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FICHAMENTO
JOÃO PESSOA – PB
2019
JOWBERT YUSELFF FALCÃO
FICHAMENTO
JOÃO PESSOA – PB
2019
FICHAMENTO
“Ao analisar o documento eletrônico como meio de prova a doutrina jurídica também traz à
baila duas características: a autenticidade (procedência) e a integridade (conteúdo original).
Tais requisitos estão extremamente vinculados à idéia de valor probatório dos documentos
eletrônicos. [...]A influência de Otlet para a composição teórica de documento na Ciência da
Informação é sentida quando este rompe com as concepções tradicionais na Biblioteconomia,
a qual via o livro como produto principal da transmissão do pensamento. Paul Otlet conceitua
documento como um termo guarda-chuva, o qual teria diversas manifestações materiais, tais
como: folletos, artigos, diagramas, cartas, discos, filmes, livros etc. Identificamos na linha
teórica otletiana uma possível relação conceitual do documento com outras disciplinas, entre
elas o Direito. ”. (p.9)
“Além do mais, o documento possui uma linguagem. E não estamos falando da linguagem
verbal apenas, pois todo dispositivo de informação requer a fixação de signos e a composição
destes em um código. Sem a interpretação da linguagem, a tradução semiótica operada pelas
técnicas de análise documental não poderia extrair informação dos documentos. ” (p.11)
“Sendo assim, a noção de documento responderia ao primeiro nível de interdisciplinaridade
entre Direito, Arquivologia e Ciência da Informação, isto é, a comunicação de conceitos e
teorias. Nesse sentido, a teoria do documento e da informação como coisa poderiam contribuir
para ampliar o entendimento de documento em Direito, ao mesmo tempo em que o atributo da
evidência recolocaria no âmbito da Arquivologia e da Ciência da Informação a importância da
prova para considerar a objetividade do documento face à subjetividade presente na noção de
informação. “ (p. 12)
“Nesse mesmo sentido, Saviani (2008) afirma que o papel da interdisciplinaridade é o de fazer
com que os saberes setorizados e fragmentados, passem a constituírem-se em saberes
integrados. Zabala (2002) defende que a interdisciplinaridade significa proporcionar uma maior
compreensão da realidade e do mundo no qual vivemos a partir de algum tipo de inter-relação
promovida entre duas ou mais disciplinas. O autor afirma que, tal inter-relação pode variar de
uma “[...] simples comunicação de ideias até a integração recíproca dos contextos fundamentais
e da teoria do conhecimento, da metodologia e dos dados de pesquisas” (p. 34)
“Hegel já afirmava em seu texto “Princípios da Filosofia do Direito”, que o Direito é fruto do
contexto social. (HEGEL, 2003). Assim, o Direito é o reflexo do que somos, de como a
sociedade, na qual ele está inserido, se comporta. No entanto, diferentemente da doutrina do
Direito Positivo, existem os que afirmam ser o Direito uma instituição atemporal, universal e
comum a todos. Esses são chamados jusnaturalistas. Tais autores, como Kant e Habermas,
defendem que o Direito, e o sentido de justiça nele impregnado, seria algo natural ao ser
humano, daí o nome Direito Natural. Dessa forma, o Direito Natural faria parte de uma ordem
superior ao homem e, caberia à lei humana apenas perseguir tal ordem superior previamente
existente. ” (p. 39)
“Verificamos que antes de adentrarmos na análise da maneira pela qual a Arquivologia concebe
o conceito de documento, mister se faz procedermos à recuperação histórica do conceito na
Ciência da Informação (e Documentação) e de seu precursor, Paul Otlet1 . Percebemos que,
mesmo que tenhamos por objetivo o arcabouço teórico arquivístico, para Silva et al (2009),
qualquer análise a respeito do documento, deve perpassar, inexoravelmente pela Ciência da
Informação, já que é esta área científica que se preocupa com as operações relativas ao
documento referentes à sua capacidade informativa”. (p. 59)
“A imparcialidade documental para a autora quer dizer que o documento como produto de uma
ação é imparcial enquanto objeto. Sendo que, tal parcialidade será determinada ou nele impressa
a partir do uso que será feito pelo usuário. Dessa forma, se o documento em si é imparcial, e a
sua função ou a parcialidade serão determinadas pela forma mediante a qual o usuário utilizará
e/ou interpretará o conteúdo deste documento, isto quer dizer que não devemos considerar as
pré-noções impressas no documento pelo seu produtor? Na verdade, não é dessa forma que
interpretamos a imparcialidade apontada por Duranti. Acreditamos que, mesmo havendo
vontades, ideias e noções do criador impressas no documento, o que determinará a maneira pela
qual ele será utilizado seria a interpretação a ele atribuída pelo usuário”. (p. 91)
“Além dos aspectos apresentados, Marques (2010) nos alerta sobre a concepção tridimensional
do conceito de prova. Aceita e difundida entre os processualistas brasileiros, essa noção
tridimensional conceberia a prova como atividade, meio e resultado. Para o jurista italiano
Michele Taruffo (1992) as três acepções são inerentes ao significado de prova, no entanto,
segundo o autor, a doutrina teima em tratá-las de maneira isolada”. (p. 105)
“Como afirma Duranti (2014), o acesso não monitorado ou não autorizado a documentos
eletrônicos está sendo evitado por tais mecanismos de segurança – assinatura digital,
criptografia, certificação digital - mas diariamente há a possibilidade de um hacker20 acessar
tais sistemas. Para a autora, a possibilidade de tais sistemas serem hackeados é de 100%. De
forma que, a pergunta que deve ser feita não é se o sistema será hackeado, mas sim, quando
será hackeado”. (p. 172)