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DE AMENIZÁ-LA
Resumo: O objetivo deste artigo é contribuir para uma reflexão pedagógica acerca
da indiferença do aluno frente à aprendizagem, por ser este um fato que vem
causando mal-estar e tensões nervosas em muitas pessoas que ocupam o interior
da sala de aula. Tendo como fio condutor a interrogação sobre a possibilidade de
amenizar a indiferença por meio dos aspectos da pedagogia, da psicologia, da
didática metodológica e do bom relacionamento, vislumbra-se o entendimento de
que somente uma pedagogia ancorada por uma psicologia convergente, que
valorize o ato de ensinar e a compreensão do que é aprender e desenvolver-se,
poderá preencher a lacuna da situação apresentada. O trabalho se pauta numa
perspectiva de inclusão, de respeito e, sobretudo, de um autêntico trabalho escolar,
tanto por parte do professor quanto por parte do aluno, sustentáculos do ensinar e
do aprender. Considera-se que, nesse processo o conhecimento perpassa várias
dimensões: cientifica, intelectual, didática, relacional e outras, isto porque nos
reconhecemos seres humanos, históricos e sócio-culturais.
Professora Pedagoga com habilitação em Orientação Educacional pela Universidade Estadual do Centro-Oeste –
UNICENTRO. Especialista em Alfabetização e Recepção de Textos pela UNICENTRO e em Gestão da
Educação pela PUC/PR. Pedagoga no CEEBJA de Laranjeiras do Sul e Orientadora pedagógica educacional no
Colégio SELS – Sociedade Educativa de Laranjeiras do Sul.
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1 INTRODUÇÃO
2 DESENVOLVIMENTO
Por volta da década 70, os problemas do sistema de educação e por sua vez
da escola continuaram cada vez mais agravados. Contrariando, então as teorias
não-críticas, os educadores, na busca de soluções, passaram a denunciar o caráter
reprodutor da escola, negando a esta a possibilidade de alterar a estrutura social.
O que difere as teorias crítico-reprodutivistas, das teorias não críticas,
sobretudo é que as mesmas não possuem uma proposta pedagógica, não
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2
Fala de aluno.
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realizar por si mesma.” Assim, é interessante reportarmo-nos àquilo que nos diz
DAVIS a respeito de desenvolvimento e aprendizagem,
sala de aula adquire uma história que lhe é própria: formas de agir, atividades
rotineiras e normas que constituirão a base sobre a qual se apoiarão.
Mesmo assim, o professor deve zelar para que as necessidades de cada
aluno, bem como as necessidades do grupo, sejam atendidas satisfatoriamente. E
essas necessidades passam pela segurança, relacionada à existência de regras de
funcionamento claramente explicitadas; pela coesão, mesmos valores e mesmas
normas, casos contrários são geradores de conflitos; pelo reconhecimento, a turma
tem necessidade de ser considerada de maneira positiva pelo professor; pela
comunicação e expressão coletiva, essa é uma necessidade fundamental raramente
levada em conta no sistema escolar. Muitas vezes a conduta do professor é que gera
a indiferença do aluno quanto ao ato de aprender. A sala de aula pode ser um,
questão atual e desafiadora vivenciada por eles. Este indicador aponta para uma
adesão significativa na socialização do estudo realizado.
Utilizando-se de aplicação de questionários e, sobretudo de pesquisa
bibliográfica elaboramos um material didático, mais precisamente um Caderno
Temático denominado “Orientações Pedagógicas: princípios básicos que
fundamentam o trabalho educativo na escola visando amenizar a indiferença do
aluno frente à aprendizagem” e a partir daí apresentamos a proposta de trabalho
para ser implementada na escola.
Para isso propusemos três momentos distintos de estudos com maior ou
menor duração de tempo; no primeiro momento seriam contemplados os conteúdos
conceituais, consistindo na aplicação de questionário e na leitura e discussão dos
textos contidos nas unidades do já referido material didático; no segundo momento
seriam contemplados os conteúdos procedimentais passando pelo planejamento
das ações consideradas pertinentes de efetivação e aplicabilidade segundo a
necessidade da escola, Por último os conteúdos atitudinais, momento marcado
por uma apreciação do percurso trabalhado, assinalando as mudanças de
pensamentos e ações em relação as suas concepções e práticas pedagógicas.
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Resposta de alunos.
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Idem a referência da nota 2.
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Respostas de alunos.
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Chamo a atenção do leitor para o fato de as respostas fazerem referência somente ao gênero masculino,
mas a abordagem é também para o gênero feminino, ou seja, para o professor e para a professora..
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Expressão usada pelos alunos.
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Resposta de alunos
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sabem, mas também aqueles que ainda não sabem; dêem aulas diferenciadas, com
dinâmicas e que se mostrem menos estressados’. Elogiam os professores que são
exigentes e dão aulas puxadas, embora reclamem da dificuldade em aprender; e
lembram aos professores que eles ‘são apenas alunos, erramos, às vezes queremos
viver o momento presente’.9 E dessa forma, ao longo da jornada educativa,
professores e alunos passam por processos que necessitam de organização do
ambiente de trabalho (turma, sala de aula, da própria aula) para que haja
compreensão do conhecimento, tanto para quem precisa receber e aprender, quanto
para quem precisa fazer a transposição didática e ensinar, assim, ambos se
constroem como seres humanos.
3 CONCLUSÃO
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Resposta de alunos.
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televisão, a internet, os amigos, talvez o faça muito melhor, mas na sala de aula ele
e ela devem se constituir como “o que ensina”, aquele que envolve os alunos
questionando-os, para que a partir da curiosidade e dos conhecimentos
espontâneos possa apresentar a complexidade do conhecimento cientifico. A
bandeira da educação deve cintilar segura pela mão do professor e da professora.
Outro desalento, sabemos que o aluno desmotivado não aprende, falta-lhe
interesse, e sem o qual não há conduta pedagogicamente correta. O ideal seria que
o estudo atraísse todos intrinsecamente, mas devemos apostar nos interesses
extrínsecos, isto é, aquele advindo principalmente dos professores, da equipe
escolar e dos pais, estes têm menor poder de motivação, mas são precisos e
realistas. Eis a razão da incansável e indispensável labuta em relação ao estimulo
que deve ser dispensado aos alunos, (mesmo quando engolimos sapos
atravessados’, dizia uma experiente professora no Grupo de Trabalho em Rede),
quando os alunos não se interessam por sua matéria (o que pode ser natural), se
desestruturar consiste um erro, pode referendar o desinteresse, eles precisam e
esperam que o professor acredite e confie em sua capacidade, cativando-os pelo
aspecto agradável e dinâmica das aulas.
Os profissionais da educação devem construir suas identidades, não
somente pela sua formação em licenciatura, mas, sobretudo, pela predisposição e
dedicação a novas leituras, pela formação contínua, pela reflexão sobre sua prática,
pela pesquisa e experimentação de novas metodologias, de didáticas atraentes e
especialmente, pelo diálogo com a produção dos alunos, mesmo sendo ela a
indiferença. Não perder nunca o entusiasmo e o foco de seu trabalho, ver o que
pode melhorar sempre, ao examinar tanto os progressos quanto as dificuldades dos
alunos.
É por essa razão que os alunos elogiam os professores e as professoras que
dão aulas “interessantes”, isto é,quando trabalham com esmero, se esforçam para
dar uma aula perfeita, bem preparada e bem acabada. Quando puxam para levar
seus alunos para além de onde está. Para além da indiferença frente à
aprendizagem, de seus desejos momentâneos e de seus conhecimentos ainda cheio
de lacunas. Na educação não devemos “sonegar a informação, sacralizar os erros.
É dever fazer “ultrapassar fronteiras”, nos diz (DE LA TAILLE, 2006, P. 28),
principalmente as fronteiras da indiferença.
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4 REFERÊNCIAS