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Primeira Guerra Mundial

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Primeira Guerra Mundial

De cima para baixo, da esquerda para a


direita: trincheiras na Frente Ocidental, avião bi-
planador Albatros D.III, Tanque britânico Mark I cruza uma
trincheira, metralhadora comandada por um soldado
usando máscara contra gases e o fundamento do navio de
guerra HMS Irresistible após bater em mina.

Data 28 de julho de 1914 – 11 de novembro de 1918

Local Oceano Pacífico, Oceano Atlântico, Oceano


Índico, Europa, Ásia, África, Oriente Médio e
costas das América do Norte e do Sul

Desfech Vitória dos Aliados:


o
 Fim dos
impérios Alemão, Russo, Otomano 
e Austro-Húngaro
 Criação de novos países na Europa e
no Oriente Médio
 Transferência das colônias alemãs e
das regiões do antigo Império
Otomano para outras potências
 Criação da Sociedade das
Nações (mais..)

Beligerantes
Aliados Impérios Centrais
(Tríplice Entente): (Tríplice Aliança):

  França   Ale
  Império manha
Britânico   Áu
o   stria-
Áfric Hungria
a do   Im
Sul pério
o   Otoman
Austr o
ália   Bul
o   gária
Cana ...e outros

o  
Índia
o  
Terra
Nova
o  
Nova
Zelâ
ndia
o  
Rodé
sia
do
Sul
  Rússia (até
1917)
  Itália
  Estados
Unidos
  Sérvia
  Japão
  Bélgica
  Grécia
  Romênia
  Montenegro
  Portugal
  Sião
  Hejaz
  Nejd
  China
...e outros
Comandantes
 Georges Clemenceau  Guilherme II
 Raymond Poincaré  Paul von Hindenburg
 Ferdinand Foch  Erich Ludendorff
 Jorge V  Erich von Falkenhayn
 H. H. Asquith  Helmuth von Moltke
 David Lloyd George  Francisco José I
 Douglas Haig  Carlos I
 Winston Churchill  Conrad von Hötzendorf
 Nicolau II  Arz von Straußenburg
 Nicolau Nikolaevich  Maomé V Raxade
 Aleksei Brusilov  Maomé VI Vahideddine
 Alexander Kerensky  İsmail Enver
 Vítor Emanuel III  Mehmed Talat
 Vittorio Orlando  Ahmed Djemal
 Luigi Cadorna  Fernando I
 Woodrow Wilson  Nikola Zhekov
 John J. Pershing
 Pedro I
 Fernando I
 Alberto I
 Taishō
 Hussein bin Ali

Forças
42 959 850 soldados[1] 25 248 321 soldados[1]
Baixas
Militares: 18 356 500 Militares: 12 774 000
mortos, feridos ou mortos, feridos ou
desaparecidos[2][3] desaparecidos[2]

 5 525 000  4 386 000


mortos mortos
 12 831 500  8 388 000
feridos feridos
Mortes civis: 4 000 000 Mortes civis: 3 700 000

[Expandir]
Teatros da Primeira Guerra Mundial

A Primeira Guerra Mundial (também conhecida como Grande


Guerra ou Guerra das Guerras até o início da Segunda Guerra Mundial) foi
um conflito bélico global centrado na Europa, que começou em 28 de julho de
1914 e durou até 11 de novembro de 1918. A guerra envolveu as grandes
potências de todo o mundo,[4] que se organizaram em duas alianças opostas:
os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Rússia)
e os Impérios Centrais, a Alemanha e a Áustria-Hungria. Originalmente
a Tríplice Aliança era formada pela Alemanha, Áustria-Hungria e a Itália; mas
como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva, violando o acordo, a Itália não
entrou na guerra pela Tríplice Aliança. [5] Estas alianças reorganizaram-se (a
Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se com mais nações que entraram na
guerra. Em última análise, mais de setenta milhões de militares, incluindo
sessenta milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores
guerras da história.[6][7] Mais de nove milhões de combatentes foram mortos, em
grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um
crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias
correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal
na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias
mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas. [8]
Entre as causas da guerra incluem-se as políticas imperialistas estrangeiras
das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-
Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira
República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do
arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-
Hungria, pelo nacionalista iugoslavo Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia,
foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato da Áustria-
Hungria contra o Reino da Sérvia.[9][10] Diversas alianças formadas ao longo das
décadas anteriores foram invocadas, com o que, dentro de algumas semanas,
as grandes potências estavam em guerra; através de suas colônias, o conflito
logo se espalhou ao redor do planeta.
Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão austro-húngara da Sérvia,[11]
[12]
 seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França, e um ataque
russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã até Paris ter levado a um
impasse, a Frente Ocidental se transformou em uma batalha de atrito estático
com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o
exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaras, mas foi
forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polônia pelo exército alemão. Frentes
de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na
guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Romênia em 1916. Depois de
uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados
forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso
e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A
Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste
ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio
mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória
dos Aliados.
Os eventos nos conflitos locais eram tão tumultuosos quanto nas grandes
frentes de batalha, tentando os participantes mobilizar a sua mão de obra e
recursos econômicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro
grandes potências imperiais — os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e
Otomano — deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros
perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos
foram completamente desmontados. O mapa da Europa central foi
redesenhado em vários novos países menores.[13] A Liga das Nações,
organização precursora das Nações Unidas, foi formada na esperança de
evitar outro conflito dessa magnitude. Esses esforços falharam, exacerbando
o nacionalismo em vários países, a depressão econômica, as repercussões da
derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes, que foram
fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.[14]

Nomes
O termo guerra mundial foi cunhado pela primeira vez em setembro de 1914
pelo biólogo e filósofo alemão Ernst Haeckel. Ele afirmou que "não há dúvida
de que o curso e o caráter da temida 'Guerra Europeia' ... irá se tornar a
Primeira Guerra Mundial no sentido completo da palavra" citando um relatório
do serviço de notícias no The Indianapolis Star em 20 de setembro de 1914.[15]
Antes da Segunda Guerra Mundial, os eventos de 1914-1918 eram geralmente
conhecidos como a Grande Guerra ou simplesmente a Guerra Mundial.[16]
[17]
 Em outubro de 1914, a revista canadense Maclean's escreveu: "Algumas
guerras se autodenominam. Esta é a Grande Guerra". Os europeus
contemporâneos também se referiram a ela como "a guerra para acabar com a
guerra" ou "a guerra para acabar com todas as guerras" devido à percepção
de sua escala e devastação sem precedentes.[18] Depois que a Segunda Guerra
Mundial começou em 1939, os termos se tornaram mais padronizados, com
historiadores do Império Britânico, incluindo canadenses, se referindo a ela
como "A Primeira Guerra Mundial" e os americanos "Primeira Guerra Mundial".
[19]

Antecedentes
Ver artigo principal: Causas da Primeira Guerra Mundial
Alianças políticas e militares

Sistema de alianças na Europa antes da guerra:


  Tríplice Entente
  Tríplice Aliança
  Países neutros

Durante grande parte do século XIX, as principais potências europeias


mantiveram um tênue equilíbrio de poder entre si, conhecido como Concerto da
Europa.[20] Depois de 1848, isso foi desafiado por uma variedade de fatores,
incluindo a retirada da Grã-Bretanha para o chamado isolamento esplêndido,
o declínio do Império Otomano e a ascensão da Prússia sob Otto von
Bismarck.[5] A Guerra Austro-Prussiana de 1866 estabeleceu a hegemonia
prussiana na Alemanha, enquanto a vitória na Guerra Franco-Prussiana de
1870-1871 permitiu que Bismarck consolidasse os estados alemães em um
Império Alemão sob a liderança prussiana. Vingar a derrota de 1871,
ou revanchismo, e recuperar as províncias da Alsácia-Lorena tornaram-se os
principais objetivos da política francesa pelos próximos quarenta anos. [21]
Total de forças mobilizadas por população total (em %)

A fim de isolar a França e evitar uma guerra em duas frentes, Bismarck


negociou a Liga dos Três Imperadores (alemão: Dreikaiserbund) entre
a Áustria-Hungria, a Rússia e a Alemanha. Após a vitória russa na Guerra
Russo-Turca de 1877-1878, a Liga foi dissolvida devido a preocupações
austríacas com a influência russa nos Bálcãs, uma área que consideravam de
interesse estratégico vital. A Alemanha e a Áustria-Hungria formaram a Aliança
Dual em 1879, que se tornou a Tríplice Aliança quando a Itália aderiu em 1882.
[22]
 Para Bismarck, o objetivo desses acordos era isolar a França, garantindo que
os três impérios resolvessem quaisquer disputas entre si; quando este foi
ameaçado em 1880 por tentativas britânicas e francesas de negociar
diretamente com a Rússia, ele reformou a Liga em 1881, que foi renovada em
1883 e 1885. Após o acordo ter expirado em 1887, ele o substituiu pelo Tratado
de Resseguro, um acordo secreto entre a Alemanha e a Rússia para
permanecer neutro se qualquer um fosse atacado pela França ou pela Áustria-
Hungria.[23]
Bismarck via a paz com a Rússia como a base da política externa alemã, mas
depois de se tornar o Imperador (Kaiser) em 1890, Guilherme II o forçou a se
aposentar e foi persuadido a não renovar o Tratado de Resseguro por Leo von
Caprivi, seu novo chanceler.[24] Isso proporcionou à França uma oportunidade
de neutralizar a Tríplice Aliança, assinando a Aliança Franco-Russa em 1894,
seguida pela Entente Cordiale de 1904 com a Grã-Bretanha, e a Tríplice
Entente foi concluída pela Convenção Anglo-Russa de 1907.[25][5] Embora não
fossem alianças formais, ao resolver disputas coloniais de longa data na África
e na Ásia, a entrada britânica em qualquer conflito futuro envolvendo a França
ou a Rússia tornou-se uma possibilidade.[26] O apoio britânico e russo à França
contra a Alemanha durante a crise de Agadir em 1911 reforçou seu
relacionamento e aumentou o distanciamento anglo-alemão, aprofundando as
divisões que eclodiriam em 1914.[27][5]
Corrida armamentista

HMS Dreadnought. Uma corrida armamentista naval existia entre o Reino Unido e o Império Alemão


A criação de um Reich unificado, juntamente com o pagamento de
indenizações impostas à França e a aquisição de importantes depósitos de
carvão e ferro nas províncias anexas da Alsácia-Lorena, alimentaram um
milagre econômico e um enorme aumento da força industrial alemã. Com o
apoio de Guilherme II (Wilhelm II), depois de 1890 o Almirante Alfred von
Tirpitz procurou explorar esse crescimento para criar umaKaiserliche Marine,
ou Marinha Imperial Alemã, capaz de competir com a Marinha Real
Britânica pela supremacia naval mundial.[28] Ele foi muito influenciado pelo
estrategista naval americano Alfred Thayer Mahan, que argumentou que a
posse de uma marinha de águas azuis era vital para a projeção de poder
global; Tirpitz traduziu seus livros para o alemão, enquanto Wilhelm os tornou
leitura obrigatória para seus conselheiros e militares superiores. [28]

SMS Rheinland, um encouraçado da classe Nassau, a primeira resposta da Alemanha ao


Dreadnought britânico.

No entanto, também foi uma decisão emocional, impulsionada pela admiração


simultânea de Wilhelm pela Marinha Real e seu desejo de superá-la. Bismarck
enfatizou a necessidade de evitar antagonizar a Grã-Bretanha, uma política
facilitada por sua oposição à aquisição de colônias, mas esse desafio não pode
ser ignorado e resultou na corrida armamentista naval anglo-alemã. [29] O
lançamento do HMS Dreadnought em 1906 deu aos britânicos uma vantagem
tecnológica sobre seu rival alemão que eles nunca perderam. [30] Em última
análise, a corrida desviou enormes recursos para a criação de uma marinha
alemã grande o suficiente para antagonizar a Grã-Bretanha, mas não derrotá-
la; em 1911, o chanceler Theobald von Bethmann-Hollweg reconheceu a
derrota, levando à Rüstungswende ou "ponto de virada dos armamentos",
quando ele mudou os gastos da marinha para o exército. [31][32]
Isso foi motivado pela preocupação com a recuperação russa da derrota
na Guerra Russo-Japonesa de 1905 e a revolução subsequente. As reformas
econômicas apoiadas pelo financiamento francês levaram a uma significativa
expansão pós-1908 de ferrovias e infraestrutura, particularmente em suas
regiões fronteiriças ocidentais.[33] A Alemanha e a Áustria-Hungria contaram com
uma mobilização mais rápida para compensar menos números e foi a ameaça
potencial representada pelo fechamento dessa lacuna que levou ao fim da
corrida naval, e não à redução das tensões. Quando a Alemanha expandiu seu
exército permanente para 170 000 homens em 1913, a França estendeu
o serviço militar obrigatório de dois para três anos; medidas semelhantes
tomadas pelas potências balcânicas e pela Itália, que levaram ao aumento das
despesas dos otomanos e da Áustria-Hungria. Os números absolutos são
difíceis de calcular devido às diferenças na categorização das despesas, uma
vez que muitas vezes omitem projetos de infraestrutura civil com uso militar,
como ferrovias. No entanto, de 1908 a 1913, os gastos com defesa das seis
maiores potências europeias aumentaram mais de 50% em termos reais. [34][35]
Conflito nos Bálcãs

Cidadãos de Sarajevo leem um cartaz com a proclamação da anexação austríaca em 1908

Ver artigo principal: Crise bósnia


Os anos anteriores a 1914 foram marcados por uma série de crises nos Bálcãs,
à medida que outras potências buscavam se beneficiar do declínio otomano.
Enquanto a Rússia pan-eslava e ortodoxa se considerava a protetora da Sérvia
e de outros estados eslavos, a importância estratégica dos estreitos do
Bósforo significava que eles preferiam que eles fossem controlados por um
fraco governo otomano, em vez de um poder ambicioso como a Bulgária.
Equilibrar esses objetivos concorrentes exigia simultaneamente apoiar seus
clientes enquanto limitava seus ganhos territoriais, dividindo os formuladores
de políticas russos e aumentando a instabilidade desta região. [36]
Ao mesmo tempo, muitos estadistas austríacos consideravam os Bálcãs
essenciais para a continuidade da existência de seu Império e a expansão
sérvia como uma ameaça direta a ele. A crise bósnia de 1908-1909 começou
quando a Áustria anexou o antigo território otomano da Bósnia e Herzegovina,
que ocupava desde 1878. Cronometrada para coincidir com a Declaração de
Independência da Bulgária do Império Otomano, esta ação unilateral foi
denunciada por todas as grandes potências; incapazes de reverter isso, eles
alteraram o Tratado de Berlim de 1878 e aceitaram a anexação austríaca.
Alguns historiadores veem isso como uma escalada significativa, acabando
com quaisquer chances de a Rússia e a Áustria cooperarem nos Bálcãs,
enquanto prejudicam as relações austríacas com a Sérvia e a Itália, que tinham
suas próprias ambições expansionistas na área.[37]
As tensões aumentaram ainda mais pela Guerra Ítalo-Turca de 1911 a 1912,
que demonstrou a aparente incapacidade dos otomanos de manter seu império
e levou à formação da Liga Balcânica.[38] Uma aliança da Sérvia,
Bulgária, Montenegro e Grécia, a Liga dominou a maior parte da Turquia
européia na Primeira Guerra Balcânica de 1912 a 1913. Apesar de seu
declínio, as Grandes Potências assumiram que o exército otomano era
poderoso o suficiente para derrotar a Liga e seu colapso os pegou de surpresa.
[39]
 A captura sérvia de portos no Adriático resultou na mobilização parcial
austríaca em 21 de novembro de 1912, incluindo unidades ao longo da
fronteira russa na Galícia. Quando o Conselho de Ministros do Império Russo
se reuniu para considerar sua resposta no dia seguinte, eles decidiram não se
mobilizar, temendo que a Alemanha fizesse o mesmo e iniciasse uma guerra
européia para a qual eles ainda não estavam preparados. [40][41]
"[...] essa guerra, ao contrário das anteriores, tipicamente travadas em torno de objetivos específicos e

limitados, travava-se por metas ilimitadas. Na Era dos Impérios a política e economia se haviam fundido.

A rivalidade política internacional se modelava no crescimento e competição econômicos, mas o traço

característico disso era precisamente não ter limites. [...] Mais concretamente, para os dois principais

oponentes, Alemanha e Grã-Bretanha, o céu tinha de ser o limite, pois a Alemanha queria uma política e

posição marítima globais como as que então ocupava a Grã-Bretanha, com a consequente relegação de

uma já declinante Grã-Bretanha a um status inferior."

— Eric Hobsbawm, em A Era dos Extremos: 1914-1991 - O Breve Século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras,

1994, p. 37.

As Grandes Potências procuraram reafirmar o controle através do Tratado de


Londres de 1913, que criou uma Albânia independente, enquanto ampliava os
territórios da Bulgária, Sérvia, Montenegro e Grécia. No entanto, as disputas
entre os vencedores desencadearam a Segunda Guerra Balcânica de 33 dias,
quando a Bulgária atacou a Sérvia e a Grécia em 16 de junho de 1913; a
Bulgária foi derrotada, perdendo a maior parte da Macedônia para a Sérvia e
Grécia, e o sul de Dobruja para a Romênia.[42] O resultado foi que mesmo os
países que se beneficiaram das Guerras Balcânicas, como a Sérvia e a Grécia,
sentiram-se enganados em seus "ganhos legítimos", enquanto para a Áustria
isso demonstrou a aparente indiferença com que outras potências viam suas
preocupações, incluindo a Alemanha.[43] Esta mistura complexa de
ressentimento, nacionalismo e insegurança ajuda a explicar porque os Balcãs
pré-1914 ficaram conhecidos como o "barril de pólvora da Europa". [44][40][45]

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