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Educação para a Sustentabilidade

Texto:
O que é sustentabilidade?
Valdir Lamim-Guedes

1. Crise ambiental ou civilizatória?


Superlotação populacional – em menos de 200 anos saltamos de 1,5 bilhão de pessoas
para 6,5 bilhões.
Medidas econômicas adotadas por países: incentivo do consumo para combater
recessão ou situações de guerras como no Oriente Médio ou nas periferias brasileiras.
Além da ideia de satisfação e felicidade quanto se está comprando.
Crise ambiente ocorre quando uma espécie extrai recursos do meio gerando dejetos,
e tal dejeto é maior que a capacidade do ecossistema de reproduzi-los ou recicla-los,
estamos frente a depredação e/ou poluição, as duas manifestações de uma crise ambiental.
Pegada ecológica: é um cálculo da quantidade de área de terra e agua que uma
população humana requer para produzir os recursos que usa e para assimilar os seus
resíduos.
Desigualdade no acesso e utilização dos recursos naturais – Cerca de 80% dos
recursos naturais são consumidos por 20% da população mundial.
- A partir dos anos 1990 passa-se a considerar que tal crise ambiental é, na verdade,
uma crise civilizatória, devido ao entendimento de que o nosso modelo de sociedade,
baseada no capitalismo e em um de seus meios de reprodução, o consumismo.
Leff (2008) afirma que a questão ambiental emerge como uma crise civilizatória (não
apenas ambiental ou econômica), tendo três aspectos fundamentais: a) os limites do
crescimento e a construção de novo paradigma de produção sustentável; b) fracionamento
do conhecimento e a emergência de teoria de sistemas e o pensamento da complexidade;
c) o questionamento a concentração do poder do Estado e do mercado, e as reivindicações
da cidadania por democracia, equidade, justiça e autonomia.
2. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável

Sustentabilidade – capacidade de um processo ou forma de apropriação dos


recursos continuar a existir por um longo período.

Desenvolvimento Sustentável – desenvolvimento que satisfaz as necessidades


atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras para satisfazerem as suas
próprias necessidades (usufruir, no entanto com a preocupação de preservar para que
outras gerações possam utilizar também). Envolve ideias de pacto intrageracional
(entre todos os humanos que habitam o planeta) e intergeracional (entre a nossa
geração e as futuras).
3. Dimensões da sustentabilidade
Muito do debate sobre o Desenvolvimento sustentável fica concentrado em um
discurso vazio, que visa apenas aspectos econômicos, sem ações tragam melhorias
socioambientais direcionadas à sustentabilidade. Segundo Ignacy Sachs (2002)
existem 8 dimensões da sustentabilidade que devem ser levadas em conta:
1) Social: distribuição de renda justa, emprego pleno com qualidade de vida decente
e igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais. (alcance de um patamar
razoável de homogeneidade social);
2) Cultural: equilíbrio entre respeito a tradição e inovação, autoconfiança,
combinada com abertura para o mundo.
3) Ecológica: preservação dos recursos renováveis, e limitação do uso dos recursos
não renováveis;
4) Ambiental: respeitar e realçar a capacidade de autodepuração (restaurar suas
características ambientais naturalmente) dos ecossistemas naturais;
5) Territorial: configurações urbanas e rurais balanceadas, melhorias no ambiente
urbano;
6) Econômica: desenvolvimento econômica intersetorial equilibrado;
7) Política (Nacional): democracia definida em termos de apropriação universal dos
direitos humanos, desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o
projeto nacional;
8) Política (Internacional): eficácia do sistema de prevenção de guerras da ONU,
garantia da paz e na cooperação internacional.
Deve se ter uma visão holística dos problemas da sociedade, e não focar apenas
na gestão dos recursos naturais, pensar em algo que visa uma verdadeira metamorfose
do modelo civilizatório atual.
4. Qual a sua pegada ecológica?
Para conferir o teste, site: http://www.suapegadaecologica.com.br/

Vídeo – Aula:
O que é sustentabilidade?

O problema é o tamanho da população mundial?


- Pessoas pobres poluem menos que pessoas ricas.
- Consumo é muito impactante, consumo desigual entre as pessoas (o mundo é
desigual e isso envolve também a sustentabilidade, ela é socioambiental).
- Crise Ambiental passou-se a ser chamada de Sistêmica, pois é fruto do modelo
econômico baseado no consumo e não concentração de bens e capital.
- Tecnociência (crença de que a ciência ira resolver todos os problemas) x crise
sistêmica
O que é sustentabilidade?
- Usar um recurso de modo que possa existir por longo período.
- Desenvolvimento sustentável: forma de conseguirmos sustentabilidade.
- Um dos discursos de desenvolvimento sustentável: criado em 1997 – Vem do
mercado econômica – Triple bottom line (modelo dos 3 P’s Profit, people e planet
– tripé da sustentabilidade: economicamente viável, socialmente justo e
ecologicamente correto) Uma visão das empresas de ideal de permanência delas.
Justiça ambiental x injustiça ambiental
- Os problemas ambientais não são democráticos, exemplo, distribuição de casas
em uma cidade, mudanças climáticas (não ocorre em todos os lugares do mundo
da mesma forma, e as pessoas respondem de formas diferentes os problemas
ambientais, uma pessoa rica pode escolher melhores áreas de moradia, em
contrapartida pessoas muito pobres vão ocupar áreas de risco, como favelas).
- Injustiça ambiental: mecanismo que a sociedade destina a maior carga dos danos
ambientais do desenvolvimento as populações de baixa renda, grupos étnicos
discriminados, populações marginalizadas e vulneráveis (essas minorias que não
verdade são maiorias).

Texto:
Educação Ambiental: ações pedagógicas para a sustentabilidade
1. Introdução
“Verdejar do ser” (Castells, 2009) – Todos fazemos parte do problema, bem como
parte da solução. Podemos simplificar nossas vidas e viver em harmonia com os valores
humanos e ecológicos. O principal objetivo da política verde é uma revolução interior.
2. Princípios de Educação Ambiental e a transversalidade da questão
ambiental.
A Declaração da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação
Ambiental, realizada em 1977, definiu educação ambiental (EA) como uma dimensão
dada ao conteúdo e a prática da educação, orientada para a resolução de problemas
concreto do meio ambiente, através de um enfoque interdisciplinar e de uma
participação ativa e responsável de cada individuo e da coletividade.
A Carta de Belgrado (documento de 1975) apresenta alguns objetivos da EA, entre
eles que ela deve desenvolver um cidadão consciente do seu ambiente total e dos
problemas associados a esse ambiente, sendo também um individuo possuidor de
conhecimentos, atitudes, motivações, envolvimento e habilidades para trabalhar, tanto
individual como coletivamente, no sentido de resolver problemas atuais e prevenir os
futuros.
No contexto dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 1998), EA
aparece como um tema transversal: meio ambiente, que devem ser tratados nas ações
escolares sempre que possível. De forma menos incisiva, a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), mantém esta visão de transversalidade, no entanto, substituindo
o termo meio ambiente por sustentabilidade.
Podemos distinguir duas modalidades de educação ambiental: a formal e a não-
formal. A EA formal é um processo institucionalizado, empregando metodologias e
estratégias educacionais, de forma integrada, continua e permanente em todos os
níveis e modalidades do ensino formal. A não-formal, compreende ações e práticas
educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais,
incorporando os valores sociais na preservação ambiental. Realização fora da escola,
envolvendo flexibilidade de métodos, de conteúdos e público alvo, variável na faixa
etária, nível de escolaridade e ao nível de conhecimento da problemática ambiental.
3. Contextualização
Ensino baseado em temas geradores partindo do estudo do meio social e
político do aluno (Freire). Retirado da vida dos alunos, e não um imposição do
professor.
Espera-se que a EA seja construída coletiva e conjuntamente entre
educador (professor) – assumindo um papel de mediador – e, alunos
(MIZUKAMI, 1986), caso contrário, ela torna-se um adestramento ambiental
(educação ou adestramento ambiental? – Paula Brugger) – reforço de
comportamentos “ambientalmente corretos”, adestrando mais do que
efetivamente educando, segundo a autora, a “educação – adestramento” é uma
forma de adequação dos indivíduos ao sistema social vigente”.

4. Projeto Político Pedagógico (PPP)


No Brasil, as escolas possuem um poderoso instrumento para a inserção
da Educação Ambiental na gestão e no currículo escolar – o Projeto Político-
Pedagógico (PPP).
5. Algumas práticas de Educação Ambiental
Atividades escolares de educação ambiental para a sustentabilidade
Horta escolar: vai muito além da produção de alimentos para diversificar a merenda
escolar, pode ser uma fonte de observação e pesquisa exigindo uma reflexão diária
por parte dos educadores e educandos envolvidos.
Confecção de cartazes ou murais: fácil e barata que gera conhecimento e possibilita
momentos de colaboração entre os alunos (geralmente é feita com materiais que iriam
para o lixo).
Oficinas Pedagógicas: forma de ensinar e aprender mediante realização de algo
coletivamente.
Mídias na educação: debates e filmes em sala de aula são ótimas iniciativas para que
os alunos desenvolvam diversas habilidades.
Uso da internet: permite tanto a obtenção de informações, por meio de uma pesquisa,
como pela produção de conteúdo (gerar conteúdos), podemos obter informações sobre
os problemas socioambientais ou participar de campanhas através da internet.
Produção de Informativos sobre a comunidade escola e Rádio Escolar
(Educomunicação): uso de rádio, jornal, filmes e a internet, são formas de
educomunicação (produção democrática e autônoma de produtos de comunicação).
Melhorias no convívio escolar: propor novas formas de relação sociedade-natureza e
entre as pessoas. Possibilitar momentos de convivência da comunidade escolar, indo
além de situações em sala de aula, como em debates e projetos socioambientais
contribui para a formação de cidadãos mais participativos.
Atividades de Educação Ambiental para a sustentabilidade fora da escola
Áreas verdes- tal visitação carece antecipadamente de um roteiro pré-definido,
informações relevantes para serem tratadas durante a visita.
Museus de Ciência e Técnica
Passeios Escolares: Conhecer o entorno da escola é muito importante, com isto
poderão conhecer melhor a realidade do local onde vivem.
Conte para nós alguma coisa que você sabe sobre educação ambiental

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