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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE

MARINGÁ

Departamento de Física

ENGENHARIA DE ALIMENTOS

Física Experimental II
Professora: Ercília

O Multímetro

ACADÊMICAS:

MICHELE CAROLINE RIOS R.A: 45387


PRISCILA MARIANA LOPES R.A: 40012
Maringá, 19 de março de 2.007.
Multímetro: ohmímetro, voltímetro e amperímetro.

I – INTRODUÇÃO

A grande maioria das práticas sobre Eletricidade tem envolvido medidas de


resistência elétrica, tensão (diferença de potencial) e corrente elétrica.
Deste modo, é necessário que haja um conhecimento específico dos instrumentos de
medida dessas grandezas e que seja entendido o funcionamento dos mesmos, visto que são
fundamentais no estudo.
São três os instrumentos básicos: amperímetro, voltímetro e ohmímetro.
O amperímetro é utilizado para medir a intensidade da corrente elétrica em um
trecho do circuito. Para medir a corrente em um fio, normalmente é necessário abrir o
circuito ou cortar o fio e inserir o amperímetro, de modo que a corrente a ser medida
atravesse o medidor. O amperímetro é colocado em série com o resistor.
É imprescindível que a resistência RA do amperímetro seja muito pequena quando
comparada com as outras resistências no circuito. Caso contrário, a própria presença do
medidor modificaria a corrente a ser medida.
Um instrumento usado para medir a diferença de potencial ou tensão entre dois
pontos de um circuito elétrico é o voltímetro. Para que a tensão entre dois pontos quaisquer
no circuito seja determinada, os terminais do voltímetro são conectados entre esses dois
pontos, sem abrir o circuito nem cortar o fio.
É essencial que a resistência RV de um voltímetro seja muito grande quando
comparada com a resistência de qualquer elemento do circuito entre os dois pontos aos
quais o voltímetro esteja ligado. Caso contrário, o próprio medidor se torna um elemento
importante do circuito e altera a diferença de potencial que deve ser medida.
O voltímetro ideal possui uma resistência muito grande para minimizar o seu efeito
no circuito.
Por sua vez, o ohmímetro é o instrumento utilizado para se medir a resistência de
um elemento (resistor) componente do circuito.
Freqüentemente um único instrumento medidor é montado de modo que, por meio
de uma chave, possa ser selecionado um dos três instrumentos acima descritos. Esta
unidade versátil recebe o nome de multímetro.
O principal componente de um amperímetro ou de um voltímetro é um
galvanômetro, aparelho que indica pequenas correntes que o atravessam. Este é projetado
de modo que a leitura da escala seja proporcional à corrente no galvanômetro.
O princípio da operação do instrumento é o da rotação que sofre uma bobina
percorrida por uma corrente elétrica, imersa num campo magnético, isto devido a um
torque que lhe é impresso e é proporcional à corrente. O torque gira a bobina até que ela
fique equilibrada por um torque restaurador proporcionado pela suspensão mecânica.
A resistência do galvanômetro e a corrente que provoca a deflexão do indicador na
escala completa são dois parâmetros importantes na construção de um amperímetro ou
voltímetro.
Ainda, para se construir um amperímetro mediante um galvanômetro, coloca-se em
paralelo com a bobina uma resistência de valor pequeno, o shunt. Este resistor tem a
resistência muito menor que a do galvanômetro, de modo que a maior parte da corrente
passa através dele, e a resistência do galvanômetro “shuntado” é muito maior que a do
galvanômetro sem shunt.
Logo, para que o galvanômetro seja utilizado como voltímetro, adiciona-se
resistores em série.
Sabe-se que o ohmímetro mede resistências. Normalmente, este é constituído por
uma bateria, um galvanômetro e um resistor. O resistor é escolhido de modo que a deflexão
do galvanômetro seja completa quando dois pontos estão em curto. O desvio completo do
galvanômetro corresponde ao zero de resistência. É necessário cuidado na medida com o
ohmímetro, pois há uma corrente que passa pela resistência a ser medida.

II – OBJETIVO

- Manusear adequadamente o multímetro como ohmímetro, voltímetro e


amperímetro.

III – MATERIAL UTILIZADO

- Multímetro;
- Fonte de tensão;
- Resistores;
- Pontas de prova;
- Jacarés;
- Placa de bornes.

IV – PROCEDIMENTO

a – USO DO OHMIMETRO
01 – Anotou-se na Tabela 2 os valores nominais dos resistores fornecidos;
02 – Utilizando o multímetro, registrou-se na Tabela 2, os valores (com o desvio avaliado)
das resistências dos resistores escolhidos, indicadas no aparelho.

b – USO DO VOLTIMETRO
03 – Selecionou-se R1, R2 e R3 e anotou-se os valores medidos de suas resistências na
Tabela 3. Ligou-se estes resistores em série e mediu-se também a resistência de
equivalência (Req.). Repetiu-se essa medição com os resistores em paralelo fazendo também
sua leitura e dispostos na Tabela 4.
04 – Foi adicionado a cada sistema, em série e em paralelo, uma fonte em 15 volts e feita a
leitura das quedas de tensão, usando diferentes escalas do voltímetro. Anotou-se os
respectivos valores na Tabela 3 e Tabela 4.

c – USO DO AMPERIMETRO
05 – Ativou-se a função mA do multímetro, numa de suas faixas mais altas, logo mudando
a faixa para níveis mais baixos para otimizar a leitura.
06 – Introduziu-se o amperímetro em serie com cada resistor, registrando os valores
medidos na Tabela 5.
V – RESULTADOS

Analisando três resistores, pode-se observar suas cores e calcular a resistência de


cada um através da tabela abaixo e da equação a seguir:

C
R = AB × 10 ± D

Tabela 1: Valores das faixas através de cores


Cor Valor Valor da faixa de tolerância (%)
Preta 0 -
Marrom 1 -
Vermelho 2 -
Laranja 3 -
Amarelo 4 -
Verde 5 -
Azul 6 -
Violeta 7 -
Cinza 8 -
Branco 9 -
Ouro - 5
Prata - 10
Sem cor - 20

Cálculo das resistências através das cores:


2
Cores
A – Marrom
Valores
1 Resistor 1:
R1 = 16 ×10 ± 5%
B – Azul
C – Vermelho
6
2
R = (1600± 800)Ω
1

D – Ouro 5

Cores Valores Resistor 2:


2
A – Laranja
B – Branco
3
9 R2 = 39× 10 ± 5%
C – Vermelho
D – Ouro
2
5
R 2
= (3900± 195)Ω

Resistor 3:
Cores Valores
2
A – Marrom
B – Preto
1
0
R3 = 10× 10 ± 5%
C – Vermelho
D – Ouro
2
5
R = (1000± 50)Ω
3
Usando um ohmímetro, pode-se medir as resistências corretas dos resistores
analisados. Obteve-se os resultados:

Tabela 2: Medidas de resistências com ohmímetro


Escalas em Ω
Resistência nominal (Ω)
(0 – 2K) Ω (0 – 20K) Ω (0 – 200K) Ω (0 – 2M) Ω
R1 1600 ± 800 1,807 ± 1 1,8 ± 10 1,8 ± 102 0,001 ± 103
R2 3900 ± 195 – 3,91 ± 10 3,9 ± 102 0,003 ± 103
R3 1000 ± 50 1,008 ± 1 1,0 ± 10 1,0 ± 102 0,001 ± 103
Paralelo 9,6∙105 ± 9,6∙104 0,555 ± 1 0,55 ± 10 0,5 ± 102 –
Série 6500 ± 650 – 6,74 ± 10 6,7 ± 102 0,006 ± 103

Escolheu-se aleatoriamente, outros resistores que chamaremos de Ra, Rb, Rc. Ligou-
se o sistema em fonte ajustada a aproximadamente a 15 V (14,9 V). Mediu-se as tensões
nos resistores, assim como a resistência equivalente entre eles, Req, também observada para
comprovar a equação abaixo. Para medi-las, usou-se o voltímetro. Os resultados das
medidas estão dispostos na Tabela 3.

R eq
= R +R +R
a b c

Tabela 3: Medidas de tensão com resistores em série


Escalas
Resistência nominal (Ω)
(0 – 200) V (0 – 20) V (0 – 2) V
Ra 1843 ± 184,3 8,1 ± 0,1 8,12 ± 0,01 –
Rb 553 ± 55,3 2,4 ± 0,1 2,44 ± 0,01 –
Rc 998 ± 99,8 4,4 ± 0,1 4,40 ± 0,01 –
Req 3390 ± 339 14,9 ± 0,1 – –

Ajustamos os resistores em paralelo, e mediu-se suas tensões. Para que a resistência


do voltímetro não interferisse significativamente na medida associou-se o aparelho em série
com o sistema, seguindo a equação abaixo. Os valores medidos na varias escalas estão
dispostos na Tabela 4.

Req =
1
+
1
+
1 R ×R ×R
R R R
OU Req = a b c

a b c R +R +R
a b c

Tabela 4: Medidas de tensão com resistores em paralelo


Escalas
Resistência nominal (Ω)
(0 – 200) V (0 – 20) V (0 – 2) V
Ra 1843 ± 184,3 8,18 ± 0,01 8,1 ± 0,1 0,08 ± 0,001
Rb 553 ± 55,3 – 2,74 ± 0,1 0,26 ± 0,001
Rc 998 ± 99,8 15,00 ± 0,01 15,5 ± 0,1 0,013 ± 0,001
Req 0,298 ± 0,0298 – 50,0 ± 0,1 0,048 ± 0,001
Ajustou-se os resistores em série novamente e ligamos o sistema a função
amperímetro do multímetro, medido assim a corrente que passa em cada resistor em cada
faixa de escala, para melhor otimização. Os resultados estão dispostos na Tabela 5.

Tabela 5: Medidas de corrente


Corrente nos Escalas
resistores (0 – 20) mA (0 – 200) mA (0 – 2) A
Ra 4,44 ± 0,01 4,4 ± 0,1 0,004 ± 0,001
Rb 4,44 ± 0,01 4,4 ± 0,1 0,004 ± 0,001
Rc 4,44 ± 0,01 4,4 ± 0,1 0,004 ± 0,001

As correntes puderam ser medidas no circuito representado abaixo.

Figura 1: Circuito em série


VI – CONCLUSÃO

Através desse experimento, que teve por objetivo, manusear adequadamente o


multímetro para podemos analisar os resistores, observamos que a maneira como dispomos
os resistores interfere nas medidas de resistência e tensão quando colocados em série e em
paralelo. Observamos também que as resistências equivalentes medidas experimentalmente
satisfazem as equações citadas no contexto, tanto para sistemas em série como em paralelo.
A respeito da aferição feita na corrente, podemos observar que a medida pode ser
feita em qualquer ponto, logo porque a corrente que atravessa o circuito é sempre a mesma
que sai da fonte.

VII – QUESTÕES

1) Dos dados da Tabela 2, qual o melhor valor obtido para cada resistor?
Na analise da Tabela 2, podemos observar que o melhor valor para os resistores R1,
R3 e em paralelo é o de (0 – 2K), já para o resistor R2 e o sistema em série a melhor
aferição é de (0 – 20K).
Todas as medidas apresentam melhor precisão onde o desvio relativo percentual é
menor.

2) Dos dados da Tabela 3 e Tabela 4, qual o valor mais preciso para as quedas de
tensão em cada resistor? Justifique.
Na analise da Tabela 3, com os resistores dispostos em série, o valor mais preciso
para as quedas de tensão de Ra, Rb e Rc é na faixa de (0 – 20) V, e para a sua
resistência equivalente, Req de (0 – 200) V. Já na analise da Tabela 4, com os
resistores dispostos em paralelo, o valor mais preciso para a tensão em Ra e Rc estão
na faixa de (0 – 200) V e para o Rb e Req na faixa de (0 – 20) V.
Todas as medidas apresentam melhor precisão onde o desvio relativo percentual é
menor.

3) Dos dados da Tabela 5, qual a melhor faixa para a leitura da corrente? Justifique.
A melhor faixa para leitura da corrente é de (0 – 200) mA, pois o desvio relativo
percentual é mais baixo.

4) O que você observou em relação tensão e corrente no circuito utilizado?


Observou-se que mesmo as tensões sendo diferentes, o circuito, estando em série, a
corrente será a mesma, e que a maior precisão dos dados está na escala com menor
desvio relativo.
Quanto maior a resistência maior é a diferença de potencial nas extremidades dos
pontos.

VIII – BIBLIOGRAFIA

• HALLIDAY, D.; RESNICK, R.. Fundamentos de Física 3 – Eletromagnetismo. Rio


de Janeiro/RJ, Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1991, Vol 3, cap 29.

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