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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

UNOESC

GABRIEL FERREIRA
GISLAINE DEITOS
GUILHERME GABRIELLI
KARINE TUMELERO
PATRICIA FRANZEN

PRÁTICA 5 - ESCOAMENTO EM LEITOS POROSOS


SISTEMAS SÓLIDO-LÍQUIDO

JOAÇABA-SC
2019
Prática 3 - Escoamento em leitos porosos - Determinação de fluidização
e de perda de carga- Sistema sólido-líquido.

3.1 OBJETIVOS

O principal objetivo deste experimento é estudar o comportamento


fluidinâmico do leito de partículas sólidas através da relação existente entre
perda de carga e a velocidade de escoamento do fluído.
3.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Fluidização é a operação pela qual as partículas sólidas são colocadas


em contato com um fluido, usualmente um gás, que escoa através de um leito
de partículas suportado por um distribuidor.

Leito fixo, nesse regime, o gás ou fluido possui uma velocidade baixa, e
meramente percola o leito através dos espaços vazios entre as partículas
estacionárias. O escoamento de fluidos através de leitos de partículas (leito
fixo) é uma prática muito comum. Em muitas operações industriais a fase fluida
escoa através de uma fase sólida particulada (fase sólida estacionária). O
estudo desse escoamento em meios porosos granulares (leito fixo) apresenta
grande importância, devido a sua vasta aplicabilidade industrial e tecnológica,
tais como: na Engenharia Petrolífera, com o escoamento de óleo, água e gás
nos reservatórios subterrâneos; na Hidrologia, em leitos de areia para a
purificação de água; na Engenharia Química, em reatores de leitos catalíticos
(catálise heterogênea) entre outros.

Leito na fluidização incipiente, também chamada de mínima fluidização,


para uma velocidade maior do gás ou fluido, um ponto é alcançado no qual
todas as partículas estão suspensas por ele. Neste ponto, a força de atrito
entre as partículas e o gás ou fluido contrabalanceia o peso aparente das
partículas e a queda de pressão através de qualquer seção do leito iguala-se
ao peso do fluido e das partículas naquela seção.

Leito empistonado (slugging), este regime é característico em leitos


profundos, havendo a formação de bolhas no leito que crescem formando
bolhas maiores. Em leitos de pequenos diâmetros, o efeito da parede pode ser
tal que as bolhas eventualmente tomam-se grandes o suficiente para ocupar
uma fração ou toda área da seção transversal da coluna. Esse comportamento
conduz à formação de bolhas grandes, que ascendem no leito assemelhando-
se a um pistão.

Leito em fluidização turbulenta, esse regime caracteriza-se pelo uso de


velocidades suficientemente altas, que excedem a velocidade terminal dos
sólidos. Observa-se um movimento de aglomerados dos sólidos e espaços de
fluidos de várias formas e tamanhos.
3.3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a realização do experimento os seguintes materiais e métodos


foram utilizados:

- Bancada de teste para escoamento de leito poroso (sólido – líquido)

3.3.1 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Fechou-se as válvulas VR, VB1, VM1 e VM2, e abriu-se as válvulas VB2


e VB3. Em seguida, ligou-se a bomba, e aumentou-se lentamente a vazão, por
meio da válvula VR. A partir de 1 L/min anotou-se a perda de carga do
manômetro MU2, com intervalos de 0,5 L/min.

Quando atingiu-se a vazão máxima, (iminência de movimento de alguma


partícula do topo do leito ou risco do manômetro estourar - ∆P ≥ 1000) parou-
se de aumentar a vazão.

Diminuiu-se lentamente a vazão e mediu-se a perda de carga nos


mesmos intervalos medidos acima.

Fechou-se as válvulas VR, VB2 e VM2 e por fim, desligou-se a bomba.


3.4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Leito Fluidizado:

Utilizando os valores obtidos e anotados durante o procedimento de


fluidização e desfluidização construiu-se a Tabela 1, na qual observa-se a
variação de altura da coluna do leito e da perda de carga em função da vazão
do fluído.

Tabela 1 – Variação da altura da coluna do leito e da perda de carga em função da


vazão do fluído
Fluidização Desfluidização
Vazão H-Altura ∆P Vazão H-Altura ∆P
Leitura Leitura
(L/min) (mm) (mm) (L/min) (mm) (mm)
1 1,0 497 75 1 1,0 497 91
2 1,5 497 135 2 1,5 497 131
3 2,0 497 181 3 2,0 497 181
4 2,5 497 223 4 2,5 497 231
5 3,0 497 279 5 3,0 497 291
6 3,5 497 347 6 3,5 497 356
7 4,0 497 437 7 4,0 497 437
8 4,5 497 518 8 4,5 497 510
9 5,0 497 602 9 5,0 497 599
10 5,5 500 712 10 5,5 500 660
11 6,0 502 801 11 6,0 505 708
12 6,5 505 836 12 6,5 510 764
13 7,0 515 844 13 7,0 520 802
14 7,5 530 844 14 7,5 530 828
15 8,0 545 838 15 8,0 545 831
16 8,5 560 833 16 8,5 560 831
17 9,0 570 832 17 9,0 570 832
Fonte – Os autores

Através dos dados obtidos na Tabela 1, confeccionou-se a Tabela 2, na qual


constam os valores de área do leito, velocidade do fluído e a queda de pressão, que
foram calculados através das equações 1, 2 e 3. Para a realização dos cálculos os
valores da Tabela 1 foram convertidos para o sistema internacional, ou seja, altura e
variação de pressão em metros e a vazão em m³/s.

 Equação 1: Cálculo da área


A= Área (m²)
D= Diâmetro (m)
Tendo o diâmetro interno da coluna como 0,075 m:

 Equação 2: Cálculo da velocidade

V= Velocidade (m/s)
Q= Vazão (m³/s)
A= Área (m²)
Exemplo para vazão da primeira leitura:

 Equação 3: Conversão da unidade de pressão para kg/m.s² (Pa)

= Variação de pressão
= Massa especifica do clorofórmio (kg/m³)

= Massa específica da água (kg/m³)

= Gravidade (m/s²)

Exemplo para pressão da primeira leitura:


Tabela 2 – Valores obtidos através de cálculos para o leito fluidizado.
Área Velocidade ∆P (Pa) ∆P (Pa)
LEITURA
(m²) (m/s) Fluidização Desfluidização
1 0,00442 0,003780 353,160 428,501
2 0,00442 0,005670 635,688 616,853
3 0,00442 0,007560 852,293 852,293
4 0,00442 0,009450 1050,062 1087,733
5 0,00442 0,011340 1313,755 1370,261
6 0,00442 0,013230 1633,954 1676,333
7 0,00442 0,015120 2057,746 2057,746
8 0,00442 0,017010 2439,158 2401,488
9 0,00442 0,018900 2834,698 2820,571
10 0,00442 0,020790 3352,666 3107,808
11 0,00442 0,022680 3771,749 3333,830
12 0,00442 0,024570 3936,557 3597,523
13 0,00442 0,026460 3974,227 3776,458
14 0,00442 0,028350 3974,227 3898,886
15 0,00442 0,030240 3945,974 3913,013
16 0,00442 0,032130 3922,430 3913,013
17 0,00442 0,034020 3917,722 3917,722
Fonte – Os autores

Com os dados obtidos na Tabela 2 projetou-se uma curva


da queda de pressão (∆P) pela velocidade de fluidização e desfluidização.
Gráfico 1 – Curva da queda de pressão (∆P) pela velocidade na
fluidização e desfluidização
4500

4000

3500

3000
∆P (Pa)

2500

2000

1500

1000 ∆P (Pa) Fluidização

500 ∆P (Pa) Desfluidização

0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
Velocidade (m/s)

Fonte – Os autores

A partir da análise da curva da queda de pressão (∆P) pela velocidade


na fluidização e desfluidização (gráfico 1), chegou-se a conclusão de que ao
aumentar a velocidade do fluido, o leito mesmo apresentando expansão
mantem a queda de pressão constante até ocorrer a estabilização. Além disso,
o leito não apresenta de maneira notável o valor de mínima pressão de
fluidização quando o fluxo é descendente.

Conclui-se também que a velocidade mínima de fluidização para


suportar o leito é equivalente a aproximadamente 0,026460 m/s e a mínima
pressão de fluidização a aproximadamente 3974,227 Pa, estes valores podem
ser observados no Gráfico 2.
Gráfico 2 – Velocidade e pressão mínima de fluidização
4500
B C D E
4000

3500

3000
∆P (Pa)

2500

2000
A
1500 ∆P (Pa) Fluidização

1000
∆P (Pa) Desfluidização
500

0
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04
Velocidade (m/s)
Fonte – Os autores

Observa-se no gráfico a cima que a velocidade mínima de fluidização


para suportar o leito é equivalente a aproximadamente 0,026460 m/s e a
mínima pressão de fluidização a aproximadamente 3974,227 Pa que esta
representado pelo ponto C no gráfico. Até o ponto A temos um escoamento
laminar, ou seja o coeficiente angular é praticamente igual a 1, no ponto B eu
ainda tenho um leito fixo, porem as partículas já estão soltas umas das outras,
no ponto D eu tenho o inicio da movimentação desordenada e a partir do ponto
E ocorre o aumento da turbulência e da perda de carga.

No Gráfico 2, pode-se observar que quando a velocidade do fluido é


inferior a velocidade mínima de fluidização ocorre acomodamento das
partículas e a queda de pressão passa a ser governada pela fluidodinâmica do
leito fixo.

A partir das tabelas 1 e 2 também foi possível construir uma curva da


altura de fluidização em função da velocidade.
Gráfico 3 – Altura de fluidização em função da velocidade

0,9

0,8

0,7
Altura (m)

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0
0 0,01 0,02 0,03 0,04
Velocidade (m/s)

Fonte – Os autores

Observando os valores obtidos de altura de fluidização durante a prática


nota-se que a partir do momento que se obtêm a velocidade mínima de
fluidização passa a ocorrer a expansão do leito, saindo do regime de leito fixo
para leito fluidizado.
3.5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

COUTO. S. M. et all. Massa específica aparente e real e porosidade de grãos


de café em função do teor de umidade. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v.3, n.1, p.61-68, 1999 Campina Grande, PB,
DEAg/UFPB

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