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Já libertos do Ciclope Polifemo, lá vão Ulisses e os companheiros a caminho de Ítaca, a sua pátria. Mas
entretanto encontram uma ilha: era a Eólia. O rei desta ilha era Éolo, o rei dos Ventos. Chegaram lá e
resolveram desembarcar. Foram muito bem recebidos por Éolo. E Éolo chamou à parte Ulisses e disse-lhe:
- Quero dar-te uma coisa, pois não quero que tenhas mais dificuldades, tu e os teus marinheiros, para
chegar até Ítaca. Quero que vocês sigam, livres de todo o mal dos mares.
Toma este saco que é feito com a pele de um dos meus maiores bois, e vê como ele é leve e cheio.
Disse-lhe Éolo: - Dentro dele estão todos os ventos violentos do mundo. Só deixei cá de fora o Zéfiro, que é
uma brisa suave para os marinheiros. Mas ouve bem: que ninguém saiba o que este saco contém, e que
nunca ninguém o abra, porque senão...graves desgraças cairão sobre ti e os teus companheiros!
Ulisses pegou no saco com muito jeitinho e disse para os seus companheiros:
- Vamos embora para o nosso barco. Vamos seguir viagem para Ítaca!
E lá foram. Os marinheiros estranharam que Ulisses tivesse tanto cuidado com o saco. De dia, nunca o
largava; de noite, dormia junto dele. Cheios de curiosidade, certa noite em que Ulisses deixou a cabeça
resvalar para fora do saco, eles olharam uns para os outros e disseram:
- E se a gente abrisse só uma nesguinha do saco, não era boa ideia?! Não há mal nenhum, depois
tornávamos a fechar!
E assim fizeram. Pé ante pé, aproximaram-se e abriram uma nesguinha do saco. Os Ventos viram à frente a
sua libertação e soltaram-se todos, violentíssimos. Foi uma tempestade horrorosa!
O navio quase que naufragou, e muitos dos marinheiros morreram. Ulisses sentiu-se mais sozinho, e com o
navio quase todo desfeito.
Voltaram à Eólia onde o rei nem os quis receber, por ver que lhe tinham desobedecido. Os marinheiros que
restaram, lá arranjaram o navio como puderam e partiram para Ítaca.