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Passo a passo para cumprir a NR 35 no canteiro de obras

A construção civil é uma das atividades com mais acidentes de


trabalho em todo o mundo. Então, o trabalhador dentro de um
canteiro de obras está sujeito a uma série de riscos.
Especialmente quando se trata de trabalho em altura, a principal
causa de morte na construção.

Para que esse risco seja reduzido e até eliminado foi criada a NR
35 – Trabalho em altura. A NR 35 estabelece requisitos e
medidas de proteção para trabalho em altura. Ela contempla o
planejamento, a organização e a execução dos serviços
realizados em canteiro. A finalidade é garantir a segurança
trabalhadores envolvidos com a atividade.

Para atender as orientações referentes à segurança no


trabalho em altura, confira o passo a passo a seguir. Ele traz
dicas de implementação da NR 35 em canteiro de obras.

Passo 1: Fazer a avaliação prévia

A avaliação prévia serve para saber quais são e onde estão os


riscos relacionados a queda dentro do canteiro. Para tanto, a NR
35 exige analisar todas as atividades que vão acontecer durante
a obra. Esse procedimento deve ser feito por profissional
habilitado em segurança do trabalho.

De acordo com a NR 35, a avaliação prévia consiste em:

 Revisar os procedimentos programados, com estudo e planejamento das ações a


executar;

 Equalizar o entendimento para eliminar dúvidas e adotar práticas seguras de trabalho;

 Alertar sobre outros riscos possíveis e não previstos nas instruções prévias de
segurança;

 Discutir a divisão de tarefas e responsabilidades;

 Listar problemas potenciais que resultem em mudanças no serviço ou procedimentos;

 Identificar problemas reais e que possam ter sido ignorados durante a seleção de
equipamentos de segurança do trabalho;

 Difundir conhecimentos para criar motivação e engajamento.


Passo 2: Atribuir responsabilidades conforme a NR 35

Feita a avaliação prévia, é hora de determinar responsabilidades.


Para a NR 35, tanto a empresa quanto o funcionário têm
responsabilidade em evitar acidentes com queda de altura.

Para atender às exigências da NR 35, é fundamental verificar se


a empresa:

 Implementou as medidas de proteção estabelecidas pela NR 35;

 Fez a Análise de Risco (AR) e, quando aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho


(PT);

 Desenvolveu procedimentos operacionais para as atividades rotineiras de trabalho em


altura;

 Realizou a avaliação prévia das condições no local do trabalho em altura. Isso é feito
pelo estudo, planejamento e implementação das ações e medidas de segurança
aplicáveis;

 Providenciou o cumprimento das exigências da NR 35 por parte das empresas terceiras;

 Proporciona aos trabalhadores informações atualizadas sobre riscos e respectivas


medidas de controle;

 Impede que trabalhos em altura sejam iniciados antes que sejam adotadas as medidas
da NR 35;

 Suspende e permite aos trabalhadores negar trabalhos em altura quando há situação ou


condição de risco;

 Conta com processo de autorização dos trabalhadores que realizam trabalho em altura;

 Faz com que todo trabalho em altura seja realizado sob supervisão. O formato da
supervisão é definido pela análise de riscos. Ou seja, considera as peculiaridades de
cada atividade;

 Conta com processos para organização e arquivamento da documentação prevista pela


NR 35.

Para evitar acidentes em trabalhos em altura, a NR 35 exige que


os trabalhadores:

 Cumpram as exigências da NR 35 sobre trabalho em altura;

 Colaborem com o empregador na implementação das medidas de segurança exigidas


pela NR 35;

 Exerçam seu direito de recusa quando constatarem que há riscos graves e iminentes. A
NR 35 exige que o trabalhador comunique o fato imediatamente ao seu superior;
 Zelem tanto pela sua segurança quanto pela de outras pessoas afetadas por suas ações
ou omissões no trabalho

Passo 3: Conscientizar os trabalhadores sobre a NR 35

Após atribuir responsabilidades, é preciso assegurar que as


pessoas saibam o que fazer. Por isso, uma etapa importante da
implantação da NR 35 diz respeito à capacitação e ao
treinamento.

A responsabilidade de capacitar os trabalhadores é da


empresa. É a contratante que deve oferecer treinamento para
seus funcionários realizarem o trabalho em altura.

Assegure-se de que o programa de treinamento seja teórico e


prático. A carga horária mínima é de oito horas. E as aulas
devem acontecer dentro do horário de trabalho.

A NR 35 determina que o conteúdo programático de capacitação


e treinamento tem que conter, no mínimo:

 Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;

 Análise de risco e condições impeditivas;

 Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura;

 Medidas de prevenção e controle;

 Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) para trabalho em altura: seleção, inspeção,


conservação e limitação de uso;

 Apresentação de acidentes típicos em trabalhos em altura;

 Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de


primeiros socorros.

É preciso manter as equipes alertas quanto aos riscos de


trabalho em altura. Para isso, a NR 35 recomenda a realização
do chamado diálogo preliminar de segurança.

O diálogo é parte da análise crítica da situação real feita no local


de trabalho. Essa etapa precisa contar com a participação do
superior imediato, do SESMT (Serviço Especializado em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho) e dos
trabalhadores.

A reunião exigida pela NR 35 contempla a ordem de serviço, os


procedimentos de trabalho e as instruções de segurança.
Envolve, ainda, os equipamentos, acessórios e ferramentas a
serem utilizados.

Passo 4: Exigir o uso dos EPIs especificados pela NR 35

A conscientização deve envolver a importância


dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). O uso dos EPIs
é fundamental para o sucesso da implementação da NR 35.

Também nesse caso as responsabilidades são compartilhadas. O


empregador é obrigado a fornecer e o trabalhador é obrigado a
usar os EPIs determinados pela NR 35. De acordo com a NR 6,
“a empresa é obrigada a fornecer gratuitamente aos empregados
o EPI adequado ao risco. O EPI deve estar em perfeito estado de
conservação e funcionamento”.

A mesma NR 6 diz que “cabe ao empregado quanto ao EPI”:

1. Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;

2. Responsabilizar-se pela guarda e conservação;

3. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e,

4. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Passo 5: manter os procedimentos sempre atualizados

Assim como qualquer processo, procedimentos de


segurança precisam ser atualizados periodicamente. Somente
assim continuam válidos e eficientes para garantir a segurança
do trabalho em altura.

A NR 35 exige que a empresa forneça informações atualizadas


sobre os riscos e medidas de controle. E isso não é feito somente
pelo diálogo preliminar de segurança, que precede cada
atividade.

Quando novas soluções para realizar trabalho em altura forem


adotadas, o trabalhador precisa ser atualizado. Isso significa
investir em cursos, treinamentos e orientações de acordo com as
exigências da NR 35.

Passo 6: arquivar e organizar as documentações

Se a empresa cumpriu com todas as exigências da NR 35, tem


que comprovar isso para a fiscalização. E não apenas durante a
obra, mas por até 25 anos após sua conclusão.

Assegure-se de que os documentos estejam sempre organizados


e arquivados em local seguro. O uso de sistemas de gestão ajuda
nessa tarefa.

Os seguintes documentos devem ficar à disposição da


fiscalização por pelo menos 25 anos:

SEMPRE
 Análise de riscos (AR);

 Permissão de trabalho (PT).

SE EXISTENTES
 Certificados de treinamento;

 Procedimento operacional;

 Plano de emergência da Empresa;

 ASO;

 Registro das inspeções de EPI, acessórios e ancoragens (estes devem ser os de


aquisição e os de recusa).

Passo 7: contar com auxílio da tecnologia para gerenciar


É muito benéfico às construtoras manter total controle sobre as
exigências das NRs, em especial a NR 35. Para aumentar a
eficiência do processo, é possível usar sistemas automatizados,
como o Sienge.

O Sienge permite implantar e controlar Normas e procedimentos


para diferentes obras. Ele funciona como um cadastro geral das
regras de execução de serviços. Com isso, nenhum serviço é
abandonado por falta de equipamento, material ou erros de
execução.

O Sienge permite, por exemplo, definir os pré requisitos para:

 Execução de cada serviço;

 Materiais, equipe e ferramentas necessários;

 Itens de segurança.

Além disso, auxilia a organizar o trabalho com a definição da


sequência de tarefas e os parâmetros de qualidade. O resultado
é redução de atrasos, retrabalhos e desperdício, com total
atendimento às Normas.

Com isso, é notável que seguir as exigências da NR 35 garante


um ambiente mais seguro para os trabalhadores. Por isso, as
empresas precisam se adequar as normas e compreender que
investir em segurança no trabalho é reduzir custos extras.

Caso tenha gostado do nosso passo a passo, não deixei de curtir


e nos contar o que achou.

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