Você está na página 1de 2

RESENHA DE OBRA

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. Ed., São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção
Primeiros Passos; 74).

Por: Amon Rafael de Macedo1

Martins é natural de Porto Alegre. Graduada em Letras pela Universidade


Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS) – mesmo local onde fez mestrado sobre um
poema gauchesco-satírico, que resultou na obra Agonia do Heroismo. Em 1973, criou
uma “Salinha de Leitura” para crianças, decisiva para a realização desta obra O que é
leitura (1982), e que também originou seu doutorado em Teoria da Leitura e Literatura
Comparada. Em 1997, criou o Centro de Estudos de Literatura e Psicanálise Cyro
Martins, em Porto Alegre, onde promoveu eventos, cursos, elabora e desenvolve
projetos interdisciplinares a parti da obra ficcional e ensaística desse autor.

Em seu livro, Martins aborda a leitura não só como a decodificação de letras ou


o simples ato de folhear, mas também fala sobre a leitura do mundo, de pessoas, de
reações entre outras leituras. Ele destaca que a análise e a abstração de sentido das
coisas ao redor, ou seja, do mundo.

Está dividido em 06 capítulos. No primeiro capítulo, a autora relata sobre a visão


do senso comum sobre leitura questionado essa visão ele mostra através de exemplos
que a leitura ultrapassa a decifração de símbolos e que a mesma é realizada por todos no
seu cotidiano, até mesmo em uma batida casual na rua, onde a resposta à batida e a
resposta de lê-la esse exemplo foi utilizado pela autora.

No segundo capítulo, ela aborda como e quando começamos a ler isso estar tão
explicito que é o titulo do capitulo. Trata a leitura como processo natural onde
começamos a fazer quando vimos ao mundo, justifica a sua visão parafraseando frases
de Paulo Freire, de forma clara demonstra que o aprendizado “leitura” é produto do
meio onde ninguém se auto educa, e nem ensina ninguém. Trata também leitura como
algo magico como caso de Tarzan que aprendeu a ler sozinho através dos livros de seu
pai isso foi bem destacado na frase “Isso faria pensar que o aprendizado de Tarzan não
seja pura obra de imaginação de Edgar Rice Burroughs.”.

1
Aluno do Curso de Engenharia Agronômica – UESPI – Campos Professor Barros Araújo – Picos – PI
No terceiro capítulo. Refere a leitura com contexto histórico desde a época dos
gregos e romanos onde a pratica da leitura era elitizada e onde o processo de aprender a
ler era sistematizado e árduo onde até quase nada mudou onde até mesmo nos processos
mais sofisticados persiste a pedagogia do sacrifício. Também fala do contexto da leitura
no Brasil onde os educadores consideram os livros didáticos um mal necessário. Aponta
veemente que a finalidade do educador não seria exatamente ensinar a ler, mas sim,
proporcionar a leitura.

No quarto capítulo. Tratar-se do ator de ler através de três tipos de leituras


citados no mesmo, leitura sensorial que é a resposta ao meio relacionado às primeiras
escolhas. A leitura emocional, leitura que envolvi os sentimentos que amarram o leitor a
obra, exemplos são os romances. Por ultimo foi abordado à leitura racional considerada
mais importante pelos letrados, ao nível de considerar um status letrado, quem fizer a
mesma, ou seja, dá a verdadeira capacidade de produzir e apreciar a linguagem, em
especial a artística. Por fim ela faz a interação entre os níveis de leitura, releva o fato
que é inter-relacionado, senão simultâneos, mesmo que aja privilegio entre eles.

No quinto capítulo. A autora ao fala que a leitura precisa de pratica para seu
melhoramento e cada pessoa tem seu jeito particular de treinar “ler” no seu canto quieto
ou com fone de ouvidos, ou seja, é particular de cada leitor o importante é a pratica da
leitura que com tempo fica cada vez melhor.

No sexto capítulo. Faz indicações de leituras obras e autores e obras bem


famosas como; Tarzan, A Arte de Ler entre outros. Ela também faz menção a autores de
seu estado enfim como o próprio nome do capítulo diz Indicações Para Leitura.

A autora procura fazer com que o leitor faça uma reflexão sobre a questão da
leitura. Sem chegar a definições, conceituações e nem a regras ou receitas. O intuito é
compreender a leitura, buscando desmitifica-la, através de uma aproximação
despretensiosa, porem que permita avaliar alguns aspectos do processo, dando a se
conhecer mais propriamente o ato de ler.

O livro “O que é leitura” é indicado a todos os que se interessem pela questão da


leitura principalmente a profissionais ou futuros profissionais na área da educação,
também é indicado para pais de alunos nas series do ensino fundamental.

Você também pode gostar