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DE EQUIPAMENTOS DE BOBINAGEM
1. Introdução
A Sociedade Moderna, ao basear-se num modelo de desenvolvimento que preconiza um
contínuo crescimento, tem contribuído para a crescente importância dos aspectos económicos.
Tal situação traduz-se na necessidade de tratar os problemas de forma científica, e a um nível tão
elevado quanto a utilização dos recursos disponíveis o permitam.
O modelo de fiabilidade que se apresenta, ao permitir quantificar o comportamento
fiabilístico de todo o sistema reparável, de que um qualquer equipamento é um exemplo,
mostra-se verdadeiramente importante como ferramenta de apoio à decisão.
Neste trabalho, vamos ilustrar a aplicação do modelo na gestão de equipamentos de
bobinagem de componentes resistivos.
2. O Modelo
Num sistema reparável, as avarias resultam da incapacidade efectiva dos subsistemas e
componentes que o constituem para desempenharem as funções requeridas por tempo ilimitado.
A grandeza usada para controlar o ritmo com
que as avarias ocorrem, é a taxa de avarias
k. Ela é definida como
comportamento da taxa do sistema, que de acordo com 2.2 acordo oorn 2.1
de avarias
pode ser constante, decrescente ou Figura 1 - Fluxograma do modelo de estudo
crescente. da fiabilidade de sistemas reparáveis.
O método usado para analisar o comportamento da taxa, é o teste de "Hipóteses de Laplace".
Ele não é mais do que o teste de uma afirmação feita sobre os valores dos parâmetros da
distribuição de uma população. Para a testar definem-se duas hipóteses tal como no método
convencional: a hipótese nula Ho, que se "aceita" como verdadeira até que haja evidência do
contrário, e a hipótese alternativa H l .
Na análise do comportamento da taxa, distinguiremos o caso em que o período de registo de
ocorrências é limitado por tempo, daquele em que é limitado por número de avarias. No quadro 1
apresenta-se a estatística do teste correspondentes a cada um dos casos. É sabido que, sempre
que o número de avarias registadas durante um teste for superior ou igual a 4, a estatística
aplicável tende para a distribuição normal padronizada N(0,1).
Do ponto de vista do sistema, conhecido o comportamento da taxa de avarias, permanece
desconhecido o valor dos parâmetros da distribuição estatística segundo a qual as avarias
ocorrem. Dois casos prefiguram-se como os que têm maior interesse prático, são eles aqueles
em que a taxa de avarias é constante, e aqueles em que ela é decrescente.
O interesse prático revelado pela taxa constante e decrescente, justifica-se porque geralmente
durante a maior parte do período de utilização de um equipamento, e em condições normais de
uso e de manutenção, a taxa de avarias é constante; e porque a redução da taxa é uma das
condições de satisfação dos objectivos da
gestão de Manutenção. Quadro 1
Tipo de teste Estatística do Teste
As situações mais usuais de redução da N
(
taxa, ocorrem quando melhora a eficácia das limitado por
i=l
actividades de manutenção, nomeadamente tempo -0,5
N*T 0
avarias
a severidade das condições de uso diminuem.
Se bem que, tecnicamente seja sempre
tj - Instante em que ocorreu a avaria de ordem i
desejável que o valor da taxa de avarias N - Número de avarias acumuladas
assuma o menor valor possível, a implantação To - Data coincidente com o final do teste limitado
por tempo
de soluções que reduzam a taxa, só é
Tjsj - Data em que ocorre a avaria de ordem N
justificável se o balanço entre benefício e (coincidente com o final do teste limitado por
custo for favorável. número de avarias)
EXAUSTÃO
IMPREGNAÇÃO '
FIAÇÃO OQ
ÍJUCEEO DO NÚCLEO \~f ENVERNIZAMENTO TRACÇÃO
BOBINAGEM
AUXILIAR
INIYI 11 • um - .
0 0 0 O
0 0 0
00
ESTAÇÃO
«EDIÇÃO ESTAÇÃO
SECAGEM SECAGEM
DO VALOR DE CORTE
Heguíaçâo Regufação veleidade RESISTIVO
velocidade (eléctrica/efectiónica'!
(mecânica)
4. Objectivos Propostos
Aplicar-se-á a metodologia descrita na análise, avaliação e controlo das soluções encontradas
para melhorar a fiabilidade e a disponibilidade das bobinadoras.
Uma das avarias mais frequentes, e com tempos e custos de reparação mais elevados, ocorre
no subsistema gerador do movimento. Para além da função geradora, o subsistema engloba o
controlo de velocidade, assegurado pela associação de um ajuste de tipo eléctrico ou electrónico
a um mecânico.
Designar-se-á o subsistema de accionamento por eléctrico, caso a fonte geradora de
movimento seja um motor monofásico de 0,75 KW / 50 Hz, em que a regulação de velocidade é
assegurada por um reóstato e uma caixa desmultiplicadora; e por electrónico, caso as
correspondentes funções sejam asseguradas respectivamente por um motor trifásico de 0,75
KW, um controlador electrónico, e pelo mesmo tipo de caixa desmultiplicadora usada no
accionamento eléctrico.
4
Seja o accionamento eléctrico aquele que se encontra em uso, e o electrónico o alternativo, o
problema a tratar centra-se em torno da questão de se saber se se justificará a substituição.
Equipamento n"
Q - electrónico
2000 [horas]
1 [26*7899 J
f /o.OS2*(26 + l) _ 3
b 2*T 0
i 2 avarias / hora
m
0
u .95
v ^ z2 * zo
26 = 2 ,31E-3
1 2*T Q
E - V l 2 n 9 . U 2 2 2 . . 0 , 5 } = |-1,40|<1,96,
T
1 [19*7679 J
pelo que se pode aceitar que, para a configuração considerada, a taxa de avarias do equipamento
é constante.
Aplicando uma vez mais as expressões apresentadas no quadro 2, obtêm-se agora os
seguintes valores para estimativas da taxa de avarias,
L . W*(19 + 1)
X _
3
s 2*T n
2 avarias / hora
0 95- 2 * 19
1 2*T Q
E =Vl2*l8*-j
T 1 0 5 8 8 3 - 0 5h-V75,
t
1 "28*9350
Jt = 0,594, 7t = 1,825
1 2
8
6. Considerações Finais
A par da conclusão de que a taxa de avarias dos equipamentos accionados electricamente é
estatisticamente superior à dos accionados electronicamente, também o facto de se poder
imputar à substituição do accionamento duas outras informações não mencionadas até agora, e
que são o aumento em cerca de 30% do tempo médio entre acções de manutenção (MTBF), e a
diminuição em mais de 80% do tempo médio de reparação (MDT), apoiam a decisão de adoptar
o subsistema alternativo. A decisão final, no entanto, só pudera ser tomada após a avaliação de
todos os custos e benefícios associados a essa alteração.
Os resultados obtidos neste trabalho, confirmam as potencialidades da metodologia
apresentada na análise, avaliação e controlo de qualquer acção que possa afectar a fiabilidade e a
disponibilidade de um equipamento. No sector de Manutenção esta abordagem pode revelar-se
de grande importância como ferramenta de apoio à decisão.
Referências Bibliográficas
1. Crow, L.H., Confidencial Interval Procedure for Reliability Growth Analysis.
2. Leitão, A.L.F., Fiabilidade e Manutibilidade, Curso de Mestrado em Instrumentação,
Manutenção Industrial, e Qualidade, 1994.
3. Massa, P.A.A., Métodos Estatísticos na Gestão de Equipamentos, Universidade Nova de
Lisboa - Faculdade de Ciências e Tecnologia-, Tese de Mestrado, 1995.
4.0 Conner, P.D.T., Practical Reliability Engineering, 2 edição, John Wiley & Sons, New
v a
York, 1986.