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UM ÍNDIO PRA CHAMAR DE SEU E A PORRA DA ÁRVORE!

João dos Reis

Tecnólogo em Gestão Pública em Palmas – TO.

Quando os atos e os discursos casam perfeitamente e são orientados para a agressão aos
direitos de setores marginalizados como faz a trupe neo-fascista de Bolsonaro com as políticas
afirmativas de direito étnicos-raciais, seja negando a necessidade das políticas de inclusão
social dos negros, dos índios, dos homossexuais e das mulheres e ou ainda desrespeitando as
reservas indígenas e quilombolas numa cruzada de uma pseuda soberania nacional versus
política de preservação ambiental, parece não haver dúvida de que os interesses entre o
tirano e o povo são diametralmente contrários.

Não há como negar a postura racista de Bolsonaro que fez questão de dá esse tom ainda
durante a companha presidencial de 2018 quando revelou todo seu preconceito em diversos
momentos, mas um fortemente registrado quando em uma palestra comparou os
quilombolas à animais de corte(pesado por arroba ) e que alguns “não serviam sequer para
reprodução”. Palavras de Bolsonaro, candidato a presidência da república.

A evidenciação explicita da postura racista do candidato poderia gerar prejuízos eleitorais o


que de pronto foi resolvido com a máxima do marketing: a imagem fala mais que um livro
inteiro, e dessa forma, visando vender uma imagem que negasse o discurso, Bolsonaro buscou
um negro para chamar de seu colocando o Hélio negão ao seu lado em todas as aparições
públicas para que a imagem falasse mais alto que as palavras. Parece que a estratégia deu
certa, como revela o mapa de resultado das eleições de 2018.

A despeito do evento em que Bolsonaro agrediu os negros Quilombolas ele nunca se retratou
da sua postura e muito menos diminuiu sua carga de manifestação racista.

A pauta do momento, como não poderia deixar de ser, é a o resultado devastador da sua
política ao meio ambiente e as populações nativas, principalmente aos povos indígenas.
Bolsonaro mais uma vez é coerente com seu discurso anti-preservação do meio ambiente, de
ataque aos direitos ao território dos povos indígenas e de uma aliança com madeireiros
grileiros e garimpeiros clandestinos. Após incentivar madeireiros, grileiros e garimpeiros
invadirem territórios indígenas e atearem fogo na floresta revelando a todo instante o seu
desprezo aos povos nativos, Bolsonaro reafirma com ênfase seu compromisso com o assalto
às terras indígenas e à floresta como fez essa semana em um discurso aos garimpeiros de Serra
Pelada: “ não é sobre os índios ou a porra das Árvores é pelo minério!” disse Bolsonaro aos
berros. Desta forma, ele deixa claro que não tem compromisso com a preservação ambiental e
de quebra revela todo seu desprezo aos povos indígenas.

A posição do governo Bolsonaro e de a sua trupe circense do terror está clara para o mundo
civilizado quanto ao meio ambiente e aos povos indígenas, mais claro também está o motivo
dele colocar ao seu lado uma indiazinha hi-tech, a youtuber Ysani Kalapalo que se auto define
como “tribal urbana”. Ysani apareceu com Bolsonaro na abertura da Assembleia geral da ONU
(Organização das Nações Unidas) e não mais deixou de fazer aparições públicas com chefe do
executivo numa clara demonstração de que a estratégia utilizadas com os negros durante a
campanha eleitoral se repete novamente no governo, agora com os índios.

Diante do estarrecimento do mundo civilizado à tamanha agressão ao meio ambiente, seus


defensores e aos povos nativos o governo Bolsonaro aposta na idéia de que a imagem falará
mais alto que suas palavras e atos destrutivos. Um índio como um retrato ou papagaio de
pirata insistentemente pra chamar de seu, é sua aposta de que a maioria não irá lê o seu triste
livro biográfico, mas se impressionará com a capa.

Os capítulos seguintes desse enredo parece também que não se altera, Bolsonaro continuará
atacando a floresta da Amazônia, os índios e suas lideranças numa tentativa de desqualifica-los
como tem feito nos seus pronunciamentos a respeito do líder planetário indígena Raoni
alegando a defesa de uma soberania que ele já entregou aos Estados Unidos da América por
puro amor (“I love you Trump” declarou-se Bolsonaro a Trump em encontro recente nos EUA)
e de quebra botando a culpa na PORRA das arvores!

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