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SOCIEDADE MESTRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS - SMECG

FACULDADE PADRÃO DE APARECIDA DE GOIÂNIA


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DE


APARECIDA DE GOIÂNIA.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2015/1
MÁRCIO BARBOSA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DE


APARECIDA DE GOIÂNIA.

Monografia apresentada para obtenção


parcial do grau de Bacharel em Ciências
Contábeis, para o Curso de Ciências
Contábeis da Faculdade Padrão de
Aparecida de Goiânia, sob a orientação do
Professor Dr. Sérgio Renato Artiaga da Rosa
e coorientação do Professor Dr. Walmirton
Bezerra D’Alessandro.

APARECIDA DE GOIÂNIA
2015/1
MÁRCIO BARBOSA DA SILVA

A IMPORTÂNCIA DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS DE


APARECIDA DE GOIÂNIA.

Esta monografia foi apresentada como Trabalho de Conclusão de Curso de Ciências


Contábeis da FACULDADE PADRÃO DE APARECIDA DE GOIÂNIA, como parte
dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em ciências contábeis, obtendo
nota (média) de............, atribuída pela banca constituída pelo orientador e membros
abaixo mencionados.

Professores que compuseram a banca:

__________________________________
Prof. Dr. Walmirton Bezerra d´Alessandro
Departamento de Ciências Contábeis
Nota Atribuída: ..............

___________________________________
Prof. Esp. Márcio de Jesus
Departamento de Ciências Contábeis
Nota Atribuída: ..............

___________________________________
Profª. Ma. Sejana Martins Guimarães
Departamento de Ciências Contábeis
Nota Atribuída: ..............

APARECIDA DE GOIÂNIA
2015/1
Dedico em especial à minha esposa, às
minhas filhas que me apoiaram e privou-se
de uma maneira ou de outra da minha
presença e companhia para que pudesse
dedicar-me à realização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus que me proporcionou saúde, força, equilíbrio e


sabedoria para alcançar este objetivo.
Agradeço também todos aqueles que de uma maneira ou de outra nos
incentivaram nos momentos difíceis e que souberam trazer uma palavra de conforto
e carinho na hora certa para realização deste trabalho.
A turma de Contabilidade do 8º período de 2015/1 que me ajudou a transpor
as dificuldades e os obstáculos encontrados.
Aos mestres, que durante estes anos nos fez perceber que a busca contínua
do conhecimento é a base de um bom profissional.
Ao meu orientador Dr. Sérgio Renato Artiaga da Rosa pelo suporte, apoio e
dedicação.
Ao meu Coorientador do projeto de pesquisa Dr. Walmirton Bezerra
D´Alessandro pelo incentivo ao desenvolvimento deste.
Finalmente à coordenação do curso de contabilidade que forneceu toda
estrutura física dessa conceituada instituição de ensino e sempre esteve presente
nas nossas reivindicações.
“O mais importante ingrediente na fórmula
do sucesso é saber como lidar com as
pessoas”.

(Theodore Roosevelt)
RESUMO

O objetivo deste trabalho foi abordar a importância do Sistema de Gestão Ambiental


nas empresas de Aparecida de Goiânia, visando demonstrar as vantagens de se ter
esta ferramenta para garantir a obtenção de dados e informações para à
Contabilidade Ambiental. Primeiro devido ser um Sistema de Gestão voltado para o
meio ambiente que analisa os processos produtivos visando trazer redução de
custos e despesas operacionais, sem perder qualidade, dando novo direcionamento
para os resíduos, minimizando os impactos ambientais. Segundo criando um
gerenciamento ambiental que possa prevenir e diminuir riscos ambientais evitando
sofrer sanções governamentais. E por fim, tornar a imagem da empresa atraente
para o mercado no âmbito sustentável. Utilizou-se de bibliografias voltada
principalmente para a gestão ambiental e contabilidade ambiental, além de
pesquisas eletrônicas em sites.

Palavras-chave: Gestão Ambiental, Contabilidade Ambiental e Sustentável.


ABSTRACT

The objective was to address the importance of the Environmental Management


System in Aparecida de Goiania companies, aiming to demonstrate the advantages
of having this tool to ensure the collection of data and information to the
Environmental Accounting. First due to be a Management System focused on the
environment that allows analysis of production processes to bring reducing operating
costs and expenses, without losing quality, giving new direction to waste, minimizing
environmental impacts. According creating an environmental management that can
prevent and reduce environmental risks avoiding suffer government sanctions.
Finally, make the image attractive company to market sustainable level. It used
bibliographies mainly focused on environmental management and environmental
accounting, and electronic research on websites.

Keywords: Environmental Management, Environmental Accounting, Sustainable


LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

BSI: British Standards Institute.

CMMAD: Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento.

CNUMAD: Conferencia das Nações Unidades para o Meio Ambiente e


Desenvolvimento.

FAO: Food and Agriculture Organizartion of the United Nations -


(Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).

IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais


Renováveis.

ICC: Câmara de Comércio Internacional.

ICMS: Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e


Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e
de Comunicação.

ISO: International Organization for Standardization.

ITR: Imposto Territorial Rural.


NBR: Normas Brasileiras Regulamentadoras.

ONU: Organização das Nações Unidas.

PNEUMA: Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

SGA: Sistema de Gestão Ambiental.


TC 207: Comitê Técnico da ISO 207, responsável pela elaboração da série de
normas ISO 14000

TCFA: Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental.

UNESCO: Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.


SÚMARIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12

2. PROBLEMATIZAÇÃO ........................................................................................... 14

4. OBJETIVOS .......................................................................................................... 18

4.1. Objetivo Geral: ................................................................................................... 18

4.2. Objetivos Específicos: ........................................................................................ 18

5. METODOLOGIA.................................................................................................... 19

6. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................... 20

6.1. Contabilidade Ambiental ............................................................................... 20


6.1.1. Sistema de Gestão Ambiental ............................................................. 20
6.2. Elementos das Demonstrações Contábeis de Natureza Ambiental.............. 26
6.2.1. Ativo Ambiental ................................................................................... 26
6.2.2. Passivo Ambiental ............................................................................... 26
6.2.3. Despesas Ambientais.......................................................................... 27
6.2.4. Receitas Ambientais............................................................................ 27
6.2.5. Custos Ambientais .............................................................................. 28
6.2.6. Balanço Ambiental .............................................................................. 28
6.3. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental ................................................ 30
6.3.1. Política Ambiental..................................................................................... 30
6.3.2. Aspectos Ambientais ........................................................................... 30
6.3.3. Aspectos Legais e Outros Requisitos.................................................. 31
6.3.4.Objetivos e Metas................................................................................. 31
6.3.5. Programa de Gestão Ambiental .......................................................... 31
6.3.6. Estrutura e Responsabilidades............................................................ 31
6.3.7. Treinamento Conscientização e Competência .................................... 31
6.3.8. Comunicação ...................................................................................... 31
6.3.9. Documentos e Sistemas de Gestão Ambiental ................................... 32
6.3.10. Controle de Documentos ................................................................... 32
6.3.11. Controle Operacional ........................................................................ 32
6.3.12. Monitoramento e Medição ................................................................. 32
6.3.13. Não conformidade e Ação Corretiva e Preventiva............................. 32
6.4. A Conquista do Cerrado brasileiro ................................................................ 33
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 35

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 38


12

1. INTRODUÇÃO

Para atender ao crescente desenvolvimento e suprir as necessidades


consideradas básicas, a humanidade precisa conciliar o aperfeiçoamento industrial,
tecnológico e produtivo com a preservação ambiental.
Vale ressaltar que os impactos naturais são consequências da utilização de
tecnologias de produção desenfreada na indústria e no campo, assim como os
resíduos provenientes dos mesmos.
Segundo Barbieri (2007, p. 07):

O lixo gerado pela população cada vez mais está composto por restos de
embalagens e de produtos industriais. O uso de inseticidas, herbicidas,
fertilizantes, implementos e outros produtos industrializados fez com que a
agricultura se tornasse uma atividade intensiva em degradação ambiental.

Ora, se grande parte da nossa matéria–prima é originária da natureza, se faz


necessário à conscientização por parte da sociedade produtiva de que, a
degradação do meio ambiente causado pelos mesmos, pode ser minimizada com a
mensuração e a evidenciação da poluição gerada.
Nesse sentido Barbieri (2007, p. 07) afirmou que:

Os problemas ambientais provocados pelos humanos decorrem do uso do


meio ambiente para obter os recursos necessários para produzir os bens e
serviços que estes necessitam e dos despejos de materiais e energia não
aproveitados no meio ambiente.

A busca da continuidade do desenvolvimento econômico e a preservação dos


recursos naturais vêm sendo discutido pelos intelectuais, cientistas e governos há
tempos; sendo que nos últimos anos graças ao desenvolvimento tecnológico e à
globalização, este assunto passou a ser mais difundido.
Hoje pode-se dizer que o empresário de um modo geral tem uma consciência
ambiental ainda pequena.
A educação e conscientização ambiental foram expostos no Art. 105 na 19ª
Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas realizada em 28 de junho
de1997:

A educação aumenta o bem-estar humano, e é um fator decisivo para


capacitar as pessoas a se tornarem membros produtivos e responsáveis na
sociedade. Um pré-requisito fundamental para o desenvolvimento
13

sustentável é um sistema educacional efetivo e adequadamente financiado,


em todos os níveis, particularmente o primário e secundário, pois são
acessíveis a todos e porque aumentam tanto a capacidade humana e o
bem-estar. Os temas centrais da educação para a sustentabilidade incluem
o aprendizado permanente, a educação interdisciplinar, as parcerias, a
educação multicultural e o empoderamento. Deve ser dada prioridade para
garantir às mulheres e meninas acesso igualitário e total a todos os níveis
de educação e treinamento. Deve ser dada especial atenção também ao
treinamento de professores, jovens lideranças e outros educadores. A
educação também deve ser vista como um meio para empoderar a
juventude e grupos marginalizados e vulneráveis, incluindo aqueles que
estão nas áreas rurais, através de parcerias intergeracionais e educação de
pares. Mesmo em países com sistemas educacionais fortes, existe a
necessidade de se reorientar a educação, a conscientização e o
treinamento para promover uma ampla compreensão pública, análise crítica
e suporte para o desenvolvimento sustentável. Educação para um futuro
sustentável deve envolver um amplo espectro de instituições e setores,
incluindo mas não se limitando aos negócios/indústria, organizações
internacionais, juventude, organizações profissionais, organizações não
governamentais, ensino superior, governo, educadores e fundações, para
tratar os conceitos e questões do desenvolvimento sustentável, como
expressados na Agenda 21, e devem incluir a preparação de programas e
planos de educação para o desenvolvimento sustentável, como enfatizado
no programa de trabalho da Comissão sobre o Desenvolvimento
Sustentável adotado em 1996.

Por este motivo necessita-se aperfeiçoar o uso de maneira racional e


moderada dos recursos naturais, para que as futuras gerações tenham a
oportunidade de conhecer parte das diversidades dos ecossistemas do planeta
existentes atualmente.
Ribeiro (2001 p.53) apud Barbieri (2007, p. 33) analisam sobre a evolução dos
acordos multilaterais concernentes aos mais diversos temas ambientais, eles
distinguem as três fases dessa evolução:

A primeira começa no inicio do século XX, quando surgem os primeiros


acordos multilaterais com o objetivo de regular a ação dos colonos das
metrópoles imperialistas no continente africano, que destruíam a base
natural das terras conquistadas. Esses acordos não alcançaram seus
objetivos e a devastação não foi contida.
Na segunda fase, que começa com a Guerra Fria, surgem iniciativas bem
sucedidas como o Tratado Antártico e a emergência da temática ambiental
no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e de suas entidades
como a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura (Unesco), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e
a Agricultura (FAO) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNEUMA).
A terceira correspondente ao período pós Guerra Fria, no qual se destaca a
realização da Conferencia das Nações Unidades para o Meio Ambiente e
Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, em 1992. A partir de
então, as questões centrais dos acordos multilaterais privilegiaram os
conceitos de segurança ambiental global e o desenvolvimento sustentável.
14

2. PROBLEMATIZAÇÃO

Devido à consciência ambiental por parte da sociedade e à exigência de


mercado, surge a Contabilidade Ambiental para auxiliar os empresários a adotarem
uma política de controle, preservação ambiental e enfim garantir seus rendimentos
sem destruir os recursos naturais ou pelos menos reduzir os impactos ao máximo
para que as gerações futuras não sejam privadas deste bem tão valioso (BARBIERI,
2007, p. 08).
De acordo com Costa (2012, p. 29):

A Contabilidade Ambiental surgiu em 1970, quando as empresas passaram


a dar um pouco mais de atenção aos problemas do meio ambiente.
Contabilidade Ambiental é a contabilização dos benefícios e prejuízos que o
desenvolvimento de um produto, ou serviço, pode trazer ao meio ambiente.
É um conjunto de ações planejadas para desenvolver um projeto, levando
em conta a preocupação com o meio ambiente.

As empresas que pretendem garantir espaço no mercado necessitarão de um


Sistema de Gestão Ambiental, cuja implantação venha auxiliar a Contabilidade
Ambiental na elaboração das demonstrações contábeis, para que os gestores
possam tomar decisões, as quais possam trazer equilíbrio econômico à entidade.
Torna-se, portanto, precípua a utilização sustentável do patrimônio ambiental por
elas explorada.
Barbieri (2007, p. 25) nos dá o seu entendimento a respeito de gestão
ambiental:

[...] gestão ambiental será aqui entendida como as diretrizes e as atividades


administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção, controle,
alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos
positivos sobre o meio ambiente, querendo reduzindo ou eliminando os
danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que
eles surjam.

Como a sociedade em geral passou a dar mais importância à prática da


sustentabilidade ambiental, ela mudou e acrescentou modestamente alguns valores,
se educando e aprendendo sobre ideias que apoiem e divulguem o desenvolvimento
sustentável.
A Contabilidade Ambiental tem por objetivo fornecer informações para os
usuários internos e externos, sobre os fatos e atos que motivam a mutação no
patrimônio ambiental.
15

Martins e De Luca (1994, p. 25) apud Santos (2001 p. 91) avalia:

As informações a serem divulgadas pela contabilidade vão desde os


investimentos realizados, seja em nível de aquisição de bens permanentes
de proteção a danos ecológicos, de despesas de manutenção ou correção
de efeitos ambientais do exercício em curso, de obrigações necessárias em
prol do meio ambiente, e até de medidas físicas, quantitativas e qualitativas,
empreendidas para sua recuperação e preservação.

Para obter estas informações com maior segurança e veracidade é


necessária a implantação de um Sistema de Gestão Ambiental – SGA, que auxiliará
a Contabilidade Ambiental mensurar e valorizar de maneira correta, trazendo novos
hábitos, mudanças de processos nos quais trarão economia e lucro, possibilitando
até novos mercados para entidade.
Donaire (2010, p. 51), menciona detalhadamente a vantagem do Sistema de
Gestão Ambiental em uma entidade:

Entre essas oportunidades podemos citar a reciclagem de materiais que


tem trazido uma grande economia de recursos para as empresas; o
reaproveitamento dos resíduos internamente ou sua venda para outras
empresas através de Bolsas de Resíduos ou negociações bilaterais; o
desenvolvimento de novos processos produtivos com a utilização de
tecnologias mais limpas ao ambiente, que se transforma em vantagens
competitivas e até mesmo possibilitam a venda de patentes; o
desenvolvimento de novos produtos para um mercado cada vez maior de
consumidores conscientizados com a questão ecológica, geração de
materiais de grande valor industrial a partir do lodo tóxico, estações
portáteis de tratamento, miniusinas para uso de pequenas empresas e o
aparecimento de um mercado de trabalho promissor ligado à variável
ambiental que deverá envolver auditores ambientais, gerentes de meio
ambiental, advogados ambientais, bem como o incremento de novas
funções técnicas especificas.

Mediante a tantos debates e questionamentos sobre a necessidade da


humanidade aprimorar seus meios de produção com foco na preservação do meio
ambiente por motivo de sobrevivência, quais razões tem dificultado a decisão da
maioria das empresas, a praticarem efetivamente o Sistema de Gestão Ambiental e
a Contabilidade Ambiental?
Diante do problema sugerido, destaca-se a hipótese dos gestores das
empresas não adotarem o Sistema de Gestão Ambiental por associá-lo a um
aumento de despesas e acréscimo de custos no processo produtivo, visto que o
assunto é incipiente entre os contadores e que estes podem não ter tido formação
16

técnica para capacitá-los a persuadir e demostrar os benefícios que um Sistema de


Gestão Ambiental pode trazer na mensuração da Contabilidade Ambiental.
17

3. JUSTIFICATIVA

Uma vez que os gestores da grande maioria das empresas não têm o
discernimento das vantagens do Sistema de Gestão Ambiental, o presente trabalho
demonstrará a real relevância do investimento no Sistema de Gestão Ambiental para
a empresa no tocante à economia de produção, adequação à legislação ambiental
atual, marketing empresarial e abertura de novos mercados.
A falta da disciplina de Contabilidade Ambiental na grade curricular do curso
acadêmico de Contabilidade pode ser um dos fatores que carreta a dificuldade do
contador em explanar a necessidade e as vantagens do Sistema de Gestão
Ambiental.
18

4. OBJETIVOS

4.1. Objetivo Geral:

- Mostrar como o Sistema de Gestão Ambiental é importante e necessário para


minimizar custos, prejuízos econômicos e ambientais transformando seus resultados
em ativos tangíveis contabilmente para grandes empresas em Aparecida de Goiânia.

4.2. Objetivos Específicos:

- Verificar até que ponto o Sistema de Gestão Ambiental é reconhecido como uma
ferramenta de suma importância para Contabilidade Ambiental e o desenvolvimento
sustentável das empresas.
- Apontar as vantagens do Sistema de Gestão Ambiental na prática e
acompanhamento das legislações pertinentes ao meio ambiente.
- Analisar qual a importância do Sistema de Gestão Ambiental como ferramenta
utilizada pelo contador para o desenvolvimento sustentável das empresas.
19

5. METODOLOGIA

Para a comprovação do problema sugerido foi necessário realizar uma ampla


análise em obras de vários autores, e em diversas fontes complementares como
(teses, dissertações, artigos e revistas especializadas, entre outros) do assunto em
questão.
Em relação à tipologia utilizada nessa monografia foram a histórica e a
descritiva.
De acordo com Silva e Menezes (2005, pg. 21): “A pesquisa descritiva, visa
descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o
estabelecimento de relação entre variáveis.
Conforme descreve Munhoz (1989), usa-se a forma histórico de investigação,
pois a partir do tempo cronológico busca-se compreender o objeto de estudo. Ou
melhor, pretende-se associar a questão histórica com o fenômeno Sistema de
Gestão Ambiental em pauta.
20

6. REFERENCIAL TEÓRICO

6.1. Contabilidade Ambiental

A Contabilidade Ambiental é utilizada como ferramenta de informação,


educação ambiental e sustentabilidade sócio econômica, reduzindo custos, a
degradação ambiental obtendo qualidade, gerando resultados.
Conforme Costa (2012, p. 14), a evidenciação dos dados econômicos e
financeiros ambientais é importante para informar os usuários da contabilidade
ambiental os efeitos e resultados da empresa, de que maneira afeta direta e
indiretamente o meio ambiente e o patrimônio da entidade.
Para Costa (2012, p. 29) contabilidade ambiental é:

[...] o estudo do patrimônio ambiental, bens, direitos e obrigações


ambientais das entidades. Seu objetivo é fornecer aos seus usuários
internos e externos, informações sobre os eventos ambientais que causam
modificações na situação patrimonial, bem como realizar sua identificação,
mensuração e evidenciação.

6.1.1. Sistema de Gestão Ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental tem como meta a integração econômico e


estratégico com meio ambiente conforme os princípios da Carta Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável elaborada pela Câmara de Comércio Internacional
(ICC) em 1991 na Segunda Conferencia Mundial da Industria sobre a Gestão do
Meio Ambiente pela Organização das Nações Unidas (DIAS, 2010, p. 89).
A International Organization for Standardization (Organização Internacional de
Normalização) é a entidade que tem o objetivo de promover o desenvolvimento de
normas, padronizações para o mundo empresarial, desenvolveu o Sistema de
Gestão Ambiental partindo dos princípios da Carta Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável com o nome de ISO 14001. O Brasil faz parte dos 91
representantes mundiais desta empresa através da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (BARBIERI, 2007, p. 166).
De acordo com Donaire,( 2010, p.51), oSistema de Gestão Ambiental surge
devido as preocupações das organizações na preservação do meio ambiente e na
21

continuidade de seus processos produtivos benefícios econômicos para as


empresas.
Com isso temos economia de custos:
• Economia devido à redução de consumo de água, energia e outros
insumos.
• Economia devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos.
• Redução de multas e penalidades por poluição.
Incrementos de Receitas:
• Aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e
menos concorrência.
• Linhas de novos produtos;
• Abertura de novos mercados.
Benefícios Estratégicos:
• Melhoria da imagem institucional.
• Aumento de produtividade.
• Alto comprometimento dos colaboradores.
• Melhoria das relações com os órgãos governamentais, comunidade e
grupos ambientalistas.
Nos últimos 200 anos, com a intensificação da industrialização e com o
avanço da tecnologia, o homem interviu mais agressivamente na natureza. Situação
que é facilmente verificada devido à evolução do quadro de contaminação do ar, da
água e do solo em todo planeta e pelo crescente número de desastres naturais,
(DIAS 2010, p. 11).
De acordo com Dias (2010, p. 15), em 1972 o Clube de Roma publicou o
relatório intitulado “Os Limites do Crescimento”, alertando as autoridades mundiais
para um possível colapso da produção agrícola e industrial devido à crescente
escassez dos recursos naturais não renováveis. Diante destes fatos a opinião
pública, organizações internacionais e governos passam a preocupar-se com maior
intensidade.
Segundo Barbieri (2007, p. 88) o homem tem como diferencial dos outros
seres vivos a capacidade de transformar o meio que habita para melhor satisfazê-lo,
embora tenha devastado as matas, poluído as nascentes, córregos, rios e mares, a
vontade do ser humano é viver em harmonia com toda a natureza e com maior
22

qualidade de vida possível. Por este motivo a educação ambiental foi debatida na
Conferência das Nações Unidas sobre o meio Ambiente Humano em Estocolmo em
1972, ocorrendo novo encontro na ex-Iugoslávia em 1975, na cidade de Belgrado
dando origem à “Carta de Belgrado”, com as seguintes diretrizes:

A meta da educação ambiental é desenvolver uma população mundial


consciente e preocupada com o meio ambiente, para atuar individual e
coletivamente na busca de soluções para os problemas atuais e para a
preservação de novos problemas. Seus objetivos são os seguintes:

a) Tornar os indivíduos e grupos conscientes e sensíveis em relação ao meio


ambiente e aos problemas ambientais;
b) Proporcionar conhecimentos sobre o meio ambiente, principalmente quanto
às influencias do ser humano e de suas atividades;
c) Fomentar valores e sentimentos que motivem as pessoas e grupos a se
tornarem participantes ativos na defesa do meio ambiente e na busca de
soluções para os problemas ambientais;
d) Gerar as habilidades que uma participação ativa requer;
e) Oferecer condições para avaliar as medidas em relação ao meio ambiente e
aos programas de educação ambiental;
f) Promover o senso de responsabilidade e de urgência com respeito às
questões ambientais que estimule as ações voltadas para resolve-las.

Na década de 80 ocorreu a primeira “Toronto Conference on the Changing


Atmosphere” na cidade de Toronto no Canadá. Desde então tiveram várias
outras conferências (1990,1992,1995 e 1997) sobre o Meio Ambiente e clima, com
líderes governamentais e da classe científica para discutirem sobre as mudanças
climáticas, que recebeu o nome de “Protocolo de Kyoto" (DIAS, 2010, p. 117-120).
De acordo com Dias (2010, p. 121-122), foram criados mecanismos para
minimizar os estragos feitos ao meio ambiente, destacando-se: Imposto sobre a
Poluição, Cotas sobre Emissão de Poluentes, Conversão da Dívida em
Investimentos na Natureza e Contabilização dos Recursos Naturais, tendo como
base os principais pontos:

• Os países desenvolvidos (que constam no Anexo I do referido


documento) se comprometem a reduzir entre os anos de 2008 e 2012 suas
emissões abaixo do registrado no ano de 1990. De maneira conjunta e não
diferenciada, devem reduzir suas emissões em 5,2% (artigo 3.1. e Anexo
B).
• Os países do Anexo I poderão participar de sistemas de intercâmbio
de direitos de emissão (artigo 3.10 e artigo 60).
• Os países que não estão incluídos no Anexo I deverão, na medida do
possível, formular programas para melhorar seus sistemas de informação e
de inventários de emissões (artigo 10).
23

• Os países que não fazem parte do Anexo I deverão formular, na


medida do possível, programas para mitigar a mudança climática que
contemplem a remoção de obstáculos para limitar ou abater as emissões ou
incrementar a capacidade de captação de carbono, através de eficiência
energética, preços de mercado, reforma no setor energético, regimes
regulatórios, uso de energia renovável, melhoramento de tecnologias no
setor de transporte e industrial, acordos voluntários com a indústria (artigo
10).
• Estabelece-se um Mecanismo para o Desenvolvimento Limpo, no
qual os países em vias de desenvolvimento poderão receber investimentos
dos países do Anexo I (Desenvolvidos) destinados a abater emissões que
aqueles realizem em seu território, através de um mecanismo de
compensação baseado no aumento de captação de gases que provocam o
efeito estufa no país em desenvolvimento favorecido. Os procedimentos que
assegurem a transparência e eficiência serão estabelecidos pela Reunião
das Partes, através de sistemas independentes de auditoria (artigo 12).
• O Protocolo entrara em vigor 90 dias depois de que haja sido
ratificado pelos menos por 55 países, incluindo um conjunto de países do
Anexo I que representem pelo menos 55% de suas emissões totais (artigo
24).
• Reduções obrigatórias de gases que provocam o efeito estufa entre
os anos de 2008-2012 para os países do Anexo I da convenção
(porcentagem do total de emissões registradas no ano-base de 1990).

Nas últimas três décadas do século XX a preocupação com o estado do meio


ambiente entrou definitivamente na agenda dos governos de muitos países e de
diversos segmentos da sociedade civil organizada (DIAS, 2010, p. 29).

Barbieri (2007, p. 99-100) reporta que após a década 70 o Brasil seguiu a


tendência internacional de política pública ambiental que teve início:

Nessa segunda fase, os problemas ambientais são percebidos e tratados de


modo isolado e localizado, repartindo o meio ambiente em solo, ar e água, e
mantendo a divisão dos recursos naturais; água, florestas, recursos
minerais e outros. Só no inicio da década de 1980 é que passariam a ser
considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam
ser tratados mediante políticas integradas. A legislação federal sobre
matéria ambiental nessa segunda fase procurava atender problemas
específicos dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente,
conforme exemplificado pelos textos legais a serguir:
• Decreto-lei 1.413 de 14/08/1975 sobre medidas de prevenção da
poluição industrial;
• Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal
relacionada com atividades nucleares;
• Lei 6.567 de 24/09/1978 sobre regime especial para exploração e
aproveitamento das substâncias minerais;
• Lei 6.803 de 02/07/1980 sobre diretrizes básicas para o zoneamento
industrial nas áreas critica de poluição;
• Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento o solo urbano;
• Le 6.902 de 27/04/1981 sobre a criação das estações ecológicas e
áreas de proteção ambiental.
A terceira fase teve inicio com a Lei 6.938 de 31 de agosto de 1981, que
estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente, tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à
24

vida, visando assegurar condições de desenvolvimento socioeconômico, os


interesses da segurança nacional e a proteção da dignidade humana

De acordo com Barbieri (2007, p. 105), para conseguir dar condições para
que a sociedade venha aderir a estas políticas ambientais o governo utilizou-se de
dois tipos de instrumentos, administrativos e econômicos:

1. Embora os tributos ambientais não estejam expressamente citados na


Lei 6.938/1981 e na Constituição Federal 1988, existem algumas
modalidades desses instrumentos como:
a) Cobrança de tarifas pelo lançamento de despejo industrial nas
características dos poluentes em diversos estados;
b) Exclusão da cobrança do Imposto Territorial Rural (ITR) das áreas de
matas nativas, retirando-lhes o caráter de propriedade rural improdutiva;
c) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental (TCFA), cujo fato gerador
é o exercício do poder de polícia conferido ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama para controle e
fiscalização das atividades potencialmente poluidoras de recursos naturais.
d) Cobrança pelo uso de recursos hídricos conforme estabelece a Lei
9.433/1997, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos.
2. Um exemplo de instrumento econômico é a compensação financeira
aos municípios que possuem espaços territoriais especialmente protegidos,
pois estes municípios teriam suas receitas fiscais em razão das limitações
impostas às atividades econômicas nesses espaços:
a) O Estado do Paraná, que foi o pioneiro nesse tipo de instrumento
atribui 5% do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para
os municípios que abriguem em seus territórios mananciais de
abastecimento público e unidade de conservação;
b) Da parceria ICMS dos municípios paulistas, 0,5% é destinado aos
que possuem tais espaços em seus limites territoriais, por exemplo, um
parque estadual ou qualquer outro tipo de unidade de conservação;
c) Minas Gerais vai mais além da simples compensação aos municípios
que possuem unidade de conservação, pois estabelece uma distribuição de
recursos que leva em conta a existência de sistemas de tratamento de lixo
ou esgoto sanitário licenciado pelo órgão ambiental estadual;
d) Pernambuco, Rio Grande do Sul, Tocantins, Espírito Santos e Goiás
são outros estados que também utilizam desse instrumento para compensar
os municípios pela proteção ambiental.
e) Esse tipo de incentivo é uma forma de recompensar pela
conservação de funções ou serviços ambientais. A essa parcela do ICMS
dá se o nome de ICMS Verde.

É comum alguns empresários dizerem que o Brasil é um dos países que mais
cobram impostos em todo o mundo e que suas leis são geralmente avançadas,
entretanto, o que não tem é fiscalização eficaz por parte dos órgãos
governamentais. Neste sentido Barbieri (2007, p. 107) afirmou que:

De fato, o Brasil apresenta atualmente uma legislação ambiental bastante


extensa, mas centrada de modo enfático sobre instrumentos de comando e
controle. Como foi mostrado, a Política Nacional do Meio Ambiente não
apresenta um conjunto equilibrado de instrumentos públicos. Os
instrumentos de comando e controle são fundamentais, pois obrigam as
empresas a adotarem providencias para controlar a poluição, mas eles
tendem a induzir um comportamento acomodado após o cumprimento das
25

exigências legais, caso estas não sejam atualizadas com frequência. Além
disso, uma política centrada em instrumentos de regulamentação direta
gera sobrecarga de trabalhos sobre os órgãos de controle, que, mesmo
quando bem aparelhados para cumprir suas funções, sempre estarão
aquém das necessidades de fiscalização.

Visando atender as necessidades de informações mais precisas sobre a


forma correta de calcular os impactos ambientais, surge em 1970 a Contabilidade
Ambiental com o intuito de poder definir como o estudo do patrimônio ambiental, de
bens, direitos e obrigações ambientais das entidades poderia minimizar a
degradação ambiental. Tendo o objetivo de fornecer informações sobre os eventos
ambientais que causam modificações na situação patrimonial, para os usuários
internos e externos (COSTA, 2012, p. 29).
Costa (2012, p. 31) afirmou que a Contabilidade Ambiental passou a ser
reconhecida como um novo ramo da ciência contábil em fevereiro de 1998, pelo
grupo de trabalho intergovernamental das Nações Unidas Especialistas em Padrões
Internacionais de Contabilidade e Relatórios.

[...] as empresas têm de se ajustar a uma nova realidade, na qual os


objetivos ambientais, além dos econômicos, passam a ter grande
importância e têm de ser perseguidos vigorosamente. A batalha para a
realização de bons negócios envolve agora não somente a qualidade de
seus produtos, como também a natureza de seus insumos e de sua
capacidade poluente. As informações a serem divulgadas pela contabilidade
vão desde os investimentos realizados, de despesas de manutenção ou
correção de efeitos ambientais do exercício em curso, de obrigações
contraídas em prol do meio ambiente, e até de medidas físicas,
quantitativas e qualitativas, empreendidas para sua recuperação e
preservação.

Tinoco e Kraemer (2004, p. 59) apud Costa (2012, p. 34) enfatizam que:

A diferença entre a contabilidade ambiental e a contabilidade tradicional


alicerça-se no cunho ambicioso da primeira, haja vista buscar conhecer as
externalidades negativas e registrar, mensurar, avaliar e divulgar todos os
eventos ambientais.

Antunes (2000, p. 06) apud Costa (2012, p. 34) afirma que:

A Contabilidade Ambiental (...) tem por objetivo registrar e controlar toda e


qualquer atividade desenvolvida ou em desenvolvimento, ocorrida ou a
incorrer, não importando se em maior ou menor relevância, desde que,
mensurável em moeda, que cause ou possa vir a causar qualquer ação
destinada a amenizar e/ou extinguir tais danos, devendo ser registrada
contabilmente em contas contábeis específicas, na data de sua ocorrência,
em consonância com o disposto nos Princípios Fundamentais de
Contabilidade – Resolução 759/93 do Conselho Federal de Contabilidade.
26

6.2. Elementos das Demonstrações Contábeis de Natureza Ambiental

Os elementos das demonstrações contábeis da Contabilidade Ambiental são


característicos e peculiares a este ramo. A seguir traremos os tópicos sobre o
conceito e particularidades desses elementos.

6.2.1. Ativo Ambiental

Os bens e direitos formam os ativos ambientais que são destinados ou


advindos da atividade de gerenciamento ambiental, podendo estar na forma de
capital circulante ou capital fixo. Costa (2012, p. 55) informa alguns ativos
ambientais enquadrados neste grupo:

Capital Circulante
a) Na conta disponibilidades podem ser contabilizados os valores
referentes a recebimentos oriundos de uma receita ambienta;
b) Nos ativos realizáveis a curto e longo prazo podem ser lançados os
direitos originários de uma receita ambiental e os estoques, quando
relacionados com insumos do sistema de gerenciamento ambiental ou com
produtos reaproveitados do processo operacional.

Capital Fixo
a) Investimentos: participação societária em empresas ecologicamente
responsáveis;
b) Imobilizado: bens destinados à manutenção do gerenciamento
ambiental, por exemplo, filtros de ar, equipamentos da estação de
tratamento de efluentes etc.;
c) Diferido: Gastos em desenvolvimento de tecnologia “limpa” de
produção que beneficiarão exercícios futuros, como por exemplo, os gastos
de implantação do Sistema de Gestão Ambiental para a certificação ISO
14001.

6.2.2. Passivo Ambiental

As obrigações ambientais contraídas voluntária ou involuntariamente com


destinação nas ações de controle, preservação e recuperação do meio ambiente,
originando, como contrapartida, um ativo ou custo ambiental (COSTA, 2012, p. 67).
Para a Organização das Nações Unidas o passivo ambiental é:

uma possível obrigação derivada de acontecimentos anteriores existentes


na data de fechamento do balanço, sendo que o resultado só se confirmará
no caso de ocorrência no futuro de tais eventos ou de outros que escapem
do controle da empresa.

O passivo ambiental está dividido em capital próprio e capital de terceiros.


Para Costa (2012, p. 68) as origens das entidades são:
27

a) Bancos – empréstimos de instituições financeiras para investimento na


gestão ambiental;
b) Fornecedores – compra de equipamentos e insumos para o controle
ambiental;
c) Governo – multas decorrentes da inflação ambiental;
d) Funcionários – remuneração de mão de obra especializada em gestão
ambiental;
e) Sociedade – indenizações ambientais;
f) Acionistas – aumento do capital com destinação exclusiva para
investimentos em meio ambiente ou para pagamento de um passivo
ambienta;
g) Entidade – através de destinação de parte dos resultados (lucro) em
programas ambientais.

6.2.3. Despesas Ambientais

Os gastos efetuados pela empresa ocorrida no período que tenham relação


com meio ambiente e que não esteja inteiramente relacionada com a atividade
produtiva da entidade é considerado como despesa ambiental.
Costa (2012, p. 85) abaixo relaciona alguns itens considerados como
despesas ambientais:

• Todos os gastos relacionados com as políticas internas de


preservação ambiental, como foders, catazes, cartilhas e outros;
• Salários e encargos do pessoal empregado na área de políticas
internas de preservação ambiental;
• Todos os gastos relacionados com treinamento na área ambiental
como: horas-aula do instrutor e aquisição de material de expediente;
• Aquisição de equipamentos de proteção ambiental;
• Despesa com depreciação do material permanente utilizado pela
administração na área ambiental;
• Despesa com compensação ambiental; despesa com recuperação
ambiental; dano ambiental;
• Despesa com auditoria ambiental;
• Consultoria para elaboração de EIA/Rima; despesa com licenças
ambientais;
• Despesas com multas e indenizações ambientais.

6.2.4. Receitas Ambientais

Os recursos adquiridos pela empresa, devido a venda de subprodutos ou de


matéria reciclada são conhecidos como receitas ambientais. Pode ser considerado
como receita ambiental as matérias recicladas, bem como a venda da matéria-prima
para outra atividade como reutilizados pela entidade no processo produtivo.
De acordo com Costa (2012, p. 89) as receitas ambientais mais conhecidas
são:
28

• Prestação de serviços especializados em gestão ambiental;


• Venda de produtos elaborados a partir de sobras de insumo do
processo produtivo;
• Participação no faturamento total da empresa que se conhece como
sendo devida a sua atuação responsável com o meio ambiente.

6.2.5. Custos Ambientais

O diferencial das empresas modernas é trabalhar com o custo de qualidade


para medir e guiar-se estrategicamente.
Custo ambiental abrange principalmente a gestão de materiais e de energia
retirados do meio ambiente e devolvido como resíduo ao meio ambiente (COSTA,
2012, p.97).
Costa (2012, p.100-101) considera os seguintes itens como custos
ambientais:

• Custo de reciclagem de materiais;


• Gastos com depreciação e amortização dos ativos ambientais;
• Gastos relacionados com preservação e recuperação ambiental,
como tratamento de efluentes, recuperação de áreas contaminadas e
degradas;
• Salário e encargos do pessoal empregado diretamente na área
ambiental da entidade.

6.2.6. Balanço Ambiental

As informações de Natureza Social e Ambiental, geralmente são divulgadas


através do Balanço Ambiental que é uma peça demonstrativa onde exprime o ativo e
passivo ambiental num determinado momento, atendendo as normas na NBC T 15.
Ponderar sobre o desenvolvimento sustentável é rever conceitos públicos e
privado, é pensar de biotecnologia, de tecnologias limpas, de alterações de padrões
de produção e consumo, de reciclagem, de reuso, de reaproveitamento e de outras
maneiras de diminuir a pressão sobre as matérias-primas, e ao mesmo tempo
reduzir os impactos ocasionados pelos descartes de substâncias e objetos no meio
ambiente.
De acordo com Dias (2010, p. 89):

A gestão ambiental é o principal instrumento para se obter um


desenvolvimento industrial sustentável. O processo de gestão ambiental nas
empresas esta profundamente vinculada às normas que são elaboradas
pelas instituições públicas (prefeituras, governos estaduais e federal) sobre
o meio ambiente. Estas normas fixam os limites aceitáveis de emissão de
substâncias poluentes, definem e que condições serão despojados os
resíduos, proíbem a utilização de substâncias tóxicas, definem a quantidade
de água que pode ser utilizada, volume de esgoto que pode ser lançado etc.
29

A partir do ano 1983 com a expansão da consciência ambiental pelas


organizações não governamentais, comunidade científica, governos e população em
geral foram apresentados pela primeira-ministra da Noroega, Gro Harlem Brundtland
presidente da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(CMMAD), a “agenda global de mudança” que teve como ponto principais (DIAS,
2010, p. 18):

• Propor estratégias ambientais que viabilizem o desenvolvimento


sustentável por volta do ano 2000 em diante;
• Recomendar formas de cooperação na área ambiental entre os
países em desenvolvimento e entre os países em estágios diferentes de
desenvolvimento econômico e social que os levem a atingir objetivos
comuns, consideradas as inter-relações de pessoas, recursos, meio
ambiente e desenvolvimento;
• Encontrar meios e maneiras para que a comunidade internacional
possa lidar mais eficientemente com as preocupações ambientais;
• Contribuir com a definição de noções comuns relativas a questões
ambientais de longo prazo e os esforços necessários para tratar com êxito
os problemas de proteção e da melhoria do meio ambiente, uma agenda de
longo prazo a ser posta em prática nos próximos decênios.

Em abril de 1991 foi realizado em Roterdã (Holanda) a Segunda Conferência


Mundial da Indústria sobre a Gestão do Meio Ambiente que obteve a assinatura de
um grande número de corporações na Carta Empresarial para o Desenvolvimento
Sustentável elaborada pela Câmara de Comércio Internacional (ICC,) que ficou
conhecida também como a Carta de Roterdã, onde consta um conjunto de princípios
voltados para gestão ambiental no âmbito corporativo (DIAS, 2010, p. 87-88).
Em 1992 o British Standards Institute (BSI) lançou a BS 7750, que é uma
norma de caráter voluntario que propõe um Sistema de Gestão Ambiental (SGA)
visando atender as necessidades do meio empresarial diante das exigências da
Câmara de Comércio Internacional (ICC) nas questões ambientais (DIAS, 2010, p.
86)
Em 1993 o Conselho da International Organization for Standardization - ISO
aprovou a criação do TC207 dando inicio a elaboração da nova ISO 14000 com
base na norma inglesa BS 7750. A ISO 14000 é a padronização de procedimentos
de avaliação e sistematização de processos ambientalmente corretos para o mundo
empresarial onde tem validade universal (DIAS, 2010, p. 89):
30

a gestão ambiental no mesmo plano já alcançado pela gestão da qualidade.


Cria-se, assim, mais um condicionante para o êxito da empresa que exporta
e disputa sua posição em um mercado globalizado.

Pensando na padronização das ferramentas, na confiabilidade das


informações o Brasil adotou o Sistema de Gestão Ambiental da International
Organization for Standardization (ISO), instituição criada em 1947.
Segundo Barbieri (2007, p. 166):

As normas relativas aos sistemas de gestão ambiental produzidas pela ISO


são: ISO 14001, ISO 14004 e ISO 14061, as duas primeiras são de uso
geral, foram publicadas em 1996 e passaram por um processo de revisão
iniciado em 1999 e concluído em 2004. A última é especifica para
organizações florestais. Elas foram traduzidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) e integram o conjunto de normas dessa
instituição. São elas: a NBR ISO 14001:2004 – Sistemas de Gestão
Ambiental: requisitos com orientações para uso; e a NBR ISO 14004:2005 –
Sistemas de Gestão Ambiental – diretrizes gerais sobre princípios em
qualquer organização, pública ou privada, independentemente de seu porte
ou do setor atuação.

6.3. Requisitos do Sistema de Gestão Ambiental

O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) é feito de maneira personalizada para


atender a particularidade empresarial de cada entidade, porem existe um escopo a
ser seguido para implantação no Brasil conforme a NBR ISO 14001, sendo estas:

6.3.1. Política Ambiental

Neste momento a alta direção vai definir a política ambiental especifica para
sua empresa sobre os impactos ambientais de suas atividades, produtos ou
serviços, compromissando com a melhoria contínua e a preservação do meio
ambiente não deixando de cumprir a legislação e regulamentação ambiental
pertinente. Fornecer estrutura para o alcance dos objetivos e metas ambientais,
comunicando a todos os funcionários e a sociedade em geral da sua disponibilidade.

6.3.2. Aspectos Ambientais

A organização estabelece e mantem procedimentos para identificar os


aspectos ambientais de sua atividade, produto ou serviço que possa controlar e
influenciar.
31

6.3.3. Aspectos Legais e Outros Requisitos

A empresa identifica às obrigações legais e outros requisitos, os quais decide


cumprir e que seja aplicável aos aspectos ambientais de sua atividade, produto ou
serviço.

6.3.4.Objetivos e Metas

A entidade deve manter o objetivo e meta documentado para cada função e


nível relevante dentro dela.

6.3.5. Programa de Gestão Ambiental

A organização deverá estabelecer e manter programa para realizar seus


propósitos e metas. Definindo a responsabilidade para atingir o esperado e a meta
para cada função e nível relevante da organização, bem como os meios e o
cronograma pelo qual o objetivo e meta serão alcançados.

6.3.6. Estrutura e Responsabilidades

Definir as funções, responsabilidades e atribuições bem claras,


documentadas e comunicadas de forma a facilitar um gerenciamento ambiental.

6.3.7. Treinamento Conscientização e Competência

A empresa verifica quais treinamentos devem ser aplicados para que todo
pessoal seja treinado com o intuito de criar uma mudança significativa sobre o meio
ambiente. Deverá ser estabelecido normas para que todos funcionários estejam
conscientes da importância da conformidade com a política e procedimentos
ambientais, dos impactos ambientais significativos, de suas funções e
responsabilidades para atingir a política e procedimento ambientais.

6.3.8. Comunicação

A organização estabelecerá uma comunicação interna e externa, bem como


envio e recebimento de correspondências sobre o meio ambiente de maneira que
possa ser registrado.
32

6.3.9. Documentos e Sistemas de Gestão Ambiental

A organização deverá ter informação em papel e digital descritos de seus


elementos chaves do sistema de gestão de sua documentação.

6.3.10. Controle de Documentos

A organização deverá manter um procedimento de controle da documentação


exigidos pela norma visando a facilidade de ser encontrados, que possam ser
analisados, revisados e aprovados quando necessários por alguém devidamente
autorizado.

6.3.11. Controle Operacional

Deverá identificar as operações e atividades ambientais significativas de


acordo com a política, objetivos e metas da organização. Planejando manutenção
periódica de procedimentos e documentos para sanar os desvios em relação a
operação. Comunicando aos fornecedores e contratados os procedimentos
relevantes.

6.3.12. Monitoramento e Medição

A organização deverá manter normas documentadas para monitorar e medir


regularmente as operações e atividades que possam ter impacto ambiental
significativo no meio ambiente. Devendo acompanhar, controlar as operações
relevantes com os objetivos e metas da organização.
Os equipamentos de monitoramento devem estar sempre devidamente
aferidos e calibrados, devendo guardar documentação que comprove tais
procedimentos.
A organização dever manter procedimentos documentados para
periodicamente comprovar que houve avaliação e cumprimento da legislação ou
regulamentos ambientais pertinentes.

6.3.13. Não conformidade e Ação Corretiva e Preventiva

A organização deverá manter métodos de definição de responsabilidades e


autoridade para resolver e investigar não-conformidades, agindo de maneira a
33

minimizar os impactos causados e dando início a conclusão de ação corretiva e


preventiva.

6.4. A Conquista do Cerrado brasileiro

O processo migratório da região do planalto central brasileiro teve o governo


federal como seu principal incentivador a partir do ano de 1940 com a criação da
Colônia Agrícola Nacional de Goiás – CANG. Trabalhadores vindos na sua grande
maioria dos estados nortistas, correndo da falta de terra produtiva ou pelas secas,
receberam como doação terras em média de 20 a 30 hectares, para povoar o estado
de Goiás. A construção da cidade de Goiânia, nova capital do estado de Goiás
marca a fase inicial deste desbravamento (ESTEVAM, 1998, p.121-122).
A construção da capital federal, Brasília, a abertura de estradas e ferrovias
integrou o estado de Goiás com o resto do Brasil. Os programas governamentais
implementados para subsidiar a produção agrícola e pecuária aos poucos foram
redirecionadas para construção e indústria, tornando o setor de agronegócios,
construção civil e indústria as atividades mais promissoras no estado.
A capital do estado de Goiás, Goiânia, tem em seu entorno várias cidades
que compõe a região metropolitana, destacando-se Aparecida de Goiânia, cidade
que fica a 18 km do centro da capital pela BR 153 com 15 minutos de percurso.
Aparecida de Goiânia a partir da década de 1970 apresenta crescimento
constante, transformando-se em uma gigante, sendo a cidade que mais cresceu nos
últimos anos e continua em plena expansão. O município que mais se assemelha a
capital Goiânia em vários pontos: em população é o maior colégio eleitoral do
estado, na economia não faz feio possui o título de terceiro Produto Interno Bruto -
PIB do Estado, possui 5 polos empresariais e tem o segundo maior shopping Center
de Goiás, além de milhares de comércios que geram vários empregos.
A Industrialização que iniciou na década de 1980 originou em 5 polos
industriais, o DAIAG, DIMAG, Polo Empresarial Goiás, Parque Industrial e o Polo de
Reciclagem, sem falar na cidade Empresarial situada na Avenida Rio Verde.
Devido ao desenvolvimento sócio econômico, a cidade de Aparecida de
Goiânia, perdeu o título de cidade dormitório, consolidando-se como um polo
econômico regional.
34

Segundo o secretário de Indústria, Comércio, Trabalho e Tecnologia de


Aparecida de Goiânia (SIC), Marcos Bernardo Campos, por orientação do
prefeito Maguito Vilela, a secretaria vem desenvolvendo um trabalho intenso
de atração de empresas de vários segmentos. O objetivo é gerar empregos
e divisas, minimizando o desequilíbrio social existente “Nós conseguimos
atrair para o município mais de 150 empresas em 20 meses de trabalho, e
já são visíveis as mudanças alcançadas em nossos polos empresariais.
Temos procurado suprir as deficiências de infraestrutura, contando com a
parceria das empresas, promovendo PPP’s (Parcerias Público-Privadas).
Essas parcerias têm permitido levar alguns benefícios básicos para
viabilizar o funcionamento das empresas alocadas nos distritos. Mais de
100 mil m² de asfalto e galerias pluviais estão sendo construídos, refletindo
em mais de R$ 10 milhões em investimentos”, observa dos 15 mil empregos
gerados no município devido a atração de novas empresas, mais de 5 mil
foram efetivados por meio do Sistema nacional de Emprego (SINE)
instalado no município. Como forma de incentivo, o secretário explica que
foi aprovada na atual gestão a Lei Geral da Micro e Pequena
Empresa. “Além disso, criamos a Casa do Empreendedor — local que
concentra vários serviços ao empreendedor como o Banco do Povo, Goiás
Fomento, JUCEG, SEBRAE, tele centro entre outros. Temos ainda o apoio
do SENAI, SENAC e UEG para aumentar a qualificação de mão de obra.
Estão em construção o IFG-CEFET e a nova sede do SENAI Pró Vida”,
conta Bernardo. Devido a grande demanda por áreas para instalação de
novas empresas, a secretaria de Indústria e Comércio estima que houve
crescimento do PIB do município entre 20% e 30%. “Esse resultado está
fazendo com que Aparecida seja reconhecida como um dos maiores polos
industriais do Estado de Goiás e da região Centro-Oeste”, frisa Marcos
Bernardo, destacando que Aparecida receberá R$ 1,5 bilhão de
investimentos em 2010, chegando ao PIB de R$ 6 bilhões até o final do ano,
sendo o 3º maior de Goiás. O desenvolvimento de Aparecida de Goiânia
decorrente da instalação de novas indústrias gera novos empregos, e
melhora a arrecadação municipal. O resultado é revertido em obras e
serviços, como a pavimentação de 1,2 milhão de m² de ruas e avenidas em
cerca de 30 bairros na cidade. Outros setores também cresceram no
atendimento à população, como a Saúde que criou o programa do Tele
consulta. Para Marcos Bernardo, toda a máquina administrativa melhora
quando há um crescimento econômico, e quem realmente é beneficiado é a
população da cidade (JORNAL OPÇÃO, 2010. Edição 1837).
35

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A cidade de Aparecida de Goiânia que nas últimas décadas teve grande


evolução comercial e industrial, trazendo aos cofres públicos aumento de
arrecadação, possibilitou o aprimoramento da infraestrutura do município em
especial o ambiental.
Com a criação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental
Sustentável – COMDAS, o governo municipal passa investir no meio ambiente que
hoje conta com coleta seletiva de lixo, gerando renda aos associados da cooperativa
de reciclagem de resíduos. Atendendo a legislação federal de resíduos sólidos
Aparecida de Goiânia colocou fim nos lixões criando os aterros sanitários
controlados, sendo hoje considerado modelo para todo o pais.
Ainda pensando em atender a legislação federal ambiental o governo
municipal coloca em prática o projeto de Parceria Público Privada – PPP, para
Gestão de Energia e Eficiência Energética, que visa trocar as lâmpadas florescentes
dos órgãos públicos e das luminárias dos postes de energia de ruas e avenidas do
município por lâmpadas de led.
Com a instituição do ICMS Ecológico pelo governo do Estado de Goiás que
repassa um percentual de até 5% aos municípios para preservação e educação
ambiental, a administração pública de Aparecida de Goiânia não perdeu tempo
credenciou-se ao ICMS Ecológico e tem revitalizado e arborizado ruas, avenidas,
parques e praças, transformando numa cidade mais bonita e sustentável para
população aparecidense.
O crescimento populacional trouxe um grande número de lixo, poluição visual,
sonora e emissão de gás carbônico ou dióxido de carbono emitidos pela frota de
veículos do município. Já as indústrias além de poluir os nossos rios, mananciais e o
lençol freático, polui também a atmosfera com a queima de combustíveis fosseis.
O setor privado infelizmente não tem acompanhado o setor público com
relação a gestão ambiental, é tímida a quantidade de empresas que fazem o
marketing verde, com pequenos projetos voltados para meio ambiente. Os
empresários não implantam o Sistema de Gestão Ambiental por que pensam que é
caro e não tem retorno, demanda tempo e esforço, não há pessoal preparado e
36

expõe os problemas ambientais da empresa e a certificação exige dedicação e


compromisso.
Por se tratar de um ramo novo da contabilidade, a Contabilidade Ambiental
em Aparecida de Goiânia atualmente não está sendo praticada devido falta de
conhecimento técnico dos contadores, este não teve em sua formação acadêmica a
disciplina de Contabilidade Ambiental, com isso dificulta a habilidade para mostrar
ao empresário o quanto custa não ter um Sistema de Gestão Ambiental e quebrar as
barreiras existentes.
O contador como agente de persuasão tem que conscientizar o empresário
que não ter um SGA vai trazer passivos ambientais junto a justiça devidos aos
processos ambientais, possíveis paralizações da linha de produção devidos os
acidentes ambientais, causa danos à imagem da empresa, gera multas altíssimas,
com a imagem suja a empresa perde competividade com concorrentes que tem um
Sistema de Gestão Ambiental.
Mostrar ao empresário que a motivação para se ter um Sistema de Gestão
Ambiental é devido a exigência do cliente, é um diferencial na concorrência. É um
grande marketing ter um SGA, a empresa ganha projeção da imagem
organizacional, passa a ter um bom convívio com a comunidade evitando pressões,
tem a possibilidade de reduzir desperdícios com aprimoramento de processos,
aproveitamento de resíduos ou venda dos mesmos, tornando-se uma empresa
cumpridora das leis ambientais e consequentemente a possibilidade de
financiamentos com juros menores e logicamente alcançar o mercado internacional.
E por fim o contador devidamente preparado e consciente dos benefícios de
um Sistema de Gestão Ambiental saberá pontuar no momento oportuno que o SGA
torna a imagem de sua empresa atraente ao mercado devido o desempenho
ambiental alcançado, com redução de desperdícios de matéria prima, reutilização de
descartes e devido fim aos resíduos, preservação de riscos ambientais,
disseminação da responsabilidade ambiental na empresa e suas filiais,
gerenciamento ambiental homogêneo, trazendo a consciência ambiental para os
funcionários e sociedade local, criando assim boa reputação para empresa, o que
poderá render ótimos financiamentos, redução de custos com seguros e é claro os
benefícios intangíveis com procedimento padrão, diminuição de custos e pôr fim a
certificação da ISO14001.
37

A empresa que tem Contabilidade Ambiental e trabalha com os dados obtidos


por meio de ações do Sistema de Gestão Ambiental busca constantemente um
processo produtivo, lucrativo, consciente e sustentável, tendo as informações
necessárias para elaboração do Balanço Social.
38

8. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

BARBIERI, J. C. Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e


instrumentos. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

COSTA, C. A. G. da. Contabilidade Ambiental: mensuração, evidenciação e


transparência. São Paulo: Atlas, 2012.

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DONAIRE, D. Gestão Ambiental na Empresa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ESTEVAM, L. O tempo da transformação: estrutura e dinâmica da formação


econômica de Goiás. Goiânia: Ed do Autor, 1998.

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Contabilidade Ambiental na Evidenciação de Investimentos Sustentáveis.
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