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Educação Especial III – CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS

Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

EDUCAÇÃO ESPECIAL III

Perspectivas Gerais dos Marcos Legais

• Reafirmam os direitos humanos universais para as pessoas com deficiên-


cia (respeito);
• Trabalham na perspectiva da equiparação de oportunidades, do apoio, da
não discriminação por motivo da deficiência e do rompimento de barreiras,
inclusive as atitudinais (inclusão e adequação);
• Estabelecem estratégias integradas de sistema no sentido da justiça social,
não para transferir responsabilidades, e sim gerar conceitos, estratégias e
instrumentos para romper com a cadeia de exclusão.

Perspectivas Educacionais dos Marcos Legais

• Objetivam eliminar a necessidade de escolha e gerar e/ou aumentar a coo-


peração entre o ensino comum e o especializado.
• Não significam o fim da educação especial enquanto modalidade de ensino
nem enquanto campo de conhecimento, mas, sim, garantem a inclusão.
• Fomentam que a educação especial se organize em termos do atendimento
educacional especializado, e que esse funcione como um instrumento de
apoio e/ou complementação para construção da autonomia do aluno. O
atendimento educacional especializado não é uma aula de reforço, é, na
verdade, uma forma de apoio para facilitar a aprendizagem.

IMPORTANTE!
Mais um conceito de Educação Especial: modalidade de ensino que perpassa
todos os níveis, etapas e modalidades, a qual realiza atendimento educacional
especializado, disponibiliza recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização
no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.
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EDUCAÇÃO ESPECIAL

ORGANIZAÇÃO DE
REDES DE APOIO
OFERTA DO AEE
FORMAÇÃO
CONTINUADA
RECURSOS E
SERVIÇOS
PRÁTICAS
COLABORATIVAS

Declaração de Salamanca

• Documento elaborado na Conferência Mundial sobre Educação Especial,


em Salamanca, na Espanha, em 1994. A Declaração de Salamanca trata
dos princípios, política e prática em Educação Especial. Trata-se de uma
resolução das Nações Unidas adotada em Assembleia Geral, a qual apre-
senta os procedimentos-padrões das Nações Unidas para a equalização
de oportunidades para pessoas portadoras de deficiências.
• Faz parte da tendência mundial que vem consolidando a Educação Inclu-
siva. Essa declaração estabeleceu responsabilidades para o governo
(investimento financeiro e provisão de profissionais qualificados), a comu-
nidade (incentivo à inclusão) e as famílias (inserem o cidadão nos projetos
sociais e no ambiente escolar).

A Declaração de Salamanca deixa claro que a educação é para todos, além de


esclarecer que a expressão “necessidades educacionais especiais” refere-se
a todas aquelas crianças e jovens cujas necessidades educacionais se originam
em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem.
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IMPORTANTE!
Para a legislação brasileira, “necessidades educacionais especiais” estão
ligadas a deficiência, transtornos globais do desenvolvimento, altas habilidades
e superdotação. As pessoas portadoras de TDAH, dislexia, TOD, DPAC não
são consideradas portadoras de necessidades educacionais, porém, para
Salamanca, esses alunos com dificuldades de aprendizagem também entram
no rol.

Salamanca também estabelece que a educação para crianças, jovens e adul-


tos com necessidades educacionais especiais esteja dentro do sistema regular
de ensino.

IMPORTANTE!
A legislação brasileira preceitua que os alunos portadores de necessidades
educacionais devem estar preferencialmente dentro do ensino regular.

Por fim, os governos devem adotar o princípio de educação inclusiva na


forma da lei ou de política, matriculando todas as crianças em escolas regulares,
a menos que existam fortes razões para agir de outra forma.

Convenção da Guatemala

A Convenção da Guatemala (1999), promulgada no Brasil pelo Decreto


n. 3.956/2001, afirma que as pessoas com deficiência têm os mesmos direitos
humanos e liberdades fundamentais que as demais pessoas, definindo como dis-
criminação com base na deficiência toda diferenciação ou exclusão que possa
impedir ou anular o exercício dos direitos humanos e de suas liberdades funda-
mentais. Este Decreto tem importante repercussão na educação, exigindo uma
reinterpretação da educação especial, compreendida no contexto da diferencia-
ção, adotado para promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso
à escolarização.
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Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n. 9.394/1996)

É o principal ato normativo brasileiro para a educação. O caput do art. 4º


prevê que é dever do Estado garantir “atendimento educacional especializado
aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidades ou superdotação, transversal, a todos os níveis, etapas e modalida-
des, preferencialmente na rede regular de ensino”.
A partir do art. 58 da LDB, a Educação Especial é tratada de forma específica,
sendo definida como “modalidade de educação escolar oferecida preferencial-
mente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos
globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação”.
O § 1º do art. 58 regulamenta que as escolas devem ter as AEE/SRM (Salas
de Recuros Multifuncionais): “Haverá, quando necessário, serviços de apoio
especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de
educação especial”.
Os §§ 2º e 3º prescrevem que:

§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especia-


lizados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.

IMPORTANTE!
• O § 2º traz uma exceção: sempre que a integração em classes regulares de
ensino não for possível, o atendimento deverá ser feito em classes e centros
especializados.
• A expressão “condições específicas dos alunos”, no § 2º, deve ser entendida
como grau de comprometimento. Existem casos em que o aluno apresenta
dificuldades, como estar acamado, e necessita de uma classe hospitalar. Há
alunos que não conseguem se organizar socialmente e precisam receber
atenção especial.
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• O § 3º diz que a oferta de educação especial é para alunos de zero a seis


anos, durante a educação infantil, porém, esta é ofertada para alunos de zero
a cinco anos. Trata-se de um equívoco na lei. Conclui-se então que a oferta
de educação especial inicia-se na Educação Infantil e vai até o fim da vida
escolar do indivíduo.

O art. 59 descreve as adequações (leva em consideração técnicas, recursos,


meios, formas das aulas, organização do espaço) que precisam ser feitas para
que a educação especial possa fluir tranquilamente:

Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com


deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habili-
dades ou superdotação:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organiza-
ção específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o
nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de
suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o pro-
grama escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou
superior, para atendimento especializado, bem como professores do
ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas
classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integra-
ção na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que
não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, me-
diante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles
que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual
ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplemen-
tares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.
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IMPORTANTE!
O aluno da educação especial deve ser incluído na educação profissional para
garantir que ele consiga obter não apenas o seu sustento por meio do trabalho,
mas também a integração social.

O PAPEL DO PROFESSOR

O papel do professor é internalizar o “pacote” do novo perfil de quem é pro-


fessor e de quem é cidadão. A responsabilidade social do professor é a forma-
ção do indivíduo. O educador deve entender a educação inclusiva não somente
como referente às questões do deficiente, mas referente à sociedade como um
todo: questões de crença, raça, gênero, sexualidade, nível social e cultural, ou
seja, é trabalhar o respeito à diversidade. Além disso, o professor deve se cons-
cientizar de sua importância na formação de valores.

Modelo médico da deficiência

Tal modelo afirma que a deficiência é um “problema” do aluno. Portanto, o


próprio indivíduo teria que se adaptar à sociedade ou ele teria que ser mudado
por profissionais através da reabilitação ou “cura”.
Como afirma Sassaki (1997), esse modelo tem sido responsável pela grande
resistência da sociedade em compreender a necessidade de adaptar as estru-
turas. A proposta de integração pouco exige da sociedade em termos de altera-
ções de atitudes, espaços físicos e práticas sociais. A sociedade simplesmente
passa a aceitar o convívio com as pessoas com deficiência.

Integração

Integração é a inserção do aluno na sala de aula, mas não basta integrar os


alunos deficientes, ou seja, não basta que sejam feitas adaptações para aceitar
um determinado grupo de alunos.
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Inclusão

Requer a reestruturação do sistema educacional de modo que este cuide de


todos os alunos, dando-lhes condições de pleno acesso e participação.
Segundo Mrech (2010), o princípio de inclusão teve seu início nos Estados
Unidos, em 1975, por meio da Lei Pública n. 94.142, sendo que, posteriormente,
tal ideário chegou ao Brasil. Contudo, o processo de transição da integração
para a inclusão começou realmente a ganhar mais força no início da década de
1990, baseado no modelo social da deficiência.

Características de uma escola inclusiva

• Ambientes educacionais flexíveis;


• Estratégias educativas com base em pesquisas;
• Facilitação do acesso físico dos deficientes;
• Condições adequadas de trabalho para a equipe técnica dedicada ao pro-
jeto de inclusão.

Obs.: Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos
Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor
Carlinhos Costa.
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