Leituras referenciais:
CAZELLA Ademir. A.; BÚRIGO, Fábio. L. Sistemas territoriais de financiamento: para pensar o caso brasileiro. Emancipação, Ponta Grossa, v.13 n. 2, p.297-312, 2013.
BELIK, Walter. O financiamento da agropecuária brasileira no período recente. In: BRASIL. Governo Federal. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Ed.). Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro. Brasília: Ipea, 2014, p. 329-374.
Leituras referenciais:
CAZELLA Ademir. A.; BÚRIGO, Fábio. L. Sistemas territoriais de financiamento: para pensar o caso brasileiro. Emancipação, Ponta Grossa, v.13 n. 2, p.297-312, 2013.
BELIK, Walter. O financiamento da agropecuária brasileira no período recente. In: BRASIL. Governo Federal. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Ed.). Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro. Brasília: Ipea, 2014, p. 329-374.
Leituras referenciais:
CAZELLA Ademir. A.; BÚRIGO, Fábio. L. Sistemas territoriais de financiamento: para pensar o caso brasileiro. Emancipação, Ponta Grossa, v.13 n. 2, p.297-312, 2013.
BELIK, Walter. O financiamento da agropecuária brasileira no período recente. In: BRASIL. Governo Federal. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Ed.). Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro. Brasília: Ipea, 2014, p. 329-374.
CAZELLA Ademir. A.; BÚRIGO, Fábio. L. Sistemas territoriais de financiamento: para
pensar o caso brasileiro. Emancipação, Ponta Grossa, v.13 n. 2, p.297-312, 2013.
BELIK, Walter. O financiamento da agropecuária brasileira no período recente. In:
BRASIL. Governo Federal. Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (Ed.). Presente e Futuro do Desenvolvimento Brasileiro. Brasília: Ipea, 2014, p. 329-374.
As leituras referenciadas analisam as ações de desenvolvimento rural fundamentadas
no Sistema Nacional Financeiro do Brasil. Ambos artigos coincidem em afirmar que, a partir de 1996, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) inovou ao estabelecer que a agricultura familiar é um conceito diferente da pequena produção agrícola tradicional, reconhecendo o potencial produtivo dos agricultores familiares. Belik coloca como objetivo do Pronaf “dar um tratamento especial para os pequenos produtores que eram discriminados no acesso às fontes de crédito oficiais” (Belik, 2014, p. 350). Segundo Cazella e Búrigo (2013) “esse programa colocou à disposição dos agricultores familiares de diversas regiões recursos que até então eram disponibilizados somente aos produtores inseridos nas principais cadeias produtivas agropecuárias. ” (p. 301). Desde a perspectiva desses autores, o crédito é o instrumento de política pública mais importante para os camponeses na história recente do País: “na realidade, considerando-se o desmantelamento da assistência técnica e de outros instrumentos de política agrícola e fundiária verificados nos anos 1990 no Brasil, o crédito aparece como único meio de direcionamento ou atuação da política agrícola. ” (Belik, op. cit., p. 354). Por sua vez, Cazella e Búrigo consideram o crédito como uma “pré- condição para se gestar projetos inovadores, inclusivos e territorializados. ” (Ibid., p. 297). No entanto, na prática, Cazella e Búrigo encontram que “o Sistema Financeiro Nacional (SFN) apresenta dificuldades para ampliar sua base social e seus padrões de atendimento. ” (Ibid., p. 299), porque o Pronaf ainda apresenta limitações como o déficit de inclusão de produtores que poderiam aplicar aos seus benefícios, a inexistência de crédito rural não-agrícola, a concentração de recursos, e as faltantes no propósito de melhorar as condições de vida das famílias mais empobrecidas do setor rural (Ibid., p. 305). Como explicam os mesmos autores, na prática, “os agricultores familiares que se beneficiam com os recursos do Pronaf são aqueles que se encontram melhor inseridos no mercado” (Ibid., p. 302). Por isso, o SFN tem o desafio de implementar a política de Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS), gerar novos mecanismos de aceso aos serviços financeiros em zonas rurais e incluir o crédito rural não agrícola nas agendas das organizações que se ocupam do desenvolvimento rural no Brasil (Ibid., p. 303). Para enfrentar esses desafios, os autores oferecem uma mirada às lições aprendidas sobre financiamento rural em projetos tanto nacionais como internacionais. Em primeiro lugar, colocam um estudo realizado pelo engenheiro agrônomo André Neveu em 2001, sobre novos modelos de financiamento “solidários” orientados para o setor agrícola, e entre os achados destaca-se o seguinte: “a análise de diversas experiências presentes em 34 países de diferentes continentes revela que o cooperativismo de crédito ocupa um papel estratégico, especialmente naquelas nações que lograram estruturar serviços financeiros diferenciados para promover o desenvolvimento agrícola e rural” (Ibid., p. 303). Em segundo lugar, os autores mencionam as “iniciativas financeiras de apoio às microfinanças e ao desenvolvimento territorial no Brasil” (Ibid., p. 305) entre elas o programa de Desenvolvimento Rural Sustentável- DRS do Banco do Brasil e o sistema de cooperativas de crédito solidário, essas últimas viraram alternativas chaves para dinamizar a economia local. Embora o SFN tenha deficiências na inclusão de uma parte importante dos atores rurais como beneficiários de seus produtos e serviços, os autores indicam que podem ser realizados ajustes no desenho institucional, por via do microcrédito rural, para ampliar as possibilidades de participação do público potencial. Assim mesmo, os autores fazem um balance das experiências de financiamento rural estudadas e afirmam que “apesar da fraca articulação entre elas, cada uma apresenta “lições” para a construção de serviços financeiros coerentes com a ótica do desenvolvimento territorial sustentável” (Ibid., p. 310). Entre os desafios que são propostos para melhorar as ações dessas iniciativas financeiras está o de “adotar uma governança mais identificada com as demandas e as aspirações sociais” (Ibid.). Consequentemente, essa mudança nas relações entre os agentes financeiros e os beneficiários do setor rural conduzirá à inovação social, um estado mais avançado do cooperativismo, a integração social, a inserção produtiva e a articulação intersetorial. Todavia, é notável que os créditos oficiais destinados ao setor agrícola continuam beneficiando em um amplio margem aos produtores que têm propriedades e cujas atividades oferecem uma estabilidade econômica, é por essa mesma ração que o capital privado investe mais naquela parte da população. A revisão histórica feita por Belik sobre o acesso dos agricultores aos créditos, baseando-se também nos resultados do Censo Agropecuário de 2006, lhe permitem afirmar que uma vantagem para os produtores não familiares, especialmente os vinculados ao agronegócio é que eles “contam com alternativas aos financiamentos oficiais, por exemplo, o crédito direto de fornecedores de insumos e das empresas comercializadoras e processadoras. ” (p. 363), para os demais produtores, “o volume de crédito rural colocado à disposição dos produtores ainda é reduzido em relação às suas necessidades.” (Ibid.). Finalmente, Belik propõe “o aperfeiçoamento do sistema de seguro agropecuário, a atenção maior aos novos mecanismos de financiamento privado por meio de apoio indireto e a criação de novas linhas de crédito” entre outras as ações de política pública que poderiam ser adotadas para melhorar o marco do crédito rural no Brasil.