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No método tradicional, só são usadas maçãs de caju maduras que caíram naturalmente da

árvore. Depois de lhes serem retiradas as sementes, os frutos são postos numa área de
esmagamento, chamada colmbi, que geralmente é uma rocha escavada em forma de bacia. Os
frutos de caju são então pisados para libertarem o sumo. Este método artesanal tem sido
gradualmente substituído por uma +rensa chamada pingre ("caixa"). Em seguida, a polpa é
juntada em pequenos montes que são atados para não se desfazerem e por cima dos quais se
coloca um peso, tipicamente uma pedra. Ao sumo produzido desta forma chama-se neero e
constitui uma bebida refrescante. Seguidamente, o sumo fermenta durante três dias.
Tradicionalmente, a fermentação era feita em grandes talhas de barro chamadas kodem, que
são enterradas até meia altura. Atualmente as kodem foram substituídas por recipientes de
plástico, mas continuam a não ser usados fermentos artificiais ou nutrientes para ajudar a
fermentação.
A destilação é feita em alambiques tradicionais, chamados bhatti, que no passado eram de barro
mas entretanto foram substituídos por alambiques de cobre. A produção de fenim de caju
envolve duas ou três destilações sucessivas. O produto da primeira destilação do neero chama-
se urrak e tem cerca de 15% de álcool. O urrak é seguidamente misturado com neero numa
proporção escolhida pelo destilador e é novamente destilado. Desta segunda destilação resulta
uma bebida chamada cazulo, a qual também é vendida como fenim. Para alguns o verdadeiro
fenim, que muitos consideram demasiado alcoólico para ser bebido, passa ainda por uma
terceira destilação.

Fenim de coco[editar | editar código-fonte]

Seringueiro de toddy no sul de Goa

O fenim de coco resulta da destilação de toddy (seiva de coqueiro). Tradicionalmente o toddy é


recolhido dos coqueiros por um seringueiro a que chama rendier. A seiva é recolhida nos
rebentos ou espádices das flores do coqueiro. A apanha de toddy é uma atividade praticada no
Sudeste Asiático há séculos. A seu«iva é recolhida em potes de barro chamados zamono ou
damonem, que são colocados sobre a espádice que cresce a partir da base das folhas do
coqueiro. Par produzir toddy, a espádice é firmemente atada com uma corda (gofe) feita com
filamentos (vaie) cortados com uma pequena faca (piskathi) da base da folhas, que continuam
presos ao pedúnculo. A espádice é batida em toda a volta muito suavemente com o cabo de um
kathi (espécie de foice) dia sim dia não até que fique redonda e flexível, um sinal que a seiva
está pronta. A ponta da espádice é então cortada para deixar a seiva correr pra o damonem.
Todos os dias de manhã e ao fim da tarde, os seringueiros sobem às árvores com um recipiente
em forma de cabaça chamado dudhinem, para onde despejam o toddy que está nos damonems.
No solo toddy é passado para potes de barro chamados kollso. Ao meio dia é cortado um
pequeno pedaço horizontalmente do cimo da espádice chamado cheu, para reativar o fluxo de
seiva. O toddy fermenta durante três dias em potes de barro ou de loiça chamados monn ou
jhallo.
O fenim de coco é produzido e consumido praticamente só no sul de Goa. Ainda é destilado
usando os alambiques tradicionais. A produção de fenim de coco envolve duas destilações. A
primeira resulta num líquido chamado mollop, comcerca de 15% de álcool. A segunda destilação
é feita com mollop misturado com toddy, numa proporção de 4 para 1. O fenim que é
comercializado tem 42,8% de álcool.

Comércio[editar | editar código-fonte]

Destilaria tradicional de fenim de caju

A comercialização de fenim é em grande medida desorganizado. Os locais tendem a comprar


fenim diretamente pelos inúmeros destiladores tradicionais que têm mini destilarias sazonais nas
aldeias de Goa. Uma grande parte do fenim que se produz é vendido diretamente pelos
destiladores a tabernas. Em muitos casos, estas relações comerciais são muito antigas,
prolongando-se por várias gerações.

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