dados pessoais.
Os dados pessoais deverão ser adequados,
pertinentes e limitados ao necessário para os
efeitos para os quais são tratados. Para isso, é
necessário assegurar que o prazo de conser-
vação dos dados seja limitado ao mínimo. Os
dados pessoais apenas deverão ser tratados
se a finalidade do tratamento não puder ser
atingida de forma razoável por outros meios.
(…) Os dados pessoais deverão ser tratados
de uma forma que garanta a devida segurança
e confidencialidade, incluindo para evitar o
acesso a dados pessoais e equipamento uti-
lizado para o seu tratamento, ou a utilização
dos mesmos, por pessoas não autorizadas”.
10 A propósito dos princípios previstos pelo
RGPD, v. Filipa Matias Magalhães e Maria
Leitão Pereira, “Regulamento Geral de
Proteção de Dados – Manual Prático”, 2.ª
Edição, Vida Económica, 2018, pp. 30 e 31:
“O RGPD impõe que os dados pessoais
sejam:
- Objeto de um tratamento lícito (…), leal
e transparente em relação ao titular dos
dados - as pessoas singulares devem
conseguir perceber como os dados
pessoais que lhes dizem respeito são
 N.º 417 | O MUNICIPAL
40

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

Acerca da licitude do tratamento dos dados pessoais, ses legítimos do responsá- ponderar-se em cada caso
dispõe o artigo 6.º - Licitude do tratamento do RGPD, vel pelo tratamento ou de a sobreposição de direitos,
na parte com pertinência para a Consulta: um terceiro". mas com salvaguarda, em
particular da posição do ti-
“1. O tratamento só é lícito se e na medida em que se Face às considerações te-
tular dos direitos garantidos
verifique pelo menos uma das seguintes situações: cidas, conclui-se que, nos
pelo RGPD. Em casos de dú-
procedimentos concur-
a) Se o titular dos dados tiver dado o seu consentimento vida em que devam ser pon-
sais, a consulta do proces-
explícito para o tratamento desses dados pessoais para derados direitos dos titulares
so administrativo por parte
uma ou mais finalidades específicas, exceto se o direito dos dados, é aconselhável o
dos candidatos abrange
da União ou de um Estado-Membro previr que a proibi- recurso à CADA (Comissão
todos os documentos, in-
ção a que se refere o n.º 1 não pode ser anulada pelo de Acesso aos Documentos
cluindo o curriculum vitae
titular dos dados; Administrativos). O Regula-
dos outros candidatos
mento Geral da Proteção de
(…) opositores ao respetivo
Dados é mais exigente que
procedimento concursal,
f) O tratamento for necessário para efeito dos interesses as regras administrativas, até
de modo a garantir o ple-
legítimos prosseguidos pelo responsável pelo tratamento agora seguidas.
no exercício do direito de
ou por terceiros, exceto se prevalecerem os interesses audiência prévia (com ex- Foram também acentuados
ou direitos e liberdades fundamentais do titular que exi- ceção das categorias es- por elementos presentes,
jam a proteção dos dados pessoais, em especial se o peciais de dados pessoais concordantes com a posição
titular for uma criança”. previstos no artigo 9.º do da CCDRN, os princípios da
Note-se que, nos termos da alínea d) do artigo 13.º do RGPD, vg. eventuais nota- licitude da recolha de dados
RGPD: «[q]uando os dados pessoais forem recolhidos ções resultantes da avalia- [vg. artigo 6.º n.º 1 alíneas a)
junto do titular, o responsável pelo tratamento faculta- ção psicológica) e b) do RGPD) facto a men-
-lhe, aquando da recolha desses dados pessoais, as Este entendimento possui cionar no procedimento, da
seguintes informações: (…) [s]e o tratamento dos da- respaldo no Acórdão do finalidade, vg. conforme ar-
dos se basear no artigo 6.º, n.º 1, alínea f), os interes- Supremo Tribunal Adminis- tigo 30.º do RGPD (Registos
trativo (Proc.º 0870/17, de das atividades de tratamen-
20.12.2017), acessível em: to… d) As categorias de des-
recolhidos, utilizados, consultados ou sujeitos a qualquer outro tipo de tratamento
tinatários a quem os dados
e a medida em que os dados pessoais são ou virão a ser tratados;
http://www.dgsi.pt/jsta.nsf/ pessoais foram ou serão di-
- Recolhidos para finalidades determinadas, explícitas e legítimas e não podendo ser
tratados posteriormente de uma forma incompatível com essas finalidades; Para 35fbbbf22e1bb1e680256f8e vulgados…em conjugação
verificar se o tratamento posterior é compatível (ou não) com a finalidade para a 003ea931/9c55aff4669f54d com o artigo 15.º n.º 1 alínea
qual os dados pessoais foram recolhidos, ter-se-á em consideração os seguintes
38025820c005b160e?Open d)]. Há também entendimen-
fatores: existência de uma ligação entre a finalidade inicial e a finalidade do trata-
mento posterior, contexto da recolha dos dados pessoais, nomeadamente no que Document&ExpandSection= tos de que o consentimento
respeita à relação entre o titular dos dados e o responsável pelo seu tratamento, 1&Highlight=0,Uni%C3%A3 do trabalhador não constitui
natureza dos dados pessoais, com especial cuidado para as categorias especiais
o,Europeia requisito de legitimidade do
de dados pessoais, eventuais consequências do tratamento posterior pretendido
para os titulares dos dados e existência de salvaguardas adequadas (cifragem ou A ATAM, na generalidade, tratamento dos seus dados
pseudonimização, por exemplo).
concorda com a informação pessoais se esse tratamento
- Adequados, pertinentes e limitados ao que é necessário relativamente às finali-
prestada pela CCDR Norte. estiver abrangido pelo dis-
dades para as quais são tratados (só pode haver tratamento de dados pessoais
quando a finalidade do tratamento não possa ser alcançada por outras vias);
posto na alínea b) do n.º 1
No entanto, os colegas do artigo 6.º do RGPD, e se
- Exatos e atualizados sempre que necessário (devem ser adotadas todas as medi-
das adequadas para que os dados inexatos, tendo em conta as finalidades para que Marcelo Delgado e Chaves inserir no âmbito do consi-
são tratados, sejam apagados ou retificados sem demora); Barroso, presentes nesta derando 155 do RGPD, de-
- Conservados de uma forma que permita a identificação dos titulares dos dados ape-
RAP, opinaram, face à nova vendo acautelar-se, no início
nas durante o período necessário para as finalidades para as quais são tratados; O
responsável pelo tratamento dos dados deve implementar uma política de manu- realidade do RGPD (Regu- do procedimento, a situação
tenção, arquivo e apagamento dos dados de modo a garantir que esses não sejam lamento Geral de Proteção de licitude e menção do fim
conservados durante um período superior ao período estritamente necessário.
de Dados), que, quanto ao da recolha, assim se possi-
- Tratados de uma forma que garanta a sua segurança, incluindo a proteção contra o
seu tratamento não autorizado ou ilícito e contra a sua perda, destruição ou danifi-
questionado, o titular tem bilitando a fundamentação
cação acidental, adotando as medidas técnicas ou organizativas adequadas. (…)”. que dar autorização. Devem necessária para eventuais

impugnações, que, de outra
forma, soçobram.
N.R. O procedimento con-
cursal regula-se, atual-
mente, pelas normas da
Portaria n.º 125-A/2019,
de 30 de abril.
6.ª QUESTÃO - Isenção de
horário de trabalho
Um trabalhador que esteja
com isenção de horário,
Pergunta-se:
Pode receber alguma com-
pensação remuneratória, por
essa isenção?
CONCLUSÃO:
A CCDR Norte prestou a se-
guinte informação:
Extrai-se da INF_DSAJAL_
TR_9249/18, de 24.10.2018 -
disponível na página institu-
cional desta CCDR em http://
norteonline.ccdr-n.pt/Pare-
ceres/Publicados/13260_1.
pdf - em que foi analisado
um requerimento apresenta-
do por uma trabalhadora mu-
nicipal (técnica superior) no
qual esta solicitava isenção
de horário de trabalho, bem
como que lhe fosse atribuído
o devido suplemento remu-
neratório:
“A possibilidade de um técni-
co superior exercer funções
isento de horário de trabalho
só é admissível se lei ou ins-
trumento de regulamentação
coletiva o permitir;
O ACT n.º 1/2009, possibilitou
o alargamento da isenção de
horário, mediante acordo en-
tre o trabalhador e a respetiva
entidade empregadora públi-
ca, aos técnicos superiores,
coordenadores técnicos e
encarregados gerais opera-
cionais;
O artigo 10.º da Lei n.º
35/2014, de 20 de junho,
estabeleceu um prazo de 60
dias para o exercício dos di-
reitos de oposição e de opção
previstos, respetivamente,
nos n.ºs 3 e 5 do artigo 370.º;
Na sequência da referida de-
terminação o STAL exerceu o
direito de oposição à aplica-
ção aos trabalhadores seus
filiados do regime constante
do ACT n.º 1/2009;
O ACT n.º 1/2009 não se apli-
ca aos trabalhadores filiados
no STAL.
E ainda,
“O suplemento remuneratório
só pode ser atribuído se pre-
visto na lei e regulamentado
em instrumento de regula-
mentação coletiva de traba-
lho.
O Decreto-Lei n.º 25/2015, de
6 de fevereiro que estabele-
ce as condições que podem
fundamentar a atribuição de
suplementos remuneratórios
ainda não é aplicável às autar-
quias locais”.
Nessa informação, a par da
análise das condições ne-
cessárias à isenção do ho-
rário de trabalho, constantes
dos artigos 117.º, 118.º e
119.º da Lei Geral do Tra-
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
balho em Funções Públicas
(LTFP), aprovada pela Lei n.º
35/2014, de 20 de junho, na
sua atual redação, refere-se
que resulta das normas legais
em vigor, que para além dos
titulares de cargos dirigentes
e trabalhadores que chefiem
equipas multidisciplinares,
podem gozar de isenção de
horário, outros trabalhadores
desde que tal seja admitido
por lei, ou previsto em ins-
trumento de regulamentação
coletiva.
E a propósito da isenção de
horário Paulo Veiga e Moura
e Cátia Arrimar em anotação
ao artigo 118.º da LTFP in
Comentários à Lei Geral de
Trabalho em Funções Públi-
cas, página 401, referem:
“Relativamente aos trabalha-
dores a quem a lei ou o ins-
trumento de regulamentação
coletiva de trabalho permita
que acordem prestar trabalho
em regime de isenção, as mo-
dalidades da isenção podem
ser duas. Pode a isenção con-
sistir num alargamento, relati-
vamente ao período normal de
trabalho, do número de horas
que por dia e semana podem
ser prestadas, acordando as
partes no número de horas a
mais que por dia e semana
estão abrangidas na isenção,
findas as quais passará a
prestar trabalho suplementar.
Pode ainda a isenção de ho-
rário consistir na obrigação de
se observarem os períodos
normais de trabalho acorda-
dos entre as partes, situação
essa em que, para além de
se poder estipular um período
normal superior ao que esteja
O MUNICIPAL | N.º 417
41
legalmente estipulado para a
generalidade dos trabalhado-
res, obriga a que o trabalha-
dor cumpra diariamente tan-
tas horas quantas as acorda-
das, não obstante não haver
uma pré-determinação das
horas de entrada e de saída.
A determinação concreta da
modalidade de isenção será
efetuada por lei ou pelo instru-
mento de regulamentação co-
letiva de trabalho que permitir
a adoção de tal modalidade
de trabalho. Sendo certo que,
se ali nada se estipular, a mo-
dalidade regra a aplicar será a
do alargamento do número de
horas a prestar em isenção, o
qual, nessa hipótese, não po-
derá ser superior a duas horas
diárias e a 10 horas semanais
(…).”
Por outro lado a cláusula 9.ª
do ACT n.º 1/2009, possibi-
litou o alargamento da isen-
ção de horário, mediante
acordo entre o trabalhador e
a respetiva entidade empre-
gadora pública, aos técnicos
superiores, coordenadores
técnicos e encarregados ge-
rais operacionais.
Acontece que o ACT n.º
1/2009, consoante esclare-
cimento em FAQ da DGAEP
in https://www.dgaep.gov.pt/
aplica-se:
“a) A todos os trabalhadores
filiados nas associações sin-
dicais outorgantes do acordo
que se encontrem vinculados
em regime de contrato de
trabalho em funções públicas
por tempo indeterminado e
estejam integrados nas carrei-
ras gerais de técnico superior,
 N.º 417 | O MUNICIPAL
42

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

de assistente técnico e de assistente operacional, ou nas Tendo em consideração o ainda não há muito tempo.
carreiras subsistentes constantes do Mapa VII anexo ao exposto - e embora se des-
Pergunta-se:
Decreto-Lei n.º 121/2008, de 11 de julho; conheça em que carreira
se encontra concretamente Se, tendo como fim “com-
b) Aos restantes trabalhadores integrados nas carreiras
integrado o trabalhador em
referidas na alínea anterior que não exerçam o direito de pensar” os respetivos ex-
causa, nem se o mesmo se
oposição à aplicação do ACT n.º 1/2009 no prazo de 60 -titulares de cargos dirigen-
encontra ou não filiado no
dias úteis a contar da entrada em vigor da LTFP - n.º 2 tes, por estarem “disponí-
STAL e/ou se a autarquia
do artigo 10.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho”. veis” no âmbito das suas
em causa celebrou ou não
O que equivale a referir que “O acordo coletivo não se acordo coletivo de trabalho funções, pode, a Câmara
aplica: com este ou outro sindica- (Presidente?), atribuir-lhes
to - considera-se que, na
mais um nível remunera-
a) Aos trabalhadores não sindicalizados que tenham ausência de previsão legal
tório? Se sim, com que
exercido o direito de oposição previsto nos n.ºs 3 e 4 do ou de instrumento de regu-
artigo 370.º da LTFP; lamentação coletiva nesse fundamento legal o pode
sentido, o trabalhador mes- fazer?
b) Aos trabalhadores filiados em associação sindical que
mo que reúna as condições
tenha igualmente exercido o direito de oposição previsto
necessárias a exercer fun-
Ainda, neste contexto,
nos n.ºs 3 e 4 do artigo 370.º da LTFP.” questiona-se: Se a quem
ções em regime de isenção
de horário de trabalho, não toda a vida desempenhou,
Quanto à questão concreta de saber se um trabalhador
com isenção de horário pode receber qualquer com-
pode beneficiar de qualquer e agora desempenha com
compensação remunerató- elevado sentido de res-
pensação remuneratório anota-se que o n.º 1 do artigo
ria.
164.º da LTFP prevê que o trabalhador isento de horá- ponsabilidade, de pontua-
rio de trabalho nas modalidades previstas nas alíneas A ATAM concorda com a lidade, de assiduidade,
a) e b) do n.º 1 do artigo 118.º tem direito a um suple- informação prestada pela mais que as funções que
mento remuneratório, nos termos fixados por lei ou em CCDR Norte. lhe competem, nomea-
instrumento de regulamentação coletiva de trabalho.
damente, em termos de
O que significa que a atribuição de suplemento remu- quantidade de serviço, (tal
neratório só pode ocorrer nas modalidades de isenção 7.ª QUESTÃO - Posicio- se evidenciando por com-
de horário na modalidade de “não sujeição aos limites
namento remuneratório paração com colega (s)
máximos dos períodos normais de trabalho” e de “possi-
que, praticamente, apenas
bilidade de alargamento da prestação a um determinado Numa determinada autar-
número de horas, por dia ou por semana”, sendo que desempenham uma deter-
quia, em consequência da
está dependente de lei ou instrumento de regulamen- minada tarefa específica),
reestruturação orgânica
tação coletiva que o discipline, pelo que na sua ausên- não poderá também ser-lhe
cia, não pode ser atribuído. dos serviços, alguns che-
atribuído novo nível remu-
fes de divisão, cujas uni-
Acresce que as obrigações, ou condições específicas neratório? Se sim, com que
dades orgânicas foram ex-
que podem fundamentar a atribuição de suplementos fundamento legal o pode
tintas ou agrupadas, foram
remuneratórios aos trabalhadores abrangidos pela a câmara municipal (presi-
LTFP constam do Decreto-Lei n.º 25/2015, de 6 de fe-
posicionados nas respe-
dente) fazer?
vereiro - Cf. alínea c) do n.º 2 do artigo 2.º quanto à tivas carreiras de origem,
isenção de horário de trabalho. nos níveis remuneratórios
que lhes couberam, con- CONCLUSÃO:
Contudo, nos termos do artigo 1.º deste diploma, a
siderando os anos em que
sua aplicação à administração local depende de diplo-
estiveram no desempenho A CCDR Norte prestou a se-
ma próprio, sendo que até à presente data não se ve-
guinte informação:
rificou essa publicação, pelo que ainda não é aplicável de funções dirigentes. Es-
às autarquias locais. sas situações ocorreram Não é possível “compensar”

os respetivos ex-titulares
de cargos dirigentes nem
atribuir-lhes um “novo ní-
vel remuneratório”, a menos
que a situação se enqua-
dre no artigo 16.º da Lei n.º
71/2018, de 31 de dezembro,
que aprovou o Orçamento de
Estado para 2019 (OE para
2019), o que se desconhece.
De facto, este normativo
apenas admite:
- Alterações obrigatórias de
posicionamento remunerató-
rio, progressões e mudanças
de nível ou escalão, relevan-
do, para o efeito, os pontos
ainda não utilizados que o
trabalhador tenha acumu-
lado durante o período de
proibição de valorizações
remuneratórias e sendo o
pagamento dos acréscimos
remuneratórios a que o tra-
balhador tenha direito por
via de situações ocorridas
em 2018 ou que ocorram em
2019 processado com o fa-
seamento previsto para 2019
no n.º 8 do artigo 18.º da Lei
do Orçamento do Estado de
2018, aprovada pela Lei n.º
114/2017, de 29 de dezem-
bro.
- Alterações gestionárias de
posicionamento remunera-
tório, nos termos do artigo
158.º da Lei Geral do Tra-
balho em Funções Públicas
(LTFP), aprovada em anexo
à Lei n.º 35/2014, de 20 de
junho, na sua redação atual,
dentro da dotação inicial
aprovada para este mecanis-
mo, com aplicação do fasea-
mento previsto no número
anterior.
O MUNICIPAL | N.º 417
43
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
- Atribuição de prémios de
desempenho ou outras pres-
tações pecuniárias de natu-
reza afim, de 50% do valor
regulamentado dentro da do-
tação inicial aprovada para
o pagamento de prémios de
desempenho, abrangendo
preferencialmente os traba-
lhadores que não tenham
tido alteração obrigatória de
posicionamento remunera-
tório desde 1 de janeiro de
2018.
- São também permitidas,
em todas as carreiras que
o prevejam, valorizações e
acréscimos remuneratórios
resultantes de promoções,
nomeações ou graduações
em categoria ou posto supe-
riores aos detidos, incluindo
nos casos em que dependam
da abertura de procedimen-
tos concursais para catego-
rias superiores de carreiras
pluricategoriais, gerais ou
especiais, ou, no caso das
carreiras não revistas e sub-
sistentes, incluindo carrei-
ras e corpos especiais, para € 10,00
as respetivas categorias de
acesso, assim como de pro- (IVA incluído à taxa de 6%)
cedimentos internos de sele-
ção para mudança de nível
ou escalão, que tenham des- Os envios são efetuados à co-
pacho prévio favorável do
(…) presidente do respetivo
brança, sendo os portes pagos
órgão executivo das (…) das
pelo adquirente.
autarquias locais.
Anota-se que as previsões
identificadas supra em se- Para encomendas:
gundo e terceiro lugar, de-
pendem da ter sido efetuada
a devida previsão no orça-
email: contabilidade@atam.pt
mento de 2019 e como tal
devidamente aprovadas.
Telefone 243 330 273
Resta acrescentar que os
 N.º 417 | O MUNICIPAL
44
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
atos praticados em violação do disposto neste artigo Em anotação ao referido ar-
são nulos e fazem incorrer os seus autores em respon- tigo 41.º da Lei n.º 35/2014,
sabilidade civil, financeira e disciplinar. Paulo Veiga e Moura e Cá-
tia Arrimar (in “Comentários
Por outro lado, para efeitos da efetivação da respon-
à Lei Geral de Trabalho em
sabilidade financeira a que se refere o número anterior,
Funções Públicas”, Coimbra
consideram-se pagamentos indevidos as despesas
Editora, página 70) referem:
realizadas em violação do disposto no mesmo norma-
tivo. “determina-se que tais car-
reiras se regem pelas dispo-
A ATAM concorda com a informação prestada pela sições que eram aplicáveis
CCDR Norte. As alterações de posicionamento remu- em 31 de dezembro de 2008
neratório, face ao princípio da legalidade, regra basilar - as quais continuam, por
da Administração Pública, só podem ser efetuadas nos isso, a subsistir no ordena-
termos e condições previstas quer no SIADAP, quer na mento jurídico -, sem prejuí-
LTFP, ou seja, estão umbilicalmente ligadas à avaliação zo de os trabalhadores nelas
de desempenho. integrados transitarem desde
já para a modalidade de vín-
culo decorrente do disposto
8.ª QUESTÃO - Carreira de informática na Lei Geral (embora nesse
aspeto a transição já tivesse
Um Especialista de Informática de Grau 1, nível 3,
sido efetuada por força das
que a 01/01/2010 se encontrava colocado na 2.ª po-
normas orçamentais que ao
sição remuneratória da categoria (anterior escalão 2/
longo dos anos se reporta-
índice 580) aufere 1.991,02. É chefe de divisão desde
ram a carreiras não revistas)
1/05/2010 e ainda se mantém. A 01/01/2018 acumu-
e de estarem sujeitos a mui-
lava na carreira de origem 21 pontos na classificação
tas das suas normas, desig-
de serviço.
nadamente em matéria de
Pergunta-se: mobilidade dentro do mesmo
órgão ou serviço ou de um
Em que posição deve ser colocado a 01/01/2018, na serviço para o outro (…), em
sua carreira de origem? matéria de procedimentos
concursais, alterações de po-
sicionamento remuneratório,
prémios de produtividade e
CONCLUSÃO:
integração na tabela remune-
A CCDR Norte prestou a seguinte informação: ratória única (e esta interação
A carreira de especialista de informática é uma carreira foi apenas determinada pela
(de regime especial) não revista. Lei n.º 75/2014, de 12 de se-
tembro).”
No entanto, apesar de não integrar o elenco das car-
reiras que, por extinção, transitaram para as carreiras Ora, o regime aplicável às
de regime geral, nem o rol das carreiras subsistentes, carreiras do pessoal de in-
não pode deixar de se considerar abrangida pelo dis- formática consta do Decre-
posto no artigo 41.º Anexo à Lei n.º 35/2014, de 20 de to-Lei n.º 97/2001, de 26 de
junho (LTFP) que determina que estas carreiras se re- março, com a integração do
gem pelas disposições normativas aplicáveis em 31 de respetivo desenvolvimento
dezembro de 2008, com as alterações decorrentes dos indiciário na Tabela de Remu-
artigos 156.º a 158.º, 166.º e 167.º da LTFP e 113.º da neração Única aprovada pela
Lei n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, na redação atual. Portaria n.º 1552-C/2008, de
31 de dezembro.
De facto essa integração das
carreiras do pessoal de in-
formática na tabela remune-
ratória única, é efetuado nos
termos dos números 1 a 3 do
artigo 5.º da Lei n.º 75/2014,
de 12 de setembro, diploma
que “estabelece os mecanis-
mos das reduções remunera-
tórias temporárias e as con-
dições da sua reversão” do
seguinte modo:
“Artigo 5.º
Integração na tabela remune-
ratória única
1- As carreiras subsistentes
e os cargos, carreiras e cate-
gorias dos trabalhadores não
revistos nos termos da Lei n.º
12-A/2008, de 27 de feverei-
ro, são integrados na tabela
remuneratória única (TRU),
aprovada pela Portaria n.º
1553-C/2008, de 31 de de-
zembro.
2-A integração na TRU faz-se
no nível remuneratório corres-
pondente ao exato montante
pecuniário fixado para a posi-
ção remuneratória da catego-
ria em que os trabalhadores
se encontram inseridos.
3- Em caso de falta de identi-
dade, os trabalhadores são in-
tegrados no nível remunerató-
rio, automaticamente criado,
cujo montante pecuniário seja
idêntico ao montante pecuniá-
rio fixado para a posição re-
muneratória da categoria em
que se encontram inseridos.”
Por sua vez, as regras relati-
vas à alteração de posiciona-
mento remuneratório cons-

tam do artigo 156.º da LTFP,
que é aplicável às carreiras de
informática, à luz do citado ar-
tigo 41.º Anexo à LTFP.
Acresce referir que, a pro-
pósito da alteração de po-
sicionamento remuneratório
nas carreiras não revistas, no
âmbito do processo de des-
congelamento de carreiras,
regulado pelo artigo 18.º da
LOE 2018, a DGAEP divulgou
o seguinte entendimento:
“24. Como se processa a alte-
ração de posicionamento re-
muneratório nas carreiras não
revistas e subsistentes, uma
vez que estão integradas na
TRU? Faz-se para o nível re-
muneratório seguinte da TRU?
Não. A alteração de posicio-
namento remuneratório nas
carreiras não revistas e sub-
sistentes faz-se na estrutura
da respetiva carreira, a qual
não foi alterada pela integra-
ção na TRU por força do ar-
tigo 5.º da Lei n.º 75/2014.
Assim, nestes casos a altera-
ção de posição remuneratória
processa-se de acordo com
a estrutura da carreira, que
se mantém, para o montante
correspondente ao escalão e
índice seguintes da respetiva
categoria.
Ex.: Carreira de Especialista
de Informática – um especia-
lista de informática de grau 1,
nível 1, colocado na 1.ª posi-
ção remuneratória da catego-
ria (anterior escalão 1/índice
420) aufere 1.441,78, valor
situado entre os níveis 19 e
20 da TRU, altera o posiciona-
mento para a 2.ª posição re-
muneratória da categoria (an-
terior escalão 2/índice 460),
passando a auferir 1.579,09,
valor situado entre os níveis
22 e 23 da TRU».”
Nesta conformidade, tal
como tem sido o entendi-
mento nesta CCDR, a alte-
ração de posicionamento
remuneratório nas carreiras
não revistas e subsistentes,
como é o caso da carreira de
especialista de informática
da carreira de pessoal de in-
formática:
a) Processa-se de acordo
com a estrutura da respe-
tiva carreira, que se man-
tém e que não foi alterada
pela integração na TRU
por força do artigo 5.º
da Lei n.º 75/2014, para
o montante correspon-
dente ao escalão e índice
seguintes da respetiva
categoria;
b) Ocorre quando o traba-
lhador acumular 10 pon-
tos nas avaliações do
desempenho referidas às
funções exercidas duran-
te o escalão e índice/ po-
sicionamento remunera-
tório em que se encontra
atualmente.
Tendo em consideração o
exposto, se o trabalhador
dispõe de 21 pontos, a 1
de janeiro de 2018 devia
progredir de Técnico Espe-
cialista de Informática grau
1, nível 3, na 2.ª posição
remuneratória da categoria
em que se encontra (ante-
rior escalão 2/índice 580)
para Técnico Especialista
de Informática de grau 1,
4.ª posição remuneratória
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
(anterior escalão 4, índice
660).
A ATAM concorda com a
informação prestada pela
CCDR Norte, nada se acres-
centando em virtude da
questão colocada ter sido
solucionada de forma clara e
concreta.
B – CÓDIGO DOS
CONTRATOS
PÚBLICOS
9.ª QUESTÃO - Artigo 295.º
do CCP (Liberação da cau-
ção)
Tendo em conta o artigo
295.º do CCP (Liberação da
caução),
Pergunta-se:
Em que situações será apli-
cável a regra prevista no n.º
5, bem como, a do n.º 7 des-
te artigo e nos casos previs-
tos no n.º 7, se a mesma se
deve processar ao fim dos
2.º, 5.º ou 10.º anos, com as
respetivas receções definiti-
vas, considerando o disposto
no n.º 1 do artigo 398.º, que
refere o seguinte: “Findo o
período de garantia, há lugar,
em relação à totalidade ou a
cada uma das partes da obra,
a nova vistoria para efeitos de
receção definitiva da emprei-
tada, cujo procedimento deve
ser definido no contrato”?
CONCLUSÃO:
Sobre a questão pronunciou-
O MUNICIPAL | N.º 417
45
-se a CCDRN no seguinte
sentido:
I- O n.º 5 do artigo 295.º do
Código dos Contratos Pú-
blicos (CCP), alterado e
republicado pelo Decreto-
-Lei n.º 111-B/2017, de 31
de agosto, determina que
nos contratos em que haja
obrigação de correção de
defeitos, mediante obriga-
ções de garantia por prazo
superior a 2 anos, o con-
traente público tem de pro-
mover a liberação da cau-
ção, nos seguintes termos:
30% do valor da caução
no final do primeiro ano e
a mesma percentagem no
final do segundo ano; 15%
do valor da caução no final
do terceiro ano e igual per-
centagem no final do quar-
to ano; e os restantes 10%
no final do quinto ano.
O n.º 7 da mesma dispo-
sição manda aplicar as
regras da liberação parcial
da caução a que se refere
o n.º 5 deste artigo, pro-
porcionalmente ao valor
correspondente a cada um
dos elementos construti-
vos que compõem a obra
quando a mesma esteja
sujeita a diferentes pra-
zos de garantia conforme
resulta do n.º 2 do artigo
397.º.
Ora o n.º 2 do artigo 397.º
refere que o prazo de ga-
rantia varia de acordo com
o defeito da obra nos se-
guintes termos:
- 10 anos, no caso de de-
feitos relativos a elemen-
tos construtivos estru-
 N.º 417 | O MUNICIPAL
46
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
turais; 5 anos no caso de defeitos relativos a ele- C. Se a garantia se pode
mentos construtivos não estruturais ou instalações considerar o mecanismo
técnicas e 2 anos no caso de defeitos relativos a de tutela do direito de
equipamentos afetos à obra, mas dela não autono- crédito, e no caso das
mizáveis. empreitadas, existen-
te durante certo prazo,
II-Adotando também esta posição, a ATAM acrescenta a prestação de caução
o seguinte: (uma figura de garantia
concreta prevista), nos
A. Nos termos do artigo 397.º n.º 1 do CCP, na data da
assinatura do auto de receção provisória inicia-se o termos do artigo 88.º n.º
1 do CCP destina-se a
prazo de garantia, durante o qual o empreiteiro está
obrigado a corrigir todos os defeitos da obra. garantir a sua celebração,
bem como o exato e pon-
B. Por outro lado, nos termos do n.º 2, o prazo de ga- tual cumprimento de to-
rantia varia (é estabelecido), de acordo com o de- das as obrigações legais
feito da obra: - 10 anos, no caso de defeitos relati- e contratuais que assume
vos a elementos construtivos estruturais; - 5 anos, com essa celebração, po-
no caso de defeitos relativos a elementos constru- dendo ser executada sem
tivos não estruturais ou a instalações técnica; - 2 recurso aos tribunais (arti-
anos, no caso de defeitos relativos a equipamentos go 296.º).
afetos à obra, mas dela autonomizáveis.
D. Mas o pra-
zo de garan-
tia pode não
coincidir com
o da existên-
cia e, conse-
quentemente,
liberação da
caução.
E. A caução está
efetivamente
sujeita a pra-
zos de libera-
ção, não ne-
cessariamente
coincidentes
com os prazos
de garantia.
F. Deve o con-
traente públi-
co promover
a liberação
da caução
nos prazos e
termos do já
mencionado
artigo 295.º n.º
5 e 7 do CCP.
G. Mas a liberação da cau-
ção depende da inexis-
tência de defeitos (artigo
295.º n.º 8 do CCP).
H. Ao fim do período de ga-
rantia, e correlacionado
com este, segue-se a re-
ceção definitiva, mas que
depende do pressuposto
de funcionalidade regular,
no termo do período de
garantia, em condições
normais de exploração,
operação ou utilização,
da obra e respetivos
equipamentos, e cumpri-
mento, pelo empreiteiro,
de todas as obrigações
decorrentes do período
de garantia relativamen-
te à totalidade ou à parte
da obra a receber (artigo
398.º n.º 3 alíneas a) e b)
do CCP).
I. Se houver defeitos, e se
a correção dos defeitos
ordenada não for execu-
tada no prazo fixado, o
dono da obra pode optar
pela execução dos refe-
ridos trabalhos, direta-
mente ou por intermédio
de terceiro, sendo aplicá-
vel, com as necessárias
adaptações, o disposto
nos n.ºs. 2 a 4 do artigo
325.º.
J. Neste caso, de incumpri-
mento, e se não houver
caução, responde o patri-
mónio do cocontratante.
10.ª QUESTÃO - CPP. Re-
dação atual
Tendo em conta o CCP na

sua atual redação,
Pergunta-se:
Sobre esclarecimentos nas
seguintes matérias:
- Adjudicação por lotes - ar-
tigo 46.º A
- Fracionamento da despe-
sa - artigo 22.º
CONCLUSÃO:
Adjudicação por Lotes (CCP
artigo 46.º A) versus Fracio-
namento da despesa (CCP
artigo 22.º)
I - Sobre a matéria pronun-
ciou-se a CCDRN:
O n.º 1 do artigo 22.º do Có-
digo dos Contratos Públicos
(CCP), na sua atual redação
determina que:
“Quando prestações do mes-
mo tipo, suscetíveis de cons-
tituírem objeto de um único
contrato, sejam contratadas
através de mais do que um
procedimento, a escolha do
procedimento a adotar deve
ser efetuada tendo em conta:
a) O somatório dos valores
dos vários procedimentos,
caso a formação de todos os
contratos a celebrar ocorra
em simultâneo; ou
b) O somatório dos preços
contratuais relativos a todos
os contratos já celebrados
e do valor de todos os pro-
cedimentos ainda em curso,
quando a formação desses
contratos ocorra ao longo do
período de um ano, desde
que a entidade adjudicante,
aquando do lançamento do
primeiro procedimento, de-
vesse ter, previsto a necessi-
dade de lançamento dos pro-
cedimentos subsequentes.”
Conforme se refere in Te-
mas de Contratação Pública
de João Amaral de Almeida
e Pedro Fernandez Sanchez,
página 333, «Com as regras
constantes do artigo 22.º do
CCP, o legislador pretende,
efetivamente, assegurar que a
divisão em lotes não constitui
um expediente para evitar o
recurso a procedimentos con-
correnciais (máxime, procedi-
mentos concursais), através do
fracionamento artificial do valor
do contrato e, em consequên-
cia, da aparente legitimação do
recurso ao ajuste direto.»
Mário Esteves de Oliveira e
Rodrigo Esteves de Oliveira
in Concursos e Outros Proce-
dimentos de Contratação Pú-
blica, página 719 acrescen-
tam: «Finalmente, quanto aos
contratos cujo objeto abranja
prestações típicas de dois ou
mais contratos passíveis de
serem submetidos à concor-
rência, o recurso à modalida-
de de concurso público, des-
de que o anúncio do respetivo
procedimento seja publicado
no JOUE, permite a celebra-
ção de contratos por qualquer
valor – o mesmo é dizer que
pode recorrer-se a tal moda-
lidade em qualquer dos casos
referidos, respetivamente no
artigo 22.º e nos n.ºs 2, 3, 6, 8
e 9 do artigo 32.º do Código.
O problema volta a pôr-se
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
quando esse anúncio não
é objeto de publicação no
JOUE.
Nesse caso para a contrata-
ção de lotes separados, os
limiares do recurso aos pro-
cedimentos de concurso pú-
blico ou de concurso limitado
aferem-se se acordo com as
regras do artigo 22.º (…)».
No Acórdão n.º 11587/14 de
16-04-2015 do Tribunal Cen-
tral Administrativo Sul, men-
ciona-se que «No que res-
peita à opção de adjudicação
global ou parcelada, o regime
preventivo da legalidade cons-
tante do artigo 22.º do CCP,
tem por escopo obstar à cisão
artificial de prestações contra-
tuais para evitar o recurso aos
procedimentos concursais
através do fracionamento ar-
tificial do valor do contrato e
aparente legalidade do recur-
so ao ajuste direto, de acor-
do com “ (...) a circunstância
de os legisladores nacional e
comunitário se precaverem
contra a eventual fraude às
regras da concorrência na
formação de contratos públi-
cos através da cisão artificial
de prestações contratuais em
lotes diversos, utilizando tal
expediente para obter um fra-
cionamento do valor de cada
lote e, em consequência, a
escolha de um procedimen-
to pré-contratual restritivo da
concorrência (...)».
Nesta conformidade, resul-
ta do atrás exposto que a
proibição da contratação de
prestações do mesmo tipo
em diferentes procedimentos
a que se reporta o artigo 22.º
do CCP, tem como propósi-
O MUNICIPAL | N.º 417
47
to a defesa do princípio da
concorrência, proibindo uma
divisão artificiosa do valor
do contrato com o intuito de
recorrer, nomeadamente, ao
ajuste direto.
Daí a exigência de que
aquando da escolha do pro-
cedimento seja tido em con-
sideração o somatório dos
valores dos vários procedi-
mentos, caso a formação de
todos os contratos a celebrar
ocorra em simultâneo; ou o
somatório dos preços contra-
tuais relativos a todos os con-
tratos já celebrados e do va-
lor de todos os procedimen-
tos ainda em curso, quando
a formação desses contratos,
ocorra ao longo do período
de um ano, desde que a en-
tidade adjudicante, aquando
do lançamento do primeiro
procedimento, devesse ter
previsto a necessidade de
lançamento dos procedimen-
tos subsequentes.
O que se pretende é obstar
ao fracionamento dos proce-
dimentos como expediente
para fracionar despesas.
Por outro lado o artigo 46.º-A
do CCP reporta a uma reali-
dade diferente:
De facto, a adjudicação por
lotes a que se refere o artigo
46.º-A constitui uma prática
que deve ser adotada visan-
do facilitar a participação de
pequenas e médias empre-
sas nos procedimentos de
contratação pública, no sen-
tido de abranger um maior
número de concorrentes.
– Cf. artigo 46.º da Diretiva
2014/24/EU.
 N.º 417 | O MUNICIPAL
48

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

Assim, as entidades adjudicantes devem promover a II - A ATAM, não obstan-
adjudicação dos contratos públicos por lotes, ou seja, te o registo da posição
proceder à divisão do objeto de um contrato em várias transcrita e com que se
“parcelas”, devidamente autonomizadas, potenciando concorda, acrescenta o
a adjudicação a vários concorrentes e a celebração de seguinte:
contratos com diferentes adjudicatários.
O regime do artigo 22.º
Acresce que a decisão de não contratação por lotes do CCP releva para a es-
deve ser fundamentada quando se trate da formação colha do procedimento
de contratos de aquisição ou locação de bens, ou a adotar. O artigo 46.º A
aquisição de serviços, de valor superior a 135 000 eu- do CCP, por outro lado,
ros, e empreitadas de obras públicas de valor superior trata da adjudicação por
a 500 000 euros. lotes, ou seja, da divisão
do objeto de um con-
E constituem fundamento para a decisão de não con- trato, no âmbito de um
tratação por lotes, designadamente, as seguintes si-
procedimento, em vários
tuações: lotes, frações autonomi-
a) Quando as prestações a abranger pelo respetivo zadas, possibilitando a
objeto forem técnica ou funcionalmente incindíveis entrega, a vários concor-
ou, não o sendo, a sua separação causar graves rentes, dessas frações,
inconvenientes para a entidade adjudicante; mediante a celebração
de contrato com cada
b) Quando, por motivos de urgência ou por imperati- um.
vos técnicos ou funcionais, a gestão de um único
contrato se revele mais eficiente para a entidade III - Especificando, quanto
ao artigo 22.º do CCP.
adjudicante.
Neste, relevam para a es-
colha do procedimento a
adotar:
- as prestações do mesmo
tipo, suscetíveis de consti-
tuírem objeto de um único
contrato;
- o somatório dos valores
dos vários procedimen-
tos, caso a formação
ocorra em simultâneo;
- o somatório dos preços
contratuais relativos a to-
dos os contratos, quando a
formação desses contratos
ocorra ao longo do perío-
do de um ano, desde que
a entidade adjudicante,
aquando do lançamento
do primeiro procedimento,
devesse ter previsto a ne-
cessidade de lançamento
dos procedimentos sub-
sequentes.

Conforme Pedro Gonçal-

REVISTA ves, “o propósito da lei re-
side em evitar que a entida-

MUNICIPALISMO de adjudicante utilize um tal

processo para se esquivar
ao cumprimento de exigên-
Urbanismo cias procedimentais ou a
controlos públicos mais in-
€ 10,00 tensos em função do valor…
…”(Direito dos Contratos
(IVA incluído à taxa de 6%) Públicos, Almedina, página
408).

Os envios são efetuados à co- O critério de não fraciona-

brança, sendo os portes pagos mento, de acordo com o
CCP, assenta na identidade
pelo adquirente.
de prestações e, “no juízo
de que, por causa dessa
Para encomendas: identidade e, por se tratar
de procedimentos lançados
contabilidade@atam.pt
em simultâneo ou ao longo
T 243 330 273 de um período curto de tem-
po (um ano), tais prestações

poderiam constituir objeto
de um contrato único.” (Pe-
dro Gonçalves, idem 409).
Mas a regra de formação
do procedimento pode ser
dispensada conforme arti-
go 22.º n.º 2 do CCP. Para
enquadrar a dispensa, é
conveniente fazer a sua lei-
tura de acordo com o texto
do n.º 10 do artigo 5.º da
Diretiva, 2014/24/EU, onde
se lê: “10. Não obstante o
disposto nos n.ºs 8 e 9, as
autoridades adjudicantes
podem adjudicar contratos
para lotes individuais sem
aplicar os procedimentos
previstos na presente di-
retiva, desde que o valor
estimado, sem IVA, do lote
em causa seja inferior a 80
000 EUR no caso dos pro-
dutos ou fornecimentos ou
a 1 000 000 EUR no caso
das empreitadas de obras.
Contudo, o valor total dos
lotes adjudicados sem a
aplicação da presente dire-
tiva não pode exceder 20%
do valor total de todos os
lotes em que a obra previs-
ta ou a aquisição de forne-
cimentos análogos prevista
ou a prestação de serviços
prevista tenham sido divi-
didas.” São, pois, dois os
limites a considerar, para
a dispensa da adoção do
procedimento de formação
do contrato decorrente da
soma do valor de “todos os
contratos”, que implicaria
a adoção de determinado
procedimento: o lote em
causa a contratar é inferior
a 80.000,00€ (bens servi-
ços) ou 1.000.000,00€ (em-
preitadas); o valor total dos
contratos adjudicados por
procedimento diferente do
exigível pelo somatório não
pode exceder 20% do va-
lor total dos contratos em
que a obra, aquisição de
serviços ou aquisição de
produtos análogos foram
divididos.
II - Sobre o artigo 46.º-A do
CCP:
Embora, tendo por base
um procedimento, as en-
tidades adjudicantes po-
dem prever, nas peças do
procedimento, a adjudi-
cação por lotes. Ou seja,
o valor a considerar para
efeitos da escolha do
procedimento é o valor
da totalidade dos lotes. O
fracionamento ocorre no
interior do procedimento.
A - O artigo 46.º-A do CCP
segue, de perto, a Diretiva
2014/24/EU, que, no arti-
go 46.º n.º 1 estabelece
que “as autoridades ad-
judicantes podem decidir
adjudicar um contrato sob
a forma de lotes separa-
dos e podem determinar a
dimensão e o objeto des-
ses lotes”. Trata-se não
de imposição, mas facul-
dade, indiciando-se, no
entanto preferência. Não
existe qualquer indicação
relativa à dimensão e nú-
mero de lotes. O controlo
da decisão de não divi-
são é feito nos moldes de
controlo das decisões to-
madas no uso de poderes
discricionários. O próprio
Tribunal de Contas vai
poder verificar a razoa-
O MUNICIPAL | N.º 417
49
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
bilidade dos argumentos de urgência ou imperati-
para não adjudicação. vos técnicos ou funcio-
nais, que determinam
B- No n.º 2, do artigo 46.º- que a gestão de um único
A do CCP, porém, es-
contrato se revele mais
tabelece-se o dever de
eficiente para a entidade
fundamentação da op-
adjudicante.
ção de não contratação
por lotes incidentes na C - Quanto ao momento para
aquisição ou locação de se apresentar a funda-
bens, ou aquisição de mentação de não adjudi-
serviços e empreitadas, cação por lotes, conside-
de valor respetivamente ra-se que deve ser junta
de 135 000 € (aquisições à “fundamentação da de-
e locação) e 500 000 € cisão” de contratar, nos
(empreitadas). São, de- termos do artigo 36.º do
signadamente, funda- CCP
mento da não divisão: a)
as prestações a abranger D -
Anota-se ainda que no
pelo respetivo objeto se- n.º 4, do artigo 46.º-A, do
rem técnica ou funcional- CCP, prevê-se que a en-
mente incindíveis ou, não tidade adjudicante pode
o sendo, a sua separação limitar o número máximo
causar graves inconve- de lotes que podem ser
nientes para a entidade adjudicados a cada con-
adjudicante; b) motivos corrente. O CCP apenas
CONTABILIDADE DE GESTÃO
SNC-AP (SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO
CONTABILÍSTICA PARA AS ADMINISTRAÇÕES
PÚBLICAS)
João Augusto Sousa
ATAM
2018
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taxa de 6%)
Os envios são efetuados à
cobrança, sendo os portes
pagos pelo adquirente.
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T 243 330 273
 N.º 417 | O MUNICIPAL
50

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

estabelece a possibilidade de a entidade adjudican- que possibilita a adjudi-
te limitar o número de lotes que pode ser adjudi- cação combinada ou
cado a cada adjudicatário, de forma diferente do agregada.
previsto na Diretiva 2014/24/EU, onde no conside-
rando 79 (preambular) se prevê que “ as autoridades Desde que a possibili-
adjudicantes deverão ser autorizadas, por exemplo dade tenha sido prevista
para preservar a concorrência ou garantir a fiabilida- no programa do procedi-
de do abastecimento, a limitar o número de lotes a mento ou no convite, a
que um operador económico pode concorrer; deverão agregação pode ocorrer.
igualmente ser autorizadas a limitar o número de lotes Se prevista a possibi-
que podem ser adjudicados a um único proponente.” lidade de aplicação do
Considera Pedro Gonçalves (Direito dos Contratos método de adjudicação
Públicos, Almedina, página 423) que, no silêncio do combinada ou agregada,
CCP, “aqui se autoriza a entidade adjudicante a limitar conforme, ainda, o con-
o número de lotes a adjudicar, mas não o número de siderando 79 da Diretiva
lotes a que cada concorrente pode concorrer.” Mas, 2014/24/EU “as autori-
para se aplicar esta limitação de adjudicação, exige- dades adjudicantes de-
-se que: a) se indique essas limitações no convite ou verão poder efetuar uma
no programa do procedimento; b) bem como se in- avaliação comparativa
diquem os critérios objetivos e não discriminatórios das propostas, a fim de
em que se baseie a escolha dos lotes a adjudicar determinar se as propos-
a cada concorrente nos casos em que a aplicação tas apresentadas por um
dos critérios de adjudicação resulte na atribuição, ao dado proponente para
mesmo concorrente, de um número de lotes superior uma combinação espe-
cífica de lotes, conside-
ao máximo fixado. A título de fundamentação/crité-
radas no seu todo, cum-
rio, “poder-se-á salvaguardar no convite ou programa
pririam melhor os critérios
do procedimento que a regra da limitação do número
de adjudicação previstos
de lotes a adjudicar ao mesmo concorrente será der-
nos termos da presen-
rogada, no caso de, por força dessa aplicação, algum
te diretiva em relação a
dos lotes ficar deserto ou a entidade adjudicante tiver
esses lotes, do que as
que pagar um valor superior a uma determinada per-
propostas para cada um
centagem” (P.G. idem página 424).
dos lotes individuais em
E- Na análise do tema da adjudicação por lotes, deve causa. Deverá ser especi-
atender-se também ao n.º 5 do artigo 46.º-A do CCP, ficado que as autoridades
adjudicantes deverão efe-
tuar essa avaliação com-
parativa determinando,
em primeiro lugar, quais
as propostas que cum-
prem melhor os critérios
de adjudicação previstos
para cada lote individual
e, em seguida, compa-
rando-a com as propos-
tas apresentadas por um
dado proponente para
uma combinação específi-
ca de lotes no seu todo.”
Em função da possibili-
dade admitida no progra-
ma de procedimento, ou
convite, os concorrentes,
devem, pois, apresentar
proposta para cada lote e
proposta para efeitos de
agregação de lotes. (cf.
P.G idem página 426).
F- Sobre a decisão de ad-
judicação refere também
Pedro Gonçalves que “a
adjudicação por lotes não
se materializa, em todos
os casos, numa decisão
de adjudicação para cada
um dos lotes. Pode, a fi-
nal, vir ser proferida uma
decisão de adjudicação
única, a abranger todos
os lotes.” Por outro lado,

A CISION é líder de mercado na área de análise de informação e presta serviços às mais importantes empresas e
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quando haja várias deci-
sões de adjudicação, o
artigo 73.º n.º 2, autoriza
que tais decisões ocorram
em momentos distintos.”
G - Finalmente, anota-se que
decisão de contratar por
lotes, distingue-se da
decisão de adjudicar em
contratos mistos:
Na decisão de contratar
por lotes, ”prestações do
mesmo tipo ou análogas
são separadas por dife-
rentes contratos; Na deci-
são de adjudicar contratos
mistos, prestações de tipo
diferente são juntas no
mesmo contrato (CCP-
artigo 32.º n.º 2; cf P.G.
idem, página 427)
11.ª QUESTÃO – Controlo
de adjudicações
Pergunta-se:
Como se efetua o controlo
de adjudicações no âmbito
do artigo 63.º da Lei do Or-
çamento do Estado, apro-
vada pela Lei n.º 71/2018,
de 31 de dezembro, quando
a contraparte seja diferente,
mas o objeto seja idêntico?
CONCLUSÃO:
Sobre a matéria pronunciou-
-se a CCDRN:
Na edição 1/2019 do “Flash
Jurídico” da CCDRN refere-
-se, em nota informativa, o
seguinte:
“4. Aquisições de serviços no
setor local e empresa locais
(artigo 63.º)
À semelhança de 2018, o OE
2019 prevê um regime espe-
cífico aplicável, aos contra-
tos de aquisição de serviços
no setor local e empresas
locais, nos seguintes termos:
a) Limites (cf. n.ºs 1 e 3 do ar-
tigo 63.º)
Os valores dos gastos com
contratos de aquisição de ser-
viços, celebrados nos termos
do Código dos Contratos Pú-
blicos (CCP), aprovado pelo
Decreto-Lei n.º 18/2008, de
29 de janeiro, na sua redação
atual, nas autarquias locais,
entidades intermunicipais
e empresas locais, que em
2019 venham a renovar-se ou
a celebrar-se com idêntico
objeto de contrato vigente
em 2018, não podem ultra-
passar:
a) Os valores dos gastos de
2018, considerando o valor
total agregado dos contratos,
sempre que a mesma contra-
parte preste mais do que um
serviço ao mesmo adquirente;
ou
b) O preço unitário, caso o
mesmo seja aritmeticamente
determinável ou tenha servido
de base ao cálculo dos gastos
em 2018.
Por gastos com contratos
de aquisição de serviços no
subsetor local entende-se os
valores pagos acrescidos dos
compromissos assumidos.”
Nesta conformidade, o con-
trolo das adjudicações deve
ser efetuado tendo presente
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
o objeto do contrato, ou seja,
as prestações principais que
constituem o objeto do con-
trato, independentemente da
contraparte.
Naturalmente que para efe-
tuar esse controlo das ad-
judicações se pode recorrer
ao Vocabulário Comum para
os Contratos Públicos (CPV)
constante do Regulamento
(CE) N.º 213/2008 da Co-
missão de 28 de novembro
de 2007 que altera o Regu-
lamento (CE) n.º 2195/2002
do Parlamento Europeu e
do Conselho, relativo ao Vo-
cabulário Comum para os
Contratos Públicos (CPV),
e as Diretivas do Parlamen-
to Europeu e do Conselho
2004/17/CE e 2004/18/CE,
relativas aos processos de
adjudicação de contratos,
no que respeita à revisão do
CPV (vocabulário principal e
suplementar.
II - A ATAM, concordan-
te, com a posição referida,
acrescenta e explicita o se-
guinte:
A expressão “gastos”, enten-
de-se conforme o n.º 3 do
artigo 63.º da Lei n.º 71/2018
de 31/12 (OE 2019), por “os
valores pagos acrescidos dos
compromissos assumidos”.
Acrescenta-se a visão de
Pedro Mota e Costa (1): “Os
valores dos gastos com con-
tratos de aquisição de servi-
ços celebrados nos termos
do Código dos Contratos Pú-
blicos (CCP), nas autarquias
locais, entidades intermunici-
pais e empresas locais que,
em 2019, venham a RENO-
O MUNICIPAL | N.º 417
51
VAR-SE OU A CELEBRAR–SE
COM IDÊNTICO OBJETO [in-
dependentemente da contra-
parte]de contrato vigente em
2018, não podem ultrapassar:
a) Os valores dos GASTOS
[EXECUÇÃO DOS CONTRA-
TOS E CONSEQUENTE RE-
GISTO NA CLASSE 6] de
2018, considerando o valor
total agregado dos contratos,
sempre que a mesma contra-
parte preste mais do que um
serviço ao mesmo adquirente;
ou
b)O preço unitário, caso o
mesmo seja aritmeticamente
determinável ou tenha servido
de base ao cálculo dos gastos
em 2018.”
Considera ainda a propósito
da alínea a) que: “No que res-
peita aos contratos celebra-
dos com a mesma contrapar-
te, para idêntico objeto, de-
vem ser agregados os valores
de todos os contratos.”
(1) Ciclo de Conferências -
Quid Juris Tâmega e Sousa –
Lei de Orçamento de Estado
de 2019
12.ª QUESTÃO - Aquisição
de serviços. Adjudicação
de lotes
Sendo determinado pela en-
tidade adjudicante, lançar
mão de num procedimento
de consulta prévia por lotes,
para aquisição de serviços
para a manutenção e forneci-
mentos diversos para peque-
nas reparações, para Parque
de Máquinas e Viaturas do
Município X, a saber:
 N.º 417 | O MUNICIPAL
52
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
Lote 1 - Mecânica de automóveis pesados e equipa- concorrente, devendo in-
mentos diversos; dicar essas limitações no
convite ou no programa do
Lote 2 - Mecânica de automóveis ligeiros de passa- procedimento, bem como
geiros; os critérios objetivos e não
discriminatórios em que se
Lote 3 - Mecânica de automóveis ligeiros de passagei-
baseie a escolha dos lotes
ros/mistos;
a adjudicar a cada concor-
Lote 4 - Componentes elétricos no parque automóvel; rente nos casos em que
a aplicação dos critérios
Lote 5 - Sistemas pneumáticos e hidráulicos de supe- de adjudicação resulte na
restruturas - torneiros e serralheiro mecânicos. atribuição, ao mesmo con-
A entidade adjudicante pode adjudicar conforme se corrente, de um número de
transcreve: Critérios de adjudicação ai identificados: lotes superior ao máximo
fixado.”
“A adjudicação, para cada um dos lotes, será feita se-
Acresce que de acordo
gundo o critério da proposta economicamente mais
com o n.º 5 da mesma
vantajosa determinada pela modalidade avaliação do
disposição legal a enti-
custo enquanto único aspeto da execução do contrato
dade adjudicante pode
a celebrar. Os concorrentes podem apresentar proposta
celebrar contratos que
para um, para vários ou para todos os lotes, devendo
combinem vários ou a to-
a entidade adjudicante, adjudicar um só lote ao mesmo
talidade dos lotes, “desde
concorrente”.
que essa possibilidade seja
Pergunta-se: expressamente incluída no
convite ou no programa
Segundo o aqui já referido, pode-se restringir a adjudi- do procedimento, caso em
cação de cada lote a um único concorrente sem mais que devem ser previamente
limitações ou eventuais critérios, definidos nas peças estabelecidos e indicados
do procedimento, quando à partida um concorrente os critérios que fundamen-
pode apresentar mais do que uma proposta, para vá- tam as várias hipóteses de
rios lotes, mais vantajosa sobre os restantes concor- combinação previstas”.
rentes?
Nesta conformidade, en-
tende-se que é legalmente
admissível restringir a ad-
CONCLUSÃO: judicação, a cada um dos
concorrentes, de apenas
I - CCDRN deixou registada a seguinte resposta so-
um lote.
bre a matéria:
E em tese pode acontecer
Presume-se que o que se pretende esclarecer é se que a entidade adjudican-
a entidade adjudicante tendo adotado como critério te ao estabelecer essa li-
de adjudicação o da proposta economicamente mais mitação possa ter de ad-
vantajosa, considerando o mais baixo preço, pode judicar lotes por preços
impor como limite a adjudicação a cada concorrente menos vantajosos, se um
de um só lote. concorrente apresentar
preços mais vantajosos
Determina o n.º 4 do artigo 46.º-A, o seguinte:
relativamente a todos ou à
“4 - A entidade adjudicante pode limitar o número maior parte dos lotes.
máximo de lotes que podem ser adjudicados a cada Cabe naturalmente à en-
tidade adjudicante pon-
derar se essa opção lhe é
vantajosa ou se os concor-
rentes devem limitar-se a
apresentar proposta para
um determinado número
de lotes, “desde que essa
possibilidade seja expres-
samente incluída no convite
ou no programa do procedi-
mento, caso em que devem
ser previamente estabeleci-
dos e indicados os critérios
que fundamentam as várias
hipóteses de combinação
previstas”.
II - A ATAM, sem prejuízo da
posição referida, acrescenta
o seguinte:
A adoção de “consulta prévia
por lotes”, ou seja, de vários
procedimentos, repartidos
cada um, por cada lote, pres-
supõe que se respeite o arti-
go 22.º do CCP, ou seja de
que não é efetuado fraciona-
mento de despesa, com vista
à subtração de controlo mais
intenso em função do valor,
segundo o critério de “não
fracionamento”, que assen-
ta na identidade de presta-
ções e, “no juízo de que, por
causa dessa identidade e, por
se tratar de procedimentos
lançados em simultâneo ou
ao longo de um período curto
de tempo (um ano), tais pres-
tações poderiam constituir
objeto de um contrato único.
Esta análise deve fazer-se
previamente ao lançamento
do procedimento que se in-
dica de “consulta prévia por
lotes”, (o que seria diferente
se se falasse de um único
procedimento de consulta
prévia com possibilidade de

adjudicação por lotes, regi-
me a que se aplicaria o artigo
46.º-A do CCP).
É pois relevante, se, pode
ser o caso, de a determina-
ção da entidade adjudicante
abranger vários procedi-
mentos de consulta prévia,
verificar se o conjunto dos
mesmos respeita os princí-
pios consagrados no artigo
22.º do CCP, conforme expli-
citado na questão 10.º desta
RAP. Inclusive, deve verificar-
-se se a entidade adjudicante
está dispensada de atender
ao somatório dos valores
atendendo ao disposto no
n.º 2 do artigo 22.º do CCP,
também analisado na ques-
tão 10.º desta RAP.
Adicionalmente anota-se que
deve ter-se em conta o dis-
posto no artigo 113.º n.º 2 do
CCP, de limitação ao convite
a determinado operador, em
função de preço contratual
acumulado, por contratos no
ano económico em curso e
nos dois anos económicos
anteriores, celebrados na se-
quência de consulta prévia,
igual ou superior aos limites
referidos naquelas alíneas
c) do artigo 19.º e c) do ar-
tigo 20.º do CCP. No caso
de contratos de locação ou
de aquisição de bens mó-
veis e de aquisição de ser-
viços, o valor a considerar é
75.000,00€.
Finalmente, impõe-se o con-
trolo de adjudicações de
contratos de aquisição de
serviços no âmbito do artigo
63.º da Lei do Orçamento do
Estado, aprovada pela Lei n.º
71/2018, de 31 de dezembro,
que em 2019 venham a reno-
var-se ou a celebrar-se com
idêntico objeto de contrato vi-
gente em 2018, matéria tam-
bém tratada na questão 10.º
desta RAP.
Ultrapassadas estas ques-
tões e supondo que está
fundamentada a adoção de
consulta prévia para cada
procedimento, questiona-se
se “se pode restringir a adjudi-
cação de cada lote a um único
concorrente”.
1 - Ora, se há um procedi-
mento de consulta prévia
para cada procedimento,
designados na questão,
como de lote 1… a lote
5, não estamos verda-
deiramente no âmbito de
aplicação da adjudicação
por lotes, prevista no arti-
go 46.º-A do CCP, porque
não há apenas um proce-
dimento e adjudicações
possíveis por lotes. Nes-
se caso, fora do instituto
de adjudicação por lotes,
tem que se aplicar o cri-
tério de adjudicação de-
finido nas peças do pro-
cedimento, conforme 74.º
do CCP e, tratando-se de
consulta prévia, do artigo
115.º n.º 2 alínea b), sen-
do a adjudicação sequen-
cial ao relatório preliminar
(artigo 122.º) e relatório
final (artigo 124.º).
2 - Se, de outra forma, se en-
tende a questão como se
tratasse de uma consulta
prévia que abrangesse
a aquisição de todos os
serviços para a manuten-
ção e fornecimentos di-
versos para pequenas re-
RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR
parações, para Parque de
Máquinas e Viaturas do
Município X (identifica-
dos), com possibilidade
de adjudicação por lotes,
então já seria aplicável o
sentido da resposta antes
enunciada pela CCDRN.
Mas, com o devido res-
peito por outra interpre-
tação, da leitura da ques-
tão, não clara, parece ter
sido adotado o procedi-
mento de consulta prévia
para cada aquisição, o
que deveria supor o res-
peito pelo artigo 22.º do
CCP, e na adjudicação, o
respeito pelo critério pre-
definido no convite.
C – ELEITOS LOCAIS
13.ª QUESTÃO - Reuniões
de Câmara/Assembleia
Municipal
Quando os membros do
Executivo Camarário ou da
Assembleia Municipal não
estiveram presentes numa
reunião/sessão, na reunião
seguinte, que irá tratar a
aprovação da ata dessa reu-
nião/sessão,
Pergunta-se:
Os membros que estiveram
ausentes, votam na aprova-
ção dessa ata ou abstêm-se?
CONCLUSÃO:
Sobre a matéria a CCDRN
deixou expresso entendi-
mento, no que é também en-
O MUNICIPAL | N.º 417
53
tendimento da ATAM:
Os membros que estiveram
ausentes não votam a apro-
vação da ata na medida em
que de acordo com os n.ºs 2
e 3 do artigo 57.º do Anexo
1 à Lei n.º 75/2013, de 12 de
setembro - Alterada pela Lei
n.º 25/2015, de 30 de março,
pela Lei n.º 69/2015, de 16
de julho, pela Lei n.º 42/2016,
de 28 de dezembro e pela Lei
n.º 50/2018, de 16 de agosto
- são postas à aprovação de
todos os membros no final
da respetiva sessão ou reu-
nião ou no início da seguinte,
sendo assinadas, após apro-
vação, pelo presidente e por
quem as lavrou e ainda que
podem ser aprovadas em mi-
nuta, no final das sessões ou
reuniões, desde que tal seja
deliberado pela maioria dos
membros presentes, sendo
assinadas, após aprovação,
pelo presidente e por quem
as lavrou.
Ora, esta CCDR já entendia,
em parecer elaborado em 17
de março de 2014, que “Con-
sistindo as atas no relato do
que substantivamente tenha
ocorrido numa dada reunião
ou sessão, a sua aprova-
ção, …, traduz-se no acordo
dado pelos participantes na
mesma reunião ou sessão
ao teor da ata que lhes for
presente – i.e., aprovar a ata
significa que os membros do
órgão colegial participantes
na reunião ou sessão consi-
deraram que o que é relatado
naquele documento corres-
ponde ao que de essencial se
passou na mesma reunião ou
sessão.
 N.º 417 | O MUNICIPAL
54

RAP DE VILA POUCA DE AGUIAR

Decorre do que fica dito que a aprovação das atas com- ela respeita. Ora, isso signifi- participar na aprovação da
pete e compete apenas aos membros do órgão colegial ca, claramente, que se trata ata de uma reunião/sessão
que participaram na reunião ou sessão a que a ata se de atestar a veracidade da os membros que tiverem es-
reporta. “ ata face ao que ocorreu na re- tado presentes na reunião/
união a que ela respeita e não sessão anterior.
Atualmente e em reforço desta tese, o n.º 3 do artigo de uma deliberação de novo
34.º do Código do Procedimento Administrativo (apro- sobre os assuntos já trata- De facto, não compete aos
vado pelo Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro)11 es- dos, ou seja quem deliberou membros do órgão autárqui-
tatui que “Não participam na aprovação da ata os mem- sobre esse(s) assunto(s) foi co em causa participar na
bros que não tenham estado presentes na reunião a que quem participou na reunião aprovação de uma ata que
ela respeita.” anterior, não quem está a relata o que se passou numa
aprovar a ata respetiva.” reunião/sessão a que não
Aliás, em comentário a esta disposição legal, Luiz S.
compareceram, isto é, não
Cabral da Moncada (in Código do Procedimento Admi- Assim, por aplicação conju- lhes incumbe pronunciar-se
nistrativo Anotado, Coimbra Editora, página 170), sa- gada do n.º 3 do artigo 34.º sobre o seu conteúdo, nem
lienta o seguinte: “A aprovação da ata cabe aos mem- do CPA com o artigo 57.º do votar ou manifestar-se sob
bros do colégio exceção feita, de modo inovador, para os Anexo I à Lei n.º 75/201312, qualquer forma, nem sequer
que não estiveram presentes na reunião que reproduz.” considera-se que só podem por via da abstenção.
Conforme já informado por esta CCDR na INF_DSA-
12 Aliás, pode ler-se na INF_DSAJAL_
JAL_TL_669/2018, de 18.01.2018: “(…) o novo CPA
TL_4748/2018: “Apesar de neste artigo
vem agora – expressamente, o que não sucedia na sua 57.º, se não prever, que, designadamen-

anterior versão – limitar a participação na aprovação aos te, como no n.º 3 do artigo 34.º do CPA,
«[n]ão participam na aprovação da ata
membros que tenham estado presentes na reunião a que os membros que não tenham estado
presentes na reunião a que ela respeita», José Francisco Bicha
ou, como na parte final do n.º 6, que «(…)
a eficácia das deliberações constantes ATAM
11 Nesse contexto pode ler-se na INF_DSAJAL_TL_4748/2018: “Apesar de neste ar- da minuta cessa se a ata da mesma
tigo 57.º, se não prever, que, designadamente, como no n.º 3 do artigo 34.º do reunião não as reproduzir», parece dever
também aplicar-se estas imposições le-
Gabinete de Estudos
CPA, «[n]ão participam na aprovação da ata os membros que não tenham estado
gais porque, para além de superveniente
presentes na reunião a que ela respeita», ou, como na parte final do n.º 6, que
em relação à referida Lei, a Parte II do 2019
«(…) a eficácia das deliberações constantes da minuta cessa se a ata da mesma
CPA, em que se inclui o artigo 34.º, é
reunião não as reproduzir», parece dever também aplicar-se estas imposições le-
aplicável ao funcionamento dos órgãos
gais porque, para além de superveniente em relação à referida Lei, a Parte II do
da Administração Pública, nos termos
CPA, em que se inclui o artigo 34.º, é aplicável ao funcionamento dos órgãos da do n.º 2 do seu artigo 2.º, considerando
Administração Pública, nos termos do n.º 2 do seu artigo 2.º, considerando o n.º 4 o n.º 4 seguinte, alínea b), aí abrangidas
seguinte, alínea b), aí abrangidas as autarquias locais.” as autarquias locais.”

ESTATUTO EDITORIAL
A revista “O Municipal”, criada em 1980, é propriedade da ATAM - Associação dos Trabalhadores da Administração Local, tem
uma periodicidade bimestral e é impressa pela Ediliber - Editora de Publicações, Ld.ª, de Coimbra.

É uma publicação que privilegia a divulgação de informações teórico-práticas no seio do Poder Local, e que tem como ob-
jetivo contribuir para uma melhor informação, formação e valorização dos trabalhadores da Administração Local, através da
publicação, entre outros, de assuntos de ordem teórica e de pareceres de natureza prática, bem como das conclusões das
Reuniões de Aperfeiçoamento Profissional - RAP’s, que se realizam mensalmente, por Portugal Continental e Regiões Autó-
nomas da Madeira e dos Açores, e durante as quais se discutem as principais dúvidas que se colocam aos trabalhadores da
Administração Autárquica, no âmbito das suas funções de trabalho em funções públicas.

Quer os pareceres, quer as conclusões das RAP’s, são da responsabilidade do Gabinete de Estudos que garante e transmite,
assim, a orientação e a opinião oficial da ATAM, sobre as mais diversas áreas administrativas municipais, com especial des-
taque para a gestão de recursos humanos.
Faça o seu pedido de simulação através do link https://protocolos.sabseg.com/atam/ disponível no Portal da
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