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A psicologia do desenvolvimento e da

aprendizagem
Por: José Roberto Marques | Blog | 22 de julho de 2019
A psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem é um campo da
Psicologia que estuda o desenvolvimento físico-motor, afetivo-emocional,
intelectual e social da infância até a vida adulta. Esta abordagem
compreende, ainda, as mudanças comportamentais pelas quais passamos
ao longo dos anos, e o entendimento das próprias origens.
Será que já nascemos prontos ou vamos acumulando experiências, de
acordo com o momento da vida e o nosso grau de entendimento? Nosso
desenvolvimento ocorre por meio do acúmulo contínuo de novos
conhecimentos, de vivências práticas, ou é um caminho natural e inerente
a tudo isso?
Estes são alguns dos questionamentos levantados pelos profissionais
especializados nesta área. O acompanhamento das mudanças de
comportamento que ocorrem ao longo de nosso processo evolutivo nos
permite compreender melhor como nós somos em cada fase da vida.
Neste contexto, fica evidente a importância da Psicologia do
Desenvolvimento Social como uma aliada para entender claramente como
nos comportamos e lidamos com o nosso próprio processo de
crescimento e amadurecimento físico, emocional e intelectual.
A Teoria dos Setênios
Aos sete anos, chegamos a nossa primeira idade escolar. Aos 14, é
permitido termos a primeira experiência profissional, como menor
aprendiz. Aos 21, chegamos à maioridade penal e somos considerados
adultos. Você já havia parado para pensar que estes ciclos
marcam diferentes e importantes fases de nossa vida, e que ocorrem a
cada sete anos?
Pois é justamente isso que defende a Teoria dos Setênios, desenvolvida
pelo filósofo e educador austríaco Rudolf Steiner, criador da Medicina
Antroposófica. Steiner defende que, a cada setênio, passamos por novas
mudanças que evidenciam novos interesses, novas emoções,
comportamentos e necessidades.
Fases da Teoria dos Setênios
0 a 7 anos: O Ninho. Integração entre características natas e hereditárias.
Se dá entre o nascimento e pré-alfabetização (de um a dois anos após essa
idade). Nesta fase, a criança apresenta reflexos hereditários – herdados
pelos pais – para se defenderem dos perigos e no auxílio da obtenção de
nutrição. Os bebês começam a obter capacidade de identificação visual,
reconhecimento do tom de voz de sua mãe, rostos, etc. Uma evolução de
poucos meses faz com que eles já adquirem a capacidade de
reconhecimento dos pais através da visão. Conseguem avançar
rapidamente neste sentido. Reconhecem objetos com maior facilidade,
interagem com outras crianças fisicamente passando de movimentos sem
coordenação para movimentos mais coordenados. Passando para a fase
da infância, estes são marcados por grande avanço na linguagem e
interação com outras crianças e família. Antes de aprenderem a falar
essas crianças da fase infantil já sabem o significado das palavras. Usando
uma combinação de duas ou mais palavras, ela vai progredindo na
evolução da linguagem. Com quatro anos de idade, essa grande maioria já
se comunica através de frases completas, passando para a fase de total
compreensão e um bom domínio da gramática
7 a 14 anos: Incorporação dos valores e das mudanças físicas,
características da puberdade. Na fase entre 7 a 14 anos de idade,
começam a formar o raciocínio lógico, adquirindo uma compreensão de
número e tempo e suas relações familiares, ou seja, vão adquirindo
consciência de seus atos e emoções, tendo a capacidade de discernimento
e identificação das emoções do outro, tornando-as mais empáticas – se
colocar no lugar do outro.
14 a 21 anos: Conflito de Identidade (Puberdade e Adolescência).
Mudanças na forma de raciocinar moralmente, evitando o processo de
culpa e autorecriminação, marca bem a transição da infância e
adolescência para a fase adulta. Com todas essas mudanças emocionais, a
criança vai adquirindo habilidades sociais e de funcionamento. A fase da
adolescência se inicia aos 12 ou 14 anos, com a puberdade e termina
entre 19 a 20 anos. Nessa fase da adolescência é onde há mais
questionamentos pelo jovem devido já ter adquirido a capacidade de
formular hipóteses ou questões. Nessa fase já sabem avaliar
racionalmente, além de fazer deduções e ser sistemático em suas
questões. A questão sexual é aflorada e ele começa a fazer esse controle
físico nos seus relacionamentos. É nessa fase que eles se desvinculam
emocionalmente de seus pais desenvolvendo seus próprios valores e
princípios. Esse é o grande marco para a vida adulta.
21 a 28 anos: Novas experiências e desafio aos limites / Conflito dos
talentos. Nessa fase o indivíduo já tem uma capacidade intelectual, social,
participativa, emocional em alto grau. É nessa fase da vida que eles
definem carreira, casamento, filhos, etc.
28 a 35 anos: Fase de Consolidação Profissional. Muitos profissionais da
área da psicologia, avaliam os períodos e as transições do começo à
metade da fase adulta, envolvendo crises, avaliação da via profissional,
decisões sobre metas de vidas, etc. Em meados dos anos 30 o indivíduo
desenvolve uma preocupação em estar perdendo tempo, ou seja, os anos
se passaram e o que eu fiz de importante, tanto profissionalmente quanto
na minha vida pessoal, familiar?
35 a 42 anos: Conflito Existencial – Surgem os questionamentos: Qual é a
minha missão na terra? Qual o sentido da vida que estou levando? Sou
Feliz? Qual será o meu legado? O que estou construindo? São
questionamentos da meia-idade, que é uma fase de ajuste entre as
conquistas do passado e as limitações do futuro. Instala no indivíduo a
questão do tempo que se passou seu muito maior do que o tempo que
resta para ser vivido, ou seja, o tempo para fazer diferente, conquistar
novos espaços, novos horizontes já está quase ao fim.
42 a 49 anos: Doação ao próximo e necessidade de expandir os horizontes.
As mulheres se deparam, nessa fase, com a menopausa, que é uma
mudança drástica e que baixa sua estima. Sente-se menos mulher nessa
fase. Começa a busca em cuidar do corpo, do visual. Nos homens, há o
questionamento e autocobrança sobre o que fez até hoje, principalmente
sobre a questão profissional e financeira
49 a 56 anos: Autoconhecimento. Nessa fase as pessoas tomam
consciência de que precisam cuidar da saúde, mudança sua qualidade de
vida. Muitos se desesperam por não aceitar bem essa fase de limitações
físicas, entram em pânico a ponto de procurar ajuda psiquiátrica ou
psicológica. Outros trabalham bem essa fase e procuram desacelerar
nessa época, buscando outras realizações como viagens, estilo de vida
mais tranquilo e saudável.
56 a 63 anos (e adiante): Desapego/ Sabedoria / Arte/ Espiritualidade. Na
fase da velhice, a capacidade motora, sensorial e de percepção, mudam.
Muda também a resistência física, não fazem mais as mesmas coisas que
faziam na fase jovem/adulta. Muitos chegam a se aposentar e acabam se
tornando dependentes dos filhos – quem não se precaveu desse momento
com economias – tanto emocionalmente como fisicamente e
financeiramente.
Antroposofia
A Antroposofia é um conceito complexo e profundo, que demanda um
entendimento maior de um conceito que parece contraditório: a Ciência
Espiritual, que compreende a revelação do “Divino” que habita em cada
um de nós, mas não está claramente manifestado.
Em resumo, a Antroposofia defende que Deus é a ligação do homem com
o mundo espiritual. Entretanto, só é possível entender, perceber e viver
isso verdadeiramente quando nos dispomos a acessar o nosso eu interior
e conhecê-lo plenamente.

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