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Antiguidade

Erya Zhushu (爾雅 注疏) em exposição no Museu do Dicionário Chinês, na Casa do Chanceler
Huangcheng, em Beiliu, em Shanxi, na China.

Grande parte dos escritos que procuravam englobar o conhecimento humano


na Antiguidade eram de estilo específico, ou especializado (geralmente relacionados
à natureza ou à filosofia). Alguns dos grandes filósofos da Antiguidade já haviam tentado
escrever sobre todos os campos de conhecimento estudados.
Na China antiga, no século III AEC, foi escrita a enciclopédia chinesa mais antiga
conhecida, o Erya. O autor do livro é desconhecido, embora seja tradicionalmente
atribuída ao Duque de Zhou, Confúcio ou os seus discípulos.
Aristóteles escreveu um conjunto de obras sobre os seres vivos, que foram
preservadas: De anima, Parva naturalia, Historia animalium, De partibus animalium, De
motu animalium, De incessu animalium e De generatione animalium. Muitas delas tratam
de assuntos bastante teóricos, discutindo os motivos dos fenômenos da vida; outras são
mais descritivas, compreendendo um vasto volume de fatos. Em Historia animalium, o
filósofo grego apresentou uma descrição muito detalhada de aproximadamente
550 espécies, incluindo vertebrados e invertebrados. Também tratou de descrever as
aparências externa e interna, os costumes dos animais, redigiu uma comparação
detalhada entre as espécies e tentou descrever suas principais características e
diferenças.[6]
Quatro séculos após a obra de Aristóteles ser publicada, Plínio, o Velho coligiu, em sua
obra Naturalis historiae, todas as informações que pôde encontrar
sobre plantas, animais, minerais e diversos outros tópicos, repartidos em 37 partes. A
primeira obra apresenta um índice e uma bibliografia por completo. Os livros II a VI tratam,
respectivamente, sobre a astronomia e a geografia; os livros VII a XI, tratam sobre
a zoologia; os XII a XIX, sobre a botânica e a agricultura; os XX a XXVII, sobre apenas a
botânica médica; os livros XXVIII a XXXII descrevem
diferentes remédios e antídotos retirados de diferentes animais e do próprio homem; e os
livros XXXIII a XXXVII tratam unicamente sobre mineralogia e metais. Essa obra, em
conjunto, é considerada uma grande enciclopédia sobre a natureza.[6][7]

Idade Média
No século X, em Constantinopla, apareceu uma obra coletiva greco-bizantina de grande
interesse para o conhecimento da Antiguidade Grega.[8] Trata-se de uma compilação de
obras e personagens classificadas de forma inovadora por ordem alfabética que se
apresenta, portanto, como a primeira enciclopédia: a Suda. Apesar de várias imprecisões e
erros, a Suda contém informações inestimáveis, uma vez que seus autores tiveram acesso
a obras agora perdidas. Esse cobiçado livro, nos dias atuais, é conhecido como a primeira
enciclopédia de que se tem notícia, pela amplidão de conhecimento atingido (porém, não
se extinguem possibilidades de terem existidas outras obras, talvez mais completas, de
não tanto sucesso).
Santo Isidoro de Sevilha, um dos maiores estudiosos do início da Idade Média, é
amplamente reconhecido como sendo o autor da primeira enciclopédia de que se tem
conhecimento dos tempos medievais, o Etymologiae[9] (publicado em torno do ano de 630),
no qual ele compilou a mais ampla possível aprendizagem disponível na sua época,
criando uma enorme leva de conhecimento de 448 capítulos em 20 volumes; é muito
valioso não só pela sua importância, mas também por causa das citações e fragmentos de
textos de outros autores que teriam sido perdidos não fosse o trabalho de Santo Isidoro.[10]
De Rerum proprietatibus (1240) de Bartolomeu da Inglaterra foi a mais lida e citada
enciclopédia na Baixa Idade Média,[11][12][13] enquanto Speculum Majus (1260) de Vicente de
Beauvais foi a mais ambiciosa enciclopédia do período tardo-medieval, com mais de 3
milhões de palavras.[11]
Árabes e Persas
As primeiras compilações de conhecimento muçulmanas de que se tem notícia na Idade
Média incluíam muitas obras já completas, e um desenvolvimento respeitosamente vasto
do que, agora, chamamos método científico, método histórico, e citação. Por volta do ano
960, os Irmãos da Pureza de Baçorá[14] se empenharam na confecção de sua
obra "Enciclopédia dos Irmãos da Pureza". Outras obras notáveis foram: a enciclopédia
de ciências de Rasis, a prolífica produção de Alcindi de 270 livros, e a
enciclopédia médica de Avicena, que foram, por séculos, padrões de referência para
trabalhos. Também notáveis são obras de história universal (ou sociologia), como História
de Profetas e Reis dos Axaritas, Atabari, Almaçudi, ibne Rusta, Ali ibne Alatir, e ibne
Chaldune, cuja Muqadimmah contém alertas quanto à confiança em registos escritos que
permanecem totalmente aplicáveis hoje. Esses estudiosos tiveram uma incalculável
influência sobre os métodos de investigação e edição, em parte devido à prática
islâmica isnad, que destacou a fidelidade do registo escrito, verificando fontes, e céticos
inquéritos.

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