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Jane Duboc

Natural de Belém, Jane é filha de Hilmo Moreira, membro da Academia Paraense de


Letras, e da professora de línguas Jandyra Duboc.[7]

Aos treze anos de idade Jane Duboc já fazia apresentações filantrópicas no colégio
onde estudou, na televisão e em festivais. Em Belém, formou o conjunto Ilusão e,
quando morou em Natal, o Quarteto das Tri, cujo nome se deve ao fato de todas as
integrantes terem sido tricampeãs nos esportes (era um conjunto que imitava o
Quarteto em Cy). Atuou muito como esportista, ganhando muitas medalhas em
competições estaduais de natação, voleibol, tênis e tênis de mesa. Pelas qualidades
esportivas, a Assembleia Legislativa de Belém criou o Prêmio Jane Duboc Vaquer para
incentivar todos os esportistas paraenses.[8][9]

Carreira como Cantora


Anos 1960
Em 1966, Jane Duboc foi Campeã Paraense de Voleibol.

Por conta de seu talento desportivo, aos 17 anos, Jane ganhou uma bolsa de estudos
e foi para os Estados Unidos,[10] onde morou por seis anos. Lá estudou música e
atuou como cantora, instrumentista (cantava em bares, boates, clubes e igrejas) e
professora. Na Faculdade de Música da Universidade da Geórgia, estudou
orquestração, canto lírico, flauta e arte dramática, onde também chegou a lecionar
História da Música.[11]

Em 1969, Jane casou-se com o músico Jay Anthony Vaquer,[12] com quem teve seu filho
Jay Vaquer.

Anos 1970
Em 1970, juntamente com seu marido, criou a Fane Jazz Band (mais tarde a banda
passou a se chamar passou a se chamar "Fein"), da qual era líder e vocalista, além
de tocar violão e guitarra. Foi com esta banda, que tocava covers de Jimi Hendrix,
Cream e Led Zeppelin, que Jane gravou o compacto "Pollution", na época produzido
por Raul Seixas. A letra da música (composta pela Jane) falava de poluição, de
anestesia. Segundo Jane, "o Dops (Departamento de Ordem Política e Social) ameaçou
me prender, aí eu, muito rebelde na época, resolvi fazer scat singing, sem letra.
Raul Seixas já era meio doido também, e a gente fez o trabalho tudo com compasso
assimétrico".[13]

No início da década de 1970, também juntamente com seu esposo Jay Anthony Vaquer e
com Bill French formou o "Trio Rio", uma banda que tocava Música Brasileira nos
EUA.[14] Ainda na década de 1970, Jay Anthony Vaquer criou uma agência de
publicidade chamada "Vaquer Productions", que, em 1975, ganhou um Gold Award por um
comercial de televisão, que contou com Jane cantando.[14]

Em 1971, como Jane Vaquer, defendeu a canção "No ano 83" (autoria de Sérgio
Sampaio), no VI Festival Internacional da Canção, da Rede Globo.[15]

Em 1972, gravou a trilha-sonora do filme Janaína - A Virgem Proibida e da peça


"Encontro no Bar" (com Camila Amado e Otávio Augusto). Foi nesta época também que
Jane passou a excursionar com Egberto Gismonti nos shows "Água e Vinho I e II", e
participando - com vocais e tocando percussão - do seu CD "Árvore", que foi lançado
em 1973.

Também em 1973, juntamente com Jay Anthony Vaquer, gravou o LP "Morning The
Musicians" (selo RCA) com a participação de Luiz Eça, Paulo Moura, Noveli e Bil
French.[16][17]

Em 1977, Jane retorna definitivamente ao Brasil, onde foi crooner da "Banda


Veneno", do maestro Erlon Chaves.[18] Também integrou o coral da Rede Globo
gravando várias aberturas de programas e participou de um disco de Chico Anysio
("Linguinha").[19]

Ainda em 1977, Jane gravou, pelo selo Marcus Pereira, os LPs "Acalantos
Brasileiros" e "Música popular do Norte", cantando, neste último, músicas
folclóricas regionais. Em ambos, ela é creditada como Jane Vaquer.

Em 1979 ela compõe e grava, com Guto Graça Melo, a trilha sonora para o filme Amor
Bandido, de Bruno Barreto.

Ainda nos anos 70, excursionou com Egberto Gismonti nos shows "Água e Vinho I e
II", participando - com vocais e tocando percussão - do seu CD "Árvore".

Por fim, Jane foi integrante da "Zurama Jingles" gravando comerciais para a
companhia de Ivan Lins, Eduardo Souto Neto, Tavito e Paulo Sergio Valle. O mais
famoso comercial que Jane participou foi cantando no comercial da "Soletur
Turismo", que foi veiculado em rede nacional de TV. Também foi integrante da "Rio
Jazz Orquestra" de Marcus Spillman, cantando temas de Duke Ellington e outros nomes
do Jazz. Participou das gravações de discos dos grupos "Os Motokas" e "Os Skates"
cantando com Claudinha Telles e o grupo Roupa Nova, que na época se chamava "Os
Fanks".

Anos 1980: Primeiros Álbuns Solo


Em 1980, Jane lança o álbum "Languidez", que contou com várias participações
ilustres, como Toninho Horta, Djavan, Sivuca e outros.[20] O álbum foi aclamado
positivamente pela critica, e a canção "Manoel, o audaz" (Toninho Horta e Fernando
Brant), ganhou clipe no programa "Fantástico", da Rede Globo.

Depois de "Languidez", vieram mais discos e participações em LPs como "O Grande
Circo Místico", de Chico Buarque e Edu Lobo, em que gravou a canção "Valsa dos
Clowns".[21]

Em 1982, participa do Festival MPB-Shell. Interpretando a canção "Doce Mistério


(Tentação)", de Tunai e Sérgio Natureza, Jane termina na terceira posição.[22]

Banda Bacamarte
Em 1983, integrou como vocalista a banda brasileira de rock progressivo Bacamarte.
[4] Gravaram o álbum Depois do Fim, o ponto mais alto e sofisticado ante toda a
carreira que tomaria mais tarde a cantora, considerado pela comunidade Prog
Archives como um dos 100 Melhores Álbuns de Rock Progressivo de Todos os Tempos[23]

Apesar de na época Jane já ter uma carreira solo distante do rock, anteriormente
ela já havia feito vocais para canções de Raul Seixas (creditada como Jane Vaquer).
[24]

Segundo Mario Neto, guitarrista da banda, a Jane entrou para a banda após ser
recomendada pela mulher do Ronaldo Curi do Rock concert.[24]

"Mostrei o material, ela topou cantar e foi ao estúdio. O engraçado é que ela
entrou aquecendo a voz e, na primeira, não encaixava de jeito nenhum na música. Os
meus colegas de banda quiseram me matar. Na segunda vez, ela disse para ligarem o
gravador e cantou tudo certinho. Depois, fez uma série de apresentações com a
gente, mas precisou largar para investir na carreira solo."[24]
Mario Neto, guitarrista da banda Bacamarte.
Em 2012, a cantora faria novamente apresentações com a banda.[25] Pela primeira vez
as músicas do obscuro disco Sete Cidades, lançado em 1999, foram executadas no
palco com vocais de Jane.[26]
Pós Bacamarte: Fase Romântica e Sucesso Nacional
Em 1984, participou, como a cantora de um café, do filme americano, Blame It on
Rio.[27]

Até então, Jane já possuía no currículo três LPs (Languidez, Jane Duboc, e Ponto de
Partida, todos distribuídos por pequenos selos), porém ainda era pouco conhecida do
grande público.

Em 1987, Jane assinou com a gravadora GEL / Continental, que tinha como diretor
artístico Wilson Souto Junior, criador do espaço cultural alternativo Lira
Paulistana. Disposto a investir fortemente em Jane Duboc, Wilson deixou-a
totalmente à vontade para escolher o repertório daquele seu novo álbum, mas com uma
única condição: das doze faixas do álbum, ao menos duas necessitariam ter apelo
radiofônico. Jane, então, investiu em músicas românticas, e para isso, recorreu ao
seu amigo Cido Bianchi, que havia integrado o Jongo Trio na década de 60. A pedido
de Jane, Cido transformou um jingle que havia feito para a rede de lanchonetes
Bob’s na canção “Chama da Paixão”, composta em parceria com Thomas Roth.[28] Outro
destaque do álbum foi a canção "Sonhos". Produzidas pelos magos do pop Lincoln
Olivetti e Arnaldo Saccomani, ambas tocaram exaustivamente nas rádios e emissoras
de TV de todo o Brasil.[29]

Finalmente o sucesso e o reconhecimento nacional chegaram, e abriram caminho para a


participação de suas músicas em trilhas de novelas.[30] A canção "Sonhos" foi tema
de Cláudia e Fernando, principal casal da novela Fera Radical, da Rede Globo,
vividos pela Malu Mader e José Mayer.[31]

A cantora também figurou em Vale Tudo, folhetim das 20h da Rede Globo, com “Besame”
(Flávio Venturini / Murilo Antunes), tema do vilão "César", vivido pelo ator Carlos
Alberto Ricelli, que foi gravada exclusivamente para a trilha da atração. A revista
Rolling Stone Brasil considera a interpretação desta música o ponto alto de sua
carreira.[1]

Nessa época, Jane passou a figurar constantemente no programa Globo de Ouro


entoando os dois hits de seu primeiro álbum pela Continental. A atração, exibida
pela Rede Globo, se notabilizou por apresentar os sucessos do momento em formato de
ranking. “Cassino do Chacrinha”, da Rede Globo, e “Viva a Noite”, do SBT, ajudaram
a popularizar ainda mais a cantora.

Em 1989, o álbum Feliz, também com o selo GEL / Continental é lançado, de forma
mais discreta que o anterior, mas que se valeu muito da repercussão de seu
antecessor. A canção "Prazer Sem Fim" foi tema de abertura da novela Cortina de
Vidro, do SBT[32]

Anos 1990
Em 1990, com o grande respaldo de sua formação nos Estados Unidos, Jane Duboc
assinou contrato com José Maurício Machline e estreou, no Ópera Room (SP), o
espetáculo "Movie Melodies", interpretando exclusivamente clássicos do cinema
norte-americano como "As time goes by" (Herman Hupfeld), "True love" (Cole Porter)
e "Bewitched" (Rodgers e Hart), entre outras. Seguiu com o show por várias cidades
brasileiras.[33] O show teve tamanha receptividade que em 1992 gravadora MoviePlay
o transformou em um CD. Foi com este álbum que Jane foi contemplada, em 1992, com o
Prêmio Sharp, na categoria de Melhor Cantora - Canção Popular.[34]

Em 1991 (Um ano antes do lançamento do Cd Movie Melodies), Jane havia assinado com
a gravadora BMG, que lançou o álbum Além do Prazer.

Em outubro de 1993, Milton Nascimento convidou Jane Duboc para participar do show
de Peter Gabriel, realizado no Olympia de São Paulo. Ela foi convidada para
substituir a cantora Sinead O'Connor e cantar a música "Blood in the Even".
Ainda em 1993, Jane viajou aos Estados Unidos, onde gravou, com o saxofonista Gerry
Mulligan, um dos mais respeitados nomes do Jazz mundial, o CD "Paraíso". Gerry
Mulligan desejava gravar com Jane desde o tempo em que ela excursionava com
Toquinho pela Itália. Este belíssimo disco foi lançado inclusive no Japão. Segundo
Jane, "este foi o momento mais brilhante da sua carreira".[35]

Em 1998, gravou, em parceria com o violonista e compositor paraense Sebastião


Tapajós, o álbum Da Minha Terra, em que gravam músicas compostas por compositores
paraenses.[36]

Em 1999 lançou, pela gravadora Pau Brasil, o disco "Clássicas", em parceria com a
veterana cantora Zezé Gonzaga.[37]

Em abril de 1999, Jane Duboc, Gilberto Gil e Egberto Gismonti, fizeram uma
apresentação juntos no "Heineken Concerts'99", que aconteceu no " Tom Brasil"-SP,
com especial gravado para a TV.[38]

Anos 2000
Em 29 de novembro de 2000, Jane participou do show beneficente "MPB canta Beatles",
realizado no ATL Hall. O show objetivava arrecadar fundos para a Aminca (Associação
dos Amigos do Instituto Nacional do Câncer), e foi produzido pelo canal Multishow.
[39]

Em 2002, Jane comemorou 30 anos de carreira com o lançamento do álbum Sweet Lady
Jane, gravado em Nova York com produção de Ivan Lins, onde ela canta bossa nova em
um estilo cool jazz.[40] O cd é vendido juntamente com um VCD de aproximadamente 15
minutos com fotos de sua carreira, desde a infância até "Sweet Lady Jane".

Ainda em 2002, Jane recebeu um convite do Maestro Nelson Ayres para, junto com Edu
Lobo, cantar com a Orquestra Sinfônica de Israel (do maestro Zubin Mehta), uma das
cinco melhores orquestras sinfônicas do mundo. O show aconteceu em Israel.[41]

Em 2003, a gravadora "EMI Music South East Asia" a incluiu como cantora brasileira
para fazer parte do CD "Pink - Champagne", coletânea para grandes cantoras
mundiais, como: Ella Fitzgerald, Billie Holliday, Sarah Vaughan, Liza Minnelli,
Edith Piaf, Nina Simone, Judy Garland e outras.[42]

Em 2004, a gravadora "Universal Music Polska" lançou na Bulgária o CD "Rendez-Vous


On The Jazz Boulevard", que inclui Jane junto com grandes nomes da boa música
mundial (Norah Jones, Diana Krall, Natalie Cole, Josefine Cronholm, Patricia Kass,
Roberta Flack, Laura Fygi, Julie London, dentre outras). Em 2006, seu CD "Uma Voz,
Uma Paixão" foi indicado ao Grammy Latino de música.

Em 2005, o selo Argus lançou no Japão o álbum Glow, resultado da parceria entre a
cantora Jane Duboc, o saxofonista e pianista Vinícius Dorin e o multi-
instrumentista Arismar do Espírito Santo. Feito sob medida para produtores
europeus, o projeto teve início em 2004 quando os três músicos ficaram durante 10
dias em um sítio trabalhando na escolha do repertório, nos arranjos e na concepção.
[43] No ano seguinte esse álbum seria lançado no Brasil com o selo EMI.[44]

Ainda em 2005, no dia 17 de Outubro, a coletânea Uma Voz... Uma Paixão é lançada
pelo selo EMI. No ano seguinte ao seu lançamento, este álbum foi indicado ao Grammy
Latino como Melhor Álbum de MPB[3]

Em 2007, a gravadora Biscoito Fino lança Uma Porção de Marias, que é o segundo
álbum da parceria entre a cantora Jane Duboc e o multi instrumentista Arismar do
Espírito Santo.[45]
Em 2008, lança, novamente pela gravadora Biscoito Fino, o álbum Canção da Espera -
Jane Duboc canta Egberto Gismonti. Segundo a cantora, "é o CD que eu sempre quis
fazer. Um dia (a empresária) Lília Klabin me perguntou o que eu queria ter feito e
não fiz. E era isso. Quando me foi dado um sinal aberto para o projeto, reuni os
amigos pra fazer os arranjos. Sonho com isso desde 1971."[46]

Em 2009, Jane grava, ao lado do guitarrista Victor Biglione, o álbum Tributo a Ella
Fitzgerald.[47] No ano seguinte ao seu lançamento (2010), o álbum foi o vencedor do
21º Prêmio da Música Brasileira como "Melhor Disco em Língua Estrangeira"[34]

Anos 2010

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