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DANILO FIGUEIRA
“Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram
escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando
nem um deles havia ainda.” (Salmos 139.16)
Por que para nós, seguidores de Jesus Cristo, esse não é um tema periférico, como
querem sugerir os “progressistas” sem consciência? Porque se trata do direito à
vida, dom sagrado de Deus.
Legalizar o aborto é dar legalidade total a esse genocídio. Não apenas matar, mas
matar os absolutamente indefesos sob a cobertura da lei e o financiamento do
Estado. Como a incompetência dos governos não consegue punir o ilegal, a solução
cínica de torná-lo legal é proposta pelos “progressistas”, especialmente pelo atual
governo brasileiro e pelo PT, partido de Dilma Rousseff.
Que aborto é um caso de saúde pública, está óbvio. Porém, ao invés de legalizar
esse infanticídio, o que o Estado deveria era gastar um pouco da fortuna que gasta
com tanta publicidade eleitoreira em campanhas de conscientização e educação
sexual, de estímulo à monogamia, em programas de assistência às mulheres pobres
que rejeitam os filhos que geraram e até em estruturas de tutela das crianças
“indesejadas” (ao invés de dizer “se não quer o filho, nós lhe ajudamos a matá-lo”,
o Brasil poderia dizer “se não quer seu filho, nós o criamos por você”). Nosso
Presidente poderia ter inventado um “Bolsa Vida”, já que ele gosta tanto da ideia,
que desse uma opção e um alento à mulher sem recursos para não interromper sua
gravidez. Mas é claro, tudo isso custaria muito. É mais fácil, mais conveniente e mais
barato abortar…
Há um outro tipo de hipocrisia na retórica dos abortistas. Nós sabemos que uma
enorme parcela dos abortos provocados não se baseia na falta de recursos para
criar mais um filho ou na desinformação, mas na irresponsabilidade de uma
sociedade erotizada e imoral, que quer curtir a vida sem responder pelas
consequências. Tanto que os ricos também o fazem em suas clínicas limpas e
seguras. E como os governos tratam de erotizar nossa juventude nas escolas, a
clientela só tende a crescer.
Além disso, o Estado deveria tratar como crime o que é crime, pois a impunidade é
a mãe da corrupção. Se houvesse maior repressão a quem escolhe e,
especialmente, a quem opera o aborto, talvez as estatísticas fossem menos
terríveis… Descriminalizar é, a meu ver, lavar as mãos no sangue dos inocentes.
Como cristão, não posso concordar com a proposta de que, se mulheres pobres (ou
irresponsáveis) abortam e correm risco de morte por isso, devemos ajudá-las a
abortar “de maneira digna”, assim como não aceito ideias como legalização das
drogas, para que o controle saia das mãos dos traficantes e venha para o Estado. A
meu ver, essa linha de pensamento é só uma fuga para a incompetência das nossas
instituições. Um governo que assuma o papel de homicida e traficante de drogas
não pode ser a minha aspiração.
O tema é muito mais profundo, mas estas poucas linhas são suficientes para colocar
em sua consciência o peso da responsabilidade. Não queremos um Brasil
amaldiçoado pelo derramamento de sangue inocente, queremos? Não queremos
ser cúmplices de um “genocídio legal”, queremos? Você e eu, entretanto, não somos
mais ignorantes e nem seremos desculpáveis se nos fizermos de ingênuos. Temos
que escolher entre tornar-nos cúmplices de um infanticídio sob a cobertura da lei ou
resistirmos a esta abominação que tem sequestrado a consciência das nações.
Depois, cada um de nós responderá diante do Criador e Justo Juiz pela escolha
realizada… Pense bem