O Papel do Trabalho na Transformação do Macaco em Homem
Resumo
O trabalho é a fonte de toda riqueza, afirmam os economistas. Ele, junto com a
natureza, fornece materiais que o homem converte em riqueza. Também é uma condição tão fundamental da vida humana, que se pode dizer que ele criou o próprio homem. É suposto que há muito tempo, provavelmente no período terciário de desenvolvimento da Terra, nossos antepassados surgiram. Eles, que devido suas mãos executarem diferentes funções de seus pés, passaram a dispensar elas causando a caminhada em uma posição ereta. Isto seria um passo definitivo na transição do macaco para homem. Entretanto, enquanto as mãos do homem e do macaco são certamente semelhantes, elas são diferentes no sentido de que a mão do homem é capaz de executar várias funções impossíveis para o macaco. Logo a mão pode ser considerada o produto do trabalho, não só apenas o órgão usado para realizá-lo. Talvez o desenvolvimento da mão e a diferenciação dela dos pés tenham afetado mudanças em outras partes do corpo. O desenvolvimento da mão ampliou os horizontes do homem, o fazendo descobrir novas funções em objetos. E o desenvolvimento do trabalho multiplicou casos de ajuda mútua e atividades em grupo, assim agrupando ainda mais membros de uma “sociedade”. Esse agrupamento levou a necessidade para comunicação e essa necessidade criou o órgão, a laringe. Portanto o trabalho e a palavra articulada foram as influências necessárias para a transformação do cérebro macaco em um cérebro humano, esse desenvolvimento também trazendo a evolução do sentidos no ser. Esse avanço, por sua vez, agiu sobre o trabalho e a palavra, os estimulando e, assim, mesmo com a separação definitiva do homem do macaco, eles continuaram se desenvolvendo, em diferentes graus e sentidos para diferentes povos, logo causando o surgimento da sociedade. Pode-se dizer que a distinção entre uma manada de macacos e a sociedade se dá ao trabalho, já que uma manada transita de lugar a lugar se alimentando daquilo que há pela área, porém é incapaz de extrair mais do que a natureza lhe oferece naquela região. O ser humano, por causa da necessidade por comida, foi obrigado a adquirir uma alimentação mais abrangente a fim de sobreviver, ou seja, ele virou para caça como um fonte de alimento. Porém o trabalho não começará nessa alimentação expandida e sim da elaboração de instrumentos para suprir essa necessidade, como instrumentos de caça e pesca, os primeiros a serem usados como armas. Esse consumo da carne também originou dois novos avanços: o uso do fogo e a domesticação dos animais. Com o fogo, o processo digestivo do homem diminuiu mais ainda e a domesticação levou a maior reservas de comida (carne, leite e derivados), causando a possibilidade de o homem não precisar mais ser nômade. O homem aprendeu também a viver em qualquer clima e essa nova habilidade obrigou ele a garantir abrigo e cobrir seu corpo por proteção contra o frio e a umidade. Ele foi capaz de habitar a maioria do planeta. Com a ajuda da mão, da linguagem e do cérebro, o homem aprendeu a realizar tarefas cada vez mais complexas, alcançando metas cada vez maiores. O trabalho se diversificou, se aperfeiçoou e estendeu-se a novas atividades. Por exemplo, o a caça e a pesca levaram a agricultura e depois a fiação e a tecelagem, a elaboração de metais, a olaria e a navegação. Também houve o surgimento do direito e da política e, com eles, a religião. Diante de todos esses novos avanços, atribuídos ao pensamento humano, frutos do trabalho manual perderam prioridade. E nisso o “pensador” começou a obrigar terceiros a executar o trabalho planejado por ele. O progresso da sociedade foi atribuído somente ao cérebro e isto causou com que os humanos passassem a explicar suas ações através do pensamento, ao invés de buscar esclarecimento a partir de suas necessidades. Essa glorificação do pensamento leva o homem a ignorar o papel fundamental do trabalho no desenvolvimento humano. É importante considerar que nada na natureza ocorre isoladamente, uma ação terá consequências no todo e isto é visto, por exemplo, com as cabras que impediram o reflorestamento dos bosques na Grécia. Porém os animais não se dão conta do que fazem ao destruírem uma vegetação, os humanos, por outro lado, estão totalmente conscientes de sua ações quando fazem o mesmo a fim de ter uma superfície livre para o plantio. Os homens transportam animais e plantas de um país para outro, mudando a fauna e a flora de múltiplas áreas. Isso claro tem consequências, já que os seres cultivados em condições artificiais sofrem mudanças irreversíveis. Enfim pode-se afirmar que uma diferença fundamental entre animais e homens é que os animais modificam natureza graças apenas a presença deles nela, enquanto o homem irá mudar a natureza e a obrigar a servi-lo. No entanto, essa habilidade não deveria ser admirada pois para cada conquista contra a natureza ela realizará sua vingança. Os homens levaram muitos anos para aprender que suas ações causavam consequências naturais e sociais ao produzirem. Os modos de produção buscam o efeito do trabalho em sua forma mais rápida e direta. Isso pode ser uma das causas da divisão das classes. Por exemplo, na agricultura, ao se esgotar terras livres para o cultivos, o proprietário procura outras propriedades. Esse modo de vista prevalece até hoje na produção capitalista. Os proprietários no capitalismo só se preocupam com as consequências imediatas das suas ações, usando o lucro como único incentivo. Em conclusão, no atual modo de produção capitalista, o que interessa são os primeiros resultados, os mais palpáveis. As consequências sociais e naturais de seus atos não importam, estando em segundo lugar quando comparados ao lucro obtido pela produção e troca feita.