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KANT – IDEIAS BÁSICAS

Exemplo
Peço dinheiro emprestado e tendo prometido
devolvê – lo, cumpro o que prometi porque
considero que essa é a coisa correta a fazer. Não
cumpro o prometido por medo de represálias ou
porque quero ficar bem visto ou por querer ficar
em paz com a minha consciência. Faço – o porque
considero ser o que é correto fazer e mais nada
influencia a minha ação.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
1
ESTOU A AGIR POR DEVER
- Faço do cumprimento do dever – devolver o
empréstimo - a única razão de ser da minha ação.
- Faço do cumprimento do dever um fim em si: é isso
que quero e mais nada.
- A intenção de cumprir o dever não se apoia em
mais nenhuma outra. Não há “segundas intenções”.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
2
ESTOU A CUMPRIR A LEI MORAL
- A lei moral exige que se cumpra o dever por dever.
- A lei moral exige respeito absoluto pelo dever, pelo
cumprimento de certas normas como não matar, não
roubar e não mentir.
- Respeito absolutamente o dever quando não preciso de
mais nenhum motivo – a não ser a honestidade - para
cumprir o dever (para ser honesto).
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ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
3A
- Estou a cumprir o imperativo categórico porque a lei moral
se apresenta sob a forma de imperativo categórico.
A lei moral exige respeito absoluto pelo dever, pelo
cumprimento de certas normas como não matar, não roubar e
não mentir.
Por isso, apresenta – se sob a forma de imperativo categórico.
Imperativo significa ordem, exigência. Categórico significa
absoluto ou condicional.
O imperativo categórico exige respeito absoluto pelo dever.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
3B
Estou a cumprir o imperativo categórico porque a minha
máxima pode ser universalizada sem contradição.
A máxima da minha ação é esta “Não faças falsas promessas”.
Esta tal como o exige o imperativo categórico na sua primeira
formulação é universalizável. Pode ser seguida por todos
constituindo assim um modelo a imitar.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
3C
Estou a cumprir o imperativo categórico porque não faço de
outrem um simples meio.
Se fizesse uma falsa promessa ( Pedir dinheiro emprestado sem
qualquer intenção de o devolver) estaria a tratar outrem como
se fosse um simples meio para me libertar de uma situação
incómoda. Desrespeitaria assim a “ fórmula da humanidade”
que obriga que um ser racional seja tratado com o respeito que
a sua dignidade e o seu valor absoluto exigem .
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
4
Estou a reconhecer que há deveres absolutos.
Para Kant, há ações que, apesar das boas consequências previsíveis,
nunca devem ser praticadas.
Há ações que é sempre obrigatório ou sempre errado fazer. Há ações
que são moralmente erradas quaisquer que sejam as consequências
que resultem delas. Matar, roubar, mentir são exemplos de ações que
são sempre erradas, por mais vantagens que resultem delas, e temos a
absoluta obrigação de não matar, não roubar e não mentir.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
5
Estou a reconhecer que há deveres absolutos porque há
direitos absolutos.
Para Kant, há ações que, apesar das boas consequências
previsíveis, nunca devem ser praticadas. Há direitos invioláveis
e por isso há deveres absolutos. Como pessoa, o ser humano
tem direitos que, em circunstância alguma, podem ser violados
ou infringidos. Estes direitos implicam deveres, e estes deveres
implicam restrições. Nem tudo é permissível em nome do bem-
estar geral ou da felicidade do maior número.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
6
Estou a realizar uma ação que passa o teste do imperativo
categórico.
No caso da primeira formulação do imperativo categórico, o
teste consiste em determinar se é possível, ou é possível
querer, que uma máxima seja adotada por todos.
No caso da segunda formulação do imperativo categórico, o
teste consiste em verificar se agir segundo uma dada máxima
significa ou não tratar os outros apenas como meios para os
nossos fins.
KANT – IDEIAS BÁSICAS

ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
7
Estou a agir determinado por uma boa vontade
Kant chama boa vontade à vontade que age por
respeito pelo imperativo categórico. A boa vontade é
a única coisa absolutamente boa, o bem supremo,
incondicionado. O que torna a vontade boa é a
intenção que subjaz à ação quando um agente age
com a intenção de cumprir o dever pelo dever.
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ANÁLISE DO EXEMPLO
O QUE ESTOU A FAZER?
7
Estou a agir de forma autónoma
Ao agir por dever, a boa vontade é uma vontade autónoma.
A boa vontade é autónoma quando age segundo uma
máxima que passa o teste do imperativo categórico e se
torna uma regra segundo a qual todos podem agir. A
vontade é autónoma quando é a razão que estabelece a
obrigação a cumprir. A vontade é heterónoma quando a
regra da sua ação não tem origem na razão, mas num
interesse ou inclinação, quando a sua fonte não é a razão e
se rege pelo que a religião ou a sociedade em geral possam
pensar.

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