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A Funasa já contratou com as prefeituras 78% dos recursos previstos pelo Programa de Aceleração
do Crescimento para obras de saneamento e outras ações nos municípios com até 50 mil habitantes.
Este percentual corresponde a R$ 2,7 bilhões dos R$ 4 bilhões fixados para a meta 2007/2010.
A
necessidade, cada vez maior, de se priori- Dos 11 ocupantes, nove sobreviveram. A extrema de-
zar projetos que aliem a consciência am- dicação desses agentes de saúde à causa indígena
biental à geração de renda chama a aten- despertou a atenção inclusive do presidente Lula, que
ção para uma categoria de trabalhador encaminhou à Funasa e à FAB uma emocionante men-
cuja importância cresce no mundo e, em especial, no sagem de solidariedade.
Brasil: a dos catadores de materiais recicláveis. Esse é o
tema de abertura desta edição de fim de ano do Funa- O trabalho realizado pela Funasa, em especial as
sa em Revista. campanhas de vacinação, tem sido alvo, cada vez
mais, de elogios e de parcerias com instituições nacio-
Atividades como a coleta seletiva e a destinação nais e internacionais. É o caso da aprovação recebida
adequada do lixo das grandes indústrias e das grandes da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e do
cidades tornaram-se fundamentais diante do aumen- convênio de R$ 8 milhões firmado com o Fundo das
to populacional e do consumismo em ritmo acelerado Nações Unidas para a Infância (Unicef).
que colocam em risco a sobrevivência do planeta.
Esta edição mostra, ainda, as importantes iniciati-
Nada mais justo, portanto, do que prestar uma ho- vas de prevenção contra a gripe Influenza A (H1N1) nas
menagem a quem, silenciosa e pacientemente, e sem áreas indígenas. Com o surgimento de casos na Região
que a maioria das pessoas perceba ou mesmo valori- Sul do País, o Departamento de Saúde Indígena (De-
ze, colhe e separa materiais que os outros jogam fora e sai) da Funasa estruturou um sistema de vigilância da
que, depois de reciclados, voltam a ser úteis. síndrome gripal e síndrome respiratória aguda grave
entre a população indígena, de maneira que pudesse
Outros heróis reverenciados nesta publicação são identificar a ocorrência da epidemia ou confirmar a cir-
os profissionais de saúde que executam suas ações culação do vírus.
em lugares distantes e de difícil acesso, como a região
amazônica. Além do próprio trabalho, os constantes Posteriormente, as ações preventivas e de trata-
deslocamentos são cercados de riscos. mento foram estendidas a outras áreas que passaram
a merecer atenção especial e vigilância constante.
Uma dessas viagens acabou resultando no aciden- Todo o trabalho está sob a responsabilidade da Coor-
te com a aeronave C-98, da FAB, no fim de outubro. denação-Geral de Atenção à Saúde Indígena.
Perspectiva de
vida melhor
Funasa destina R$ 33,2 milhões para catadores de materiais recicláveis
Foto » Kyr2/PMSP
m 2010 a Funasa vai investir
R$ 33,2 milhões em ações de
apoio aos catadores de mate-
riais recicláveis, com repasse
direto para associações e cooperativas.
O anúncio foi feito pelo presidente do
órgão, Danilo Forte durante o encontro
“Reviravolta Expocatadores 2009”, reali-
zado no mês de outubro em São Paulo,
com a presença do presidente da Repú-
blica, Luíz Inácio Lula da Silva.
O investimento foi assegurado com a
assinatura do Termo de Cooperação Mú-
tua entre a Funasa e o Movimento Nacio-
nal dos Catadores de Materiais Recicláveis
(MNCR), feita durante o encontro, com o
objetivo de elaborar o Termo de Parceria
para o Fortalecimento Técnico e Institu-
cional, a fim de desenvolver ações para o
apoio às cooperativas e associações. Danilo (em pé) entre Lula e o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, no Expocatadores em São Paulo
“A ação do PAC/Funasa para o apoiar os
Reconhecimento cessária para melhorias nas condições
catadores é uma parceria que fortalece a
As ações de apoio da Funasa às coo- de trabalho dos catadores. “A Funasa
organização do MNCR, atuando de forma
perativas e associações de catadores de tem atendido nossos pleitos e melho-
preventiva para desenvolver, capacitar e
materiais recicláveis, com a aplicação de rado bastante nosso trabalho e a quali-
uniformizar quem tira a sua sobrevivência
recursos para construção, ampliação ou dade de vida dos catadores em todo do
de materiais recicláveis”, disse Danilo.
melhoria de unidades de triagem de re- Brasil”, disse.
Ainda durante o encontro, o presiden-
síduos sólidos tem sido reconhecida por Também presente ao evento, o pre-
te Lula enfatizou o investimento que o
diversos órgãos e autoridades. sidente da Cencoop/DF, Ronei Alves da
governo federal tem destinado aos cata-
No mês de dezembro, foi realizada Silva, defendeu as ações do órgão como
dores, por meio da Funasa, Banco Mun-
em Brasília a solenidade que oficializou parceiro de grande importância no reco-
dial, Banco Nacional de Desenvolvimento
a doação de terrenos do Ministério do nhecimento e crescimento na melhoria
Econômico e Social (BNDES) e Banco do
Planejamento, por meio da Secretaria de na vida dos catadores.
Brasil, dentre outras instituições.
Patrimônio da União (SPU), para a Coope- “Com o apoio da Funasa temos ad-
Em 2009, segundo informação do di-
rativa dos Catadores de Materiais Reciclá- quirido caminhões e equipamentos
retor do Departamento de Engenharia
veis do Distrito Federal (Cencoop/DF). que vêm contribuindo para um melhor
de Saúde Pública (Densp), Raimundo
Na oportunidade, o representante aproveitamento do material. A Funasa
Machado, a Funasa repassou R$ 16,9 mi-
do Movimento Nacional dos Catadores tem sido o anjo da guarda dos catado-
lhões, por meio de prefeituras e Organi-
de Materiais Recicláveis (MNCR), Eduar- res; este ano a Fundação já atendeu 12
zações da Sociedade Civil de Interesse
do Ferreira de Paula, falou do apoio que associações e mais dez devem ser con-
Público (Oscip), beneficiando mais de 45
tem recebido da Funasa, que dotou a templadas em 2010. Isso está mudando
cooperativas.
cooperativa de toda a infraestrutura ne- a nossa realidade”, afirmou Ronei.
Tratamento de
resíduos sólidos
Funasa e governo fluminense inauguram primeiro centro em regime de consórcio
C
om apoio técnico da Funasa ma de aterros sanitários consorciados. O coordenador regional da Funasa
e participação dos governos Com essa parceria, triplicamos os in- no Rio de Janeiro, Marcos Muffareg,
estadual e federal, foi inau- vestimentos no estado”, afirmou. “Fize- que representou a instituição duran-
gurado em julho deste ano, mos um plano de resíduos sólidos, com te o evento, também elogiou o es-
no município serrano de Teresópolis, o mapas para saber onde pode ser cada forço conjunto que visa acabar com
segundo Centro de Tratamento de Re- aterro, com cerca de dez aterros consor- os lixões. “A Funasa está junto com o
síduos Sólidos do Estado do Rio de Ja- ciados, cada um servindo até dez muni- governo do estado para desenvolver
neiro — o primeiro em regime de con- cípios. Para cada R$ 1 milhão do Fundo e inaugurar outros aterros sanitários.
sórcio. O novo complexo de tratamento Estadual de Conservação Ambiental e Hoje, a Fundação investe dois terços
também atenderá os municípios flumi- Desenvolvimento Urbano (Fecam), a Fu- dos recursos e o Fecam, do governo
nenses de Carmo, Sumidouro e São José nasa participa com R$ 2 milhões”, acres- estadual, aplica um terço para a cons-
do Vale do Rio Preto, tendo sendo proje- centou. trução de aterros sanitários consorcia-
tado para uma vida útil de 25 anos. Segundo o governador Sérgio Ca- dos”, explicou.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos bral, existem 46 lixões no Rio de Janeiro. Muffareg citou o maior entrave da
Minc, que participou da cerimônia, des- E para resolver esse problema, destacou Instituição para alavancar ainda mais o
tacou a importância da parceria com a o governador, é “importante envolver, desenvolvimento do estado na área de
Fundação na criação dos novos aterros cada vez mais, os municípios dentro da saneamento: “Nossa maior dificuldade
sanitários consorciados no Rio de Ja- metodologia de atuação dos aterros sa- são os projetos inadequados, oriundos
neiro: “A Funasa abraçou esse progra- nitários consorciados. dos municípios”, frisou.
A
liar consciência ambiental veitando o espaço físico e tendo mais
Heróis
da selva
Acidente aéreo mostrou como é árduo o
trabalho de profissionais da Funasa
A
tragédia que vitimou duas pessoas a serviço da Fu-
No ano passado, a Funasa conseguiu reequipar suas equi- “Às vezes temos que comprar combustível para os barcos
pes com o maior montante de recursos disponibilizados, des- e não podemos comprar próximo da área indígena porque
de a sua criação, para a compra de equipamentos de logística. temos que apresentar notas fiscais e, nesses municípios dis-
Foram aplicados mais de R$ 27,4 milhões para compra de veí tantes, não há postos de combustíveis. Aí, tem que comprar
culos, rádios comunicadores, barcos e outros equipamentos numa cidade maior e transportar sobre as caminhonetes”,
fundamentais para o atendimento à saúde. Em 2004, o gover- narrou Guenka , dando mais um exemplo das dificuldades
no federal disponibilizou pouco mais de R$ 500 mil para aqui- enfrentadas pela Funasa.
sições semelhantes.
Presidente Lula
encaminha mensagem
de solidariedade
O
presidente da Fundação Nacional
de Saúde (Funasa), Danilo Forte, e o
Comando da Aeronáutica receberam, no
dia 4 de novembro, mensagem de solidariedade
do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, para divulgação durante a celebração de
Ação de Graças pelos nove sobreviventes do
acidente com o avião C98 da FAB.
Na nota, o presidente Lula também
manifesta os pêsames aos familiares dos “dois
companheiros que partiram” e destaca a
importância da atuação da Funasa e da FAB na
região amazônica e que “deve ser considerado, de
fato, um trabalho missionário, um trabalho que
leva a esperança e a salvação de muitas vidas aos
lugares de mais difícil acesso de nosso Brasil”.
Uma cópia da mensagem presidencial foi
entregue por Danilo Forte aos sobreviventes
e familiares das duas vítimas — entre as quais,
Valderlandia Nascimento, viúva do técnico de
enfermagem João de Abreu —, após a missa
celebrada pelo bispo de Tabatinga, Dom Alcimar
Caldas Magalhães, na Igreja Matriz Santos Anjos,
no dia 4 de novembro. A cerimônia contou com
a presença de mais de uma centena de pessoas,
dentre as quais familiares dos sobreviventes e de
João de Abreu Filho, além de amigos e servidores
do Dsei Alto Solimões.
Foto » Core/RR
Unidos no combate
à gripe
Funasa e Exército promovem atendimento
diferenciado aos indígenas da Amazônia
P
reocupada com a possibilidade de a gripe influen- Core/RR tranquiliza população indígena
za A (H1N1) atingir os indígenas brasileiros que vi- Tão logo as notícias da epidemia da gripe influenza A
vem no Amazonas e em Roraima, na fronteira com (H1N1) entre os Yanomami da Venezuela foram relatadas pe-
a Venezuela, entre eles os da etnia Yanomami, a Fu- los indígenas a seus parentes da região fronteiriça com o Bra-
nasa criou o Comitê de Crise H1N1, juntamente com o Gabine- sil, a Coordenação Regional da Funasa de Roraima (Core/RR)
te Emergencial da Influenza A do Estado, com a participação iniciou um amplo trabalho de mobilização.
do Exército Brasileiro e Fundação Nacional do Índio (Funai). Ciente de que o vírus da gripe A se dissemina com extre-
O coordenador-geral de Atenção à Saúde Indígena (Cgasi) ma velocidade, a Core/RR enviou técnicos para a região. Eles
do Desai, Flávio Pereira Nunes, participou da reunião, em no- coletaram amostras de secreção e o material para exames foi
vembro, que definiu um plano de encaminhado ao Instituto Evan-
Foto » Core/RR
“Contra o H1N1,
a estratégia é se antecipar”
C
om o surgimento de casos da gripe Influenza A Flávio lembra que, no Rio Grande do Sul, a experiência foi
provocados pelo vírus H1N1 na Região Sul do País, difícil porque a capacidade de resposta do sistema de saúde es-
no final do primeiro semestre deste ano, o Depar- tadual foi superada pelo aumento rápido do número de aten-
tamento de Saúde Indígena (Desai) da Funasa es- dimentos na rede de serviços. “A nossa primeira iniciativa foi
truturou um sistema de vigilância de síndrome gripal e síndro- quando começou a epidemia na população em geral, no Rio
me respiratória aguda grave entre a população indígena, de Grande do Sul. Deslocamos uma equipe de especialistas em vi-
maneira que pudesse identificar a ocorrência da epidemia ou gilância em saúde e doenças transmissíveis. Eles acompanha-
confirmar a circulação do vírus. ram o enfrentamento adotado pelo estado e verificaram de que
Posteriormente, as ações preventivas e de tratamento fo- maneira a Funasa, por meio de seus Distritos Sanitários Espe-
ram estendidas a outras áreas que passaram a merecer aten- ciais Indígenas (Dseis) e Assessorias de Saúde Indígena (Assais),
ção especial e vigilância constante. Todo o trabalho foi diri- poderia estruturar um sistema complementar, não paralelo. A
gido pelo coordenador-geral de Atenção à Saúde Indígena Fundação se aproximou da Secretaria de Saúde e do Centro de
(Cgasi) do Desai, Flávio Pereira Nunes. Vigilância em Saúde, pois o diagnóstico dos casos e a distribui-
Segundo o coordenador, no início da epidemia, para se ção de remédios representavam um problema”, explica.
confirmar a doença, era requerido o exame laboratorial, o Flávio Nunes é médico com especialização em cardiologia,
que acabou se tornando um limitante das intervenções, de- medicina do trabalho e toxicologia. Possui mestrado em Ci-
vido à grande quantidade de testes que precisavam ser re- ências da Saúde na Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp).
alizados e à existência, no País, de apenas três laboratórios Na entrevista abaixo, ele explica como foi estruturado e como
certificados para dar o diagnóstico — Adolfo Lutz (SP), Evan- está sendo desenvolvido o trabalho de prevenção e enfren-
dro Chagas (PA) e a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), no Rio tamento ao vírus H1N1 entre indígenas, principalmente nas
de Janeiro. regiões de fronteira da Amazônia.
Funasa em Revista: Qual foi o primeiro avanço obtido no maior em São Paulo, porque os indígenas que estão dentro da
Rio Grande do Sul? região metropolitana ficaram muito vulneráveis à circulação
Flávio Nunes – O primeiro avanço que nós tivemos foi uma do vírus. Infelizmente, tivemos registro de óbitos logo no ini-
nota técnica, na qual a Secretaria de Saúde recomendou que cio. A partir disso, entramos em contato com o Ministério da
as populações indígenas tivessem uma atenção diferenciada no Saúde, com a Secretaria de Vigilância à Saúde, e solicitamos
enfrentamento do problema, do ponto de vista do tratamento que os nossos profissionais fossem treinados pelos especialis-
e do diagnóstico. Isso sinalizou para a Funasa que era possível tas do Ministério. Então, avançamos para o treinamento reali-
construir uma política diferenciada e complementar, reconheci- zado em Curitiba, no Laboratório Central.
da pelos gestores estaduais. Foi iniciada, então, uma unificação
das informações, o que já representou um grande avanço. A in- Como ocorreu esse treinamento?
formação era divulgada de uma forma integrada com o estado. Cerca de 20 técnicos foram treinados em vigilância epide-
miológica de Influenza, coleta e fluxo de envio de material para
O que foi possível observar, a partir dessa experiência? o laboratório de referência, o que fez com que os nossos profis-
Nós conseguimos identificar que o surto na população in- sionais fossem informados sobre as estratégias usadas na po-
dígena ocorria três semanas, em média, após a população ge- pulação em geral para gerar uma estratégia para a população
ral, porque era necessária a circulação das pessoas, era preciso indígena. Tivemos esse treinamento também em Roraima e
o vírus transitar e ele transita por meio do deslocamento das Amazonas, e em janeiro vamos fazer na Região Nordeste.
pessoas, o que começou a chamar
Blindagem
contra a doença
Medidas preventivas também mobilizam aldeias em Santa Catarina
O
vírus da gripe Influenza A (H1N1) tem cara de mentos de proteção, como máscaras, medicamentos, sabone-
monstro para as crianças guaranis que vivem tes antissépticos e álcool em gel.
em Santa Catarina. Pelo menos é assim que elas
o desenharam no papel. Para vencê-lo, além da Vacina para todas as idades
crença no deus supremo Nhanderu e na sabedoria do pajé, Como a gripe H1N1 constitui ainda uma grave ameaça, a
as famílias receberam orientações da Funasa que, desde abril orientação passada aos indígenas pela equipe da Core/SC foi
de 2009, vem investindo em cuidados médicos preventivos e a de utilizar as dicas da medicina sem deixar de lado a paje-
mobilização social para diminuir a incidência de gripe entre os lança. As constantes visitas de monitoramento das equipes às
9.318 indígenas do estado. aldeias incluíram a presen-
Com a imunidade re- ça de médicos, enfermeiros,
Foto » Ascom/Funasa
Orgulho de ser
educador em saúde
Oficina mostra o trabalho abnegado de profissionais
em prol das populações humildes
A
li não havia nenhum equipes têm uma grande responsabi- rias com o objetivo de discutir sobre a
termômetro. No en- lidade no trabalho de compartilhar a importância daquele empreendimen-
tanto, todos os pre- missão institucional da Fundação, que to, como utilizá-lo de forma correta, o
sentes na sede da As- é promover a atenção à saúde indígena que fazer para que ele seja preservado
sociação Quilombola e o saneamento básico nos municípios e, principalmente, o que o projeto pode
Sítio Queimadas não com até 50 mil habitantes. Os educado- significar em termos de mais benefícios
tinham qualquer dúvida de que naque- res passam o ano planejando e execu- para todos.
la tarde de terça-feira, 20 de outubro, tando ações em benefício também das Muitas vezes, os educadores fazem a
a temperatura beirava os 40 graus. Lá comunidades ribeirinhas, dos que vivem chamada oficina antes e logo após o tér-
dentro, mulheres se abanavam sem pa- nas áreas rurais e em assentamentos mino da obra, e retornam tempos depois
rar e homens enxugavam o suor como destinados à reforma agrária e, é claro, para saber o resultado do que foi aplica-
podiam. Enquanto isso, do lado de fora, dos remanescentes dos quilombos. do e discutido. Se for preciso, novas ações
uns poucos privilegiados se debruça- Além disso, essas equipes são mui- de continuidade são articuladas.
vam sobre o parapeito das três janelas to requisitadas por entidades, governos A rotina de capacitação não ocor-
do salão para acompanhar, protegidos municipais e estaduais e empresas pú- re apenas de dentro para fora. Regu-
por uma sombra providencial, o aconte- blicas para promover a capacitação de larmente, os próprios técnicos da Fun-
cimento do dia. seus servidores, agentes e funcionários dação participam de cursos e outras
Mas, verdade seja dita, ninguém es- nos mais diversos campos de atuação. atividades que lhes dão a chance de se
tava muito preocupado com o calor, até Ou seja, além de atuarem nas comuni- atualizar em relação às tarefas que exer-
porque ele faz parte da rotina do lugar. dades beneficiadas com ações executa- cem. No início de outubro, por exemplo,
O que importava mesmo para os convi- das diretamente pela própria Funasa, os representantes de todas as Ascoms pas-
dados e integrantes da Comunidade Qui- técnicos também formam equipes das saram uma semana em Brasília, onde
lombola Sítio Queimadas, localizada na
... agora está virando rua de verdade: novas moradias e ação da Funasa elevaram a autoestima dos moradores
Comunidade é só elogios
U
m gesto de Maria Aparecida da Conceição chamou Quem também não esconde a satisfação por atuar em par-
bastante atenção durante a oficina comandada pe- ceria com a Funasa é João Batista Rodrigues, de 55 anos. Pre-
los dois técnicos da Funasa em Mirandiba. Logo de- sidente da Associação Quilombola Sítio Queimadas, “Pitel”,
pois do lanche, Aparecida começou a recolher os copos de como é chamado, diz que depois que a Fundação passou a
plásticos nos quais foram servidos os refrigerantes, mas não agir em Mirandiba, as coisas melhoraram cem por cento.
para jogar no lixo. É que ela é uma das muitas integrantes da Além dos benefícios que ele e sua comunidade conquis-
Comunidade Quilombola Sítio Queimadas que basicamente taram, como cisternas, postes de luz e a futura rede de água
vivem do que plantam e os copos servirão para que a jovem encanada, Pitel é enfático ao reconhecer que as oficinas da
de 27 anos, apaixonada pela agricultura, cultive mudas a se- Funasa ajudaram bastante a mudar a mentalidade de sua gen-
rem plantadas em sua horta. te. “Essas oficinas são muito importantes pelos conhecimen-
tos que transmitem. Graças a elas, a maioria
Exemplos de dedicação
V
iajar durante mais de sete horas de Recife a Miran- se sente plenamente realizado, embora nem sempre veja re-
diba, por uma estrada em boas condições de uso conhecimento em seu trabalho.
como a BR-232, não é nada quando vêm à lembrança “Entre trancos e barrancos, gosto muito do que faço, mas é tris-
outras missões que Paulo Dantas de Andrade, 43 anos, e Ra- te constatar que muitos gestores municipais não têm visão da im-
milson da Silva Matos, 46, estão acostumados a cumprir em portância das ações de educação em saúde. Nosso trabalho não é
Pernambuco como educadores em saúde da Funasa. É co- só distribuir cartazes; o que fazemos é conscientizar as comunida-
mum eles trafegarem quilômetros e quilômetros em terra de des sobre seus direitos, e muitos gestores não gostam disso”, co-
chão batido até desembarcarem em algum distante município menta Paulo, com seus 16 anos de experiência como educador.
onde uma comunidade carente qualquer aguarda ansiosa pe- Além de concordar com o colega, Ramilson faz outra obser-
las oficinas dos técnicos da Fundação. vação a respeito da importância do trabalho da Funasa. Na sua
Paulo e Ramilson são o retrato fiel dos sentimentos, propó- avaliação, foi um erro administrativo retirar o combate às ende-
sitos e características que envolvem a maioria dos servidores mias do conjunto de responsabilidades da Fundação, já que o
Repassando
conhecimentos
Em Goiás, agentes municipais são capacitados para orientar comunidades
T
odos os municípios que fir- da sua principal finalidade, que é melho- Consuelo Ayres Marinho, defende o
mam convênios com a Fun- rar a saúde e a qualidade de vida. Tam- projeto social como meta prioritária de
dação Nacional de Saúde bém é preciso sensibilizar as comunida- qualquer programa. “Não adianta fazer
para execução de obras de des para o uso correto dos benefícios uma obra e não saber usá-la. A finalida-
saneamento são obrigados a seguir a conquistados. de dessas ações é promover a saúde e a
Portaria da Funasa nº 723, de 24 de julho Nas reuniões promovidas pela Fun- melhoria da qualidade de vida da popu-
de 2007, que estabelece os critérios e dação para capacitação no PESMS, além lação, por isso é importante a participa-
procedimentos para aplicação dos re- dos gestores municipais, comparecem ção da comunidade, transformando-a
cursos disponibilizados pelo Programa profissionais de saúde e técnicos dos em autora do processo”, explica Consue-
de Aceleração do Crescimento (PAC). municípios, que serão os responsáveis lo.
Além desses critérios, a Portaria de- pela execução do programa. Eles são Em setembro, foi realizado em São Si-
termina que as prefeituras devem levar orientados pela Funasa a elaborar o pro- mão um encontro com a presença de 41
em consideração, ao apresentar seus jeto de Educação em Saúde de acordo pessoas do povoado de Itaguaçu, onde
pleitos, uma série de diretrizes elabo- com o foco do objeto, as necessidades estão sendo construídas 17 casas pelo
radas pela Funasa, entre elas a promo- das famílias e da realidade local. Programa de Melhorias Habitacionais
ção de ações de educação em saúde e A partir dessa capacitação, os técni- para o Controle da Doença de Chagas.
de mobilização social durante as fases cos mobilizam os beneficiários, promo- Outras dez unidades também estão em
de planejamento, implantação e opera- vem reuniões nas localidades dos mu- construção no centro do município.
ção das obras. Esta norma visa estimu- nicípios em que foram implantadas as “A Funasa está ajudando o povo a vi-
lar o controle social e a participação da obras e, ainda com a participação da ver melhor. A minha casa nem começou
comunidade beneficiada com as ações. equipe da Funasa, orientam o público- a ser construída, mas já me sinto feliz. Eu
Partindo desse princípio, a equipe alvo sobre a finalidade dos projetos da tenho a doença de Chagas e meu filho
de Educação em Saúde da Coordena- instituição, que é promover a saúde e também. Acho que pegamos essa do-
ção Regional da Funasa em Goiás (Core/ evitar doenças, sempre lembrando da ença na Bahia; lá a casa era velha, cheia
GO), por meio do Programa de Educa- importância da adesão de todos nas ati- de barbeiros. Agora, na casa nova o bar-
ção em Saúde e Mobilização Social (PES- vidades educativas. beiro não vai entrar, porque também
MS), empenha-se em priorizar e estimu- No final de 2009, a equipe da Core/ aprendi nas reuniões educativas como
lar os municípios a desenvolverem essas GO estimulou o desenvolvimento das nos defender deles”, afirmou Santa Ma-
ações, contribuindo para a sustentabili- atividades do PESMS em diversos mu- ria da Conceição, 68 anos, moradora do
dade do sistema e a melhoria da quali- nicípios contemplados com recursos do povoado de Itaguaçu.
dade de vida das comunidades PAC para implantação de projetos de Letícia Oliveira Lacerda, responsá-
Para ajudar as prefeituras convenia- saneamento ambiental. Inicialmente, vel pelo projeto social da Prefeitura de
das a cumprirem as recomendações as reuniões com os gestores e técnicos São Simão, ressalta que o Programa de
da Funasa, a equipe, a exemplo do que municipais ocorreram na sede da Coor- Melhorias Habitacionais da Funasa faz a
ocorre em todo o País, sensibiliza os ges- denação Regional. Posteriormente, os diferença porque não é apenas um pro-
tores municipais sobre a importância e a encontros foram realizados nos próprios grama para construir moradias. “O obje-
necessidade de promoverem atividades municípios, com participação também tivo principal é promover saúde, evitar a
educativas com as comunidades benefi- das comunidades beneficiadas, que dis- doença de Chagas e melhorar a qualida-
ciadas pelos projetos de saneamento. A cutiram e sugeriram ações que melhor de de vida da população”, enfatiza.
justificativa é clara: não adianta apenas atendam às suas necessidades. Em outubro, foi a vez de a comuni-
construir obras se as pessoas não sabem A coordenadora da equipe, Maria dade quilombola de Pombal, no muni-
cípio de Santa Rita do Novo Destino, re- frutos, como a produção de rapadura jetos da Funasa estão de acordo com a
ceber a visita da equipe de Educação em e farinha financiada por programas de realidade e as necessidades da comu-
Saúde da Core/GO. Lá, 25 pessoas bene- geração de renda desenvolvidos pelo nidade local. “O trabalho educativo é
ficiadas com rede de água, comparece- Ministério de Desenvolvimento Agrário fundamental para conhecer as dificul-
ram à reunião do PESMS. Esta comuni- e Faculdade Católica de Brasília. dades e as necessidades da comunida-
dade está bem avançada em termos de Naildes Rodrigues Borges da Silva, de e também contribuir para que ela
organização, tanto que foram criadas as líder comunitária e secretária de Igual- seja sujeito da ação, da sua historia”,
Associações dos Pequenos Produtores dade Racial do município de Santa Rita afirma a responsável pelo PESMS no
e das Mulheres. A mobilização rendeu do Novo Destino, enfatiza que os pro- município.
população mobilizada
conquista água tratada
O
município de Atibaia, na re- Água (SAA). A obra teve como objetivo e também corresponsáveis pelos benefí-
gião serrana, localizado a 60 substituir os poços artesianos, para que a cios recebidos.
quilômetros da cidade de população deixasse de usar água de qua- Para alcançar essa meta, o foco da
São Paulo, é um exemplo lidade duvidosa. equipe técnica da Core/SP foi sensibili-
bem-sucedido de participação da socie- Após um ano de ações educativas os zar as pessoas sobre a importância de
dade nas ações de Educação em Saúde resultados começaram a surgir, como a consumir água potável. A Funasa inves-
promovidas pela Coordenação Regional redução no número de registros de ver- tiu R$ 500 mil na obra e o município aplicou
da Funasa (Core/SP) para discutir ques- minose. Foi o caso do bairro Jardim São a contrapartida de R$ 211 mil. Destes, cerca
tões de saúde e saneamento ambiental. Felipe, que em 2008 apresentou quatro de R$ 11 mil foram voltados para as ações
Cerca de 800 pessoas dos bairros casos informados de doença diarreica e educativas envolvendo a comunidade.
Campos de Atibaia, Ciliar, Jardim Santo em 2009, não registrou nenhuma ocor- Para desenvolver a Feira de Saúde,
Antônio e Jardim São Felipe foram bene- rência. O projeto educativo propiciou às Meio Ambiente e Cidadania sob a te-
ficiadas com a construção de uma suba- pessoas beneficiadas tornarem-se sujei- mática Água Tratada – Saúde Garantida,
dutora de Sistema de Abastecimento de tos autônomos da própria transformação foram promovidas reuniões com as lide-
ranças da comunidade para abordar os
temas relacionados à questão de saúde
Foto » Giovanni Debortoli - Core/SP
Resgate da dignidade
Kalunga
Entre as diversas ações desenvolvidas pelas equipes
destacam-se as oficinas educativas
K
alunga é uma palavra de
Protagonistas de
uma nova realidade
Iniciativa do Polo-Base de Chapecó (SC)
afasta jovens indígenas das drogas e do alcoolismo
A
bandonar os estudos, pas- alguém da família ser usuário de algum
Orientação e prevenção:
mortalidade zero
Conjunto de ações melhora atendimento a indígenas no Espírito Santo
H
á seis anos, o Espírito San- menos de um ano de idade é de 44,35 pal de Saúde de Aracruz, município que
to não registra morte en- para cada mil nascidos vivos, segundo o concentra todas as sete aldeias do esta-
tre crianças indígenas com coeficiente registrado em 2008. O índice do. Entre as ações que garantem assis-
menos de um ano de idade. nacional registrou inclusive uma queda tência à saúde dos índios, destacam-se
A melhoria na saúde das comunidades substancial, já que no ano de 2000 a re- a presença constante dos profissionais
indígenas capixabas é ainda mais clara lação era de 74,61/1.000. e o programa de vigilância nutricional,
quando confrontada com dados históri- O índice de mortalidade infantil zero que promove as visitas domiciliares rea
cos locais ou com a média nacional. Em no Espírito Santo é resultado do contro- lizadas por pediatras, nutricionistas e
1997, das 29 crianças indígenas nascidas le de doenças e da assistência às comu- Agentes Indígenas de Saúde (AIS), para
vivas no estado, cinco morreram antes nidades indígenas prestada pela Coor- o acompanhamento do peso das 304
de completar um ano de idade. A mé- denação Regional da Funasa (Core/ES), crianças indígenas menores de cinco
dia nacional de óbitos entre índios com em parceria com a Secretaria Munici- anos.
Livres do
alcoolismo
Em Mato Grosso, plano de saúde mental livra indígenas da dependência
Foto » Ascom / MT
epressão, tristeza, angús-
tia, desânimo e dependên-
cia alcoólica. Muitas vezes
associadas à vida contur-
bada nas cidades, estas doenças psíqui-
cas não se restringem mais aos espaços
urbanos. Acostumados a beber a tradi-
cional chicha — bebida fermentada fei-
ta à base de milho, arroz ou mandioca
— em rituais funerários e batismos, o
consumo do álcool passou a fazer parte
da vida de muitos indígenas.
Levados ao vício devido às mudan-
ças culturais ocasionadas pelo contato
com os brancos, cerca de 6 mil indíge-
nas de dez etnias de Mato Grosso estão
sendo beneficiados pelo ‘Plano de Ação
de Saúde Mental’. O objetivo é promo-
ver ações de educação em saúde e inter-
venção ao consumo de bebidas alcoóli-
cas e outras substâncias psicoativas nas
aldeias. Trabalho de conscientização ajuda jovens a superar resistência contra tratamentos
Tudo começou há quatros anos com
o médico Jaime Aguiar e o enfermeiro O projeto inclui terapias ocupacionais, também são realizados nas escolas. “Já
Amauri Arruda, da equipe multidiscipli- implementadas em consonância com as existem casos de adolescentes que fa-
nar da Fundação de Apoio e Desenvolvi- idéias discutidas pelos grupos e apresen- zem o uso precoce da bebida e isso nos
mento da Universidade Federal de Mato tadas à coordenação, como a confecção preocupa muito”, aponta.
Grosso (Uniselva), que diagnosticaram de artesanatos, plantação de banana, fei- As ações são desenvolvidas pelo Dis-
o agravamento do alcoolismo entre os jão, milho e mandioca para produção de trito Sanitário Especial Indígena (Dsei)
Bororó. A identificação deu origem ao farinha. Além disso, algumas etnias ela- Cuiabá, da Coordenação Regional da
Projeto Alcoólico Indígena (PAI), que já boraram cartilhas com orientações e ilus- Funasa em Mato Grosso (Core/MT).
conseguiu resgatar 34 pessoas da de- trações feitas por eles próprios a fim de Neste ano, o ‘Plano de Ação de Saúde
pendência. conscientizar suas comunidades. Mental’ ganhou projeção internacional
De acordo com Danielle Spagnol, A enfermeira Fernanda Miranda, res- ao ser apresentado no Congresso Inter-
uma das coordenadoras do projeto, o ponsável pelas ações na etnia Nambi- nacional de Medicinas Tradicionais, In-
‘Plano de Ação de Saúde Mental’ fez kwara, conta que alguns indígenas têm terculturalidade e Saúde Mental, reali-
mais do que resgatar a saúde e a digni- resistência em tratar do alcoolismo. zado na cidade peruana de Tarapoto. O
dade indígenas. Agora, eles atuam como “Sempre que vou às aldeias, converso Plano beneficia índios das etnias Boro-
multiplicadores, unidos pela filosofia do com os caciques e lideranças para con- ró, Umutina, Bakairi, Paresi, Guató, Iran-
resgate cultural de não ingerir bebidas vocarem os membros a participar das txe, Enawené-Nawê, Mynky, Chiquitano
alcoólicas do não índio. reuniões”. Os trabalhos de prevenção e Nambikwara.
E
m alguns estados, como no tos educativos que apresentam dicas
Mato Grosso, Mato Grosso de cuidados simples que podem ajudar
do Sul e Ceará, as Coordena- a diminuir a incidência dessas doenças
ções Regionais (Cores) da Fu- nas aldeias e nos municípios.
nasa ampliam suas ações de atendimen- O material, fruto de uma parceria
to à saúde indígena por meio da edição com a Prefeitura Municipal de Bela Vista
de cartilhas e publicações que facilitam (MS), Funai, Ministério da Saúde e o De-
a compreensão do público-alvo em re- partamento (governo) de Amambay, no
lação aos temas abordados. No Mato Paraguai, foi produzido em três idiomas:
Grosso, por exemplo, português, espanhol e guarani. O princi-
mais especificamen- pal objetivo era facilitar o entendimento
te no Distrito Sanitá- e ressaltar a necessidade de se fazer pre-
rio Especial Indíge- venção com base em medidas de higie-
na (Dsei) do Xingu, ne simples.
um belo trabalho A publicação fornece dicas de como
foi desenvolvido proteger a família com ações cotidianas,
pelos profissio- como guardar garrafas sempre viradas
nais das Equipes para baixo e pneus em locais cobertos,
Multidisciplina- além de manter os quintais sempre lim-
res de Saúde In- pos. O material foi distribuído entre 600
dígena (Emsi) e indígenas da Aldeia Pirakuá, localizada a
Agentes Indígenas de Saú- 67 quilômetros de Bela Vista, e no muni-
de (AIS), que atuam nas aldeias do par- cípio paraguaio de Bella Vista do Norte.
que, que é dividido em Alto, Baixo, Mé-
dio e Leste Xingu. Prevenção da diarreia
No Alto Xingu, os AIS são capacita- No Ceará, a Coordenação Regional
dos em assuntos como saúde da mulher, Publicações, algumas escritas na língua lançou a cartilha “Diarreia Infantil e Ver-
indígena, ajudam na compreensão dos temas
saúde da criança e Doenças Sexualmen- minoses”. O material foi produzido pe-
te Transmissíveis (DST). Para que esses los Agentes Indígenas de Saúde (AIS)
agentes possam manter e transmitir nas e Agentes Indígenas de Saneamento
aldeias o que foi aprendido durante a (Aisan) da Fundação, juntamente com o
capacitação, o Dsei/Xingu decidiu edi- é Ayato Kuikuro, de 28 anos, da aldeia Dsei/CE e a Assessoria de Comunicação
tar publicações com as matérias ofere- Lahatuá. Ele se diz orgulhoso de sua par- e Educação em Saúde (Ascom), com o
cidas. O mais revelador dessa iniciativa ticipação. “Nosso curso está dentro da apoio do Fundo das Nações Unidas para
é que todos os desenhos e muitos tex- realidade indígena e o desenho ajuda a a Infância (Unicef).
tos foram elaborados pelos próprios in- conscientizar o povo”, salienta. Por meio de oficinas, realizadas com in-
dígenas, tanto que o primeiro trabalho dígenas da etnia Tapeba, do município de
da série — Manual de Introdução à Saú- Combate à dengue Caucaia, a equipe de Educação em Saúde
de para Agentes Indígenas de Saúde — No Mato Grosso do Sul, para aju- e técnicos do Dsei promoveram, com os
foi premiado em 2006, em Brasília, na 1ª dar no controle dos casos de dengue e AIS e Aisan, a discussão sobre conceitos
Mostra Nacional de Saúde Indígena. leishmaniose na população indígena do importantes a serem transmitidos ao pú-
Além do português, alguns desses município de Bela Vista, e também mo- blico, o vocabulário adequado e a cons-
trabalhos são escritos em línguas dos nitorar as ocorrências em Bella Vista do trução das gravuras, sempre buscando a
povos do Xingu. Um dos autores dos Norte, no Paraguai, a Coordenação Re- adequação desses aspectos à realidade
desenhos estampados nas publicações gional da Funasa confeccionou panfle- cultural da população indígena Tapeba.
Primeiro enfermeiro
guarani da Funasa
Indígena, que se formou este ano, passa a integrar a equipe
de profissionais da Coordenação Regional do RS
Foto » Ascom/Core-RS
ma nova etapa de vida está
começando para o jovem
Zico da Silva. Em novem-
bro, o indígena de 27 anos
assumiu o cargo de enfermeiro na As-
sessoria de Saúde Indígena (Assai) da
Coordenação Regional da Funasa no
Rio Grande do Sul (Core/RS). É uma data
para se comemorar, porque Zico é pri-
meiro representante da etnia Guarani a
se formar em enfermagem no estado.
O rapaz, que há alguns anos saiu da al-
deia da Estiva, em Viamão, para os ban-
cos da faculdade do Centro Universitário
Metodista Sul (IPA), onde se formou neste
ano, agora integra a equipe de profissio-
nais da Core/RS, coordenada por Gustavo
de Mello, e dividirá o trabalho com a en-
fermeira Rosângela da Silva e o terapeu-
ta ocupacional Claudemir Vaz, da etnia Zico da Silva: “Espero contribuir para que a saúde indígena seja melhor compreendida”
Kaingang, responsáveis pela supervisão
das equipes de saúde nas aldeias e acam- pelo coordenador regional, Gustavo de rente”, disse o guarani. Ele foi influencia-
pamentos de todo o Rio Grande do Sul. Mello, e pelo representante do Conselho do pelo pai, o ex-cacique Juarez da Silva,
“Estamos consolidando a política de Distrital Indígena – Litoral Sul (Condisi- já falecido, que participou intensamente
introduzir profissionais indígenas das Lisul), Mário Karaí. “Desde que a Funasa da estruturação do Subsistema de Saú-
etnias Kaingang e Guarani dentro da passou a cuidar da saúde indígena, em de Indígena do SUS, quando a Funasa
Assai, atendendo o que foi indicado na 1999, o objetivo foi estimular a parceria assumiu este serviço, conta”.
4ª. Conferência Nacional de Saúde Indí- de índios e brancos, entre os funcioná- Claudemir Vaz, o terapeuta ocupacio-
gena, em 2006, de que onde haja vagas rios e técnicos, visando à melhor com- nal Kaingang da Assai, acredita que com
disponíveis, que elas sejam ocupadas preensão das peculiaridades da saúde a presença das duas etnias na Core/RS
preferencialmente por pessoas oriundas indígena”, observa Karaí. vão melhorar significativamente as dis-
dessas comunidades”, explica o chefe da Zico da Silva conta que fez a facul- cussões e os indicadores de saúde nas
Assai, Jair Pereira Martins. dade de Enfermagem já pensando em áreas indígenas. Já atuam hoje nas 106 al-
Segundo ele, com isto os indígenas trabalhar com a sua comunidade de deias e 23 acampamentos do estado, 111
começam a exercitar o controle social origem: “Nas aldeias há possibilidades agentes indígenas de saúde e 45 agentes
e a participar de todo o planejamento muito amplas de realização do nosso indígenas de saneamento, dois enfermei-
e desenvolvimento das ações de saúde trabalho e espero, aos poucos, contri- ros e 16 técnicos de enfermagem.
nas aldeias e acampamentos. buir para que a saúde do indígena seja Na aldeia de Muliterno, também tra-
O novo membro teve uma acolhida melhor compreendida, porque o modo balha o primeiro enfermeiro Kaingang
calorosa na Assai. Ele foi recepcionado do índio ver a saúde e a doença é dife- do Brasil, Pedro Salles.
Iniciante, mas
já campeão
Jovem indígena, estagiário da Core/MS, é medalhista no arco e flecha
A
os 18 anos, o adolescente da etnia Terena, Uilton ção dos Jogos dos Povos Indígenas, competição realizada este
Henrique, se orgulha de representar os indígenas ano em Paragominas, no Pará, onde foi montada uma Vila
de Mato Grosso do Sul na modalidade esportiva Olímpica para abrigar os participantes de tribos de todo o País.
tradicional arco e flecha. Campeão há dois anos Nesses torneios, além da prática de esportes, a comunidade
consecutivos nas competições estaduais, Uilton conta que co- promove manifestações culturais para preservar as tradições.
meçou a treinar aos 14 anos, porque a Aldeia Bonita, comuni- “Apesar de não ter trazido medalhas dos Jogos Indígenas
dade onde mora, não tinha representante para competir nes- no Pará, me orgulho muito de ser bicampeão pelo Mato Gros-
se esporte. so do Sul e de ter a oportunidade de representar meu povo,
Estudante do segundo ano do nível médio, Uilton nasceu sem perder a vontade de treinar cada vez mais. Quem sabe,
em Campo Grande e foi criado na Aldeia Cachoeirinha, região poderei conquistar o título nos jogos no ano que vem, aqui no
de Miranda. Em março de 2009, foi selecionado para estagiar meu estado?”, aposta Uilton com desenvoltura.
na Coordenação Regional da Funasa de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso do Sul disputa com o Rio de Janeiro o direito
no setor de Divisão de Engenharia e Saúde Pública (Diesp). de sediar os XI Jogos dos Povos Indígenas, no segundo semes-
No início de novembro, o jovem indígena medalha de ouro tre de 2010. A competição é promovida pelo Comitê Intertribal
em Mato Grosso do Sul representou o estado na décima edi- – Memória e Ciência Indígena (ITC).
Festa para o
novo Polo-Base
Unidade inaugurada em Porto Seguro (BA) vai atender indígenas de 23 aldeias
N
a estrutura de organização O prédio do Polo-Base foi construí- (SUS) é o maior programa de saúde do
dos serviços de saúde indí- do em um terreno doado pela prefeitu- mundo e o Subsistema de Saúde Indíge-
gena prestados pela Funa- ra municipal de Porto Seguro. O prefeito na está dentro dele. O almoxarifado está
sa, além dos Distritos Sa- Gilberto Pereira Abade destacou que a cheio de remédios, a farmácia básica está
nitários Especiais Indígenas (Dseis), os comunidade indígena já sofreu por ser disponível para atender as comunida-
Polos-Base são de grande importância excluída de políticas sociais. “Conheço des”, finalizou.
no atendimento aos índios. Daí a neces- as reivindicações desses povos e o polo O presidente do Condisi da Bahia, An-
sidade da construção de novas unidades é um passo para a solução dos proble- selmo Conceição, agradeceu pela entrega
para intensificar o fluxo de atenção às mas de saúde”, ressaltou. Abade salien- do prédio. “Estamos inaugurando uma das
comunidades. tou que a prefeitura e a Funasa são par- mais bonitas obras. Estamos aqui para de-
No fim de agosto, a Funasa inaugu- ceiras, e que o respeito pelos índios está fender o nosso povo. O presidente Danilo
rou mais um Polo-Base, desta vez em até mesmo no símbolo oficial da cidade, sempre deu apoio para o controle social”,
Porto Seguro, na Bahia, somando ago- que tem uma imagem indígena. disse. Anselmo aproveitou para ressaltar
ra 338 unidades em todo o País. O pre- Já o presidente da Funasa, Danilo For- que a Funasa deu grande contribuição
sidente da instituição, Danilo Forte, fez te, ressaltou que vem sendo construída, para a comunidade que vive no Raso da
questão de ir pessoalmente à cidade nos últimos dois anos, uma estrutura Catarina, sua região de origem, com a im-
inaugurar as instalações, onde foram melhor para atender às demandas dos plantação de abastecimento de água.
investidos R$ 625 mil. Na ocasião, ele povos indígenas. “Direcionamos sem- O coordenador regional da Funasa
destacou que 23 aldeias no estado baia- pre as nossas políticas de acordo com as na Bahia, Willian Dell’Oso, destacou, por
no serão diretamente beneficiadas com orientações dos Condisis (Conselhos Dis- sua vez, o empenho dos servidores da
os serviços oferecidos pelo novo Polo. “A tritais de Saúde Indígena). Temos duas Fundação para tornar o polo uma reali-
estrutura tem 1,7 mil metros quadrados, reuniões anuais com todos os represen- dade. “Agora poderemos atender com
com moderno projeto arquitetônico tantes para debater o que precisa ser mais qualidade, isso é muito bom para
para oferecer atendimento de qualidade feito e onde. O Sistema Único de Saúde todos”, frisou.
aos indígenas”, assinalou.
Foto » Core / MS
Atenção integral
às crianças
Casai de Dourados comemora sucesso no atendimento aos pequenos indígenas
H
á mais de dois anos, Clau- fazem tratamento na Associação dos acompanhamento 19 crianças indígenas
dinho, Ismael e Tatiano Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) matriculadas na Apae”, explica o coorde-
ganham o carinho e a aten- de Dourados. Mas, em breve, eles vão se nador regional da Funasa no Mato Grosso
ção dos profissionais de separar, pois Ismael aguarda a conclusão do Sul, Flávio Britto.
saúde indígena que trabalham na Casa do processo de adoção e logo ganhará
de Apoio à Saúde Indígena (Casai) do uma família definitiva. Ações resultam do contato com crianças
município de Dourados, no Mato Grosso Claudinho continuará na Casai até O presidente do Conselho Distrital
do Sul. A unidade da Funasa, que aten- encontrar um lar que o acolha com o Indígena (Condisi), Fernando Silva Sou-
de mais de 46 mil indígenas da região mesmo amor que recebe na instituição, za, que acompanha de perto as ações
sul do estado, desenvolveu durante o pois crianças como essas não são espe- da instituição, lembra que todas as ati-
ano de 2009 várias atividades voltadas ciais por suas limitações e sim por ven- vidades desenvolvidas na Casai são
às crianças indígenas que passam pela cerem seus próprios limites. resultado de pesquisa e experiências
instituição, sempre acompanhadas por Enquanto também não encontra adquiridas pelo contato direto com as
familiares. uma família, Claudinho desfruta da brin- crianças indígenas. “Nada é fácil, mas
Tatiano, de quatro anos, portador de quedoteca da Casai, montada no final com planejamento e participação en-
cardiopatia, chegou à Casai com um ano de 2007 por meio de parcerias e cam- volvendo os responsáveis, funcionários
de idade, antes mesmo de aprender a panhas de doação. Com isso, a Funasa e voluntários é possível realizar um tra-
andar. Lá, enquanto aguarda adoção, o pôde aumentar o acervo literário e de balho que educa e acompanha o de-
pequeno guarani recebe acompanha- materiais pedagógicos utilizados em ati- senvolvimento das crianças indígenas”,
mento médico diário, carinho e estímulo vidades lúdicas que estimulam o desen- afirma Fernando.
através das atividades psicomotoras que volvimento dos pequenos. Por meio da parceria com instituições
lhe renderam grandes progressos. “Uma das principais formas de ajudar privadas e com a própria comunidade, foi
O caso de Claudinho e Ismael, ambos pedagogicamente as crianças é a utiliza- possível também a realização de diversos
também com quatro anos, tem muita ção da brinquedoteca. E a participação eventos, tais como a celebração da Pás-
semelhança. Vieram de uma aldeia em das mães em trabalhos de pintura, cola- coa, Dia das Mães, Festa de Inverno, Dia
Paranhos, no extremo sul do estado há gem e montagem utilizando papéis re- dos Pais, Dia das Crianças e a I Oficina de
dois anos, quase na mesma época. Eles cicláveis e garrafas é fundamental, prin- Leitura com Brincadeiras, além da confra-
têm problemas neurológicos e já passa- cipalmente para aqueles que realizam ternização de Natal. Neste ano, a 2ª Edi-
ram por duas cirurgias de lábio leporino tratamento na Associação de Pais e Ami- ção da Oficina de Leitura contou com o
e fenda palatina. Em comum, além da gos dos Excepcionais. Atualmente, a Ca- apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi)
idade, da etnia guarani e das cirurgias, sai/Dourados auxilia com transporte e e de outras instituições.
ações de cooperação
ajudam municípios
Funasa já recebeu mais de 1,8 mil pleitos das prefeituras para apoiá-las
na elaboração dos Planos Municipais de Saneamento Básico
A
participação do setor saúde mostra extremamente vantajosa em di- para a melhoria dos indicadores de ges-
em saneamento deve estar versos aspectos. tão, o aperfeiçoamento profissional dos
orientada para a universali- Esse programa, desenvolvido pelo técnicos e gestores, a melhoria da quali-
zação do atendimento, trans- Departamento de Engenharia de Saú- dade dos serviços prestados e do Índice
formando este benefício em instrumen- de Pública (Densp) da Funasa, tem como de Desenvolvimento Humano (IDH) do
to de promoção à saúde. A influência das objetivo geral propiciar aos estados, município. O programa possui 12 linhas
ações de saneamento ambiental na re- municípios e Distrito Federal um con- de ação, das quais destacam-se a elabo-
dução da incidência e da prevalência de junto de processos, ações, atividades e ração dos Planos Municipais de Sanea-
enfermidades é inquestionável. No Brasil, procedimentos para melhorar a gestão mento Básico (PMSB) e a criação de Con-
são reconhecidas as iniciativas de sanea- dos serviços de saneamento, buscando sórcios Públicos de Saneamento.
mento para controle de endemias e epi- a sustentabilidade dos serviços e a pro-
demias, a exemplo da malária, da esquis- moção da saúde humana. Assessoria técnica na elaboração do
tossomose, da doença de Chagas e, mais A Cooperação Técnica possibilita a PMSB
recentemente, da dengue e da cólera. cogestão e o envolvimento do poder Para auxiliar no processo de elabo-
A atuação do setor saúde em sanea- público local e da própria comunidade, ração dos PMSBs, a Fundação publicou
mento deve estar pautada pela disponi- tornando-se um instrumento de cidada- a Portaria nº 1.232, de 27 de outubro de
bilização de tecnologias capazes de as- nia. Este modelo estimula o fomento à 2009 que estabeleceu prazo, critérios e os
segurar a sustentabilidade dos sistemas execução de saneamento de forma inte- procedimentos referentes à aplicação de
locais de saneamento, especialmente grada nos serviços de abastecimento de recursos orçamentários para a elabora-
nos municípios menores e nas locali- água, esgotamento sanitário, limpeza ção e implantação dos PMSBs, conforme
dades rurais, vislumbrando meios que urbana, melhorias sanitárias domicilia- dispõe a Lei nº 11.445 (Lei de Saneamento
promovam a correta e regular gestão, res e na habitação e educação sanitária, Básico). Os recursos são os provenientes
operação e manutenção dos serviços entre outras, além de estender esses be- da Lei Orçamentária Anual (LOA), relativa
implantados. nefícios às áreas rurais. Também assegu- aos exercícios de 2009 e 2010.
Neste sentido, a Funasa reestruturou ra a sustentabilidade, o custeio da ope- A avaliação e seleção das propostas
o Programa de Cooperação Técnica em ração, a manutenção e a continuidade de projetos para a elaboração e implan-
Saneamento Ambiental, uma metodolo- da prestação dos benefícios. tação dos PMSBs a serem apoiados técni-
gia de trabalho compatível com a filoso- As ações de cooperação técnica já ca e financeiramente pelo Densp levarão
fia do Sistema Único de Saúde (SUS), que contemplaram um total de 969 muni- em conta os critérios de priorização esta-
norteia a saúde pública no País e que se cípios, contribuindo significativamente belecidos nesta portaria, bem como as
informações contidas nos Planos de Tra- peza urbana e drenagem de águas plu- to ambiental. Os consórcios públicos
balho apresentados pelos municípios. viais. “Isto porque, pelas novas regras, são entidades que reúnem diversos en-
Até o dia 11 de dezembro foram en- haverá um maior controle social sobre tes federados e possibilitam a parceria
caminhadas à Fundação mais de 1.800 os serviços, principalmente na formu- entre diversas prefeituras. Isso melhora
propostas para elaboração de PMSBs. Os lação dos Planos Municipais de Sanea- a capacidade do grupo para solucionar
planos contemplados representarão be- mento”, completa Danilo. problemas comuns sem lhes retirar a au-
nefícios diretos para a saúde de milhares tonomia política e administrativa. Por
de famílias. Os Consórcios Públicos Municipais meio dos consórcios, as prefeituras po-
O Presidente da Funasa, Danilo Forte, Além da assessoria na elaboração dos dem unir forças para a construção, por
destaca que a população deve, a partir Planos Municipais de Saneamento Bási- exemplo, de um aterro sanitário que ve-
de agora, acompanhar e participar do co, outro importante eixo de atuação nha a servir a todos os municípios con-
planejamento, da implementação e da da Funasa é o apoio técnico e financei- sorciados.
execução dos serviços de esgotamento ro para a implementação dos consór- A Lei dos Consórcios Públicos (nº
sanitário, abastecimento de água, lim- cios públicos para ações de saneamen- 11.107/2005), flexibilizou os arranjos para
Foto » Ascom / RJ
O apoio à gestão associada
Mais de 300 municípios já foram aten-
didos pelo Programa de Cooperação Téc-
nica, na linha de ação que trata da criação
de consórcios públicos. Até novembro
de 2009, 15 consórcios contaram com o
apoio da Funasa em seu processo de cria-
ção e estruturação. Este trabalho envolve
a divulgação do programa, a realização
de seminários abordando os aspectos
técnicos e jurídicos relacionados ao tema.
Além disso, a Funasa presta apoio na dis-
cussão dos objetivos dos consórcios, na
elaboração de documentos como Pro-
tocolo de Intenções e o Estatuto propria-
mente, dentre outras atividades essen-
ciais para a efetiva implantação destas
entidades.
Com relação à estruturação e implan-
tação dos consórcios, o apoio da Funa-
sa é prestado exclusivamente por meio
Por meio dos consórcios, prefeitos podem planejar obras em conjunto de cooperação técnica. O repasse finan-
ceiro só ocorre em alguns casos, quan-
a prestação dos serviços de saneamento da população, do uso dos serviços e do existe a necessidade de financiamen-
ambiental. A lei dispõe sobre as normas bens do consórcio ou por outro critério to dos Centros de Referências, unidades
gerais para a formação de consórcios en- julgado conveniente. que abrigam toda a estrutura adminis-
tre entes federados e, inclusive, para o de- trativa, espaço para capacitação e la-
senvolvimento de ações, possibilitando a
padronização de serviços, contratação de
O
investimento em saneamento básico por parte do Minha Vida, no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santa-
governo federal tem possibilitado a redução de do- na, em São Luís (MA). A informação foi divulgada pelo Blog
enças entre a população, especialmente, nas regiões do Planalto.
mais carentes do País. “Nós estamos investindo no Maranhão, entre 2009 e 2010,
Para o presidente Lula, destinar recursos para obras dessa em saneamento básico mais do que tudo que um governo in-
natureza representa cuidar da saúde do povo brasileiro. E é vestiu no Brasil inteiro”, disse o presidente ao fazer uma com-
por isso que o atual governo foi o que mais investiu, até ago- paração com a capital catarinense, Florianópolis, que, embora
ra, nessa área vital, considerada uma das prioridades da atual seja uma cidade com praias lindas e um visual exuberante, ti-
administração. nha carência na rede de esgotos.
A preocupação do governo com o saneamento básico foi
ressaltada pelo presidente Lula durante pronunciamento em A íntegra da matéria pode ser lida em:
10 de dezembro, que marcou a assinatura de contratos de http://blog.planalto.gov.br/estamos-fazendo-no-brasil-o-
construção de moradias no âmbito do programa Minha Casa maior-investimento-em-saneamento-basico/
boratório de controle da qualidade da riais Recicláveis, por exemplo. de saúde coletiva gerados pelos consór-
água, ou concomitantemente a outros De acordo com o diretor do Densp, cios são inúmeros. As ações consorcia-
programas da Fundação, como o pro- José Machado dos Santos, “o impacto das propiciam aos entes federados en-
grama de Apoio aos Catadores de Mate- ambiental e os benefícios em termos volvidos a possibilidade de contratação
de corpo técnico qualificado para tratar
Foto » André Toscano - Ascom/ES
Danilo Forte frisou a importância do trabalho de sensibilização junto aos municípios, durante oficina realizada em Fortaleza
A
Coordenação Regional da Fu- e Associação dos Municípios e Prefeitos estaduais e municipais em relação aos
nasa no Ceará (Core/CE) ins- do Estado do Ceará (Aprece). Planos Municipais de Saneamento Bási-
tituiu em agosto deste ano, A CEGPSB, com o objetivo de sensibi- co (PMSB).
por meio da Portaria nº 864, a lizar os gestores municipais do Ceará so- Durante dois dias, prefeitos e secre-
Comissão Executiva Gestora de Planeja- bre a importância da Lei de Saneamento tários municipais foram instruídos sobre
mento em Saneamento Básico (CEGPSB). (Lei Federal nº 11.445/07), vem realizan- a legislação vigente e puderam conhe-
A comissão é composta por represen- do em vários municípios do estado as cer os exemplos de sucesso quanto ao
tantes da Core/CE, Secretaria das Cida- “Oficinas de Sensibilização e Capacita- desenvolvimento dos PMSBs no Ceará,
des do Governo do Ceará, Companhia ção dos Gestores Públicos Municipais”. com os casos de Morada Nova e Limo-
de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), A primeira, realizada em setembro em eiro do Norte. O presidente da Funasa,
Agência Reguladora dos Serviços Públi- Fortaleza, envolvendo cerca de 60 pre- Danilo Forte, que participou do evento,
cos Delegados do Ceará (Arce), Universi- feituras do Ceará, debateu, entre outros destacou a importância de um trabalho
dade do Parlamento Cearense (Unipace) assuntos, o papel dos governos federal, de sensibilização junto aos municípios
cearenses. “Devido à baixa cobertura sa- pela Fundação, por meio de convênios metas de forma organizada para o sane-
nitária no Ceará, é primordial que os mu- firmados com as prefeituras e do Termo amento, ele se torna vital para qualquer
nicípios elaborem projetos de qualidade de Referência da Funasa para elabora- município.
e, assim, possamos executar os recursos ção dos PMSBs. “Planejar o saneamento das habita-
de saneamento da Funasa”, disse. No Ceará, os municípios Morada ções tem uma importância vital, já que
“A Lei de Saneamento visa à univer- Nova e Limoeiro do Norte concluíram a as ações decorrentes desse plano têm
salização dos serviços de abastecimen- elaboração do PMSB. Já Cariús e Iguatu influência direta na qualidade do am-
to de água, da rede de esgoto, da dre- estão na fase de conclusão. Em fase de biente como um todo e, consequente-
nagem de águas pluviais e da coleta de contratação está a elaboração dos pla- mente, na qualidade de vida das pesso-
lixo, com o intuito de garantir a saúde da nos dos municípios de Altaneira, Barba- as. A adequação à Lei nº 11.445 (Lei do
população brasileira, e é para isso que lha, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Jardim, Saneamento), que regula o setor de sa-
temos que atentar, levar mais qualidade Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova neamento desde o início de 2007, hoje
de vida à sociedade através das ações de Olinda e Santana do Cariri. Todos esses se configura como um fator indispen-
saneamento”, completou Danilo. planos foram ou estão sendo elabora- sável para qualquer prefeito que preze
Durante esse primeiro seminário, a dos com recursos da Funasa. pela saúde pública de seus munícipes e
CEGPSB aproveitou para lançar o blog pela saúde ambiental de seu município
Planos de Saneamento, uma ferramen- Limoeiro do Norte sai na frente na e região”, afirma o prefeito.
ta interativa de perguntas e respostas elaboração do PMSB Dilmar cita também a importância
em que os técnicos e gestores muni- Limoeiro do Norte foi um dos pri- da participação popular durante a ela-
cipais têm a oportunidade de esclare- meiros municípios do País a elaborar, boração do PMSB. De acordo com a Lei
cer dúvidas sobre a Lei de Saneamen- em parceria com a Funasa, o seu Pla- do Saneamento, o controle social ga-
to, para elaboração dos PMSBs. O blog no Municipal de Saneamento Básico. rante à sociedade informações, repre-
disponibiliza links para os sites das ins- A conhecida “Princesa do Vale” situa- sentações técnicas e participações nos
tituições e para facilitar o acesso às pu- se entre dois grandes rios do Ceará processos de formulação de políticas,
blicações da Funasa, Cagece, Arce e (Jaguaribe e Banabuiú), na região do de planejamento e de avaliação relacio-
Unipace. O endereço do blog é www. Baixo Jaguaribe. Por estar na área de nados aos serviços públicos de sanea-
pmsb-ce.blogspot.com. influência do Projeto de Integração do mento básico.
A segunda oficina, com caráter mais Rio São Francisco, Limoeiro do Nor- “A participação popular na elabo-
prático, foi realizada no município de te deu um passo à frente ao concluir ração de um plano dessa envergadu-
Juazeiro do Norte, na região sul do esta- o PMSB, pois os municípios ribeirinhos ra não só é necessária, como indispen-
do, nos dias 5 e 6 de novembro. As ativi- precisam atender às condicionantes sável, pois garante o envolvimento da
dades envolveram os dez municípios — da Licença de Instalação, expedida comunidade na definição de políticas
Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Nova pelo Ibama para o Ministério da Inte- que, diretamente, lhe dizem respeito”,
Olinda, Missão Velha, Jardim, Santana do gração Nacional. disse.
Cariri, Altaneira, Caririaçu e Farias Brito Essas condicionantes estão relacio- Foi a partir de um convênio firmado
— que, por meio de um convênio firma- nadas à conclusão da implantação do com a Funasa que a prefeitura de Limo-
do entre a Funasa e o Governo do Esta- sistema de esgotamento sanitário e de eiro iniciou o planejamento para a área
do do Ceará (Secretaria das Cidades), ini- coleta, tratamento e disposição final do saneamento na cidade. Por meio do
ciarão a elaboração dos seus respectivos adequada dos resíduos sólidos e à apre- Programa de Cooperação Técnica da
Planos de Saneamento. sentação do levantamento de fontes Fundação, o município pôde avançar
O terceiro seminário, realizado nos poluentes, do diagnóstico e dos proje- rumo ao desenvolvimento. Para o pre-
dias 11 e 12 de novembro, no muni- tos básicos para os municípios localiza- feito, o apoio da instituição foi funda-
cípio de Crateús, contou com a parti- dos nas bacias do Rio Salgado e do Rio mental.
cipação de 20 municípios que ainda Jaguaribe. “Sem a parceria de cooperação téc-
não elaboraram os seus Planos e não Para o prefeito da cidade, João Dil- nica da Funasa nas ações de saneamen-
possuíam nenhum convênio formali- mar, na medida em que o PMSB formu- to, dificilmente seria possível a execu-
zado para esse fim. Por isso, o evento la as políticas públicas de saneamento, ção dessas ações, pois os municípios,
foi pautado na divulgação da Portaria definindo a gestão do saneamento em de um modo geral, principalmente os
da Funasa nº‑1.232/2009, prorrogada âmbito local, fornecendo as diretrizes e do interior, não dispõem de corpo téc-
até 11 de dezembro, que se aplica às estudos para a viabilização de recursos, nico capaz de, sem uma orientação de
ações de saneamento da área de coo- identificando os programas de investi- alto nível, executar obras de saneamen-
peração técnica a serem desenvolvidas mentos e estabelecendo cronogramas e to”, completou Dilmar.
Água para a
pequena Assu
Obra acaba com agonia de comunidade do Rio Grande do Norte
H
á seis anos que os morado-
Controle
de excelência
Laboratório especializado na análise da qualidade de água
é destaque em Pernambuco
O
sman de Oliveira Lira é um tidade e qualidade, as pesquisas científi- canas e ainda capacita técnicos da Funa-
servidor público orgulho- cas e técnicas relacionadas ao seu cam- sa de todo o Brasil na contagem dessas
so de seu trabalho. Desde po de interesse, bem como estreitar o cianobactérias.
julho último, quando foi relacionamento com centros de ensino, “As fezes humanas, por serem ricas em
concluída a reforma da Unidade Regio- por meio, inclusive, da oferta de está- fósforo e nitrogênio, são uma das gran-
nal de Controle da Qualidade da Água gios a estudantes universitários. des responsáveis pela proliferação das al-
(URCQA) da Coordenação Regional da “Com a reforma, entre outros benefí- gas, daí a importância também das ações
Funasa em Pernambuco (Core/PE), este cios, nós trouxemos a universidade para de conscientização e de saneamento bá-
farmacêutico bioquímico só vê crescer o dentro do laboratório, com a capacita- sico promovidas pela Funasa nas comu-
prestígio do laboratório em que trabalha ção de estagiários. E isso é importante nidades”, lembra o chefe do laboratório.
ininterruptamente há 33 anos. porque, ao mesmo tempo em que pro- Osman destaca ainda que as parce-
Referência entre os municípios do porcionamos conhecimentos práticos rias com outras instituições pernambu-
estado em função da análise e contro- aos estudantes, reforçamos o papel que canas estão sendo de grande valia para
le da água que executa, a URCQA teve a Funasa exerce junto à comunidade”, o aperfeiçoamento técnico-científico da
a procura por seus serviços aumentada destaca Osman. Funasa e das próprias organizações par-
em 30% depois da melhoria do espaço A URCQA de Pernambuco está equi- ceiras. A Fundação, por exemplo, finan-
físico e da modernização de seus equi- pada para fazer diversos tipos de aná- ciou um projeto desenvolvido pela Fa-
pamentos. lises da água consumida pela popula- culdade de Engenharia da Universidade
O laboratório de Pernambuco é um ção, entre eles exames de características Federal de Pernambuco para a dessalini-
dos 13 que a Funasa administra no País, físico-químicas (materiais orgânicos, zação de águas subterrâneas no estado
sem contar as 12 Unidades de Monitora- inorgânicos e metais pesados), micro- e também em Alagoas.
mento e Controle da Qualidade da Água biológicos (coliformes totais e outras “Essa pesquisa serve como norte téc-
(UMCQA), os chamados laboratórios mó- bactérias) e de hidrobiologia (cianobac- nico para implantação de dessalinizado-
veis. Por meio dessas unidades, a Funda- térias ou algas). res em terras indígenas”, revela o chefe
ção presta uma grande ajuda aos muni- No caso dos exames de hidrobiolo- da URCQA, ressaltando outras parcerias,
cípios na área de saneamento ambiental gia, a Funasa mantém uma importante como a firmada com o Instituto Tecnoló-
ao apoiar, com suas atividades, o contro- parceria com o Laboratório Central de gico de Pernambuco, por meio da qual a
le da qualidade da água dos sistemas de Saúde Pública (Lacen) da Secretaria Es- Funasa financiou estudo sobre a utiliza-
abastecimento para consumo humano, tadual de Saúde de Pernambuco, para o ção do carvão ativado no combate às al-
incluindo o das comunidades indígenas. monitoramento das algas. Pouca gente gas.
A Fundação Nacional de Saúde inves- sabe, mas essas cianobactérias, comuns Outra ação que tem enchido de or-
tiu R$ 336 mil, dos quais R$ 155 mil na re- em lagos e açudes, quando morrem li- gulho a missão de Osman e de seu labo-
forma da infraestrutura e R$ 181 mil em beram toxinas que podem causar sérias ratório é o programa de fluoretação nas
equipamentos, na nova URCQA, o que doenças hepáticas e neurológicas e até Estações de Tratamento de Água (ETAs)
permitiu ampliar não só o número de mesmo o óbito. de seis municípios que administram seus
atendimentos como também o de parce- Ciente disso, a Core/PE doou ao La- sistemas de abastecimento, garantindo
rias com outras entidades que atuam no cen dois microscópios, um deles de alta água de qualidade para 270 mil pesso-
setor. complexidade, que estão sendo utiliza- as. Essa ação da Funasa faz parte de um
Além disso, as mudanças também dos na detecção da cianobactéria. Em dos subcomponentes do Programa Bra-
foram de suma importância para que a contrapartida, o Lacen monitora 41 ma- sil Sorridente, do governo federal.
Fundação pudesse aprimorar, em quan- nanciais em terras indígenas pernambu- “Todo esse trabalho que fazemos,
PAC/Funasa acelera
obras no MS
Quase R$ 118 milhões para 90% dos municípios, em três anos
A
Funasa investiu em Mato de R$ 900 mil para a construção de 230 gotamento Sanitário, além da implanta-
Grosso do Sul, de 2007 a kits de Melhorias Sanitárias Domiciliares, ção de MSDs, dos quais mais de 40% dos
2009, recursos da ordem de que vão favorecer aproximadamente 1,2 118 módulos distribuídos em todos os
R$ 117,9 milhões em obras mil pessoas de 18 bairros, com banhei- bairros do município já estão concluídos.
de saneamento ambiental em 90% dos ros, tanque para lavar roupas e depósi- “Para nós, esse recurso é fundamental,
municípios do estado. Os recursos estão tos de detritos adequados à saúde. pois o desenvolvimento está chegando
sendo empregados na ampliação ou im- Para ampliar o Sistema de Abasteci- na forma de ampliação da rede de distri-
plantação de Sistemas de Abastecimen- mento de Água de 65% para 90%, o PAC/ buição de água, do esgotamento sanitá-
to de Àgua (SAA), Sistemas de Esgota- Funasa está investindo R$ 1,6 milhão em rio e dos banheiros. Assim, conseguimos
mento Sanitário (SES) e construção de Bela Vista. O Sistema de Esgotamento Sa- alcançar índices melhores de saúde em
Melhorias Sanitárias Domiciliares (MSD), nitário da cidade também receberá um Ribas, graças às verbas da Funasa”, desta-
por meio de 140 Termos de Compromis- montante de R$ 4,2 milhões, ampliando cou Roberson Luiz Moureira, prefeito do
so firmados. de 20% para 80% a destinação adequada município.
Dessas ações, 121 são em parceria dos detritos e evitando a contaminação No dia 18 de novembro, o coordena-
com o governo do estado, sendo 107 do lençol freático da região. dor regional da Funasa no Mato Grosso
projetos de Sistema de Abastecimento “Já iniciamos a execução de várias do Sul, Flávio Britto, e o engenheiro Ar-
de Água, 13 de Sistema de Esgotamen- obras, entre elas a de canalização subter- thur Chinzarian, da Agência Estadual de
to Sanitário e um de Melhoria Sanitária rânea para resolver o problema de alaga- Gestão de Empreendimentos (Agesul),
Domiciliar (banheiro). Noventa por cen- mento com águas pluviais, que sempre responsável pela vistoria das obras do
to deles já foram licitados ou estão em atormentou a vida dos moradores, cau- PAC/Funasa no estado, inspecionaram
fase de licitação. sando perdas materiais e decretação de um reservatório de água, onde estão sen-
Em convênio com as prefeituras e estado de emergência. Com esses recur- do investidos R$ 833 mil. O depósito de
com recursos do Programa de Acelera- sos, Bela Vista terá menos problemas so- água terá capacidade para armazenar um
ção do Crescimento (PAC), a Funasa pos- ciais e doenças advindas da falta de sane- milhão de litros, favorecendo toda a po-
sui 19 obras — cinco SAAs e 14 MSDs. amento adequado”, ressaltou o prefeito pulação de Ribas do Rio Pardo.
Destas, 14 foram iniciadas em 2009 e da cidade, Francisco Emanoel Costa. “Todas essas ações da Funasa têm
cinco encontram-se em fase de licitação. Em Ribas do Rio Pardo, região leste de apenas um propósito: garantir qualidade
O município de Bela Vista recebeu R$ 6,8 Mato Grosso do Sul, a 95 quilômetros da de vida para a população”, ressaltou Flá-
milhões para executar obras nos setores capital, a Funasa está investindo aproxi- vio Britto.
de saneamento e atenção básica à saú- madamente R$ 4 milhões para melhorar
de nas áreas urbana e indígena. a qualidade de vida dos 20 mil habitantes Comunidades Quilombolas
Em maio de 2009, a cidade assinou da cidade. São obras estruturantes nos A comunidade Quilombola de Furnas
Termo de Compromisso do PAC no valor Sistemas de Abastecimento de Água e Es- dos Baianos, localizada no distrito de Pi-
mais saúde
perto do rio
Obras promovem melhorias em casas de cidades ribeirinhas do São Francisco
O
rio São Francisco é um im- tes temporários, mas mesmo assim é tes, está situado na bacia hidrográfica
portante patrimônio hí- perene, ou seja, não seca em nenhum do São Francisco. Para chegar até Barra,
drico que percorre 2.830 período do ano. utiliza-se a balsa, que remonta o início
quilômetros do território Para as pessoas que moram ao longo do século passado, quando os meios de
brasileiro. O “Velho Chico”, como é po- de suas margens, o São Francisco possui transportes utilizados na região eram a
pularmente chamado, nasce no Estado uma grande importância socioeconô- navegação e os cavalos.
de Minas Gerais, na Serra da Canastra, mica, pois é usado para navegação em Na zona rural de Barra, os ribeirinhos
e sua extensão corta o norte da Bahia, alguns trechos, irrigação de plantações, do povoado de Sambaíba, às margens
além dos estados de Pernambuco, Ser- pesca, turismo e lazer, entre outros. En- do São Francisco, já começaram a notar
gipe e Alagoas. tretanto, o rio também sofre com o as- as mudanças no visual das casas. A Fu-
Em seu percurso, é possível encon- soreamento provocado pela retirada da nasa está construindo novas residências
trar áreas influenciadas por diferentes vegetação nativa de suas margens, o para mais de 80 famílias que moram em
climas, vegetações e relevos, sendo uti- que impossibilita a navegação em mui- casebres de tapume e palha, propícias à
lizado como fonte hídrica para a gera- tos trechos. proliferação do barbeiro, transmissor da
ção de energia em cinco usinas hidrelé- Distante 650 quilômetros da capital doença de Chagas. Do montante total,
tricas. O Velho Chico passa por regiões baiana, Salvador, o município de Bar- 55 casas do projeto já foram concluídas.
semiáridas, com pouca chuva e afluen- ra, com pouco mais de 45 mil habitan- A dona de casa Joelma de Meira Ro-
drigues, 32 anos, lembra das
dificuldades que enfrentou e
Foto » André Toscano / Core ES
C
om o objetivo de reduzir
os índices de doenças pro-
vocadas pela falta de sane-
amento básico e promover a inclu-
são social, a Funasa disponibilizou
mais de R$ 200 milhões para 250
municípios da Bahia. Os recursos
são provenientes do PAC/Funasa e
estão sendo aplicados em obras de
ampliação ou implantação de sis-
tema de abastecimento de água,
esgotamento sanitário, Melhorias
Sanitárias Domiciliares e melho-
ria habitacional para o controle da
Travessia do São Francisco (balsa) para chegar a Barra (BA) doença de Chagas.
Do montante, serão destina-
dos R$ 22,3 milhões para obras de
relata o engenheiro da Funasa, José Nel- os indicadores de cobertura de sane-
abastecimento de água; R$ 72,5
son Almeida do Vale. amento básico, com a implantação de
milhões para obras de esgotamen-
“As casas velhas foram derrubadas MSDs em 16 localidades rurais. A Funasa
to sanitário; R$ 43,1 milhões para
para não ter mais o risco do barbeiro. investe R$ 550 mil na construção de 197
implantação de melhorias habita-
Melhorou muito a nossa vida”, ressal- banheiros em Macaúbas (BA), prevenin-
cionais para controle da doença
ta Edínia Maria Soares dos Santos, de do doenças de veiculação hídrica e pro-
de Chagas e R$ 30 milhões para
47 anos, mãe de três filhos. Além des- movendo saúde.
construção de banheiros. Comuni-
ta ação, o PAC/Funasa aplicará R$ 1,2 Para o coordenador regional da Fu-
dades quilombolas de 22 municí-
milhão em obras de abastecimento de nasa na Bahia, William Dell’Oso, “com os
pios também foram contempladas
água e banheiros em assentamentos investimentos do PAC/Funasa aplicados
com R$ 20 milhões.
rurais no município. nos municípios baianos estamos refor-
Para selecionar os municípios, a
çando ainda mais o nosso compromisso
Fundação levou em consideração
Mais municípios beneficiados social em levar saneamento para as po-
cidades que apresentam altos índi-
Outra cidade às margens do “Velho pulações que vivem em situações pre-
ces epidemiológicos, altas taxas de
Chico” beneficiada com recursos para sa- cárias, trazendo novas possibilidades de
mortalidade infantil e baixos índices
neamento básico é Ibotirama, também garantir a igualdade e a cidadania”.
de desenvolvimento humano (IDH).
na Bahia. Foram disponibilizados R$ 850 Em Muquém do São Francisco, o po-
A Funasa também irá levar água de
mil para ajudar na despoluição do rio, voado de Quebra Linha está localizado
boa qualidade e melhorias sanitá-
com a implantação de Melhorias Sani- nas margens do São Francisco. Os mo-
rias para 57 escolas municipais da
tárias Domiciliares (MSD, ou banheiros), radores desfrutam das belezas naturais
Bahia, disponi-
com fossa e sumidouro. Os moradores e têm a pesca como principal fonte de
bilizando mais
também irão receber melhorias habita- renda. Nesse distrito rural, 17 famílias re-
de R$ 7 milhões
cionais para controle da doença de Cha- ceberam banheiros em suas casas e, ago-
por meio do
gas, no valor de R$ 600 mil, numa ação ra, os dejetos têm destinação correta, não
Programa Água
preventiva que ajuda a melhorar a saúde poluindo mais o rio. A Fundação irá inves-
na Escola.
pública no município. tir, ainda, R$ 346 mil para levar água po-
A cidade baiana de Macaúbas está tável para comunidades quilombolas e
igualmente trabalhando para melhorar assentamentos rurais do município.
O
J o s é Sa b i n o v i v i a s e m banh e i r o município de Afonso Cláu- truções ou ampliações de sistemas de
h á 3 0 an o s: “ N o ssa v i da dio, localizado no Espírito abastecimento de água, esgotamento
m e lh o r o u m u i to ” Santo, tem pouco mais de sanitário e melhorias sanitárias domici-
30 mil habitantes. A cidade liares. Para tratamento individual do es-
registra, na área rural, a maior prevalên- goto doméstico, são contabilizadas em
cia de esquistossomose no estado. Re- torno de 3 mil MSD já implantadas.
alidade combatida com empenho pela Para a agente de saúde Onilda Cor-
Funasa nos últimos 16 anos, com a im- reia Alves de Barcelos, responsável por
plantação de Melhorias Sanitárias Do- prestar assistência a 104 famílias em Alto
miciliares (MSD/banheiros), que somam Santa Joana, os avanços são notórios.
mais de R$ 800 mil em investimentos. “Deu para perceber a diminuição dos
A localidade rural de Serra Pelada, casos de amarelão (tipo de verminose),
com pouco mais de 4 mil habitantes, após a instalação de fossas e construção
é um dos exemplos de ação preventi- dos banheiros”, afirmou.
va promovida pela Fundação. Em dez As localidades de Francisco Correa,
anos, o índice da população infectada Alto Santa Joana e Alto Lagoa Primeiro,
por esquistossomose caiu de 90% para todas também em Afonso Cláudio, fo-
18%. A doença é transmitida por um ram contempladas, nos últimos 12 me-
parasita que se desenvolve em água ses, com a implantação de 105 banhei-
contaminada. ros, 256 fossas sépticas, 250 sumidouros
No município, chega a R$ 2 milhões e 105 tanques de lavar roupa. “Há mais
o valor aplicado em intervenções de sa- de 30 anos esse é o primeiro banheiro
neamento básico pela Funasa. São cons- daqui. Melhorou muito a nossa vida”,
Foto » Reprodução
Doença chega
com a água
A
esquistossomose é uma doença transmissível, para-
sitária, causada por vermes do gênero Schistossoma
mansoni. O parasita tem como hospedeiro definitivo o
homem, mas para completar o ciclo vital possui um hospedei-
ro intermediário, que são os caramujos de água doce, dispersos
principalmente em águas não tratadas. Na fase adulta, o para-
sita vive nos vasos sanguíneos do intestino e fígado do hospe-
deiro definitivo.
A infecção ocorre quando o parasita entra pela pele, duran-
te o contato do homem com a água contaminada, geralmente
durante atividades domésticas e cotidianas, como lavar roupas, Caramujo é o hospedeiro intermediário
louças e banhos em rios e lagoas. Acontece também por meio
dão e coceira. Os sintomas mais comuns da esquistossomose
do consumo de alimentos lavados com água contaminada.
são diarreia, febre, cólica, dor de cabeça, náusea, tontura, sono-
Quando o parasita começa a habitar o hospedeiro definitivo,
lência, emagrecimento, endurecimento e o aumento de volume
ele pode se fixar no fígado, na vesícula, no intestino ou bexiga
do fígado e hemorragias que causam vômitos. Se não tratada, a
do homem. Nas primeiras 24 horas de contágio surge vermelhi-
esquistossomose pode matar.
dades ainda encontradas e que devem ser tar os técnicos para a elaboração e exe-
superadas, “Trabalhamos com casos de cução das ações de educação em saúde
dengue e esquistossomose na região. No junto à população que será beneficiada
caso da esquistossomose, identificamos pelas obras. Assim como esclarecer as
como característica da população local o comunidades locais sobre a importância
mau hábito da automedicação. Tem que das benfeitorias, debatendo os projetos
haver empenho nas ações de educação por meio de atividades educativas, como
em saúde até resolver a situação”. oficinas, visitas domiciliares e reuniões
Apesar da identificação e tratamen- com a população para conscientizá-la
to dos portadores de esquistossomose, quanto aos benefícios proporcionados
para alcançar a erradicação da doença é pelas obras de saneamento básico.
necessário adotar medidas que interrom- As situações de carência no cotidia-
pam o ciclo evolutivo do parasita, como no dessas populações, para quem vive
a realização de obras de saneamento bá- nos centros urbanos, são dificilmente
sico e a mudança de hábito das pessoas compreendidas; mas a falta de acesso
MSDs ajudam a combater a doença no ES que vivem em áreas endêmicas. ao saneamento é uma realidade para as
comunidades das áreas rurais. “Antes, eu
Ailton Vieira Lima Júnior, coordenador Visitas domiciliares tinha que usar o banheiro da casa de mi-
de Vigilância Ambiental de Afonso Cláu- Além de alcançar as metas estabeleci- nha mãe”, disse Idaline Aparecida Perei-
dio, retrata a situação e destaca as dificul- das, também é missão da Funasa capaci- ra, moradora de Afonso Cláudio.
O
Programa de Melhorias Ha- duras e buracos que, nas antigas casas, radias com saneamento básico, banhei-
bitacionais para o Contro- serviam de abrigo para o barbeiro. “O ros adequados, água e, o mais importan-
le da Doença de Chagas é programa enfatiza, sobretudo, o aspec- te, dignidade.
uma das ações de maior im- to epidemiológico, buscando eliminar a É o que pensa Marinalva da Silva, mo-
pacto social desenvolvidas pela Funasa doença de Chagas ao inibir o ambiente radora do povoado Marias Pretas, muni-
no interior do País. Por meio dele, famí- natural do inseto transmissor”, explica cípio de Ribeirópolis, situado no agreste
lias que vivem em casas de pau a pique Robério Maia. sergipano. Para ela, a nova moradia ele-
ficam livres do barbeiro, mosquito trans- vou a autoestima e garan-
missor da doença, ao serem contempla- tiu segurança para ela e
Paraíso
preservado
Ilha de Mosqueiro, no Pará,
ganha sistema de abastecimento de água
A
ilha fluvial de Mosqueiro trabalho. A Funasa está de parabéns por
está localizada no Rio Pará, beneficiar nossa gente”, comemorou.
no braço sul do Amazonas e O sistema de abastecimento de água
tem, aproximadamente, 212 é composto de reservatório com capaci-
quilômetros quadrados. O nome “Mos- dade de 660 m3, estação elevada, aduto-
queiro” é originário da antiga prática ra de recalque, rede de distribuição com
do “moqueio” (conservação de alimen- 4.344 m, 500 ligações domiciliares, poço
tos) do peixe pelos indígenas tupinam- tubular profundo com 270 metros e va-
bás que habitavam o local. Cercada por zão de 108 m3/h.
17 praias de água doce, a ilha é conside- Para o agente distrital Ivan Santos, a
rada um dos pontos turísticos da capital Fundação teve um papel primordial, já
paraense, Belém. que ao investir em Mosqueiro a institui-
Mosqueiro acaba de ganhar um sis- ção está promovendo saúde com água
tema de abastecimento de água com li- tratada e de acordo com os parâmetros
gações domiciliares beneficiando resi- exigidos pela Agência Nacional de Vigi-
dências, escolas, hospitais, comércios e lância Sanitária. “Era uma necessidade
outros estabelecimentos do distrito. A tão grande que Mosqueiro já começava a
obra é fruto de um convênio firmado en- perder turistas, porque é importante que
tre a Funasa e a Prefeitura Municipal de nós tenhamos saneamento, sobretudo,
Belém, com um investimento de mais de água de qualidade. Essa era uma reivindi-
R$ 1,4 milhão. cação tanto de quem vive na ilha, quanto
A professora Lia de Fátima da Silva, 43 de quem a visita”, esclareceu.
anos, moradora do bairro do Maracajá, é
nativa da ilha e conta que a população Laboratório em Altamira
sofreu muito nos últimos anos com a falta Além de Mosqueiro, a Funasa tam-
de água, mas agora todos têm esperan- bém investe na qualidade de vida dos
ça de dias melhores. “Esse investimento indígenas paraenses. A população de
foi muito bom mesmo, porque Mosquei- cerca de 2,5 mil índios, de nove etnias,
ro precisa. Nós vivemos em um balneário distribuídos por oito aldeias atendidas
e para que a gente tenha visitantes por pelo Distrito Sanitário Especial Indíge-
aqui, é necessário que haja esse tipo de na (Dsei) Altamira, terá mais um reforço
Expedicionários
da Saúde
Mutirão de médicos voluntários beneficia mais de 1,1 mil indígenas no AM
A
Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em parceria Paraíso (2) e Rio Andirá (1). As outras quatro tiveram como alvo
com os médicos voluntários paulistas da Associa- populações de comunidades ribeirinhas.
ção Expedicionários da Saúde, participou, na pri- A ação de novembro foi realizada em 103 aldeias indígenas
meira semana de novembro, de um mutirão de ci- pertencentes às etnias Saterê-Mawé e Hixkaryana. Aproximada-
rurgias de catarata, hérnia e piterígio na Escola Indígena São mente 80 profissionais da Funasa, do Distrito Sanitário Especial
Pedro (Eisp), localizada às margens do Rio Andirá, no municí- Indígena de Parintins (Dsei/Parintins) deram suporte à operação.
pio de Parintins (AM). A estes se somaram 22 médicos, além de quatro enfermeiras es-
Foi a 15ª missão realizada em conjunto pelas duas institui- pecializadas em centro cirúrgico e dez voluntários de logística, to-
ções, 11 das quais apenas com povos indígenas da Amazônia dos da Associação Expedicionários da Saúde e de áreas diversas
— Iauretê (3), Pari Cachoeira (2), Tunuí (2), Vila Nova (1), Novo como oftalmologia, ortopedia, ginecologia e odontologia.
Ao todo, foram feitos 1.135 atendimentos, 136 cirurgias e Segundo Wanderley Guenka, diretor do Departamento de
110 procedimentos (coleta de papanicolau e 20 ultrassonogra- Saúde Indígena da Funasa (Desai), a parceria com os Expedicio-
fias). Na área de odontologia, foram mais 210 atendimentos, nários tem sido muito importante para levar saúde a esses brasi-
118 cirurgias e 334 procedimentos, entre extrações e restau- leiros que vivem em áreas isoladas. “Apesar de toda dificuldade
rações. Desde 2004, quando foi iniciada a parceria, o total de de deslocamento e logística para chegar a essas comunidades,
atendimentos chega a 7.971, com 1.515 cirurgias. o atendimento e as cirurgias são realizadas com total segurança
Para o médico Ricardo Affonso Ferreira, idealizador da As- e, o mais importante, sem retirar os indígenas do convívio de sua
sociação Expedicionários da Saúde, a missão foi, mais uma vez, comunidade”, explicou.
um sucesso. “Quando chegamos aqui, os indígenas ficaram O coordenador regional da Funasa no Amazonas, Worney
desconfiados; mas, à medida que eram atendidos e a notícia se Amoedo Cardoso, também destacou a importância da parceria.
espalhava, eles acabavam aparecendo”, contou. “Ela traz benefícios imensuráveis, em especial, à população indí-
A ação da Funasa, que além dos profissionais do Dsei/Parin- gena dessa região que, tendo em vista as suas dificuldades geo-
tins disponibilizou barcos e combustível para a locomoção da gráficas naturais, estão afastadas dos grandes centros. Os profis-
equipe de saúde e dos indígenas, contou ainda com o apoio lo- sionais de saúde da Funasa estão de parabéns por todo o apoio
gístico das prefeituras de Parintins, Maués e Nhamundá. necessário ao sucesso da operação”, acrescentou.
reconhecimento
internacional
Ex-presidente dos EUA convida Funasa para ajudar Haiti e República Dominicana
O
ex-presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter,
I Fórum Amazonas
Indígena
Evento destaca êxito do intercâmbio com as comunidades indígenas
A
s ações desenvolvidas pela Fundação Nacional de Faustino lembrou que neste ano a instituição completa dez
Saúde na atenção e promoção da saúde dos mais anos desde que assumiu a saúde indígena, com a criação do
de 547 mil indígenas do País foram destaque no Subsistema de Saúde, do atendimento primário nas aldeias.
I Fórum Amazonas Indígena, em Manaus (AM). O Ele reforçou que os avanços só foram possíveis graças à parce-
evento teve início no dia 30 de novembro e contou com a par- ria com as comunidades indígenas, nas ações de saneamento
H
á dez anos, a obstinação do médico sanitarista to já fizemos e ainda temos que lutar para alcançar nossos ob-
Sérgio Arouca na defesa de um tratamento dife- jetivos. E graças à garra e determinação de nossos servidores
renciado da saúde indígena no âmbito do Siste- e às parcerias, pudemos implementar um política de fiscaliza-
ma Único de Saúde (SUS) acabou sendo bem-su- ção e uma gestão séria, sob o comando do Guenka (Wander-
cedida. Naquele mesmo ano, em 1999, no dia 23 de setembro, ley Guenka, diretor do Departamento de Saúde Indígena–De-
foi criada a Lei nº 9.836/99, conhecida como Lei Arouca, esta- sai), para ajudar a mudar a vida de mais de 547 mil índios. E
belecendo as diretrizes para a política de atendimento da saú- com a ajuda do presidente Lula, que tem muita consciência
de indígena que, desde então, de inclusão social, poderemos
está sob o comando da Funda- construir um País melhor”, com-
ção Nacional de Saúde (Funasa). pletou o presidente.
Para comemorar a década Wanderley Guenka, por sua
de serviços prestados pela ins- vez, defendeu a política do
tituição em benefício dos indí- SUS e falou das dificuldades
genas, a Assessoria de Comu- de se fazer saúde pública no
nicação e Educação em Saúde Brasil. “O nosso SUS é o melhor
(Ascom) editou um livro que sistema de saúde pública do
retrata a luta mútua dos indíge- mundo e até o presidente dos
nas e da Fundação por uma saú- Estados Unidos, Barack Oba-
de melhor, e os avanços obtidos ma, quis conhecê-lo. E atuar
nos últimos dez anos. como tutor de saúde da comu
O lançamento oficial do livro, nidade indígena com todas as
intitulado “Lei Arouca: 10 anos barreiras culturais e geográ-
de Saúde Indígena”, ocorreu no ficas é muito difícil. Fizemos
dia 15 de outubro e contou com muito nesses dez anos, mas
a presença de lideranças indí- ainda temos muito por fazer”,
genas, personagens fundamen- concluiu o diretor do Desai.
tais para a confecção do livro, O ex-presidente da Câmara
do presidente da Funasa, Danilo dos Deputados, deputado Aldo
Forte, dos diretores e também Rebelo, amigo e companheiro
dos deputados federais Colbert de lutas políticas de Danilo há
Martins (PMDB-BA), Darcísio Pe- 30 anos, enalteceu os valores
rondi (PMDB-RS) e Aldo Rebelo humanitários do presidente na
(PC do B-SP). defesa da democratização da
Em um discurso emociona- saúde para índios brasileiros.
do, o presidente da Funasa, Danilo Forte, agradeceu o apoio “Somos gratos pela herança cultural que nossos irmãos indí-
de todos os servidores e lideranças indígenas que contribuí- genas nos deixaram e pudemos acompanhar e vivenciar a luta
ram para que a Fundação tivesse tantos resultados exitosos, diária desse povo. Só a Funasa tem experiência e conhecimen-
como a redução nos índices de mortalidade infantil nas al- to de causa para desenvolver essa missão com competência e
deias. êxito. Enalteço o trabalho do Danilo à frente da Funasa, onde
“Estou muito feliz com o lançamento deste livro, que para tem cumprido com excelência a missão de atender às comuni-
mim é um marco na história da Funasa. Como podem ver, mui- dades indígenas”, disse o deputado.
Funasa em tempo
de Twitter
A
companhando a tendência atual da web e visan- tituições públicas, sempre ligando o cidadão a uma página
do manter os funcionários a par de tudo o que onde possa encontrar mais informações. Além disso, o Twitter
acontece na instituição, a Fundação Nacional de tem se mostrado um ótimo instrumento para o fortalecimen-
Saúde (Funasa) já está pre- to da imagem no ambiente virtual,
sente, desde junho deste ano, no mais pois agrega valor e proporciona uma
recente e inovador meio de comunica- maior transparência e interatividade.
ção virtual, o Twitter. De fácil acesso, o Twitter pode ser
Lançado há pouco mais de dois anos, acompanhado de qualquer lugar. Isso
o microblog ganhou força entre os inter- faz com que a maioria dos aconteci-
nautas — conhecidos popularmente como “twitteiros”. Essa mentos seja anunciada primeiramente no microblog. O fato
nova rede social permite aos usuários que enviem e leiam atu- de usar mensagens curtas faz com que os assuntos sejam
alizações pessoais ou profissionais, valorizando a integração transmitidos e retransmitidos rapidamente.
entre os internautas. Para acessar a nova ferramenta basta digitar www.twitter.
O Twitter também tem sido constantemente utilizado por com/Funasa. Se você já possui cadastro no Twitter, basta seguir
grandes empresas para a divulgação de suas marcas ou ins- o usuário @funasa para receber as novidades da Instituição.
Reforço nas
ações de saúde
P
ara auxiliar no combate à gri- pagamento de eventuais in-
Vacinação é exemplo
para a Opas
Consultor considera política de imunização da Funasa modelo para outros países
A
s campanhas de imuniza- explicou que, por essas razões, a Opas