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IMPOSTOS MUNICIPAIS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................................3
2. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU).............................................3
2.1 FATO GERADOR.....................................................................................................................................3
2.2 SUJEITO PASSIVO...................................................................................................................................5
2.3 BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA............................................................................................................6
3. IMPOSTO SOBRE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS", A QUALQUER TÍTULO, POR ATO ONEROSO, DE BENS
IMÓVEIS, POR NATUREZA OU ACESSÃO FÍSICA, E DE DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS, EXCETO OS DE
GARANTIA, BEM COMO CESSÃO DE DIREITOS A SUA AQUISIÇÃO (ITBI)........................................................7
3.1 FATO GERADOR.....................................................................................................................................8
3.2 SUJEITO PASSIVO.................................................................................................................................10
3.3 BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA..........................................................................................................10
4. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISS)....................................................................10
4.1 FATO GERADOR...................................................................................................................................11
4.2 SUJEITO PASSIVO.................................................................................................................................14
4.3 BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA..........................................................................................................14
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO.................................................................................................15
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA..............................................................................................................................16
ATUALIZADO EM 28/06/20191
IMPOSTOS MUNICIPAIS
1. Introdução
Os impostos de competência dos Municípios (e do Distrito Federal), estão discriminados no art. 156 da
Constituição:
O IPTU está previsto no art. 156, I, da CF e é regulamentado nos artigos 32 e seguintes do CTN. Possui
função fiscal, pois sua cobrança atende à finalidade notadamente arrecadatória.
O fato gerador do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel, que esteja localizado
em zona urbana do Município. O conceito de zona urbana é trazido pelo CTN:
Art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como
fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como
definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
1 As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de
diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos,
porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do
material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas
jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos
eventos anteriormente citados.
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei municipal; observado o
requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes,
construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo
que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo anterior.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 626-STJ: A incidência do IPTU sobre imóvel situado em área considerada pela lei local como urbanizável
ou de expansão urbana não está condicionada à existência dos melhoramentos elencados no art. 32, § 1º, do
CTN.
#ATENÇÃO: O critério da localização do imóvel é insuficiente para que se decida sobre a incidência do IPTU ou
ITR, sendo necessário observar-se o critério da destinação econômica.
O aspecto temporal da hipótese de incidência do IPTU será 1 de janeiro, em regra (ou seja, considera-se
ocorrido o fato gerador todo dia 1º de janeiro).
#ATENÇÃO: É necessário saber diferenciar o IPTU do ITR, porque eles são excludentes (ou incide um, ou incide
o outro).
ITR IPTU
Competência da União Competência dos Municípios
Função extrafiscal Função fiscal
Zona rural Zona urbana
Lançamento por homologação Lançamento de ofício
Incide sobre a propriedade territorial (somente Incide sobre a propriedade predial e territorial
propriedade nua, ou seja, terra) (construções + terrenos)
Suas alíquotas admitem progressividade Suas alíquotas admitem progressividade
#DEOLHONAJURIS: João é dono de um imóvel urbano que foi declarado área de preservação permanente
(APP). Além disso, em 2/3 do seu imóvel foi instituída nota “non edificandi”, ou seja, ele ficou proibido de
construir qualquer coisa em 2/3 desse terreno. Diante disso, João ajuizou ação contra o Município pedindo que
o IPTU fosse cobrado proporcionalmente e incidisse somente sobre 1/3 da área. O pedido de João pode ser
aceito? NÃO. O IPTU continuará sendo pago sobre a totalidade do imóvel. Segundo decidiu o STJ, o fato de
parte de um imóvel urbano ter sido declarada como Área de Preservação Permanente (APP) e, além disso,
sofrer restrição administrativa consistente na proibição de construir (nota “non aedificandi”) não impede a
incidência de IPTU sobre toda a área do imóvel. Mesmo com todas essas restrições, o fato gerador do imposto
(propriedade de imóvel urbano) permanece íntegro, de forma que deve incidir o tributo normalmente. STJ. 2ª
Turma. REsp 1.482.184-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 17/3/2015 (Info 558).
O Fisco, verificando a divisão do imóvel preexistente em unidades autônomas, pode cobrar o IPTU sobre as
novas unidades autônomas, mesmo que estas ainda não tenham sido previamente registradas no cartório de
imóveis. STJ. 1ª Turma. REsp 1347693-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 11/4/2013 (Info 520).
Os contribuintes do IPTU são os titulares de qualquer direito inerente à propriedade (pode ser o
proprietário, o titular de domínio útil ou o possuidor com animus domini). O locatário, portanto, não se inclui
no conceito de contribuinte.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 614-STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-tributária de IPTU e
de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses tributos.
#DEOLHONAJURIS: Para o STF e para o STJ, prevalece o entendimento no sentido de que a propriedade tem
que ser interpretada em sentido amplo, de modo que é constitucional a previsão da tributação também sobre
o domínio útil ou sobre a posse de bem imóvel por natureza, desde que esta posse seja exercida com ânimo de
propriedade (animus domini).
O alienante possui legitimidade passiva para figurar em ação de execução fiscal de débitos constituídos em
momento anterior à alienação voluntária de imóvel. Ex: em 01/01/2015, data do fato gerador do IPTU, João era
proprietário de um imóvel; alguns meses mais tarde ele aliena para terceiro; Município poderá ajuizar
execução fiscal contra João cobrando IPTU do ano de 2015. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp 942940-RJ, Rel. Min.
Herman Benjamin, julgado em 15/8/2017 (Info 610).
A base de cálculo é o valor venal do imóvel, e a sua fixação sujeita-se somente à anterioridade anual,
mas não à anterioridade nonagesimal.
#DEOLHONAJURIS: A Planta Genérica de Valores, por conter dados indispensáveis à apuração da base de
cálculo do IPTU, deve ser objeto de publicação oficial. A mera afixação da Planta de Valores no átrio da sede do
município não supre essa exigência de publicação oficial. STJ. 2ª Turma. REsp 1645832/SP, Rel. Min. Herman
Benjamin, julgado em 07/03/2017.
A base de cálculo do IPTU é o VALOR VENAL do imóvel (art. 33 do CTN). Os Municípios não podem alterar ou
majorar, por decreto, a base de cálculo do IPTU, sob pena de violação ao art. 150, I da CF/88. A simples
atualização do valor monetário da base de cálculo poderá ser feita por decreto do Prefeito. Assim, os
Municípios podem atualizar, anualmente, o valor dos imóveis, com base nos índices oficiais de correção
monetária, visto que a atualização não constitui aumento de tributo (art. 97, § 1º do CTN) e, portanto, não se
submete à reserva legal imposta pelo art. 150, I da CF/88. Conclusão: é inconstitucional a majoração, sem
edição de lei em sentido formal, do valor venal de imóveis para efeito de cobrança do IPTU acima dos índices
oficiais de correção monetária. STF. Plenário. RE 648245/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 1/8/2013
(repercussão geral) (Info 713).
A progressividade das alíquotas do IPTU pode ser (i) fiscal ou (ii) extrafiscal. A primeira tem por objetivo
promover o aumento da arrecadação, levando em conta a capacidade contributiva. Já a segunda liga-se à
necessidade de desestimular os contribuintes a realizarem determinadas ações, por considerá-las
inconvenientes ou nocivas ao interesse público.
Art. 156. § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto
previsto no inciso I poderá: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.
O STF entendia que, antes da Emenda 29/2000, não era permitida a progressividade para IPTU, salvo se
fosse naquela finalidade extrafiscal do art. 182, §4º, II, da CF.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 668, STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da Emenda Constitucional
29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da função social da
propriedade urbana.
#DEOLHONAJURIS: Antes da EC 29/2000, a CF/88 permitia para o IPTU apenas a progressividade em razão da
função social da propriedade (art. 182, § 4º, II). A Constituição não previa, expressamente, a progressividade
em razão do valor do imóvel (art. 156, § 1º, I). Ocorre que mesmo antes da EC 29/2000, muitos Municípios
editaram leis prevendo alíquotas progressivas em razão do valor do imóvel. O STF considera que essas leis são
inválidas: Súmula 668-STF: É inconstitucional a lei municipal que tenha estabelecido, antes da emenda
constitucional 29/2000, alíquotas progressivas para o IPTU, salvo se destinada a assegurar o cumprimento da
função social da propriedade urbana. Com a declaração de inconstitucionalidade da lei municipal, os
contribuintes irão pagar o IPTU com base em qual alíquota? A mínima prevista. O STF firmou a seguinte tese:
"Declarada inconstitucional a progressividade de alíquota tributária, é devido o tributo calculado pela alíquota
mínima correspondente, de acordo com a destinação do imóvel." STF. Plenário. RE 602347/MG, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 4/11/2015 (repercussão geral) (Info 806).
3. Imposto sobre transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de
direitos a sua aquisição (ITBI)
Com o advento da Constituição Federal de 1988, os Estados e o Distrito Federal ficaram com a
competência para instituição e cobrança do tributo relativo à transmissão causa mortis e por doação – o ITCMD
(art. 155, I) –, restando aos Municípios a tributação sobre a transmissão inter vivos e de caráter oneroso de
bens imóveis (art. 156, II).
Assim, excluem-se da incidência do ITBI as hipóteses reais de garantia, como anticrese, hipoteca e
penhor.
Art. 1.245, CC - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de
Imóveis.
#DEOLHONAJURIS: A propriedade imobiliária apenas se transfere com o registro do respectivo título (CC/1916,
art. 530). O Registro imobiliário é o fato gerador do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis. Assim, a
pretensão de cobrar o ITBI antes do registro imobiliário contraria o ordenamento jurídico. Resp 253.364-DF
Art. 156. § 2º O imposto previsto no inciso II:
II - compete ao Município da situação do bem.
#ATENÇÃO: a usucapião não é passível de incidência de ITBI, pois trata-se de modo originário de aquisição da
propriedade (não há transmissão).
Quanto à partilha de bens, deve-se considerar que somente incidirá o ITBI nas hipóteses em que ficar
caracterizada a transmissão acima da meação ou quinhão (pois, nesse caso, estará configurada a onerosidade.
Lembre-se: oneroso (inclusive se a doação for submetida a ônus ou encargo) ITBI; gratuito ITCMD).
#ATENÇÃO: O ITBI também não incide sobre registros em cartório de compromisso de compra e venda simples
(já que tal contrato não opera transferência da propriedade imobiliária). Entretanto, no caso de compromisso
irretratável de compra e venda do imóvel, havendo comprovação de pagamento e com o registro do contrato,
trata-se de verdadeira compra e venda simulada, já que são produzidos todos os efeitos práticos de uma
transmissão da propriedade. Nesse caso. Vai haver incidência do imposto.
#OLHONASÚMULA:
Súmula 470-STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a construção, ou parte dela,
realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido construído antes
da promessa de venda.
Súmula 110-STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a construção, ou parte dela, realizada
pelo adquirente, mas sobre o que tiver sido construído ao tempo da alienação do terreno.
Súmula 75-STF: Sendo vendedora uma autarquia, a sua imunidade fiscal não compreende o imposto de
transmissão "inter vivos", que é encargo do comprador.
Ainda que a Constituição utilize a expressão “isentas”, trata-se do instituto da imunidade. Esta imunidade
não beneficiará o terceiro adquirente do título, porque ele é uma pessoa alheia a essa reforma agrária. Ele
pratica o que a jurisprudência entende ser um ato mercantil, o que descaracteriza o objetivo da imunidade,
que é tornar mais barata a transferência de imóveis na circunstância de reforma agrária.
Art. 42, CTN. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação tributada, como dispuser a lei.
A base de cálculo é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou direitos reais cedidos (ou seja, o
preço de venda, à vista, em condições normais de mercado).
As alíquotas são proporcionais, ou seja, incidem em percentagem única sobre as diversas bases de
cálculo. O STF veda a utilização de alíquotas progressivas nesse imposto. Contudo, agora, com o entendimento
que o STF adotou no tocante ao ITCMD (vide FUC sobre Impostos Estaduais), é necessário aguardar a
delineação da matéria, pelo Supremo, quanto à progressividade no ITBI. 2
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 656 STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de
transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel.
O ISS (ou ISSQN) está previsto no art. 156, III, da CF e sua regulamentação está a cargo da Lei
Complementar 116 de 2003 (é importante o estudo dessa lei).
2 Mas em provas objetivas, se a questão trouxer a literalidade da súmula 656 (que não foi cancelada), estará correto.
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
O ISS é imposto cobrado com finalidade essencialmente arrecadatória (função fiscal). Com a finalidade
de conferir uniformidade à disciplina normativa do imposto e evitar a guerra fiscal, a Constituição Federal
atribuiu à lei complementar federal, em matéria de ISS:
- Fixar suas alíquotas máximas e mínimas;
- Excluir da sua incidência exportações de serviços;
- Regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados.
O fato gerador do ISS é a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem
estabelecimento fixo, de serviços constantes da Lista anexa à LC nº 116/2003.
A doutrina define serviço como uma obrigação de fazer, submetida a regime de direito privado, que
tenha conteúdo econômico (caráter negocial), prestada sem relação de emprego.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 167-STJ: O fornecimento de concreto, por empreitada, para construção civil, preparado no trajeto até a
obra em betoneiras acopladas a caminhões, é prestação de serviço, sujeitando-se apenas à incidência do ISS.
Súmula 274-STJ: O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições,
os medicamentos e as diárias hospitalares.
Súmula 156-STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob encomenda, ainda que
envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.
Embora a lista anexa à LC 116/03 apresente um rol taxativo de serviços tributáveis, o STF entende que é
cabível a utilização de interpretação analógica quando a lista indicar itens que contenham a expressão
“congêneres”.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 424-STJ: É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários congêneres da lista anexa ao DL nº
406/1968 e à LC n. 56/1987.
No entanto, para que os Municípios possam cobrar o ISS dos prestadores de serviços, devem instituí-lo
por meio de lei ordinária própria, que poderá adotar todos os itens da Lista de Serviços anexa à lei
complementar, ou alguns deles, sendo-lhes, porém, proibido criar serviços não previstos na norma
complementar.
Incide ISS (e não ICMS) sobre o serviço de montagem de pneus, ainda que a sociedade empresária também
forneça os pneus utilizados na montagem. STJ. 2ª Turma. REsp 1307824-SP, Rel. Min. Mauro Campbell
Marques, julgado em 27/10/2015 (Info 573).
O ISS é devido, em regra, ao Município onde se localiza o estabelecimento prestador ou, na falta do
estabelecimento, no local do domicílio do prestador, com exceção de alguns casos, em que o ISS é pago no
local da prestação.
Qual é o Município competente para a cobrança de ISS sobre operações de arrendamento mercantil se a sede
da empresa prestadora é em um local e a prestação de serviços em outro? • Na vigência do Decreto-Lei
406/68: o ISS era devido ao Município onde estivesse sediado o estabelecimento prestador. • A partir da LC
116/2003: o ISS é devido para o Município onde o serviço é efetivamente prestado. STJ. 1ª Seção. REsp
1060210-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 28/11/2012.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula vinculante 31: É inconstitucional a incidência do imposto sobre serviços de qualquer natureza - ISS
sobre operações de locação de bens móveis.
Súmula 138-STJ: O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas móveis.
Súmula 588-STF: O imposto sobre serviços não incide sobre os depósitos, as comissões e taxas de desconto,
cobrados pelos estabelecimentos bancários.
#DEOLHONAJURIS: O STF, ao julgar embargos de declaração opostos contra acórdão prolatado no dia
29/09/2016, alterou a redação da tese fixada para excluir a menção que era feita ao seguro-saúde. Assim, a
tese do RE 651703/PR passa a ser a seguinte: As operadoras de planos de saúde realizam prestação de serviço
sujeita ao Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, previsto no art. 156, III, da CF/88. STF.
Plenário. RE 651703/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29/09/2016 (repercussão geral) (Info 841). STF.
Plenário. RE 651703 ED-primeiros a terceiros/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/2/2019 (Info 932).
Se uma entidade sem fins lucrativos, como é o caso do sindicato ou da câmara de dirigentes lojistas, oferece
serviço de consulta a cadastros de proteção ao crédito em favor de seus associados, deverá pagar ISS? 1ª
Turma: SIM O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN - incide sobre os serviços de proteção ao
crédito, ainda que prestados por entidade sindical a seus associados. STJ. 1ª Turma. AREsp 654.401-SP, Rel.
Min. Gurgel de Faria, julgado em 04/10/2018 (Info 638). 2ª Turma: NÃO A Câmara de Dirigentes Lojistas é uma
associação cujos serviços destinam-se a atender seus próprios sócios, os diretores de lojas, sem objetivo de
lucro, mas visando a realização de seus objetivos, tal como previsto em seu estatuto. Assim, como o CDL realiza
suas atividades sem fins lucrativos não está sujeito à incidência do ISS. STJ. 2ª Turma. REsp 1338554/RS, Rel.
Min. Humberto Martins, julgado em 07/05/2015.
Os sujeitos passivos do ISS serão os prestadores de serviços, empresa ou profissional autônomo, com
ou sem estabelecimento fixo.
#ATENÇÃO: Não serão considerados contribuintes os que prestem serviços em relação de emprego, os
trabalhadores avulsos e os diretores e membros de Conselhos Consultivo ou Fiscal de Sociedades.
A base de cálculo do ISS será o valor bruto do preço do serviço. Há hipóteses, no entanto, em que se
aplica o chamado “ISS fixo”, uma vez que não se pode aferir o valor exato do serviço prestado. Nessa situação,
o tributo é calculado com base em valor único, pago periodicamente.
Os “serviços de registros públicos, cartorários e notariais” não gozam de imunidade tributária, devendo pagar,
portanto, o ISS. A regra geral é que a base de cálculo do ISS é o preço do serviço (art. 7º, LC 116/2003). O § 1º
do art. 9º do DL nº 406/68 traz uma exceção a essa regra e prevê que os contribuintes que prestam serviço sob
a forma de trabalho pessoal (pessoas físicas) têm direito ao regime do chamado “ISSQN Fixo”, segundo o qual é
fixada uma alíquota sem relação com o preço do serviço. Para o STJ, NÃO SE APLICA à prestação de serviços de
registros públicos cartorários e notariais a sistemática de recolhimento de ISS prevista no § 1º do art. 9º do DL
406/68. Desse modo, os serviços notariais e registrais sofrem a incidência do ISS e a base de cálculo do imposto
é o preço do serviço, ou seja, o valor dos emolumentos. STJ. 1ª Seção. REsp 1328384-RS, Rel. originário Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 4/2/2013 (Info 514).
A prestação de serviços de marketing é fato gerador de ISS. A base de cálculo do ISS, nos termos da LC nº
116/2003 é o PREÇO DO SERVIÇO, ou seja, todos os valores pagos pelo tomador ao prestador pela utilidade
oferecida. Logo, a base de cálculo do ISS, na prestação de serviços de marketing, é o valor global cobrado pelos
serviços, não sendo legítima a dedução (desconto) dos valores recebidos a título de reembolso por ausência de
previsão legal. STJ. 1ª Turma. AREsp 227724-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 20/11/2012.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 524-STJ: No tocante à base de cálculo, o ISSQN incide apenas sobre a taxa de agenciamento quando o
serviço prestado por sociedade empresária de trabalho temporário for de intermediação, devendo, entretanto,
englobar também os valores dos salários e encargos sociais dos trabalhadores por ela contratados nas
hipóteses de fornecimento de mão de obra.
Os Municípios podem, por meio de leis ordinárias municipais, fixar suas próprias alíquotas, devendo, no
entanto, respeitar as alíquotas máximas (5%) e mínimas (2%) do ISS, estabelecidas por intermédio da edição de
lei complementar.
Art. 156. § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas;
#ATENÇÃO: Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário que contrarie a alíquota mínima de 2% do ISS, inclusive sobre serviço
proveniente do exterior do País ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior do País (art. 10-A da Lei n.
8.429/92).
Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício
Financeiro ou Tributário
Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou
manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei
Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)
#DEOLHONAJURIS: É inconstitucional lei municipal que veicule exclusão de valores da base de cálculo do
ISSQN fora das hipóteses previstas em lei complementar nacional. Também é incompatível com o texto
constitucional medida fiscal que resulte indiretamente na redução da alíquota mínima estabelecida pelo art. 88
do ADCT, a partir da redução da carga tributária incidente sobre a prestação de serviço na territorialidade do
ente tributante. STF. Plenário. ADPF 190/SP, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/09/2016 (Info 841).
DIPLOMA DISPOSITIVO
Constituição Federal Art. 156 e art. 184, §5º
Código Tributário Nacional Art. 32 a 42
Lei Complementar 116/2003 Art. 1º a 8º-A
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
Anotações de aulas.