significado e, ao passo que antes a justiça de Deus me enchia de ódio,

agora se me tornava indizivelmente bela e me enchia de maior amor. Esta

passagem veio a ser para mim uma porta para o céu”. (F. F. Bruce).

JOHN WESLEY (1703-1791)

Na noite de 24 de maio de 1738, John Wesley visitou “de muita má

vontade uma sociedade anglicana reunida na rua Aldersgate, onde alguém
estava lendo o prefácio de Lutero, da epístola aos Romanos. Perto das
nove horas,” escreveu no seu diário, “enquanto ele estava descrevendo a
mudança que Deus opera no coração pela fé em Cristo, senti meu coração
aquecer-se estranhamente. Senti que confiava em Cristo, somente em
Cristo, para a minha salvação. Foi-me dada a certeza de que Ele tinha
levado embora os meus pecados, sim, os meus. E me salvou da lei do
pecado e da morte”. Esse momento crítico da vida de John Wesley foi o
que deu início ao Avivamento Evangélico do século 18 (F. F. Bruce).
CONCLUSÃO
A melhor e mais completa apresentação de como se harmonizam a Lei e a
Graça de Deus está na Carta aos Romanos. Para que você compreenda o
ponto principal deste curso e também seja transformado(a), assuma o
compromisso de ler a Carta aos Romanos ao menos uma vez por mês
durante os próximos quatro meses. Ao ler lembre-se a estrutura da Carta:
Capítulos Ensino principal dos Capítulos
1.1-15 O DESEJO DE PAULO: sua mensagem e missão
1.16-17 O EVANGELHO DE DEUS: O poder para Salvação
1.18 - 3.20 A IRA DE DEUS: a humanidade toda condenada
3.31 – 4.25 A GRAÇA DE DEUS: justificação pela fé em Jesus
5–8 A PROMESSA DE DEUS: a esperança da salvação em Jesus
9 – 11 O PLANO DE DEUS: a eleição de judeus & gentios em Jesus
A TRANSFORMAÇÃO DE DEUS: o objetivo do amor &
12.1 – 15.13 unidade em Jesus
O MINISTÉRIO DE PAULO: seu serviço, planos e
15.14 – 16.27 cooperadores.
Um curso que nos mostra o caminho para a verdadeira paz
com Deus, conosco e com o próximo.
Aula 01
"Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, com o
está escrito: O justo viverá por fé " Romanos 1.17
Alvo da Lição: ao estudar esta lição você se sentirá inspirado(a) a desejar
ser transformado(a) pela revelação da Lei e da Graça de Deus.
Introdução
A Lei de Deus são as exigências de Deus para o seu povo. Ao longo da
história podemos perceber, que o desejo de obedecer a Lei de Deus tem
produzido pessoas santas e dedicadas a Deus. No entanto, podemos
perceber também que tem produzido pessoas muito rigorosas, exigentes
consigo mesmas e com seus semelhantes, além de pessoas perturbadas
pelo medo - pois ninguém consegue o tempo todo obedecer toda da Lei
de Deus.
A Graça de Deus é o modo como Deus aceita pessoas imperfeitas como
parte de sua família. Dizemos que graça é o favor imerecido. Num
primeiro momento a Graça parece o contrário da Lei, pois a Lei exige
primeiro e depois recompensa, a Graça concede um privilégio e depois
espera uma resposta condizente. Muitos que não compreendem bem a
Graça de Deus usam-se dela para não se esforçar na vida de santidade,
vivendo de modo descuidado na vida moral e religiosa.
Nem temerosos, nem descuidados, a Lei e a Graça de Deus são como duas
faces da mesma moeda. Durante este curso vamos entender melhor como
estas duas verdades se harmonizam, com base no estudo da Carta aos
Romanos.
Procure lembrar alguma vez em que Jesus aparentemente quebrou a Lei
ou contrariou a Lei em seus ensinos e prática. Como você explica isto?
ANTIGO TESTAMENTO X NOVO TESTAMENTO
Será que a lei vigorou apenas no Antigo Testamento e a graça no Novo
Testamento? Não, ambas sempre andaram de mãos dadas, cada uma
cumprindo a sua função. A Bíblia diz que o “Cordeiro foi morto desde a
fundação do mundo” (Apocalipse 13:8), e que “a graça nos foi dada em
Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos” (2 Timóteo 1:9). Portanto, os
pecadores do Antigo Testamento também se salvaram pela graça. Eles
deveriam manter a fé no Cordeiro de Deus que viria. Como afirmar que a
graça veio depois da cruz?
Noé achou graça diante de Deus (Gênesis 6:8), Abraão foi salvo pela graça,
(Gálatas 3:8; Romanos 4:3), Davi não se salvou pelos próprios méritos, mas
pela fé em Cristo (Romanos 4:6). Então, a graça é o meio universal e eterno
de Deus salvar os pecadores.
E a lei, não foi cravada na cruz? Não estamos agora, “debaixo da graça”?
Romanos 3:31 diz: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira
nenhuma! Antes, confirmamos a lei.” Jesus veio nos libertar da condenação
que a lei nos impunha. Isso significa que não estamos mais “debaixo da lei”.
Se a lei tivesse sido abolida, não haveria transgressão (1 João 3:4) e,
necessariamente, não haveria condenação. E não havendo condenação,
não há necessidade de graça. Sem lei não há graça. Uma pressupõe a outra.
A graça, além de nos salvar da condenação da lei, habilita-nos a viver em
harmonia com os preceitos celestiais, com o padrão divino. Não há
contradição, mas uma interdependência entre lei e graça. Elas se
harmonizam e completam-se em suas funções. Como escreveu um autor
evangélico: “A graça não importa em liberdade para pecar, mas numa
mudança de senhores, e numa nova obediência e serviço. A graça não anula
a santa Lei de Deus, mas unicamente a falsa relação do homem para com
ela.” (Vincent, Word Studies, vol. 3, p. 11).
TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS
A história mostra várias pessoas que foram transformadas pelo
entendimento correto da Lei e da Graça de Deus.
APÓSTOLO PAULO
“Bem que eu poderia confiar também na carne. Se qualquer outro pensa
que pode confiar na carne, eu ainda mais: circuncidado ao oitavo dia, da
linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; quanto à lei,
fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na
lei, irrepreensível.
Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo.
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas
as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo e ser achado
nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante
a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé;” Fp 3.4-9
MARTINHO LUTERO (1483-1546)
Monge agostiniano e professor de teologia sagrada na universidade alemã
de Wittenberg. Ele escreveu: “Ansiava muito por compreender a epístola
de Paulo aos Romanos, e nada me impedia o caminho, senão a expressão:
a justiça de Deus, porque a entendia como se referindo àquela justiça pela
qual Deus é justo quando pune os injustos. Noite e dia eu refletia até que
captei a verdade de que a justiça de Deus que se revela no evangelho (Rm
1.16-17) é aquela justiça pela qual, mediante a graça e a pura
misericórdia, Ele nos justifica pela fé. Daí por diante, senti-me renascer e
atravessar os portais abertos do paraíso. Toda a Escritura ganhou novo