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ProjetD

PERGUNIE
E
RESPOf\JDEREMOS
ON-lINE

Apostolado Veritatis Splendor


com autorização de
Dom Estêvão Tavares Bettencourt, osb
(in memoriam)
APRESENTAÇÃO
DA EDiÇÃO ON-LINE
Diz São Pedro que devemos
estar preparados para dar a razão da
nossa esperança a todo aquele que no·la
pedir (1 Pedro 3,15).
Esta necessidade de darmos
conta da nossa esperança e da nossa fé
hoje é mais premente do que outrora,
;.;:. ;::.
.''''- . '. .~ .... visto que somos bombardeados por
numerosas correntes filos6ficas e
rel~iosas contrárias à fé católica. Somos
assim Inci tados a procurar consolidar
nossa crença católica mediante um
aprofundamento do nosso estudo.
Eis o que neste site Pergunte e
Responderemos propõe aos seus leitores:
aborda questões da atualidade
controvertidas, elucidando-as do ponto de
vista cristão a fim de que as dúvidas 58
. ""~. . .: dissipem e a vlvênda católica. se fortaleça
- _ J ... no Brasil e no mundo. Queira Deus
abençoar este trabalho assim como a
equipe de Veritatis Splendor que se
encarrega do respectivo site.
Rio de Janeiro, 30 de julho de 2003.
Pe. Este.,,1o Bettencourt, OSB

NOTA DO APOSTOLADO VERITATIS SPLENDOR

Celebramos convênio com d. Estevão Bettencourt e


passamos a disponibilizar nesta área. o ex-celente e sempre atual
conteúdo da revista teológico - filosófica "Pergunte e
Responderemos", que conta com mais de 40 anos de publicação .
A d. Estêvão Benencourt agradecemos a confiaça
depositada em nosso trabalho, bem como pela generosidade e
zelo pastoral assim demonstrados.
283
o Homem na URSS

Marxi5mo, Comunilmo
e Criftianlsmo

o Primeiro Estado Ateu


do Mundo

"Oedaraciõn de los Aneles"


SS. Trindade : F6rmula Pawl 1

Millria Goretti; Slnt. por Entanoi'

"O que ~ Religlio"

o Poder d a Mente

NOVEMBRQ.DEZEMBRO -1985
PERGUNTE"e RESPONDEREMOS Novembro · Dezembro - 1985
Publicllçlo ""ANIl N9283

Diretor·Responstvel: SUMARIO
Esthio Iknencoutt osa F.la um grand. e1tudioto :
Autor • R. dator d . tod•• m.tll ria
O HOMEM NA URSS.....•••. " ....•• 447
publicade ntne' Ptlri6dlco
Diretor·Admlnlstrador A c:onstnt. pqunti:
" MAR XISMO, COMUNISMO E CRISTIANISMO :
O. Hlldebrando P. hWtins OS B DESAFIO Ou DIÁLOGO?" por G. Rosa • •. 461
P.... onde vai a Alblnla?
Adminlst~ _ didribuiç:lo: OPRIMEIROESTADOATEU DO MUNDO 473
Ediç&s Lumen Chrlstl Sobre I Teologia da Libertaçio:
Dom Gerwdo, 40 - fP. and. r, S/501
" DE CL ARACION DE LOS ANDES" • •.• • 480
T.I. : (021' 291·7122
Caixa postal 2668 Frente às Testl munhude Jeovi:
20001- Rio d. Janeiro - RJ A SS. TRINDADE: FORMU LA PAGÃ? ..• 486
Um livro que fal.alto :
t
"O QUE RELIGIÃO", pór RubaJl'l Alves.• 496
Assinatura de 1986 (paga até " Processo" ao Processo de Cenonluçio:
31112/1985) : Cr$ 80.000
MARIA GORETTI : SANTA POR ENGANO? 506
Para pagamento da assinatura de
1986, queira depositar 8 impon.ln- Fala I Santa 811:
eia no Banco do Brasil para crédito COMUNHÃO NA MÃO . ..• • • •••.•••. 512
na Conta Corrente n~ 0031 304·' Doi" Livros sobre
em nome do Mosteiro de São Bento
O PODER DA MENTE ••••.•••.••..•. 514
do Aio de Janeiro, pag6ve1 na Agin·
eia d. Preç. Mlut (n~ 0435) ou en· Rei&9Õ_ sexuais e praur:
viar VALE POSTAL pagável na "REPRESSÃO SE XUAL, ESSA NOSSA IDESI
Agência Central dos CorRios do CONHECIDA" pot'" Marilena ChIUI . ..... " 522
Rio de Janeiro. Por uma "Erótica Cristã"':
"SEXUALIDADE, LIBERTAÇÃO E FI:. •• • 525
Jaus: RevolucionAria PoUtieo1 ••• " • " • " . 531

RENOVE QUANTO ANTES


A SUA ASSINATURA
NO PROXlMO NúMERO
284 - Janeiro - 1986
COMUNIQUE. NOS QUALQUER A Crise da CltequeY. - Entre O Homem
MUDANÇA DE ENDEREÇO I a Mulher"" 10. von Hlldebrand). - " Probll 4

mas de Bloetlce" (A.C.Vargas). - O Direito


ao Foro Intimo. - A Escola P.rticular : Sl~nl.
Composi9lo .1 mpreaIo: ficado.
"M.rques Ser.lv."
Santos Rodrigues, 240
Rio de Jeneiro COM APROVAÇÃO ECLESIÁSTICA
Que nos Diz o Natal 1

Natal 6 • fes\1 da En<:amação do Filno de Deus. Este se fez homem,


digniflcltIdo enormemente I natureza humana. Importe-nos aprofundar o
significado desta llfirmaçlo.

A dignidade do ser humano, capaz de dominar a nltureu que o cerca,


i' ere apregoada IHlcn p.ensadores grwgos. Sófocles. por exemplo, Im 441
I.C. escrevi, nl Sua ~ AnUgoRill:

"NUmfl'OSM si<) • ~vilhas da nlltur~za, mas de todJls a "";0' I o


homtm. Ar,.", do mttr• .. impttlido 1»10 ventO sul, o hOl"Mm aVlnç4 e
~. sob,.. • VlIgBS VOIUfflOS8JS qllfl ~m em tomo chl•• A divind«k SUl»'
riO( • rodll!. out~•• Til'" imonll'. ifHlS9Otlw/, ele Cons.gllfl cansA-I. com
seus MWkn. que, lIno ~ 1If/O, vio • VOltem pot dtN d••, revo/wnd041
com anllMis dI np eqiiin.,
arp1ssaros li""irO$, ~e OS lf)UM(h e aptura; 8$ hord6S de anima;s
RlVilgefIS e os scms ""tinhas do oceBIIO, o hOmtlffl inlleflrivo ."anha-Ds nas
dobfll de ,lida r~;dllS. EI, domine t.~m. por ~/o dtl .,m.dilhllS, o
."irN/ .,mte, montlHfhb; l o o cavalo rh paCOÇQ fdpudo, o homem hld.
conduzi-lo sob (I jugo qv. o mantém prwso dos dois /Mios, f.Rndo o mnmo
com o íncan:sJ1lt!1 touro dllS monranh.s.
Ef. uIH fugir d. jn'lfttidllS. .. dil!l PIIflOSM g&Kias ti dllS chuvas impof•
.tunas, poIs .,.l fecundo .m I«Uf$(JS• . ...
Todavia o autor verifica que, apesar do poderio de sua inteligência. o
homem nio consegui dominar a Morte (o Hadesl. Esta' inexo rável li insa·
dtvel; cf. AntllloN w . 333-315. Para OI gregos, precisamante a at~Mlla
ou a imortalidade distinguia doi deuses os homens; aquela era o pri.,il~o <Ia
divindade,lntrand'lIr/vel para os mortal1.
A litlntura bl'blica .do Antigo Testamento apresenta-nos no salmo 8
"melhante ex"~ do domfnio do homem $Obre 1$ demais criatura ... ,
com uma dlfer.nça, podm : o salmista vê em Deus a fonte da grandeza do
homem ; recordado de que este' imagem, semelttança do Criador (d. GI\ 1,
26-281, O judeu atribuia • munificéncia do SenhOf Deus as p,.nd;u do tio·
IT1Im: "tudo colocaste sob os seus pés: ovelhas e bois, as iWes do cju e os
peixes do oceano, , ," (SI 8.7-91, Todavia o Sillmista lamb4m diria com o
Clntor grego que li Morte' ,....mente indoma.,.l; o homem lhe sucumbe sem
poder Interpor recuno. (cf. Pr 30.151).
Esta imagem. ItlmlnOll e ao mesmo tempo sombria. do homam have-
ria de ser comple~. no Novo THUmento com a menQ91m de JesUI Cris-
44S
to. Sim; o Apónolo S30 Paulo apli<:ou o $18 ao Mel$ii$;~omente J~tJS Cris·
to realiu o pleno domlnio sobre as criaturas, inclusive sobre a Morte . São
palavras de lCor 15,25·28 :
"t precisr) que E/~ (r) Crisrr)) re;~ .,6 que r~nhlJ postr) todr)s 0$ seus
inimigos o«1lJixo dos $tlW pés. O úftimo inimigo. se, d~t'u(oo s.,i IJ Mo,·
te, pois E'.
(o Pai} colocou rudo oeblJixo OOS ph do Oüto• .. E, Quando to·
ou ilS coiSlJS Ihtt tilltlrem sido submetidll5, tm(ifa o próprio Filho u subflJtlte·
ri Àquele Que tudo lhe submettlU, pan que D~ st';lJ tudo 11m todos". Veo,
tambim EI 1.22.
Em Hb, 2.8 o autor la9fado lembra que a vitóri. sobre a morte 56 es·
urj consumada quando o ultimo cristão tiver ressuscitado.
Por conJeguinte, em Cristo 05 aspectos sombrios da poesia de Sófoclu
e do SI a se tornam lucidos. Nenhum adverstirio, nem o mais implacável, per·
manece in .... ncfll.1 ao homem, que' chamado a participar d. re$Surreição de
Cristo.
Ora cena lIeZ o Apóstolo Slo Paulo no Areópago, ou seja, na Atenas
de Sófocles, anunciou 105 filósofos o ideal do homem nOllO, recriado pelo
Cristo. Quando, polim, o otNiram falar de ressurrtiçio, est&rneoeran'l-l'lo e
'orlm-se embora; não entendiam .a noHeia d. vitória sobre. mone , QU'I era
bela demais para nia parecer utopia. sonho ou narrativa mitolóllica! Cf. At
17.30·33.
DepoiS dena experi~ncia, 510 Paulo dizia Que nada mais Queria saber
senio Jesus Cristo ... e .Jesus CriSto crucificido Icf. 1Cor 2.1sl .
Na lIIrd.de, a sabedoria humana nio ~ capaz de atingir o a~ano de
Deus. Est~ ~ IIrandioso demais para Que o homem por si só poua crer Que l
ve.dade. Nfo obstante, o Apóstolo o afirma ainda em outra passagem : " Tu·
elo vos penaocc : Paulo, Apolo. Colas, o mundo, a vida. a morte, as coisas
prnenUs e as futuras. Tudo é VOlSO, mas vós 50is de Cristo, e Cristo l OI
Deus" I1Cor 3,2t ·231-
A nós, çristlo$, o Nltal d. 1985 dirige mais uma vez a mensagem do
verdadeiro humanismo : 4 n.seqüela do CriStO, que se fez pequenino. em
plena obedifncia ao Pai, que nos I! abeno o caminho pu•• vitória dr. o
mais ferrenho dos inimigos, que li o Hada ou iJ Morte. Esta senda passa cer·
tamente pela sexta·feita santa, masl penetrada pela luz da imortalidade.

A todos 0$ nossos leitores e amigos desejamos neste Natal


a mais íntima participaçio no minério do Cristo com todas as
suas facetas, em penhor de um 1986 cada vez mais prenhe dos
vat ores ete mos I

E.a.
446
"PER(jUNTE E RESPONDEREMOS»
Ano XXVI N'?283 - Novembro-dezembro de 1985

Fala um grande estudi oso :

O Homem na URSS'
Em dntese: O marxismo pronwr.u li "IilHlnaç$o" do homem .ief!Mlo
I!oprimido tH11IS Mtruturu s6ci(J<f!Cooomic:. capiródistIJs. Eis, porlm, que,
sp6s "tenta IInOS d. f'fI9ime marxirtIJ nI' URSS, se v.ri'ica qUI! o homem so-
"'rico 6 krido .m ~us direitos fundamlmtair:dire;tos cHI pttns.,.. ~ir livre-
mente, de cultuar • lHus, de poswir bens, rll! e/~ros UfJ$ fOvrmllfltes. fi
julgl-los fi atl mt!SmD • •• do dittito df mo,,,, ds M:ordo com os dit/llnes d.
SIMcomdind.. O Estado, que dt!'o'fria deu~, s.undo M.rx, C«iendo
lugar;j u~SfJCJtdMks.m d6S:Sf!S 11 srm coaç.i:J.se hiPl!rtrofiou. tomando".
rxtl'tlmatMnff burocrático 11 ~rolO; o regi",. anrin.ru,,'lmpouo 80S cio
dMlios $Ovilticos só s. pode manter wfocMPdo li tIOZ dO povo medilll1t. li
farp das MINS. A hierarQuia da fgrei. Orradox. Rusu, 11 princIpio info!ns.
ao ng;nw nvlt!ri.fina d. Lenin, foi_ MJaprando aos poucos' nov. sirw-
çio. tomMJdo~. col6Jbonctofil do EstRlo INferia/i'fa ateu. HI. porém. nu·
rmfO$OS Crisllo, hH6is que rrsist.m ao '~fM e IJIlrrtl!ntllm 6 fi nio so~n­
te com "u tl1tlmunho de vida. ",., t ,mblm com sua PIla"'" difundida
atnn.06 de fW1, cllfldesrin. dita Sarnízdat .

• • •
A IIist6ria da Filosofia ITKKt,a que o pensamento humano re tem vol·
tado sucessivamente para o eOlmGs (fik»ofiagrlJj:ja). para Deus (filosofia me-
die'laU e para o homem !fi losofia modema e contemporAnea) . O mandsmo
ii!. p~S8mente . um c'lJ4eimen de penümento moderno <:ontemporwo
atento ao homem enquanto ser soeial. Velamos. pois. como é considerado
o ser l'1umll1o com seus di~rsos ~ctos Huridico. econômico. religiOSO. SO·
eial.. .I dentro do sistema derivado de Karl Marx e vigente nos pa{ws da
URSS.

E,,~ artÍ(JO 'H/dta da cond,~So t:h um ftrudo d. 54 r»glnlS da lavl7I do


Prof. Or. Gregorio R. de Yurre. da FKllldMh de Teologia de ViCloria
(fspM'lhaJ. O toollho originai, '$Crira .m espanhol, r~m por r(tulo "EI
Hombf'6 en ~.no d.I Oomun/sMQ" e dellfJ integnr as Ar. do ,fi? CoI6quio
Internaclonsl d. Filosofia rt»Iizado no Rio fhJ.neiro. de 30,01. 5.fJ8/85.
447
4 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

1. O homem e os direitos humanos

o funebmento úllimo do qual se deriva todo direito hlJmano segundo·


~rx •• o modo de produçlo. O Direito, a Moral, iI Polltica. a Religiio. iiS
Arces.. . sefiam t.oomtnos suscitedos e orientados pelas diveBaS formas de
produçio.
A modalidade capitalista, conforme Karl Marx, suscitou dum claS5e5
ant.g6nlc:as na sociedade: I do minante , possuidora dos meios de produção, e
• dominada, obrigada. vender seu trabalho em troca de sal6rio, porque ca,
rece dos ... feridos meios . A classe domiMnte 1:1;1 o Estado repreuivo pari
manUlr wbmiua I duse dominada.
Ao contrArio. a forma comunistil de produção,lI!X1Ínguindo aproprie·
dade I>riveda, el(tinguiria as elaues .:. o Btado meSmo; I sociedade e o povo
deveriam, ao termo da proceuo. atJtodirigir-se. O Estado existirã apenas n..
fase de trllnllçio da $OCied8de capitalista para I comunista, tomando o aI-
pecl~ de " dhtdura do proleurlado",
Eis, porim, que ~ re~lid" concrel~ tem desmentido todas as pAlvi·
16" de Marx : a pilttir d~ revoluçlo comunista russa de 1917, o Estado to·
mou pl'f'POrçGott nunca dantas atingidõJ5 e cercou·se de burocracia e lais des·
conhecidas at' então.
A rezia deste fenômeno, em grMlde parte, é a muaança da teoria do
Vireito que se deu na URSS, especialmente na era de Stalin . Com efeito ; em
vez de uma teoria do Dirfito:l objetiva (o modo de produç11) determinaria o
direito), Jose! Stalin adotou uma teoria subjetiva, segundo a qual a fonte do
direito' a ventado'! do Estado ou, melhOf', a vontade do ditador (Stllin),
pois, se al,.,ém p6de di zer : "O EstldoJ sou eu ", tal foi Sulin. A vonlaCle de
Stalin seria a do partido; a \'(lntade do ","ido seria a da classe e a vontado!!
da dISse prolet6ria leria a de todo o povo . Is;to acarretou uma invenio da
~ marxista; em vez de se ter a produção como fonte da ordem jur idicl,
social «I potrdca, estipula-1fl a vontade de Stllin como determinante do mo·
do de produçlo e tamb4m de todo o modo de penser e viver da população : a
ditadura comunista' Que daflfW as direitos 00$ ciditdios e lhes impõe uma
filowfi~ de vida al!!i, e materialista incutidl pelos meios de educ:1Çã'o e co·
munic:~o do par.,
Para justificar astl inverdo dos fatores, 0$ ;deôlogo. comunistas con-
temporâneos afirmlm que o Eltado Soviético, com sua vootade e IU_ leis, li
oi I,<pressio d . vontlde do povo. O povu se identifica com o Plftido Comu·
oistl; Mil, por SUl vez, subsiste na oliglrquiill.
A identiftC8Çio do Panldo eom o povo permite dizer que o regime co·
munista de partido ónico nlo , uma ditadura, mas um "regill1l democ:rjtico
popular"; o exdrcito, I policia e todlS aslnstitulç6es enc:arnarilm a vontade
do povu Inteiro. Este fito e,<plica tlmbllm que os direitos 1Iar.ntidos pela
Comtltulçlo Sovi6tlu beneficiem tio somente os militantes do Panido, fi·

448
o HOM.EM NA URSS 5

cando exduldos dos I1"eSlTlOS os cid.dios que 1110 compartilhem I ideologia


oficial; estes nlo serilm membros do povo propriamente di10S.
Notemos, alitso. que o leninlsmo favoreceu a .\lolução do marxismo.
Segundo lenin. I forçl motriz da Il!YOluçlo não 11 a reielç&Q do modo de
produçio capitalista avançado {Que nlo lXiltia na Rúnia dos Czar.,), nem'
• massil prolet6ria, mal, lim, uma mil10ria da illtelectuais, que perctbam 1$
possibilidades de uma revolucio em determinado momento e menlpulam o
proletariado atl alcançar a vitória final sobre a burguesia. Em toei. plfte,
alib. onde o comunismo vence, , o produto de ume minoria de revolveio.
njrios intelectuais qUI sabem manipular e milssa.
A ncya Constituiçãe. promulgada em 1977 sob o mandato d. Sramav.
é porta'\loz de tais c:oncepções. O seu artigo 7? assim reli ;
"'0 P1Jrtido Comunisra d. Uni60 Soviérica tia forfa que dirige t! orien·
t. a $OCi~lIda rov",rica; l o nücl.o do seu s;'ref1Jll polltico, d. OlfllJniz.çã.s
do EstiKJo, d. o"lI'Iiz~ sodai$. . . kmldo com a doutrina marxist.-I.·
l'Iinittll, O Partido ÍÀmurtilt. d,fina I p,rspectiva pnl dll dt!Senvolvirnento
da sodtJd.Mi., I! dirrrn'ZfIS da pollric. im.rior, ,xt,rior d, URSS. Dirige a
lJr.ndtI obra criadora do poro sovi6t1co. con"'re carlt" o(flnizMlo e cient/·
ficarrHI(lle fund~. SUl fut' ~fa wtdrill do comunismo ".

o c.p. 7t? dessa ComtiruiçKo Itbord. os direitos dos cid«i'O$, qve vim
a ser t'nt!f<Itnllnt. fictfcios. Assim, por 'J(~mplo, o 1IT• .,e ~rrh«:a "o di,..ito
di ".r ~ d~ SI( .I.;ro penl os Sovi.tn (consafhosJ . .. e parti os dt:rTldis dr·
gios ./.tivos do Estado". - Todavi. (ISo,. fIOde falar de tffelçlo, quando sd
existe uma ()~ impo$talMlo P8rtido único; ,m tlf CI$O, OpolflO pode M).
tar, sim., nio, por4m, MctJf~, ou sl.r.

O ,ft. 50 dI ""sm, Consrituiç60 rera: "Sio g.,6fltidss aos cidMf60s da


URSS as Jibttrdadtls d. pll,vra, imprensa, reuniio, comIdo, d#sfile , mani·
fmllÇio fiM rUlls". - Eis outrlJ f~ meramanre prof»9lndista, pois todos
os cidlldlot "ia comunlstl$ que .r4 ho~ tMtlram fazer uso d.ue direito,
fontm ancatar»dos ou f.~dos .. Qntros Ps/quiltricos ou a camrxn d. con·
centraç60 ou exiladO$. A n~ observkia de tal anigo ti iJustrada ".'11 ,xis·
tine;. de uma rwh cl.ndastifll d. pubficaçOlJS chamad, samlulM.das qU/lis
/'1HJ;t.s rim passado nlo,s6 de cidade em eidMl, n, URSS. ffII'S r.mb4m PlJf3
o .tt~ro, A fil»rd«lf de reunir·~ nio existe nol pa/SilS comurtistl$,
como ~m ilustr• • hisrdria do proscrito sindicato "SoJld.riedade" da Po16·
flia.
o an. 54 da O;mltituiPo d. '911 afi"".: "A inviollJbllidlde cb pt1SS08
• prantida • rodos os cidadfoJ d. URSS. NingWm ÇNNJ. SI' PIftO unMJ (Ia
Me de UfN dllCido judiei., ou do IJrOCIJT'M1or". - Ora s.tJf... qlHl mllh&s
d. ptS$OiJ1 na URSS for.rTf ·prtlUJI, exi(ad. e ._inadlr surnari"".nt..

449
6 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283(1985

IHm pode h.wr tribunais impllrci.i, na Rúu;lI. visto qUI ()J uus mfn'lbro$
No indiCMio, ""0 Partido li su~tof U decis6n dest~.
o tlrt. 62 .,im ,.u .. O'A d.ftls. d. pJtrill $ocialistall dtWer ,~rMio d.
rodo cldlJdio ih URSS"', - Nor~u q~ li mencionad. 11 "pI(ri. soci.llst. "
• n60 slmpltlstrttmt. "", ~tri.". A pJtrl. Id,mrilic.-u com 0$ mtlmbrm do
"-rtido CortlUnftt•. Mlnt. de fftto. proclamou: "'Os rr.bflhttdores não rim
i»tri." (Manifesto. em W.rke. m.rz. 4, p . ",9).
Vke, pois, qUI no rrumt;smo li pe$$OlI hUm<lnll StI rom. UtT16 ~ d.
soci~, itJ.nti fiQd6 com I) P,nldo e o ngitM comunifta, sob", cujo .Jt.,
I ucrificad• .. IibfrdKJ. dM IndivIduas li d. coletividad,. () povo IIstl fi ~r·
viço do ~rtido e dBs SUIS mtltas, li nio v;~·vtlSa.

2. Leis Soviéticas atinentes à Religiio

'o
o penumento maxistl li! vi5Cf:r;lrnll\te ateu, isto Implica oposiçio
In.uperiotel entre. natureza, o homem, I sociedade, de um lado, li DelA, do
ouno lado; aqueles seriam auto-suficilntes, I não neceuitlriarn de Criador
nlm Salvador. A aniquil..;io de todo tipo de ReUgilo é ~a"e de qualquer
~rollrama eomunlsta.
Em conseqúlncia, eis as principai11nvettiY8S do regime socialista russo
contra a Rellgllo :
1) Am 23/01/1918 umdlC~to do govemo leninisla estipullV' :
Art . 1~ : "A Igreja é separKla do Estado".
Art. 2':' : "A livre r.alizaçio de ri101 I'Ili9iolo, é garantida na medida
em que nio perturbem a ordem pública e nlo firam os direitos do. cidadSos
di República Sovidtlc.a".
Art. 91?: "A O$Cola é sePlfada da Igreia. E proibido o ensino de dog'
mas religiosos em estabelecimento de ensino do Estado , aulm como nas ins·
tituições do ensino particular, em que lia lecionadas mat'rias girais" .
Art. 12 : "Nenhuma asociaçio religiOsa ou ec!esiúticl tem o direito
di pouuir alvuml propriedade . Tambllm nio goZl dOI d ireitos de pessoa ju.
r(dica" .
Obse....... -se que, no caso, aseparlÇio de Igreja e Estado nlo se deve .n·
tlnder como nos pa(les ocidentlis, onde implica IiberdKle religlos.a para os
. divenos Credos. O Est.do Soviético 11 confeuion.1 ateu I tende. impor a
todos os cidadios • fl1osofia do ate(smo materialista, como se depraend. dos
subseqúentes decretos.
21 O decreto de 18/04/ 1929 hzi.a " rias restrições a atividades religio-
sas, exii1ndo que fossem promovidas por grupos devidamente !'e9inrados •
dentro de limit.s territoriais bem definidos.

450
o HOMEM NA URSS 7

31 A InStruçlo do 1961 formulava novou restriçÕes 80 registro de asso-


deçdel religiosas : o $eu car'ter "anti.govlmarnental ou fanxico" poderia ser
empecilho decisivo.
41 finalmente I Constiluiçio de 1977 ainda explicite em seu art. 52 :
"Os cidadlos da URSS 1im garantida I liberdade de conscifncia , isto l! , o
direito de proleu.r qualquer relilliio ou mesmo nennurna, d. ctlebr.r 05
cultos religiosos Ou de proPIIO.r o ateismo", E$te .nigo. como 58 vi, conce·
de 10 ateísmo um direito que não toca 11 religilo :o de propaganda. Sabe-se,
.li65. que os órglos de divulglÇio do Itefsmo (reviU" museus, CUl"S05 • • J
goum do fPOio dO' Estado Soviético; o ensino nas escolas' oficialmente
ateu, coagindo os alunos I profl'Uar O' ateis mo . Par•• Igreja não resta um.
escol., um periódico, um meio .udiO"lisual.
A liberdade de culto é cercead. de drias maneiras :
Nos novos s\.Ibúrtliol ou poyoidos , proibida a construção de lugarlH
di culto. Os templos, mo5telros e Seminários .ntigos foram fechados ou du·
truldos em SUl maiorl•. Em 1917 h.vi. n. RÚ$Sia 78.7ti7 igrejas I capelu ;
em 1941, eram somente 8.330. Por ocasiio da 5egundl guerra mundial
11939·19451 Stalin adotou t-'ticl! mais brandas, pois precisava de unir toda
a populaçio russa em torno do Ideal da defesa da pátria; em 1949, o presi.
dente do Comitli para OI Assuntos da Igrej. Ortodoxa mencionaI/a a existên·
cia de 22.000 igrejas ortodoxas. Todavia na .ra de KrU5Chev 11958·1964) re·
ÇfudeSCllu a onda arui·religiosa - o que redundou em 1echlfJl8nto de tem·
plO$, d,$1ruiçio de 'COf1es c outros objetos sagrados.

Estes dados eyiclenc;am que, IpeHr do que rezam os textos oliciais,


n lo existe na RUssialiberdade relilliosa. O Estado não ti neuro frente' Re·
ligiio, mas ' ·Ihe francamente hostil. como será demonstrado sob o subtítulo
seguinte.

3. O Estado e 8S expressões religiosas


o principio fundamental que INpira o Estado $ovi'li::o frente. Reli·
giio, , a sua vincul~ com o ~eísmo, filosofia oficial que (I imposta I to·
dos os cidadJcn da URSS. Sendo totalitirio, o Estado nlo se contenu com
o controle do comportamento exterior dos cidadb, mas quer dominar tam·
bbn o Intimo dOI mesmos.

3.1. Dois axiomas


Para apoiar as suas atitudes, o Governo professa dois axiomas :
11 A ReligIão' a 1'11'_0 'da cllncia. Com efaito;confarme a marxit·
mo, o munda • etemo e auto.. uflcitnte; a 'lida resulta da evoiuçio da albu·

451
8 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

mina. As explicaçÕe' religiosas atinentes .li origem do mundo e dos viventes


seriam fantasio.as, alheando o hom.m ao uso d a ratão como se tomasse
ópio ou como" fulli", ao estudo dos problemas das ciêneia natunile di
história. Esta ~ concebida em três estágios :.) o h~m prE-histórico ter' si·
do arrlllgioso; b) o homem orll'nlz.ado em sociedades, com lU. c:llI5Ms anta·
gOnicas:. criou I Re llgilo par. impor o dom(nio de uns sobre os outros; c) I
rupres.sJo das cl.ul' soci,11 acarretada pelo comunismo ser' tamb'm I mona
di Religiio1 . O Crluianlsmo, em particular, ~ tido c omo um conglomerado
de crenças orientais I mitológicas.
Aoontece , porim, qUI 111 ciincia nlo vf como explicar o uni'leBO sIm
que tenha tido um princ(plo. O movimento pe~NO que o milrxismo pol'
tula. nio , aceito pelos ,ianlistal mais .balizadO', de modo qUI a posiçio
at~ia do wment8 SI tom. um postol.do gratuito. m.
plrece entrar em
con11ito com ~ cil nci • . !:OQut conte"' um ateu soviético nos seguinte, ter·
mos :
"O qUf me (em. ,. I qlJtt . tuMmenttl o .ttl(vno parw:ttqlJttnt,nnun-
ciM à W!lTiMi". visto qUf nio enc8fl1 os f,ros e 0$ .rgumentos Que lhe conrr.·
diftm. Procura dM tlKpllcM;So 80 uniWlTSO _, nia o COIJSHulndo. oculruu.
int;al»Cid#<k... A impossibilidadtl dtl consrrui, o perp6tuum moblle2 foi dI-
morntrMI. cl",.t;n~mente. Somtlnttl os .ilttJUS"ia Ih. d.ram crWJito. Segun.
do eles, o sispma do uniwrso. dJtUtruldo sob,.. o princfpio do perpetuum
mobile, flStl em movimento dade sempre. um ffJCfJber energia sup/Bmenta"
Cfrr'mtflr. nlo sebfmos qUfm arA em .((O:a cllncl. ou os at.us. Podtl Stl,
q /M h.ja UtrM t,re,;" so/uç60. Mal I ;Mg4reJ que ar. quest60 nlo estl re·
solvida. Quando os ateus, mlnutndo-ftJ tJm suas convicç6tJS. d«I.liIm que
crhm n". "{}na' da ciind. e d. Idgica. /Mrece-mtl que . tio f'W".rindo o
CrtJio porque abundo dtl Tel1u1lano ti que eles nEo deveriam idtJntllic8r com
• ciinda. sue crençe no ..bsurdo" (.m Nluka i ~~igil 3,'962. pp. :xJs.J.
21 A Mor.1 revolueion'ria op6e-ll i MOrll criltf: O marxismo nega I
universalidade dos princ(pios da Moral ; cid, classe social teria a su.l:tica;
Ht•• ponanto, t v.rlmt no tempo ti no espaço, ao c:ontr'rio do que ensin.
o Cdsti.nhmo. Observe. . que a OeclarlÇio Universal dos Direitos Humanos,

, A tas. comunista I conctbids .priorisriClllMflce e conrrlldir.rf. por


minuciosas ~uJllIf d, Ernologl~ mod.,." ••ne,. os povos mlis pri'
mit/vos tlK/stent_ sobre li f~ da t.rl'ill ! comproval'illm que ttJis v/bos
proftllSsllm Uml fI monota(sta. Idmirindo um 0.(1$ que t~n~ a
n.tureza, V.jam4• • obra d. Willhelm Schmidt. ct. ESCOl. Anthro·
po$ d. Vi.". rAusrri.), tlntre as qwis: W. Schmidt. D.r Unprun, der
GotttsidH. 6 ...ois. li DI. St..lul\f der Pygrnaenvõlker 111 der Elltwick·
lu,.,soetChleht. dH MenteM". Stuttpff 1910.
2 Um s., ptnto em parp4tuo mowmanro.
452
o HOMEM NA URSS 9

promulOldl PlI. ONU em 10/12/48, não foi usinada pela URSS nem foi
publicada neste pari, wb o "",11)(10 de que SI trll,vI de d ireitos burgueses
I, por conseguinte, IUbVlBiv05.
Prllleamentlll • Mor.1 InIntimrl ,pf1lisenUda como Na Moral do prole-
tari.oo"; vino, porfm, que lSte 11 identifICado tom o Panlelo Comunista. 4 a
Moral do Partido ',em ídllm. inl1incia, I do seu Chef., Essa Moral prega o
patriotiSmo, qUI, propri.nwnte, significa no caso "servilismo lIO Partido",
Para dasenvolver sua açIo antl.rellgiosa. o Estado soviético dispõe da

3,2. Meios de propaganda. coerçlo


1. Em feftreiro <de 1922 foi crl.w.. Editora "O At..... u .. pat. difuslo
d ••scritos mat.ti.linas.
Por ocasIão do Natal du. ano, orglnizou-M o primeiro Carnay.1 des-
tinado I IIC.mecer • fest. crin'. O mllmo foi feito por ocasiJo d. P.tsco.
no ano segulnt•.
Em 1925 fundou-a a Up dos Sem Deus, devid.1O judeu E. 1'I1»II\ls-
kV e difusor. de du~ revistlS ,ntl.reIlQlosas: Bubolnik e Antlreliglomik
(Os Antl·religlosos), EISI Ligl çonçebeu um pllno de elCtlrpaçao de Religiio
que MI deMlnvolverla por eUpas Ité 1937, mas que redundou em fraçlS$O
total .
Em 21/0611941 A. Hitler começo.u a atacar a Unilcl $Qvi4tica. rj·°
pldo progresso das tropas naziStH levou Stalin a amain.r 8$ medidas perse·
cutórlas: em setembro do 1941 suprimiu os referidos periódicos e a Liga dOI
Sim Deus. Todavia em 1960 00\" ond.de publielÇÕel.,ti ·religioslS encheu
o parI.
2. A imposiçio da ideologia oficial do Estado tem P8n!cullrrnente em
mira as çrilnça e a juventude.
O Govemo Sovi'tico iA arrebitou filhos aos pilis porque eltellhes mi-
nisulVam educaçfo 18llgi05l. Um. siri. de entraves li colocad. para (lue as
crianças nlo sejam batizadas, Todo çldidJo rU$S() que solicite o Batismo PI-
ra li ou par. seu filho, tem qUI aprasantar uma autorizaçio do Eslfldo; lêm·
se visto pais que pedem o e atismo pilre seu filho com Ijgrimas nos olhai,
sem o obtlrem, porque n~ ap'lIoentem ao sacerdote o docuINnto civil M'
cessAria (mas recusado pelos IO'ilot8l). Apesar do tudo. é elevado Q nCt!Tlero
di batizados na Rússia; h' q ue m diga que sobe 00 montante: de 70% entre
• crianças. O fill bltiudO, caso 'Ija reeonhtcido como til. difieilmente po.
de galgar 05 graus de lnnruçlo superior; tlmbém fica praticõlmlnle I)(clu(do
do. postos mail vantajosos dI ildmini$t(ilÇio civil, do ElCirclto. da ordem
.:0n6mic. e industrial. ~ vilipendiado nos IUia,.. em que estude ou ttlba·
lhe; MlIU nome pode aparecer na Imprensa com ObseN1ÇÕe1 calun iosas ou
zombeteiru.

4'3
10 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

MS menores d. 18 anos prolbe~ iI participaçio nos culto' religiosos.


Nos dia5 dI latI' polícia impede aentrélda dos Jovens nas igrljas. Os livros
escolares slo sempre inspirados por princ{pios anti·religiosos; para entrar nu·
m. UnIYlnidadt:, o Jovem de .... tn.r profiS$io de 81.1 ('mo.
EM int.rf,renei. do Esudo n. educação. justificada pel. lJeg.ç1o
d. que • criança. WI famni. lio parte da sociedade soci.lina;.m conse-
qüência, a formaç50 doutrin'ri a da criança deve ser tarefa da ,ociedade $O'
citlina.
Semelh.,t8S obstáculos siopostos li assistência religiOH dos entemos :
rwm I'IOS "ospitai, nlm nas c.sas particulares' Ifcito aos sacerdotes ~minil'
trar os Sler.mentas lOS doentes. Nem mesmo após .. morte o Eltado sovilti·
co totlllllrio liberta os MUS súditos : não , permitido .ti famfli. ou j Igreja
realll1r o rito do .nterro;"tIS fIC11 cargo d. órgãos do GOl/emo.
TodO$ OI sacerdotes lim qla ser registrados nos rtSpec:tivos sovi'tes;
isto, porfm, nlo Implica aprovaçlo para exercerem o culto. O Governo tem
I1IC\.Is.do a plitlc, do mlnisdrio , sacerdotes e dikonos mais crrticos e ar·
rojados , tem favorlcido 11 Itividedll de mlnl$tros dóceis l pol rtlça ol1cI"I,
mas alnde anim somente dentro dos limites do seu lugar de domicnlo.
Pervunu-s, egora : qua l tem sido a iltitude especifica dos crinlos rus·
sos frente 110 marxiSMO?
4. A Igreja Ortodoxa1 e o regime
Podemos distinguir trê, fases nesse relacionilmento:

, I Período dê confronto
No in(cio d. re'lOluçio russa (1917) o Piltriarce Tik.hon e a hlerarquie
ol1odoxa conden,Y&m os violentol abusos cometidos por unin e seus l i'
guidol"ll : homidelios. Qu,ima ele Igrejas e objetos sagreclos .•. O $Imo $(.
!\Odo de Moscou tomou medielas pilr, salvar 11 innituiç6e'1 eli Igreja : reco-
mendou , entre outrlS coisas. que as paróquias e os mosteiros se transformas·
sem em sociedades de beneflclnda. que gozavam de existinei. IeQlI. a fim
de preservar os bens da Igraja.
A reaçfo fone da hierarQuia calou fundo n. popolaçlo russa e impm·
$10001.1 • autoridades revoludon6riM. que deram ordens aos seus JUbflt.r·
nos d. nio ferir Oli sentimentol religiosos do povo .
Toc:llvia :J Igreja Onodoxa se dividiu. Separou... do Petriarudo da
Moscou uma f.cçJo charmda " Igreja Viv.... lOS 23104/1923 : os MUI mem·
bros .. dizi.m progrflSlltll a propugnwam li colaboraç60 com o Governo

'Por Igr"_ Ortodoxa _nt.ndflmol OI criui'DI omnt.s qUflN:rtlpll,.",."m


d. &nt. SI fim conlflqülnci. do eis". do parrl.re. MiglAl CflruI~rio
de Cofllt.nt;nopl. em 1054. (I, criltks d. Róssi. «i_rl,."m _ essa tu".
rum.
454
o HOMEM NA URSS 11

.ma, lubmlu10 is exiglnci. do Sovlet Supremo , mlil amplas faculdades


para OI pmbrterol em detrimento da iurisdição dOJ Bispos, a extinção da
vida monastlcl a orl.nt~ liberal-racionalista no setor di fi, Ao. 03/051
1923, tal t.cçfo tomou I resoluçio de extinguir o Pnrlan:ldo de Moscou
como IncompoitrYll' com lÇUlciUarid«lt; afi,"""" ainda qUllOmenta o Go·
",mo comunista relliZI ntste mundo o ,.lno dos c4us. O movimento assim
oriundo contava com o pllno apoio do Governo de Moscou; er. o prelúdio
do Que Im nouos dlH .. chama uI Ignlja Patriótica" na China, na Tchecos-
1000jquil, na Hungria, etc.
O Patriarca T1knOt1 .ofl1lu dura golpe em con5llqüincia • acabou por
fazer uma wrpr..l'\dtntl "confissio" •. • . um. das muitu que na .r. nall-
niana. depois ocorreriam notõ paíSes comunistas, como mult.do eM tortura
" lavagens d. crlnio. Eis . confinlo de Tikhon:

comum como íI
.t.
"'rendo sido educMJo ~m sodtld.ch monarquista. encontrando-mil
sob • Influlnci. de ~tnJ ."ri-sovitltic. ílté q/H fui ptft(J, eu era hOJtil ."
pochr $othltlco" e h()frilidd fJMUV' 11 ~zes do arMlo passivo ílltQS
menslf!'m por ocaiSo di hz de Brn( em '91S, o sn*enY
bflÇBdo conr" o ptJ(kr MSSI'! mesmo ano. o plOtaro contr. o d«mo de
conf1tQçEo do: ob~rol P""OSOl da 'grej. em 1922. Todas. minhat eU";-
d«lu .nr/-co";ltius.lunrafnl!nr. com aJgumn falhlU, flSr60 expostas n •• r.
MlICuuçlo do T,;buna} SupremtJ. R«:OnhflCllndo. fundamentação d. d«/·
$60 do Tribunal que me julflOU, confo"". OI Mtigos do OXIigo hnal men·
cion«los ", ar. de IICtuç60, por atividade! enJl.so.,;lticas, I.mento atas
falras conrfl o regIme nWHI.cido • ,.ço ao Tribune/ Su~mo qUII me co-
mute. ptJM" irra~,,,,. abro/v. do encareerarMnta.
DtcIílfO ainda.o Trlbunll Sup"mo qtM, pera o futuro, jé n60 ~rei
um Inlm;go do PodtJr Sowfltico. Eu m6 afere definlti'Rmtnre 11 decidid.-
mente di Cont,..RavoIUflo dos Monarquilt. do Ex~mro Bnf/C() no lnee·
rio, do fJIIls".
ESt. "confisdo" foi assinada ".10 Patriarca em 16/06/1923 li publiCl'
da ~Io Jomallzvestia de 27106 seguinte.
O d.poimento de Tikhon, espontlneo ou forçado (nlo o sabemos).
provocou uml guinada d. 1BO'?na conduta d. Igreja Onodo)(a frente 10 Es·
tado boIchevist.; d. contestl,"ri. pllSSOU a ser submlsu , chegando I c~ r no
Mlrvlllsmo diante de um Estado decidido I aniQuil.r por C<lmpl,to a Reli ·
gilo.
Os últImos teml30l do Patriarca foram muito vigiados pela PoHcla, QUI'
G preMIU mais de uml\ttz. A lalid. foi declinando. l1i que morreu em abril
de 1924 oom alll pllwr. nos lQ,iO$; "A l"IOit. SlIi longa. muito d.n .....
Oos MUI "'nlrais participaram cerca de 300.000 peSSOll, qw o culdYlram
como um mllnir, um santo.

'55
12 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/ 1985

2) Em busca d. conciliação

Ao Patriarca Tikhon sue.d.r.m-se OI metropolibs Pedro d. Po~ans·


ky. Que acabou danarrldo, a Sfrgio Stragorodsky. Estll, preulonado Pilo
go",mo . . .Ioou 10$ 2410711927 a seguinte: OedarlÇio :
"Em nonw de rtN}, • nmu hie,..rqui~ • dos nosws lilis, dou tat."
munho, ".,.,nt. o POW SolliltlctJ. d. nossa Ul'IUrtI vontade d. urmtJ$ cid.·
dlos pJ,n.mnr, mPlitMlom dIs leis d. Unilo Sovilr/ca. dll urmos fiMs M)
IW Gol'I'f1JO , dI m.nrt,."os tor.lrmnte li ma~m dos I»rtidru poJ{ricos,
ih q~/qtMr .tlvld«h qu. poss. p"fudicM" Uniio Soriitlu H

Esta atitude do Patnutl Slrgio podia equivaler a um. l,pkIe d. Con·


cordata,ntra I Igreja onodoU8 o Govemo Russo: aquel. nio " Imisctli·
,I, em assuntos de ordem civil 8 polf,lca, e este nio interviria em quest6"el
intima di Igrll', Contudo o gHto do Patriarca suscitou hesit8Ç1llC5 c des-
confianças, de modo que MI abriu novo cisnYI n. Igreja Russa (o Intlrior,
dito "da Ig"'J. viva", SI extinguiria': dost. vez .ra a .1. tradic:lonal dita "jo-
..fina", que se separl'la lob. cMfia de Patri.rca Joseph PetrovvkV, de Le·
nlngrado: os diuidentft pnrferirl m enfrentar a pel"$8guiç!o • submeter.,. 10
Comunismo. O P.tri. rea S4rgio procurou Justificar sua atitude conclll.t6r1e,
m"emvio.
A Invado da Rússia por parte das tropas alemis de Hitler em 1941
contribuiu p.rll mlls ainda Iproxlmllr li Igreja Ortodo)(a e o Governo St.li·
nlnl; "lo somente Stalin suspendeu medidas persect.llÓrias, tamWm o P1Itri·
arca e)(primiu UlntimantoS I'.ri6tieos (IImbor~ sem filar do regime SOYi~ti ·
co e do seu exercito). Por acadão do 25?aniven;;lrio d~ República Soei..list..
(novembrCl de 19421 Cl Patriarca SIIrgio enviou um telegrama de felicitaç6es
• StaUn, VeiCl finllrntnte a morrer lOS 15105/ 1944 ,

31 Período de submisüo

Ao Pnrlarea StI'iio we»deu Alexis d, Leningrado , Este, no Infcio de


seu mTnlrt6rlo edelifstieo, for. eontr6rio 80 governo eomunistl ; mil p • .
teriClrmente se colocou 10 I Ido do Patriarca. Por OCI$lio dos funem deste
dect.rou: " Rogo. OIUl que 111. c:oncedido a nós, toUS d isc;:(pulos, Mgulr
com firme" inquebr.nt"'e1 a únice via que nos traçaste, e conflgurerof\Ol
80S ensln'lMOlol que nOI legiSle e QUI sio sagradOs para nós". Tlise"sinl·
mantos consinilm em gUllrdlr fid,lidllde 101 cinoM' da Igreja, respeitar
o Enado Sovlitlco.
Ei$, po~m, que am broY4 O novo Pltriarc. fez canceH5es ao Governo
St.Uni"lI. Cem tfelto, o primeiro ato p(Jblico do prelado foi o de escrever

.,.
ao ditador uma caru da lubmll1fo, em que dlzll :
o HOMEM NA URSS 13

"r,..lJ6lh.ndo . m PHflitA uniiD com o COIU#lho para os A#untOI da


'g,.~ On:odo}(~, lU mesmo e o $Inodo inniturdo ~fo ~tril/U d~funto M-
lammos seguros cont" lodo tipo de.rro' ~ faJws passos. Eu vos rogo, ho-
nor.bilúslmo ~ clfO Jo#ph Visuriowtch, qu. aceiteis t:1re tntemunho;m-
prrt}fl6f/O de Ç(}IIfi.nç. e c~ilis nM untimfJntO$ de profundo llmor. d. ,.-
conhecilMnto qur ."imam todOJ os tmmbrM IIt;VOS d./gl'tlja COIOCMkIJ sob
• manh. orient.po '~
A carta foi publicada pelo jornal " Izvestia" de 21/03/ 1944. T.I do-
OJmmto i ••Wm do q~ procurara o P'Hiarca Sér{lio, pois nia apenas pro-
meti. boa vl\1lnci., mas, sim, submi"lo.
Em 1946, após a vitória das arma ruuas ,obrll as ~Iam •• Aluis Ptdi~
aos seus fiéis a int.nliflclI;lo das orações 11m favor da nlÇio rum e de SUIS
autoridades "pnlsididas pelo sapientfssimo Chefa que a Providfooa Divina
escolheu. Instituiu par. dirigir a p4itria na .urada da prosperidlCle e d.
glória" (C.J. OUMONT, L'Egllse Orthodoxe RUI" Face 10 Communlsme,
em Cehi.n Id6ts.1 F0lC8s7-8, pp, 22·24.
Par. comemorar o 7f)l?nivemrio do nascimentO de Stalin. o Patriarca
'Alaxis publicou na Ravin. do p.triarcldo um. fotografia do ditador a uma
cana assinada por todos os membros do apisco""o, Que dizia :
"Ex/»rimtmt6mos 6m todos 0$ insrtm rt!s d8 nCWlJ vida civil. ,.,iglosa
bs "'$Ult~ positivos dt! I'Ossa sllbilJ dirt!ÇSo t! naõ podt!fTIO$ ocultar nouos
.nrimMtOJ. Em nOmIJ da Ig,.jiJ, n61 vos exprimimol, caro Joseph Visurio·
nollftch, no di. d. vt:ISfOS lt!tent. anos, nosso profundo IJf/rsdecíf'Mnro: 8,
10 dírigír-vos .stal C.IOroSN fe/iaraçOt!1 por ocni.o dttte dia tio c~io d.
significldo ~ra n6s que lo'O.f amamos, ~/t!V:lmos nO$U.f o~t$ ~/. cOflSlJli,
dfIÇio d. 1oO.\Uf (OrçiS • o be~r~r dI! nosu gr;mdtJ pátri. e fouVlmos o
horofsmo com o qu.I • fi. Sf!rvis. nds Intsmos nos iflspiramos em KJSSO
htrofrmo",
0..... dat. em diante, o episcopado ortodo"o aoeitou plen'mllnte •
pai ític. govamamenUI. inclusiv. as leis contrãtl.s • educaçlo religiosa t! ~
'1id. sacrament.1 dos 'h!is.

Alaxis teve como 5Uceuor o Patriarca Pimen, 10 Qu.1 o Prêmio Nobel


SOljeniuyn dirigiu um. carta de CIIn5Urill 10 servili5l1lo adotado pelo ,pisco-
p.Jo. Sob o pastorado da Piml n muita igrejas lo..am lechiJdll5 ou destruldas
por Kruschlv, f.to diante do Qu.1 o Patriarca declarou Que "as igrejas eram
fechiidaç livre e esponnnumenta" .
. Em fewereira de 1046 o bispo Michal Zemov convidou os fi'l. li votar
na 1151.a única IC)restntld. ~Io Govemo IImdi. de ele~io, .Iegando QUI em
nenhum paIs ", Igreja goza de condições dll existência tio hvorw.1s quan·
to na URSS",.,

457
14 "PE RGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

No plano intemacional, a 19rejll Ortodoxa apai. o Movim.nto Im bwor


da Pu instaurado por Joseph Stalin. Esta moção professa que • paz SÓ li
possivel no mundo comunista , pois este li essencialmente (jemocrhico ti pa·
cifico; o capitalismo seria o foco de todas as guenas. O Mo\'imento propug-
na o deurmamenlo aleg.ndo que I flUssia se .rmil para defender a pAZ. Se
a Rl.Iis il Interv6m em outros paiM! para impor HU domínio Itenham-Je em
vista a Hungriil, a TchtcO$lov'qui., o Afeg;nist'-:, • ,I. ela o faz par. oferl"
OH iljudil dlSinterenada ti amiga a povos atacados por infiltrações imperialis-
tas,
A u,. alturil convém nOllt que I hieurqui.. unodoxl russa tem llUl·
tado I teolotia da tibertaçio (TU . E isto por duas razões principais:
11 a Tl 1st" bem na linhaca política r.volucion.ria do Kremlin . Com
efeito; a Amirica Latina' objeto de especial atençio da Rússia comunist.;
orl a TL faz: o jogo do IlCpansionismo russo comunista;
21 a T LI!! apt. 11 provocar divisões na Igreja Cat6lica. Elta assim enfra.
quecida j6 nlo 5erá obstkulo i penetração do impe rialisl'T'IQ soviftico na
All'liric. l.tina.
Entande·se que a hierarquia ortodoxa, assim aliada ao go'Hmo sovié·
tico, ataque O Vaticano com vl!êmênei•. Foi o que se deu durante a Confe·
rência Pan·Onodoxa, de 9 a 17/01/1948. a qual d~ikou ao público um do·
cumento onda se li :
"(Os P./»sl umpnl flSrl~r.m do lado dos poderosos desce mundo li
contr., os dl~.s 11 explorMlos. Agora tilmbém o VilticJJfIO dirige sUlnlltivid.·
des conrra os inreressB$ dos trabalhadores. O VilriCiJfIO é o untro das intn··
gas int'rnl/Ciot1lis conrra os inte'~es das poros, pn'ncipalmtmte dos povos
e$llWOS; é o cemro do ',scismo internacional. O essencial d, Mor" uistll O
apelo de Nrnso S./~dor. carid«le. 10 pll$$O que o Vaticano I um dos insti·
gadOfflS de dUM fllRrras imperi.,lisras e toma arlUlmente pllrte muito .tiva
na imliMio de nOIllJ guerra e, de modo geflll, na luta pollt"ica contra a de-
mocr«:i, mundial" fActes de liI Confitrence das chefs el Rlprhent.nu das
EUli_ Autoc4ph.l.s orthodoKIIS rAllnie i l'accDon d .. $Olemnitá du 600
lme I nniversairt de I'autccéphalie de I'Eglise crthodoxe ruSJe, 8· 18 juillel
19481.
~ a clnsicl lingua.uem do I(remli." COM U!US chavÔls preconcebidol ,
qut SI fiZ ouvir atrav~s deste documento.
Notemos, porlm, que este ima!]em da Igreja Dltodoxl Russa domina·
da pelO comunimo nio representa toda a popUlação cristidlll Riasia. H.6
muitos e muitos fieis que discordam da subserviência da hierarquia; milhares
morreram em campos de concentraçio, enquanto outros aindaest30 sofren·
do seu martCrio. Sej. mencionado, i guiu di exemplo, o caso de Ivi Moi,"v:
ere soldado do exército runo. confessou publicilmente sua f~ em Crino. Por
causa disto, foi submetido a torturas para reneg" sua crança. Moiseev re·

4'.
o HOMEM NA URSS 15

eusou flZé·lo e Iscrel/tu • f.mllia : "k uudações de vosso filho ceUlriO em


breve . Proibem-me conhtssar Jesus Crino. As provações slo penosas e os so-
fr imentos nlo são fkek de M suportar". Por fim. foi lançldo no rio Volga,
ardi morreu afogado. Anm. porém, delpediu-se dos pais por cana, em Que
IscNvil : "Cumpre-nos mostra' como deve \/iver e conlportar-w um fiel, ••
R.:ebei aquela qUI talvez seja. última Sludaçio, n. tlrrl , d. vosso muito
humilde fjlho Vania" (transcrito d. Cahief1i du lWmizdl1, Bruxelas, dezem-
bro d. 1972).

5. Os Nossos Oprimidos

A revoluçio leniniste d. 1917 flHI com a bandeira da redençlodos


oprimidos: 101 camponeses prometi. I r.panição das terras ; aos proltt'rlos.
a libertlÇio IconOmica e pol(tic• . Aos JOVl"l Lenin dizia que veriam a auro-
r. comunitta, Isto l, Iltxtinçlo do Estado e do seu _pinto repressivo e a
flrtura d. bens provoc.eb pelo gr.~. desenvolvimento da forças produto-
ns.
AI;) cabO de settnt•• nos de regime comunista na Rúnla, qual. o
quadro re.11 - O que JCI IKtinguiu, nia foi o Estado repressivo, mas, sim, as
promewI d. Revoluçlo. ao passo que o Estado $E! hipertrofiou enormemen-
li.
O ex.pen5i!1orcomunina Rogel Garandy .ponta li trajetória desolado-
ra d. Revoluçio através dos skulol :
NA RellOluçKo terminou sempre com 11 cheg8d11tO pothr d. UfTN trr-
âlin cI_:. forte lut. dos ncravos cont~ ~us ".tron nio fíndoucom.
lI;t6,;. dos &'$C"""S, nw com .. i"ft.u~ do ft'UCÚlismo ;. /ura dos s.rvm
com" os unhom (eudais nIo dHemboc:i n:i viriSri. dOf "/'\IOS, mM na d.
bU"fMsi,; 11 luta dos ope~rios contra os burplWSlIS não se conclui na vir6da
dos oiHrlrios, mas, n. VRSS, dn.rTIboca no poder monopoliudo por uma
t«noburocrM:ia" (Afu,n,trv.. P..,is '972, pp. 80s}.
O qlH! aconteceu n. Rússia So\liítiea, ocorreu igullmen ~ em todos os
p.lsH de regime comunista; IStlS SUSCitaram nOlla onda de POIIOS oprimidOS,
aujeitos Aditadura mais totalit.6ria e Implac.6vel que a história jamais ccnhe-

Desde que se n-slUl ao iodiy(duo a liberdade 11 I inic:iltin tanto f\O


pen"" como no agir, desde que se 1l!CU$I ao homem o d ireito de propried.·
de (mediente o qu.1 ele dilat•• IUI .tividade peuoal), cri.," uma ,itu~
e
violenta por Nr c:ontdria h exlQéncias d. natureza humana . Inl eltado
de eoilll .ntinatural niG se podl mantar senlo medi."tl a Impl.nt.çáG de
VIStO pod.rio militar.

.,.
16 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/198\

"O pod.r é não somente o meio, mas a meta dos comunistas para QUI
possam mant,r seus privil~gios e SUl propriedade" (Milovan O."lal, ob. cit.,
p. 202). A propriedade comunina é o resultado daespoUaç'o da pessoa I ".
ta '19011_ $Ó • pode sustentar na b. ,. do poder mil itare nunca sobre a
opiniio popular. Por isto nlo exin. reglmo comunina que Ie fund.nwn te
na opiniio ml jorit'ri .. do povo, nem se pode recorrer I eleições livres em
pa(1 comunista, PO;QU8 .al torre de Babel, por ser '!bitrliri. 8 antinatur.I,
nlo se $ustentlriilem p6.

6. Conclusão
A oposlç60 emr. marxismo e Crinianl$mo nlo .tU apenas nas premis-
sas: aquele I parte do materialismo ateu , KI passo que este afirma Deus e I
tranândllincl •. A 8nt {tese afet8 tambfm o conceito de ser humlf'lo. O mar-
xlimo nega I tran5Cendincia do homem t, por isto, subordlna-o • sociedade
• ao Enldo. Ao contr.rlo, o Cristianismo concebe CI homem como um Ar
dotado de finalidade própria ou ch.nado I rnlizar-se em Deus; para o servi-
ço do homem, indiretlmente plfl o de Deus, convergem as criatur.lnfa-
riores, rodas l i inrtituiçc1es $ociai$ 8 pai [tlelS_
Marx COrTlllçou lua clrreira fazando I crítiCI do capliallsmo como slsta-
ma alienante. Ora ac:onteC:I .que as instituições marxistas 'lo atualmente as
Que alienem ou destroem o ser humano. poil odespojlm do direito d. peno
IIr e 8Q'ir livrement., de cultlvu a Deus, ~ possuir beq,l.g(timol, de e leger
seus govemantes. julgi·los, ad mesmo do direito di morrer segundo 05 di·
tames di sua consciincla. . Tal' a ironia d,lone; ui é verdadaira face di
IibertJÇlo ITIIrxista, à qual se contrapõe a Redençlo trazida por Cristo.

***

NOTA

A r""lito da RenovaQio Carilm6tlca IRCI publicamos em PR 287


Isetembro-ovtubl'Ol 1986, pp. 372-384 um .,,110 que aponlna falhas do
Mo~mento. Estas dizem respatto i RC principalmente como exina forl do
Br.il. Diante de judiciosas obHnra98ltS d. noaos I.itora, dilPQmD-no. 8
publicar .m próximo n"mero um .rtigo expondo. bel1.merinc:ia da RC.
EIta .em ,.almante ajudado "",Ito. fi",
crinio. 8 . . reencontnllrem com
Deu. . a Igreja.

460
Constante pergunta:

"Marxismo, Comunismo e Cristianismo:


Desafio ou Diálogo?"
por Giuseppe de Rosa
E:m s/ntne: O "'.G.de Ros. publicou valioso livro sobr~ Crist;lIf/;smo I!
M"rxismo, mosrflJndo I nJdjcal inco~ribilidMk de um com o ourro. "'em
mamo 'I mDd,Jidwl!f ",.;s fW;ffnrf!S de M.rxismo fogem .0 matl!riMÍlmo
Ir.u, báico dI K'rl M,,,,. As promtUIJ de comunismo novo, dif~f'I!I1re fei o
ta pejo ~urocomunismo , ,s".ciMmente na Ir~Jia.,,5o tnl1YJCem crídit'o. pois
nSo ,,",m Slr cumpridll um que u destrlRJ o comunismo; Id,rmis bam
wrifiClr que .rl hoje o comunismo. rendfl thtgMJo iIO poder, ~pn se de·
d,tOu f",.nhfllldvlnlrio d. nligiSo. Os crisrEos qu. Ipcilm o tn6ntismo,
Ilude",,", pois, em SIUl lTIIis rJ. wssenr. Inos de hisr6ri., o comunismo
nunca comtiruiu Uff)(l sociedllde jUlt. e fraterna, nus umpre reduziu., po.
pulaç-'!es dominwas j ",.is ~'fll" I!fCfiWÍdSo, com rot.' flSpezinhamtm rO dos
dintitos huntaoos. So~nte I ",.n,.m que respeite os '1llores rrlnscend.,,·
tlis da fJlJS$Oa B da socíMi~e, ctJlnD I do Cristianismo, podl! proporcionlr
lOS homttns , afmej8d. sociedd justa • (raterna. Os crisrMJS tnconrrlJm
no,.",., conç"r. e pnric. pa" 'tingir este idea' nll doutrjnasoc;al da Igrl':'
lI, que deve ser por tlles '1.'oriz.d... nio prrxuflm fora do Cristianismo so·
Juç6" q/NJ ntt!, e só ltlre,/hes pode oferear adequad,mente.

* * *
A questão das r.lacões ou di e .... ntull (ompatibilidã de Cristianis·
mo e M.rxismo volt. sempre A bail•. Os cristlos, e~ia lmente , IM tenta·
dos pelo marxismo n. medid. em que este parece responder à demanda d.
;l.I$t.iça loclal profunda"*nla impregnada no Evangelho.
Pare elucidar o problema. o PI. G. de Rosa S.J. escreveu precioso livro
publicado em Iraduçlo portuguese com o titulo "Mlrxismo, Comunismo ,
Cristianismo: DesaRo ou Oil10907'' 1. Est. obra conSta d, cinco clP(tulos; 1)
O que é Markism01, 21 A Igreja e o M~r.ilmo , 3) O PCl 'um Marxismo
" novo" e "diferente"?, 41 Os crinfol "marxistas", 51 O Marxismo. um dela'

1Ed. Cidedi! NotAI, 1985, RUII CeI. Alulino Carlos 29, 04006 SSo PtJvlo (SP),
"0 x 185 mm, 84 PP. - Co/~io "CMitlmos da Hu",."idlHie No .... " n9~
46\
18 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

tio para os cristios. Em termos sintéticos e muito claros. o autor mostra I


incompatibilidade de qu.aIQuêr tipo de aliança entre Cristianismo e Marxis-
mo Imesmo sob 11 forma do " Eurocomunismo"l. terminõln:lo com li enlati·
zação do desafio que o Marxismo propõe a05 criulos .
00 livro em foco .preSoentartmos uma sfnt~. realçando principal-
mente os c~ I1Ulos I, 2, 4 e 5 .

1. Que é o Marxismo?

NIo i fácil dizef" o que li o Marxiu1'lO. Com efe ito . existem pelo menos
trM Marxismos : o de Marx, o dos eontinuadores de Maflt e o chamado
"Marxiuno popullr", Consideremos cada qual de per si, dentes, porém, de
Que enio intimamente entrelacados entre si; o pensamento de Marx i sub-
jlCente. cfd. qual denu modalidades.

1.1. O Marxismo de Marx

NonoS. que K.rl MUlI ,h88JI evoluiu no decorrer dos longos .nos
de sua reflexio; tod.via o Mar)!. adulto (economista e tientist., é o mesmo
Mar)!. jovem (humanin. a filosofaI.
, . Mar)!. ~arte do l.'lril'lcíl:".lio de que "os filósofos n;io fizeram senio in·
lerpreur o mundo de diversas maneiras; o Que importa agora, é transformti·
lo" (1 , ~nse sobre Feuerbach).
Por col'l$eguinte. a pra)!.is transformaOora ou revoluciol'l'ria é priorit6·
ri, n. ,scol. de Marx. Eua praxis se baseia em pressupostos acerca do ho·
mem e da hist6ria.
O homem é um ser dotado de necessidades materiais, Que só podem
ser satisfeitas mediante objetos materiais; por isto li um ser corpÓreo e mate ·
rial, $em alma espiritual. imateri.1.
O tr~alho é O campo de aUlo·raalinção do homem; pelo trabalho, ele
se torna plenamente homem.
Ptlo tr.balho o homem tlmb~m faz ~ história. Esta nlo li: m.isdo qUI
um tecido d. fatal económicos, em que o c apita l e o trabalho 18 Il"ICOntram
par. proch,llir bens materiais.
luo equivale a diler que os f.to$ econômicos slo os fitos histórico$
bMtc05 I. estrutural, dos qUlis dependem todos os oulrOS ou a superestrutu·
ra (religilo, arte , direito, filosofia, política .. .I .
"O modo de produç60 da vida ~r~rial condiciona o processo social.
po,rtco _ sspiritu.tl da lIida. Nio ~ ~ consciinci~ dos hOlrWns qu. d~'ermiM
o $~U s~r, mil, ~Jo conrririo. i o ser soeia' qUf! d~termina a sua conseiin.
da- (1(;jrJ ~f)(, Crltiea di Eeonomia POlftica,PP.10s}.
Neste texto I)(prime·se I teoria do materialismo histórico : sio os fato ·
rei econbmico$ Q.... determinam a história humana. ou Uil, o p41n5lmento to
46:!:
MARXiSMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO?
"
o agir dos hOmens ... São os fator~s econômicos que têm a força decisiva da
história. O real é euencialmente econômico e a história 11 a tlistória dos fa·
t(lS econômicos.
Mas, por 5ua natureza. o real ~ dialético : a hiSlória n ão avanç.a de ma·
neira r.til 'nu, ml1 por afirmações e negações; estou geram ",me terceira '-• .
Iidade, que por SUl vez' contradiudi em 'ivor de noVi outri reilidade . . .
Por ino O materialismo histórico I , ao mesmo tempo, materi alismo diar'li·
co; no seio da história e xiste um movimento dialético, que lev•• revolução.
As afirmaçÕeS e negações ou edialllltica da história, em última an"ise,
vêm a ser lull de cl.sse$ - lulllll entre a classe que detem os meios de produ·
ção e quar .firmar·se em determinada situação opressora, e a classe oprimi .
da, que aferra o trabalho e tende a desinslalar a cllSse dominilnte .
2. Imerso n. histÓri., O hom.el'l'l é um ser "alienado", isto é. expropria·
do, "em primeiro lugar, do fruto do seu trabalho, mas depois também da sua
humanidade; a condição que o hOmem tem, é de não humanidlde" (p. 181.
H' quatro especies de alienação : na alienação religiosa, o homem perde a
si mesmo em beneficio de Deus; na alienação politica, perde-sa em benefício
do Estado; na alianaç'o civil, perde-se em beneffcio da burguuia, a final ·
menta na alien<IÇlo econ6mica perde-se em benefl'cio do capital. Por isto os
quatro grandes inimigos do homem sio Deus, o Estiido , a burgue5ia e oca·
pifaI. Por COf'Iseguinle. se o i'lomem quer reconquistar a si mesmo, deve des·
truir lUas forças .
Todavia essas forças não st acham no mesmo plano:a alienação religio.
n é produzida pela pOl{tica; Ufa, por sua vez, é o fruto da alienação social,
que vem a ler fruto da iJlienaçio econômica. Donde se seSUII que a alien;IÇio
econômica' fundamental ; abolida esta, todas as outras desaparecerio - o
que Quer dizer QUI! Deus, o Estado e I burguesia tambdm desaparecerio. ~
preciso , pois. revolucionar, estrutura econômica.
3. E em que consiste ti alienação econômica?
- Apresenta doiS 'SpeçtOl :
I) O operArio é alienado am ralaclo lIO $IIU protudo. Com efeito; mal
acaba de produzir um objeto, este lhe foge, porque se toma capital, q ue o
escraviza; qu.nto m. is o oper'rio·produz, tanto mais aumenta o capitar a,
por conseguinte, t.ntO mais cresce. sua escravidlo.
21 O operjrio' alienado no pr6prio ato de produção

- porque o trabalho permanece externo ao operãrio; este. trabalhan·


do, nio HI afirme, mas nega-w a si masmo, nin 111 feliz;
- porqu. o trabilho nlo ' volun tjrio, mn forçado ; o operjrio traba·
Ih. por necessidade;
porq.... o trabalho nio • para o oper'rio, mas para outram (o capi·
talista).

463
20 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

Como se vê, o trabalho ~Ii,nldo produz I! aumenta. propriedade pri.


vida. Esta vem I ser o fruto d, exproprilÇio do produto do trabalho por
parte do capitllista. Esta aproprieçfo ocorre, segundo Marx, do seguinte mo-
do: o 'talor do trabalho' o dinl'1elro nece»'rio pu. qUI o oper6rio possa IU-
m.n~r .. , cri.r seus filhos, que serlo trôlbalhlldores como ele. Ora, plr,
.Um.nhr um oper'rio e permitir-Ih. qUI eduque os filhos , baila o trabalho
de meia-jornada. Visto que o oper'rlo trabalh. uma jornada inteira, o tr.b.-
lho d, Mlgunda metade do di. é um plul-tr.lho ou um plul.y.lor. do qUII
o capita1lst. se apoder •. Com outru palavras : o operário. com o leu tr.ba-
lho, produ! mais do que o n8Ceu'rio p.r. viver e cuidar dos filhos. Es.te ",
maiS" fie. com o capitalista, que al'lm explora o trabalhador e apropria I li
o que a este pertence.

.
O.ntro d. tal list.ma, o pllil.valor nio pago ao operArio vai acresc.n·
tar·se ao capital; o capitalista poder. assim Blttorquir do operjrio mais traMo
lho, tomando"" CKla 'IeZ mail rico ls custal do oper6rio cada 'til m.1s po•
".
4. Todavia a classe operiri., c.da vez. mais .mpob~clda. SI toma tam·
bém cid. vez mais numer05a lpois a m&quina vai substituindo O operário nas
f6bficas). Ela vai tc.mando consci'ncla de que IIltá lendo explorada por uma
minoria cada vez m.nor. Assim 51 cri. um. situação explosivl, que amc~
Clda .... z mais o capitalismo. Desta forma o capitalismo Incerta em si mesmo
(I g'rmen que o I.vará .. morte. Esta morte hi de wr acelerada mediante a
provocaçlo dos trabalhadores à luta de CllSSIIS.
Quando esta t.rminar. haver. uma sociedadll sem classu, na qual cada
um poder' desenvolver as suas caplCidldes criadoras com toda a liberdade
dentro de um novo sistema econiHnico : o comunismo. O primeIro passo da
revoluçlo proletária seri a cotlQuina do poder poI {dco por parte do proleta.
riado, ou seja, a implantaçfo da ditadura do proleariado . Esta dever' ser
.fêmera, limitando-se ao periodo de transiç;io do capitaiismo para o comu-
nismo; Quando este for realidade, umWm nlo haver' mais Elfado nem ~II·
gifo (que é uma super-estrutur. do capitalismo). O homem comunista str'
auu ; o problema de Deus nlo o preocuparj ; nem ele precisar' do 6pio da
r.lIgiio para ocultar a si melmo alua trine l ituaç:io de alienado.

Com o advento do comunismo, Inct'rra-se a pré-história da sociedade


humana e abre-se a verdadeira história do homem, segundo Ka,1 Marx .

1 , 2. Os continuadores de Marx
Dentre os continuadores de Marx. o mai, importante 4 Lenin, tanto
Que a forma de marxismo mais difundida hoje 6 a do mancilmo-Ieninismo .
Lenin acrescentou notH proprlas 10 sistema de Marx. Tais seriam tI1
proposições: ai a classe oper'ria nio pode !ler deixada entregue a sua elPOn·

'64
MARXlSMO E CRISTIANISMO: DIALOGO? 2\

taneidede; e preciso incutir a ideologia da rt'lolução; bl e!u hj d. ser pbra


do Panido Comunista. que constitui a vanguarda do proletariado;cla dita·
dura do proletariado nia deve ser de curta duraçlo. pois lhe compete ex·
tinguir todos os exploradores e opressores do povo; d) o eteísmo nlo h' de
Alr apena:s crítica; senil militente, c:ombuendo ferrenhamente a religiio.
O marxismo foi·se dj'lIlBificlOdo outrossim' medida que se eXplndiu
no tempo. noesp&QO.
Em 1948, o Marechal Tito na Iugoslávia adaptou o listema ao contex·
tO do seu pais. preccnizando forte nElonalismo e, no campo econ6míco, a
IUtoganlo. Após a guerra ainda rellistraram.se a modalidade chinesa do
Mao·Tse.Tung. a cubana de Fldel Castro • • italiana de P. Togllattl [que se·
guiu ai pe:gadas de A. Grarmcí). li de A. Oubc::ek na prim.avera de Prag.u m
1968 (marxismo com rosto humono), a angolana 11 a moçambicana ... As·
sim o mundo comunista já nlo li uno e compacto, Mas as IU8$ diversas mo· .
dalidl des nio atingem a substlncia da ideologia marxista e da praxis comu·
nista. Todos os Panidos Comun istas hoje existentes sio mar xllus e leninis·
til; professam o materialismo histórico-dialético e a luta de classu, e com'
bate m implacavelmente a rtlligilo.

1.3. Marxismo popular

É o marxismo dos que nada I,rim sobre Marx .. '. mas referem,se a ale
como a uma divindade tutelar que, com a sua autoridade, garante a werda'
de do discurso coml.W'lista. As sua linhas essenciais $lo :
11 a dnmatizaçJa da 5ituaçio pnHfnte. Esta SI teni tornado 110 grave
que já nlo ~ possrvel 5uporti·I.;donde a absoluta necessidade da uma trans·
form. radical, O marxista nia $Ó tem conscifncia dtite pressuposto, mas
procura incuti·lo aos outros cidadios, disseminando indi90açfo e rtlvolta; $Ó
assim poder' nascer na sociedade o desejo de transformaçio;
21 a absoluta convicçio - QUase uma fá - de que, Quando o capitalis·
m:> for derrubado, as coisas mudaria radicalmente para me lhor, de modo
que v.l. e pana agora suportar todos os IIcritrci05 e)(igidos pel. revoluçlo;
31 11 pe:I1Ui!SIO de que ~ preciso descobrir 11 combater as CIlISIS da in·
juna Sltuaçlo preuntll. Entre estas, enio os exploradores do povo. Em con·
seqUincia, I luta de clesses • impl'1lscind fwe l, podendo mesmo lanç. mio de
meiol injustos, pois"o fim justiflCI os meios". segundo lal kieo lOllia.
Uma VCl e)(posto sumariamente o plnorama do maO(ismo contempo'
rinto, consideremos as atitudH dos cristlos perante o tnelmO .

2. Os crist50S diante do marx jsmo

A Igrej. tem repetidamente condenado o marxismo por ser um siste-


465
22 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

. ma ylsceralmente materialista e Iteu. Tenh~-se em vistl os pronunciamtn-


1<11 d. Pio IX (1849. 18641, Leio XIII (1878), Pio XI 11937'. do S. QHeio
119491. de Joio XXIII (1959), Paulo VI (1966 e 19711, al6m dos nulTltrosm
IIscritos de Joio Paulo 11 .
NIo obstante, ht cRulos que nio \Item incompatibilidade entre mar-
xismo e fi! católica I, por isto, julgam que podem aceitar o mt.rxismo I con-
tinuar criuios.

2.1 . Três posiçc1es pro-manc.ismo


As posições de tais cri$1Jos sio matizadas, mas podem ser inclu(das
num dos tr's Rguint" 9rUI)OI :
11 H' os Que vitm no milrxismo uma " cienci." di sociedide I um.
preMil d. luta revolueionlllria; laurr.m do marxismo o ITIdtodo par. In,Usar
cJentiflcamentt • sociedade capitalista. dntru/·la medi..,t. I lut. de clas-
ses. Nlo tenclaoem. porim, lderir ao materialismo e eo atefsmo mlne"u.
2) H' os "Crinlos pari o Socl.li$mO", que eoeltam 010 56 .... 'lise
marxista e a lut. d, classes, mas tam~m o materialismo hlst6rico de M.rx
conüderando-o uma e)(plicaç(o "cientffica" da história; rejeitam, porém, ~
ateísmo como nlo wmdo essencial ao marxismo,
31 Hj .inda os que abr,lçlm todas as principais, teses do marxismo,
embora de maneira crrtica, Aceitam o próprio ate(smo marxista no sentido
da crItica ti religiio, na qual vêem o "óplo do povo". Com ef.ito;odirtinguem
entre religlio ., fé : esta "ria a força propulsora da revoluçlo antlcapitalilU,
ao passo que a religlio IIria uma .titude rtlacion4ria e conservadora. Dium·
se "cristlos" porque acreditam em Jesus Cri5to, o Revolucion4rio quelU10u
pala IlbelUÇlo dos oprimidos e 4eixou uma mensit!lllm polftico-soc:ial. A
Ig~j. teria deturpado o papel . a doutrina de Cristo , atribuindo ..ht inter·
pretaç,io espiritual e religiosa, quando na verdade tem, antes odo mais, senti·
do s6cio..con6mlcollolfticC), A f6 dos cristios·marxistiS nSo é a da Igreja
cat6lica. mas é a fé relnterpreuda a partir das categorias rrnll'xistll; fiem a
Slblia " m.teriallsticamenw", isto f, tomando como refertlncial e medida da
julgarr.ntO o materi.Hsmo histórico; em conseQQincia, e$Vadam de conteú·
do ";rado as expreUl5es da fé: a Divindade de Jesus. a sua morte redentora,
• reuurreiçlD gloriosa. a Eucaristia ...
Como se vi, nem todo"os cristlDs que aceitlm o marxiUTlO 110 mar·
xistas na mesma medida. Notl-ll, pOf'm••ntre eles, \lndinel. a p-.s:1i' ,
_haçl'o IImpr- mais ampla das teleS mantiuas at'
adolar & cosmoviJio
marxista. A razla disto é Que o marxismo' algo de fortemente uniUrlo •
coeso; quem adota um de .. us apeclOs. 1C8ba; por aceiter todo o Ilstema,

466
MARXISMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO? 23

o motivo principal !)tIo qual tlis crhtlos se voltam para o marxismo,


~ o pressuposto de que en. , cientffico e eficaz para implantar a justiça na
sociedade!,
PerguntMllos agora :

22. Que diz9r?


fltamioemos as principais al'ijaçõn dos cristlos marxistas:

11 "No marxismo pode-se separar d. ideologia ~fI. o siseema de ."'.


li.. d. lOCiecbd,".

Isto nio 'é exato. Manl. leu e analisou I sociedade do leU tempo à luz
dos princ(piol do materialismo histórico. dialHico; l i premluls que ele
utilizou, nlo eram cientificas. ilto é. tiradas doi e .. perl'nci•• objetivamente
verific6vtis, mlS de natureza fi'osófica ou Ideolóllica. Isto 11 confirma . pelo
fato da que grande p,rt, dN previsões da Marx referentes ao futuro do capi-
talismo. deduzidas da 10'11" '·cientme." re .... l.rlm-A arrtJneas;com ,fel·
to, o número dO$ prol.tirlos não aumentou, mas diminuiu 001 pa(s8$ capin·
listas; eIS proletários 0 (0 " tomaram mais pobres, mas passu.m, em gr.nde
parte, parll a classe m~ia ; o capitali,mo nlo desmoronou . o socialiwo nlo
se impós automaticamente nos pa{", de capitalismo llVanÇado, mas fo i imo
posto pola fOlÇl (naAlemanna Orienlal, na Hunoria, na TclMtoslováQui •. , .I.
Vi-ie, pois, que li filosofia marxista 11 pane integrante da análise mato
xist.a d r sociedade. Se dena excluirmos o motlllrialismo nistórlco e dialético,
lli não poderemos falu de "anllli" marxista" , •

21 "A IUUI de claun nio ert' ligldl lO materialilmo histórico I di...·


tlco",

Tambtm esta proposiçlo é falta, A luta de classes, como a ConOlbe o


mUl\i lmO, ,.-t'
intimamentl lilJld. a toda • kleolOSlia marxista, da qu.1 é
conseqüêncla: tende' ditadura do prollt.rledo com ••limintÇio violtnt. <I.
dasse adverdrJ • . [)ar a am..rtinci. do hpa P&ulo VI :

"flntlJ glJ",. do marxismo, tal como 4 vivido conc,.tlJmtmU!, porhm·


se distinguir diversos II$pect05, , • Seria iJusdrio e perigoso ,""mo ~r.o
ponto d. '$qlJfleflr .IJ~ID fntima qw OI uns rMIlcMment• • • c/e lICfIit.r os
as
tt/envntos de IIIYliu marxista .m nco~r suas: r./.çõ« com. id«J/().
gi. I. ';ndI. de tnlr.r n. prlriu d. lute ch d - . . d. lU. intflfPlWt~
marxista, esqUllCMdo d. efMder M) tipo de soci«ilJde tallllir.ri" e vi~nf'
• qlJft ftte ptDCt!$SO conduz" {carta Ch:tosulma Ad..,!.". n'! 34},

467
24 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

Est8! dedos explicam que tamb4!m o marxismo dito "popular" leve: in-
sll'I$ivelmente o «:ri5tlo ao 8tefimo pr6tico. Q\lem se filia a um Partido Co·
munist.a, ainda que somente por motiv05 poU'leas, acaba aos poucos aban-
donando li te crist' I tomando·se na pr6tic. materialista e ateu.

31 "O at,bmo Mio ' __ ncial no INlneismo. Estll16 comtMt. '!I "Iiil.
io qUi ,,~a.o capitalismo. nJo. parlm, li teligilo como ui",
Esta afirmaçJo é errônea, como o provam a!: três Observilções seguin·
tes:
a' MffX foi pcuQllmente um &nau e OPÓSoie à religiio como 111. n'o
pelo fato de enar ptltenumen~ unida ao capitali$tTlo. Para ele, 8 retisiio ~
uma doençt do "p(rito alienado ; 8m doenç.a o impede de reaUzar",e plena'
mente, porque o tom. independente de Deus : "Quanto mais o homem se
envolve com Deus, tanto menos possibilidades descobre em si mesmo" (K.
Marx, M.nulCritos econômicQ·filot6flcos de 18441. Aeltistenci~ do homem
tlti9l, pois, ~ inllC;istênei. d. ~us, 'f;gundo Marx.
b) ConseQüentementl ., longo de toda a sua hist6ria, o m.O! ismo foi
ateu e antl·,..ligioso. Em tod. j:).rte onde o Partido Comunista sobe !tO po.
der, declara guerra i religião t persegue os cidadios que .. professem.
cl Nos últimos anos alguns marxistas fizeram uma reavaliação da cren·
ça em Deus ;assim E. Bloch, M. Machovec, R. Garaudy . .. chegaram. ver no
Cristianismo um. forç~ Que pode ajudar e favorecer o advento de uma.ocie·
dada socialista le isto com base na defesa da justiça social apregoada pela
Igreja). - t: de nOl.r, porim, que nenhum desw$ m.arxistas $8 fezcristlo;o
que Il"Ids pinlcia positivo no Cristianismo, nlo era o senso religioso ou a pro·

da f.
finia dos vÕl10res trÕlnscendentais, mas unicamente 11$ incidência. poHticl$
cristl; ora Ht.II$ nia constituem o ~ d. mensagem do Evangelho,
mas sio um corol'rio d. mesmÕl .
Também' de se notar que alguns PartidOS Comunis.tas. especialmlnte
o Italiano, afirmar.. m uhimamlnte que um crist"o nio s6 pode filiar-se ao
P.rtido sem renegar a ", mll5 que at' pode encontrar na f4 um est(rnulo pa·
ra a luta revoluclon'ria. - Observemos, por4m, que esta afirmaçlo foi feita
por Partidos Comuniuas qua nio SI aeh ..... m no poder; por iuo "lo ~ pode
excluir que lenhl sido faiu com o intuito de .rair OI cltólicos par. o Co-
munismo. Sabe-se QUI! os coml,mistas., 10 chegarem ao poatr, $Impre foram
inimigos mortais di ",Iigiio,
Oeve-se, pois, concluir Que, tanto em teoria como na r••lidade histÓri·
CI, o muxismo I visceralmente ateu .. Por isto nenhum cristlo lhe pode ade·
rir sem 'lQCitar o uefsmo. T.nto isto 11 verdade que os cristãos marxistas $I
declaram .teus, muito embora afirmem ilusoriamente que o seu l1e(smo
"nio UI ref.r. a Deus, mu a uma imagem e$Clerolilada, limitada, llianlntl
de Deus, como. aquel. apresentad. pela Igreja Católica".
Mereca especial atençJ"o
468
MARXISMO E CRISTIANISMO , DIÁLOGO? 25

2.3 O caso italiano ou o PCI

Os comunistas italianO$ propÕem realiza( um comu.,ismo diferente e


novô (QUI 010 iir. as concepções do Cristianismo). Pergunt"-se : pode·se.Jhes
dar crldito1
Oig.arnos que sio sil1l:llrOI ao falar d.$SC modo (o qUI significa grande
don de boa vontade par. o diálogol. Observaremos, po~m , que a sincerida-
de ou a nio sinceridade nlo muda a assineia do problllm.1l comunina; OI quIS'
tio se prende a termos objetivos, ou leia, li natur.z. intr(nsec. do comuni,·
mo.
Com efeito. O comunismo !'lia. pode abrir mio do rnllerialismD li do
M.elsmo militante sem deiurdlltlrcomunilmo . O Partido Comunista It.li.-
no, por mais diferente que se diga, contlnuiI.11 reger pelos moldes do mar·
xismo-lenlnismo. Par. comprovar isto, b.;u examin,r a maneira como tfm
procedido os comuni,as que governam Pr,feituras, Provlnciu ou regiões d.
It&l i. :

"N. JIRI pdtic. cU governo o PCI nia N ,.w/. Mnolut~nr. um p."


tido diferente, pois ~/e N camport. dtt ~ne;n pouco "d.moc,.t;t;6".
pouco plun/is(., confo,,,,. o dem<Jtflrf. m muitof fU(Js fi tfttemunhos,
Ef.tiv.n'Htn re, .1. rflld, • OCUp6f tOdof OS tspiIÇOS, nIo dflixMldo lug'f~"
outrlS forç. política!' culfurais, rende" exefC8r unv h*monis Cu/Ulf.'
• poIlriea qUMe absoluta 6 , dominar" vid, polfric.. soclll ri(J v.ur • • u ·
pilar qu. qwm não r~m • CNUi'iJ d. i chntldad. do Partido. nlo JegUe as
stJ,U dirrUins, ti INryin.JizMio nos Iug./'n de rr.Nlho e ntlS funçól1$ cU
maiO' prtIStlg;o ti influlnci." (pp, 61$1.

Como I QÚ8 ~ pode erltio acreditar Que o PCI. uma vez 'Iue tenha
çomeguido çonQuistar o Estado, nio M comportaria 8 n jytl euatal na ma'
neira pouco demo,çráticiI a pouco pluralista com Que hoje" comporta a ní·
vel municipal, provincial o u ~gional] r anto mais QUII:, no c.so de QUI viesse
a conQuistar o govemo, nJo seria mais obrigildo a "sallrar aS aparllncias" , cO'
mo' Obrigado a fazê ,lo agora nos govemcn locais, ' juuamente par aconvan-
(Zr os it.lianos de Que o PCI é um Partldo " diferente" e de Que, com o PCI
no gov,modo pais , a democr.cia na It"ia nio correria nanhum perigo (pp.
"",.
Em dntese, eis as raz~es pelos quais ma rxismo lsob qualquer de lUas
modalidadet) e Cristianismo nlo HI concllilm,

469
26 "peRGUNTE E Rf.5PONDEREMOS" 283/1985

2.4. Resumindo ...

o m,OIIJlTlo se aehaem contraste radiea' com". fi! cri51" com I 'Ii,1o


blbllc. do homem fi dJlsocledidt, porque
- 'materialista. atlu. NtglI ponanto Deus e tudo o que transcende I
madri." est' f«hado n. mais 10ul imanência;
- ~.~ •• liberdade d. peuoa humana e. por conS6guinte, nlo se pode
conciliar com. vislo cristl do homem, que faz da pessoa humana e da sua
promoçlo o fim da sociedade;
- promoVI I lut. I o ódio de dMSeS, que erige em sistema de IU1.
pot{tiCl. qUI, por conseguinte, nio • conciliável com o preceito Ivangllico
do .mor I todos, tlmbtlm lOS inimigos, I com a eonOl!pçio solid.rin. crlsti
d. iOCiedldt;
- levl , c;riaçlo de um. sociedade lutCrit!ri. li totalit'ri., que ab50r·
YI. peuoa no Estado;
- • um. forma de rel jglio "seculilr'''. como que uma "fi" . por MU c.'
r'ter totaUzante I, em particular, porque quer ser uma "redenção" do ho-
mem em rtlaçio ao mal qUI o alian•• transforma em niD.homem, em uma
promelSl "mel$llnlc." dt um. novI ordem soeill, nl qUilo homem nU fi·
nllmente for. do "reino d. neceuldade" e, port.nto,livra e plenamente RIS,
titu(do. 51 mesmo.
N.st. wntidO, o marxismo se: ergue como a .entftese mais r.dical 10
Cristianismo, porque coloca o homem no lug.er de Deus, este mundo no lu·
Gar do l'Iino de Deus e da ... Ida eterna, a "redenção" operada pelo proletaria·
do no lugar da redençlo operadll por Cristo, um meuianlsmo terrestre no
IlJ98r da promessl messilnica do Reino de Deus. ~ , numa palil'lra, a tentllti·
",a de 'Ialiu, na terra o ",ino do hOlNlm, em radical antítese com o Reino
de [},Jus (cf. pp. 37 ,).

3. O mancismo: um desafio
Se o Cristianismo e o marxismo nJo se conciliam entrl si , pergunta-le :
por que. nio obstante, tantos cristlos liderem 80 comunismo nu slo fone ·
menti tlnt~ 11 tililr" llI1e7
A rnpostll comp.....nd . dois apac tos;
11 De um lido, uls crinlos se iludem I respeito do rnarxiimO. Com
efl[to; nlo 101 d .......qlllOlr que o marxilmo nia éi uma ci.neia, mil UmI
Ideologia Que, 11 t.m lll;uns aspectos cientificamente dlidol, nio' ciend·
fica. o....e ...Inda Ilmbrar que o marxismo não conseguiu no passedo. e
nia conselJUl hoie. criar um mUl'ldo Mais justo e M.ls humano; por toda.
parte onda It ImpÔS, deu orlOllm a regimes tirinicos que espezinharam, da
maneira mais brutal, • liberdade e 11 dignidade da pessoa humana. Em vez de
Nr \.Im. mtJlllgem de libtrtaçlo pera a h\.lmanidade, o manc:i5lTlo criou no·

470
MAIOOSMO E CRISTIANISMO: DIÁLOGO'! 21

VJS , tlrr {Vlis formas de .sct8\lidio 11 opreuio. Tanto isto li verdade lJ.ue os
mlrxistl$ RlIis sensfveis criticam durlment. as realizações hirtó,icas do co..
mui'lllmo - em particular as invasões de paf$es do leste Europeu e da Ásia
- e auguram um "soci.lismo com rosto humtno", TodlVil ene ainda deve
ser invent.do por completo, porque nuna se realizou, apelar d. wr o C1)fI1U '
nllmo n\lls de MSSenu "0$ de uperiblcia. dominando os mais divenos po-
\/OI (grlndes I peq ...nos, tubdesenvo Ividol • altamentl indllltrializadosl em
todas _ panes do mundo.
Esta inr:apaeidade histórica, do mllrxismo, d. criar uma sociedade mais
Justa dnerll faler qUI os ctlnfos refletissem, pois que nele alguns depolj.
tam confi.,ÇI QUI$CI absoluta. ~ dI! ponderar qUI 05 fitos históricos nJo
aconttcem por acaso, mu seguem ",ma 100iel própriil, Se o marxismo em
sessenta anos 010 logrou cri.r uma só sociedade justas livre, deve haver mo·
tivo Plra Isto. Tal motivo nlD li extrinseco ao marxismo. mu se acha dentro
dele; sim, , 'por sua própria natunu:a. em virtude da SUl lógica inteml, que
o marxismo nlo pode criar uma soc/edldl mais justa e humlna. Com efeito ;
tlll.... d. um 'sistama baseado no materialismo ateu , que nlo reconhece va·
10r transcendente na penol humana e" fundlmenta nalutl de elasses, que
leva ncClSSlrlimante .. ditldura ou, como hoje se diz . ~ "hegamoni." de
UmI chmo fObre 11 outras e, porconsaguinte, 11 violtincia e à opressio.
2) De outro lido, os cristios simpjticos ao mar'lismo possivelmente
nunea tlntarem aplicar nl prjtica a doutrina social da Igreja. Esta procura
tM<!uzir do Evangelho .s normas de uma ética social justl e fraterna . Orl SiI ·
be-se que nenhuma motivlçio é mais fone do que a da fé ; nanhum Credo li
mais e'liganta do que o do Evangelho. Esta, portlnto, hjdl ser muitO mais
efieaz: do Que qualQuer ideologia; além do qui, h;l de atinar com o cerne do
problema Ou com 05 autênticos conceitos de P.SSOil humana, direitos funda·
mIIntei, do indiv(duo feito à imagem e wmelhança de Deus, valores imlldia·
lOS fi vllom definitivos . ..
Se no passado 05 cristlos nlo ~ mostraram plenamente abenos pe~ o
probllml social In/lo '11m lO caso di5Cutir as ra:d les momentãn • .., de tlllllll·
tuda), no presente nio Ines faltam motivos para se volur para o problema,
incentiVlcl05 por valiosos documentos da Igreja como 110 ,. Constituiçfo
GlUdium OI Spes do Concmo do Vaticano 11. as enc(clicz ~ter at Magn·
t,., PKllm lo Tem.. POlMol1orum Progmslo. Laborem Elllen:em, a Caru Oc>
togesirnl Advtniens, o doeum.nto sinodll sobn! a Juniça no Mundo, .lfm
das mOltipllS IXportaçõeS cio hpa Joio Paulo 11.
"AI dtlficllnci. e i ncOflMnci. drn cn'srlm não podem juuific<lr a des·
confi~ no Imin.""nro toc;.1 d. I,nj. ou o ~~ repúdio: rrwirD nvnlJS
pcxJ.m justifiCM B flCUSIIÇIO • Ig~/B de se h~, bande«lo Ç»r7I o lado dos ri·
cos li d06 ptXkfOtoS, contra os pob~ ~ op,;midos, Trerl'lf! Iqui de IJmI
ecuuçSo profundef'M1'It1l injusta, porqUII Ignortl toda • h ist6rill da Ign;',
pnuda I ptaent." (p. '91.

411
28 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1 985

Os crittlos nlo podem deixor de aceitar o desafio ClUf lhes é lançado


pelo marxIsmo. vi.to Que, nlSUI e.pacidad. de criar uma on::lem social mais
humlnl e rn.ls just., 'poIU em fogo I crldibilldade do anúncio do Evange·
lho. HIo de monrar aos mendnl' que o Evangelho nlo li só IsplriWll. mas
temblm .. t.mporal; mostrarlo outrossim que, embor. o marxismo propug'
ne kléi. hUlT\lnu .preclw.is. , i!\C. paz de oferecer aos problemas do ho·
mim soluçõ.s verdlder..... porque carece daquele "suplemento de alma w
que SÓ Cristo pode dar ao homem.

-Na "IIidMle, sOmlntfl Cristo, tnqUllnto t Deus n. infiniril $MJedori.


li potlncill da OívindMJ• • flnqwmo 4 Horrttlm na p~itude da hUmMlidó,
é CIlfJU d. $Slvill' todo hOrD8m li dll rtlSpondM" todos os HtJS prob!flrtIIIS, 50·
mBlte Cristo tem Pf/llvr_ d. vida .temB, qu. IN ao mesmo r.mpo 8S Út1i-
&* apanJI d. cri., um mundo m.fJ ivsro. m.is r,.remo. Por Isto somente
li (I c.rm, {IOCh IjutJ.r. proporaOfllJr ltOI probJlm# socillis soJuç6l!S w:rd.-
d';,.",."r. hununG qlA salltlflm todos os vaiam do hOIMm.
Por "ti nlZSo 4 iltA6rlo proCUflt' no fM"dstnO .qullo qWl os cmt60$
J' poawm Im MU$ Crl$to ~ 11. Jg,./a t qUf lJ marJCnmo ; rat!ic"m'mtt i n·
~pu ~ dN, tPeUr d. rod_ as 6UM pmmnslS, porqlM o l.u mat.,jaJj:f1tO
fICh. o hotr'Wm flum horizonte punment. terres,,,, o leu 1J~1MnO dt!SCQ-
nh«e o desejo mais profl/fldo do homem - li exlgincl. de lhuI ~ de algo
qu. m.~ Mim dll mat6rl•• do ttunpo - ; 0 uu desconhflcimt1f1tlJ do ~r4t.r
.bsolufO ih pessa. hUINfI. i~ d.fundlllNfltar t.ariCarntlflt. e eM g ••
nntir fi'prlticlJ li Iib.mMk e as liberdlldn, li $tu teorill da lut. d. classn
.prilioM • hUl1Wlklld. n. vor.m ifllem.J da ttiollnci. e d. conven;incl.
_ deslgW flf!c.urillmllnte no totliU,nlmD.
tJaus CriltO, . filo K'rl M,,}(; 6 o EWIfIgelho, _ nia O capital, que
ptJ(k , elv.r o ho~m. Mas sob uma condiç6tJ: que os crlltios crmlJm veffÚ'
d,;~""nte n. lftSurreiç60 de Cristo e na IorçlJ do Eraniflho, que é "podtlf
d. Deus P''' '
4a114Ç1o do homem" {Rm ',"I, e se .mpen~mC()mcon·
fiMJp " congfIm no '«,tido de cri., um mundo (NU justo e nu;, (ratemo "
(pp. 81,/.

Eis, .m pouca piginas. o valioso conteüdo do livro de G. da Rosa,


qUI! cerumente hll de Itr útil a grande ntJlTItro da leitortl.

472
Para onde vai I A1bânia?

o Primeiro Estado Ateu do Mundo


Em sintesll: Tendo cardo sob regiIN co,"u"irr~ ~m jan~iro d~ '946, li
Alb4"ia (~m ttxperirrwmrado dura perseguiçÃO rrligiosB. Nos prilTlf!iros ;mos
d, governo f11lIr)(in~, o Ch,!le de E$f'dv, Envtr Ho/(ha, remou nttgIJciar com
a Ign/. C.ró/iu. tod..via em rernlOs ;nllCeitlV6is, poi! umcion8vlI sufocI-l.,
pe'" criv um.lgre~ Nacion81 Alb""liI, rambllm dita "Patriótica" (como M
.,,..m;.çõeI-CIIt6Iicil!" criMiilS em vjn"os p'/Ws da Conina de Ferro). p,..
IMios, s~rdoru. li~s lo~m undo pmos.m cons~iHnciiJ de t:am~nhM
dífamatóri_; o clero foi pratica".nt. todo enc..~fiIdo. Final mente em
1967 O Go",mo dllClarou qUtlIl Albini••r. "o pri",.iro Estadc tOt./~nt8
atm} no mundo", Estado. por constguinrtt. oue nãO respeita a liberdade de
conlCilncil dos cidadios, I,,((!/iltntnre 111 (ltO niD sellCibilizou li opiniio
pilblica inrtlrnaciona/, que gwrrJou si/Indo quase gera! sobre o uso, De
'967 .os nossos dilJ$, .. shwçSo s6 tem rt1Crud,,:cido - " que tlqui'la/•• dei·
xar o palIO 8J1JlJnis sob ngime da r.rror. Nem mesmo íI troca de Chefe de
Esr~o. pelo fiJ1ecimento de Enwr Hoxh8, permite esper.Jr melhor fururo
~nt. Religiio n .. A/bãnia.

• • •
A Alblnia ê pa($ situKlo I SE da Europa, limi l ando-$e com a IU90Slá·
viII, li Grkil! e o Mllr Adriático. Tem 28.748 km 2 , a popul8Çio de 2.616,000
h.bit.nt" (19771 e a capital Tirana. Trata-HI de uma nação muito flK:hada "',
por isto, pouco conhecida. Todavia entrou em foco em abril de 1985. qUln·
do faleceu o seu govern.nte Enl.'er Hoxha, após mais de quarenta anos de re·
glme fortemente totalitário.
Imereu3-nos eICaminar a situação rellgiou de lal pai~, que vem • 'Ser o
primeiro Estado oficialmente ateu do mundo.

,. Breve histórico

Aos 29 de novembt'O de 1944 li Albinil emlncipou"" das lorças 11e·


mil de Adolf Hitler e das i1l1illnl$ fasei,,,,. que a ocupavam, torn~ndo-se in·
dependllnte ,como fora a partir de 19 12 após 40D 11005 de dom(nio turco.
O novo Governo era comunista. chefiado per Envef HOllha. Em jlnei·
ro de 1946 foi proclamada a Repúblicl Popular da Albânia. Em 1946, ore·
gime rompeu com a I ugosl,vi., Itê Cl ntio ,Iiada da Albinia; t<lrnou-se sl,é·
lit! d. Moscou .16 1961, qUllndo H voltou para a China d! Mao·Ts.e.Tung,
rompendo com. URSS; o Governo . lbJlnt!s IIdotou a linha do comunismo
473
lO "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

maofsUl, Que era extremamente dura . Em 1978 a AlbiniJ se deslioou tlm-


b6m da China e entrou numa fase de i$Olacionismo quase [0.31; as fontes ofi-
ci.is qUl5e nio dio noticias do que ocorre no pais; os iom.li~tas raramente
ai lem ingresso; ningu~m vi.ja dentro do paes sem O acompanhamento de
um int'rprete oficial.
es católicos na Albinia constituem 13% da populaçio , geralmentt r.'
sidente' a N,O. do pars . Os ortodoxos vi m a ser 19% e os muçulmenos,
67%
As noticias rl!ligiosH d. Albânla do muito escassas. Existi em S.nta
Cl,ra ICalifórnia, US.A.) um Centro Católico AlbInas de Informacões, qUI
difunde as notícias que possa receber do seu pais de origem, Em geral. enu
sio mais fidedignas do que ~ not(ei. políticas, pois o Governo tem Interts-
se em informar sobre a perse9UiÇio.,s católicos, tidos como os meis perigo$OS
adverdrios do regime e os mlli. tenazes consel'\'.adqnt$ dll sua
tr~içlles religiosas .
f'
e da suas

2, A situação religiosa
Toda I qualquer confisslo religiosa é ilegal 011 Albânia.
A história dI! Pll'$tguiçlo aos ciltólicO$ pode ser dividida em três eta·
plll :

1) De 1944 a 1948

A principio Hoxha Quis criar uma Igreja Católica Albanesa Patriótica


ou separad. de Rom. Icomo tem IICOntecido em vários pllints comunistas!.
Por conseguinte, em maio de 1945 C) GovemoelCpulsou de Tirana o Oeleg.·
do A.postÓlico, Mons. Leone G.8 .Nigrv. A seguir, convocou Mons. G~per
Thachi, an::ebispo·primaz. da Alb6nia, e Mons. Vincent Prendushi, arcebispo
de Durauo, para propor ·lhes li fundlçiO de uma Igrej. nacion.1 e d. edesio
inc::ondicion.11IO regime COmUniltB; em troca, oferecia·lhes uma "ltitudecon.
ciliadora" e auxllios materiais para sustentarem 85 inse ituiÇl!les ec"'il.ticas.
Os dois prelados se recusaram" proposta - O Que lhes custou li vida.
Mons. Thlchi morreu em 1946. em prisão domiciliar, e Mon •. Prendushi
foi eondenado a vinte anos de ttlbllhos forçados. que ele nio levou a termo,
pois morreu em 1949, encarcerado, 'PÓs horríveis torturas . Após O s.acrif(-
cio dos dois .rc:ebispos, o Governo se voltou p..a os sacerdotes : aos 21/06/
1945, dois je$U(tas que ellerciam o magistério. o Pe. Ti~o Gardin I O Pe.
Gjergi VaU, fOfam presos, process~05 MIm proteção jurídica 1 condtnedos
• vlrios anos de prisão .
O encarceramento d. saotrOOtl' foi pros.seguindo . Em começo de
1946, o Governo decretou. expulsão de todos 05 Religio501o n(o albaneses.
QUI Irlm mais de duzentos. Em 30/01/1946. dois lesurtas,um franeiseano,
dois seminaristas e treze leigos follm c:ondenedos • morte; a sentença foi
474
PRlMf.IRO ESTADO ATEU DO MUNDO 31

80S 4103. diante do cemit~rio cflóli<:o


executada dois meses depois, ou seja.
de Scutui, • OI seus corpos fcr4lm lançados numa fossa comum. Um rMS
depois dIste morticínio. todos os Institutos dos jesuítas foram fechados e iI
Companhia declarod. iIe9'J.
Hoxha empreendeu outra tentativa de separaree Roma I Igrej. da AI·
binia, Fel. • propcnta • Mons. Fran Gjlni, que respondi, pela Dele9lçio
Aponólica .pós .. mon. d, Mom. Thachi . O interpelado respondeu : " Nunca
separlrti d. SInta SI o meu rabanho", Todavia, temendo repredlia contra
os católicos, Mons . Glinl, I5crl"eu uma cana aberta a Ho"h., em que lhe
oferecia I collboraçio da Igreja Católica "para reconstruir O país, curar as
f.ridas I super.r as dificuldades do momento; exprimia tambim "01 esp'-
rlnçll d. qUi o acordo ICIrrttasse não s6 vantagens materiais, mas 'embim
alguns beneffcias espiriTuaiS para a Albinia" . - Hoxha ignorou a IMnAgem
e mandou prender Mons. Gjini, lCus.ndo-o de difundir propaganda antico·
munist l.Após um ano de tortur85 e humilhações, aos 8/03/48, Mons. Gjini ioi
morto com dlZojtO o utros membros do clero e do laicato. Um mh antes, fo ·
ram tamb4m condenados! mone outro bispo , Mom. Gjergj Volai, ev'rios
outrOS sacerdotes e leigos, .:usados de ser "inimigos do povo" . O mesmo
ano de 1948 foi marcado prlr outro duro golpe: jesultas, franciscanos e to·
diK as Congregações Religiosas sofreram a confiscação dos seus bens, lIt'
mesmo dos mais pessoais.

2) Ruptura com Tito e novas perseguições: 1949·1967

Em 1949 o Governo albanês teve de enfrentar problemas internos, que


dewi.ram sua Mem;io d.. Igrei.. Católica e de outros grupos religiosos. AI·
guns exilados albaneses na I ugoslávia se organizar.. m para depor Hoxha e o
seu rlgime, Hoxha 'MIo , desajoso de ganhar a simpatia dos católicos, dele-
gou o Ministro do Interior, Turk JakO't8, para um encontro com um leU co'
legil de escola, o franci$Cano Marin $lldaoi, que 5e achava num CIlmpO de tra·
balhos forçados no centro da Alb6nia.
O Mini)tro Jakova lamentou a " b«ltal" pai itica d a lugoslih'ia contra I
Ilrlja e o clero, e tarar11iu a frel.Sirdani que o próPf"io Govemo desejava
aproximar.. da Igr.ja. SurprHOdido por Ilis declaraçlSes, o franciscano
lIC8itou tom.r-se medildor entre o Govlmo e o únieo BispO villO na Albinia,
Mans. Bem. rdin Shllaku. dOI diocese de Pulti . Em con5lqiRnc1., o Sr. Bis·
po dispô5-W a conversar ço m o Governo, levando em conta OIS norm85 do
Direito Can6nico, O Governo pareceu satisfeito com • boa yontldc do pre-
lado, mas pilHe I fu er pntS5ÕeS, q ue levariam a uma 10lal ruplurado Caloli-
cismo alblnls com o Vatic.. no ; pariJ tanto, encarcerOU Ilguns s.cerdous
menos fledv.is_ Apes.. r de tudo, os cl161icos permaneceram firmes nos seus
princ(pJos, enquI~to muçulmanos e onodoll.ol aceitaram injunções do Go,
lllmo. '

475
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS" ~83J198 5

ApOs longas e dolorosas conwtrsações, o Governo houve por bem te·


conheecr a Soberania espiritual da Igreia e ~a Yincolaç~ a Roma. Todavia
a im!)(ensa comunista olicial hllsilicou o texto original Ltas declarações do
GO'Ierno 8 anunciou que e" avam cortados os liames eJ(isten~es entre. Igreja
Católic. n. Albãnia e o Vllic.no. Diante disto, os católicos. ofendidos, de·
nunciaram a falsa interprttaçfo e reafirmaram sua illCondicional fidelidade
ao S. Padre.
Embora MOns. Shllaku se tenha empenk.:lo por obter mai, lavcm'ver
atitude da parte do Governo, nada obteve : o ódio comunista se desencadeou
contra a Igreja e qualquer forma de reli~i lo. A perseguição ~rodt$CIu : en·
In: 19!:i5 li 1965 foram fuzilados mais de doze sacerdotes , encarcerados
muitos outrO, em prisões ou em campos de trabalhos forç~o$ ; foram inva'
didos escritórios de paróquias e dioceses; as cerimãnias religiosas Ior.m imo
pedidas ou perturbadas por agentes do Go~rno ; muitoscl"rigos foramobri ·
gados a \IIHer as estradas, trazenclo uma faixa sobre o peito, que dizi. : " Pe·
quei Contrll o povo".

310 ,.,Ipe final : 1967.1984


Ume nova fase teve infc:io com o discuno de Hoxha iIOS 6102/1967.
Tal alocução incitava todo$, mas d' modo espeçial os jovens, a combater aS
" superstiç6es religiosas" . Em conseqüência, as igrejas foram destrurdllS, in·
cendiadas ou transformadas em salões de baile , campos de esportes ou resi·
danci as de apilrtamentos; os sacerdotes foram maltratados e espanc.tos pu·
blicamente. A igreja e o c:onvento franciscano de Ararnadhe n l cid.de de
Scutari loram incendiados, f.recendo ,ntão queimados quatro frades . Aos
24/ 1011967 o jornal lerj i Populit anunciava triunfahne nte qUI " todllS IIS
igrejas e os lugares de culto hiIViam sido fl!Ch~ Ispontaneamantt paio
poYo" .
Segundo o jornal dos escritores .Ib.neses Nendori de noYtrntlro 1961,
nene 1If"l0 cerca de 2.300 ediHcios religiosos !igrejas, mesquitas, c.peles,
mosteiros... 1 loram depredados e leçhllClos ; 327 de tais CIISIIS penlncl.m à
IAf,ja Católica.
Aos 22 / 11/1967, o Gov,rno publicou o decreto n'? 4337, Que c.ncel.-
va todo e qualquer esUluto concem,nte à religião, tornllndo lISIim jl~ili .
mos. proibidOli todos os ritos religiosos ; Quem ousasse praticar algum. esta-
ria sujeito I duras penil$. Os poucos sacerdotes que ainda goziYam de liber'
dade, foram enviados pua campos de trabalho forçado a fim de serem "re ·
educados" . Estatísticas daquela e:poc. contavam 1.300 prisioneiros polCti·
cos em Burrel, 1.000 em $culllri, 4DOO Im Ballshi, 900 em V.lonl, 3.500
Im Miniizia, 1.500 em Tirana. além de alguns milh"IIIS de pessoas postllS nos
c.mpos de trabalho forçado de Berat, B. lsh. Bulei ze e outras localidades.
NKSe mumo .no d. 1961 o Governo declarou enfaticamente que a
Albinia era "o pri~iro Estado totalmente .teu no mundo". Desu maneira

476
PRlMEIRO ESTADO ATEU DO MUNDO 33

feria (I a"I9O 18 da Constituição d. 194B, que reconhecia iI todo cidadão


liberdlde de consciéoci~ I de nlligião. com o exe,dcio tranqüilo de suu pli-
ticas religiosas. ANm do que, o aovemo violava a ~[araçio Universal dos
Oi,.itol do Homem, assinada !)fI. prOpria Albinia em 1948,
Estes fllOI Infelizmente nio despertaram devidamente a atenção da
opiniio póbllc8 mundial. Apeo.,: o jornal L'OA,IVatOte ROn'llno li! um Co-
mitê crildo em Nova Iorque pelos cat61icos albanese$levantaram a voz.
Em 1972 OCOfrau ~ndil um filto muilo significativo da temão .xilten-
te no p.(s lIteu : teve como personagem centr.1 (I Pe. ShtjefenKurti. Conde-
nado I.mon, em 1945. tlV' I pena trocad3 por vinte .nos de prisio : liber·
tido em 1963, foi d. novo condenado, como recidiva, a dezesseis anos de
ullbllhos forÇ&dOI num campo de concentração. Quando cumpria a ~n • •
uma "nhor~ lhe ptdiu qUI lhe batizassl o filhO - o que O s.cerdote fiz M'
eretamente; todavia foi dem.nciado e. em conseqüenci •• executado com 7S
lno' de idade em 1972. Aos 5 /04 /1 912 , o cotidiano Zeri i Popullit noticiou
I morte do Pe. Kuni " justamente punido como espião, bandido e aventu·
reiro",
A morte do Pe . Kurti sensibilizou algumas pessoas e instituições. que
,,~ pU5er.m a defender os cll6lieos d. Albinia: o Cardeal Humberto Medei·
ros, de BoslOO (U .S.AI, Mons . Mark lipa. da diocese albanenonodoxados
Estados Unidos, a Conferencia dos Bispo$ CatólicO$ da Alemanha Ocidental.
as "Igrejas Unidas de Crina" nos Estados Unidos. Em respona ~s protes·
tos, o Governo da Albinia se voltou contra a União Sovi~tica, a Repübl ic~
Popular da China, • Pol6nia, 8 lugosl~via e outros par$es da Europa O,i.ntal
por CIU$l d. sua .tiludl anti·revolucion~ria em matéria religiosa (embora
tais pa(ses selam contr'rios ~ fe religiosa) .
Prosseguindo sua campel'lha. Hoxha em 1976 promulgou nova Consti·
tuiçio, cujos artioes 37 e 55 proclamam Quanto segue :
"AIT. 37: O Estado rUo rKonh«e nenhl,l~ religiao; ~riml,llil e desM'
yof~ , proPtlNtd, do ~re/$mo P"Il suscitar t1a hunvnid~~ I,II11ir vi$io do
mundo citmtrtica e rmt.ri~lista".
"An. 55: i plOibida a IVMI!ÇA(J de Qu~/qt.m' wci«JlIIi. di n~rvrez.
faseisr., anridemocritic., r.ligiosa I anti·socia/ista. ~ proibidas atÍYidades
I prolJll9lnda fllSCÍsr•• te/;giOR. belicos., anti-socilllisr•• como rMl'lbim I
provoc:.çSo M1 ddio /In,,.. PftS0~ I raças ".
Em junho de 1977, foi reformado o Código Penal, Que em $UIJ noVi re·
d~io inclui o _nigo 55 : eSle estipula que --a propaganda religiosa, a distri·
bulçlo ou CQMtll'Yaç$o de literllurl de ui genero" sia punidas com a prisão
de três I diZ anos; em 'pecl de guerra ou dentro de circun$lãncias agrav .. n·
tes. I pena m(nim .. é de dez InoS de drce~. podendo chegar ~ condenaçio
capital.
De ICOrdO com estas normM, em 1977 foi procetsado o frade 'rlocis·
Clno Mark CiJoni de Scutari, porQue era ponldor de 'Iulmplares da Bíblia ;
471
34 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" :!83/ 1985

o Religioso declarou que encoolfara tais livros em parqul.'S e na praia, deixa·


dos ali por turistali. Contudo ui ação foi tida como crimill0sa. 8 por iuo o
Pe, Gioni foj condenado a dou anos de prisão. Este processo sacudiu forte ·
menlt • opinilo pUblica albanesa.
Dois casos ainda repercutiram profundamente na população nacional.
Mons. Ernest Coba era atcebispo de Seutari, muitas ve zes condenado
i prisão. envi m a trabalhos forçlClos e internado em hospilai s psiqui' tricos.
ApOs tudo isto , exausto, doente e pobre 10 extremo , rttirara-5e pari I Casl
de uma velha ';!I mil,., sua em Seulari. AI celebrava a Min a h ocultu Quase
todos os dias. Aos 6/04/ 1980, domingo d I Pi5Coa, enquanto calebrava numa
salete escondida em casa, um grupo de jovens do Partickl Comunist~ deu en-
trad'. na casa I! descobri u o prelado em flagrarue ; espancanmollo entio com
cacetadas, que o d. hcaram des.acordado e sangundo no chio. Uma not icia
oficial encerrava O assunto ditendo : "Homens desconhecidos maltrataram o
.ncila Coba, que veio a expirar em sua própria residência" . I
Pouco depois, a opiniio pública foi l indl profundamente jmprenio·
nlda pelo cno do jesu fta Pe. Ndoc Luli. Este , em maio de 1980, batizou os
gêmeos de sua cunhada, ntiCidol num. Cooperativi Agrícola, perto de
Seutari, onde o Pe. Luli eUo8\la detido. O tlto foi denunciado ao Secretário
da c6lula comuni$ta e à Pol feia . Logo o sacerdote foi preso juntamente com
SUl cunhada. Em processo pUblico, estl foi condenada a oito anos de cárcere
e o Pe . Luli i prislo ate a mone. O seu paradeiro é deEConhec ido ; muitos
crêem Que tenha morrido em uma mina lubterrãnea, vrtima da famigerlda
Pol rcia secreta ISivtJrimil.
Atualmente O único Bi$po católico da Albânia c! o ancião Mons.Nikoll
Troshani, Administrador Aponólico de Lezha e Durazzo, retido no campo
de concentração de Tepelana. A Amnenv InternaciOnal, organização pua a
defesa dOs direitos humanos e a liberdade de consciêncill, pediu repetida .
mente a libertaçio de Mons. Troshani e d. sacerdotu e leigos ençarcerados
por causa da ' ei, Mn sempre sem result~o .

Aos 12/ 12/ 1984, a mesma Amnestv Internatiol\ll publicou o seu rala·
tório anua l intitulado" AlbJnia ; o encarc:eramento pol(tico e alei". O.nun·
ciava, antes do mais, as dificuldades que encontrava p.er. exercer sua obra
hum... il~ria ; o Go~rno mantinha em sagredo certos dados e restringia as
viagem para dentro • para for. do pais. Como quer qtJe seja, Amnes'v citava
05 nomes de cerca de 400 prisioneiros politicoc na AIWnia, al'm dos quais
outrOS aoõnimos haveria. Intei ras famrli.s haviam lido transferidas dai suas

I Segundo outr~ fonte , o '"to tr,;II ocorrido num CAmpo d. conun·


tnçio. H.",ri.m ".rticipMfo d, Mina, ocUl""..nr6, .gUIIs prisr",e;fM, filA
teria sido r;,mMm feridos' banonadas ~/, PolIcia.
478
PRJMEIROESTADOATEUDOMUNDO JI

regiões de origem para campos de internacio severa, pnrque um de sellS


membros havia conseguidO fugir da Alboini ••.. Os processos contra um ci·
d_dlo nlO duram mais do que um dia, segundO Amnaty. e r.ia se t8m note·
tia de que algum ac:usado hajJllido absolvido ; aliás, multas veus 8S ':lI5a.
ç6es aram formuladas em conseqüfnci. de uma armadilha montada por
.nt85 da Policia Mer.l. Sigurimi, Que induziam o cidad50 a criticar o Go·
.... mo em conversas particulares. AI6m disto, o relatório de Amn.ty d.iC... ·
vi, IS duns condições dos drceres, dosc.mpos de concentração I dl$ minIS
d. trabalhos forçados . vigiadas por tropas acompanhadas de cães ; ai a ali·
mentação era reduzida, os uniformes de trabalho eram trocados umil vez por
100 e as dOlnçlS gr'15h.m.
Em sum., 'evidente a desumana perseguiçio reliGiosa existente na A/·
bAni. : catÓlicos, ortodOIlO$. muçulmanos, ' ,estio rigosamente impedidO'lõ de
manlfestlr I sua fé. Tod.via eS11 nlo se Ixringue, como atlstam depolmen ·
tos fidedignos I o Própno Enver Hoxh. em alguns prouncllmentOl,
Muito recentemente correram nOl (cias de contato. secrllos do Gover-
no .Ibanis com países ocidentais, o que pode significar um começo de mu-
dença da poIltica estritamente fechada d . qUlle regime ; tal herlnltismo nia
se entende em nossos dias. visto QUI nenhum povo pode orescindir do inter·
cambio com outros pOI/OI : .a experiência desta verdade talvez ac. rrete ou·
trossim uml novl mentalidade no tocante /I religião , pois a PlrseQuiçio re·
ligiosa não' scnio uma efêmera e covarde damonstraçfo de for~ .

Este /lrtigo (oi caIeM/o no t~b8lho de G. RuIU; " Dove VI I'Albanilll",


publiClldo em "ú a vir. Qnolic." rf! 3233, 2103/7985, pp. 496 - 506.

• * •

"O homem é um caniço pensante ... Um vapor, uma gota de


água bastam para tirar-lhe a vida, Mas, ainda que o universo o es-
magasse, o homem seria mais nobre do que o seu matador, por-
que ele sabe que morre e conhece a vantegem que o universo tem
$Obre ele, ao passo que c uni\lerso nada disto sabe. Toda 8 nossa
dignidade consiste, pois, no pensar . . ," .
IPascal, Pensamentos nC?200 ou 3471

479
Sobre a Teologia da Libertação:

"Dedaradón de Los Andes"


Publicamos, a seguir, I,',lportante documento elaborldo num Semin,·
rio di Estudos sobre a Teologia di Libertaçlo no mis de julho p.p , em Los
AndllS (Ctlilll. Os signatilrios de III O.cllr~ão são : o Cardeal Alfon50 L6·
pu Trujillo, arcebispo de Mede~ln (CoIOmbia) ; Mom. Fernando Vafp1 ••r·
cebispo da Arequipa (Peru) ; D. Boaventura Kloppenburg O.F .M., bispo l uxi·
li., de Salvador (Bahia); da parte do Chile, os PP. Miguel Angel Salgado,
8runo Dessi, J. MiguoJl Ibinez Langtois, Francisco Fr.ilnCOu S.J ., Fintan
l.wless, Joaqu n Garcia·Huidolro, EtllHto Moreno, 05 professores F.rnan·
do Moreno, Antonio Cô!lrasuitj.na, Geraldo Sanchaz. Juan O$l!s; da parta
do Peru, os professores Miguel Slluar Steiger. Alfredo Garland; da parte da
Argentina, o Pe. Oanilo Elerovic Ganiu; da parte da N ia r~gua, o /ornali5ta
Humberto Belli, que foi marxistl e sandinilta fIltes de se convlrtar 10 Cato·
liei.mo ; da parte do 8f1ii! , O Pe. Estevio Bettencourt OSB; da parte da Es·
panha, o PI. Josi Luis lIIanes;da parte da Sul"a, o Pe. Georges Cottier O.P.;
da parta da Alemanha, o Pe. Anton Rluscher S.J.
Q Samin.irio tinha em mira aprofundar a Instrução libertatls NuntiuI
publicada pela Sagrada Congregação pau a Doutrina da Fi lOS 03/09/84,
lindo sido a conVO"..aç,io elotu.-;la pela direção d. revista CQMMUNIQ para
0 $ pai". hispano·americanos, que tem sua sede em Safltiago do ChUe , Nove
foram as conf.reflCias entio Pfoferidas ; visavam I fazer a ponte enlre 110$'
truçio Libert.tis Nuntius e 05 te61og05 da Ubertaçio mais famolos , nlO$'
trando que a S. Congregaçlo p ara a Doutri na da Fé não se r.feriu a interlo·
cutores "fantasmas ", irreais, mas a pi!nsadores cujas obras contêm rellmenle
os graves erros apontados pelo documel'lto da Santa Sé. Tal fato SltOrnlr.
ai nda mais patente por ocasiio d. publicação das atas do Semln.irlo .
Segue·se o texto da Docla ração 1inal em tradução portuguesa :
DECLA RAÇÃO DE LOS ANDES

I . N6s abaixo-assinados, putores e leigo$ crisUos, eSllldiosos di Filo-


soOa. da Teologia c das Ciências Sociai~, reunimo-nos n05 dias 24·28 de ju-
lho de 198~ perto da cidade de Los Andes, Chile . ~ ao pé da cordilheira an-
dina, sob I cOn\iOcaçfo da revista CQMMUNIO da Am~ ri ca Espanhola. que
tem sua sede em Santiago, com o objeti vo de examinar a re$posta que ore·
receram u c hamadas Icoloaias da libe nlçlo ao grave desafio que pari a
consciência Cri$CI representam a misé ria e a marginalidade de vastos setores
da populaçlo lat.inoamericana.

480
DECLARAÇÃO DE lOS ANDES 37

2. Os panicipantes deste Seminário Inlernaci(lRaI viemos de países


muito divelWs. e é grande a variedade de n01SIl$ experiéneias, atividades e
publieaçGes. O denomlnador comum que nO! une. qUe esteve na raiz de nos-
la conVOClÇfO e que presidiu lOS prolongados debates de nossa reunilo. l
essencialmente este: fidelidade plena ao Evangelho tal como f proressado pc'
lo mlsJstério da Igreja. n$ir:1 como ao ensinamento soei,aI da Igreja e ao con-
ttudo da Instruçlo Ubertllis Nunlius, emanada da ConBTelayiO par.l • Dou-
trina da Fé, .. luz da qual . sentindo pleocupaçãO por nouas comuni<bdes,
especialmente ~Ias mais pobres, trabalhamos durante cstas intensas jorna-
das.
3. O estudo dessa Instruçlo da Santa Sé. comparada com I produçlo
teológica 11 qual os próprios IUlores deram e dia o I ilulo de ",eologla dali·
bertaçfo" . pennitiU.flOS comprovar mais uma vez. qu~ , ~mbora sob tal nome
existam conentes ban·anle diversa~ cnne si, as posiç(lCS descritas 00$ capítu·
los VI-X da Im'ruçfo nlo $10 construções hipotéticas, mas pronunciamen-
tos realmente contidos em numerosos livros, ensaios e artigos que circulam
por toda a ~ric. Latina, como, aliás, licou doçume:ntado pell$ con f~rén·
das prof~ridas neste Seminirio.
4 . A teologia da IIbenaç'o ui como a entendem os autores aqui cita·
dos pretende: ser uma "nova maneira de fau! teologia" do ponto de vista
do "oprimido", tomando como fonte: e critério supremo da verdade teológi·
ca uma cena inlerpretaç!'lO da pnxis libertadora. A panir desta , exige-se
uma .eleltlnl essencialmente política da Palavra de .Deus, que chega a intcr·
pretar em chave polrtica toda a existência criSti, a fé e a teologia . Esta poli.
tizaçlo radical é gravada para rtculSO nlO crítico a uma hermenêutica bí·
blica racionalista, que prescinde dos critérios exegéticos básicos da TradiçlO
e do MaBistério.
S. Estamos persuadidos de que o defeito fundunental dessa teoloaia
da Iibertaçlo está radicado na sua propria concepção de método teológico,
isto e,·naquilo que a Inuruçfo Ubenatis Nuntius chama "seu princ (pio her·
menêutico determinante" (X·2), ao qual acabamos de nos referir. Aaitamos
plenamente os dois c rit~rios de autfndco rnftodo teológico assinall1loos pela

..,,,
ConlfellÇlo pila. Doutrina da F~ em sua Notifieaçlo de 11 de março de
198 5 referente. um livro de um dos teólogos da libenaçlo. TaiS critinos

.) O prlnudo da herança comum. Anteriormente is situlÇÕesconere-


tas e particulares, O teólogo dispoe de uma "herança comum do unico Evan·
gelho. entre,ue, uma vez por todas, pelo Senhor à nossa fidelidade". A prl'
meira preaçupayfO do teólogo há de ser esta herança comum, ql.lc ele deve
receber, interpretar, desenvolver e aplicar 15 diversas situaçGes histó ricas. As
Illejas particulares slo Igrejas exatamente na medida em que 510, em deter·
minado tempo e lugar, expresslo e uualizaçfo da Igreja universal. O verda·
deiro discun.o teológico Jamais pode fechar·se dentro dos limites de uma
I,reja particular.
481
38 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

b) Em. caso nenhum. pnxis pode ser o ato primeiro ou fundamental


da reOexfo teológica. A praxis e as experiências nascem em determinada e
cortCR:U sltuaç'G rust6rlca. &sas expcriencias concretas podem ajudar o
te61ogo na SUl leitura do EvanJtlho pua que este se tome acessível 10 seu
tempo. Todavia anterior li pruis é a verdade que o Divino Mestre nO$ con·
fiou. "A pruis não substitui nem produz: I verdade, mas esU • serviço da
verdade que nos foi entrcp pelo Senhor", A fé 010 nasce da praxls: ela I
a
ilwninl e orienta. superior il praxis e I precede ontolo,gicarncnte, A f~ é
OaenUÚ10 ato primeiro d. teologia.
6. Se estes dizeres yalem para qualquel tipo de praxis, no caso concre·
to de ctrtu teologias dallbertaçlo eles se tomam muito mais problemãdeos,
pois neltas • "pruis Iibcnadora" assum: sentido claramente tribuUrio do
marxismo. Por Isto nlo podemos silenciar I realidade de alluns aspectos-cha'
ve do [enOmeno libenclonista, que, couto diz a Instruçfo em leu parágraro
introdut6rio. se tomam "rUinosos para a fé e a vida cristr', justamente por-
que "recorrem de modo insuficientemente crítico a conceitos tomados de
diversas correntes do pcruamenlo marxista". O estudo atento do penumcn-
to, tinto de Marx como dos neornarxistllllluais, pennitc ver o poderoso in-
fluxo que exerceu sobre euas teologias e a maneira nlo crítica como foi re-
cebida no seu discurso teológico-social ; tal influxo teórico, independente-
mente de IntençGes subjetivas. tende a trair a autêntica opçla preferencial
pelos pobres na AlMrica Latina e constitui perigo fundamental para a rt
do povo de Deus.
7 . A teologia pade e deve fazer uso frutuoso das ciências sociais.Mas,
por uma parte, nlo é pO$$ível aceitar a subordinaçlo do discurso teológico
lO discurso de alguma cllnda positiva. Por outro lado, nlo se pode reconhe-
cer valor científico à anillse da sociedade nem ã interpretação dialética da
hist6ria, cujo cuáter Ideológico t patente . Finalmenle é preciso rejeitar que,
em nome de alJUma ciência, se chame o povo erlSl'o a atuar em uma direç20
político-5OClaJ única, desconhecendo o direito deste povo ao teaftimo plura-
Usmo em matérias tempows desde que a fé crist' nlo imponha uma soluçlo
única. Est&l u!! confulOel se acham presentes no próprio ponto de partida
das teolosias dalibertaçlO mencionadas no pmgrafo anterior.
8. Compartilhamos plenamente as interpretações do acontecimento
capital do Exodo e da P~laçJo dos Profetas do Antiao Testamento, assim
como da prexaçlO do pr6prio JeslIs nos Evanplhos, que pOem em evid~nell
a foIÇa Ubenadora destes textos, e a sua exigtnciade IransronnaçOts 1'110 só
ind1v1dulis mas tamb6m hilt6ri.ço.sociais. Todavia faz-sc violencia à Palavra
de Deus quando t interpretada ubitlariamente. lendo-se a Bíblia .segundo
critérios exeléticos racionalistas e com olhu essencialmente político ou
mesmo classisu, que distorce os principais acontecimentos da hilt6ria da cal-
'IlÇIO e os projeu fora do seu horizonte 6tico-religioso autEntico.
9. Jesus Cristo ~-nos apresentado como o '''subversivo de Naulé", in-
serido c intencionalmente comprometido n. '1utl de classes" de seu tempo:
482
DECLARAÇÃO DE LOS ANDES 39

a sua vida e a sua morte libertadoras Sfo-nos apresenta.:las como as de um


simples mútir da caasa popular, alijado pelo "estabJistuntnt" judeo-IO!TllnO
imperante. Sem d(hid., os que wim procedem, tencionam pOr em evidl!n·
ela • dlmensiO hlstOrico-soclal e mesmo política da vida de Jesus. Cenamen·
te o Senhor se moveu dentro do conlc:tto social do seu pais e do seu tempo.
TodlVi. eua imqem de um "lesus hlstórico" mono em favor do pobre e
contra o rico comadasses. nlo procede da mensagem do Novo Testamento,
mas do • priori de uma dialética do conflito, e conlrast. profundamente
tom I fé da Iveja em pontos fUndamentais. POI um Jadt.\, o mistério do
Verbo Encarnado e da nltureza divina de Cristo assim é, se nlo abertamen-
te negado, ao menos tio obscurecido e deformado que a Igreja ji nfo pode
reconhecer nessa verde a SUl própria r~ . tal COP'IO Cai definida nos primei·
ros Concílios. Por outro lado, o cariter Slcriflcal·salv(fico da morte do Se·
nhor se diwpa em favar de uma interpretaÇfO política de sua cruciflxlo, o
que p& em qucstlo o sentido salvifico de toda a economia d a Redençio. O
miJtério profundo da Paixlo e morte de Jesus e a medid~ insondável do
amor de DellS Pai que nellte nos revela, ficam assim obscu«!cidos, e se obs-
cureoc tamb6n o mistério radical do pecado e da própria dignidade do h(t.
mero, objeto desse amor divino incomensudvel. Somente à luz destes mis·
Urios. como os proclama I fé dI Igreja, se compreende o sentido integnl da
Redençlo: Cristo nos libertou essencialmente da escravidio radical do peca·
do, e por Isto mesmo sua libenaçfo deve projetar·se IImbém eficumen te no
esforço de JemO'ler as servidOes econômicas, sociais e políticas que deriv.m
do seu pecado, anunciando e antecipando· assim a libertaçfo definiti.... do
Reino dos Céus.
JO. Com respeito à Igreja, sem desconheeer o amor aos pobres que
se pode descobrir em alguns teóloJOs da libenação, devemos aerescentllr
com pesar que, nl figura de uma "Igreja Popular" tal como a apresentam es·
sas ttolopu, nlo podemos reconhecer a (~da verdadeira Igreja de Cristo.
Com efeito, esla se achaobscurecidl pelo conhontoeolre uma suposta Igrc,
ja do povo e a lareja hierárquica e sacramental, que é desqualificada de ante·
mio. e k veu. até combatida, em virtude de uma crítica geoeralil.ldora que
lhe atribui caráter bUf1UeKapilaJisl' ou cumplicidade com a opressão. Nós
declaramos, em comunhfo com a Igreja. una e única e Com a sua história,
presente c passada. quc Ela .travessou momentos de crise e períodos de
5Ombras, mas que foi sempre animada pelo Elpírito Santo e que se esforçou
por seI {iel à vontade do seu Senhor e à disposiçlo de serviço que deve defi·
nll a comunidade de seus discípulos, manifestada em mültiplas obras de
amor aos pobres e lOS que &Gfrem.
11 . A expressio "opçfo prererencial pelos pobres" proclamada pe.
las Conferências Episcopais de Medellín (1968) e Puebla (1979) constitui
um. liDai privilegiado da autenticidade evang.ilica. A e....ngelizaç.o dos po-
bR' é um. sinal mcalinico que visa li libenaçlo de todas as mi~rias e servi·
dOes dI existência humana. Todavia eSla afinnaçlo foi. em algumas oca·
483
40 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

sioes inlcrpl't lada e aplicada de modo unilatcral. que pervem a sua inspira-
çlo biblica. Há. sim, quem reduza a pobreza ao seu aspecto material c', mais.
quem a interprete de acordo com uma soeioloaia connitual . O pobre c as-
sim ;cientificado com o proledrio visto scBundo uma ótica de hlt. de classes
com 5tU correspondente e inevitável panidarismo. O resultado é uma rene·
do teolÓgica e uma pregaçlo eclesial centradas quase exclusivamente nas
quest&s sócio-econômicas, às vezes com accntos amargamente reivindlcató·
rios e ainda freqüentemente com preteriçfo ou esquecimento de dimensões
essenciais da fi! e de aspectos básicosdaexperiên.cia humana . Percebemos a de·
ctpç!odemuilosque. por causa da aplicação de uma equivocada fonna de.
cn1cader • opÇlO pelos pobres, se sentem abandonados ou '&flOtados em
suas as piraçoes e necessidades reliaiosas e observamos como uma prepçfo
reducionista suscita VKUOS religiosos que sio, com freqüência, ocupados pe-
las seitas.
12. A apresentaçlo da verdade como klentificada com a praxis e.
equivalência prática entre wvaçlo crist! e Iibertaçlo sócio·política pres-
supOem um monismo hist6rico (cf. InstNçlo IX 3), do qual se deriv.fIm um
reducionismo antropol6gico e um (otalitarismo político, este último tanto
mais grave quanto sacraJil.8do. A fé cristl nos revela a vocaçlo divina do ho-
mem e, em conseqüência, Q sentido profundo da hist6ria e de lod a sltuaçlo
humana. A pregaçfo da Iveja deve, portanto, ajudar a julgu todo &conced·
menta com referência a Deus e mover uma açao que incida eficazmente so-
bre a história. Todavia e necessário enfalizar ao mesmo tempo que a existên·
cia humana nJo se reduz às dimen50es políticas, nem tem na política o seu
eixo dominante; este se acha na relaçio com Dew. Tal realidade deve ser
proclamada com absoluta nitidez, pois dela dependem J. defesa d:a vocaçiO
uanSCtndenlal da pessoa humana t a a.firmaçio d:a sua liberdade .
13. Em nosso debate procuramos ser fiéis ã verdade a fim de prtser·
Vir de toda ideologizaçlo a doutrina da fé, e, em pulicular. o amor aos po·
bres. Opomo·nos a toda prática econômica, social, cuhura.l ou poiitlca que
atente cont ra as aspirações li liberdade e à justiça (lnstruçfo,1 e 11). Cremos
Indispensável afirmá·las com plenitude, evita.ndo toda interpretaçllo que por
si mesma leve a desvinua·las mais do que a realizá·las; temos a ceneza de
que "os graves desvios ideológicos" que a Instrução da Sanu Si dertuneia
em algumas teologia:s d.1 IibertlÇfo. "leYam inevitavelmente a traJr a causa
dos pobres" (lmtr. Introduçfo). Em comunhlO com a h.ierarquia da Igreja,
cremos que a autêntica libertaçlo ~ a que se (unda na ''verdade sobre Jesus
Cristo o Salvador, na Verdade sobre a Igreja, na Verdade sobre o homem"
(InsttuçJo XI S), e que essa libenaçlo se deve compreender no contexto pe'
rene dinimico e renovado r da doutrina da Ign:ja, e particulannente do seu
ensinamento social.
14. Alguns teólogos d. IibertlÇio afirmam que a doutrina social da
Igreja nlo ~ instrumento doutrin'rio apropriado para superar a pobreza e a
m1sfria dos homens da A1mrlca Lalina; o instrumento adequado soria tIO

484
DECLARAÇÃO DE LOS ANDES 41

somente a análise marxista da história. Ora verificamos. ao eontrário. que a


doutrin,_ social oferece princfplos capazes de orientar reaJmente na larefa de
construir uma socjcdadc em jusliçae solidariedade. A adequada soluçfo dos
problemas atuais da Arnlrica La!!na nio se ob lerá mediante dedaraçocs sim·
pllficadoras, de riudas da ideologia marxista, mas atrlvts de açOes vi!oro~!
base.das em anilises precisas das m61tiplas CIUsaS da pobreza de tanlOS indi·
víduos c (amdlu. Estas análises poderio ser fecund~das se forem iluminadas
pela cOncepçlo cristl do homem. fundamento último de uma ordem social
justa, c orientadu pelos critérios. as verdades e .s experiências contidas ne5-
X corpo de doutrina - enonntJll!nte rico. ainda que sempre perfecl ívet -
que ~ o ensinamento social da Igreja. Particular importãm::ia revestem
• é tica de trabalho, das reJaçon de produçlo e da distribuição dos bens e
serviços a todos os membros da comunidade,
15, Toda teologia autEntica deve assumi r esta rcli;t e tremenda ver·
dade: o que estí em jogo na existência histórica, é a vidl eterna, pois a liber·
taçfo definitiva e tOtal do homem só se darí na consumaçro do Reino dos
QUI, nl vislo de Deus face·a·face, para I qual todos fomos c hamados. Esta
vtrdade,lonae de leghimar li opreUio ativa, i I sua mais profUtlda condena·
çIo, (;(Imo se cvidencll Aalorte do rico epulfo;longt de provocar uma eYa-
slo das realidades tempol1lls, é o mais poderoso impulso histórico que libtr·
ta das servi4(1e1 econômicas, sociais. pol(ticas e culturais de n05$O~ povos,
porque somente nesta verdade resplandece I suprema dignidade do homem
criado i. imasem de Deus c chamado i filiaçlo divina; somenlc esta verdade
fundamenta o imperativo ético que leva a jamais considenr o homem qual
mero objeto de ideologia, poder ou interesse algum.
16_ Uma genuína teologia da liben açio supõe a realidade da reçon·
ciliaçlo do homem com Deus. consigo mesmo. com os OUIrOS e com todu
as demlis cri atum. como ensinam a Exortaçlo Apostólica ReconciJIaçio e
Ptnilmcia e todo o magisu!rio dos ConCilies e dos Papas, Nestas fontes en·
contramos um ensinamento daro a respeito dos conteudos e valores da liber-
taç'o frente às servidGes que têm sua ajz no pecado, como também I respei-
to dallbenaçJO como plenitude do homem noenco:mo definitivo com Deus.
Essa fontes tamb~m nos recordam que nlo hi verdadeira libertíIÇ'o ICm re·
condliaçlo nem hã auténticl reconciliaçio sem esforço em prol da liberta-
çlo. Consc:entc5 dIsto, queremos fortalecer O diálogo a serviço da unidade
da "reja.
Nós. 0$ participantes desle Seminário, faundo-noscco dos parígrafo5
finais da Instruç:lo Libertalis Nuntius, convidamos todos: os cristlos a reco-
nhecer o desafio que o próprio Dew nos dirige a partir di dramaticI situação
atual do continente latino-americano, com a generosidade exigida pela se·
qüela de Cristo c a esperança que se deriva da firmeu da açio do Esp(rito
e da proltÇlO maternal de Maria.
los Andes. 28 de julho de 1985.

485
Frente às Testemunhas de Jeod :

A SS. Trindade: Fórmula Pagã?


Em stnt...: As Tnr~rnu"h. de .kovl, n. SIRI tcndlncill a volta, 110
Antigo Tatll"""to, UJM derrin»t1to do Novo , "egdm li Ss. Trind«JfI e iI
Divindade da Disto. Julgam q~ ar Er~rirur.:Jj niD IIpm$tmtam li nlMlilÇSo do
dogma trinitArio;t!srll rt!d sido oficiilllmntl profnsildo no slculo /Vapen.,
11m COnseqülnd8 de h(H,niuçSD 11 dlturfJ'ÇIo da rMnsÇBm trlsri - Verlfi·
aHII, porém, qw j4 o Antigo Testilln~nto p~,., de Mgum modo li (tive/li '
#0 da SS. TrindMla, q,. não podia u, mMlif.tadll 60S juchus, dldo O am-
billnr. dfl pallOS paglos que 0$ c.TCilVilm. No NoIlO T_t.mttnto h~ drin (6,·
mulas trinitlrias. MJMiSildas "as ~,ifYS tkstllllrtigo; rllis f6rmul. M«mr,-.·
IiIm eco nos escritos dll liturgia 11 dos t.dlogos dos skulos lIa IV. - Pro·
cunUldtJ i/ustn" corno am Deus poSSIl hiI'Mr trls peuoil$.-m quttb,. da u"/-
dadll de nlltu,.n ou sUlntlnda, os ted/ogos recomm .a ImtNmentsl dil
fifo$OfiB grega. de ftJCOMllCido M:U~ 16;/00: tal nJCurso I/egftlmo, cantiln-
to que nlo IIfttll o conteúdo da verd«1tJs re~/adas. Por co~uintfl, li pro.
1iss60 de 14 nll 5S. r,intbdll ni'o ~ 11110 (h hfr.,-ogêMO dMtra do Cristlll";s-
mo, mas é a g.nu l"a exp/icit~MJ do dapdsito nvelado, qlJfl o trIiIfIist~rio dll
Igl'llj4 reconheceu e unâonou sob li guia do Esprrito s."to (cf_ Jo 14,26,'
16,13).

• ••
As Tesumunhes d. Jeod, denominlção derivada dos Advlntistas no
fim do sdculo XIX. nlo ac:eitam a Oivindlde de Jesus Cristo n.m (I mist'rio
da 55. Trindade. Julgam que Iste último nlo se encontra na Sibila, mas re·
sulta da dlturpaç.lo da IT'IIInsegem crist' primltiva_ Tal COI"Ioepçlo ti proP9-
di pelos escritos das Testemunhes em verei, Induzindo muitos leito rei a dO·
vidls e perplexidlCle. Eil por que nOI 'IOltilntmol para o ISlUnto, baseando·
nos num artigo da revista dis Testemunhu "Dospertei !", de 18/01186, pp _
19-24.

,_ A argumentação das Testemunhas


Segundo a corrente em foco, o Novo Testamento nlo apre$lntl a pII-
lavra Trindade nem a doutrina explreitl da 55. T!indllde; .J''''.I1 (I HUS segui-
dores nlo teneiDnl rlm abendonlr I fórmul.do Antigo Testamento : " Ouve,
Israel: o Senhor nosso Deus' um SÓ" (Ot 6,4). A doutrina tri"lt'ri. ter-se·'

486
55. TRINDADE: FORMUlA PAGÃl

d.nvol'lldo gr&dualmenll no decorrer dos 54culos enfrent.ndo multas con-


UOrirslll.
Mls pnciSlmente : stgUndo tal escola, • doutrina bfbliea, que nio re·
conhtct .. 55. Trindade. foi ad.ptld •• filosofiagreganOl primeiros.ulos.
HlVi. nas ooncepçds. IIIliglosa li filosóficas nlo crlH's muites trfldu. Que
mmspondllm I _pactos do Deus Supremo;de moelo .sp.:I.I. Plnio 1427·
347 •.c.) ter' inspire<lo os "apóstatas pila da Igrej," par. qUI concebessem
Par, Filho. Esp(rito Santo como tri. peuoas num IÓ Deul. Um. di' formu -
1,çt!K do "nO'lo dogma" ta'" sido .....i. Mie (= Esp{rito Santo) e Filho".
pois. pallYfI ruach C'" I,pirho. em hebraico) é de gênero feminino.
Nos primeirpl secura., tllÓlogot; unitários I triniUriO$. como dizem_
TKtlmunhas. se confrontaram .rdoresamentl!, acab,ando por pnlV.ltctr es-
tes últimos. No Concilio de Niái, I 1325', foi formulado o 51mbolo d. fi
trinlt6ril. QUI o Conemo d. ConstatUinopla I completou em 381 , profesSln·
do 1 trindade de peSSOtl , . unidade de subftincia em DeLA,
Assim 6 que, segundo .. TestemU'lhu, os criftios católicos, ortodo)(OS
, protestantes *rlm um Otu$ que nlo compreendem, Somentt a partir d,
1874, mediante os estudos de Charles T, R uuel e $lU5 companhelrOl, foi de·
nunciado o erro de dezesseis stlculos d, Cristianismo; em consequincia s0-
mente IS TKtemunhas entendem adequldlrnenre a doutrill'la b.blicl r.feren·
t, li OelJE, cujo nome aut'ntico seria JeOY~.
Ptrgunumo5:QUI dizer I propósilol
ProeecIeremos par plrt".

2. A doutrina bíblica

A Bfblll ensina mfitlmente a unidlde e unicidade de DeLA, Qualquer


16rmull pollteCsta' aberrlçio nlo 56 no planada fé crist', mas no d a r~ica;
RIo pode haver rl'IiIis de um SÓ Oeus 011 mais de 11m Ser Absoluto e Eterno.
Dito Isto, consideremos de per si o Antigo e o Novo Testamento.

2.1 . O Antigo Testamento


No Antigo Testamento. visto qu. o povo de Israel estava cercado de
nlCi5es pagll palitar"". a lei d. Moiits I os Profetas i nsisti ram sobre a uni·
cidlde de Oaus; nlo havia como nrvellu ao palIO de IsrHI tode a ri(!ueza da
vida d, Deus. que , 141m perder e SUl unidade, se afirma tris vem, como Pai,
Filho e Esp(rito SantO r~ti VflTlClrll' ,
Todavia nlo podemos dehear de obsoerwar a tendêncil, dos lUtares do
Antigo TKtamento, I conceber como passou ou a penonificlf' certos Itri·
bulO' 011 propriedadel de Deus;_ o qUI 18 d' e5plCialmenllem nl~io • Se·
bedoril," PalIVI1I e ao Esp(rito di OIUS. EKaminem05 de mlis perto como
ino. d6.
4 87
.. "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/198S

2.1 .1. A Sabedoria

A ubedori. como t.1 é um atributo de Oel,lS e do homem. Todwi. nos


livros slpienei.is ela foi sendo COflc.bid. como pessoa; ass im em Jó 29,1-28 ;
8r 3.4.4,4; Pr 8,12-36; Eclo 24,5.32 ; Sb 7,22-26.
A ubedoria "sai da boclll do Al1 ruímo. e, como .a neblina. cobra a ter-
ra•. • reina sobre todos os povos e nações" IEelo 24.3·6). 56 Deus ube onde
ela habita; 56 Deus conhltCe o caminho que leYlla ela Icf. Jó 2,8,231, Onde.
lIunldade, ela foi estabelecida; .ntes das montanhas e dos marll, foi g8"-
da; _istla • Deus, como mestre-<le-<lbr., n. criação do mundo; todo o 1.m·
po .1. brincava na presença de Deus • SI alegrava com os homens lei . Pr 8,
22·31) . Ela apareceu sobre aterra e no meio dos homens conviveu (cf. 3,381.
~ um ''Plrito inteligente, santo, imacul.do,lmigo do bem, todo-poderoso ...
~ um refle xo da luz eterna, um eSl)C!!lho nítido da atividade de Deus . uma
imagem dalUl bondade (Sb 7,22·261 .
Embora OU" textos insinuem 5Cr a Sabedoria ume pessoa diuinta de
DIUS, sabemos que a mentalidad. judaica nlo os podia ,''ltender senfa cama
figurai IlterArias, que personificavam poeticamente um atributo de Deus. No
Novo Testamento. por6m, $lo Paulo Ilude a esses textos e identlficl a sabe-
dorll com. segunda Pesso. di $S. Trindade ou o CristO Jesus:
1Cor 1 ,24: "Cristo 4 O pOder e llIbador!a de o.U5";
Hb 1.3: "Cristo é Q resplendor d. glória de Deus e • imagem da sua
substáneil; sustenta todas as coisas IMla SUl palavra poderos." .
Cll ,15: "Crino é a imagem do DeU! invis(vel".
O .póstolo, iltn1r.do pela rtvellÇio cristi, releu os textos do Antigo
Testamento de modo a descobrir neles uma revelaçio da segunda PcSlJOa da
SS. Trindade.

2.1 .2. A Palavra


A p.1lavr. (debarl, para 0$ semitas, tinha mais impordncia do que para
nós. Atrlbulam·lhe eficieia própria. que durava para alem do momen,o em
que era proferida.
Auim a palavra de Deus -' tidl como II:riadora :
Cn 1,3 .6.9.11.14,. 20.24: " Deus disse ... E assim se fez ."
SI 32,6: " O du foi f.ito pell Palavra do Senhor" .
Sb 9,1: " Oeus dos P.1is,.•• que tuclo criaste com tU.1 palavu".
51141 ,4: "O Senhor envia SUIS ordens j terra e sua palavra corre ve·
10lment....
A .ficieia 8l,ibu(d." Pai avrl de Deus uplica tenha sido lia concebida
como plSSOI ao lado do próprio Deus; anim, por exemplo, nos seg uintes
tlxtOS:
li 55,10s: "Como a chuva. I nINe dHCem do céu e Par." nlo voltam
Sim ter regado I terra,. . . t.1 ocorre com I palavra de minha bou;lla nlo

488
ss. TRINDADE : fORMUU PAGÁ? 45

toma a mim sem fruto; antes, ela cumpre a minha vontade e assegura o ixi·
to da misslo p;lra iI qUlI. enviei" .
Sb 18,'41: "Quando um silincio envolvia todas as coisas e a noite ma·
diava o $lU nlpido penalnO, tu. palavra onipotente precipitou-st do trono
r..l dos c6us".
SI! 18,12: "Nio os curou nem erva nem ungüento, mas I tua pal",ra,
~hor, que a tudo cura"',
Nestes textos nio há. segundo OI judeus que os 85Creveram. senio per·
lonlficaçlo poltlel ou figura literária. Todavia o Apóstolo S. Joio desenvol·
.... u • concepçio judaica, apresentando I s~ndl pessoa da SS. Trindade co-
rno Palavra (lOgos. em grego). Cf. Jo 1,1 : "No princfpio Ixistia o Lógos. e
o Lógos .stava com ()eus e o LOgos era Deus ... E o lógos se fez carne, 11
h.tlitou entre nós, e vimos a Sul glOria. como 8 glOria do Unig~nito do Pai"
{vlrt.mbfm 1, 141.

2.1.3. O Esprrito de Deus


o termo hebraico rUleh. (em latim, IpirituI, esprrito' significa "vento,
brisa silenciosa, tempestade . . ." Esta waciado :a id~ia de vida, Em conu·
qüência, as intervenções de Oeus em favor do seu J)(lVO na história são atri·
buldas l ruach (força vivificante) de Deus, E. esta quem transforma 01 ho·
mens, .omando~s capazes de façMlha5 excepcionais; tenha·se em vista oca·
l od. Samão IJz 13,25; 14,6'.
O Messias prometido pelos Profetas seria ponador do ruach: Is 11 ,1-5;
42, 1-3; 61,15; JI 3,'·3. Eua forç a vivificante de Deus seria dada a todos 05
homft1~ : 11 32,15-20; 44,3·5 . E produziria nO'las criaturas : Ez: 11,19; 18,31 ;
36,26; 37.1·\0.
Nota~ também a tel'ldência • ptlrsonificar o E",írilo ermll os judeus;
cf. 15 63,lOs; 2Sm 23,2. 1510, portlm, ..m ultrapKSJr os termos de uma figu·
ra poitica. - O Novo Testamento mlls uma vez desenvolonu o pensamento
jud.lco, .plu.ntando o Esp(rito com a terceira Pessoa da 55 . Trindade ; cl.
Jo 14,25; 16,7.13; At 2,1·22.

2.2_ O Novo Testamento


Jalla nplieitou z: noç6es judaicas, f.lando abel1amenle do Pai. do
Esp(rito,que CQfTI O Filho aJnstituem um só Deus em três Pftsoas.
A ss.
Trindade epam:e em algumas fórmulas marcantes :

Mt 28,18$ : "Ide. faui que todlJ 85 nações $& tornem discrpulol, bati·
zando·. em nome do Pa i. do Filho e do Esp(rito Santo". - TelnQ5 ~ui a
fórmula tal como era IPlic.tta na liturgia do Bati,mo; a jult,poliçlo me·
di'flte • pntposição • signifICa a igu.ldade de natul1!Z<I das três Pessoas ~ivi ­
nas.
48.
46 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

Mt 3,16; Me 1,'1 ; Lc 3.22; Jo 1,32: no Bacilmo de Jesus, o Pai se faz


ouvir apontando o Filho, e o Esp(rito Santo se manifeu sob • forma de
pomba ta pomba era. nas literaturas .ntig~. um sinal que servi. p .... iden·
t iflCar) .
Lc 1,30-35: na .nuncl-.;lo do anjo. Maria, o P,i' dito "o Altrl$imo.
o Senhor Oeus" ; o Elp(rito Santo. identifiçadc) com " o Poder do Ahrui·
mo", Este IWCObre Maria com I IUI sombr., como as asas de um paaro ..
cobrem UrM criatura, simbolizando a açlo divina fKoodante e vivificant.
(cf. SI t6 [ 17), 8; SI 56 [ 57 ] 2 ; Go 1.21 ; em conseqüência, Maria necebe
em seu seio o FilhQ de Deus, ao qU11 el. dever" dar li! natureza humana, par.
que Ele nasça como filho do o.U'1 (enquanto homem) como Filhod. Mil'
ri •.
lCo, 13,13: " A graça do senhor .JHus Cristo, o amor de Deus. I
c:omuniclÇio do Esp(rito Santo estejam com todos vós!" - Nuta fÓrmul ..
De"" (Plil • tido como o Amor {pois, na verdade, foi como Amor que Ele
quis identificar-se no Novo Testamento; cf. Uo 4,161. Em Amor tem um
sorriso (ençal PiUI os homen$. que 6 o Filho feito homem , manifestação do
Pai. Esla graça se comunica a cada homem ~jante o Espírito Santo, 10
qual, portanto, ~ atribu(da a comunhlo.
GI4,6: "Porque lOis fi lnos, enviou Deus em n()$$()1 coraç6CI o E$p(rito
do seu Filho, que .. lama: Ab~ , ' Pal!" (cf. Rm 8,151. Este texto nos diz que
o Esp(rito Santo nos. faz filhos no Filho I, conseqiJentemente, com o Filho
nos Ilva a clam~r a ~liJVra por I xcel'ncia: Abbi, raio Somos assim lnseridos
na vida trinidria; I consciência deste fato era tio viva pata os antigos Cril'
tios que aprendiam. dizer AW descle os primeiros dias da lua conwrslo ,
ficando HSl palavra aramaica, mesmo for. d. Palestin., como. pt!...,ra mais
Upic. e fundamental da menMgem crini.
Ef 2,18: "Por Cristo .. . num SÓ esp(rito temos 101$$0 110 Pai"_- Nes-
te texto 6 apresentado o papel de cada uma das Pessoa trinitirias na obra di
salvaçlo do homem: o Elp(rito Santo oi lamp,. aquell qUII nc» faz filhos .ou
aquele Que nos atinge em nosso Intimo. Ele nos leva ao Pallque' o Princl·
pio a.o Fim, O Primeiro e.o Últlmol mtdiante O Filho (QUI' o nO$$O Pont{-
fice ou Mediador" "Ao Pai pelO Filho no Esp(rito Santo" oi a fórmulacli,·
sice da piedade tllstl, geralrMnte reassumida pela Liturgia . Vi... mol "no Es·
plrito Santo" (cf. lCor 12,3 ; Rm 8,9 .111. pois' o Esp(rito Clue anima I vi ·
virlCa o Corpo de Crino que ~ a Igreja.
Tt 3,4-6: "Quando a bondade e o amo r de Deus, nosso Salvador, $I
manifestaram, ....fomOllavadol pelo podlr regenerador e renov.:lor cio EI·
p(rlto Santo, que IlIa Ilcanwnte derramou sobre nós por meio d. Jesus Cris-
to, nosso Salvador", - Como ' f vi mais urna YIIZ. o Pai 'o Amor, que tem a
iniciatiVl de nos ,,1'I1r, o Filho' o PontffJoe ou Mediador, e o Elpfrito San-
tO 6 a força de Deus que. no, recrll, flDlndo-nos cornortes da vida trlnitir1a.
490
5S. TRINDADE: FORMULA PAGÃ? 47

Hb 2,31: "A Qlvaçjo come~ a ser anunciada pelil Senhor. Depois


fo i, nos fielmente transmitida pelOl que a ouviram, testemunhando Deus jun-
t.mente com eles, .. , pelos dom do Esplrito Santo distribuídos segundo.
lU' vontade" ... _ Deus IP.i) , o princrpio de toda. salvaçio;o Filho e • .
Palavr. , que n. tern .nunci. eua BOI 'Nova do Pai ;o Esp(rito Santo' Aque·
le que em 110550$ coraQGes explan' I intlrpretl • mensagem .
TIl 4 • doutrina dOI escritos do Novo Testamento.
Vi·se, pois, que nio se pode dizer q ue no Novo Testamento nlo h6
declar.ções trinitárias ou que. doutrinil da 55. Trindade li .Ihel. aos escri·
tOS blblleos. ~ certo que t.l doutrina se encontra e)Cpmsa, nos textos cita-
dos, de mineira viveneial, sem preocupaç6es especul.tivas e sistem_ieal_Os
t.,.:tc» btblie05 en'atium o lignificado salvífico das verdade. d. fll, pois.
Blblia foi Meriu como mensagem de salv.ção; ·todavia foi redigida em ter-
mos suficienlitmente dlros, que. Tradiçio cristã foi aos poucos deSenvol·
vendo de forma homogéne • .

3. A antiga Tradiçio

Na geração que se seguiu imediatamente IIOS Apóstolos, "6 tllStemu·


nnos de f. trinidria em continuidade com os do NoVQ THumento . TInham·
se em vistill, por exemplo, OI se~uintes. :
1) o rilo biJtismal era ministr~ em nome d~ trés Pessoas Divinas,
em conformidade com Mt 28,19. Auim atesta a Oldequi, catecismo da Igre-
ja nascente redigido no fim do século I:
..~ Qut diz ttSPti lO M) &tiltnO, batia; em nome do Pai, do Filho t!1
do Esplriro Smro em JrIu. correntl . .. Dlm".,i UM V.U$1quI sobre a c..
~aemno~ do Pai. do Filho e do Esplrira s.nro" (n~ 1).
S. Justino (tl65 aproximad.mente) escreve:
"Os qw d.vem~. blItiados,lAO 'e!/lldos per ndl li um IUflllr onde hll-
~ I#~. " SNJ ,.~r«io~ d. mesme ffIlI~"~ como nds fomol mgenerMioI.
Cbm efeito; I ~ no",. do Psi de todos. SlInhor Deus 11 de nouo $alvedtJr
JaUl Cristo e do Espfrito Sanro que rt1Cfbem a loção na IIgUlJ. E$te riro nos
foi .nrrttgtH pelos ApóstolO!'" (Apologia J, rt?61J,

Tertl)/i~ (t2'OJ.- "Foi at~ida 41 lei de batizare prncritll. f6r-


mullI: ' Ide, flmiNi ar ptJlIOr, lurinndo -os t!1m nOme do Pai. do Filho #I do
Espfriro Santo' (Mt 28,19J" (DI 61ptisft'lO c. 13J.

21 Os esc:ritores l1\Ii. anligos elCp(fIS$am • SUl f4 trinit6ri. em pas·


ugenscomo:

"Um ~. um Cr'-$to, um Esplritc tk flfIÇ4I" (5. Ci.".nt. RotrYno.


t tOO IIproxitNdllmlnt•• AOJ Corfntlos 46.61.
491
48 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

"'Como lMuf III"W, vi ... o &nhore viw: o Esplriro .s.nto" (5. Clenvnte
ROlNno, ib. 58,2),

"V61 ,oit as ptJdm da r~mp/o do ".;. ,e/WtJdo I»~ o ./to {WIo guino
der. dtJ Jnus Cristo , OW I SUl Cluz. ~om o Esp{rita Santo corno com." (S.
Inlelo cU Antioquia, t t07, Aos Etnios 9, I).

"M.ntende-vo$.. _. nll/~ li! (111 c/lrid.d8, no Fifho ti no PaI ti no Esplrita.


no princIpio' no fim . .. ,ubmiuo$ 110 Bispo e uns M1S OUtros. como
~
Oisro Slgundo 8 C8rM u submer,u MJ hi. e os ApdSlofos a C,isto 'M)!':Ii
ti 110 fap(riro, a fim de qve. unidldesej•• M) mesmo Ulmpo. "mil, MP;r;.
twl"(AosMagnlsíos,13,'$/,

"Eu te IOUllO, DtNs da lo'lI'rdm. TI! IHndigo. Tegforilico por tru Filho
.laus Cristo, nouo IIl#mO li sumo SM:erdole no clu,' por EIII. com EI. /I o
EIp(rito s"nto, glorill $t!~ dlKi. /I Ti, ~flI tl nos skulos futuros! Amlm-
t$. Pollc.,-po. t 156. Marrfrio '4, '·3) .

..JA temos mostrado Que o Verbo, isto i, o Fifho esteve semp/e com
o"',,, M.ss tambtm a Sab«JorilJ. o E,plrito escava igw'menr~ junto d~ft ano
tft dtt tod•• cri6ÇSo" (5. "~M4J, t C'lreJI d~ 202, Adveuus H..mos IV
20,4).

Muito significativo é o texto do apologista cri.s tio Atenágoras, t 180:

"Como niO se Bdm;flJn'. ~gWm de 0UlIi, ch~, atttU$ os que adm·


r.m um o.us P2i, lIm fMcn Filho e o Esplriro Sotnro. ~1t~ItMtdo qUf 4) UIJ
pot/., é único t! qUil SUl dislinçSo I ~nu dislinçMJ d. orrlens!" (Súplica
pelOS CrirtioL c. 101.

3) A pallavra "tr fade" ou "trindade" (triás. em grego) aparece pela pri·


meira vez nos escritos de S. TltÓlilo de Antioquia (t após 1811,exprimindo
d. m..,eire mais sbtemática a doutrina consilgradil pela S. Escritur.;com
ef.ito, ao referir-se 80S di" da en.çio em Go 1, diz o autor: "Os tris diu
que pJ@Cedem o .p.recimento dos luniros, sio tipos da Trindld. : d. Deus,
de seu Vtrbo e de sua Sabedoria" !A Autólioo, 1. li, c. 14). O falO de Que
T~filo usa a palavra triis como um termo corrente. sem ncccuidadc de ex·
plicaclo, leva:l crer Que ti l vodbulo 010 foi Introduzido por Teólilo, mas
já era usuallntes dei •.
No Ikulo 111. como se compreende, iI foi dos cristJos n. S5. Trind.de
se manifala ainda mais eloqüentemente. Os dados brblicos Suscitllflm nos
teólogos da Igf.ja o desejo de ptnelreclo sistemAtiel, pois I t80logi. 4, fides
quaNns intelleetum, 16 que procura eompreende-r. Registrou,,"e entfo o do-
bate ttológico, do qual vão,. seguir, reproduzido, os principal, traços.
492
:;:;. fHINOAOl : FÓRMULA l'AGÃ1 49

4. As controvérsias trinitárias
As Drimeira5 temativas de conciliar unidade e trindade (Im Oe-u11oram
f ..lllas: tendiam uubordinaro Filho ao Pai lo flpírito Santo er. menos estu·
dado). Tal teoria nos "c.... los 118111 tomo .... o nome de mon.rq .... ilnismo
~det'ndia a mo;;arquilil divinal.
No skulo IV, o subordinacionismo foi representado por Ario de Ale·
xaooria a Plilnir de 3t5 : .. rirmna ser o Filho a primeira e mlls excelente
criltufa do Pai. Tendo sido concedida I paz aos cristios em 313 , compreen·
de-se que a controvérsia tenha tamldo vulto que nunctl tivera. Em come·
q~ncia. reuniu-se O primeiro Concilio Ecumênico da história em Nicéitl
~Á$ia Menor) no ano de 325, o qUilI redigiu uma profis51o de fé, que afirma·
va :

-Cremos. .. em um sd S41nhor Jesus Crisro, Filho d. Dftus, nllSCido do


Pdi como Uniginiro, isro i, da subsrinc.i. do Pai. DeU$ dI! Ofll/S", luzch luz,
lÀu$ verd«!eiro, ~rado, nia (eiro, consubsrlnciill com o Pai, por quem foi
f~tD tudo quehl no ciu e n. terril"lOS 125[54 V.
Ve-se que o texto acentua I identid.d. de substiincia do Pai e do Filho
°
para alirmar que Filho não foi çri.do (quem cria, tira do nadaI. mas geni·
do (quem gira SI prolonga no filho gerado); o Filho 11 Oeas de Deus, DeuI
verdadeiro de Ows verdadeiro.
Todavia a dispull nia $I encerrou em 325. Entre OUtras qUHI6es, nes·
uva a das relaçÕeS do E:spirito Santo com O Pai ~ o Filho. Após decinios de
°
debates, reun i.... -se Concilio de Constantinopla I em 381, Que ICresc:entou ~
profiss.ão nicen. de fi os dados referentes tO Esp(rito Santo :

" Cremos no Espfriro Samo. S8nhor e lonre de vida, que proctJde do


Pai (cf. lo 15,26J, com o Pai I! o Filho. adoriH/o e glorifiCddo, o qual fJ!ou
pelOI Profetas " lOSnt? ISO I 86 J J.

Afirmando qUI o Espfri10 S,nto , adorado com o Pai e o Filho, os


"adres conciliares Queriam incutir a identidade de subnàneia (ou a Oivinda·
dei do Espirito S.nto com o Põli e o Filho. Nio hiA, pois, subordinaçio do
Espirito ao Filho ou ao Pai.
Só foi po5$(vel .as teólogos chegar ~ formulação exata do dogma. após
recorrerem. diuinçlo entre ouara lessência, nat .... reza) e llypóltl$Í$ (pe$50",) ,
Aquela li! unka la Di'lind~I ; . peSSOH, po~m , são tris, $Im eslacelar nem
retalhar a natureza d ivina, como três slo os ,"gulas de um triingulo ~m es·
f&Celar asuperficie do triingulo.
A filosofia gr.ga, Que primava pelo leU acume lógico, torneceu iIOS
tllÓlogm crintos o instru mental neceu6rio par. Que pudessem elaborar a re,
I' fórmula d. 16, NIQ h6 inconveniente na utilillÇio da razlo li dos $CWl
493
so "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

conceitos Plre se ilUIlnrem IS verdldes da H. t::ont~to que $8 preserve inc6-


lun'll o conteUdo d, RevelaçJo divina. O racuno. filosofia gregl nlo impli·
cou em helenlzaçlo do QfS1lanlsmo ; os crintos tiram muito ciosos da lden-
tklflIe di SUl f',' ponto de mor ... rem como mlrtires plr1ll nio I trair. De
rato, o H'tUdo objetiltO. serano das Escriluras do Antigao e do Novo Testa-
mento bem mostra qUI a doutrina d. 55. Trindade' genuinamente blblicl;
foi pro"sud. na Igl1lj_ antes d. qualquer ' pelo 1 filosofia grtp.
O mirt'rio da SS. Trlnd.ut estar' sempnI adfM do idance d. flzio
huTnWlI, como, -'ijs, • 'lida do próprio D&ta em SUl unidade 1& ",Igo que o
olho nlo viu, o OUYIdo nlo ouviu, o coração do homem Jamais percebtu~·
C1Cor 2,9). Ino, porem, nlo quer diur que a razio humana nlo pos,sades-
cobrir nos seus çonQIitOl' n. imtgem das çriatum noç6el qUI ilustrem de
,Igum modo o mlst'rlo de 081,11; 6 precisamente esta I tarefa di teologia.
Como todos os Inudlolos, os tllÓlogos procedem lentamente. formul.,do
tlorilS' hlpótlSH, que o debate vai ellmlnando e purificando; assim prepa·
ram a via pari o . m8gln'rio oficiai da Igreja, que nlo raro medi Inte Cone(·
lios foi definindo nos prim.iro. séculos 85 genu(na f6rmulasda fi nt6lica.
Podemos aqui rtf'rlr aJncb I objeção que as Testamunha levantam
contr~ o dogma trlnJUrio, 10 diul'l!lm que 1+1+1 = 3. ou $ela, se o Pai'
Deul, se o Filho 6 Ot\Is, " o EspCrito Santo' De,", t.mos três delJ$CS. Ao
qUf mpondomQI n. m"maUnguagem popular: lxlxl= 1 ;v8.ce, pois, que I
trindlel. nlo .xclul a unidade desde que o fiel cristio I entenda dlt\lidamen-
te: em Deus as trh p8uo. nfo multiplicam. natureu •• $ubstineia divina,
oomo os trh Ingulos d. um trilngulo nlo multiplicam. fiSjura geométrica,
Quanto li te~a I identificar o Esp{rit'o Santo com a Mie do Filho,
ao lado do P.i. n. SS. Trindade, deve·se ~ uma corrente judaica! representada
paio 'PÓCrifa " Evanoelho dos H.breus" (datado dos skulos 1/111 . Tev. ori·
gMlern uma seit.ludeo<.rirtl dita dos "N.zarenos de Ber'la". que ntl'llm
distantes dlll linhas douuin.ri., dos.demais cristãos; queriem, por exemplo•
• liminar do Novo Tmlmento a eplstola de S. Paulo, tido como ~tata
d. L.i de MoI . . ; menosprezav.m os Evangelhos canõnicos pai', SI ",.m
somente 10 EV'neelho segundo os HebTlU$. T.I corrente nlo encontrou l'1li'
sonincia no Cristl.nismo;em conseqüincia, tambfm. interpretação
10 Esp(rito Sento e' SS. Trindede não teve continuidede.
.,dad.
5. Jeov6 ou Javé?

~ Tettemunh. d. Jeovt 11m como fundador O'tarlel·Tlu AUI50I


11862. 1916), nlfiCldo em Pinsburg IU.S.A.) de flmm. presbiterl.n •. Em
1870 tOmOu-te Idwntln• . Como t.I, refu OI dlcutO$ RlferentlS' segunda
vinda de Crino, que os adv.ntlstas tinhlm pr1t\lilto par. 1843/44; Russel a·
Iln.IOtH plrl 1874 (.-.0 em que eia • separou do adwntlsmo 'onciall ; de·
pois. Indicou .. para 1914 I. fln.lnvnte,p.fII191B. Infelizmente, p0r6m,
Ruuol flileoeu em 1916.
494
SS. TRINDADE: FORMULA PAGÃ? SI

o suces.sor foi o juiz Rutherford, que, tendo ido. Europa.m 1920,


eí enunciou o inteio da idade de ouro pare 1925. Esse novo Udlr da seili,
,\llnllo dita "dos EstudioSO$da Blblia", fez que tomasse o non. di "Tes·
temunhas de Jeové", Rutherford morreu em 1~2.
Atualmente G T8Stemunhn ,.6m seu centrO principal em Brooklyn
INova lorquel,onde sioeditados dois jornais tambt!m tr~uzidos para o por·
tuguês: "Torre de Vigia" e "Oespllnal·vos!"
As,TenemunhiJS ICIInlUlram o retomo 10 Antigo Testamento, qUI os
Advlntistas i' tinhlm iniciado. Chegam ao ponto de negar a 55. Trindade;
chamam DItUS pelo apelativo Jeovah, forma tardia e .rl'Ónea do nome Jah·
weh. - Com efeito; o nome com QUI DeUI se revelou a Moiws f Yahweh
(cf, Ex 3,13·17). Tal .ra a rlverfneia trlbut.da une apelativo Que os judeus
nlo o o usavam pronutlciar a partir do lJu1io (século VI I.C,). Ero tido çomo
" o nome que se tSCn!lve, mas nlo $O li", AIJ encontrarem escrito tal nome,
os Israelitas pronunciavam Adonayl (- meu Senhorl, Em COf151qufncia,
após o s6culo VI d.C. os rabinos fizeram a fusio das consoantes de I H W H
com as; vogAls de E dO n A y: donde resultou JEHOWAH. Notemos, po.
~m, que ainda no ln(cio d, Idade MMia a pronúncl. dovocjbulo.wm ori·
undo .,a sempre Adonay. A pronúncia Jeod é, pela primeira vez, lIeltada
por Raimundo Martini, autor da obra "Puglo Fldel" 'no 1100 de 1270; pwece.
por~m.que jj estava em U$O n~ tlÇOll$ rabfnicas anteriores. 50 foi Nollda
pelai crinlos no século XV I; principalmente os protesuntés, tendo • fren ·
ti o calvinista Teodoro Bua d. Genebn, lhe deram voga, de modo que as
Blblias protutantes de Ifngua inglesa frequentemente aduzem o nome Jeo·
vi.
AWm disto, para 15 Testemunhe de Jeov', Jesus Cristo. apenas cria·
tura. Em afirmação faz c.ir por terra todo 1:1 edlHcio do Cristianismo.
Vi.., pois, como t infundada, posiçlo antltrinitária das Testemu·
nh. : nem na Blblia, nem na Tradiçlo encontra apoio; faz, lOtes, parte da
tendincl. das TestemunhllS a retomar fO Antigo Testamento em detrimento
di Revelaçio de Nol$O Senhor Jesus Cristo.
A propósito ...er
CURSO DE INICIAÇÃO TEOLOGICA POR CORRESPDNDiNCIA,
M6dulos 6 e 7~ RIR 8~;'mI" ConstHlt, 23, :P. endlH", c.iJ(a Post.J '362,
2lXXU Riod.Jantliro (RJ'.

GOMES, CIRILO FOLCH, Rlq~ZM da ~m Criltl, '979.

PATFOORT, ALBERT, O misrlrio do ~us V/lO, Ed. Lunn O'Insti,


c.fx. Post.J 2666, R;o d • .bn.lro (RJ),

'o prllMlto
. . a Ma mudo, cCJrrespond«ldo 11 um e.
49S
"O Que é Religião"
por Rubem Alm

Em dntese: O autor. fMsror prorf!tr."tt!. considtlfil o ptJnu~nto d"


/lutores ."rigos" mockl"nOf (Htes . .. 'M"ri.!;s'. ~ .,,,l/f).
pJJflI mostra, q~
• inMhqu«lo o discurso ilntl-nt/igioso ou que nSo COfffl:S/JOnde li w-rrd#tk.
TermifY .lIrmM1do o v.lDf da Religião co,"" .titudft espontinu. i~rr:IVfII
t profundMJ'lMte pasili", do coração hUmMID (inffli tIMnre () MJtor I, de
cerTo modo ilnriinrfi«tull. dfl modo ql.M mais valoriza as "zõn do cOnfio
do qu. as da rufo em favar d. Rt!/igiIoJ. A leitura do Jivro nio i (Iei/, pois,
M) ,xpor o ~to dos .r.... o wtor pJJrt!Ce id"ntifiCllf-$' com eles (as-
lim , leitura de plgina i$O/«1. do limo podt comunbr noçio 6r.Jd. d.
INnRgIm ntSp«t;Q). A/~m dnto, R. AI~ IM d, ex/NUSÔft figUnHÚS 1IO
.borchr posirivMnMt• • R"itlilO - o (11M se prest. li m. /-antendidos. Por
último. fJQt.mm que o autor n d,d;ne em prol da Religiio como ta' sem .n·
trar em q/JllltóM d, CrwIo - (} qlA poderia S/JflfIdrc:effo rtll.tivismo. N• .,.,·
d«h, , Rlli,iTo nlo 4 ulnóil .titude ~ ou ~nm,,"e ufltilMntal do ur
hcnn.JO. lI10W 1ftlI1t. de UmI Opçdo inrMig«lt~ da pttSSOI; por COfJSll!/Uinfe.
~. tem re/~ com, v.rd«lf; MS pro/fiA .rtigm d~ fé. Q~ sio verídicas e
que n60 pod.m "r trocMJos por qlRisqU/Y ou,ras proposi~ dtf /4.

***
Rublm Alves é pastaI' protHtanle que se tem ded jç~ ao es:uKlo. ha·
vendo feito seu doutorlmllnto Im Princeton (New Jersev. U.S.A.). ~ autor
de yjriu Obras de caritar filosófico-religioso. qu. tem repercutido nos amo
bientH intelectuais I Il1l.1<1lntil do Brasil e do estrangeiro.
O 11'"0 "O que' Religllo" foi publicado pela primeira ~t Im 1981 ;
em 1984, IChlYHe n, 6~ adiçio - o que bem mostra corr.o tem impresslo.
n.to.1 N, verdlda. " obra des:linada a um póblico de ana cultura, red igida
e m lingu.m s:emi·po~tlcl lo que quer dlur: por vezes obscuril, sujelu ,
mal-entendidos' e nlo raro descuidlda ou quase irreverente. O lutor p.rcOf·
" algumas das mod.m .. escolas de Filosofia I suas atitudes perante a Reli·
glio; Im cICIa capítulo fali como se fosse um iPOlogistl di respeetiviI escola

I Rubf!m Afvtts. O qUI t Religilo. Co/~So "Pri",.iro, Passos" nt? 3',


Ed. 8r-'Iif!fJSe, R. c;eneflll.hrdim 160. 01223 $lo Paulo (sPI, 1984(!1!«Ii·
rio). "4Jt160mm, 132pp.
496
"O QUE" RELIGIÃO" 53

(o Que podt sugerir que Rubem Alves ~ di5Cipulo de Durkheim. d e Freud,


de Ftuerbac h, de Marl! .. .l. Todavia após expor muito vivamente o pensa-
mento de Cadil corrtnte mod.rna auH • • condui no capitulo final em favor
da Religilo como tal, Km II pronunciar por algum Credo, f'?der-se-iadue·
jilf, lem düvida, uma liogug8m m ais dec,idida e çomprometidt COm I v.rdade
da parte de R. Alves; e$te muill1 Vdll nlo vai ao amago do problema reli·
gloso. Como quer que sej a, parI'! bom e nlende-dor, o livro li! uma apologia da
Religiio,que pode interenar especialmente aos que Istlo longe de Deus I
niCo acompanhariam um linguajar maislknico e preciso .
Nas p'ginas subseqüentes, apresentaremos breve S(OlHe do Ii\lro . pon-
do em rela'o'o seus tópicos principais !

1. O conteúdo do livro

1.1. "Penpeclivas" (pp. 7-131

b autor começa olhando ao mior de si no mundo contemporineo


Cpp. 7·13) . A ciência e 11 lécnica parecem te r removido a Rellgiio : " uma
das marcas do uber cienl ffico li o seu ate rsmo metodol6gico: um biólogo
nlo Invoca maus esp{ritos pare explicar epidemias, nem um economista os
pode ... s do interno para dar contas da inflação ... " Ip. SI - A propÓsito no·
Umos que tal modo de proc:eder dOI eientistas é legilimo e foi reeonheeido
pelo Concmo do Vaticano 11 :
"0 Sagrado Concílio, ft!tOtrNndo o rnsifllJmento do CorteRio Vatica·
no /, d«/lJfiJ qUO! há duas ordem dt! conht!cimrn ro dittimilS, 8 s~r. I da fi
e a da a zão. Ponanto. I Igreia nio pode MJsolutanwnte impt!dir que iJS anes
e disciplinilS hur7WJ6S usem de princIpias e m4todos próprios. cada uma em
U/J CAmpo. Por isto, reconh«endo, jmt"ilnrdade, aHrm. I Iqltirn. o1uro·
nomia da cuJrlua humana e parricul.,,,,,,,nte dilS ciencias" (Consritui~iD
G.ucUum It Spes nC?59;\I'er lambam nC?361.

Ptfgunla enlio A. Alves : "Desapareceu a religião?" E responde : " Oe


forma alguma. Ela permanece e freqüentemente e xibe uma vitalidldeque se
julga .... lXtinta" Cp.9 )'

" A rtligiio nio u IiqlJida com I IIbstinhlcill dos .tos s«nment.is e


laus6fJcilldo:s I~rrsugl'ldos, d. mtSma forma como GdfIWjo AlfWI não se
~jmifIIJ com os .-aIOS th cntidldr. E; qUMldo a dor bar~ A porta e ~ esflO'
tl1m os rtK:ursos dll tkniu que fII;l pato. a:orda • .. .qutll. que reu , supli·
ca, s.", JJJ~r din ito li quem. .. E surgem ent60 ltS ~rgunt.s sobn o sentido
da vida e o nntido da moITe. P#f"I/UntllS dllS horas de ;ns6,,;a e diant, do ft·
".lho. . . O qur ocor,. com ffWIülncla. qUf! II!I fTtfISnTaS {J«9Uf'1ta ,.'igioslS
do (J1IS.'flldo &.e .rticu/llm 390r1l tnVHtid. fJlJl' méio dt! slmbolos s-cularlza·
497
54 "PERGUNTE E RESPoNDEREMOS" 283/ 1985

dos. MllMnOrfoui,,,,," os nomes. P.rs/n. (I meftnl funçio f81lgiou. .• A


rrI" i60 ntl mtJiI ptdxlnv cJ. nosu fKPMilnci. J»i:soaI do qUf d_jMntJs
.Jmit'r" (PIA , til.

1.2 "O.llmIHIIOl dI ausincla.. , 0# (pp. 14-35)

À difuença dos anifNId irraciGllail, que repetem sempre os mesmos


comportamentos mediante os MUS dantes, as suas garras, os seus Y.neno~ e
odores, OI seus CMeOS duros .. " o homem cria produtos Hmpre novos, que
el. Inventa ... 8 qui constituem. sua eulwl'I. Esta consta de .rmbolos dl.,.r-
lOS, que exprimem os anseios mais profund(K do homem. Entre IStll ,(mM'
to., .nio 0$ s(mboiOl religiosos, que exprimem o senso do segrado " ....ntl
Im todo homem; alt,res. untu.rios. templos, 'I!vros, perfumes, C:&nÇÕn, nor·
m., prociss&s. pertgrln8ÇÕltS. Clllbr~ • . . ' . slo sinais 'li"veis de real ida-
des Invld"is. qUI os olhos nlo _ m. mas q ..... fé li c.pu cH contemplar.
Pare Ilustrar altas lJfIrm-oõe., n. ANI' cita um trecho do " p.queno Pr(ncj·
peH cfI. Antoine de SMnt. Exup'rv;
"O pr!ncipe rmcontrou... com um bichinho qlHl nunu hNl. visto MI'
m : Utnlltapou. E fi fiIPOAllI. disn:
' Voei q".r-mt1 ut;v.r"
'QUI!' Ilstol', ".~tou O ".nino.
'Cativ.r I -sim: eu Im aa«tto lKfui, voei se assenta li, b.m l<Jn~.
Am.nhS. /IfHIr. $11 _nt. mIIis prtrJ. ' .4§im, aos potJCOI, cada wr ",.1$
Ptrto, . . '
. E (I tempo /MSfou, o princiPlzinho c.rivou. raposo " clHlgou • flora
d. ".,rid.,
'Eu K1U chonlr', disu. r.,xIU.
'N60 I minha culpe', dnculpo~. crimça. 'Eu ,''- dia.: lU nio qUft-
ri. Cltlvs-J& , . N60 n/eu . pen.. V<JC!I pIN'Cf!b",
Age,. voei ",i chor-.r! '
"41.u • p«IlI, sim', mpomku • "pouI. 'Quer uJnr por qui}! Sou
UmlI ,.pt:nlI. N60 como trigo. $d como g.!innillS. O trigo nlo "gnlflu absolv.
tMlnem. nMla ~n · mlm. M. voei IM c~f/vou. Seu c.belo tf louro. E .,o",
n. 8U1 eusIncIa, qusndo O vento flur bttlM1ÇlJr O campcde trigo, eufic.m
'«iz ~ em voei.• "
.t.
E o trigo, dMltft Hm ""tido, paaou. c;v~r 11m si UIM 1lUf1nc1.,
q~ r.zi. li rapou sorrir, hrwc#l-ITW que parlbo,. ."".nt.,tJe 'Orm61»"
rMilgmjtic., lKJuilo qu. O discurJO ~lgIoso P"~ ,.nr
com M coisas:
t,.,."formJ·las ck flflfhJadn brut_ • v.n. t!ffl portM!Ortl$ de sentldo H
(pP. 21,).
Com p.I~1'85 IIProxim.liva, ainda que pjlidu, S.int·E)(u~ry irl$inua
O Que sall • Ptrcepçlo do transc.nd. nt.1 qUI" .xprime mldiante limbol05.
Estt claro qua • produçio da dmbolas nllglosol I G cultivo d. CON'
cilnell do tr.nsoendental nlo .rvam "par. arlr 1010 ou mowr miquin•. Os
.9.
"O QUE eREUGIÃO" 55

s rmbolos nlo possuem til tipo de ,fidei •. Mas eles respondem a um outro
tipo d. necessidade. tio poderoso quanto o sexo e a fome: a neceuidlde de
viver num mundo que faça sentido" (pp. 34s) . Na verdade, são os valores re·
ligiosos aLi , o mundo tr,n5(lendental qUI d. sentido a esto! vida li ajuda o
homIm Idtwmpenkilr-se dignamente da WI missão terrestre.

1.3 HOexlliodoJagrMkl"lpp. 36-51)

A Id.de Médi. "i....u intem.".nt, d. comc:iência do sagrado 11 dos V"


Iores invls(veis. Sobreveio. pmm, o s6culo XVI, em que começll1lm a del-
pertar nos homens interesses novos I utiliüri05: " produzir, comerciar, ra·
cionalizar o tt.bllha, viajar para dtlSCObrir novos mercados, obter lucros,
criaf riqu.z,," (pp. 431), A etitude contemp1atiyôl li reverente do homem
medieval foi Cldendo ao espfrito pragmático do homem moderno, o que
prejudicou grandemente I rwligiJo,levando os homens ao mu,ri,liamo : "Si·
IImciot.tmente , burguesia triunfante IlI:rell'l o epitáfio d. ordem sacr.1 ego.
nlzant.: 'Os religiosos, 814 agora, p roc:uraram entender iI niltureza, mls o que
Imponl, nlo é anteReMr, mil trlnsformar''' (P. 451. 1
No af' de conquistar o mundo, I mattmétict tomOU-iB o inltrumento
por txceli!ncia, de ui modo <1~e David Hume 1117761 podia escrever:
"QUlMo /JIl'COmm<J1 noulIII biblior~I, convtncidO$ denes princl.
pior, qfJfI desrrulçSo remos de la2er! Se lomarmes em nOISa$ mio$ qualquer
volume, sej, rk ttologi,. ~/a de trltl,fltle •. ~o/á$t;ea, por exemplo, per'
gunfemo-nos: Sorl qClf .te ccmt,m q/MIqu.r racioc(nio Mlsu,to ,.(,riro ;
qlRntidld~ e ltO número? NSo. ~,. que ~e contim raclocr"ios experimen.
,.;, que aitpm 'ftpeito. mil/Idas de f.ro e ~ exisclncia? N60. Entlo, 'ln·
çal-o lI.s chlllrJa, poi, ma nSe pMe contar caiu a/gutnil a nio Nr ,ofi,tr18S a
ilusõn" (o'tado'" p. 36J.
OS cientistas foram pe:n~t1.ndo OI segredos da natureu e dessac rali ·
7.indo·a ou reduzindo·. ao funcion.mento de I.is físicas e QU(mic • • As ciên·
cias trouxer.m not..... 1bctm..eSlar para o homem. da modo que. nligilo p.-
sou iI ser menospl"lud •. " identificact,a com o passado, o atraso, a ignorância
d. um ptr(odo negro da história, Idade das Trevas, ..• ilusio, ópio, neuro-
108, ideologi~" (pp. 4951.
Se • religiio nlo foi por completo banida, "ela foi aquinhoada com I
adminiltra;lo do mundo Invillvel, o cuidado da salvaçio , a cure das almes
aflitlS~ (p. SOl.
Observa, porém, A. Alves:

I A, t»f.'Ita,d_r.lr~ On.&6o splldfrasa rú umasenrenç. d. K."


1Mrx. q/JII "~,,v.. Olosofis ant.nOr pord.r o pri".;ro lug., 110 Logo•• 1tO
penutrlfJnto " ' v.rdMie, #I procliNIV". s flTlmazis da pnaxi. ou da.çSO ttan,·
form«Jo,. ,obre a propn" wrd«le.
499
56 "PERGUNTE E RESPONOEKEMOS" ~M3fll)g5

"Curioso qlHl .i"d. t;VflU. ~obrMio uI npaça piJfa óJ reli"iio . .• ParI!·


e. .n'rtf_mo qUI N cerr. nllidMin IIltropoJógiclS q~ permanecem fi dts·
,.i'o d. tudo. Ar pl$$(JM conlinwm. te, flDUS de insônia e.,
~'Ulr sobn
• Wd. ,sobrt • morte. . . E os n~ci.fIt~ e bsnqcmros liJ~m rim _ma,
nIo lha b.rN/dQ • posu da riquei., sendoihes ntcessário plantar sob~ ti.
umblm M lHnd~r.s do ugr«lO . . • N50 I porllCideflt8 qlJe., mais poderou
d# mo«Iu u ~nre rambf!m como a ,,-,.i$ pi~u. muendo 9ra~da em
si mnfrnl ••li~1o 'In God _ "lISt' (ros confiamos em Deus).
E r.~ os ojWdn"os e t:lU1I~S possuem iIIm<IS e ~irllm ou·
vir íIS CIIfIÇÕn dos eMa limd.suponlJl'af trisreZiJs da terr." (pp, 50s).

1.4 " A cois. qUI "unea mlnt." (pp. 52-671

o fenOmeno religioso é um fato. e um fato universal , ocorrente em to-


dO$ OI povos. em todas as épocas. "A universalidadee a per5illéncía di reli·
iiii::l nos suglrem qUI .1. nos revela um aspecto essencia' e par~l14Inte di
humanidade" Ip, 69); nlo 6 um 'enõmeno PlI$sa98iro, em vias de desapareci,
mento. Emborl ai correntes religiosas da humanidade Iputsentem imenu va·
riedade de crenças. ritos, e llll manifestam algo de real ou exprimem a verda·
de; a dimensão religioSl ê própria de todos os homem e tem certas expres·
56es que proced.m da nltureza do homam como tal; não são produ'os de
ficções ou culturas, mas r.velam .1 realidlda nôltivOI do ser humano .
O mundo religioso ou sa!lrado difere do não reli!lioso ou do profano
llceul.r) p. lo 1110 de que .11. ê uli'i\irio ou pragrnlitico, ao passo que Ique'
le escapa a lU. qualilicaçio; no mundo profano utilit4rio, o homem e u ·
nher dos valores, UNe-se do que lhe parece inte ressante, e joga fora a mn·
mo objeto logo que outro lhe apresente maior uti~dade ou rentabi lidade
(assim se fu com a ederogrjfica BIC, com os medicamentos cujo prazo de
validu esteja esgot.do, com o coldor de cafe, etcJ . Ao cootr'rio, no mun o
do do sagrado ou ,eligioso, o hOrTlêm já njo é "o C4!ntro do mundo nem.
origm; da5 decisões ... Ele SI sente envolvido por ligo . .. que lhe impõe
normas de comport.mento que ele nia pfXIe transgredir mesmo que nlo
apresentem utilidade" Ip. 61) ; o it;um, o perdão, • renünciiil... lia pratiCai
que nio se d.fil\4lm por sua utilidade, m. sim pel. densidade sagrada que I
religião lI\es 81ribui.
"A lida soei.!, rdl como a conheumos, nSo se enquadra no jO{/O S~
cu/.r li uülití';o. As coius mais lidas qlNJ f.zemos , n~., tim d .,-., com;J
urilidMJe. R.sultam dI noru "V6éncj~ por nDrm4S que nSo cri.mos, que
nos coapm, que fIOs p6em de jMfhos.. . Do ponto de v;st~ estlÍlilment6 uti·
litário, seria (fQjl econômico mlta, os velhos, CiJStrar os portadores de defei'
ros pnlticos, ",.t.r M Cri.nçlS cf.efejruoSll.S, ilbonilr IIS gravirhzl!S ilddMt/Jn
ti indntlfMhts, f.ar des.pIf«er os MJverúrias polfticos, fuzil.r os crimino·
sos e pou(v.is criminosos. • • Ma ~9ufr'IIJ COisll nos d;z que tais cois. nlo
dtwem ser f,ltH. Por qu47 Porque nSo, Por r;uõl!S moran. sem justific.ri".s

500
"O QUE E RELIGIÃO" 57

urilirl ria, E. ~Sf1I(J qUlndo as f,nf1JO$ s~m s.rmos :Jpólflhados. hi utnt voz,
um s.mimento de culPl• • consciincja. que nos diz que JlfIO sagrado foi via -
lentm" (pp. 62sJ.
Ouando • secularitaçio aw.nça, impondo çritérios utilit'ri05 • elimi ·
nando o sagrado, "~uoas perdem os WlA ponlOS de orientação . Sobr.Vllm I
anarquia. E a soci,dld, se estilhaça sob • CfHCente pressio das força cen·
trlfugas, do individualismo" (I'. 63).

1.5. "As flores sob,. _ correntes" Ipp. 68-84)

No skulo passado. Marx encontrou um mundo muito invadido pelo


utilitarismo e desligado do Qgrado. Marx reafirmou t.1 mundo ; concebeu o
ser humino como um vivente cheio da carências materi.ll ; enqUinto estas
nlo tio preenchidas, o homem" 1I'01t1 par. Deus a para o mundo in ...isr...1
do sagrado. Todavia, desde qUI se di a resposta material .as carências mltl-
riais da pessoa, asta dispensa .. religiio. MIO!: dizia que 010 são I' id.ill la
religiio , o direito, I filosofil ... ) que movem a matéria (armas , m'quinas,
Bancos, llibricas, . .I, mas, ao cOf'ltr'rio. ,ia OIS r.alidades materiais que pro·
duzem as idéias Ii religião, as leis, a Moral, a metafísica .. .I; a injusta dinri·
buiçSo dos ben5 maleriais geraria os sentimentos e as praticas religiosas co·
mo ópio do povo ou como anestésico que o ajudaria a s.uportar o jugo dõK
injustiças.
Marx portanto p,.via o lim da religião.

1 .6. "A VOZ dg daejg"( pp. 85·101)

Rubem Alves exP&, sob este titulo, o pensamento de Ludwig


Feuerbach It 1872) e o de Sigmund Freud (t 19391.
Pata Feuerbach. a religiio li um sonho, que exprime aquilO que o ho·
mem deseja, mas nlo existe . De modo semelhêll\te, Freud ensina que "os so·
nhos sio a voz do desejo. e e aqui que nasce a religião. como menslgltm do
desejo, expreufo de nostalgia, esperança de prazer..... tp. 91) . Todavia pl'
ra Freud e . .s desejos Intimos lia ilusórios; por isto a própria reli9iio' um
grande logro . Ao conlr'fio. para Feue,-bach, a f'eligilo afirma a Divindade
do homem, o c.ráter sagrado dos seus ulores, o absoluto do seu corpo, I
bolldlde de viver, COl"I'Ier, ouvir, cheiflr, 'Itr, .• Portanto DeIH não elliste em
si, como rtalidadt obJetiva, mas o homem" autoafirma como um deus
quando ele cultiva 11 f1!ligi 50.

1 .7, " O Deu. doi ot»'imldos" (PP. 102,114)

Outrora floresceu um tipo de "Iigiio que vai 5endo restau rada: are'
ligião dos prolnas de l.r..1. "E.tas entendi.m que o sagrado, .que davam o
nome de vontade de DtUI, tinha 8 ver fundamentalmente com a Justiça e a

SOl
58 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

misericórdia. Em 5U~ bocas tais palavrK tinham um sentido polftico. soeill


que lOdos entendiam" (P. 1031. Eram os porta-vozes dos desgr.açados I in·
justiçados da terra; por causa disto, nlo ruo sofreram plrwguição e morte;
nlo obstante, pqgaram o Reino d. Oeus, "em que as armas Rrlam tramfor.
m~. em arados •.. e .. terra seria devolvida, como herllnÇl, .os; mlOSOS,
fracos, pobres e oprimidos" Ip. 105) .
O!; profetas demon,uaram que • rwl1gifo nio 16 necu..riamenta "ópio
do povo", como dizia K. Marx, Os pequeninos podem conceber suas utopias
e os S41uS sonhos; e, uma vez conscientlzados de SUl força, podam atr.ver~
a transformar SI!US sonhos em realidade I a fazet deSCer o p8talso do. eM
• 'em. "Se a Religiio fosse apenas Ópio, veríamos o Estado. o !)Odareco-
nOmico 10 seu lado, protegendo-. como aliadjl;8COntece. por4m, QUI os po.
derosos 11m perseguido ar.utos da rtli9iIo, :oomo Gandhl. Manln Luthf:r
Kins. Oscar Romero e muitos ouuos. "Isto nlo aconteceri4I $I f05Mm ali.·
dos do poder. Testemunhos da JignifiClO;:io polrtica da raligilo proflhicl, ex-
pmsio d. dores 11 das .~ranç. dos que nio têm poder. Ópiodopovol
Pode ~r, mas nloaqui. Em melo e martires e profetas, DelA" o protesto e o
podfrdos oprimidos" Ip. 114) .

1.8. "A ApoJti" (pp. 116·129)

Ntste capítulo finlill R . Alves ObWIV8 que nas ~ginas anterio,..s ouviu
psicólogos, fil6sofos, cientistas $OClal' a f.llr sobre religião. Uns a::usaram·na
da " louca, aliada .,s poderosos, nlrcotizadora dos pobres": outros, 10 con·
tririo, t.ntaram defendi-la a seu modo, julDlndo que $Im. nli'llilo o muno
do humano nio poda elCistir IDurklwim) ou qUI a religiio". propulsora d.
espel'lf\ÇH dos pobres. A religiio seria um valor. mas um v.lor meramente
subielivo, sem cor~ndenle objetivo ou $Im um Detn exist.nte for. do
sujeito religloSC".
Todavia, acrescenta R. Alfts, esses cientistas f.lav.m de religião sem
ter a.xpefiincia da fI!. Como ci.ntistu, julgavam..se obrigados I um rigoroso
ateísmo metodológico. A cl'ncla os tornava mropes. cegos: "viam escolsas
de cab.... p.. ra baixo : nlo por m. fé, mas por incapacidade cognitiva" (p.
"S).
Esta ceguei,.. dos cientistas é ilustr.ta por uma p.,ibolll :

"'Num l/Jg;Ir7lio muito longt d«IU1 '"wi.um poço fundo ti ncuro on·
ch, dtlSch t.mpos itMmori.,'s, unv sodtdMk rh,.. .. fln""'~,., T#o fun-
do e,. o poçD que Mnhu",. ddas ~",.;, hm" visitMio o mundo de fo". &.
r,,~m convencidas dIJ qUfl (I unilllf'fO u.do u",.rrhodo$ltublXKlO. ~villlO­
lHju llvidlnci_ cientffic. ".,. corroborar ftt" r.ori". $o".nt. um ;ouco,
pr;"MIo dos "",tidos fi d.
razIo, "Iir""";" o contnno, Acont.c.u, .nt(flfllJ·
to, qw um pintmiJgo qw "'.1'11
fHJr ali viu (I POPO. ficou curioso,,, INOJIIfU.
invnr;g" lu.! profundeZas. QUIII ni'o foi su. sutpr'!'U ., dtlSCObrk., ris!

502
"O QUE eREUGIÃO" S9

Mais ~p/f!xas fie.,..", mlJS. pois~' Humh, CriAtUrll de".". eo/«""


~m q/JflttMJ r«l• • s ""'Mies jJ U!CuI~fmlnre sH1ifJMnlM1as , comprolllld.s
em sua sod«1ade. O pintmifga n'IOrftU de d6. Como é qlM as ris podiam
riwu pre$lI$ ~m cal poço, sttm M1 mencn" "~ranç.a de poder $';r7 Claro q~
, idéi, de $fi,~ ,osurd. plJ'" OI mtrlquios, pois, se o $~ buraco fira o uni-
Io'efSO, 1160 poIÚri, haver um 11 fora', E o p intllU#go UI pÕ4 ' eMIr., fvriou -
~nte. Tril10u ti briSll $WW!', os CMnPOS vetdes, as Irvonn COfJ«/u. os ri.
chos cristalinos, borbolf!tilJ. flores, nuvrm. eft~lI$_ • • o qrw p6s em poIlIO-
IOV • soci«iMle d. m, que stI"fIMd;'am. AlgulTllJS ,credit.,.m e co~,..
nlffl , ;mllgi"., como urilJ /I 101• • Fk, ,..m fTU~ ~/~,es e ,,~ mesmo nvis
bonftlS. Coaxmm Cilnç6es novas'. As oucns (<<:lIMam a ca,... AfirlrMÇÕd
nio confirmM/as peI, experibJe/, nlo d,mtn',m ser metfCedo,..s de crédifo,
eftll aleg'IIIm. O plnr.wfgo tinh. de elr., dizf!ndo coisas um stmtido e men-
tim . E se plAtuam li (u., • crltic. filosdfic. , socio/6giCll • psico/óglclJ do
seu discuno. A urviço cW qu.m at";, elel Das c/ases domimtn tt!Sl o.s
dasses domjnM!.s' ~ CKlto urill UIM .spki~ Ih nMf:6tico' O (NlSlilrinho
s~ri~ um louco' Um t!f'lganadod OwmslllM ~/~ não piISUri. de UtrIIJ lIIud~
çlo COMe;".' Dúvid.s niO h.'IÍ. d~ qUtl o IM c."to h.via c,;«/o muitO$ pIO-
bl.rrw. T.nto IIS tiis~trlin."teI qUMIto u m-dominlldar (q", secret.mente
prepsravam uma fevoluçi'oJ nio goSflmmr dllS idlias que o ClJnlO do pintlJS'
silgo ~tlVa colocando na.cabeça do po'llfo. PorocaJiio de lU. prdxima visrea
o pintassilgo foi prew, ~ de etI91'nlldor do povo, mono, empalhMlo e
li; darrMis r6$. proibida, para wmp", deCOllJ(/If as cmç6es que Ih" ensina,....

Foi lIUim qUfl .t<;Onreceu: li ciincia empalhou. "'igi#o, ,(r,ndo d~.


verdades muito difenmtes d~uellIS quê e própria nligilo ""'/6 cantava.
Acontece que as ~UOilS migiaras, ao dizer os rIOmII$ sagrlldos, rw;r/mentt
criem num 1. fora' a ~ dene mundo inllis(ve/ que suas esperarrç~ se alimen·
fllm. Tudo tSo distanre, tio diferente da ub«!oria ci.ntificiI. . •

Se ~mos ou";r .: pessoas religiosas, 4 neceu4rio "f.ztlr-d~-conta ' que


« Tt!ditllmOS. Ouem ubtt o pintllSSllgo tem /"azlo? Ourm ube o univmo é
mais boni to e misterioso que os limites do nosso poço' Sob", o que 1;rI. li
wigiEo?" (pp. "g.,21).

Conclui A. Alves Que 30 homem v.le a pena aceitar o desafio da Reli.


giSo 11 acreditar como Quem aposta, alimentando a esperilnç. de QUIt não sarili
frustrado ou deliludido. A Religiio ,",vela novai f.cetas do universo e o pró·
prio sentido di vidl, desde que Ilgulm 58 queira confilr a ell.

" Cbmo o t~zisr~ qw t.m th U /lIftÇar sobre o abismo, a/undonlll.


do todos os pontos rk apoio, tI.ma ""iRiou rem de u IMlÇar f.mbim sob,..
O abismo, na dil*;io d. t!virlincl., do UflrifMnto, dlllo'Oz do amor, das $(I-
fJII$t6es da fsp8rllflça. Nos CMrrinhos da tsperlH1ça. Nos caminhos de Past:1Il e

50'
60 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

K~rk~rd, tr.ta.g d~ UrrN .posta ~PiJi)(onada . .. Parque 6 fNn bflo O ris·


co 110 ft~nnç. do qUfl • ctmeza ao Jlldo de um unIverso frio. um
lado d.
.ntido. .. " (pp. 12&).

Auim se enctrra o livro, cuja leitura atenta sugere ItIgulNs reflexiks.


que poderíamos sintetizar como Il)IllCO.

2. Refletindo . •.

Proporemos UH pontOI:

11 A leitura do livro em pauta nlo I! fieil, porque o autor parece iden·


1ificar-u com o pensamento d. cada filósofo (materialista ou ateu) que ele
tMnciona : " Em cada CepílUlo esforcei-me por assumir • Identidade diIQuele
em cujo nome fal.i . Tentei Itr positivista, tentei ser Ourktwim, falei como H
fosse Marx, como se fOlle Freud e Fuerbach. procurei .1$ visões 8 os mundos
dOJ prof.tts" (p, 1171. Em conS4tqüém;ia, o leitor pode Pt"Sif Qut R. Alves
quer destruir I Rlligifo, como o fu: Freud ou Marx ... Som.nta naconclu·
sio peroebe ele cl.raman.t. que tal não é • atitude do autor.

21 Além de parecer identiflc.r-~ com pensadores írreligiosos. R.Alves.


ao faliu positivamente da Religilo. usa expresiÕn um tanto chocantes: "A
religião entraga lOS deuHs 0$ seus monos" CP. 1261, "Ah! Se pudúsemos
ficar gr6vidos de deusas ... " (p. 1181. "Que confissão (ntima de amor nio
esté wivida dedeuses1" (p. 131. "0$ deuses a esperanças religiosas ganharam
1'10\10$ nome. e novos rótulos" (p. 12) .•. Naverdade,R.Alves nlo é politeis·
li, mas IJerveoM de astilo um tanto sarclstico e irreverente, que resulta de sua
lempara poEtica, e tendante • independência. O autor é descomprometido
com a realidade Objetiva da R.ligião. ~ o que pode tomar o seu livro Mnbl·
900.

31 No final do livro, como tamblm no c.pltul0 primeiro, o autor q\ler


dizer q~ a Religilo v.le plenamente , apesar ele todas as contestaç/Ses e rene-
gaç6e1 qlH tam sofrido pOI" parte dos ateus. Esta conclU$Io, por4m, su;.,..
duas observaç6u :

- o autor propÕe o v.lor d. religião recorrendo às; necessidades e IS'


pirações do coração ou dos sentimentos do homem. sem Iev..r am devid..
conta o rigor do raciocfnlo f! d. lógica para fundan-.nt.r a atituda a li pliti·
ca religiosa; a Inteligincla bem conduzida atinge Deus e lustlflclIsolid.men·
te a f4 e IS observlncias religiosas. Rubem Alves se IIlCprime como um .nti!n·
teleclual. embora seja um penudor e e5Crilor de projeçio nas fIIeir.s proles·
untes. Esse Intllntelectu.llsmo deixlt lament....eis lacunas no livro da R.
Alval;
504
"O QUE t REUGIAO" 61

- o lUtor nlo SI compromell com algum Credo religioso nas pAiginas


do leU livro "ebemol, porém, Que li pastor prot.nante), Ouer valorizar I
R.llgiio, dando I Impttf.Sio de que nlo h~ propriamente verdades claras e
prwcisas Im mlt4ri. d. religiio. mas Mnti~ntO$ e .moça"I, par.,s quais o
Credo leri, .Igo de sec:und'rio. O leitor poderj, sem dCNidl, aoeltar. poli.
cio P!Ó·Rellglio de R. AlvH, m., ProlMRuindo o racioc(nio oeuionldo pe.
I. leitura d. obra. perceber' que tlmtu!m hi verdades no tocante. Religiio
• qUi, por conseguinte. I A.ligiio tem o NU Cfedo definido ...

Poss. O livro assim apresentado ser (nil li quem o souber In com o


devido ,ntendimento!

•••
A ESCALA DOS VALORES

"TODOS OS CORPOS, O FIRMAMENTO, AS ESTRELAS,


A TERRA E OS SEUS REINOS NÃO SE COMPARAM AO MI:
NIMD DOS EspfRITOS, POIS O EspfRITO CONHECE ISSO
TUDO E CONHECE,SE A SIM MESMO, AO PASSO OUE OS
CORPOS NADA CONHECEM. TODOS OS CORPOS JUNTOS E
TODOS OS ESPfRITOS JUNTOS E TODAS AS SUAS OBRAS.
NÃO SE COMPARAM COM O 1I1I"NIMO MOVIMENTO DE
CARIDADE, POIS ESTE PERTENCE A UM PLANO INFINITA·
MENTE MAIS ELEVADO. NÃO ~ SEGUNDO AS DIMENSÕES
ESPACIAIS OUE DeVO AVALIAR A MINHA DIGNIDADE,
MAS SEGUNDO A LINHA DO MEU PENSAMENTO. peLO ES·
PAÇO O UNIVERSO ME ENVOLVE E ME TRAGA COMO SE
FOSSE UM PONTO; PELO PENSAMENTO, EU O ENVOLVO".

(Pascal. Pensamentos n~s793 e 348)

sos
"ProCIUO" .o P~eSlO de C.noniuçio:

Ma ria (joretti: Santa por Engano?


Em dnt...: O lillro d. Gtord,no Bruno GUfJr"; , mSIMito d. S. At.ri.
Gor.rr; (u I/arde, pois PfmCfu dtlS(igur-.r 11 ifTllJg(lm dll Santa, que. Ig,.~
haverlll ."on..~nt. canonlzlldo. Objeto dtl clJlorosos dllblltn, o livro le
evid.ncJ, IJf/On como fruto de pmconcettos do IIUtor; .t.I{J/~ dtl .",..
mf(J QUI . " doa anos df idldf U".,. CvnpOfIfIU dll ,."tlo /RfItMlOU 6d po.
de SIJf .sfomelld~, suiM, ~nllfab«. ,curt. ih inttliginci• . N. b_ dtlSt. pr..
misu (gf8tuitamtntt IJfirm«l.J, G.B. GtNrri procurou .~"."nros p.ln rã·
rncHUrr.r ~ hipdttlU; dllSf. trllnlho ff:Su/rou um livro ck 200 pl,ginlS. Que
'Pllrp.udo porexprtJ$SÕftcomo NpiI~ ", "lproIlSw/ "', "'ptHJ.-w,firmlr',
IIICpreu&s qlM nild. provam rigorourrwmte • •
O grMllRlllCO suscitldo PIIIo livro (rIO pouco fundllnMntMio .ciMt(-
fico) 611 dllw .0 (ato dtl que Indi,.!.",.n,. combatll' rirpindlldfJ 11 . c.tidil·
d •. E,t. do velonn que o mundo dll ho~. impregnlldo dll princIpias (fffU·
dilJ/tM, fKJUCO ou nMlII ntinw. TodlWi. sio III/Ores tipiu",.nte crinios (c:!.
,ei)!). que • I,rt/. It~ ho~ PIDC/~ma e qUfl os untcn ,fif1mf3m e/oqiMnu.
mfme dlSde OI pri~ros siculos .rl 0$ nossos di." Inclusive tnldi,ntll o
I7IMtlrio df S. Maria GanlUi, E,r. nKI 10'(8 em SUl ,nndt~. de rirrem e
mlrr/r, apnar dll$ inllM:tiwl d. G. 8. GUllrri. nvs convid. o piIbJlco • tOmlr
no~ comcilnci. do prim«lo dOI ~/onn .tllmos.

• • •
Em março pp .• Imprensa do Brasil noticióu rumores levantados pelo
livro de Giordano Bruno Guerri intitulado "Povera Santa, povero IUlSslno:
I. vera norla di Maria Gorctti"', Ed . Mondador! 1985. O autor ref.ri.... a
uma menina de doze anol canoniz.:ia por Pio XII em 1950 por ter sofrido o
mlnlrlo em defesa de SUl vl'lllncl" no ...0 de 1902: Guarri procurav. des-
figurar a meninl, apresentando·a como extremlmentelimitada do ponto dI
vistl Intelectual e pUcolOgico, • fim dIJ concluir que a Igreja .. engan.ra 10
proclamar a santidade herÓica d, tal pllSOl.
Visto que o livro suscitou calorosos comentarias e debates. t • .,. u ·
lraordlnária difusão 130,000 eXlmpla,.. nu dUM primeiras ..manas), v.mo.
Iba/ xo apresentar Im s(ntesc : 1) a figurII de S. Maril Gore"i " depois, 2) o
conl. údo do. referido livro, 'ilCompanh.:to de 3) camenl'rJOl,

506
SANTA MARIA GORETTI 63

1. Quem foi Maria Goretti?


M.ri. Teresa Goretti, familiarmente chamada "Marietta". nasceu em
Corinaldo, na provlncia d. Ancona (Idlial. 80S 16/ 10/ 1890. Seus pais eram
lu(s GOfeni e Assunta Garlinl. pobres em dinheiro, mas ricos em ft cristl.
Em 1899. famni. transferiu·se para flrMere di Cone. n. dioc:etedeAlb.no,
junto ao m.r Medltarrlneo . Mofav.m. trabalhav.m n. fuend. do Conda
Manolenl, onde tamblm habitava a famOla Saten.lli. luis Gorettl morreu
em 1900, deix.ndo .li viUv' o .ncargo de çriar seis filhos de pouc:a idack. As,
sun,. entio viu .... obriild' a Ir trabalhar nos c.mpos, confiando. Mari.n.
o cuidado da CItSf e dos Irmlos. A menln. era obedJenteli m&. sabi. fazer·
11 estimar pelos Irmlos. tom.,dO·Ee o granda apolo di SUl genitora. Muito
piedoul. "citava assiduamente o t.rQO; fez: a primeira Comunhlo 10.
29/05/1902. .
Um dos fllhOi dos vizinhOs, Aleuandro Serenem, com dezoito .nol de
idade, se peMner. com mj, companhias e leituras. Preva.le<:endo-se da,
muites 1U16nc:les de Assunt. , fez li monin. propost8$ obscenas, proibindo.fhe
que as contasw • outrem. Todil'lia M.rien., percebendo qut $8 tr.t..... d,
coisl$ indignas, pediu .li mie orilnt~&tllObre o modo de responder,lhe; d,'
vid.menUl innru(d, por lU" g1nilor.. , Marletta fez o propÓsito de nia Iten·
der • Allllafldro. C.d. Vez m.i&ap.ixonado, este tentou por duas .... zes vi·
timilr a menina, que já era grande 8 etrante;Hbarrou. portm, contra a loul
resistlncll de Marlene. Aos 5/Q7I1902, logo depois que Assunta ,aira para
OI c.mpcn, Alesslndro .partO!u em c.a des1i1, armado com um punh., de
20 em de comprimento, e propôs I Mariana que IscolhaSSlentre. morte e
a perel.. d .. virgindade. A vitima, mostrando cor.gem li lucidez de peDO' ma·
dura. "?Itiu·!he ; "NIo, nio; Deus n~ o quer; If pecado; voei iria p .r. o
Inferno!" Enfurecido .10 extremo, o r.. pu dHferiu entio (lu8tom punhal.·
diJS sobre • moça, perfur&ndo-fhe um pulmão. itingindo a flgilo docoraçJo
11 r.. ~ando-lh •• s entranhas.
Tt.n$port ..d.. com urginci .. p.r. o hOllPital de Nettuno, M..riettecon·
tOU oi sua mJe O que ocor,..ra . O vigJrio ql.W lhe assistia, narrou.fhe a morte
de Jesus na. Cruz li a convf!nio do bom ladrio; I, ao terminar, perguntou'
lhe : " PerclOlI • Alessandro1" - " Sim, "q,ondeu ell, pelo amor de Jesus
perdoo·lhe • quero que d comigo pIlI o para($O". Maria Goreni morreu no
dia leguinte (06/071 em 1902, invocando I 55, Vi'll'm.
Entre os fatal mais notb,is qUI se s,eguiram • su.. morte, ,~,. con,
....1'$10 do aslanlno . Condenado a trinta anos de trab.lhos forç.JdOI, Alenen·
dfO $efl:'lem no drcere mOltraviI_ brutille dnico, qU.lndo em 1910 viu am
sonho a su. '1ftim.. , num Jardim em meio a Urios, oferecendo·lhe UfNI flor.

seu arnpendlmento; d.,


Profund.mente contovldc, .. senrveu uml eartllO bispo lacal exprimindo O
por diante tl!Ive conduta exemplar, de modo Que foi
sollo.m 1929. Em 1831 foi procurar I Sra. Assunt. e IJ!lrguntou-lhe: "Per·

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64 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

dO.-me?H Esu rHpOndeu : " M.riettl perdOOIJ.f:. ao morre'; por que nio t.
perdo.ri. eu7" E. n. tem de Nat.1 seguinte. comungaram um ao lado do
outro.
O proceno de be.tifiuç.lo começou em Julho de 1938. Aos 271031
1947 Pio XII deçl.rlY* Mlri. Goretti "bem·.,enturad," ti em 1950. in5Cn'
vi. no caUlOF dDl s.ntos, en.ndo presentes I Sr., Assunta, com 84 .,01
de Idleta, • quatro Irmãos da INnin • . Sant~ Maria Goretti aparece assim co-
mo minir por CIUII d. lU' yirgindllCl. fi.i 11 Cristo ; dol testemunho de como
• gr.ça de o.us pode agir nUlTIII}owm que. queira conservar íntegra n.lel
do Senhor. No skulo XX repatiu I f~ha quo desde os primeiros *ulol
11 vem rtgistrando na Igr,j •• qUI omamlnta especialmente, figura d. S.
Inls (fim do Kc. II1 ou In (cio do Mic. IV) .
Ex.mlntmol agora o 'tor do livro di Giordano Bruno Guerri.

2. "Pobre Santa. Pobre Assassino"

A Int.nçlo do lutor é dtdigurar ou depreciar a figura da Ma,i, Gor.t·


ti e, conseqüentemente, • d. IgreJ., que • canonizou.
1. ' P.ra tania, começa por denegrir a cidade nal.1 da Sant., "lugar iso·
lado, atralado 11 pobre"; OI saUl habitante' teriam dua: caractar{stlcas : le·
ri.m todos um pouco tolos, mas bons c.t6l1cos (sono luttl un pó tomi, 1'111
bUON çattolic:I'. M.ria Gor.ni .Ii nascida terá sido uma penoa acanhada e
de pouca Inteliglncia - o que de$Vl loriu a façanha heróica que ,e lhe atri·
bui; .14m disto, Mgundo Guerri, deve ter sido uml camponesa paquena, bal·
)lI, feia, corcund., tuja, Inalfabeta, iprlMntando-$e com roupas desgastadas,
descalça, e talvez vitima de fom •.
Glordano Bruno Guerrl, tendo ettabelecido como hipótese de \r.bllho
Qut Maria Goretti devia ser uma personllidade desprez{vel , dedicou as duo
unt. piginas do seu livro i tentativa de tomar verassemelhant. tal hipóte·
se. Outr lmistentemente demonstrar ao leitor que não valia a pena Maria
Goretti dcbcar-se trucidar para defender o " valor" da virgindade; menos ain'
da tinha • Igr.J. rad5es pari apresent.la como modelo de autêntica vidl
cristl. Afi rma tambfm QUI Mlril Goretti, após a sua morte, Cai'l noesque·
cimento do público, mas foi trazidl de novo 11 baila em 1938 por '#Ontad.
dOI padres passfonittas "'Idos de lucro, li! de autoridades fasdttas, desejosas
dt unir IS populact5et; da reg/lo de Anconl sob I hlgide de uma S."tllocll.
Em 1944 Pio XII terl. alarado O processo de beatificação para opor um
testemunho de inoclncia. decad'ncil de costumes provocada paios solda·
dos nom·amerlçanOt n. ""1•.
Guem argumenu umblm r.ferindo .... ti Comunhio EUCIf(ltica reca·
biela por Mini Gol'lttL H..... ri. diverglncias, Qu.nto ao número de Comu·
nh6IS, entn os diz.,e, do proceuo c.n6nlco e os registros paroquial, con.
HfVados no untu6rlo de Ntttuno (onde M.ria est4 sepultad."

508
SANTA MARIA GORETTI 65

3, Em resposta, . ,

Antes do mais, • de notu que o próprio Prefeito de O>rinaldo, c idM:le


nat.1 de Maria, v,io, público, I fim de protestar contra as refurinci.s imp....
eiSI! ou falsas qu, o escritor Guerrl fez i(!uele munic(pio; nio se pode nri·
buir o vllorde uses. hipótese. mal fundamenledas, lembrava o m.ginraclo.
Plr. dl blter o livro, que fe l grande .I.rele nlll"il (I no mundo cl(Ó-
lico), rellizou-w um júri no te81ro Fitodnlmmati:ci de Milio.,. 11 de feve ·
reiro de 1985. A rneü compunhl '2 das aguintes personalidades : o historia·
dor Prof. luigi Flrpo, prHidente do luri : a Ilntropóloga Ida Magli. defenlOre
do livro, o jom.lim. GI splr. Blrbiellini Amidei , o historiador Riccardo Ma·
ri. nl. o escritor Vittorio Messori, 116m do lutar do li ... ro, Glordlno Bruno
Guerri. A ptat'iil do teauo e$lava repleta de intelectuais, jomalistlS. dames
duocledade, prelados da Igreja ...
O Prof. luigl Firpo e a Sr• . Ida MlOli mostr.r.m-ut favorjvels 10 livro,
nPKil lmenle porque Indiretamente combate 011 estima da virgindade, vllor
que plrl muitos hoje nldl.ignific• . earbiellini Amidei e, panicularmente,
Viuorio MlSlOrl, enClrrl9lrlm-se de pôr" claras a falta de embasamento
e 01 preconceitol do .utor do livro Im foco; este, portador de veneno, ,
tamblm o portador do I8U próprio contr.veneno.
Rlfere Vittorio Messori :
"FlZi.·~ d6 o f.ro de qUIJ o d~b8r~ fo,. inici.'mllnr. c~bido co-
mo proctlSSO /10 ptO«SlO de canonizaçio. Em t.1 cno, ' " tilria f"i ro as ~ns
dll def••, flliMldo 8pds • .acuuçlo, , • A impllCiinci. do pnn~dll(lte Luigi Fir·
po fTIIt i mplldiu de deuntlO/w , a llrgUlnlflfaçSo que eu spfOnr.,a. murilMldo
m;n'" inrttfWnçlo, I InIU IM" in;ustificMla",tmrtJ, _ . _inrtuwnçio qlHJ r~n­
di, • mon,.r dll qUInto d~uido • qUIntN prw:onc.ito$ U originou o /1'11'0
Ih GUltlri.
Nio tllciro (dMf f)4$Iaf hipdlesf!S por ,''os documentados. N6Q st fIO'
df plfr.nMf tlClf hino,;ognfi, recomndo ílItXPrr:uõa como allS, d. que
o auror IbUSll: - 4 prov4""". 4 pfOÔIbif(nlmo"', -nÇo I ~".rlrio crer", " I
licito c,.~, "'I mais do que .uliciem. puII COflVflnctJf,, -. •. OIIfsu".m SU o
posiç6tn, " nEo latos. ~is: qlAlfdo o Iuror citil IlIros e d.rIfS, proc«Je de
~in Incomplet•• rllflfillndou ....

Maria nlo era tio tola quanto Guarri quer crer, pois devia ter amadu-
recido muito para desempenhar-se das funções domll!stiCa5 que .uI mie lhe
confiara. Tinhl as mlos honrostmente cllejM:l., pelo 'rdlJO trabalho qu.
tlXlClIlllla_
Tlmbllm nlo 18 deve dizer que foi relegada aoesquecimenlo logo de-
pois di mon'. Aocontrjrio, dtosde cedo muites manifestações de enima cer-
Clrlm lua memória. Assim desde 1904 forlm publicadas biografia. da Marl.
Goret1l; em 1910 ergueu-se em Corin.ldo um pequeno monulTllnto' lua
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66 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/198S

figura; em 1914 colocou-se uma lApide Im parede de s-ntuitrio pr6xlmo a


Otrlnto, PIIIII pelo Pape Pio X. qUI , loIgUndo Guerri. rejeitara I hipótese de li
H
proçl.mlr " btm-awnhlrtda Antes da segunda guerra mundial, em 1939 ,

Pio XII'" manlt.star. o desejo d. v.rc.,oniud. Marli Gorení ; comoverl'


" aU 1116grim.s ao ler urna biografia da m.nlr. santa escrita pelo Pe. Mon-
dron. S.J., • tomou provl<Wncias par. qUI o processo de beatlflc.çJo prol'
Mgulsse.
QUinto ao aspecto flslco dt Mlria. 6 d. 5Blienter que nio I"ilte um.
fotografia fidedigna di meninl . Sendo .sim, é inútil discutir OS traços de
sua aparincl. som',lc• . NIo resta dúvida, porém, d, que deve ter sido UmI
PlrlOIlalidld. almplol, mas, 10 mesmo tempo, dndidl, enérgica e amadure-
clda.
No tocante 80 número de Comunh6es de menina, observemos que 05
registros aos quais se refere Ouerri, n io podem ter ,ido conservados no san-
tu'rio d, Netluno; deveriam encontrar.. n. paróquia da S. Joio freqüenta·
d. por Maria; mas nem a( se ach.m, pois for.m destruIdos pell guerra em
1944.
Mais: os criticas noUm que, 10 refarir-se ao processo de canoniuçio
de Marli GoRtti, o escritor GUlrri confunde I figu,. do promotcrdl fI (o
assim chamldo "Advogado do Diabo'" com a do seu contrjrio (o Postula·
dor ou o.fensor da çau$I de çanoniZlÇiol - o que nlo abona o senso hiuo·
riogr6fico do escritor.
A fim de propor UmII ,.qxJsta oficial a Giardlno Bruno Guerri a ilO
pClbllco inttlU5ado, a S. CongregaçJ'o para _ Causas dos SantOI nomeou
uma comissio de peritOS, que invartilll IS quesdles i.nÇK!as e prapara I do·
CUfMntIÇio adequada to caso.

4. Conclusão
o ptóprio GIOfd ....o Bruno Guerri conftSH que e~n"l'IIu o $eU livro
mais por um preconceito do que por ter argumentol IÓlidos. Com efeito ;
qtando cenl ver vllltll/I • cida de Nettuno, viu um santu.rlo que lha pl·
recla feio; entrou nele e ficou impressionado com "o sllincio, I penumbra, o
odor d. -:norte do luoar"; detev.... diante dos deipojos d. Maria Gore"I ,.n·
cerrados nUmI figura de ctrl QUI representava • Santa deitade. Sentlu entio
o lampejo de uma çonvenlo " ao contrjrfo "Com doze Inos d. idade,
H
:

uma campOMSl de r1tilo pantanoll só podia ser esfomeada,suja, um pobre


ar de in~ligincia dimínu'd .... pensou Guerrl.
Foi nl b... datl imprenio Que começou. colher dados plr. provar
IUI hlpóteM. E assim redigiu seu livro, todo perpassado por "p.rece" eu·
pl'lS$Cles conglnerel Jj atrj, manclonadu.
Ora Ui pICcedimanto nfo.
objetivo nlm ciantifico. A gl"lndl voga do
livro d ...... Im PIfU, ao fito de que paraee collbor.r p.rI dadIuir o
""bu" da virgindade h,rolcemente conservada; o mundo da hoje, penetrado

S10
SANTA MARIA GOREm 67

pet.lcUl.de Slgmund FAlud. li pouco propenso li enimar tal valor.


A 19~1 •• rnOltr,ndo OI pnconcaltos li a falta de bases do livro de
GUlrrI, relflrnu O valor da virgindade consagrada ao Senhor pala virtude da
catldlde. Ela nlo faz: mais do que lembr.r as proposiç6es do ApOstqlo SIo
PtvIo Im 1Cor 7. 25·35;. vida una ou Indivisa', nspoSUI mlll espontlnea
que o crirtl:l possa dar t mtm.,m de que I' chegOu o Reino d, o.UI com
seUl vllam definitivos; inh,.... 80 .. rinJo dlHlmb.raçar...se dI todos OI afl-
um qut o poailm d ividir, ou qUI o distanciem des5es bens eternos preMn-
tes no tampo.
MImais li c8Stidld, p"'·matrimonill 11 prescrita pela Moral crirtl, pois
o uso d, .lCualldldt ante. do c. .mento4I prematuro; o sexo vem li ser I IX'
pmsIJ OItlm. li mlla (ntlma do lmor qtM vai crwsando atrlvfl d. Itep.
do n.moro, do nolvldo li d. unlio nupclll. S. Maia Goretti lembr. t.1 v.lor
10 mundQ d, hole • plQÇlam. Qt.IO o ideal nio • ut6plco, mil, com li graça
do Senhor, pemitamente .xeqOrvel mesmo li uma crieturadedoze anos d,
Idade.
NI conflcçEo dlStI .rrigo muito IJOI VlI,mos do: tnbs/hos de M/lri.
G,..d. Cucco fi Fllblo CiCflronl, publlc.dos Im "Famlglla Cri$ti.~". 03/051
85, pp. 28·33.

** *
AT E N CÃOI

ESTAMOS FELIZES POR PODER COMUNICAR AOS


NOSSOS LEITORES ~UE. A PARTIR DE JANEIRO 1986. PR
VOLTARÃ A SER REVISTA MENSAL. A PERIODICIDADE
AMIUDADA PERMITE MEUIOR' SERVIR AO PÚBLICO
LEDOR. POIS OCASIONA COMENTAR FATOS E LIVROS
COM MAIS PRONTIDÃO E ATUALIDADE.
PEDIMOS AOS NOSSOS ASSINANTES BENNoLA
COMPREENSÃO PARA COM A ELEVAÇÃO DOS PREÇOS
DA REVISTA - FATO ~UE SE DEVE NÃO SOMENTE À
INFLAÇÃO VIGENTE NO PA~. MAS TAMBEM I>. DUPLI·
CAÇÃO DAS TIRAGENS ANUAIS.
GRATOS PELA COLABORAÇÃO. ESTAMOS DISPOS-
TOS A RECEBER SUGESTOES E CRI'rICAS PARA MELHO-
RAR SEMPRE MAIS O NOSSO TRABALHO. - A TODOS
FELIZ NATAL E PROSPERO 19861

Estêvão Bettencourt 0.5.8.

SII
Um documento d. $anti ~:

Comunhão na Mão
A S. Congrapçio para o Culto Diyino I)ublieou • "gui nt~ Notificaçlo
a respeito dlll Comunhio na mio :

Prot. 720/85
A Santa Sê, I partir de J 969, mantendo Iernpre em toda. Isreja o uso
tradicional de distribuir a Comunh lo, concede às Confer~ncil$ Episcopais que
o peçam, e em condiçOes determinadas, • faculdade de distribuJr a Comu·
nh!o na mIO dos fiêis .
Esta faculdade e regida pelas Inslruç&s Memori.te Domini e Immen·
sae CariI,lu (29 de maio de 1969. AAS 61 . 1969. S41.S46; 29 de janeiro
1973, AAS 65, 1973,264-271) assim como pelo Ritual De 5811:18 Com-
muaione publ;cado lOS 21 de junho de 1973, n~ 21_ Todavia parece úti1 cha·
mar a atençlo pata os pontos seguintes:
1. A Comunhlo na mão deve manifestar. tanto quanto a Comunhlo
recebida na boca, O r~speilo pan com a presença real de CriSlo na Eucaris-
ti l. Por isto seni preciso Insistir, como fazjam os Padres da Igreja, sobre. no-
breza do sesto dos fiéis. Assim, os redm·batizados do fim do skulo IV re-
cebiam a nonna de estender aS duas mlos faundo "com a esquerda um tro-
no para a direita, pois esta devia receber o Rei" (S~Catequese Misugógica de
Jel'\l$llem, n?2 1; PG 33, Col. 1125; S. Joio Crisóstomo. homilia 47 . PC 63,
Col. 898, etc .).)
2. Sesulndo ainda os Padres, será preciso Insistir sobre o Amlm que
o fiel diz em resposta às palavras do ministro: "O Corpo de Cristo". Este
Amim deve ser I lfirmaçl o da fé : " Quando pedes (a ComunhJo), o sacerdo-
te te diz '0 Corpo de Crislo ', e tu dizes 'ArMm', '~isto mesmo'; o que a lin-
gua confessa, conserve-o o t reto" (S. Ambrósio, De Sacramentis 4,25).
3. O fiel que recebe a Eucarinia na mIo, Jevi-Ia-' Ji boca ant~s de vol-
lIr 10 seu !uaar; apenas se afastari, ficando voltado para o I1tal, a fim de
pennitir que se aproxime aquele que o sepe.
4. E da Igreja que o fiel recebe a Eucaristia, que é a Comunhlo com o
Corpo de Cristo e com a Igreja. Eis por que o fiel nlo deve ele mesmo retirar
a putrcula de umabandejaoude uma cesta, como o rui.sesc tratasse de pio

1 Na pnitiCII, deH-se ncomendsr Q()S filis o contrãrio; ti m40 eJquet'd1l


sobre ti mio. direita, fHIrr1 que tomem facilnvnte 11 h6stia com 11 mIO dildtll
parti coloc6-la na boctt_

Sl1
COMUNHÃO NA MÃO 69

comum ou memlo de piO benlo, mas ele euende .as mIas plra receber a par-
tícula do ministro da Comunhfo.
5. Reçomcndar-sc-í a lodos, especialmente As crianças, a limpeudas
mias, em respeito i Eucaristia.
6. Será preciso previamente minisuar aos fieis uma c3leqllese de) rito,
insistir sobre 05 sentimentos de .doraç.o e a a!ilude de respeito que ele exi-
se (d. Dominicaecoen.en9 11). Recomendar-se-Ihcs-á que cuidem de que
nlo se percam rragmenlos de pio consagrado (cf. Congregaçlo par.l a Dou-
trina da F", 2/05 1972, Prol. n989/71, em Notiliae 1972, p. 227).
7. Os fiéis jamais serlo obrigados a adom :I prílica da Comunhfo na.
mio; ao contririo, fielrlO plenamente livres para comungar de um ou de
outro modo.
Estas normas e as que foram recomendEldas pelos documenlos da ~
Apostólica ,ItÚ citados, têm por finalidade lembrar o dever do respeito paúl
com I Eucaristia independentemente do modo como se receba. Comunhlo,
Insistam os pastores de almas nlo só sobre as disp05~õe$ necesdrias
para a recepylo rrutuosa da Comunhfo, que,em l;ertO$ casos, eltige O recur·
so ao Sacramento da Penittncia; recomendem também a atitude exterior de-
respeito qlle. em $Cu conjunto. de\'e exprimir a ré do cris.l50 na Eucaristia,
Da sede da Congregaçlo para o Culto Divino. aos 3 de :.bril de 1985.

t Agoslinho Mayer
Arcebispo ti,ularde Satriano
Pro-Prdeito

t Virgilio No.!
Arccbis.po titular de Voncaria
$ecrelirio
Como 5e vi,lISla Notificação chama a atençio pari!
11 a nllCtsSidade de se receber a Eucaristia sobra a palma da mio. li
nlo como quem pinça a partlcula (supostO que o comungante nio qUli ra
recorrer' maneira tradicional de receber. Comunhio);
2) • postu,.. de quem comung.l: "tacion.ri ... de frente para o .. Itar,
d.iw:ando espaço pa,a que possa eomungar o fie' qlle vem ..tr":
310 dever, que toei toS ministros. de distribuir a S. Eucaristia,. nio
deixar que d,I, se sirvam OS fiéis como se Mrviriam de outro alimento;
4) , necessidade de disposições espirituais condizentes com a Comu·
nhlo Eucarfnlca - o 'lu. lupCSe o recuno .. Sacramento d. Penifência em
CalO de pecldo grave. Nlo' licito comunQlr em estado di ~o g'I.,. , co-
mo aindl r.oentomenu lembr"'l a Igrej. 10 promulglr o canon 916 do no-
vo Código di Direito Cln6nico;
5) O flspllto 10 SS. Sacr&rnlnto qUI, atrMs destas minúcias, h. d.
se, incutido I Incrementado.
Sl3
Dois livros sobr.

o Poder da Mente
Em dntes.: Os livros ,.f'fWIf. ~ ptJrhr da mentff vi,""e multipll·
cando . .. Muita 'nns luplI.m prwni$Ul$ panl.(st., conc«Jilfldo o II!r hu·
rrvno, ~U$. fi o uniwno comolJlflmenrosqwpo$$lIme"U'lIremgntnde sinto·
nia .nr~ s/ • (Im de propiciM efeitos maf"llWlhosos;. Di!lindMi.I, de CfrtO
modIJ, concebide como ,,,.,,i.IfsicI com fi quel s# integla a eMfJlie lú;ee
d. men" hum#lll;HU itttfglllClol, por """., ch.-natü "do.çSo", ~ que!
üo .tlibuldos .ftitOS por.ntosm.
EnquWlam4' nlfrM PII'rrwtros os lillros de Josl Sotnltti fi Nubi. IM·
dei FI511Ç8, que lnlI/iumos nl$ pígin81 ~uinta; ced8 qual dttst. obr. ten·
ciona SM fiel eo /»"'amtmto eatdlieo, mar ambas IlIlh.", porÇ«/e~m. um
ringue;'r IWIte/st• • que u«iuz mentalidade pantefsra, da qUIli, f.umosll'O·
tol, ".m Jo$4 SotrNltti nem Nubl. MM;/el F~nçll esf.~m p/.nllf'JVnte CON'
cientes. .
A/Im disto, ~jsframOl q~ os dois /i!lfOS. especialmente o segundo,
excitem inrenument. e f."tasie do leitor - o qlW nio sotnf!nk contriúui
pera ",1-'0 "iver num mundo irr&BI. lrQS tamMm pode concorrer ".171 a'.·
ta! fi sua saúde mtnrlf.

• • •
Mu!tiplicam",e os U\lrOl qUI tencionam incutir ao públiCO o poder de
que ~ dotlda fi mente human • • Ensin.m maneiras de aproVlit.r til forÇl,
recomend.ndo posiÇlÕlJ1 c:orporli$ e ltitudH mentais que visam a resolver
grlYes problem.s di vidll cotldlan.: levarillm 'descobert. de objetos perdi ·
dos, 10 conwno de , plIrelhos defeltU050s, 'cur. de doenças, etc. T.il obres
flSCin.." os I.itores; todllvia merecem s4ri_ 11!5triÇÔfl$ do pontO de viste fi ·
l0s6flCo-religlolo. pots adotam concepçÕes panteístu,espeçi.lmante qulfldo
iibord.m espeetOS d. "ligilo. Em últim. andlise, dir-se-ill que o poder di
menti I'ISUlta de Que lSta é pareel. de um grande Todo divlno, com o Qual
ela tem Que entrar em $intonll; uma vez: obtid. esta h'nTlonlf, • mlnU! go.
zari. do poder infinito da Oivindllde.
Dentre 11 di!lenlS public8ÇÕHde tal ginero, v.mos, a seguir. coment.r
dulS, qUi pllrecem plIrticulermente 5ignificativ •.

1
Jost SOMETT/, Voei 11 IIquilo que pensa. Ed. O'd«le Non. R~ Cel.
Paul/no c.rlos 29, 04006 $lo Peulo (SP). 10nll 884-3700, ,4Ox207 mm.
'57 pp.
Sl4
o PODER DA MENTE 71

1. "Vceê é aquilo que pensa"


por José Sometti
o autor. sacerdote, que SI tem dedicado intennmente ao estudo da
Par.psico logia, chegando mesmo a fazer parte da equipe do Centro latino-
Americano de Par.,,'icologia (ClAPI. outrora dirigido pelo Pe . Oscar Que·
vedo. Tlm exercido sua atividade plstoral com grande zelo. O livro que tru
o título lICim., reproduz o texto de conferências e cursos que o !lutor tem
minislrldo no Brasil, no elllerior.
O livro contém. sem dóvida. muitas páginlls de valor, que fome<:em ao
leitor. explicaçio de fe ...6menos estranhos. 1"150 ,aro atribvidos i interven·
çio de 1'P(ritos do .Iém : I psicografia. I pnt-cogniçio. a percepção UUlI'
sensorial, I t.lecinl!si•. etc. 56 podemos ser gratos ao autor por ofertlOlr
tais. esc:18l"1Cimentos.os seUl teilores.
1. Contudo, quando Sometti fala de oração, parece confundl·la com
uma técnica ct. ..,roveiur os poderes da mente para obter efeitos maravi·
lhosos. é o que se ... erificl principl lmente no Clp{tulo VII : "O Inconsciente
•• Harmonia Familiar e Universal". Eis algllnsdos mais significativos te xtos
de Somettl :
"OUllnoo voeI P«I. algo na or4Ç$o, veja se o que pede est4. IJ(Itn de
tudo, de IICOrrJo coma tl()ntMe de {Nus.
Em seglJida, visuaHn bem firrntlfT1tmte o seudf!SlIjo, como ur o quisfS-
se m,rllrllJliz~r. enf,i(endo<J de caracter{scjcas e noras agradilvcis; veja, por
lim. ",liz"'~1 con(;rtttamtnre o qwnto pediu. .
Coloque tudo nl mMJ da infinita Bondade de Deus Pai e sinta ;1
,..,indo.g seu sonho.
AgrMt.çIIlIS su~ orlç6e$ I nalização do seu pedido.
Fiqw l if17Hlllo ~nu~nto positillO. na certeza de qfM tudo se nali·
ar~. COMlnro qUI! o obieto do seu p«Jido e$leja de acordo com li ~ntMk
de D!VJ. d, acordo com o plMlO da amor, ptlZ e hMmonia do univ.rso" (P.
95).
Miis adiante escrtve o autor:
"Dullme o sono o uu su~sdenre sempn esti acordMio 11 (r.lhll
em sw favor. O qu. precisa. I plDgraml-lo positMrnflnre.
t portNlto• •. IirillJllctff de cki(lIr subtrair quinn minutos /lO sono.
f,~ndo um bom ,-wllx,menro, colocando. mtmte em COnclltO ~m. fome
criado,. di Ioid, e da PlIZ, ~rdOMtdo. todos, 'MnçoMldo 11 toOOS,lIgr«16-
cendo 11m pn"mlliro IUgllf li 0.14 e depois lfOS seus fvnili,res, lIOS seus .,izi-
nhof. __ • enfim ~flt:hr:endo por tudo . ..
Vísw/;ze~1I itnllrgindo num globo de luz, protegido pelo polierofO
amor de DetJ$.
Erre exercIdo, MIes de de;t", constitui para alguns oraçkJ e finroni~
com as forças pos/liv~$ do Bem exist«llta no UniVfJf"SO.
72 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

Dormindo ~ clllmo./Mm mulHio./"""indo lime .mor de pu e


tnnqüilidMI', IIpdo li fonte criadO,.. rnns(ormaf'i o uv sono em desc",so
lIbençoddo fJMJ o SlIU corpo e em ,n"gi, vital para o "u
.spfriro" (p. 98J.

"O nouo incOllldMc, tudo SIJ~ e tudo pock progr.m.f p.r. o nosso
Mm, " o so/lat.rmos.
ArI~ dlJ trlbMh.,. pon.nto, vtt" d~ Inicl., alga de nol'O, fi SlImplf
bom da, algu/Tlll$ sugarõft positivas. com , intenção de chtgar .. ele e pro-
gr.miO/o.
As pnso.s $10 gw'Mias muito mais por aquilo Que s4bem .(r1Jv6s d.
n»nte Inconsciente do que n"".
do controle conseiMre ri, sentflTlen(os,
~~ros. dtICls6n, .çõe;s. ..
Conhlco um grupo de cientistn QI/#! rode ss 'Hlt!f qlJf $I ~'m 1'811
(OOlJJho dt pesquiQ, plfa quinLt! minutos ama de Inicl'rtm, reI"um, rt·
13m 10 S#nhOr dI! le's do unilltfftJ e d,poh co~m o ulb.Jho, Os ,(,itOl
sio inumf!rlllf!ls.

Peno~rrw,lt. v.jo • ol8Çlo do grupo de rrilbalho sob a PffTPtlCti",da


palll~ do Divino Mft,,.,. que diss, Qual! dois mil .00$ .em: 'Onde doà
ou u~ ou mais ntiverem reunidos em meu nome, Mi "tiro no (Mio d~es'"
Ip. 971.

Quem li estes trechos, te m a impressão de que orar, no caso, é dispor


• mente par. entrar em sintooia com uma grande fontl! emissora de ene(gi.
e poderes que, uma vez captados peto orante, tomario r,alid~s 0$ seus de-
RjoS. A oraçio seria urna receita psíquica d, efeitos certeiros, desde que rI.1-
lizad.1 segundo I' normas Pnl~ritlS. Ora tal nlo é o conceito crinão da or.1·
çJo:"ta I uma elevaçio d. alma a DeUI para adorar, agradecer,expiar e SUo
plicar; nadilllllis 5up6e do que um••titud. filial do or..'I(' d iante de Deus;
pode ser efetu~ •• m m.io às situações m.is lormentosu. Ser' .tendida se
Deus, e", w. livre e 'Ober.1na vontade, hOlJ'Ver por bem dar a su. graça à
criatur•. A oraçlo I, pois, um•• tltude de fé, que recorre' liberalidede d.
Deus wm poder J1rometer resultados certeiros. Verdade 4 que nenhuma
oraç.lo li inútil ; mil 011.11 pode não conceder 10 orante o qUI !)tde e, sim,
outro bem, mais eondizente eom os lut6nticos interessas de quem reza.

É ceno qUI OI mestres de OfIÇIo reconhecem o valor d, artas lkni·


CI5 ffsic. e pslquicu que facilitam o recolhimento e • lucidez. de.sp(rito :
.mbiente semi·ucuro, música suav., mobilização d. memória, da '8ntui,.
da inteligincia, d. vontade. dos aletos . . . Estes exercidos podem Ar úten ~
qu.m queira mMlltar ou Alfletir sob".1 verdades d. , •. Mas nio 5e identifi-
c~m com • p~ril pr'dc. da oraçlo.

Sl6
o PODER DA MENTF. JJ

Com isto n'o queremos neg,ar a efidei. de ce", ~igiel'\e mental nem
do f.lax. Mas dMjamos observar que nlo se podem identificar tom a ora·
ção .
2 . Eis ainda outros tutos , uspeitOS, que têm o 'illbar d~ panteismo :

"A repetiçio (d~ orBÇõu) cBlma e tnmqüilll leva inevitllvelmIJnte 11 PIIS'


SOlll!!m nl~ ~ntlJl mais rellXado e conSlIQ.kntemIJntl!! em nlvel .If...
Em 9l1rd/. d ~oa q~ ntl neste ciclo dI!! ond., encontra uma t»rflli ra
harmonia IInue ()f (Nldem instintivos ~ .. consciincia. tr.'hil di.,.re do
PrincIpio de Pu Univertlll os próp,;:;: ~Iqut$. I1S rMgoM, os tnUfTNs . . .
Entre os orientais existe Um8 prAtic, mifen.rdeste ripo de oracio, on·
de o fi'" orame repete cal"" e rr#flqüilllfTWnre Uffl8 p.,.vl'1J ou UIM Iflne in·
o/!u'.'1cementl!!.
No mundo ocidental existe entre os cristãos um costume I»r«ido,
q~ foi sempr8 muito valorizado (sem con~r toei. a riqUl!D psicolÓgica).
o costume do t.rço {rosJrio}" (P. 101).

Ora esta passagem ~mel"a a oraçio do rOS'rio i repetição dos mano


trlS 011 maha'mlntras do ninduismo. - Pai, ~m; os hindu(stn reJ)etem
sempre a mesma palavra (Hllrc Ktisnll, H.re Hare Krisna Krisna, Hare Ramôl,
Rama Aama, OM, OM, OM . .• 1, porque, percutindo o ar com os seus sons,
os hindu(stas julgam que enio fazendo vibrar ~ propria Divindade,. qual se
toma mais eficiente e atuante Quando auim aclamada. '
O cristão n'o repete suas orações por tal motivo panteisu : a oração
vocal .penas lhe oferece o sustento e o ambiente no qual o espirito I ! eleva
a Deus com seus aletcs; Deus i transcendente e não $C! identifica com ne·
nhuma onda enetgll!tica.
Ainda rnrrece atenção outro trecho em que o panteísmo est' subja·
cente :
"Estando pt!nvrbada• •• procvrfl entrar tlm onda alfa, viSUdfizIf a sua
vi.m dtirna, envolvida ptII.luz plOterora de DelA, Vl!!ndO-.&1I amada li . .am·
l»"hMla por Ele. Assim ~ndo, n«ia de mal poder4 acontec.r-lhe, por.
qUI!! o F'rKkr '''finito que esc. ~ntro dfl voei cn'" 1)O'/itS sitl~ólÇÕes fi rumos
novos. •.
A~itll q/H existe ckntro de voei o Podllr In/inlro q~ pode intervir
na une sucessiva dos aconteci",.nto~ e poda modificv pmitivamentll o sev
futuro" (P. 722).
Em SUtnlI, "existe d~"rro de lIOCi o Podar Infinito QW pode intervir n.
uri, sucessiva dos lIConttlCifl'WlntOJ e modificar positivamente o nu /urvro"
(p. '38).

Eu.e Poder Infinito Que presumidamente existe dentro do I.itor, men·


cionado com iniciais maiúsculas, tem d c'fecterlstic. da Di .... indade lal co-
mo D concebem os pante(st • .
SIJ
74 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

Estlmos convictos de QUI o Pe. Josf. Someni conserva íntegril em seu


corfÇIo I " c.tóllca no DeUl transcendental Criador de todas .as coisas le,
por conseguinte, não id.ntific6Yel com alguma delasl. rTlIt nio podemos dei·
xlr d, .... rific. qUI" lUl linguagem solrtu Influência de .utores pante(slls
como Joseph Murphy no ..u li\lro"O Poder Infinitod. SUl Mente"(çf, PR
222nS, pp. 263·270). Seria oponU\O QUI retificaste o au modo de f.l,r I
penSlr. De resto, , só numa perspectiva plnte(sti que se podem itribuir KI
se, hum.no poderes infinitol, pois, consideradil como criatur., 8 pesso.l"lu·
mana nlo ooza dI poder41S infinitos. ~ ceno que o subconsciente tem alcan-
ce surprtendente, mas IItI nlo faz jus ao Quali.ie2ltivol d. infinito. - Em
çomeqOincia, conclu~ : quem atribui à mente humana poderes infinitoS.
ou Ilti "brincando" com as palavras, nio rcspeitilndo o signifICado rigoroso
e preciso que tém, 0tI . .ti (consciente ou inconscien(emcn(e) aderindo 10
pant.(smo. - Ora o p.nte/smo 6 uma .berraçio lôgica, pois identifica como
facetas da mesma subnineie o finito e o Infinito, O relativo I o Absoluto. o
contlngentl e o Neceui,io, o temporirio I o Eterno ... Cf. PR 263/82. p.
306.

2. "Relaxe e viva feliz"1


por Nubia Maciel França e
Pe. Mart ins Terra S.J.
Estl outro livro, que tem a apresent.çio do PI . Haroldo Rahm S.J,
(pp. 5·121, i . em sua partI principallpp. 13 ·150), obra da Ora. Nubia Maciel
França, " Idvogada, 5OCi6109l1 e perit. tinto na arte de relaxamento como no
ensinamento de oração dinJmica" Cp. 51. O Pe. Joio Evangelista Martins
Terr. S.J. escrevI os três c..,ítulos finai s do livro (pP. 151·171) a partir d e
premiuu diferentes d. da Ora. Nubia. Os capftulos dai"". dista escritora
li! que nos hlode internsar a seguir.
, . Em Srntese, a Ora, Nubia ~ot. o conceito de Que I mente humana
goza de enorme poder, que o indivIduo deve saber utilizar, colocando-H em
alfa ou em rllax. Entretanto em lal situaç:io, ou qcando ora. li pISKla se pese
Im sintonia com o Universo I com o Criador, usufruindo dos poderes do
Criador Icf. pp. 97$1. Essa sintonizaçio com o Uni~rso e com a Divindade
tem ef.ltos portentosos, que consist.m na obtençio d. cura de peSKIU
doentes Ip. 91', 1\11 descoberta de Objetos perdidos (P. 1081, no eonserto de
~p.r.lh05 QuebradOl (P. 1091. no domrnio ~bre ali plantas (pp. 113-1171.
sobre OI animais Ipp. 119· 1231 . ..
O que chama a atençlo neste livro, é, liém da promessede ef.itos .ltI·
mente prodl9iosos. o subttato p.anll ($11 que a obra deixa transp.recer:. Ota·

I Ed. l.oyol,. Rua 1822, ri! 347. ex. postIll42335, 01000 Sio Pau/o (SP)
138 K208 mm,'71 pp,
5J8
o PODER DA MENTE 75

çIo se reduziria a um Pf0C4SS0 de Fi'siel meeAnic:a ou de vibrações ondula-


tória - o que 56 se pode conceber se toda a r,!ldade existente. uma só subs·
tlnc:i. com facetas diferentes 00 i uma rede cujos nós se condicionam um
aos outros.
Eis algumas das afirmaÇlÕes mais t rpicas d. autor, :

" Há muita energia denrro li for. rh voei. A/WfIiI$ usando .. voei se


conwnc.r4 da sua exisr4ncill li de sua ef.til/II lIp1íCIIÇ60 (p. 93),
H

"'DUM/do o homem espirirtu/o,.. ou rdax8, IInfra em h.rmonia ou em


sintonia com o UnJVflno li com o C,i«io,'" (p.97).
"O "/IIXIlrT/#nfO IIjuch • int~r»ç.o consigo mesmo, com o meio , com
mitral hoIMns. com o UtliNfSO li com Dtus"{p, 99J.
"'VoeI pode influi, osbre u p/.ntas, 0$ MlitNh, sob~ M 1»"8 Ifsias
dos $lres humMIOs parti • judl-los e pode rambim tmU'lr em sintonia com o
Crittdor" (p, "0),

"Sintonia com o Univlno e com o Criador", Esta expreuiJ parece


dizer que o ser humano é um apanlho capaz decapur ondas de dulS fontel
emissoras Justapostas : o UnIve rso e o Criador. Ora Deus nlo 6 um foco de
energia ou de ondulaç&s Hslc u ou elltric., pois EC. nada tem de quantlta· .
tivo ou dimensional.
. t OIIrto que a Ora. Núbia nJo insiste tanto quanto Josl Sornetti sobre
a Identidade de oraç:!o e t~cnic. mental. M.ntém4e mais no plOino da psico.
logia do que no da mfniç • • 1510, po"'m, nia Oi exime de usar locuç6es pano
t, fstas.

2 . Não podemos deixar de regimaroutrossim q~ o livro PlI'tICe cedar


amplamantll • imaginaçio, OiJnsentando ~gin. que, oriundas da fantasia
d, lutor., excitam fortemente a fantasia dos leitores, tillvez com o risco de
transtornar lem vez da beneficiar) I saúda mental dmes. fis um, das pasSi·
gens em que • fantasia intarpel. a fantasia num plano de piedada:

" 'Em IIHdsd~, 11m verrlllde lhes '"digo: $11 dois ou mllÍI concordarem
~I'C. de alguma coisa que tiw rem a P«Jir. ser-lhes.. d«io ' •
Enfie em seu unrulrio Pf/o mltodo de 20. 1 es./JeJe os amigos atpi·
, irUl;" .. ar.com ele!. • .
N. preunça de lÃlA of.~ NU ",zio ~ pumirs qUf SIM M1erp;, fI/JII
pNa voei. . . ImagiM U".. f!$"" de luz brllllCO..zulMh lntenu IIindo d. ela·
r.boi• .ama da SIM cabeç•• Veja ata luz tomM)(Jo-u mais lntanW• .• l ftl8 ·
gi~ um cllntJl KlDO".,. que I a nti";. da o.us flu~ por voei. ..
lmagin_ como Uf'IN c.,;hocir. da luz. fo~ inuncUndo • SUl alma,
'lU /Mnr., uu co~, uu corpo, todo ti uu UI• . .
O)f)cantrfl ~ luz princlfM/manr••m UlU Corw:So, po;~, .s:s;m CClImIIICICi
pensa no cor,JÇ60 ,.$Sim 6. . .
519
76 " PERGUNTE E RESPONDEREMOS" ~83 / 198S

Pro~r. uúd. fi b~m-est., /I todos os SftlS ~tes qu~ridO$ • .. Projete-


IlIes • luz bnnc(Nrmr~ad3 e VI~u:lliz8<OS felizes. ..
Pro,.t, ,,,.rgi,
JUra seus ,w$, . .. i/mios• .. cónjuge . .• fifhas, ... PI'
rtntes• . , • amigos, . , . empregadcs, . . . IUrrio, . •. pro/'te" ore por todos
flql,leles qca Ih, pMli,.m. _ .
Assim liqUl! em or~õ ~/o tempo que quiser e depoh saia de uu
unlulrio contendo de 11120- (p. 146).

Para aJudlr alguém IJ superar problemas de saUde H,lel, ei, a receita;

"RMpi" pl'Ofund.~nre e rei,.,...


PeflSt numa pt!SS0iJ com probleftlllS de saúde ({sica . .. Imsgine.a de M,
d, '~ntfl pilra lfOCi• .•
Levante IIS m60s fi vo/re as p6/mn dm mios IJm d ilflÇrO /I ,I•. .. 1m8-
giM qu. uma luz b,.nco-azu/IHi/l .lIi • pontas de seus dedos fi das pafINS
de SW$ m60s li ilumina Q sistefTY IH'rKlSO dt, .. !"'II9;ne qw os fllios de luz
flntnm no hemh/~rio cerebnl esql4rdo de ... Acornpmhe com SUolS mãos
nses raios de luz dftcendo .,10 pi dimito . . .
Agora projtte • luz braMo..zuJMI. para o hflmisfirio c,r,b,./ dirt/to
fi acompanhe.:J Rré I) pé esqu,rdo .. .
'magine agora nu luz ilumin,rrdo rodo o esquelero de ... de c~
aos pés.. •
Ilumine o sisterrv circulIJt6rio. •. Irr«i/e. luz brlJl'lCo-4zu/«I. lU"' o
corsçio, .. r dIJ( In'" .s IJrtéri.s, w;.s. VMOS sangü(n«Js de todo o corpo,
tU C~IJ MlS pá. .,.
& em algum luglJr do corpo UM. dOtes, coloqutf menta/~ntB Uf7IIJ
d~ SW$ mlos sobre o locM fi IJnãlt:si.-o, lia IMSmo tempo qutf virssa part,
iluminada . .. Iml!Jinfl's, um instrutnftnro do amo r de Deus e ore por. . .
DIIixp q/JII sua úlrirN impresslo sellJ li de vi-la saudi'lfl. contente p te.
liL .. "/p. 9&1,
Estes dizeres nlo necessitam de longosc:ornentilrios, Sio muito propí·
cios a fazer o leitor viver num mundo f.,ntmico , subjetivo, perõgoso para o
eQuillbrio !)Slquico do indivIduo.
3. QUoIr'ltO. explanac;ão scl'lselntllda pelo Pe . João E'Iangelina Mar·
tins Terra S.J. (PP. 151·1781. procede em termos de teologia autllnticamenle
catÓlica - o que causa ao I.,itor conhe«ldor do IISSUr'110 .lmpre$SSo de estar
p.sando de um mundo plr. outro, Nio" vi a relação entre a obra da Prol,
Núbil ~ • do ,.. Terra; verdade' que ute aborda "a técnicl di corocentra'
çJo para a contlmp/-cio" CP. 154) 11 chama a atenção parI a necessidade da
disciplina espiritual, do silêncio interior, da .pliQÇio da imaginação e dos
sentidos, para que haja meditação I oraçio. Todavia a cOlmoll'ilio a panir d~
qual o sábio jlsu(u propõe suas observações, é bem diversa dlQut!la qU! ins·
pira i Ora. Núbia. Por isto uria sido melhor Que o Pe. Terra nio publicasse

'20
o PODER DA MENTE 77

os seus capftulos em continuidade com I obra da p$ieólOga, pois os contatos


entre ~uellS e Ista são I»riféricos; o leitor menos avisado. porém, poderá
julgar que as mesmas concepções plntlfllaS perpassam. obrl de ponta·.-
ponta.
4. No tocante i apresenuçJo do Uvro feita pelo PI, Huoldo Alhm,
plrece-nos pouco Miequada. pois propicia I confuslo de noç&t btsicas, co-
rno as d, Deus, ler hUmlno, mundo m'l.rial. . "' cuja identidade deve ser
QJidldOSlment. preservada por todo • qUlllquer penUldor, principalmente
por um mestre c.ólico.
F;nemos \/010$ para que os arautos de técnicas IrItnuis - hoje em di,
muito numer050S I procurAdos COfOOl "salvadores" - nlo .. deixem influen·
eiar pela filo$OfI. p.mefsta do hlndursmo ; saibBm, antes, distinguir entre
exerc(cios f(siços • mentlis !que OI hindU($1i1$ cultivaram 11 que todos os ho-
mlns podem cultivlrcom proveito) I • cO$tI1ovisão moniStl-pantefnl que os
mestres hindul costumam adotar. mas que nro está nftalSSilriamente ligada
.ti t4cnices mencionadm e que de modo nenhum se coaduna com a menu·
gem crinJ. Eua é monoteista. professlfldo um 10 Deus, transcendente, Cria·
dor de todas IS eoius; ambora radicalmente diverso das cnlturas. Deus 15-
sine a cada uma delas, conS41rv.ll"ldo·a, momento por momento, nl uistin-
cia. sem se idllntificarcom alguma delas.

A propósito u r
PR 263/1983, pp. 299.J09 (L. T"v;san, " O PodflrlnfinitodulJI Mell'
te");
26811983, pp.260 ((dem, " Os Podem dt Jts/J$ Cristo" );
268/1983, p. 26' ( NTécnicll do Pod., da Menr. fJ li S.llRÇEo " , por unv
equipe d. mldicos);
271/1983, pp. 504·509 lidem}.

521
"Repressão Sexual, Essa Nossa
(Des) conhecida"
por Marilena Ch!u(

Em .rnt... : O livro enfiei tod. restrlcJ'o 80 uso do $'xo. Pln incutir


SIM NU, chegI • c.riçl!u,., notmM e costurr.s inspi~ (HI. r~ligiio. A
.urola mostrHe mM ;nform«Ja; aJbn do qui, fu afirm~a gratuitllS t del-
ptO'Ild. d" docutnflnt~So - o QUiI tira IIsu. obra o "li/ar dt um .trudo
dentlflco , lWduzindo-a " um tnb.tlho foffll~nctl .motl vo ti pusionaJ. que
pod.lm(H8SSIomr pelo W/J IIngu.~r, m~ C-afK6 thsdlidol fundNflllntos his-
tóricOs t <h ~rsuaiv. ."vrrwnt.po III0t6ficlI.

• • •
MarlI,." ChIU(, professora de Filorofle na USP, publicou recentemen·
11 o livro " Repnuio SeJlUIII, Essa!Des}connecid." ' . Como M pode pmer,
" obra critica toda forma di rertriçlo ao uso da sex ullida:ie, proclamando
plena liblfdâ !"IH.particular.
Abaixo teceremos considerilÇ6es sobre e 5S« escrito. QUI IÓ em 1984 11-
Clnçou dUIl.dlrp6es.
Antes do mais, observemos que se trata de um livro de vulgarização.
que, por conseguinte. nlo lCl~senta not as da ,od~iM! nem indicação de tono
tes ou dOClolrntntos pva comprovar as afi rmações da autora. No tocante ls
asserç6es relativas à ,,,reja •• religilo, Maril, na Chau( d. provas de mal in·
formada ; afirma gratultarrante. como tlnbl!m se deixa guiar por preçoncej·
tos, 'Ire_mo. Eu •• stllo, prl<ientrflco ou I ndci.nt(ficocomo é, nio dei·
XI d, flUIr mIl ao leitor d.spre .... nido. pois sempre hll algum I'8rultado PI'
ri a mentira. como diria Voltaire: "Menti. menti , pois sempre fica Ilguml
coisa".
Em Plrticular, intcreua-nos I secçio intltuladl "Sexo. Peciido" Ipp.
83·113). Nestl$ páginas sellentamos OI scaulntes tópicos :

1. Condenaçio do sexo?

Ml titenl , quando se ref.re I Gil t-3 (pp. 84-861, pergunta : " Se Deus
fu os hUmlnos Mxuedos, se o prazer $lJ(ul llxiJte no Plt'(SO como Uml di

1 Ed. B,.sJlI~nse, 2a. Mliç60 1984, 131 J( 2tOmm, 231 pp.

m
"REPRESSÃO SEXUAL, ," 79

suas delicias • ... COMO entender a condenação do sexo pelo Cristianismol"


10,86).
A PIIrgunt. esU mal COlocml, apoiando-se sob... um pfWlSUposto
que nlo .xino. O CristlanluT'lo nio se opõe 10 uso do sexo nem iI fruiçio do
prOzer anexo 11 sexualidade, O que • 'tica crisel propugna, , que • vida $f-
x u.1 .. 8K.rça d, acordo com 1$ lei5 da natureza, que HeI as leis incutid.
pelo Criador la homem U,i, tamb'm que, quando dlnrupeitMlas. CO$lumem
ec,mt" grilYes danos para o homeml . Ora. e"periincia mostra que
- • natureza' unitlv8 • ftcunda . Porconseguinte,nio .,(oto ao ho·
mem excluir por meios IIrtiflci.is I ftcundidade deeorr.nte do atO Mtxu.l.
Todavia, se • própria nltul'lu. em ~f'tOS per(odos do ciclo feminino, nio ti
fecunda, torn... Ifcito 10 homem usar do sexo, pois em tais casos não ISU
mutilando a natureza ;
- o prazer ' um enimul ante Que .. natureza propicia ao.r humano
para que recorre' ,exualidade, em viltl de complementaçio mútuI • d.
procriação. Donde" 5egue qUI o prazer nlo , a linalidade do ato 18)(1.111,
mas um Idjunto p.ra I mlh fdeil c:onsecuç;lo de determinados fins . Excluir
artificialmente um deite, fins para usufruir mili. livremente do prazer, ,
antinltural I pecaminoso;
- O eto S8)(ual ou ' . gtnitillidlde, com o $)05$(vel efeito "prole", s6
11m sentido" rt31itldo no eontexto da uniio esh1vel entre o homem li a
mulher ou no casamento; somente Istl oflraca as condições nece5~rias pa·
ra que POHotl haver o fruto do amor e da genitalidade Que é a prol•. For. do
ClSJJm.nto, o reçuno 6 genitaridade tlm clfllter passionel, que I" ,.zlo e I
~tic il crin' n'o podem abanlr.
Enas obseNações bem mostram QU8 I Moral católlc. nio julgla se ·
.lCualid5le e a ganitalidade como algo de mau. Também contrlboem para
dissiper o equ(\,oco de que "sexo honesto fi st.ICO sem prazer e sem luxuria"
(cf. p. 94). N. v.rdad., 51;0:0 hon.sto 4 se)(O sem lu)(úria (.nt.ndida como
desmando no "ntido I'r"s IPOfltadol. mas não "' neceuarilmllnte 5IXO um
pr1lZer.

2. Casamento e virgindade

A Escritura 5fgrada .pre~nta o matrimônio corno instituiçlo divina.


Ibfilço&dl pelo Criador (cf. Gn 1.291 e .kvÕlda 6 dignidade de MC:ramento
pelo Senhor Jesus: (cf. Ef 5,321. Isto quer dizer que, na perspectiva erilti,
toda. vld. conjugal do marido e da mulher' comunicaçio da graça. mútu.
lentiflcaçlo; nada ., "" d. profano. A unilo conjugal nio' indluolú..... 1por
deçreto da Igrej. do s4culo XIII, como se lé às pp, 945. Mu. indinolub/li·
dadt conjug.I, .IIm d. t.r sou fundamento n. própria 1.1 natural, ' 'Prego.·
da pelo Senhor Jesus, por SJo Paulo dasde o limiar da .rl crisli;cf. Me 10.
11; Lc 16,IB; ICor7.10s ;Mt 5.32; 19,9.
523
80 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

A grandlZl nlilliosa do matrimônio nlo Impediu o Apóstolo SJo Pau-


lo "egulndo um conselho de Cristo; cf. lCor 1,251 e li Tnldiçio cristl de va-
lorizar • "Id. virginal, o celltJeto. Com aflito;. vide una e indivl... I ItiW-
de mais lóglCl 'lu. o crinio possa tomar dHde que se tome consciant. ele
que chltou o Reino d, o.UI ou os bens definitillOs se fizeram p~sent" no
umpo; cf. 1Cor 7,25-35. Sio Paulo chegou mesmo adizer que. 'lida una'.
obj.tlvlmtnll "'ando. mllhor ou mais valiosa do que li vida conjugl' (cf.
lCor 7,8s. 32-34-38). Esta posiçlo po~m. niase deve a umavillomlOiq~l.
ou du.lirt. d, mal'rl. I da sexualidade, mas unicamente li consciincla de
qUi, • i' c~ram os valom definitivos' tlrra, nada 1'1'
d. mais intem-
'lI'Ite pn o crinlo do que isenur·se de v.lores temporais ou provilÓfios
lnl madld, do pcm r'l'llJ Plt. Idtrir 101 bt'ns .temos presentes no tempo. A
propósito nlo h6 nlCellidade d, ulteriores rt!flex5es neste fasc(culo, visto
que I m P R 276/84, pp. 368-386 • tlmttic. j. foi longamente abordllda.

3. Ulteriores considerações

Às pp. 102·109, Marll.na ChIU( trata do Acramento da Reconcilia·


çfo ou Conflsdo em termos altamente fantasiosos e Irreverentes. O qUI ala
afirma gratuitamente, sem provas nem documantaçio, nlo mer.oe maior
attnçlo; pode Itr rejeitado tamWm gratuitamente. poli toda I$Mrçio que
tenha foro cilnt(fico • dlvidamente demonstrada e documentad.;os dizeres
que .nlo obedeçam I ui aKIgtincla, nio têm velor êienHfico.
A parte final do livro Intituladl "NIo existe pecado ao Sul do Equ.
doO" (pp. 188·231) vem a ser um conjunto de consideraçÕe$, cit~es de fa·
tos I tutos dt c.dtar fortemente provocador. A lutQra propugna liberdad.
total para que a muttter us. da lua gMittlidlde , pratique o aborto. Nesse
afl d, obt.r pari a mulher tio ampla liberdade, o feminismo se dHtroi ou
a:mtradiz:, poiS o que multas vezes 1St" subjacente a Issa 8l1seio d. liberdade
sex\.IIl • a Imagem do homem, ao qual parece que (indevidamente) sio rKO-
nnecidol todol 0$ dl,..ltol ao uso do liXO. Por qUI ficaria a mulher atr. do
homem nllM panicular1 Plrl que ino nio aconteçl, ser·lht--i. reconhecida
Igu.llibtedtcM sexUll, - A propósito observamos que 11 nem o homem ~Z.
de liberdade ..xual for. dOI termos indicados no in{cio deste- artigo; 21 •
mulhtr qUi O queira imitar Im MU$ abusos libertinos, toma-se. de novo mo·
do. daptndfl1te do homem, porque imitadora do homem, em vez de se auto'
.firmar 111m lU' identidld. própria,como desej.riam os movimentos feminil-
tal.
Estas pondtrllflÕ'" fi qUIIs outras se poderiam IcJ'1tSQ!ntar.llvam-nOI
a concluir que o livro de Mlrilanl Chau(, longe de dignificar a mulher, abre
a .na 11 portas para que m.i .. e maia venha I $8r manipulada por lUas pai·
KÕ8" pelos Ixplorado,," da pabc&s femininas.

524
Por uma "e,61icI cris1i" :

"Sexualidade, Libertação e Fé"


por Rose-Marie MlUaro (0'1lnitadorll

Em dnt. .: O livro .m foco d.tJ.t.quesr6es de Mor.J 4 p.rtird. pre.


m /SUIS n60 cristSs. como ,io o' I) 4 r~e lNr'Xist~ d.que OS Mns «ondmlco,
s60 dM:i, ivos para ~ formu/~io dos ~/o,. Iticos; 2} I ttlcl di sitwçS'o,
qtM "1'Ig01I 11 legitimidad. d. mIIis conrrMJitdrias atitude!, de «ore/o com
#lS circUIISrlnciB$ em qlA U Incont,. o ser hun'lilno; 3) I prwJom/nlndl do
dnttjo sob,. • ruio. - Embo,. maneieM I fI.m UU f ftu/o, «J lido d.se·
JCU/JJldlKl. e dalibertllÇSo , #1$ proposiç&!t do /i,,,o ignOf#lm porcomplero ./ei
natUfll • li autoricJMk do mtlgisrJdo d. Ig,.ja, que a f4 C#lwlic. profnsll. Em
con,tlqülncill, üo' abomIda, ao menos d~tr"o do ''síst. rm '' I«Onômlco}
vlgltnre, prlrlC#ls como #I prostirulçlo, o Miulririo, .0 homoss.xUllllrmo. . .;
com .f.ito, nfflhum .ro pod. $H consid.,..do, segundo os /lUtares, como in·
rrinttlt4m.nt. mau. A nooa Mo,., não julflilnJ o comportllmtlntO do rll, hu-
",.no, ptJis isto ~ri. que,., .)(e~er oniporlnci4, ; ulfT/elhM'1Ç4 do sist#llTY
s6tio ..tondmico vigMr.!
A publicaçSo d#l til abri 6 rNh um rttttmunho d. qw #I SU4 Edito"
- VOlft de Ptlrropolis - nlio regUf linha Bditon"ã CllÓfitl$, rrvs podaser
ablnlfJ'ltmte M1tic.tólic..m S/MS public~

***
Rose·Maria Murara i' militou em Ação Católica. Hoje simpatiza com a
'IIrejl na medida em qUII esu f.e mostra progrenista e voltada para a promo-
çio dos pobres Icf. pp'. 3"'rs do livro que estamos para analisar);est.,porém,
totalmente deSligadl da hierarquia e do magistério da Igra11. Rose-Ma rie
também tem-M agregado 80S movimentos feministas; a " libertaçfo da mu·
lhar'" o que mais interessa Is suas atividades de estudiosa li pelquisadora.
Publicou a pfOp<!sito o U..,l"o "Sexualidade da Mulher Brasileira : Corpo e
CI85H SocIal no Brasil" IEd . Vozes. Petrópolis, 1983, 4~ ediçlol. Em canti·
nuldade com o tln1erior, publica Im 1985 "Sexualidade. Ubartaçio I Fé .
Por uma erótica Crin'. Primeira Indlgeçdes.,,1 Como diz o t itulo, o livra
apresenta debates entre Rosa·Mari, • Pluoas cujo nome é diStratamanta 'te .

I Ed. VoztJSd.fJetrópclis 1985. 135x210mm, 124 pp.


82 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/ 1985

lido, du qUllls, porim, .. pelUbe Que algumas sio celibadriai. Tais discus.
s6ts procuram t$bo(:., • formulaçio d. uma nov.lI Moral pus. Igrej. Cat6-
lica, \/fsto 'lu. en.lt' agora tem profeuado uma Moral bUrgueH Ip, 49).
Quais seriam .ntlo OI traços d. nova Moral, que assim se delineia?

1. A '1ibertaçio" da Moral

1. 1. O estilo
Antes de qu.!qu, r outra observação. convIm notar que o livro em fo -
co. de utilo pllsado, por velU ob$curo, confuso, marc«So por .rros dalin-
gUlglm portLliuHao. Tanh.m-se em vi$t. as seguintes passagens, que parecem
retiredas do grwador :
. P. 8 : "O eixo d M discuuães deu-se em «Ilação à inclpacldade dos " '-
tldo.aliti$tIS ... ..rem lnca;"'zet d. exprimir o dliejo ..."
P. 94: " Teremos evolurdo para que quem, como na Igreja, se casa no
Senhor sem 1antl Improvisação". .
P. 43 : "A mulher fala qu. ' dona.do seu corpo" ,
P. 99 : OI •• , falo Ino. NIo falo jlto como um prindpio abastrato ni o,
falo como uma conerttbaçfo d. alouma coisa em favor da vida" .
P. 100: "EI. f.lam que estas relações mühiplas com homem' traba.
lho".
P. 14 : "E O que vamos agora fal.r ... ê sobre o problema da sc,,~uaJida .
. de . ....
Teis falhas de IinllU' QI!Im, embon IXplicáveis pala fato da se trat.ar ul-
vez d. reproduçlo de cebale•. destoam, ~ cen.o modo, dos propósitos clen-
tlficos t renovadores d. organizldor. d. obr•.

1.2. As linhas-mntras

Em poUCIS frases, os debates são cltlKterizados pelaslinhllS de pensil-


menta seguin tIS :

1. A Moral' ISItncialmente dependente do econÔmico e do polrtico :


'iPrec~ t • .."z r«Jefi nir o qve I () polfrico . .. Est.fTKlS dM:r.m/NI-
0Ind0 os fln,.[umtNrtcndo poIfrico dMtro (Ü ,.8fizsç60 $t!Jtual mesmo equ.
,"Iiz~ ,.Jtu. h Mvol'lflm um. dimtlm60 pollriell: .fi tMnblm • polfria
tem qtN Nr flffCGnrrwJ• . Sim:nll'",~ homem/mulhttr ji f!$rS,"dando UfIV
ruJlado polftlca de dominM;lo ou ckli~rTlÇio. de oprasÃo oude ,..pm-
âo. Que, diur, . 11 qtM mA o indivIduo tnfISrM e ele d polltico de Mtrada.
A rtJilÇ3Õ uJtUlll d polhi~ rn Mltnch. o.lINlJ portanto ,mtendtJr, pollri.

''lO
"SEXUALIDADE. LIBERTAÇÃO E FE" 83

Ci como B dimtnsSo q~ .rravm. toda a reJapo social. Agora a qUBSrSo qu.


$t coloca 6: Como I q~ se rtCu~,a, Moral num sentido novo? Como fun·
dlr unv Morll polfrlcrJ-ftxUlI no",' Como rulizaf unv r«uperlÇlo pollri·
eI
qui.rem. Porqw oU rIm q~ IIf!fQ'
prudo" (p. "7,· cf. p. 49).
.st.
d, .IfIxlRlid«l~ ou uma lWC(lpe~ uxwl da própria poliria ou como
di/~fm dtJ I permissividMi. Oll~

" P. 51 .ão mlncionldos " todos .aqueles que consentirM" em nos re·
velar .Igo de wa vida _, com ISlO, descobrir. &O men05 em pane, _ r.11Çl5n
entre o sexual. o econômico I , por este fato mesmo, .judn • todos n6,.
transform.tas N

2. Em correlação eam I premissa .ntlrior, est" conn~té acusação


do '·sinem.":
" NSo s. vi QUI IM" .U , o outro uisce B medi«;iO do sistwn.. Eu·
""'1/ filho, .u·minh' esposa, tU,"I4Çio lexfaf. tudo isto estl fMdi.do pelQ
sistemlJ" (p. 44;d. pp, 49.81.95. "Z).
O sistema censurado 6, 6 primeira Yista, Q I1Igimll6cio-pol itlco-.con6·
mico dos plr"s ocidentais. Verdade é que vem condenado tamDfm " o so·
dellsmo de tipo 5Oviétlco (p . 461 ou "o soeielilmo eutorit6rio" (p. 111).
3. Se • Mor.1 decorre das premluas econômicas. e pclrticas, dep,.en·
de..e que nenhum ato 6 intrinNtCltnlnte mau ou mau como tal:
IOUm sisr~nv §SMCi.,istll dtl /MM,,,,.,,ro . • . fotm8 um mundo "pisltl·
moIdgico ~ PNte, d" ond" dtm'vam normas "priomtl& complete",."te dís·
tant§ de ,..,ld8fH. Este do 1"trinSflCetn8ntll mau' I um "xamplo : q~r colo·
ar uma prwd.t.rmin~D mofilf li Plrtir d. Un18 pwudo<urkm e!tsl»leclde
por Dttus, slIm u ~~r 11 {o~ dll id«Jlogie que e:;cnvJZII _ nor"".s mo·
,-.iJ ~ (p. 62).
"NSo I muito hibit~/, em celTa áru da l«Jlogill moral. .. cofOCllr~"
ftm bUSC6. PlI,n·u de eflrnw;;o ti dtI autllns do que pode ti do que ,,50 po-
de. Incl ..in, e (Irulo dll ~x.mpJo. com UIN .'irrNÇ60 q~ «00 d iffcil dllSI
sustent8f: e afirmepo d. intrinseclltrwmtll mau. AI já ti um probltlmll multo
graw, do ponto dtJ ';ste ~nrit.mentll teológico " (p. 48J•

ConseqGentem.nt. I proSlitulçio vem' ser Iegftima , pois o sistema
nlo ot.1'ICI merclclo de trabatho p,ra muitas mulheres : "rle "patern,lismo"
diHt. ume prostitut. que abindone o leU tipo de tnlb.lho Icf. p . 1001 .
Tlmb4m o 8dulürio é justificado como " uma f . . intermadi'rie d. li·
bertaçlo" (p. 881.
O homosstxulllsmo • considerado uma conseqüincia do silleml Icf.
p. 1191 ; I teloslo do mesmo pode Mlr uma etap' d. recomtruçio d. socie-
dade econ6miue d. vid ... xullllm oP"'I-são:
"Acr«iito qlHl o c.pitalismo com tina rrJeçlio iISSIm6tric. entre o ho·
INm •• mui"., cri. ume lod«iMh b.'ulftllflUJ holt'l()$$.xUIII t!. ,."ri",,"
(P. 119J.
S27
84 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283{i985

"Nfo .,,/0 o MtrIOIMJtUllitmo ctJmtJ um fenônwno de dKadlnci,.


mI6 .Im como um ''''''rneno dtJ renMCitmnto , d" abenufR dos probJBm~
tnCOndldos nUfDI sod«lM dt esaf$tl fim qUI • mt!fJli. toda rinh, que ir
fM" 'o Illttml produtivo; 1,1,", l1li1 quem,
sistema produtivo nio podfl ",.is
.,wnt.r rod. ,popvl~Eo. uplotM rN/mente o hOmo~XCRlismo " (p. 120).
A rnalturbaçia , tida como uma etapa I.u(tima li natural do processo
d, contw:imento do corpo pot" que paw elgulm : "NIo entender. mastur-
baçlo , nlo .ntl~r o procll5S0 de conhecimento do próprio corpo"
(p. 891.
O celib_o. segundo ReM, "deve ettar li~o .. . ao projeto do ho·
mossexualismo" (p. 1211.
4. A nova Mor.1 nlo deve" Julgar o componamento d. pessoas
(p. 491, nem dltar·IM norm.s Uno seria exercer 8 onipotincial. A nova Mo·
ra( deft" procurar descobrir o SI' tlumano em SUl profundidade :
"Duvido qw h.;' um mo,.II,ta nvis .ng.jado nos movim.nto. po.
pulara ti que ,liStem" qlM .1,18 funç60 4 dI' norT'fln 01,1 çri,r norm#; 1ft.
nlo I lIA funçSo, As normas, os mores lmp6em~~porli rMsmosct,s(fn60
$f Vetlculvn, sIo lmo~iI. Em outras palllVf7U •• onipor6nc;1I dMtro do campo
dll Mor. qUctrer dllr norl7llll; nMJ: o qUfl s,
procur:J, ~ detl:obrlr o ~r hUrN-
no .m su. plOfundldtJd., como ~l pDt» Ma/Izar-se, aI I que estl a grlnd.
pnoCUPllçSo. Enfio umprt rrm um c.rir.r d~ busca, isto Sl!nf a primer"
coiu" (p. 106).
E preciso dehcar cada um fazar o que queira, como Deus o deixou :
"Nio PfJI$lJ me lI('11Orar em juiz dntlJ ~ - isto S~rill moralismo.
Tllmblm nlo me po$.lO lI/'VOtar em juiz no untido dI diztlT 'ate lum bom
c.m;nho', q/dr direr, • cJm uniwrso ondf nio daVWTlOJ intlrllrir: dfiJ/ar a
ptUtn fu~r 'w f.Plriinci'" ,na IM ~1fC. 11 pedagogi~ divin," (p. 991.
'WIIfIU o comptJ"afN1Jto mor4l crirrio '/fi; ter. simples conformid~
Ih • no"". q/Mlhe ISo IJ/t.rioret. o.vw ser UIM r;8fJllCi<J.dl pasoel <h dar
U(JlII ",spo"a livre. Port.rno, qwndo # fH'JJJntJ "O que fazerl', ftJ .cho
qw h4 t.~m um fNOCdsso dct comcientiDçMJ ~ui, do '11M sap o ptÓprio
ctto de II/S.Wmir li responubllfdllde por fUf!f isto" nio «[ui/o. PoI'QUfI, se n60,
reu(mos no modelo fM:i1itMlor dll JM,",itido ou rt1primido. AchO 'lIA ..mOI
ter qIN vlgílll' muito .tll tenrllÇ"" (P. 92).
6. A fim d. cheg.r • nova Moral, tom8-$ll necessjrio "8S$lmU.r a
trll'ltgNssio d. ngr." ; SÓ .,im "se conwguir. libertlr o povo da opresslo"
fp. 124).
Como se vi. o livro, .....ntando div.ms teorias psiçolÓ{licas. psiç.n.·
finas, aocrotOglç., PldegÓCIlc., I'1IlIglosas .. " toe. em muitos pontol de Mo·
ral ; os pronuncilm.ntos .tiCós pret.r\dfm tornar por base OI crlt4rios SÓ·
do-poHtklo-econOmlcos, usando muitas vues d. linguagem obscurl. E. 85'
S28
"SEXUALIDADE. LIBERTAÇÃO E F~" 85

sim como Marx prometeu UlopicêllTlllnle uma sociedade 110'18 e mOrigerada


mediante. revoluçio do povo li a ditadura do proletariado. os dialogaotes
do livro pJleÇfm prenr uma nov. çondut. titica. livre de injunções li! nor·
mas, I panir di transform.ç'o s6clo-ecOnOmiCiI da sociedade.

2. Que dizer?
Se o livro Im foco 1'\10 fou.e publicado j)Or uma Editora que pasn por
at6UCil '''Voz,s de Petrópoli,") • ia não tivesse a aparêoci<il de f,lar em
nome d. f6 (ver o Htulo " $exualidede. libenação e Fé. Por uma Erótica
Crist'' ' '. 5.ri. if;)enu mais uma obn de falsa filosofia moral no muudo. O
fito , porém, de que I olllanizadon do livro e alguns de seUli interlocutores
tencionam interpretar a menugtm da fé, leva o crislio • uma atitude criti·
ca mais ""er. frente ao mem'lo .
Com efaito. Algum" oblervaçOes de<:orrem de atanta consideração
d. obra :

11 A reduçlo da Morar a um fen6meno (ou superestrutura, em lingua·


gem maneista' das euruturas econômicas. tua mancista. Para Kar1 Mane, o
homem é enenclalm,me carência .. . e caréncia de bens materiais; porcon·
seguinte ~ na economia que ele encontra as sues respostas e a sua rnlizaçlo.
Com outres pohrvrO$; par. Marx, • economia e a produçio sio estrutura, ao
passo que • Moral, I Religiio, o Direito, oi Ana .. . são superestruturas ou
maras conseqüinci-s do ec:on6mico.
Orl til proposiçlo é fronulmente .vessa à concepção católiu, segun·
do • qUilo homem é um ser essencialmente voltado pari a Transcendência
e o Absoluto : I sua MMal wm base nl lei eterna de Deus, que en' impressa
na natureza hum.na C" lei nltural) . E)listem. pois, princípios pert!net de
~tic., segundo os qUlis o desrespeito ~ instituiçÕes natur.is é sempre imoral
d!sde que cometido com conl\ecimlnto de causa e vontade deliberada; por
conseguinte, • PfOUituic:fo. O adultério. o homossexualismo . .. nm podem
ser reçonl'lecidos como legftimos em funçio de determinadas situações eco·
n6men, mas s50 Intrinsec:àmonte imorais ou p8Clminosos.
,
2) Além de se noneu pelos princfpios dI lei n.ural , I !:tica cri511
reconhKe no magistério da Igreja, assistido pelo Esp(rito Sinto (cf. Mt 16,
16-19;.to 14,24; 16,131. uma inninei," ser fielmente respeitada. O livro em
foco considera e Igreja ex.clulivemente do ponto de visu .acioi69ico; ,...
fere-se ao MU magi.t.rio em sentido relltivistl ou como sendo ligo de ui·
trlplSsldo (cf. p. 92), delx.ando • decisio moral, em última andli ... . crit'·
riO'i estritlmente pe$lo.ls,

3) Como 11 vê ••llIm de se inspirar em p remissas marxista•. os autores


do livro 5Iguem t.mbdm as linhas do existencialismo ou da ~tic. da situa'
'29
86 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 28311985

çlo, no sentido mal. subjetivo da IKpreuio; muito significativo é o luto da


p~ina 62 do livro transcrito' p. 527 deste fw;iculo.
A novI conduta 'tica do homem h4 de M orientu mais pelo desejo do
qUI pela rl%lo. Este " acerbamente proflig.da no livro Icf. capo .1 : " Religlio
e Epiu-emologi."'. Rena Slber o que seja o desejo tio preconizado &s pp. 36

.....,
li 39s; seria o apetite n.tur.I, instintivo, ni o sujeito is norm~ d a racionali·

41 Positivamente. diremos : iI Etiea crist6, te6noma eomo é (Ou tendo


MU grande rtfer.nciill em Deus!. longe de diminuir I pessoa humana. englan-
dece' .. e I nob1lita. O homem foi feito para o Absoluto, de modo Que. so-
mente ao sair de si par. l i mergulhar no Infinito de 081.11, encontra lua pie·
nl Julizaçio. Muito sabiamente dizia Pascal : "O homem fOi f.ito para ui·
'rlp.sar infinitamente a " mesmo". Este programa, que pode parecer duro
e custOIO li primeira vista. i o penhor da verdadeira felicidMie.
Ciente disto, o criuio professa a validad. da lei natural como eco dI
lei de Deus, assi m como o respeito ao magln4rio da Igreja . que Cristo Insti·
tuiu como . ut'ntlco pona..yoz da sua mens.agem. Disto não se MgI.» despre·
zo pelas conclusões das danein humanas (lConomia , política, sociologia...);
o cristão, por6m, ao l'Konheci-la, dtl-lhes o valor de subsrdio5 pari melhor
compreender o homem ti o plano de Oeu1, SIm dei. fuer crit~rjo último.
Hj certamente situaç6es s6cio-«con6micas que flvo~oem o ... (eio ou a pro.
cun de glnh.pio imor. l; isto n'o implica, como consequincia.• Iegitim •.
çSo (nem mesmo a \(11.110 provisório) de t.is vlcios, mil, sim, a urglnc ia de
se j)roturar a convertão dos coraç4es, li fim de que a iniquid~e $tj. removi·
di das estruturas sociais I as pessoas tent~M ao pecado tenh.m solidez
para dele se afinar. Agen u/na Moral não podl rj dei xar di apregOar o ponto
decilÍYO de toda a ~tica, que E tambt!m o m.is difícil : a conversão dos cor.·
ç&s, a fim de extinguir <> ego(smo da face d. te rra, em favor do autêntico
amor I O'US e 10 próximo.

• • •
ESCLARECIMENTO

A PROPÓSITO DE NOTICIAS PUBLICADAS EM PR 282/1985 Ib.


e 3a. CAPASI, COMUNICAMOS O SEGUINTE:
A ASSINATURA ANUAL DE PR 1986 (12 fASCICULOS, PERIO·
DICIDADE MENSAL) FICARÁ POR: Cr$ 80.000, SE PAGA AT~ 31/1 21
86: OS 100.000, SE PAGA AT~ 30/06186.
O ONICO PAGAMENTO VALE PARA OS DOZE MESES DO ANO.

S30
Em nota :

Jesus: Revolucionário Políti(o?


A extreml(la Teologia da Libertação lTLI estabe ltce, como tese indis·
cutida , a necessidade d. transformar a sociedade. ainda que mediante a luta
de c lasses e o ódio. Em cOf12qütncia. passa a um. re·leitura do E.... ngelho. a
fim de adaptar a doutrin a de Cristo À ação social transformador •. Entr. 1$
conclus3es dtlSl re·leitura. est' IJI1\I no.... imagem de Jesus Cris-to : "Jesus foi
ilSSIlIssin xto como um bandido revolucionário'. como um zelot_ revoltado
contra o poder de ocupação ... A dimensão política de sua morte parece,
llO$ indiscutlvel", afi rma o Prot, Benedito Ferrari no liyro " A significaçio
polltic. ti teol6gicilda morte de Jesus". Vozes 1977 . p. 241 . O mesmo autor
dectara que assim .....isa À existincia crist' de hoje. considerada no cont.leto
sócio·politico onde ie encontra eng.jado o cristlo e. de maneira toda esp.·
cial, no conteleto d. inltabilidade da América Latina, onde o pensamento
c ristio quer e de ... e .nfrentar os problemas da libertação" (4a. capa do livro
citildo).
Tal justificati...a é muito reo ... elado r.: bem mostra que a conclu$$o de
um ·'J.sus ' bandido re ...o ludol'li'rio' o u zelota ~vohado " n ão brota de leitu·
ra :serena. objetiva do texto ugrado. mas, sim, d a intenção preconcebida
de encontrar nos Eyangel hos O apoio nlleesdrio para a pr,bis revolucionária
marxista. - Vejamo5. porim, se a imil!lllm de um "Jesus 'bandido r8'101ucio·
nirio' "se coad una com I do Jesus dos E... afl9l!lhos lidos objetiyament•.
Alegam .utores da Tl Gue Jesus mor~u clVcificado como um sedicio·
so pclllico. e n lo apedrejada (como dayer i~ morrer um profeul. Por conse·
guinte. a causa de sua morte foi polftica. Mais:o t ítu lo "Jesus de NUlré" , Rlli
dt>s judeus" colocado sobre a cruz de Crino re ... elaria a causa paI iticada mor·
te do Sen hor.
A propósito observemos : as acusações Que os fariseus e. em geral, os
judeus fa;::iMn 11 Jesus, eram de Indole estritamente religiosa: ... ioliIVl o d ba·
do (Me 2,23 ·28; 3,1-61, fuia-u igual a Deus (Jo 5,lBI ,expulsa ...a os dem6·
nios IMt 12 ,22·241 , censur....a as observincias religiosas hip6crius (M t 15.1·
20) ...0 motivo decisi"'Q da morte de Jesus foi a blasfêmia : J esus confeuara
ser "o Cristo. o Filho do O.us be ndito"IMc 14.61·64;cf. On 7 .13sl. Toda·
vi. t.is acusações, de foro religioso judaico. nio tinham significado par. os
romanol; em conseqüência, a fim d. abter do Proeurador Põncio Pillto~ a
sentença de morte para Jesus. os judeus tinham Que aleglr rilzões de ordem
polltica : Jesus foi acusado de "estar Igitando o povo, proibindO p. r os
impostos a César e dizendo se ro Messias·Rei" (cf. lc 23,2). Ora nl
verdade Jesus, longe de contestar os impostos e I submis são a César. havia
dito: " Dai a César o ql.ll é de Obar e a Deus o Que é de 0e1,J5" IMt 2 1,21 1.
88 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 2831198\

Foi lal alegaçjo que moveu Pilato, ti en1tegar Jesus aos adverUrios I! à
morte Icf. Lc 23.23·251.
De ruto, nidenciaoSe por outros tenemunhos do Novo Tastlnwnto
que 0$ romanos nio queriam tomar p."ido nos lit lgios internos dos judeus ,
de modo que ICus.çiSu de (ndole religiosa nio os a~J'\I.m : vej"... por
IlIcmplo, O comportamento de Gallio em Corinto (At 18,12·161, o de Cláu-
dio Lfsias (AI 23,26·30), o de F61i)l;'0 de Pórcio Festa tAl 24,22.27;25.17
-2 11. Oonde 5e' vi que, se JlSUI fei condenado à morte da sedicioso poli1ico.
isto Soe dt\ll ao tipo de acusações que os judeus tiveram q~ forjar contra
Ele par. encontrar audiência por parte dos romanos, e nio ao teor da prega .
çIo mesma de Jesus.

Ali", nio é diffcil depmnder dos Evangelhos a imllgem de um Jesus.


que, tem desp .. zar o valor das , ..lidades ter,.stres, rejeitou plremptoria.
tMnl. I penpectiva de ser um I (der político. Recordemos as ~uintes
plS"",ns :

IntlrrDQJdo por Pilatos, Jesus respondeu: "Meu reino "lo • derte-


mundo; se fosse deste mundo, me-us súditos teriam combatido para Que não
loue entregue 110$ judeu1, Mas o rTIIIU reino não é daqui" IJo 18,361. - Em
outra oClsllo, teve Jesus a oportunidada de ser aclamado rei pele multidio
a qUlm dera pio, mas retirou..se para a montan ha {Jo 6,151. A IIguir, decla·
rou que viera trazer um alimento de índole espiritual: acame e o sangue do
Filho do Homem. ExpOs·se assim a perder grande numero d. discfpulOll (.lo
6,661. - As bem·aventuranças evangélicas apregoadas pOf Jesus supõem con-
Clpçlio blm diversól de um Reino político : :II proelólmaçlo da pobreu ILc 6.
20) ou mlsmo tio somente do espf,ito de pobrezól IMt 5.31 não se coaduna
com I expectativa da fundaçlo de um reino te rrestre ou com e perspectiva
de um.lut. armada pela conQuista do poder. - Por último, as tenllç6es no
deserto levam Jesus a rejeitar todo mel$ianismo de ordem meramente terres·
UI ou humana. Explicitamente Jesus rejeitou "todos os reinos deite mundo
e • lU' glória" IM! 4,8 ; L.c 4,51. evidenci!lndo que o seu ideal nio . r, o da
IIClnslo 80 poder polflico.
Estas passagens do Evangelho bastam para dissipar eVlntuais dúvidas
IObrl H intençaes pol fticlS de Jesus. Criar a imagem de um Jews revolucio·
nrio no phlno das instituiçeJes civis' deturpar a figura de Jesus.
Ao lembrar estas verdades, nio queremos dizer que o Cristianismo nio
t.nha incidfncias sobre _ realidades terrutres. Apenas afirmilmos qUi tais
incidtncias decorrem da compl'Nnslo da meniagClm religios. do Senhor. e
nlo .,ice·versa; a indole teol6gica e transcendental d. figura de Jesln seja
mantida na SUl identidade objetivl; III f suficientemente forte paradesper·
tar noscrinlot OS anaios de um mundo mais justo 8 fraterno ,
Enfvro fknencourt 0.S.8.
532
ERGUNTE
e
Responderemos

íNDICE de 1985
fNOICE

(0$ números à direita indicam, respectivamente, fascí<:ulo


ano de edição e pAgina'

ABORTO: novas ~ntenças ........... . .. • .. .. 280/ 1985. p.2S4:


E PROGRESSOS CIENTll'lCOS .......... . 279/1985. p. 154.
ABSOLVICÃO SACRAMENTAL...... . ....... . 28 1/ 1985, p. 280.
ACASO f DESGRAÇAS .................. .. '181 / 1985. p. 350.
"ACLAR.'ÇOES ACERCA DE ALGUNS TEMAS
DE TEOLOGIA" de uonardo Boff .... .... . 278/1985. p. 43.
ACUSAÇÃO DOS PECADOS SACRAMENTAL ..• , • 281/ 1985, p. 280.
ALBÂNIA E ATEISMO •.......• . •.•.......• 283/198.5. p. 473.
"AMADEUS" - filme de Milos Fonnan ... , ... . .. . 2821198.5, p. 44 I.
"A MEU IRMÃO LEONARDO" - cana aberta..... . 279/ 1985. p. I73.
ANÁLISE MARXISTA E TEOLOGIA DA LIBERTA-
çÃO .................. . .......... . 218/1985 . O. 29.
ANDES. LOS:declaraçio. , , ........ ...... _ .. '183 / 1985 . p. 480.
ANO INTERNACIONAL DA JUVENTUDE. .••. • .• 280/ 1985, p. 182,
ANOVULA TÚRIOS : debate :. . . .....••.• . . •...
• 28J.fI98.5, p. 358 .
2811198.5. p. 3 14.
ANTIGO TESTAMENTO E SSMA. TR! NDADE ••••• 28311985, p. 487.
APARECIDA: apariç&s de Maria SS... . . ...•.•.• 27911985 , p. 123.
APOCALIPSE: besta do . , . , ••...... •.•.•.• .• 280/1985 . p. 229.
ARMAS ATOMICAS PARA IMPEDIR A GUERRA'! . . 280/ 1985, O. 190.
"A SENHORA APARECIDA" - livro doe Aníbal
Pereira Reis .. _ ..•...... , ••.• .•...•.. 279(1985. p. 123.
ASTROS HABITÃvEIS: discussio ..... • ••. • . _ .. 279f1985,p. 91.
ATEISMONA ALBÁNIA • .... _. _ • • • • • • •••••• 28311985, p.473.

B
BATIZADOS NA RÚSSIA ......•. .... _ . _ . _. _ 278/1985, O. 68.
BATIZAR O MARXlSMO? , ••• __ • • • •• • •.•.•. •
280/1985, p.237.
BESTAS DO APOCAUPSE .....•..••• . •.• . _ . _ 280/1985, p.234.
8(BUA : leitura na Igreja .... _ .• , •.•.•.....•.. 282/1985. p . 38S .
BILUNGS. MtroOO DE : . .. •.•.• . • . • . •.•.• 28 111985. p. 325.
BOFF, LEONARDO: "Adaraç<Oes"....••.•.•. . .. 218/1985. p. 43;
Carta aberta a . . . . . . . . . ..... . ..•...•.. 219/ 1985. p. 173;
Notifieaçlo de Roma ... . . . . . . ... . . ... . 280/1985,0. 257.
533
92 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/ 1985

CAMPO DE CONCENTRAÇÃO. . . . . . . . . . . • . . .. 281 /1985. p. 331.


CARISMÁTICA RENOVAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . 282/1985. p. 372.
CATOUCO NÃO PODE SER MAÇOM . . . . . . . . . .. 281/1985. p. 300.
"CEGONHASDEALUGUEL" ••.••••••• •• •• ,. 280/ 198S, p.208.
CEU8ATO SACERDOTAL ; tex tO$ bíblicos, . .• , . ,. 279/1985, p. 141,
CHARBONNEAU,P.-E.:"Marxismo e Socialismo Real", 279/1985, p. lOl.
CHAuC. MARlLENA : " Represslo Sexual" .....•.. , 28311985. p. 522.
ClVIUZAÇÃO EM PAISES PROTESTANTES.. •. .. 282/ 198S, p. 429.
CLASSES, LUTA DE ....... _. . . .. .. . . .. . . . . 28011985, p.:!38;
e 278/1985, p. 36.
"COLÓQUIO SOBRE A Fê". por Messori-Ratzinger. .. 282/1985, p. 402.
COMUNGAR DUAS VEZES AO DIA : . .. . . .. . . .. 278/1985 , p. 81.
COMUNHÃO NA MÃO: Nova Notificaçlo , . , . . . . . . 283/ 1985, p. 512,
COMUNISMO: EXPOSiÇÃO EeRtrIcA .. , . , . . .. 11.9/1985, p. IOI ;
CONCfl.lOVATICANO 11 E ARMAS NUCLEARES.. 280/1985,p. 191.
CONTROLE DA NAT AUDADE: meios de pra~icar. .. 281/1985, p. 308.
CONTROvtRSIAS TRlNITÁRlAS NO S~CULO IV .. 283/1985, p.493.
CRISTÃOS DIANTE DO MARXISMO . • . . . . . . . .. ·283/1985. p. 465.
CRlSTOLOGIA DE LEONARDO BOFF: aclarações .. 218/1985, p. 46.
CRiTICA DO NOVO TESTM1ENTO (1. Robinson) .. 281/1985, p.286.
CULTO A NOSSA SENHORA APARECIDA: origem. . 219/1985, p. 133.

DATAS DO NOVO TESTAMENTO .. . . . . . .. . . . . 281'1985. p.289.


DI!CLARAÇÃO DE LOS ANDES (CHILE) SOBRE A
TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO. . . •.• .• . •.. 283/1985, p.480.
DEÇLARAÇOES INTERNAÇIONAIS SOBRE A
ESCOLA . . . . . . . . . . . . . . . . . . • . . . . . . .. 219/1985 , p. 159.
DECLARAÇOES DE CONFER~NCIAS EPISCOPAIS
SOSREA OISSUASÃONUCLEAR ....•. •.. 280/1985, p. 19S.
DEMÔNIO: exislénci. . . . . . . . . • . . • . . . . . . . . . . 282/ 1985. p. 410.
DESARMAMENTO E ARMAS NUCLEARES.. .. . .. 280/ 1985. p. I90.
DESMENTIDO DO GERAL DOS JESUl'rAS . . . . . . . 278/1985, p. 81.
DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA APAREODA. • • •• 279/ 1985, p.124.
OIAWTICA E HISTORlA NO MARXJSMO . . . . .. _ 219/1985, p. 109.
DISPOSITIVO lNTRA-UTERJNO (DIU) .• _ _ • _ • _ . . 281/1985, p. 310.
DISSUASÃONUCLEAR •...... _ . . .....•.•.• 280fI985,p. 190.
DIVOROADOS EM NOVA UNIÃO E COMUNHÃO
EUCARlSTICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • .• 280/1985, p. 253.
DIVÓRCIO : deblte ~ _ .. _ . • . . . . . . . . . . • . . . . .. 28011985, p. 243.
534
INDlCE 1985 93

DOGMA: imulabilidade ........ . . . ..... _ . • .. 280/ 1985. p . 260.


,DRAMA DA MORAL .. .. . _... . . . .• . . • • • . .. 282/ 1985. pAI ).
E

EDUCAÇÃO NO BRASIL . . • . • . • • • . • . . . . . . .. 279/ 1985, p. 162.


EFEITOS DAS Pi'l..ULAS ANOV ULATÓRIAS. . . . .. 281 /1985, p. 3 16.
EMANCIPAÇÃO CRISTÃ DA MULHER. . . . . . . . .. 280/ 1985, p. 222.
" EM NOME DE DEUS"e outros ..... . ....... ,. 278/ 1985, p. 57.
" ESCOLA UVRE E GRATUITA", por Miguel Nac-
emito, S. 1. ..•..•. . •......••.... . .. 279/1 9 85, p. 158.
ESCRITURA : alimento d. vida espiritual . . . . . . . . . . 282/ 1985, p. 387.
ESTADO SOVlenc o E EXPRESSOES RELIGIOSAS . 283/ 1985, p. 451.
ESTRELAS E VIDA FISICA . . . . .. .. .. . . .. . . . . 219/1 985. p. 93.
ESTRUTURA DA IGREJA E.L Bof[. . . . . . . . . . .. 280/1985,.,. 259,
EUCARISTIA : milagres ... . • , . . . . . . . . . . . . . .. 278/ 1985, p . 2;
celebrada porlelgos ... . . . . .• . . .. 218/ 1985, p. 54.
EVANGEutOS: cridtbilldade . . . . . . . . . • • • • . . .. 281 / 19 85, p. 284 .

F
. Ft CRISTÃ E MAÇONARIA . . . . . . . . . . . . . ... . 28 1/1985 , p. lOl ;
E TEOLOGIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 282/1 985, p. 408.
FECUNDAÇÃO ARTifiCIAL " IN VITRO" (em pro·
veu) .......... . 280/ 1985, p.201.
" IN VIVO" .. .... . 280/ 1985, p. 205.
FENOMENOS DE MEDI UNIDADE . . .... . . .. .. . 279/ 1985, p.147.
FIVETE (Fecundaç!o " In Vitro" e Tramrc,encia do
Embrlf O) . •• • " • •• •••••• •••• , ••. • . • 280/ 1985, p.201.
FILOSOFiA MARXISTA DA HI STÓRIA . . . . . . . . . 280/ 1985 , p. 240.
FORMA UTERÁRIA DOS EVANGELHOS: estudo da 28 1/ 1985. p. 281.
FRANÇA. N.M. e TERRA, I .E.: " Relaxe e viva reliz" . 283/1985, p. 51 8.
FRANKL. VlKTOR : "Psicoterapia e Sentido da Vida" 281 / 1985, p. 239.
278/ 1985, p. 6 1.

GORETTI, MARIA :Santa por e ngano? . . . . . . . . . . 283/1985. p. 506.


GUERRI, C.B.: "Pobre Santa - Pobre Assassino" .. . . 283/1985. p. 506.
GUILl.ON E LE BONNIEC : "Suicldio: modo de usar" 281/1985, p, 34 I.
H

HABITANTESEMOUTROSPlANETASl .... . ... 279/1985,p.151.


HEREGES E HERESIAS, segundo Cardo Ratzinger. .. 2821198S. p. 405.
535
94 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

HOMEM NA URSS .. , .. .. •. ... ... . . . .. .... 283/ 1985. p.447;


278/1985. p. 66;
219/ 1985, p. 115.
HOMOSSEXUAUSMO:lfdto? .......... . _ . .. 280/1?8S,p.248.
HUMANISMO MARXISTA: em que consiste? ... . .. 278/ 1985, p. 66;
279/1 985, p. 113;
283 fI98S,p.447.

IDADE MeDIA E SAGRADA ESCRITURA . , . . .. ' 282/ 1985, p.389.


"IGRElA: CARISMA E PODER":
NotificlçlO da Sagrada CongregaÇ40 para a Dou-
trina d. fé . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 280/1985. p.251.
" IGREJA; CARISMA E PODER" - RecensiQ pelo
Professor Anseio 5001. .............. . . . 280/1985, p. 264.
IGREJA- cast.a meretriz? .. .... . .. .. .. .. .. .. 278/1985, p. 80;
- conceito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 282/1985, p. 406;
ECleNCIA ............ . .......... 279/ 1985.p.149;
E ESTADO NA ROSSIA .... , ....... ,. 278/1985, p. 72;
EMAÇONARlA . , •... , ...... , ..... 281/1985. p. 300;
E LEITURA DA BIBUA .. , , .. .... , . ,. 282/1985, p.385 ;
NA ATUAUDADE BRASILEIRA . . . . .. .. 278/1985, p. 15;
ORTODOXA E REGIME MARXISTA . . . .. 283/ 1985, p. 4S4.
INDULTOPARAUSAROMISSALROMANODE 1972 278/ 1985. p. 78.
INSEMINAÇÃO ARTIFI CIAL : ICet. ? . . . . . . . . . .. 280/ 1985, p. 252 j
HOMOLOGA " IN VIVO" ....... 280/1985, p. 209;
HETEROWCA ..... .. , . . .... 28O/1985,p . 21O.
INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA E L BOFF . . . . .. 278/1985, p. 52.

JARDIM, BR.:"Qllem 6 a Besta do Apocalipsei" ... . 280/1985. p. 229.


IEOVÂOUIAYe? ........... ,., ....... .. 283/1985. p. 494.
JESUS CRISTO. O ONICO MEDIADOR ......... . 279/1985, p.l40j
E CONSCleNCIA MESSIÂNICA .......... . 278/1985. p. 48j
EIOVEM RICO .... .......... ...... .. 282/1985, p. 362;
- REVOLUCIONARIa OU POLfrICO? , ... . 283/1985, p. 531.
JOÃO PAULO n E DESARMAMENTO . . ... . ... . 280/ 1985, p.190:
JOVENS .... ... . ....... . . . 280/1985, p.182 ;
28211985 , p.358.
IOÃO XXIII E OS JUDEUS ...... , ..... , • , .. . 279/1985, p.170.
JOVENS E o PAPA . .......... . . ..... • • . .. 280/1985 , p. 189;
282/1985, p.358.
53(·
iNDICE 1985 95

JUDEUS E JOÃO XXlU ...•.•...•... .. ... . . 279/1985, , . 170.


JUVENTUDE CRISTÃ: mponubllid.d. ....•. . .. 280/ 1985, p. 187.

KOLA.KOWSKI, L : Marxismo Cristlo? . . . • . . . . . .. 280/ 1985, p. 237.


KOLVBNBACH, P·H. :desmentldo .. .. .. . . . . . . .. 27811985, p. 81 .
KUSHNER. H; "Quando coisas ruins acontecem às
pessouboas" ...•.•. •............ ... . 281 / 198S,p.437.

LANCIANO: mi1lgre eucarístico . . . . . . • . . . . . • .. 278/ 1985, p . 10.


LEIS SOV1f.T1CAS ATINENTES À REUGIÃO . . . .. 283/1 985, p. 450.
LEl11JRA DA BfBUA NA IGREJA . . . . . . . . . . . . 282/1985. p. 385,
LEONARDO BOFF: "AdarlçGes..." ...•...... . 218/1985, p. 43;
Cart..benu . . . . . . . . . . . .. 279/1 985, p. 113;
Notifieaçlo de Roma .. . . . . .. 280/1985, p. 257.
LIBERDADE NOS ESTADOS SOCIAUSTAS .. .... 279/1985, ,. 117.
LlBERTAÇ.liO E CARO. RATZINGER . . . . . . . . .. 282/1985, p. 417
DA MORAL E R·M. MURARQ . ' . .. 28Jf198S , p. 526.
LOPEZ AZPITARTE: "PraxJs Crlst'lI" . ... . . . _ . _ 280/ 1985, p. 247.
LOS ANDES: DecIaraçiO · . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 283/ 1985 , p. 480.
LUTA DE CLASSES ECRlSTIANISMO . . • . . . . .. 280/1 985, p. 238j
E TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO 278/ 1985, p. 36.

MACLAINE, SHlRLEY: "Minhas Vidas" ......... 279/1985 , p. 143.


MAÇONARIA E CATOLlClSMO : incompatíycis .,.. 281/1985. p, 203;
"MÃEDBAWGUEL" ... . .... ....... ...... 280/1985,p.20J ;
DOADORA ................ .. ........ 280/198S,p.204.
"MÃE DE SUBSTITUlÇÃO" . . . . . . . . . . . . . . . .. 280/1 985 , p. 206.
MANUSCRITOS DO NOVO TESTAMENTO ... , . ,. 281/1985, ,.285.
MARlACOREm:santlporenlano? .... . .. . ... 283/1985,p.506.
MARIA, MÃE DE JESUS; enfoques scxiol6&icos .... 282/1985, p. 436.
MATERIALISMO DlALtTICO , , , , , , , , , . , . . . .. 279/1985, p. 102;
HISTORlco . . . . .. •. •. .. . . .. 219( 1985, p, IOJ.
"MARXlSMO, COMUNISMO E CRISTIANISMO:
DESAFIO OU DIÁLOGO?", por Gius.eppe de
Rosa .....•. •.................• . •. 283/1985, p.461.
"MAItXISMO E SOClAUSMO REAL", por Paul Char·
bonnelu . . . . . . . . . '. . . . .. .. .. . . .. . • .. 279/ 1985, p. IOI .
MEDIUNlDADE : explicaçfo. . .. . . .. .. .. . . . . .• 219/1985, p.141.
537
96 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 283/1985

MENSAGEM Df JESUS, segundo 0$ evangelistu . . .. 281/1985. p. 291 .


MENSAGENS DE JOÃO PAULO 11 SOBRE O DE-
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BATIISTINI, Fr. Fie Compl'Omisso. ,. ' • ... , .• .. 218/1985, p. 87.
CARRt, A.M., Mais.arde compreenderá . , . . . . . .• 282{ 1985, p,443.
INSTlTI1TQ DIOCESANO MISSIONÁRIO DOS
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VIveU • ••••••••• ••• ••• • • •••• ••. • • . •• 28111985, p.3 55.

542
NO PRÓXIMO NATAL
E NO DECORRER DO ANO VINDOURO
TORNE·SE PRESENTE AOS SEUS AMIGOS

DANDO·LHES O PRESENTE DE UMA ASSINATURA DE PRo


~ AJUDANDO OS OUTROS A DESCOBRIR
A BOA· NOVA DE JESUS CR ISTO
~UE SOMOS MAIS E MAIS PENETRADOS
POR ESSA BOA -NOVA.

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