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AO JUIZ FEDERAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL CÍVEL DA

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE PASSO FUNDO-RS

AJG

PERÍCIA MÉDICA REVISIONAL

Autora: Ivani Pereira


Data de nascimento: 25.09.1966
Nome da mãe: Santina Marina Pereira
CPF: 556.001.400-10
NB n.

DER em 10.04.2018

IVANI PEREIRA, brasileira, casada, aposentada, com endereço na


Rua Piauí, nº 255, fundos – Passo Fundo-RS, vem, perante Vossa Excelência,
por intermédio de seu procurador firmatário, propor a presente AÇÃO
PREVIDENCIÁRIA DE RESTABELECIMENTO DE BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-
DOENÇA COM PEDIDO DE CONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR
INVALIDEZ (espécie 32) em face do INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO
SOCIAL - INSS, Autarquia Pública Federal, representada pela Procuradoria
Geral Federal,
PRELIMINARMENTE
I) Assistência Judiciária Gratuita

A autora é pessoa desprovida de finanças para arcar com as


despesas e custas processuais sem causar-lhe prejuízo e a sua família, uma vez
seu benefício do INSS de aposentadoria por invalidez foi cessado. Dessa forma,
requer o deferimento do benefício da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos
da Lei n. 1060/50.
II) Da audiência preliminar

Inicialmente, em cumprimento ao inciso VII do art. 319 do Código


de Processo Civil de 2015, informa o autor ter interesse na audiência de
conciliação. Entretanto, em prol dos princípios da celeridade e da economia
processual, basilares dos Juizados Especiais, requer-se, desde já, seja o INSS
intimado em momento anterior à designação de tal audiência, para informar nos
autos se possui proposta de acordo, sendo esta dispensada pelo Autor em caso
negativo.

DOS FATOS

A Autora ingressou com ação previdenciária - processo de nº


5000729-29.2014.4.04.7104, por não possui condições de laborar em qualquer
atividade em face das moléstias que lhe acometem, conforme o próprio
entendimento do INSS ao lhe conceder o benefício de auxílio-doença por anos,
convertendo em aposentadoria por invalidez em 11/07/2014.

Contudo, o INSS cessou o benefício da autora:

Ora Excelência, a autora possui problemas cardíacos sérios,


tornando-a incapaz de exercer qualquer atividade laboral.

Portanto, pleiteia pelo restabelecimento do benefício de auxílio-


doença desde a data da cessação, inclusive pela conversão em aposentadoria
por invalidez como já concedido anteriormente ao autor, justamente por entender
que o mesmo está incapaz de exercer qualquer atividade laboral.
Cumpre ressaltar que trata-se do mesmo CID quando da concessão
pela Autarquia, não havendo nenhuma mudança do quadro que acomete o autor,
pelo contrário, com o passar dos anos, o autor desenvolveu outros problemas de
saúde, outras comorbidades gravíssimas, o que extingue a possibilidade de
recuperação laboral, vejamos:

1) O atestado datado de março de 2019, emitido pelo Dr. Jorge


Cacciatore afirma que a autora sofre de miocardiopatia hipertrófica assimétrica
com obstrução da via sanzonal, faz uso de diversos medicamento de uso
continuo:

2) O atestado datado de 08 de maio de 2019, emitido pelo Dr. Jorge


Cacciatore afirma, da mesma maneira, a autora sofre de miocardiopatia
hipertrófica assimétrica com obstrução da via sanzonal e hipertensão arterial,
CID 42.2, CID 11.9, continua fazendo uso de diversos medicamento de uso
continuo:
3) O exame realizado 11.04.2019, angiotomografia das artérias
coronárias revela que:

A vida da autora é restrita a ficar em casa, sem sequer poder fazer


uma atividade de lazer, quanto menos retornar ao trabalho. Embora
conhecedores do índice de cessação no município em face da operação “pente
fino”, bem como da remuneração dos peritos do INSS pelas cessações, resta
equivocado a cessação do benefício para paciente acometido de doença
incurável como a da autora, lamentável decisão.

Sendo assim, a autora encontra-se desamparada, sem condições de


labor e sem o benefício previdenciário em virtude de não obter mais a sua única
fonte de renda que era o benefício previdenciário, com todas as despesas para
arcar no seu lar, sendo a mantedora do sustento da família.

Portanto, em razão de ter cessado o benefício de aposentadoria por

invalidez NB , e de não conseguir retornas às suas atividades


habituais frente à patologia acima descrita, o autor está sem fonte de renda, o
que também acaba por diminuir sua qualidade de vida, posto que, conforme o
preâmbulo da Constituição da Organização Mundial da Saúde, a saúde se define
como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste
apenas em ausência de doença ou enfermidade”.
Sendo assim, podemos concluir que o autor está sem saúde em seu
conceito amplo, pois além da enfermidade que já lhe ataca nos aspectos físico,
mental e social, a falta de renda acaba por potencializar o abalo em seu bem
estar.

Dessa forma, inconformada com a decisão administrativa tomada pelo


INSS, a autora vem NOVAMENTE recorrer ao Poder Judiciário para ver seu
direito garantido, uma vez que não mais dispõe de condições para exercer suas
atividades laborais. Com o resultado da perícia médica judicial, requer a
conversão do benefício de auxílio-doença em Aposentadoria por Invalidez,
desde a data da cessação do benefício que ocorreu em 10.04.2018.

A fim de sanar qualquer dúvida acerca da atual situação da autora,


requer, desde já, a realização de perícia médica com médico cardiologista para
comprovar a incapacidade laboral da autora.
DO DIREITO

Os benefícios previdenciários destinados a assegurar a cobertura de


eventos causadores de doenças, lesões ou invalidez encontram-se previstos na
Lei n.º 8.213, de 24 de julho de 1991, nos arts. 42 e 59, respectivamente,
dependendo da caracterização da incapacidade ser temporária ou definitiva. Diz
o art. 59, in verbis: “Art. 59.

O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido,


quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado
para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias
consecutivos. Luana Souza de Abreu OAB/RS 91.981 Parágrafo único. Não será
devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de Previdência
Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício,
salvo quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou
agravamento dessa doença ou lesão”. Por sua vez, o art. 42 enuncia que: “Art.
42.

A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso,


a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de
auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o
exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e serlhe-á paga enquanto
permanecer nesta condição. § 1º A concessão de aposentadoria por invalidez
dependerá da verificação da condição de incapacidade mediante exame médico-
pericial a cargo da Previdência Social, podendo o segurado, às suas expensas,
fazer-se acompanhar de médico de sua confiança. § 2º A doença ou lesão de
que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência
Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por invalidez, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença
ou lesão.

Da análise dos dispositivos legais acima transcritos, verifica-se que o


autor preenche os três requisitos necessários para a concessão do benefício:
Qualidade de segurado, carência e incapacidade total para o trabalho por tempo
indeterminado. A perícia médica judicial a ser realizada, acompanhada da prova
documental, que demonstra sua condição de Luana Souza de Abreu OAB/RS
91.981 segurado junto à Previdência Social, e o cumprimento da carência
exigida, inclusive já reconhecida pelo INSS, já que o seu benefício foi negado
em razão da perícia médica ter sido contrária, onde o requisito da incapacidade
foi tido como negativo, é que está lhe impedindo de perceber o benefício.

Desta forma, é o tal requisito de incapacidade que se pretende sanar


com a perícia, comprovando assim que o quadro real é o de incapacidade da
autora para o trabalho e exercício de suas atividades habituais. Do exposto, o
benefício da autora deve ser imediatamente restabelecido.

DOS PEDIDOS
Ante o exposto, Requer:

a) O recebimento da presente, determinando a citação do réu, no


endereço declinado no preâmbulo desta, para contestar, querendo;
b) seja-lhe deferido a AJG, nos termos supra;

c) A designação de perícia médica judicial, preferencialmente médico


cardiologista, para determinar a incapacidade da autora desde a data da

cessação do benefício –NB , quanto definitiva para o


trabalho;

d) O restabelecimento do benefício de auxílio-doença, conversão em


aposentadoria por invalidez desde a cessação do benefício em 10.04.2018.

e) Seja o INSS condenado ao pagamento das parcelas vencidas


desde a data da cessação (04/2018) e vincendas.

f) A produção de todas as provas admitidas em direito, especialmente


a prova pericial.

g) Tendo em vista que os quesitos da parte autora estão sendo


utilizados somente quando há necessidade de complementação, assim será
procedido;

h) O julgamento da PROCEDÊNCIA da presente ação, nos termos


dos pedidos, a fim de ser reconhecido e declarado o direito da autora ao
restabelecimento do benefício, condenando o réu ao restabelecimento do
auxílio-doença bem como a conversão em aposentadoria por invalidez desde a
cessação.
Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais).
Termos em que, pede deferimento.
OAB/RS 81.897

Passo Fundo, data do evento.

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