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INTRODUÇÃO
Dentro de um contexto sobre saneamento básico, o esgotamento sanitário é
imprescindível na gestão ambiental em um municipio. Por conta disso, atualmente tem-
se levado em conta o conjunto de serviços, juntamente com as infraestruturas e instalações
operacionais como coleta, transporte, tratamento e disposição final sobre os efluentes
gerados pela população (BRASIL, 2007).
O ciclo sobre os efluentes ou também denominados de águas residuárias e esgoto
está intrinsecamente atrelado ao consumo de água pela população, seja ela urbana ou rural
(BARBIERI, 2016). Tendo em vista que a relação proporcional entre água e efluente,
quanto maior for o consumo de água resultará sempre em uma elevada taxa de efluente a
ser tratado por estação de tratamento de esgoto (ETE), onde possuem finalidade de serem
inseridas novamente um corpo hídrico (METCALF; EDDY, 2016).
O variado processo sobre o tratamento de águas residuárias são distinguidos por
classificações, seguindo-se assim uma ordem que se objetiva pela a remoção dos
seguintes fatores no efluente, como: sólidos grosseiros do efluente (tratamento
preliminar), sólidos sedimentáveis (tratamento primário), matéria carbonácea (tratamento
secundário) e poluente específicos sendo tóxicos e não biodegradáveis (tratamento
terciário) (SPERLING, 2014).
Em consonância a isso, dentro dos tratamentos ocorridos em uma estação de
tratamento de esgoto, vale destacar sobre as lagoas de estabilização, onde são métodos de
baixo custo e efetiva operação na remoção de poluentes advindos do efluente podendo
ser doméstico ou industrial. Em um tratamento secundário sob a retirada da matéria
orgânica, é usualmente utilizado as Lagoas facultativas, anaeróbias, aeróbias e
decantação, enquanto que para o tratamento terciário são empregadas as lagoas de
maturação e polimento na remoção de poluentes como bactérias, vírus, protozoários e
dentre outros compostos tóxicos (SPERLING, 2017).
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Acadêmico do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade do Estado do Pará (UEPA)
e-mail: mr22rocha11@gmail.com
TIPOS DE LAGOAS DE TRATAMENTO
Lagoa facultativa
Um dos meios utilizados sob um tratamento secundário da estação de tratamento
de esgoto, são as lagoas de estabilização. Dentre elas, cabe destacar a lagoa facultativa,
também denominada de lagoa facultativa convencional, que tem como finalidade a
remoção da matéria carbonácea (SPERLING, 2017). Veronez (2009) descreve que esse
método é caracterizado como simples, por não obter a utilização de equipamentos, onde
é visto que os processos naturais de estabilização da matéria orgânica se desenvolvem em
três zonas da lagoa, que são: anaeróbica, aeróbica e facultativa.
O termo facultativo é referido a uma mistura sob as condições aeróbicas e
anaeróbicas, ou seja, com presença e ausência de oxigênio. Haja vista que, na camada
superior é mantida a condição aeróbica, enquanto que em camadas próximas a parte
inferior (fundo do lago) é predominantemente a condição anaeróbia. (METCALF;
EDDY, 2016). Em síntese, a atividade biológica é fortemente afetada pela temperatura e
o processo da lagoa facultativa é detalhado assim:
Além disso, Metcalf e Eddy (2016) descreve que a atividade no processo da lagoa
facultativa tende a ser equilibrada em um balanço de massa, visto que nas duas camadas
descritas anteriormente, as algas por meio da fotossíntese consumem gás carbônico e
produzem oxigênio e matéria orgânica, servindo-se assim de insumos para a respiração
das bactérias dento da lagoa facultativa. Ademais, o processo fotossintético só ocorre
durante o dia, isso acarreta que no período noturno possa prevalecer a ausência de
Oxigênio.
Diante disso, o método da lagoa facultativa possui facilidade em sua construção,
pois o mesmo se fundamenta na movimentação de terra e elaboração de taludes, além de
uma área com boa compactação do solo com particularidades de serem impermeáveis.
Além do mais, uma elevada radiação solar, seguido de baixa nebulosidade, são variaveis
imprescindíveis a um ambiente adequado, para uma possível implantação de uma lagoa
facultativa no tratamento do esgoto (SANTOS, 2007). Ademais, junta-se a isso os
parâmetros de projeto como: taxa de aplicação superficial, profundidade, tempo de
detenção e a Geometria da lagoa (PAIXÃO FILHO, 2012).
Soma-se a isto, a importância da hidráulica sob o controle do tempo de
autodepuração do efluente, tendo em vista que o esgoto entra por determinada
extremidade e flui pela outra (SPERLING, 2014). É notória a necessidade de um período
superior a 20 dias, para que os agentes biológicos realizem a estabilização da matéria
orgânica (FARIA, 2012).
No que diz respeito ao efluente gerado, a norma técnica da Cetesb (1989) descreve
que o produto possui elevado teor de oxigênio dissolvido, sólidos em suspensão e a sua
coloração verde é devido as algas. Como foi visto no trabalho de Souza (2012), onde
realizou estudo sobre duas lagoas facultativas de concreto no Municipio de Botucatu-SP.
Vale Ressaltar, no capítulo 2 do livro de Sperling (2017), que as lagoas
facultativas podem classificados: (i) primária – lagoa facultativa que recebe o esgoto
bruto; (ii) secundária – é composta por um efluente de uma lagoa anaeróbia associada;
(iii) terciária: trata-se de lagoas de maturação.
Lagoa Anaeróbia
Outro método a se destacar no tratamento das estações de tratamento de esgoto,
são as lagoas anaeróbias. Metcalf e Eddy (2015) descreve que o seu funcionamento é
constituído de um ambiente lêntico com condições anaeróbias, ou seja, a finalidade do
processo se dar por meio de uma elevada taxa de DBO, fazendo com que a taxa sobre o
consumo de oxigênio seja superior ao que é produzido dentro do ambiente, favorecendo-
se assim a respiração e proliferação das bactérias para a degradação do efluente rico em
matéria orgânica.
Além disso, cabe ressaltar que:
A conversão da matéria orgânica em condições anaeróbias é lenta, pelo fato
das bactérias anaeróbias se reproduzirem numa vagarosa taxa. Isto, por seu
lado, é advindo de que as reações anaeróbicas geram menos energia do que as
reações aeróbias de estabilização da matéria orgânica. A temperatura do meio
tem uma grande influência nas taxas de reprodução da biomassa e conversão
do substrato, o que faz com que regiões de clima quente se tornem propícios a
este tipo de lagoas (SPERLING, 2017. p. 61).
Lagoa Aeróbia
Ainda nesse contexto sobre os métodos para a retirada da matéria orgânica,
destaca-se a lagoa Aeróbia, visto que possui finalidade de acelerar o processo de
decomposição do material com auxílio de aeradores na injeção de oxigênio no tanque de
tratamento (SANT’ANNA JUNIOR, 2010). Sfredo (2010) em seu estudo detalha sobre
os tipos de lagoas aeróbias que são: Aeradas facultativa e Aeradas de mistura Completa.
De acordo com Sperling (2017), a lagoa aerada facultativa sofre um grande
turbilhonamento na água por conta da rotação dos aeradores no ambiente, em virtude
disso, ocorre uma maior introdução do oxigênio quando se comparado ao método da lagoa
facultativa convencional, resultando-se assim em um curto tempo de detenção do esgoto
na lagoa, cerca de 5 a 10 dias.
A distinção entre os dois tipos de lagoas aeróbias, Sfredo (2010) e Ferreira (2017),
em seus estudos, descrevem que o dimensionamento de uma lagoa aerada facultativa é
equivalente ao da lagoa convencional, diferentemente de uma lagoa aerada de mistura
completa, onde sua dimensão é inferior e possui uma maior profundidade. Diante disso,
o critério de projeto para ambos tanques, tem-se como parametros o tempo de detenção e
profundidade.
Lagoa de Decantação
O procedimento de uma decantação é permitir que ocorra uma efetiva separação
entre o material sólido do liquido, fazendo com os sólidos em suspensão possam
sedimentar até a parte inferior do tanque, criando-se assim os lodos (SPERLING, 2017).
Normalmente este tipo de lagoa é associado a lagoa aerada de mistura completa, pois o
efluente tratado é recebido com elevados teores de sólidos em suspensão, e com isso por
diversas vezes não possuindo qualidade adequada para o lançamento direto.
Tavares e Christmann (2013), em seu estudo ressaltam sobre o período de
tratamento do efluente na lagoa de decantação, em que devem ser entre 1 a 2 dias, no
intuito de evitar o crescimento de algas e possível reação das mesmas por meio da
fotossíntese.
Lagoa de Maturação
Em virtude da remoção da matéria carbonácea, faz-se necessário a remoção de
organismos patogênicos, tendo com base nisso as lagoas de maturação são usualmente
utilizadas no devido tratamento (METCALF; EDDY, 2016). De acordo com Almeida
(2017), esse método é composto por unidades anaeróbias e também facultativas, sendo
no total de 3 tanques de tamanhos equivalentes, além de conseguirem remover partes de
nitrogênio, bactérias, vírus, cistos de protozoários e ovos de helmintos.
CONCLUSÃO
Em virtude do que foi abordado, diversos tipos de lagoas foram criados sempre na
busca de um efetivo tratamento. A associação entre elas faz com que os procedimentos
sejam caracterizados como interativos, buscando um complementar o outro para que o
balanço de massa seja levado a um completo equilíbrio entre o consumo e o efluente
lançado nos copos hídricos, sob condições ambientais adequadas.
REFERÊNCIAS