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Aluno: Alan Souza da Silva

Título: Quantas línguas cabem numa língua? Uma visão gerativista das relações entre
Norma e Língua.

Autor: Ricardo Joseh Lima;Monique Débora Alves de Oliveira

Comentário:

Os autores procuram entender as relações entre os estudos gerativos e a sociolinguística,


no tocante as oposições de Língua e Norma. A hipótese é de que o gerativismo daria margem
para afirmar que as variações do português poderiam ser consideradas outras línguas.
No artigo são retomados os conceitos de princípios e parâmetros, que se opõe, enquanto
o primeiro trata-se daquilo que é universal a todas as línguas, um outro seriam parâmetros que
se alternam de uma determinada língua para outra. Em seguida, ressalta o conceito de norma
na sociolinguística, para isso é retomada a dicotomia Língua e Fala de Ferdinand de Saussure
e a crítica que Cosserio fez a essa visão dicotômica que ganhou o seguinte formato Sistema
versus Norma versus Fala.
Essa expansão torna-se significativa, pois havia a necessidade de explicar que o sistema
seria subdividido a Língua passaria a ser considerada um sistema e a Norma seria sistemas
dentro deste que se distribuiriam entre os diferentes grupos e a Parole o uso individual. Nesse
ponto, o artigo peca, o sistema pode ter suas variações quando se pensa no uso, porém Saussure
estava justamente fugindo do uso, assim como o Chomsky eles idealizavam um modelo para o
exercício analítico, essa subdivisão do sistema está fora dos objetivos e até da visão que
linguistas considerados “formais” tinha do objeto de pesquisa.
Os autores levantam o seguinte questionamento: Seria a norma uma língua? É nesse
momento que começam a usar de um artigo que a princípio parecia uma tentativa de conciliação
para demonstrarem o quanto não sabem sobre a linguística gerativa. Utilizam uma sentença em
japonês e aplicam a uma análise da teoria X-barra e a comparam com uma estrutura do
Português, com isso, afirmando que para o gerativismo a ordem das palavras numa estrutura
seria a única coisa que distingue uma língua de outra. Logo, sustentando que a norma seria uma
nova língua já que o gerativismo parece não ter critérios semânticos e apenas na ordem das
palavras.
As afirmações que os autores fazem sobre o gerativismo são infundadas, a própria teoria
X-Barra apresenta o conceito de S-Seleção quando o núcleo de um sintagma exige um
preenchimento argumental de uma unidade semântica da língua e sempre trabalha com relações
hierárquicas que levam em consideração um raciocínio lógico que depende das significações
que são empregadas a cada elemento, isso quando tratamos de sua aplicação a uma língua
específica.
O que se segue são comparações entre as diferentes normas do português para ver se
podem ser consideradas línguas diferentes. No final, o artigo, como o esperado, encerra-se sem
resolver o que pretendia, com os autores afirmando terem feito um percurso exaustivo para
tentar identificar se as variadas normas constituíram diferentes línguas, sendo que se
conhecessem a teoria na qual trabalharam o artigo teria a sua resposta negativa ou quem sabe
isso nem seria um problema de pesquisa.

Referência:

LIMA, Ricardo José; OLIVEIRA, Monique Débora Alves de. Quantas línguas cabem numa
língua?: Uma visão gerativista das relações entre Norma e Língua. In: HERMONT, Arabie
Bezri; XAVIER, Gláucia do Carmo (org.). Gerativa: (inter)faces de uma teoria.
Florianópolis: Beconn, 2014, P. 129- 141.

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