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ALEXANDRE BOZELO
Criciúma
Mês – Ano (entrega do trabalho)
ALEXANDRE BOZELO
Criciúma
Mês – Ano (entrega do trabalho)
ALEXANDRE BOZELO
______________________________________________________
Prof. Me. Luis Felipe Bianchi Carbonera
Faculdade SATC
______________________________________________________
Prof. Nome do Professor, Título.
Faculdade SATC
______________________________________________________
Prof. Nome do Professor, Título.
Faculdade SATC
Texto das dedicatórias. Texto das dedicatórias.
Texto das dedicatórias. Texto das dedicatórias.
Texto das dedicatórias. Texto das dedicatórias.
Texto das dedicatórias.
AGRADECIMENTOS
SIGLAS
SÍMBOLOS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 11
1.1 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES ........................................................................ 12
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................................ 13
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS........................................................................................... 13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 14
2.1 A AVICULTURA BRASILEIRA ................................................................................... 14
2.1.1 História da avicultura brasileira................................................................................ 14
2.1.2 Desafios na avicultura ................................................................................................. 15
2.2 AVIÁRIOS ...................................................................................................................... 17
2.3 A AMBIÊNCIA NA AVICULTURA ............................................................................. 17
2.3.1 Temperatura ................................................................................................................ 18
2.3.1.1 Temperatura ambiente ................................................................................................ 20
2.3.1.2 Temperatura da água .................................................................................................. 22
2.3.2 Umidade relativa do ar ............................................................................................... 22
2.3.3 Velocidade do vento .................................................................................................... 24
2.3.4 Pressão relativa............................................................................................................ 26
2.3.5 Concentração de gases ................................................................................................ 28
2.3.6 Iluminação.................................................................................................................... 30
2.3.6.1 Iluminância ................................................................................................................. 31
2.3.6.2 Fluxo luminoso ........................................................................................................... 31
2.3.6.3 Potência luminosa ....................................................................................................... 31
2.3.6.4 Intensidade luminosa .................................................................................................. 31
2.3.6.5 Luminância ................................................................................................................. 32
2.3.6.6 Refletância .................................................................................................................. 32
2.3.6.7 Emitância .................................................................................................................... 32
2.3.6.8 Iluminação nos aviários .............................................................................................. 32
2.4 ENGENHARIA NA AVICULTURA.............................................................................. 33
2.4.1 A evolução no consumo energético nos aviários ....................................................... 33
2.4.2 Automação de processos na avicultura ..................................................................... 34
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS................................................................... 36
3.1 PLATAFORMA ............................................................................................................. 37
3.2 FONTE DE ALIMENTAÇÃO ........................................................................................ 38
3.3 SENSORES ..................................................................................................................... 39
3.3.1 Sensor de Temperatura .............................................................................................. 39
3.3.2 Sensor de Umidade Relativa ...................................................................................... 39
3.3.3 Velocidade do vento ................................................................................................... 40
3.3.4 Sensor de pressão ........................................................................................................ 41
3.3.5 Concentração de gases ................................................................................................ 41
3.3.6 Iluminação.................................................................................................................... 42
3.4 MONTAGEM E TESTE PRÁTICO .............................................................................. 42
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS (MANTENHA O NOME) ............. 44
5 CONCLUSÕES (MANTENHA O NOME) .................................................................... 45
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 46
11
1 INTRODUÇÃO
Na avicultura, a constante evolução dos equipamentos traz galpões cada vez mais
modernos e com controles automatizados muito eficientes, entretanto, a diferença entre os
resultados finais de cada aviário nos ciclos de criação demonstra que talvez o acompanhamento
ainda seja insuficiente. O volume de ração consumida em relação à carne entregue aos
abatedouros, chamado de “conversão alimentar”, é ponto balizador que determina a
remuneração e eficiência de cada aviário. Conforme o produtor consegue baixar o consumo de
ração e produzir mais carne, proporcionalmente sua renda se eleva [4].
Entretanto, nota-se que aviários que recebem frangos e ração de mesma origem, e
em mesma época, com equipamentos muito semelhantes, têm seus resultados discrepantes ou
alguns conseguem manter uma média de resultados satisfatórios enquanto outros não. Como o
avicultor tem influência sobre as variáveis de ambiência como temperatura, luminosidade, troca
de ar etc. e o período em que as aves ficam alojadas nos aviários é muito curto, qualquer desvio
pode influenciar muito no resultado final, e esse desvio de ambiência, mesmo que curto, já afeta
o desempenho do lote de aves [3].
Identificar esses desvios e corrigi-los é o objetivo do avicultor para um bom
resultado no campo, contudo, as aves necessitam de um controle em tempo integral, e este é
realizado por controladores automáticos, presentemente muito eficazes e modernos. Porém, em
alguns casos, existem problemas que necessitam de alterações físicas do galpão para que
possam ser sanados, ou alterações no controle das variáveis de ambiência, antecipando ou
retardando eventos, de acionamento de equipamentos, por exemplo. Identificar essas variâncias
é um trabalho difícil e, muitas vezes, demoram a ser percebidas, e necessitam de um grande
tempo para serem catalogadas.
O equipamento catalogará as principais variáveis que interferem na ambiência do
frango dentro do galpão, em um intervalo de tempo relativamente pequeno, a fim de que esses
dados possam ser interpretados e sirvam de base para os ajustes necessários a uma melhor
ambiência. O objetivo é proporcionar mobilidade do equipamento para que possa ser usado em
diversas propriedades, melhorando a eficiência dos aviários e proporcionando um aumento na
renda final. Poderá ser utilizado em qualquer atividade de monitoramento de ambiência que as
use, ou algumas das variáveis catalogadas.
13
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Este capítulo tem como objetivo apresentar o estudo realizado sobre os processos
de automação utilizados na avicultura, sua evolução e importância, além de perceber como o
controle de ambiência pode influenciar para que se atinjam os objetivos esperados. Para isso,
uma breve literatura das variáveis a serem mensuradas, e suas características como um todo,
serão também abordadas neste capítulo.
Sudeste teve destaque na privatização dessas atividades, com uma ênfase maior na cidade de
São Paulo.
O grande começo da cadeia produtiva de frangos industrialmente, no Brasil, se deu
por volta de 1970. Nessa época, efetivamente, houve diversas modificações nos seguimentos
que regem as atividades da avicultura, como:
Modernização dos aviários;
Modificação da estrutura de produção;
Grande contribuição do estudo do genético animal;
Automatização de atividades e;
Produção em grande escala.
O passo mais importante em todo esse processo foi a criação de uma política
agroindustrial no Brasil, com a concessão de empréstimos e subsídios para a indústria avícola.
Isso deu o fomento necessário para que as agroindústrias se firmassem de forma a criar um
cenário competitivo mundialmente [3].
No mesmo ano de 1970, deu-se início ao processo de integração vertical na
avicultura1, formado pela parceria das empresas frigoríficas e os produtores no campo, sendo,
até hoje, a forma como se apresenta a cadeia de criação. Nesse modelo, os frigoríficos fornecem
os pintinhos, ração e orientação técnica, enquanto os produtores entram nessa parceria
fornecendo alojamento para as aves, água e cuidados necessários para a engorda em um
ambiente saudável [2; 3].
A remuneração do avicultor é feita conforme seu rendimento na engorda das aves,
com base na conversão alimentar, que é a relação entre a ração consumida e a carne obtida do
frango, e alguns fatores de biosseguridade e exigências pela empresa integradora que também
pesam para o resultado final [2].
1
Integração vertical na avicultura é o modelo adotado de parceria entre o avicultor e as empresas integradoras de
abate, no qual as empresas fornecem o frango, ração, transporte das aves e orientação técnica e o avicultor
fornece a estrutura para a criação das aves.
16
e criando linhagens mais produtivas, bem como a melhora na produção de ração completa, na
qual o frango tenha todos os nutrientes necessários para uma boa dieta em conjunto com os
sistemas de recria de aves (os aviários), cada vez mais modernos e automatizados, colaboraram
para entregar às agroindústrias um frango com cada vez mais qualidade e com um custo menor
[4].
O grande indicador que reflete essa eficiência da indústria avícola, no que diz
respeito à criação de aves em confinamento, é o termo chamado de “conversão alimentar”, que
teve uma grande evolução positiva em seu índice. Grande parte dessa evolução se deu pelo
aprimoramento das técnicas avícolas que resultaram em um aumento de 65% na capacidade de
crescimento e 50% de diminuição na ração consumida, além de uma redução de tempo de recria
de 105 dias para em torno de 45 dias, nos últimos 60 anos [3].
Fatores como a grande oferta de produtos base para a produção da ração como milho
e soja, por exemplo, em que o Brasil é um dos maiores produtores e a grande extensão territorial
que permite a construção de muitos aviários longe de centros urbanísticos, permitem a
continuação da expansão das atividades avícolas. Além de contribuir para um cenário favorável
ao setor.
Com o contínuo aumento do consumo de alimentos, a eficácia na produção de carne
é essencial para um equilíbrio de mercado. Haja vista que a matéria-prima para a produção da
ração das aves é basicamente cereais, mais especificamente milho e soja, e estes são usados
largamente na indústria alimentícia. Assim, tem-se uma cadeia na qual os cereais são
convertidos em carne, porém não na mesma proporção. Atualmente, a média na conversão
alimentar no sul de Santa Catarina está em torno de 1,650Kg de ração para cada quilo de carne
produzida [2; 3].
Buscando reduzir o consumo de ração por quilo de carne produzida, a indústria
avícola investe fortemente em frentes como genética, alimentação e ambiência, desde o início
da cadeia, em que são produzidas as matrizes, aves que colocam os ovos onde são gerados os
frangos de corte, até o final da cadeia, que é o período de engorda e, posteriormente, o abate.
Nesse trabalho, o foco é concentrado na ambiência das aves, tema que será explanado nos
próximos subíndices.
17
2.2 AVIÁRIOS
Os aviários são construções que servem para recria de aves em confinamento, com
o objetivo de atingir o melhor desempenho em relação ao peso das aves com a ração consumida
e de proporcionar o melhor ambiente e condições para que o animal tenha uma estadia saudável
e livre de doenças.
A forma como os aviários são construídos vem evoluindo muito, principalmente
nas últimas décadas. A engenharia é peça fundamental nesse intuito de oferecer um ambiente
com as melhores condições possíveis, com o aumento expressivo no número de aves alojadas.
O emprego de sistemas automáticos no controle de variáveis de ambiência, para um
acompanhamento ininterrupto e com ações rápidas, é algo de sumo importância. Juntamente
com o controle, a maximização da utilização da energia de forma econômica e segura tem
contribuído para que estas construções se tornassem viáveis e possíveis [3; 5].
Com o intuito de oferecer às aves um ambiente estável em que elas possam atingir
o seu melhor desenvolvimento na engorda e saúde, diversas mudanças foram aplicadas nas
construções e muitos equipamentos foram desenvolvidos a fim ajudar o produtor na busca por
melhores resultados [2; 5].
Na região sul de Santa Catarina, os aviários têm um alojamento (número de aves
em confinamento por período de engorda) de 20 a 60 mil aves, o que torna o ambiente bastante
carregado e necessita do auxílio de equipamentos para prover às aves a melhor ambiência
possível, como a utilização de exaustores, sistemas de nebulizadores, comedouros, sistemas de
iluminação, controladores etc.
Controle de gases;
Espaço;
Acesso à alimentação;
Acesso à água potável;
Ambiente saudável e
etc.
A automação tem papel fundamental no controle de algumas variáveis de
ambiência, principalmente nos que necessitam de um controle de tempo integral. Fatores como
o aumento da densidade de aves por metro quadrado, a melhorado desempenho no ganho de
peso e a velocidade com que pequenos desvios de ambiência influenciam no resultado forçam
os produtores a dependerem, cada vez mais, de sistemas automatizados que realizem tarefas de
abastecimento, controle e supervisão [5].
Nesse trabalho, serão focadas as seguintes variáveis para estudo:
Temperatura interna e externa do galpão;
Temperatura da água; umidade;
Pressão dentro do galpão;
Velocidade do vento;
Luminosidade e
Concentração de gases nocivos.
Essas são variáveis com as quais o sistema automático de climatização tem o seu
enfoque e interfere efetivamente para manter padrões preestabelecidos pelo produtor ou equipe
técnica. Por meio do acionamento de exaustores, sistemas de nebulização, sistemas de
iluminação, pad cooling, flaps, cortinas etc., o controlador busca trazer um ambiente que
propicie o melhor conforto para as aves, assim, essas podem desenvolver seu melhor potencial.
Estas variáveis, por sua vez, serão observadas de uma forma mais profunda nos próximos
tópicos, a fim de conciliar conceitos, sua influência na atividade e como a Engenharia Elétrica
vem atuando nesse âmbito [5].
2.3.1 Temperatura
presente nas mesmas; em referência oposta, um corpo com baixa temperatura possui uma menor
agitação de suas moléculas. Por via, deduz-se que este possui uma menor quantidade de energia
cinética em seu interior, como exemplifica a Fig. 1 [6; 7].
A temperatura está altamente relacionada ao calor que cada corpo emite, esse, por
sua vez, relaciona a interação do corpo com o meio ambiente e suas trocas térmicas. Os corpos
expostos ao mesmo ambiente tendem a entrar em equilíbrio, no qual o corpo mais aquecido
cede calor ao com menor temperatura e assim entram em um estado de temperatura mediana.
A transferência de calor é o fenômeno que rege este efeito, fazendo com que corpos quentes
possam transferir parte de sua energia a corpos mais frios. Como demonstra a Fig. 2, esta
transferência de energia sempre acontece do mais quente ao mais frio [6;9].
Assim com um número elevado de aves por metro quadrado, essa transferência de
calor no ambiente se torna acumulativo, resultando em uma alta temperatura final.
20
Das variáveis analisadas, pode-se dizer que a temperatura é a que mais necessita de
atenção na criação de aves. Além de ser ponto fundamental para manter suas vidas, haja vista
que o frango em confinamento vem a óbito muito facilmente por temperatura acima de certos
valores, ela interfere em outras variáveis, como umidade, geração de gases nocivos, dentre
outros [6; 7].
Como citado anteriormente, a temperatura é fundamental para um bom
desenvolvimento do frango, a temperatura média do corpo das aves é mais alta que a do ser
humano, girando em torno de 40°C, o que faz com que os frangos produzam uma grande
quantidade de calor corporal, que tem em seu somatório total grande relevância. O aviário
possui um alojamento médio em torno de 13 aves por metro quadrado, e possui uma grande
área de alojamento. É comum encontrar aviários de 24 mil a 55 mil aves, na região sul de Santa
Catarina [5; 6].
A temperatura interfere diretamente no rendimento das aves; por ser altamente
sensível a mudanças climáticas, o sistema de troca de calor com o ambiente das aves é
diferenciado, dado que elas não possuem glândulas sudoríparas, o que faz com que utilizem o
aumento da frequência respiratória eleve a atividade cardíaca dilatando as veias e fazendo com
que o calor se distribua pelo corpo e diminuem o metabolismo, como mostra a Tab. 1. Isso é
prejudicial ao desenvolvimento das aves, e, caso essas condições se mantenham por um longo
tempo, pode levá-las a óbito [6; 10].
Dentro de um sistema climatizado para criação de aves existem alguns recursos que
são acionados para manter a temperatura dentro dos padrões desejados. No início do ciclo de
engorda, em que os frangos necessitam de uma temperatura mais elevada, em torno de 32°C,
os aviários possuem sistemas de aquecimento, normalmente à lenha (mais comumente usados),
ou a gás. Já para o sistema de resfriamento ou troca de ar, os aviários mais modernos possuem
exaustores no final do galpão, estes são acionados para retirada do calor de dentro do aviário e
para efetuarem a troca de ar, pois os frangos se encontram em confinamento. Em um segundo
estágio, para temperaturas mais elevadas, é usado o sistema de nebulizadores, este, por sua vez,
cria uma densa nevoa na forma de spray de água, diminuindo, consequentemente, a temperatura
[5].
Estes sistemas são acionados por um controlador e, por meio de sensores instalados
dentro do aviário, realizam a medição da temperatura e enviam para o controlador. E este toma
decisões quanto ao acionamento ou desligamento dos sistemas, tendo por base parâmetros já
pré-determinados.
Tanto o corpo humano quanto o corpo de animais possui mais de metade de sua
formação constituída por água, tornando-a fundamental para qualquer ser vivo. De modo que a
temperatura da água é muito importante no que diz respeito ao desenvolvimento dos frangos de
corte – dado que a água em uma temperatura ideal se torna muito mais atrativa-além de este
estar diretamente ligado à quantidade de água consumida. Além disso, convém considerar que
o frango também usa a água como uma ferramenta de auxílio no resfriamento de seu corpo.
Para fornecer água aos frangos é utilizado o sistema nipple [5; 10].
O controle da temperatura da água em aviários de frango de corte utiliza um sistema
de troca de água chamado de flush, em que, caso a temperatura fique quente, o sistema aciona
válvulas no final das linhas e realizam a troca dessa água [10].
se eleva, também aumenta a pressão interna, fazendo com que, quanto maior sua temperatura,
maior é o volume de água necessário para sua saturação.A relação entre a temperatura e a
pressão exercida pelo mesmo pode ser vista na Fig. 3, em que se pode observar a relação entre
a temperatura e a quantidade de água que um metro cúbico de ar pode absorver até que este
fique saturado ou, como se chama em termos técnicos, chegue ao seu “ponto de orvalho” [6;10].
Muitos dos problemas respiratórios estão associados à umidade relativa do ar, que,
como dito anteriormente, não necessariamente é a principal causa, mas servem como gatilho
para doenças, enfermidades, fungos, bactérias etc. [6; 7; 10].
pode-se calcular o tempo que o sistema leva para realizar a troca de todo o ar no interior do
galpão.
Se um galpão possui um comprimento igual a 150 metros, e mede-se uma
velocidade do ar em seu interior igual a 2 m/s, então se tem:
C
T [s] (1)
V
Onde:
T = tempo total para troca de ar;
C = Comprimento do galpão;
V= Velocidade do ar.
Assim:
150
T 75 [s] (1)
2
Além da própria manutenção de uma boa ambiência, a velocidade do vento tem sua
relação direta com a criação das aves, as quais possuem uma reação diferente a cada velocidade
de vento por seu próprio instinto [6; 7].
Nos sistemas em que é feita a ventilação por pressão negativa, são utilizados
exaustores no final do galpão fazendo a exaustão do ar que está no interior do recinto, criando,
assim, uma pressão negativa. A velocidade do vento é um parâmetro muito importante a fim de
se ter conhecimento se a troca de ar está sendo suficiente para o resfriamento do ambiente,
renovação do ar, controle de umidade, dentre outros.
A pressão é uma grandeza física usada para medir a força em uma determinada área.
Esta pode ser positiva ou negativa, também relacionada com o vácuo. No Sistema Internacional,
a pressão é medida em Pascal N/m²[7; 11].
A pressão atmosférica é o tipo de pressão exercida pela atmosfera sobre os corpos
que estão na superfície da terra ou em seu meio. Quanto maior a altura em relação ao nível do
mar, menor é a pressão atmosférica, pois menor é a coluna de ar que está sobre o ponto onde
está sendo feita a medição. A pressão absoluta é a medida da pressão direta, em que fica incluso
o valor da pressão atmosférica, utilizada normalmente em sistemas de meteorologia, nos quais,
27
por meio da medição da pressão, é possível realizar previsões climáticas mais precisas [7; 10;
11].
Para a avicultura, o tipo de pressão utilizada é a pressão relativa, pois é por meio
desta que se tem a diferença entre a pressão atmosférica, que está no ambiente externo, e a
pressão que é feita pela força da exaustão. Não é interessante o uso da pressão absoluta para
medir a pressão interna de um galpão porque a pressão atmosférica é influenciada por diversos
fatores climáticos que atuam em seu valor, de modo que em um mesmo local pode-se ter leituras
diferentes de pressão atmosférica em épocas diferentes. Um exemplo é o de antes de
precipitações, as massas de ar quente e ar frio produzem pressões diferentes e, assim, podem
influenciar no resultado final. Com a pressão relativa, que compara a pressão interna com a
externa, isso não acontece [5; 11].
Na avicultura, com a introdução dos galpões fechados com pressão negativa, onde
é utilizada a ventilação por túnel com o emprego de exaustores, cria-se, no interior do galpão,
uma pressão menor em relação à pressão externa ou atmosférica. Na Fig.4, tem-se o modelo de
pressão negativa por exaustão, no qual o ar é retirado pelos exaustores no final do galpão e entra
pelo início deste, puxado através do vácuo formado pela força dos exaustores [5; 8; 11].
dimensionamento dos exaustores ou entrada de ar como mostra a Fig.5. Identificar esses fatores
fica mais fácil com a leitura da pressão relativa em diversos pontos do aviário [5; 7].
Um sistema desequilibrado faz com que ocorra uma ineficiente troca de ar,
causando assim áreas onde a velocidade do ar será muito baixa, aumentando a temperatura,
criando de gases nocivos, e dificultando a troca de calor das aves com o ambiente. Em
situações extremas pode levar as aves desde a desnutrição até a morte.
mucosas, ele se dá a partir da decomposição microbiana do ácido úrico que é eliminado pelas
aves [13].
No Brasil, não existe uma regulamentação que trate do nível máximo de amônia a
que as aves podem ficar expostas, mas estudos mostram que, acima de 60ppm de amônia, pode
causar à ave uma predisposição a doenças respiratórias, infecções e mal-estar. Uma
concentração de 100ppm traz às aves uma redução na frequência respiratória, atrapalhando os
processos fisiológicos de trocas gasosas. Em situações extremas nas quais a ave fica exposta a
concentrações muito elevadas de amônia, ocorre a irritação nos olhos das aves, em casos
extremos, pode levar à cegueira [8; 13].
A criação de aves em confinamento é um fator agravante no que diz respeito à
geração de gases, principalmente de amônia. Fatores como umidade, calor, fezes de animais e
pouca ventilação criam condições ideais para a geração destes gases. Um equilíbrio entre o
conforto das aves e um ambiente que não propicie a geração destes gases é um desafio que vem
fortemente sendo visado na avicultura [13].
O ambiente úmido, quente e com excrementos das aves cria o cenário ideal à
geração destes gases. A Tab. 5 mostra a quantidade de cada gás gerado nas semanas do ciclo
de criação das aves.
Tab. 5 – Características físicas e químicas das fezes, cama e cama acumulada de frangos de corte [13]
2
TKN = nitrogênio orgânico e amoniacal medido no laboratório pelo método Kjeldahl.
3
Cama = Cama de frango removida uma vez por ano e acumulada em pilhas. O material usado como cama é
maravalha.
30
2.3.6 Iluminação
A iluminação, assim como as demais áreas da avicultura, teve uma grande evolução
nos últimos anos. Essa evolução passa não só pela tecnologia empregada na construção das
lâmpadas ou luminárias, mas, também, por uma mudança de papel dentro do processo de recria
das aves [14;15].
A iluminação tem vários conceitos que são de grande importância para um resultado
eficiente, como:
Iluminância;
Fluxo luminoso;
Eficiência luminosa;
Intensidade luminosa;
Refletância e
Emitância.
Assim explanados nos subtítulos que seguem [14].
31
2.3.6.1 Iluminância
Sendo sua unidade o Lúmen, o fluxo luminoso representa o total da radiação emitida
por uma fonte de luminosa, e em todas as direções. O lúmen representa a quantidade de radiação
emitida em uma abertura de um metro quadrado sendo feita na superfície de uma esfera de 1m²,
sendo que a intensidade luminosa dessa fonte seja de 1 candela. Sendo, assim, uma unidade de
lúmen [14].
Como o fluxo luminoso não pode ser repensado em Watts, pois é uma função da
sensibilidade do olho, a potência luminosa representa essa grandeza, sendo a relação entre o
fluxo luminoso e a potência em Watts consumida por ela.
Normalmente, a potência luminosa é a mais utilizada em projetos para a
determinação das luminárias e o dimensionamento dos cabos de alimentação. Os fabricantes
normalmente utilizam esta grandeza como referência em seus produtos, para determinar sua
eficiência, mesmo que, na maioria dos casos, não seja a escolha correta [14].
2.3.6.5 Luminância
2.3.6.6 Refletância
2.3.6.7 Emitância
É o quanto uma fonte superficial emite de fluxo luminoso por unidade de área. Sua
unidade é o Lúmen por metro quadrado [14].
Em princípio, a iluminação era usada apenas para uso das pessoas que trabalhavam
na propriedade, normalmente em trabalhos noturnos, ainda não sendo vista como ferramenta de
auxílio para uma melhor produtividade. Em pequenas instalações caseiras, a lâmpada
incandescente era usada para aquecer pequenas quantidades de pintinhos, por seu alto poder
calórico [15; 16].
Com o início da criação em confinamento, a necessidade de um sistema de
iluminação eficiente passou a ser fundamental ao desempenho das aves. Com o avanço da
tecnologia e das pesquisas sobre as aves, a iluminação apresentou novas funções que se
33
A avicultura, em seu princípio, teve como base a cultura familiar, em que as famílias
criavam as aves para consumo próprio e também para usar como moeda de troca por demais
insumos. Como já citado anteriormente, teve sua expansão em meados da década de 70. As
melhorias no setor avícola só foram possíveis graças ao avanço da tecnologia, principalmente
aquelas voltadas à Engenharia Elétrica. Com o aumento expressivo no número de aves por
metro quadrado, o volume de insumos e equipamentos utilizados para suprir as necessidades
das aves, desde a alimentação até o abate, teve inúmeras mudanças para adequar-se às demandas
da cadeia [2; 3; 4].
Dentro da cadeia produtiva de criação de frango, o emprego da tecnologia não se
restringe à criação apenas do frango em seu confinamento, a produção de ração, recria de
pintinhos, abate, transporte, dentre outros, foram diretamente afetados pela evolução e tiveram
que acompanhar as inúmeras mudanças que a cadeia vem exigindo, a fim de propor a melhor
eficiência na produção da carne de frango [2; 3; 4].
boa ambiência, tornou-se imprescindível. Os volumes de insumos tornaram-se cada vez maiores
e a mecanização dos processos veio naturalmente [4; 17].
Um aviário de porte médio aloja 40 mil aves, levando em consideração que o
consumo de ração por quilo de carne seja de 1.65, num ciclo de 45 dias e com peso de entrega
na casa de 3 kg, esse aviário consome o volume de 198 toneladas de ração a cada lote. A água
usada no processo de recria atinge um volume muito considerável, chegando, em dias de pico
para o mesmo aviário, mais de 55 mil litros, a potência instalada de um aviário para manter essa
estrutura funcionado é em torno de 60 KW, o que traz ao sistema uma carga considerável [2; 3;
17].
Assim, os aviários passaram de simples construções para subsistência e fonte de
renda e emprego no campo. O que atraiu muitos investidores e, hoje, a avicultura encontra-se
em um patamar de modernidade. Este avanço trouxe consigo a necessidade da adequação das
instalações a essa nova realidade. A Engenharia Elétrica passou de auxílio à necessidade, em
sistemas fechados de pressão negativa, no qual a refrigeração é feita por meio de exaustores, a
energia necessita ser fornecida de forma ininterrupta. Na maioria dos casos, nos aviários de
pressão negativa, já contam com geradores de energia a diesel para casos de falta de energia [3;
17].
Os aviários passaram de simples instalações de criação de aves a pequenas
indústrias rurais, e, com o aumento no consumo de energia, veio à necessidade de adequação
do sistema de alimentação de energia. Nos aviários de pressão negativa, os custos com energia
já representam a maior fatia do orçamento, de modo que trabalhos para o aumento da eficiência
energética são de grande importância [4; 17].
Como todo o sistema trabalha em prol do conforto das aves, e essas têm
necessidades que diferenciam a cada dia, cada vez mais controles automáticos estão sendo
introduzidos nos aviários, de modo a colaborar para uma melhor eficiência do conjunto.
Conforme o tamanho dos galpões foi evoluindo, como descrito, o crescente número
de aves por metro quadrado trouxe junto a necessidade de mais insumos e equipamentos para
proporcionar o ambiente propício não só à manutenção da vida das aves, como também o seu
melhor desenvolvimento [17].
35
3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
3.1 PLATAFORMA
3.3 SENSORES
A pressão dentro de um aviário não é uma variável que afete efetivamente a criação
das aves em si, como ocorre com a temperatura, por exemplo. A pressão relativa dentro de um
sistema de criação de aves, onde se opta pela pressão negativa com exaustores, é importante
para identificar as possíveis anômalas e/ou falhas do sistema. O acionamento dos exaustores
com as entradas de ar fechadas pode, por exemplo, danificar a vedação do aviários, resultando
em entradas de ar indesejadas e desequilibrando a troca de ar, causando zonas onde a troca de
ar é prejudicada [13; 19].
O sensor de pressão deve atende as seguintes características:
Faixa de trabalho de 0 pascal a 6000 pascal;
Precisão mínima de 5%;
Meça a pressão relativa;
Encapsulamento que permita trabalho em ambientes mais hostis;
Compatibilidade com a plataforma escolhida e
Custo x benefício.
Com o aumento da quantidade de aves por metro quadrado nos galpões de recria,
muitos problemas surgiram, a criação de gases nocivos decorrente das fezes das aves foi uma
delas. A cama de aviário4, associada a humidade e fezes dos animais por meio da fermentação
cria estes gases que se não controlados causam danos ao desempenho das aves e pode leva-las
a óbito.
No entanto, os sensores que medem essa grandeza são mais difíceis de se encontrar,
e tem um custo associado muito maior que os outros deste trabalho, justamente por essa
dificuldade. A difícil calibração, e empresas com a tecnologia de fabricação para o mesmo,
ajudam a aumentar o seu preço de mercado [11; 19].
As características para este sensor devem seguir:
Faixa de trabalho de 0ppm a 100ppm;
Precisão mínima de 5%;
4
Cama de aviário: nome dado ao material usado para forrar o chão de aviários, normalmente é utilizada a
maravalha ou casca de arroz.
42
Detecção de amônia;
Encapsulamento que permita trabalho em ambientes mais hostis;
Compatibilidade com a plataforma escolhida e
Custo x benefício.
3.3.6 Iluminação
Nos sistemas fechados com pressão negativa, por ser totalmente fechado para que
possua o mínimo de fugas de ar, a iluminação depende totalmente de um sistema artificial, o
correto manejo e dimensionamento deste é de fundamental importância para o desenvolvimento
das aves, uma iluminação deficiente causa problemas como sonolência das aves, perda no
rendimento, desunifomidade.
Os sensores de luminosidade hoje são amplamente difundidos na indústria
principalmente a de tecnologia, o que trouxe uma diversidade de sensores que medem a
luminosidade, porem a medição em um ambiente controlado é mais dificultoso, porque deve-
se levar em consideração que o equipamento ficara estático, e assim não servira como critério
de medição do correto dimensionamento do sistema de iluminação que deve ser medido em
vários pontos a fim de detectar partes com baixa iluminação [14; 16].
Basicamente o sensor de iluminação, neste caso, servira para identificar o manejo
empregado no sistema de iluminação, desde os períodos de cortes para descanso das aves a
variação da intensidade da iluminação que porá ser expresso em porcentagem.
O sensor de iluminação, para que atenda aos requisitos mínimos do projeto deve
ter:
Faixa de trabalho de 0lux a 5000lux;
Precisão mínima de 5%;
Encapsulamento que permita trabalho em ambientes mais hostis;
Compatibilidade com a plataforma escolhida e
Custo x benefício.
sensores mais sensíveis, e da mesma forma permita de forma fácil o acesso aos componentes
para verificação do funcionamento básico do sistema é de grande importância.
A partir da montagem do sistema e teste básico de funcionamento dos sensores a
instrumentação aplicada a calibração e aferimento das grandezas medidas é um passo crucial
para que o projeto possa alcançar o resultado esperado.
Como os ciclos na avicultura duram em torno de quarenta e dois dias, o projeto tem
um prazo estimado de duração de seis meses, a princípio, se tem a ideia de colocar o projeto
em funcionamento em ao menos dois lotes. O que leva a dois meses para montagem e teste e
os quatro restantes em funcionamento definitivo.
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Etapa esta que servirá para você evidenciar as conquistas alcançadas com o estudo
e indicar as limitações e as reconsiderações. Além disso, você poderá apontar a relação entre
fatos verificados e teoria e mostrar a contribuição da pesquisa para o meio acadêmico,
empresarial e/ou para o desenvolvimento da ciência e tecnologia. Além disso, você poderá
sugerir temas complementares a sua pesquisa para estudos futuros.
Responda aqui a sua pergunta-problema de pesquisa (esta que deve estar presente
na introdução).
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REFERÊNCIAS
[1]RIBEIRO, S. Líder mundial, Brasil vende carne de frango para 150 países.
EBC,2015.Apresenta textos sobre mercado agroindustrial do Brasil. Disponível
em:<http://www.ebc.com.br/noticias/economia/2015/09/lider-mundial-brasil-vende-carne-de-
frango-para-150-paises>. Acesso em: 31 ago. 2016.
[2] DE ZEN, S. et al.Evolução da avicultura no brasil. Informativo CEPEA, São Paulo, n.1,
p. 1-4. Quarto trimestre de 2014. Disponível
em:<http://cepea.esalq.usp.br/frango/custos/2015/01Jan_Abr.pdf>>. Acesso em: 31 ago.2016.
[3] BELUSSO, D.; HESPANHOL, A. N.. A evolução da avicultura industrial brasileira e seus
efeitos territoriais. Revista Percurso - NEMO, Maringá, v.2, n.1, p. 25-51, 2010. Disponível
em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/Percurso/article/view/9855>. Acesso em: 4 out.
2016.
[4] WILKINSON, J. Mercados, redes e valores: o novo mundo da agricultura familiar. 1.ed.
Porto alegre: Editora da UFRGS, 2008. 216 p.
[6] FELTRE, R. Química. 2.Ed, São Paulo: Moderna, 2001, v.2. 417 p.
[7] YOUNG, Hugh D. Física dois: termodinâmica e ondas. Tradução de Adir Moysés Luiz.
10. ed. São Paulo: PEARSON, 2003.330 p.
[9] RUAS, Álvaro Cesar. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. São Paulo:
Fundacentro, 1999. 93 p.
[12] GLOBO RURAL. Abate de frangos cresce 5,4% em 2015 e é recorde, diz IBGE.São
Paulo,2016.Disponível
em:<http://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2016/03/abate-de-frangos-cresce-54-
em-2015-e-e-recorde-diz-ibge.html>. Acesso em: 27 set. 2016.
em:<http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/91032/1/final7197.pdf>. Acesso
em: 27 set. 2016.
[14] MAMEDE FILHO, João. Instalações elétricas industriais. 7. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2007. 914 p.
[17] A HORA DO POVO, A automação cresce nas granjas brasileiras. 2014. Disponível
em:<http://www.ahoradoovo.com.br/por-dentro-das-granjas/noticias/?id=593%7Cautomacao-
cresce-nas-granjas-brasileiras>. Acesso em: 29 set. 2016.
[18] BACK, Nelson. ; OGLIARI, André. ; DIAS, Acires. ; SILVA, Jonny Carlos da. Projeto
Integrado de Produtos: Planejamento, concepção e modelagem. 1ed. São Paulo. Manole,
2008. 601p.
[19] THOMAZINI, Daniel. Sensores industrias, fundamentos e aplicações. 1.ed. São Paulo.
ÉRICA. 216p.
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Apêndice se refere a tudo o que foi produzido por você: tabelas, gráficos,
fotografias...
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