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Auditoria Contábil – Planejamento Tributário

Programa Avançado de Capacitação em


Auditoria Contábil Tributária Digital

Módulo 1 – Sistemas Contábeis


Arranjos Societários

Prof. Dr. Jorge Vieira

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Agenda
• Panorama das Operações de Project Finance
• Normas Contábeis Aplicáveis
– IAS 28 Investments in Associates and Joint Ventures (PT CPC n. 18)
– IFRS 10 Consolidated Financial Statements (PT CPC n. 36)
– IFRS 11 Joint Arrangements (PT CPC n.19)
– IFRS 12 Disclosure of Interests in Other Entities (PT CPC n.45)
– IFRIC 12 Service Concession Arrangements (ICPC n. 01)

• Exemplos Ilustrativos

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
Currículo
Possui Doutorado em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo
(eleita a melhor Tese de 2008). Foi pesquisador da Fipecafi nos anos de 2006-2007.
Atualmente é Assessor do Superintendente de Normas Contábeis e de Auditoria da
CVM (no ano de 2008, assessorou o então Diretor Eliseu Martins no processo de
convergência). É Prof. Adjunto da Graduação e do Mestrado em Ciências Contábeis
da UERJ. É representante da CVM no Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC.
É observador da CVM no IFASS - International Forum of Accounting Standard Setters,
no WSS - World Standard Setters e no ISAR - Intergovernmental Working Group of
Experts on International Standards of Accounting and Reporting (UNCTAD). Integra
Grupo de Trabalho criado pela Receita Federal do Brasil - RFB para estudar os
impactos fiscais potenciais das IFRSs.

Fonte: CVitae base cnpq - http://lattes.cnpq.br/0363662089058899

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Conceito
Um project finance (ou financiamento de projetos) é um modelo
estruturado de financiamento, de garantias limitadas (“non-
recourse”/”limited recourse”), destinado a projetos que demandam
um volume expressivo de capital. São por assim dizer projetos
de capital intensivo, com financiamento de longo prazo, cuja
garantia de não performance (“default risk”) reside,
essencialmente, na geração interna de fluxo de caixa futuro do
projeto, os quais são formalizados por meio de um conjunto de
contratos de longo prazo, celebrados com partes interessadas
(“stakeholders”). Projetos na área de infraestrutura são
candidatos naturais a essa modalidade. Não por acaso é, na
literatura, denominado “Método de Financiamento de
Infraestrutura”.

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Participantes de um “Project Finance”
• Empreendedores (“sponsors”): sócios capitalistas do
empreendimento. Em regra detêm outorga do direito de concessão.
• Contratados (“contractors”): partes responsáveis por assumir o
projeto de engenharia e construção da infraestrutura (EPC),
manutenção e operação (O&MC).
• Fornecedor (“feed-stock provider”): parte responsável por garantir
o fornecimento dos insumos necessários à operação do projeto (óleo,
gás, bagaço de cana ou qualquer matéria-prima indispensável à
produção).
• Comprador (“offtaker”): parte responsável por garantir a
contratação da produção ou serviços do projeto. Assume alguns
riscos para garantir a estabilidade de fluxo de caixa do projeto.

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Participantes de um “Project Finance”
• Tomadores (“borrower”): é a sociedade veículo ou entidade de
propósito específico (“special purpose vehicle”, “special purpose entity”,
“special purpose company”) que abrigará o projeto. Podem ser
representados também por meio de um consórcio (sem personalidade
jurídica).
• Credores (“lenders”): bancos, fundos de pensão, fundos de private
equity e outros investidores, provedores dos recursos de garantia limitada
(“non-recourse”/”limited recourse”).
• Governo/Agências Governamentais: responsável por abrir o edital
de concessão (leilão), fazer cartas convite a potenciais candidatos,
outorgar o direito de concessão ao vencedor do leilão, regular e fiscalizar
a atividade.
• Especialistas: auditores Independentes, agências de rating,
advogados, seguradoras, consultores em geral, agentes fiduciários/”scrow
agents”.
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Estatísticas Internacionais
2010 2007
REGIÃO
US$ milhões % US$ milhões %
Ásia 98.708,20 47,42% 44.842,30 20,38%
Oriente Médio, Europa e África 83.931,20 40,32% 130.667,30 59,40%
Américas 25.534,50 12,27% 44.476,30 20,22%
Global 208.173,90 100,00% 219.985,90 100,00%
Fonte: Thomson Reuters Project Finance International
(GARDNER, D.; WRIGHT, J. HSBC Project Finance. Cap. 12)

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Estatísticas Internacionais
2010
PAÍS
US$ milhões %
Índia 54.801,70 26,32%
Espanha 17.376,10 8,35%
Austrália 14.592,10 7,01%
EUA 13.423,80 6,45%
Reino Unido 13.020,80 6,25%
Taiwan (Ilha de Formosa) 12.064,40 5,80%
Arábia Saudita 10.000,20 4,80%
Suíça 5.371,20 2,58%
França 5.350,70 2,57%
Itália 5.014,50 2,41%
Top 10 151.015,50 72,54%
Global 208.173,90 100,00%
Fonte: Thomson Reuters Project Finance International
(GARDNER, D.; WRIGHT, J. HSBC Project Finance. Cap. 12)

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Estatísticas Internacionais
2010
SETOR
US$ milhões %
Energia 73.300,40 35,21%
Logística 52.315,40 25,13%
Óleo e Gás (petróleo) 25.950,80 12,47%
Lazer e Setor Imobiliário 13.824,20 6,64%
Telecomunicações 13.382,70 6,43%
Petroquímica 11.306,40 5,43%
Mineração 8.857,70 4,25%
Industrial 6.306,00 3,03%
Água e Esgoto 1.577,50 0,76%
Processamento/Reciclagem Lixo 1.266,60 0,61%
Agicultura e Reflorestamento 86,20 0,04%
Global 208.173,90 100,00%
Fonte: Thomson Reuters Project Finance International
(GARDNER, D.; WRIGHT, J. HSBC Project Finance. Cap. 12)

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Estrutura da Operação
Pode ter participação acionária
Governo

participação Suporte por


Acionistas
acionária “FeedStock meio de
Provider/Offtaker” previsão em
Outorga Direito
Orçamento
de Concessão

Fornecimento Aquisição de
“Sponsors” – PL de insumos $$ produtos/serviços
“Funding”:
Estrutura de
$$ “Offtaker”
Capital altamente Credores – Passivo $$ Veículo (EPE)
Alavancada Aquisição de
“Non-recourse Loan”
produtos/serviços
Engenharia e $$ $$
Construção Operação e Manutenção
Especialistas Envolvidos:
Auditores Independentes Cláusulas Contratuais – “Offtaker”:
 Agências de rating “Take if offered”
Advogados EPC O&MC “Take or Pay”
Seguradoras “Throughput”
Consultores em geral  “Tolling Agreement”
Agentes Fiduciários/”Scrow Agent” “Hell or Hight Water”
“Contractors”

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Casos Reais de Project Finance
NO EXTERIOR
• Eurotunnel (França/Inglaterra)
• Aeroporto de Londres (Reino Unido)
• SCL Terminal Aéreo de Santiago (Chile)
• Mina de Ouro Andacollo (Chile)

NO BRASIL
• Porto de Açu (Logística)
• Consórcio de Marlim – Bacia de Campos (Petróleo)
• Vanádio de Maracás - BA (Mineração)
• SPE Transportadora Gasene - NE (Gasoduto)
• UTE Pecém – (Energia Termoelétrica)

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Um Negócio Conjunto (“Joint Arrangement”) é um acordo
contratual segundo o qual duas ou mais partes exercem o
controle conjunto. [IFRS 11, §4]
1. as partes do acordo tem sua atuação
delimitada/disciplinada contratualmente. [IFRS 11, §4]
2. o acordo dá a duas ou mais das partes que integram o
arranjo o controle conjunto do acordo. [IFRS 11, §4]

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IFRS 10 (PT CPC n. 36)
Conceito de Controle [CPC 36, itens 5-18 e B2-B85]
Retornos do investidor decorrentes de seu
Exposição a ou envolvimento têm o potencial de variar
direitos sobre conforme desempenho da investida (§§15-
retornos 16).
variáveis

Capacidade p/ usar
Poder sobre a o poder p/ alterar
investida o valor de seus
retornos

O poder reside em direitos


advindos de instrumentos
Controle Investidor deve avaliar se é
agente ou principal da investida
patrimoniais ou de disposições (§§17-18).
contratuais, que dão a
capacidade atual de dirigir
atividades relevantes (§§10-14).

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IFRS 10 (PT CPC n. 36)
Conceito de Controle [CPC 36, itens 5-18 e B2-B85]
Parâmetros para avaliação do controle [CPC 36, itens B2-B4]
• objetivo e estrutura da investida [CPC 36, itens B5-B8]
• atividades relevantes da investida e processo decisório [CPC 36, itens B11-B13]
• extensão dos direitos do investidor e capacidade de dirigir atividades
relevantes [CPC 36, itens B14-B54]
• “exposição a” e/ou “direitos sobre” retornos variáveis do envolvimento
com a investida [CPC 36, itens B55-B57]
• capacidade de utilização do poder sobre a investida para afetar retornos
(influenciar no desempenho da investida) [CPC 36, itens B58-B72]
• natureza do relacionamento do investidor com outras partes [CPC 36, itens
B73-B75]

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
O Controle compartilhado ou conjunto (“Joint Control”) é o
exercício coletivo do controle do Negócio Conjunto (“Joint
Arrangement”), acordado contratualmente, o qual somente existe
quando decisões acerca de atividades relevantes requerem
decisão unânime (consensual) das partes que compartilham o
controle. [IFRS 11, §7]
1. o controle conjunto impõe a tomada de decisões coletivas acerca de
atividades que afetam significativamente os retornos do negócio.
2. a tomada de decisões implica consenso ou unanimidade entre as
partes que compartilham o controle.
3. se as partes que compartilham o controle delegam o poder decisório
para uma única parte, não há Negócio Conjunto.
4. Nem todas as partes em um Negócio Conjunto compartilham controle e
essa característica não desqualifica o Negócio Conjunto.
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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Tipos de Negócios Conjuntos [IFRS 11, §14]
1. Empreendimentos Controlados em Conjunto (“Joint
Ventures”): as partes detêm o controle compartilhado do
Negócio em Conjunto e contratualmente detêm direitos
sobre os ativos líquidos do negócio.

2. Operações Controladas em Conjunto (“Joint


Operations”): as partes detêm o controle compartilhado do
Negócio em Conjunto e contratualmente detêm direitos
sobre os ativos e assumem os passivos do negócio .
Obs. Para avaliação de um Negócio Conjunto, o “due diligence” dos contratos deve
considerar (1) estrutura e forma legal do Negócio Conjunto, (2) termos contratuais
firmados entre as partes e, quando relevantes, (3) outros fatos e circunstâncias.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Arcabouço Contratual (“Framework Agreement”) [IFRS
11, §18]

Por vezes, as partes em um negócio conjunto podem firmar


um conjunto de contratos embutidos em um “contrato mãe”,
através do qual podem ser estabelecidos diferentes arranjos,
para tratar de atividades específicas. Assim podem coexistir
“joint ventures” e “joint operations” em um mesmo contrato.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
O arranjo contratual Decisões sobre atividades A forma legal da SV separada (Estatuto,
relevantes do NC requerem NC é estruturado por
confere controle Sim Sim meio de uma sociedade Sim Arcabouço Legal/Regulatório) confere às partes Sim
conjunto às par tes do unanimidade decisória direitos sobre os ativos e obrigações sobre os 1
(consenso) das partes que veículo separada?
Negócio Conjunto? passivos do NC?
compartilham o controle?

Não
Não Não
Não
Os termos do arranjo contratual firmado
Negócio Conjunto é Sim
Não é um Negócio 1 conferem às partes direitos sobre os ativos e 1
uma Joint Operation.
Conjunto. obrigações sobre os passivos do NC?

Não

ANÁLISE DE UM JOINT O NC foi concebido pelas partes de forma tal que:


(1) suas atividades são desenvolvidas
ARRANGEMENT precipuamente para atender necessidades das
partes em termos de produção do NC (as partes Sim
na essência detêm direitos substanciais sobre os 1
BEs gerados pelos ativos do NC) e (2) o NC
depende sobremaneira, numa base contínua, das
partes para liquidar seus passivos?

Obs. O Acordo de Acionistas é o documento que


Não
disciplina a forma pela qual controle será exercido.
Negócio Conjunto é
uma Joint Venture.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Um Acordo Conjunto Peculiar: Indústria de O&G
Bens
EPC Exploração
SPE é o AC, cuja participação
societária é espelhada no próprio
$$ SPE consórcio. Cias aportam recursos
Cia.Estrangeira para financiar aquisição dos bens
Exterior de exploração.

Regime Aduaneiro Especial – Repetro:


Permanência temporária de bens
DrawBack (insumos ou bens inacabados) Contratos de Afretamento Cia. A
Exportação Ficta (plataformas móveis) e 40%
Arrendamento (Estrutura
de Produção).

Consórcio
detentor do
direito de
Concessão
Cia. B Cia. C
30% 30%

Suspensão do II, IPI, PIS e Cofins (Decreto 6.759/2009 e IN 1.415/2013)


Redução ou Isenção do ICMS (Confaz 130/2007)
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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Tratamento Contábil – “Joint Operator” deve reconhecer
contabilmente: [IFRS 11, §§20-23]
• seus ativos e parcela definida contratualmente sobre os ativos da “Joint
Operation”.
• seus passivos e parcela definida contratualmente sobre os passivos da “Joint
Operation”.
• suas receitas advindas da venda de sua parte na produção da “Joint
Operation”, definida contratualmente.
• parcela definida contratualmente sobre as receitas de venda da “Joint
Operation”
• suas despesas, incluindo a parcela definida contratualmente sobre as
despesas da “Joint Operation”.

Obs. ainda que não participe do controle compartilhado , o “Joint Operator” deve observar essas regras,
salvo se não tiver direitos sobre os ativos da JO e obrigações decorrentes dos passivos da JO.

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Tratamento Contábil – “Joint Operator” [IFRS 11, §§ B33A-B37]
• ganhos e perdas resultantes de transações de venda para a “Joint
Operation” (resultados não realizados downstream), ou da integralização
de ativos ao seu acervo pelo “Joint Operator”, devem ser reconhecidos na
extensão da participação das outras partes.
• ganhos e perdas auferidos pela “Joint Operation” em transações de
compra realizadas pelo “Joint Operator” (lucros não realizados upstream)
não devem ser reconhecidos pelo “Joint Operator”, até que os ativos
sejam transferidos a terceiros.
• perdas advindas de resultados não realizados downstream ou upstream
podem evidenciar a necessidade de constituição de provisão para
redução ao valor de recuperação de um ativo.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Exemplo: A entidade "B" é um veículo separado, fruto de um acordo em conjunto,
qualificado como uma Operação em Conjunto. A cia. "A" participa de 30% do acordo em
conjunto. Alíquota de IR e CS de 30%.
Única informação a ser
publicada/apresentada ao
Cia A SV B J. Op. B Débito Crédito Cia. A' mercado, a partir de 2013.
caixa 350 200 60 410
estoques 400 350 105 505
Inv. B 45 45 -
total 795 550 165 915
passivo 400 120 120
PL
capital 795 150 45 45 795
total 795 550 165 45 45 915

Eliminação da linha de
Invest. “B” contra o PL
da J. Op. “B” a que a
Cia. “A” faz jus.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Hipótese 1: A cia. "B" vende 40% de seus estoques para a companhia "A", à vista, por $200
(LÑR Upstream).

DRE: Cia A Cia B J. Op. B Débito Crédito Cia. A'


Receita 200 60 60 -
CMV (140) (42) 42 -
LB 60 18 -
Res. Eq. - - -
IR e CS (18) (5) 5
LL - 42 13 -

Eliminação LÑR
Upstream em 100%
até que os ativos
sejam alienados a 3os
independentes.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Cia A Cia B J. Op. B Débito Crédito Cia. A' Eliminação dos LÑR
caixa 150 400 120 270 Upstream brutos
IR e CS Diferidos 5 5 embutidos nos estoques
estoques 600 210 63 18 645 da Cia. “A” contra os LL
Inv. B 45 45 - da J.Op. “B” a que a Cia.
total 795 610 183 920 “A” faz jus e contra o
IR e CS 18 5 5 reconhecimento de um IR
passivo 400 120 120 e CS Diferido Ativo
PL (antecipação de tributos)
a ser reconhecido no BP
capital 795 150 45 45 795
da Cia. “A”.
lucros ac. - 42 13 13 -
total 795 610 183 63 63 920

Comprasexpurgados LÑR Conciliação Sdo Estoques Cia A':


Receita Cia "B" 200 Part. LÑR Compras Sdo anterior 400
Part. "A" 30% 60 (18) 42 Sdo J. Op. "B" 63
Part. Outros 70% 140 - 140 Comprasexpurgados LÑR 182
182
Sdo estoques Cia. A' 645

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Hipótese 2: A companhia "A" vende 40% de seus estoques para a companhia "B", à vista, por
$200 (LÑR Downstream).

DRE: LÑR Downstream


Receita 200 LL "A" 28
CMV (160) Part. "A" 30%
LB 40 8
IR e CS (12)
LL antes expurgo 28 Eliminação dos LÑR
LÑR líquido (8) downstream na extensão da
LL 20 participação do venturer “A”
e líquido de efeitos fiscais.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Única informação a ser
Cia A Cia B J. Op. B Débito Crédito Cia. A' publicada/apresentada ao
caixa 550 - - 550 mercado, a partir de 2013.

IR e CS Diferidos 4 4
estoques 240 550 165 12 393
Inv. B 45 - - 45 -
LÑR (8) - - 8 - Eliminação dos LÑR
total 827 550 165 947 Downstream brutos
IR e CS 12 12 embutidos nos estoques da
Passivo 400 120 120 J.Op.“B” contra $8 de LÑR
PL líquidos de efeitos fiscais que
capital 795 150 45 45 795 afetam o patrimônio da Cia.
lucros ac. 20 - - 20 “A” e $4 de IR e CS Diferidos
total 827 550 165 57 57 947 (antecipação de tributos) a
ser reconhecido no BP da Cia.
“A” por participação no J.Op.
Conciliação Sdo Estoques Cia A': “B”.
Sdo anterior 400
Realização (CMV) (160)
Sdo J. Op. "B" 165
LÑR - Bruto (12)
Sdo estoques Cia. A' 393
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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Tratamento Contábil – “Joint Operator” [IFRS 11, §§ B33A-B37]
• a aquisição de participação em uma “Joint Operation”, que se enquadre
no conceito de negócio da IFRS 3 (PT CPC n. 15), implica aplicação da
norma de CN.
• a constituição de uma JO, cujo ativo vertido se enquadre também no
conceito de negócio, implica aplicação da norma de CN (PT CPC n. 15).
• participações adicionais em uma JO, que seja um negócio, adquirida
por uma parte que já retenha o controle compartilhado não impõe
“remeasurement” de participações anteriores já detidas pela mesma
parte (não há no caso uma “step acquisition”).
• a aplicação da norma de CN não é requerida quando as partes em
uma JO estão sob controle comum.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Hipótese 3: A cia. "C" toma parte do Negócio Conjunto, mediante aquisição de 40% de
participação (enquadrado como um negócio para fins de IFRS 3), tendo como contraprestação
$70 em caixa.
O Acervo a fair value da Joint Operation é o que segue:

Custo Fair Value Diferença


caixa 200 200 -
estoques 350 380 30
passivo 400 410 (10)
150 170 20
IR e CS Diferidos (6)
(alíquota 30%) 14
PL a custo 150
164
participação adquirida 40%
66
contraprestação (70)
goodwill 4

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Cia C SV B J. Op. B Débito Crédito Cia. C
caixa 600 200 80 70 610
estoques 350 140 12 152
goodwill 4 4
total 600 550 220 766

passivo 400 160 4 164


IR e CS Diferidos 2 2
PL
capital 600 150 60 60 600
total 600 550 220 76 76 766

Valor Justo proporcional de 40% reconhecido


no BP da Cia. “C” e IR e CS Diferido
proporcionais de 40% também reconhecidos no
BP da Cia. “C”.

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IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Tratamento Contábil – “Joint Venturer” [IFRS 11, §§ 24-25]
• aplicação do MEP na participação detida na “Joint Venture”, a menos
que se enquadre nas regras de não adoção do MEP, previstas na IAS 18
(entidade de investimento, por exemplo).
• uma parte que seja integrante de uma “Joint Venture”, mas não detenha
o controle compartilhado, deve aplicar a IFRS 9 (PT CPC n. 38) –
tratando a participação como um IF, a menos que detenha influência
significativa sobre o negócio (quando deverá aplicar o MEP).

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Exemplo: A entidade "B" é um veículo separado, fruto de um acordo em conjunto,
qualificado como um Empreendimento Controlado em Conjunto. A companhia "A" participa
de 30% do acordo em conjunto. Alíquota de IR e CS de 30%.

Cia A Cia B
caixa 350 200 Única informação a ser
estoques 400 350 publicada/apresentada
Inv. B 45 ao mercado.

total 795 550


passivo 400
PL
capital 795 150
total 795 550

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Hipótese 1: A cia. "B" vende 40% de seus estoques para a companhia "A", à vista, por $200
(LÑR Upstream).
Cia A Cia B Cálculo do MEP: LÑR Upstream
caixa 150 400 PLfinal "B" 192 LL "B" 42
estoques 600 210 Part. "A" 30% Part. "A" 30%
Inv. B 45 E. Patr. 58 13
total 795 610 LÑR (13)
IR e CS 18 Sdofinal Inv. "B" 45
passivo 400
Sdoinicial Inv. "B" (45)
PL
Res. Equiv. Pat. -
capital 795 150
lucros ac. - 42
total 795 610 DRE: Cia A Cia B
Receita 200
CMV (140)
LB 60
Res. Eq. - -
IR e CS (18)
LL - 42

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SECRETARIA DA FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO
IFRS 11 (PT CPC n. 19)
Hipótese 2: A companhia "A" vende 40% de seus estoques para a companhia "B", à vista, por
$200 (LÑR Downstream).
Cia A Cia B DRE:
caixa 550 - Receita 200
estoques 240 550 Única informação a ser CMV (160)
Inv. B 45 - publicada/apresentada
ao mercado. LB 40
LÑR (8) -
IR e CS (12)
total 827 550
LL antes expurgo 28
IR e CS 12
Passivo 400
LÑR líquido (8)
PL LL 20
capital 795 150
lucros ac. 20 -
total 827 550 LÑR Downstream
LL "A" 28
Part. "A" 30%
8

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IFRIC 12 (ICPC n. 1)
Tratamento Contábil – “Joint Arrangement” [IFRIC 12, §5]

Aplicar IFRIC 12 se e somente se:

1. o concedente controle ou regulamente quais serviços o


concessionário deve prestar com a infraestrutura, a quem os
serviços devem ser prestados e o seu preço; e
2. o concedente controle – por meio de titularidade, usufruto ou de
outra forma – qualquer participação residual significativa na
infraestrutura no final do prazo da concessão.

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IFRIC 12 (ICPC n. 1)
Tratamento Contábil – “Joint Arrangement”

Direito de explorar
infraestrutura ligada a
Atividade Regulada

Modelo Híbrido: Concessionária


Concessionária detém o direito compartilha risco de demanda com
Concessionária detém direito outorgado Poder Concedente. Detém direito
incondicional de receber caixa do
Poder Concedente para fazer face à pelo Poder Concedente de praticar tarifas incondicional de receber caixa para fazer
para remunerar Construção e Operação. face à Construção e detém direito
Construção e Operação.
outorgado pelo Poder Concedente de
praticar tarifas para remunerar
Operação.

Concessionária Concessionária
reconhece Ativo reconhece Ativo Concessionária
Financeiro Intangível reconhece Ativo
Financeiro e Ativo
Intangível

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IFRS 12 (PT CPC n. 45)
Disclosure em Nota Explicativa às Demonstrações Contábeis
– Algumas exigências
• A entidade deve divulgar para cada negócio em conjunto e coligada que seja material
para a entidade que reporta a informação:
(i) o nome do negócio em conjunto ou coligada;
(ii) a natureza da relação da entidade com o negócio em conjunto ou com a coligada
(descrevendo, por exemplo, a natureza das atividades do negócio em conjunto ou da
coligada e se elas são estratégicas para as atividades da entidade);
(iii) a sede (e o país de constituição, se aplicável e se diferente do da sede) do negócio
em conjunto ou da coligada;
(iv) a proporção de participações societárias detidas pela entidade ou participações
detidas por outros meios - participating share (acordos contratuais, por exemplo) e, se
diferente, a proporção de direitos de voto detidos (se aplicável).
• A entidade deve divulgar quaisquer intenções atuais de fornecer suporte financeiro, ou
outro tipo de suporte, a uma entidade estruturada consolidada, incluindo intenções de
auxiliar a entidade estruturada a obter suporte financeiro.

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IFRS 12 (PT CPC n. 45)
Disclosure em Nota Explicativa às Demonstrações Contábeis
– Algumas exigências
• A entidade deve divulgar os termos de quaisquer acordos contratuais que possam
exigir que a controladora ou suas controladas forneçam suporte financeiro a uma
entidade estruturada consolidada, incluindo eventos ou circunstâncias que possam
expor a entidade que reporta a informação a uma perda (por exemplo, acordos de
liquidez ou gatilhos de classificação de crédito associados a obrigações de comprar
ativos da entidade estruturada ou de fornecer suporte financeiro).
• A entidade deve divulgar informações que possibilitem aos usuários de suas
demonstrações contábeis:
(a) compreender a natureza e a extensão de suas participações em entidades
estruturadas não Consolidadas e
(b) avaliar a natureza dos riscos associados a suas participações em entidades
estruturadas não consolidadas e mudanças nesses riscos.

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IFRS 12 (PT CPC n. 45)
Disclosure em Nota Explicativa às Demonstrações Contábeis
– Algumas exigências
• Se, durante o período de reporte, a controladora ou quaisquer de suas controladas
tiver, sem ter a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a
uma entidade estruturada consolidada (por exemplo, adquirindo ativos da entidade
estruturada ou instrumentos emitidos por ela), a entidade deve divulgar:
(a) o tipo e o valor do suporte fornecido, incluindo situações nas quais a controladora
ou suas controladas tenham auxiliado a entidade estruturada na obtenção de
suporte financeiro; e
(b) as razões para o fornecimento do suporte.
• Se, durante o período de reporte, a controladora ou quaisquer de suas controladas
tiver, sem ter a obrigação contratual de fazê-lo, fornecido suporte financeiro ou outro a
uma entidade estruturada anteriormente não consolidada e esse fornecimento de
suporte tiver resultado no controle da entidade estruturada pela entidade, a entidade
deve divulgar uma explicação dos fatores relevantes para chegar a essa decisão.

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Obrigado pela Atenção

Prof. Dr. Jorge Vieira

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