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REGIMENTO DA COMISSÕES DE RESOLUÇÕES DE CONFLITOS DA

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ANTÔNIO VIANA DE SOUZA

Sobre as Comissões de Resoluções de Conflitos

Considerando:
– A igualdade de todos perante a lei e a garantia de direitos e deveres individuais e coletivos nos termos do
artigo 5º da Constituição Federal, legislação pertinente e suas especificidades;
– Os direitos e deveres das crianças e dos adolescentes, conforme o disposto na Lei federal nº 8.069, de 13
de julho de 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente;

– Que o conflito é inerente às relações sociais e todos – crianças, jovens e adultos – podem lidar com eles de
forma crítica, reflexiva e transformadora;
– O apoio e desenvolvimento dos meios restaurativos de solução de conflitos, que atendam às necessidades
dos envolvidos, propiciando a definição de corresponsabilidades, na perspectiva do exercício da cidadania;
– A necessidade de atuar de forma preventiva, objetivando a redução das diferentes formas de violência;
– A importância de instituir a cultura da resolução, integrada ao currículo e ao Projeto Político-Pedagógico;
– A importância da convivência democrática entre os Profissionais da Educação, educandos(as) e demais
membros da comunidade escolar, baseada na cultura do respeito, na valorização da diversidade étnico-
racial, de gênero, cultural e no pluralismo de crenças e ideias;

– O fortalecimento do protagonismo dos(as) educadores(as) e educandos(as) no processo educativo;


– A promoção dos direitos humanos na construção de uma cultura da resolução de conflitos como proposta
de uma sociedade mais justa e democrática;
– A importância das organizações: Conselhos de Escola, Grêmios Estudantil, Assembleia escolar, dentre outras,
mobilizadoras e estratégicas na resolução dos conflitos.

Art. 1º – A Comissão de Resolução de Conflitos, terá o objetivo de atuar na prevenção e na resolução dos
conflitos escolares que prejudiquem o processo educativo e envolvam educandos, professores e servidores.
§1º – Considerar-se-ão conflitos escolares as divergências entre educandos, professores e servidores,
agravadas pela dificuldade em estabelecer diálogo e que possam desencadear, entre eles, diferentes tipos de
violência.
§ 2º – Exclui-se do conceito o conflito que envolva, exclusivamente, Profissionais da Educação, ao qual deverá
ser aplicada a legislação pertinente.
§3º – Os atos infracionais que violem direitos indisponíveis, que exijam a adoção das medidas previstas na Lei
federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente –, não serão submetidos à
resolução de conflitos.
§4º – A resolução de conflitos constituir-se-á no processo imparcial de resolução do conflito em que os
próprios envolvidos cheguem a uma solução para suas demandas com auxílio dos mediadores.

Art. 2º – Os conflitos escolares serão tratados de forma interdependente e complementar, considerando a


cultura da resolução de conflitos e as ações desenvolvidas pela Escola.
Parágrafo único: A cultura da resolução de conflitos deverá constituir-se em tema de amplo debate, vinculado
ao Projeto Político-Pedagógico, ao currículo e às ações de formação, visando à construção de práticas
mais justas em ambiente escolar e baseadas no diálogo, na prevenção e na gestão de conflitos.

Art. 3º- Para o fortalecimento do diálogo e da aprendizagem, a atuação da CRC terá como pressupostos:
I – A autonomia;
II – A responsabilidade;
III – A solidariedade.
§ 1º – Os pressupostos referidos deverão ser articulados e indissociáveis.
§ 2º – Os referidos pressupostos deverão considerar que a Escola poderá construir um currículo inerente à
gestão democrática e ao protagonismo infantil e juvenil, na perspectiva da educação integral.
Art. 4º – A resolução de conflitos observará os seguintes princípios, dentre outros aplicáveis à matéria:
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I – Voluntariedade das partes;
II – Imparcialidade dos mediadores;
III – Isonomia entre as partes;
IV – Busca do consenso;

Art. 5º- A composição da Comissão de Resolução de Conflitos- CRC dar-se-á por meio de processo eletivo pelos
Conselhos de Escola, e Assembleia. Pelo período de 1 (um) ano, sem direito a recondução.
§1º A Comissão de Resolução de Conflitos, formada paritariamente por três estudantes e um suplente, três
trabalhadores da educação (um professor, um agente escolar, um gestor) e um suplentes e três
pais/mães/responsáveis e um suplentes.
§2º – A eleição para a composição da Comissão deverá ocorrer em, até, 30 (trinta) dias após o início do ano
letivo, com registros lavrados em ata em livro próprio.
§3º- Dever-se-á garantir a continuidade das ações da Comissão até a finalização do próximo processo eletivo.

Art. 6º – A Comissão de Resolução de Conflitos – CRC terá as seguintes atribuições:


I – Mediar conflitos ocorridos no interior da Escola que envolvam educandos(as) e Profissionais da Educação;
II – Orientar a comunidade escolar por meio da resolução independente e imparcial, sugerindo medidas para
a resolução dos conflitos;
III – identificar as causas das diferentes formas de violência no âmbito escolar;
IV – Identificar as áreas que apresentem risco de violência na Escola;
V – Apresentar soluções e encaminhamentos à Comunidade Escolar para equacionamento dos problemas
enfrentados.
Parágrafo único – Para o exercício das atribuições constantes, a CRC observará, ainda, os dispositivos da Lei
Federal nº 8.069, de 1990, da Constituição Federal, bem como da Declaração dos Direitos Humanos, e
da legislação pertinente.

Art. 7º – A atuação das Comissões de Resolução de Conflitos dar-se-á conforme segue:


I – Reuniões mensais para reflexões, planejamento das ações, avaliação e encaminhamentos;
II – Reuniões extraordinárias para atendimento aos (às) educandos(as) e/ou familiares, quando necessário e
considerando a disponibilidade dos membros da CRC.

Art. 8º – A Comissão de Resolução de Conflitos – CRC será coordenada um membro eleito entre os
participantes da CRC, que terá as seguintes atribuições:
I – Promover, juntamente com os demais membros da CRC, amplo debate sobre a cultura da resolução de
conflitos e as diferentes formas de violência no ambiente escolar;
III – Garantir e sistematizar os registros das ações e encaminhamentos propostos pela CRC;
IV – Acompanhar as ações e encaminhamentos propostos;
V – Articular ao Projeto Político-Pedagógico da Escola, com os diversos segmentos que a compõe, as propostas
e ações da CRC;
VI – Rever, se necessário, juntamente com a comunidade escolar, as normas de convívio estabelecidas no
Regimento Escolar.
VII – Possibilitar que as partes envolvidas compreendam a complexidade das situações conflituosas,
considerando não só os aspectos relacionais individuais, mas também os comunitários, institucionais e sociais
que contribuíram para seu surgimento;
VIII – Reconhecer, nas diferenças, formas criativas de resolução de conflitos;
IX- Incentivar os envolvidos a identificar a gênese do conflito, com vistas à superação das diferentes formas de
preconceito e discriminação, do racismo e da xenofobia, inclusive junto à comunidade educacional, se for o
caso.
Parágrafo único – O procedimento de resolução será registrado em livro próprio, pela Comissão de Resolução
de Conflitos, quando houver consenso entre as partes ou quando não se justificarem novos esforços para a
obtenção de consenso, seja por declaração dos mediadores ou por manifestação das partes envolvidas.

Art. 9º – Os casos omissos ou excepcionais serão resolvidos pela Equipe Gestora.

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Capítulo IV - Das Normas de Gestão e Convivência

Artigo 29 - As normas de gestão e convivência visam orientar as relações profissionais e interpessoais


que ocorrem no âmbito da escola e se fundamentarão em princípios de solidariedade, ética,
pluralidade cultural, autonomia e gestão democrática.

Artigo 30 - As normas de gestão e convivência, elaboradas com a participação representativa dos


envolvidos no processo educativo – pais, alunos, professores e funcionários – contemplarão no
mínimo:
I- Os princípios que regem as relações profissionais e interpessoais;
II- Os direitos e deveres dos participantes do processo educativo;
III- As formas de acesso e utilização coletiva dos diferentes ambientes escolares;
IV- A responsabilidade individual coletiva na manutenção de equipamentos, materiais, salas de
aula e demais ambientes.

Artigo 31 - Nos casos graves de descumprimento de normas será ouvido o Conselho de Escola para
aplicação de penalidade, ou para encaminhamento às autoridades competentes.

Artigo 32 - Nenhuma penalidade poderá ferir as normas que regulamentam o servidor público, no
caso de funcionário, ou o Estatuto da Criança e do Adolescente, no caso de aluno, salvaguardados:
I- O direito à ampla defesa e recurso a órgãos superiores quando for o caso;
II- Assistência dos pais ou responsável, no caso de aluno com idade inferior a 18 anos;
III- O direito do aluno à continuidade de estudos no mesmo ou em outro estabelecimento
público.

Artigo 33 - Os direitos do aluno derivam substancialmente dos direitos e garantias fundamentais


dispostos na Constituição da República, bem como dos que fixam o Estatuto da Criança e do
Adolescente, e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigor. Os deveres dos alunos se
consubstanciam em função dos objetivos das atividades educacionais e da preservação dos direitos
do conjunto da comunidade escolar.

Artigo 34 - Os alunos desta escola têm direito à:


I- Receber Boletim Escolar e demais informações sobre seu progresso educativo, bem como
participar de avaliações periódicas, de maneira informal ou por instrumentos oficiais de
avaliação de rendimento;
II- Ser notificado, com a devida antecedência, sobre a possibilidade de ser encaminhado para
programa de recuperação, em razão do aproveitamento;
III- Ser notificado sobre a possibilidade de recorrer em caso de reprovação escolar;
IV- Ter garantida a confidencialidade das informações de caráter pessoal ou acadêmicas
registradas e armazenadas pelo sistema escolar, salvo em casos de risco ao ambiente escolar
ou atendimento a requerimento de órgãos oficiais competentes;
V- Organizar, promover e participar do grêmio estudantil;
§1º - São direitos dos alunos:
a- Liberdade de expressão e organização, para as quais a comunidade escolar deve concorrer
ativamente, criando condições e oferecendo oportunidades e meios;
b- Acesso às atividades escolares, cabendo à escola não criar impedimento de qualquer
natureza;

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c- Participação da elaboração, acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico, inclusive
na definição de normas disciplinares, e tomar conhecimento do projeto da escola;
d- Ter asseguradas as condições de aprendizagem, além do acesso aos recursos materiais e
didáticos da escola;
e- Ter asseguradas os estudos de recuperação e reforço que devem garantir-lhes novas
oportunidades de aprendizagem;
f- De cumprir atividades escolares para compensar ausências no decorrer ou no final do
período letivo;
g- Recorrer dos resultados das avaliações da legislação em vigor.
h- A ser informado sobre as condutas consideradas apropriadas e quais as que podem resultar
em sanções disciplinares, para que tome ciência das possíveis consequências de suas
atitudes em seu rendimento escolar e no exercício dos direitos previstos neste Regimento;
i- A ser informado sobre procedimentos para recorrer de decisões administrativas sobre seus
direitos e responsabilidades, em conformidade com o estabelecido neste Regimento;
j- De estar acompanhado, quando menor, por seus pais ou responsáveis em reuniões e
audiências que tratem de seus interesses quanto a desempenho escolar, ou em
procedimentos administrativos que possam resultar em sua transferência compulsória da
escola
§2º - São deveres dos alunos:
a- Conhecer, fazer conhecer e cumprir este regimento;
b- Contribuir em sua esfera de atuação com a elaboração, realização e avaliação do projeto
educacional da escola, expresso no projeto pedagógico;
c- Comparecer pontualmente e assiduamente às atividades que lhe forem afetadas,
empenhando-se no sucesso de sua execução;
d- Cooperar e zelar pela boa conservação das instalações, dos equipamentos e materiais
escolares, concorrendo também para as boas condições de asseio das dependências da
escola;
e- Não portar material que apresente perigo para sua saúde, segurança e integridade física ou
de outrem;
f- Participar ativamente da elaboração e do cumprimento das normas disciplinares da escola;
g- Tratar com educação e respeito seus colegas, professores, funcionários, coordenadores,
direção e demais membros da comunidade escolar.
§3º - A não observância dos deveres descritos acima deverá ser apreciada de forma indissociada de
um tratamento educativo, de acordo com as normas estabelecidas no regimento.
I- Além dos direitos decorrentes da legislação específica são asseguradas à direção, docentes
e funcionários:
a- O direito à realização humana e profissional;
b- O direito ao respeito e às condições dignas de trabalho;
c- O direito de recurso à autoridade superior.
§4º - Aos diretores e funcionários, caberá, por outro, além do for previsto na legislação:
a- Assumir integralmente as responsabilidades e deveres decorrentes de seus direitos e de
suas funções;
b- Cumprir seu horário de trabalho, reuniões período de permanência na escola;
c- Manter com seus colegas um espírito de colaboração e respeito.
§5º - Aos diretores, docentes e funcionários, quando incorram em desrespeitam, negligência ou
revelem incompetência ou incompatibilidade com função que exercem, cabem penas disciplinares
previstas na Lei nº 10.261/68.

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