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ISSN 2317-661X Vol. 12 – Num. 01 – Abril 2017

A INFLUÊNCIA DA MÚSICA NA APRENDIZAGEM: ANÁLISE DE


UMA EXPERIÊNCIA NAEDUCAÇÃO INFANTIL

Jaciara Marques da SILVA1; Jeiza Raquel de SOUZA1; Valderlânia dos SANTOS1; Vanusa
Salvianoda SILVA1; Massillania Medeiros GOMES2

1. Alunos do Curso de Licenciatura em Pedagogia da UVA/UNAVIDA. valderlania.15@hotmail.com


2. Orientadora. Professora de Pedagogia da UVA/UNAVIDA. massillania@gmail.com

RESUMO: Este artigo tem como objetivo possibilitar a reflexão acerca da importância das músicas como, por
exemplo, as cantigas de roda, para a aprendizagem das crianças. Através da elaboração prévia de uma sequência
didática, desenvolvemos atividades que foram aplicadas durante três dias na Escola Espaço da Criança,
localizada no município de Natuba-PB, onde objetivamos desenvolver atividades que estimulassem o gosto pelo
conhecimento específico de músicas populares e que permeiam o universo infantil. Concluímos que a música é
uma forma de linguagem que se traduz expressivamente e produz uma comunicação envolvida com sensações,
sentimentos e pensamentos específicos e harmoniosos, e com isso o ambiente escolar torna-se propício para um
relacionamento participativo fazendo com que o mesmo seja um meio dinamizador da aprendizagem,
colaborando para o bom trabalho entre todos os envolvidos no processo. Nosso trabalho utilizou como base
teórica autores como Weigel (1997) e Barreto (2000).

Palavras-Chave: Educação infantil; Música; Lúdico.

ABSTRACT: Thys article ains to enable the reflection abaut the importance of musics, for example, ditties
pilgrims for children’s learning. Through the development of a preliminary didactic sequence, we developed
activities that were applied during thrre days at Espaço da criança’s school, located in Natuba-PB, where
weaimed to develop activities that stimulate the need for specific Knowledge of popularsong thatpermeate the
child’s universe. We concluded that the song is a form of languege which translates expressively and produces a
involvesd communication with sensations, feelings and specific and harmonic thaights, buy the way the school
environment becames conductive to a participatory relationaship, so that the same be a way dinamic of learning
collaborating for a good job among all the involved in process of learning. Our work used as a theoric base
authors such as weigel (1997) and Barreto (2000).

Keywords: Childhood Education, Music, Playfulness.

INTRODUÇÃO

Se lançarmos um olhar para algumas das escolas de educação infantil de nosso país,
perceberemos que uma boa parte enxerga a música como diversão ou como um passatempo,
atitude esta que, a nosso ver, precisa ser modificada.
Neste sentido, nos dirigimos à Escola Espaço da Criança, localizada no município de
Natuba-PB, onde objetivamos desenvolver atividades que estimulassem o gosto pelo
conhecimento específico das músicas populares e daquelas que permeiam o universo infantil,
sugerindo que esse conteúdo fosse inserido no planejamento das escolas e incorporado como
prática, dentro do planejamento diário do professor, o que pode facilitar na construção de um
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espaço diversificado com múltiplas possibilidades e dessa forma atender as mais diversas
necessidades existentes no ambiente escolar, estimulando e atendendo as particularidades de
cada educando.
Para pormos em prática o nosso intuito, elaboramos previamente uma sequência
didática, que foi aplicada em sala de aula durante três dias, através de atividades
diversificadas e que presaram pelo lúdico, considerando o aluno como um ator do
conhecimento construído em torno da música.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A música é um elemento importante para estabelecer a harmonia pessoal, facilitando


a integração, a inclusão social. Atualmente, existem diversas definições para música, mas de
modo geral, ela é considerada ciência e arte e, na medida em que as relações entre os
elementos musicais são relações matemáticas e físicas, a arte manifesta-se pela escolha dos
arranjos e combinações.
De acordo com Bresia (2003, p.25), música é a “[...] combinação harmoniosa e
expressiva de sons e, como a arte, exprime-se por meio de sons, seguindo regras variáveis
conforme a época, a civilização etc.”.
A harmonia vem sendo a combinação simultânea, e está sempre em conjunto com a
melodia e os sons. Segundo Weigel (1988, p.10):

A música é composto basicamente por som: são as vibrações auditeis e


regulares com a mesma velocidade como as do pendulo do relógio as
vibrações regulares são denominadas ruído ritmo: é o efeito que se origina da
duração de diferentes sons longos ou curtos melodia é a sucessão rítmica é
bem ordenada dos sons harmonia: é a combinação simultânea, melódica e
harmoniosa dos sons.

Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano, o


qual mobiliza com exclusividade ou mais intensamente o ritmo musical, induz ao movimento
corporal, a melodia estimula a afetividade, a ordem ou a estrutura musical, a harmonia
contribui para a restauração mental da criança, o ritmo tem um papel importante na formação
e equilíbrio do sistema nervoso isso porque toda expressão musical atua sobre a mente.

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A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e


comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento
expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas diversas
situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. Faz
parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada
como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da
filosofia.
O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e
forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentem
necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da
expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de poderoso meio de
integração social.
Educação musical é o ensino da música de maneira formal, fazendo com que o
indivíduo entenda este processo através de uma linguagem própria, usando elementos como
ritmo, intensidade, timbre, músicas folclóricas, leitura musical, prática instrumental, através
de atividades apropriadas para cada idade.
A educação musical nas diversas culturas consiste numa importante forma de
expressão humana. A música é uma linguagem feita de sons, ritmos e capazes de expandir
sentimentos, para que isso aconteça, é necessário que ela seja incentivada a inventar e criar,
sons, ritmos e movimentos. Devemos dar à criança oportunidades de viver a música,
apreciando, cantando e criando sons.
Através da música a criança conhece melhor a si mesma, desenvolvendo sua noção
de esquema corporal e também permite a comunicação com o outro; A música é um processo
de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto
musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade e do prazer de ouvir
música. Para Barreto (2000, p.26):

As atividades podem contribuir de maneira indelével como reforço no


desenvolvimento cognitivo, linguístico, psicomotor e sócio afetivo. Portanto,
o desenvolvimento cognitivo/linguístico é a fonte de conhecimento da
criança, são as situações que ela tem oportunidade de experimentar em seu
dia a dia dessa forma quanto maior a riqueza de estímulos que ela receber
melhor será seu desenvolvimento intelectual, já o desenvolvimento
psicomotor são as atividades musicais que oferecem inúmeras oportunidades
para que a criança aprimore suas habilidades motoras, aprendendo a controlar
seus músculos e inovar com desenvoltura.

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A criança aos poucos vai formando sua identidade, percebendo-se diferente dos
outros e ao mesmo tempo buscando integrar-se com os outros, além disso, ao expressar-se
musicalmente em atividades que lhe deem prazer ela demonstra seus sentimentos liberando
suas emoções desenvolvendo um sentimento de segurança e auto realizarão. A função da
escola é preparar o educando para o futuro, para a vida adulta com suas responsabilidades. A
música pode contribuir para tornar esse ambiente mais alegre e favorável à aprendizagem.
Segundo Snyders (1992, p.14), propiciar uma alegria que seja vivida no presente é a
dimensão da pedagogia é e preciso que os esforços dos alunos sejam estimulados,
compensados por uma alegria que possa ser vivida no momento presente.
O ambiente escolar mais alegre podendo ser usada para proporcionar uma atmosfera
mais receptiva a chegada dos alunos, oferecendo um efeito calmante após períodos de
atividades físicas e reduzindo a tensão em momento de avaliação a música também pode ser
usada como um recurso no aprendizado de diversas disciplinas o educador pode selecionar
músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado, em sua área, isso vai ajudar a recordar as
informações e a música também deve ser estudada como matéria em si como linguagem
artística forma de expressão e é um bem cultural.
A escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno oportunizando a
convivência com os diferentes gêneros, apresentando novo estilo proporcionando uma análise
reflexiva do que lhe é apresentado permitindo que o aluno se torne mais crítico.
A música na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência
relacionando se ainda com habilidades linguísticas e lógica-matemática ao desenvolver
procedimentos que ajudam o educando a reconhecer e a se orientar melhor no mundo.
Quando o Educador seleciona algumas canções para trabalhar com as crianças, é
importante que ele ofereça a elas um repertório variado, pois cada região do Brasil têm suas
músicas típicas, que foram influenciadas pelas várias culturas que compõem o nosso País.
Temos uma diversidade enorme de instrumentos e ritmos, apresentando as crianças essa
riqueza musical, estamos despertando nelas respeito pelos colegas de outras regiões.
Quando a criança escuta uma música, ela se concentra e tenta acompanhá-la
cantando e fazendo movimentos com o corpo, isso desenvolve o senso do ritmo nos pequenos.
De acordo com ROSSETI (2007, p. 109) “Aprendendo a ouvir, a criança pode repetir uma
música recriando-a”.

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É importante que nós, educando valorizemos o ato de criação no seu contexto de


desenvolvimento ao ouvir os diversos sons, a primeira coisa que os pequeninos fazem é
escutar com muita atenção e, em seguida vem a tentativa de imitação com grande surpresa e
alegria, cada um tenta reproduzir o que ouviu, acompanhar uma música juntamente com os
colegas também ajuda a criança a se sentir pertencente ao grupo.
As crianças em torno de um ano e meio, embora ainda não falem se expressam
através de movimentos, sons e ritmos, esses pequeninos adoram ouvir música e demonstram
grande satisfação com o canto dos pássaros, das cigarras e dos grilos. Sabemos que para eles a
convivência com os diferentes sons e ruídos é muito importante, pois traz novas descobertas e
com elas o conhecimento e a exploração do diferente do novo, a primeira descoberta dos sons
e do ritmo se dá através do próprio corpo e do ambiente ao redor. Os sons da natureza com
seus diferentes ruídos dão prazer às crianças, já o barulho de uma sirene chama atenção e
incomoda todas essas experiências linguagens e sentimentos.
A música é a sucessão de sons e silêncio organizada ao longo do tempo. O ritmo, a
melodia, o timbre e a harmonia, elementos constituintes da música, são capazes de afetar todo
o organismo humano, de forma física e psicológica. Através de tais elementos o receptor da
música responde tanto afetiva quanto corporalmente. (FERREIRA, 2005).
A música está presente em diversas situações e com diferentes objetivos, pois há
composições usadas para ninar, para dançar. Os países têm seus hinos, assim como as escolas
e os times de futebol. Existem músicas típicas regionais. Inclusive, vemos hoje, em diversas
maternidades, som ambiental nas salas de parto. (UNESCO, 2005). É o ritmo externo ao
Homem que coloca em jogo, mais do que tudo, o movimento corporal e possíveis
modificações fisiológicas. Autores e pesquisadores que conceituaram o ritmo admitem a
dificuldade de situá-lo como algo concreto e a impossibilidade de defini-lo e de avaliá-lo de
forma objetiva. Poderíamos considerar que o ritmo é um fenômeno que existe de fato
(TIBEAU, 2006).

O LÚDICO E A EXPRESSÃO MUSICAL

Um dos aspectos que permite com que a criança se sinta bem no ambiente escolar é o
vínculo afetivo, não só do educador, mas de todos com quem mantém contato dentro
ambiente de ensino. Wallon (1975) define o termo afetividade como sendo a capacidade do
ser humano de ser afetado positiva ou negativamente tanto por sensações internas como

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externas. A afetividade é um dos conjuntos funcionais da pessoa e atua juntamente com a


cognição e o ato motor, no processo de desenvolvimento e construção do conhecimento.
Portanto o educador assume um papel mediador entre a criança e o objeto do
conhecimento. Segundo UBALDO (2009):

O professor entra como mediador entre a criança e o objeto do conhecimento,


propiciando espaços e situações de aprendizagens que envolvam todas as
capacidades como, afetivas, cognitivas, emocionais, sociais, etc., explorando
os diferentes campos de conhecimentos humanos. O professor tem a função
de propiciar à criança, um ambiente saudável sem descriminação, rico,
prazeroso, onde é possível explorar as variadas práticas educativas e sociais.

Devemos compreender que a música é necessária para o processo de aprendizagem


escolar e o desenvolvimento de atividades lúdicas e prazerosas. Para Barros (1973, p. 01):

A música é de todas as artes, a mais dinâmica e comunicativa. É uma arte


sublime, bela, expressiva, seja nas suas manifestações populares, seja nas
suas formas folclóricas, líricas ou clássicas. É a única linguagem universal
que os homens possuem e entendem e ela melhora e consagra em
intercâmbios artísticos, individuais ou coletivos, cada vez mais íntimos e
frequentes.

Na concepção de Piaget (1996), afetividade é o agente motivador da atividade


cognitiva. A afetividade e a razão são termos complementares e seria a energia, o que move a
ação, enquanto a razão seria o que possibilita ao sujeito identificar desejos, sentimentos
variados, e obter êxito em suas ações. O processo afetivo é continuo e inovador, e está sempre
em construção. A formação de sentimentos está ligada a valores e evolução da sociedade, e os
sentimentos são constituídos a partir da cooperação de outros, a partir do convívio.
Segundo Rossini (2003), por meio da afetividade a aprendizagem se torna mais
viável, os relacionamentos se tornam mais felizes e saudáveis, e a interação da criança com o
mundo torna-se mais espontânea e emotiva. Segundo Rossini (2003, p. 15 e 16):

As crianças devem ter oportunidade de desenvolver sua afetividade. É


preciso dar-lhes condições para que seu emocional floresça, se expanda,
ganhe espaço. A falta de afetividade leva a rejeição aos livros, à carência de
motivação para aprendizagem, à ausência de vontade de crescer.

Sendo assim, a aprendizagem deve estar associada ao ato afetivo, e deve ser
prazerosa. Segundo Andrade (2007):

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A afetividade é à base da vida e elemento importante no processo de


aprendizagem. Piaget afirma que a afetividade não modifica a estrutura no
funcionamento da inteligência, porém, é a energia que impulsiona a ação de
aprender. Poderá acelerar ou retardar o desenvolvimento dos indivíduos,
podendo até interferir no funcionamento das estruturas da inteligência.

Wallon (1975), afirma que tanto os laços de afetividade quanto a aprendizagem tem
início no âmbito familiar e se estende posteriormente à escola, e a criança irá conviver nestes
dois meios durante a principal fase de sua vida, fase esta, em que sua personalidade está em
formação. Nesta fase muitos conflitos podem ser gerados, e o professor pode fazer a
diferença.
Lúdico é todo e qualquer movimento que tem como objetivo produzir prazer na sua
execução, ou seja, divertir o praticante. As características dos jogos lúdicos são: brinquedos
ou brincadeiras menos consistentes e mais livres de regras e normas; são atividades que não
visam à competição como objetivo principal, mas a realização de uma tarefa de forma
prazerosa; existe sempre a presença de motivação para atingir os objetivos. (Rezende, 1993)
Sob o ponto de vista de Vygotsky (1991, p. 97), as atividades lúdicas são fontes de
desenvolvimento proximal, pois a criança quando brinca demonstra e assume um
comportamento mais desenvolvido do que aquele que tem na vida real, envolvendo-se por
inteiro na brincadeira. Estas oportunizam situações de atuação coletiva, possibilitam imitações
de comportamentos mais avançados de outro semelhante, a prática de exercício de funções e
papéis para os quais ela ainda não está apta; o conhecimento e o contato com objetos reais e
com aqueles criados para atender aos seus desejos de experimentação. O professor pode
desenvolver, por meio da brincadeira, conhecimentos, habilidades e comportamentos que
estão latentes ou em estado de formação na criança. Para Pinho (2009):

As brincadeiras e jogos podem e devem ser utilizados como ferramenta


importante de educação. Na educação infantil, as atividades lúdicas são mais
empregadas no aprendizado das crianças de 0 a 5 anos de idade, onde elas
interagem umas com as outras, desempenhando papeis sociais,
desenvolvendo a imaginação, criatividade e capacidade motora e de
raciocínio. Alguns educadores julgam necessário que as brincadeiras sejam
direcionadas e possuam um objetivo claro, sob o argumento de que são
importantes no desenvolvimento integral da criança.

De acordo com Barbosa (2011, p. 18), “a Arte como uma linguagem aguçadora dos
sentidos transmite significados que não podem ser transmitidos por intermédio de nenhum
outro tipo de linguagem, tais como a discursiva e científica”. Nesse sentido a música é um

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meio de expressão e forma de conhecimento, sendo um meio para o desenvolvimento da


expressão, do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além de um meio de integração
social.

De acordo com, Beber (2009, p. 4):

Uso da música em escolas como auxiliar no desenvolvimento infantil tem


relevado sua importância singular, pois através das canções vive, explora, o
meio circundante e cresce do ponto de vista emocional, afetivo e cognitivo,
cria e recria situações que ficam gravadas em sua memória e que poderão ser
realizada quando adultos.

Vale ressaltar que a lei nº 11.769/2008; alterou a LDB, tornando a música,


componente curricular da educação. Sendo assim, musicalidade fará parte do cotidiano de
nossas crianças as mais variadas formas, sempre pautada em objetivos pedagógicos e
prazerosos, desenvolvendo sensibilidades.
Portanto, vimos por meio desse projeto defender a necessidade de fazer com que a
musicalidade se torne um hábito em sala de aula, pois, a música tem como função, ser um
agente facilitador e integrador do progresso educacional.

DESCRIÇÃO DA ESCOLA

A escola Espaço da Criança está localizada na cidade de Natuba – PB tem


capacidade para 100 crianças. Mas, atualmente, atende 160 alunos, com idade entre três a
cinco anos, está localizada no centro da Cidade é de fácil acesso, o aluno e a comunidade são
considerados de baixa renda.

A professora tem uma formação pedagógica excelente, porém ela não utiliza uma
metodologia inovadora, faz o uso do método tradicional constantemente.
A sala de aula possui uma grande janela, 2 portas de acesso, quatro lâmpadas
fluorescentes, dois armários, quadro branco, 24 mesas com 1 cadeira cada, proporcionais ao
tamanho das crianças, dois ventiladores de teto.

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A decoração das paredes é feita com desenhos, letras, números, cartazes com letras
musicais, cantinho da leitura, palavras encantadas e datas de aniversários.

RELATO DA EXPERIÊNCIA

Nos dias 23, 24 e 25 de maio do ano de 2016, nos dirigimos à escola Espaço da
Criança, a fim de realizarmos o nosso relatório de intervenção na turma do pré-I, cuja
professora regente era Clemilda Barbosa A. da Silva.
No dia 23 de maio, procedemos à aula da seguinte forma: iniciamos com uma
oração, logo após demos início a nossa sequência didática, colocando as crianças em círculos
e começamos uma conversa sobre música. Os alunos de início ficaram tímidos e não queriam
interagir, mas com o decorrer da aula deixaram a timidez de lado e logo começaram a se
soltar e participar das atividades propostas.
Questionamos das crianças o seguinte: se gostavam de música, se gostavam de
dançar, que músicas conheciam, que cantigas de roda eles gostavam de brincar. Em seguida,
começamos a brincadeira da caixinha dos animais, junto com a música da barata. E, enquanto
a cantiga tocava a caixinha ia passando de mão em mão e quando parava a música parava o
aluno abria a caixa e retirava um animal, falavam o nome do mesmo e se conheciam uma
música do animal cantavam para todos. Apresentamos a cantiga “A Barata Mentirosa”, onde a
diversão foi garantida. Observamos que com essas atividades lúdicas as crianças se
socializaram, onde se permitiram participar das atividades de forma divertida e descontraída.
Brincando, pulando, cantando a música e adquirindo conhecimento de forma divertida.
Questionamos os seguintes valores: mentira se é certo ou errado? Logo após,
realizamos uma atividade em relação ao assunto abordado.
No dia 24, a aula iniciou com uma oração e música. Demos prosseguimento à aula
com movimentos usando música que trabalhe a coordenação motora como “Estátua”,
“Cabeça, ombro, joelho e pé”, “Soco bate, soco vira”, “Mexe, mexe”. Em seguida, fizemos
um círculo e realizamos a brincadeira da caixinha onde havia dentro tirinhas de nomes de
músicas, onde líamos e as crianças cantavam, escolhiam seus coleguinhas para fazer seu par
na realização da cantiga de roda. Após o intervalo, as regentes e os alunos tiveram um
questionamento sobre a música do sapo, onde trabalhamos as sílabas e vogais. Percebemos
que as crianças adquiriam conhecimentos de forma lúdica e divertida. Promovendo a
integração das crianças dando oportunidade de expressar sensações, sentimentos e
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pensamentos, ampliando desta forma, seu conhecimento do mundo. Com essa sequência
didática as crianças tiveram uma aula diferenciada e muito descontraída, pois as mesmas
demonstravam nos gestos, sorrisos de alegria que transmitiam durante as atividades.
No dia 25, demos início a nossa culminância onde foram reproduzidas músicas no
DVD. E, seguida, discutimos sobre as atividades que foram trabalhadas nos dias anteriores e
passamos à confecção de máscaras (sapos e baratas). Foi uma aula produtiva e proveitosa.
Onde eles demonstraram afetividades com os estagiários e falaram que iriam sentir saudades
das mesmas, pois gostaram muito das aulas.

AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA

Poder participar da rotina escolar foi de suma importância para nosso aprimoramento
pedagógico, sem falar que estar próximo do trabalho docente nos permite a desconstrução de
vários mitos que alimentamos durante toda nossa formação, entre eles de que a escola é um
“caos” uma “bagunça”, onde não se consegue dar aula, que os alunos são “preguiçosos”, não
prestam “atenção”, ou seja, o que chega até os estudantes de graduação, uma visão negativa
da escola e do trabalho do professor.
Com este trabalho podemos perceber como é importante estar bem preparado e
qualificado para exercer tal profissão, e de como é importante ter amor a seu trabalho. A
escola que observamos apresenta uma estrutura que deixa muito a desejar, mas com relação
aos seus profissionais são excelentes, estão muito bem preparados.
Com relação aos profissionais observados, percebemos que são ótimos profissionais,
pois demonstraram um excelente domínio de sala de aula, e de conteúdo, com uma
metodologia um pouco aprimorada, um trabalho que obteve frutos.
Foi de suma importância o trabalho realizado, pois com ele podemos aprender
diversas técnicas de ensino, como trabalhar com os alunos, como interagir com eles, conhecer
um pouco a dificuldade de cada um. Conhecendo melhor o ambiente escolar e o mundo da
educação infantil.
Tudo isso só veio para enriquecer nosso aprendizado, compreendendo a Música
como uma nova aliada no processo da aprendizagem, percebendo que ser professor não é
profissão e sim vocação, e que apesar de todos os obstáculos que encontramos se quisermos,
podemos fazer diferente, podemos ser o diferencial.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que de forma geral a música possui vários significados e representações


no cotidiano das crianças e se utilizada de forma adequada pode ser um agente facilitador em
diversos contextos que envolvam o raciocínio e a aprendizagem dos educandos. Com isso
pode-se afirmar que através da música as diversas áreas do conhecimento podem ser
estimuladas, trazendo inúmeros benefícios ao universo infantil, uma vez que a criança é
bastante influenciada pelo lúdico, pelo que é prazeroso e ao mesmo tempo traz uma riqueza
de conhecimentos.
Nosso principal objetivo foi analisar os benefícios proporcionados ao educando
através da musicalidade, portanto, observamos que a expressão musical, assim como os
estilos de aprendizagem, é construída social e culturalmente, se inseridos no contexto escolar
auxilia no processo de aprendizagem das crianças, despertando a área afetiva, linguística e
cognitiva. É necessário introduzir a música não só na estrutura curricular, mas no cotidiano da
sala de aula para que ela seja capaz de transformar e ajudar alunos com necessidades
especiais, motivando-o e fazendo com ele se sinta capaz, e professor assim como toda
comunidade escolar deve estar disposto a mudar seus métodos de ensino e buscar se
aprimorar visando um melhor resultado no seu trabalho.
Diante do estudo apresentado, observamos que a música ainda é mal vista por
determinados grupos de pessoas que a enxerga como uma mera brincadeira ou parte de uma
rotina enfadonha, e nunca desfrutam dos benefícios ofertados pela música; constatamos,
portanto que a música além de aprimorar a educação de nossas crianças ela traz novos
horizontes aos envolvidos; Foi possível concluir que a música é um instrumento valioso e
facilitador para o ensino aprendizagem de crianças da educação infantil, sabendo que a
musicalização é necessária na educação infantil devemos inserir a mesma no universo da
criança para que ela aprenda brincando, sabendo que os sons, os ritmos e toda a ludicidade
que a envolve traz um ambiente facilitador da aprendizagem.

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