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Lei Florestas PDF
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e das Florestas, I. P. (ICNF, I. P.) e das demais entidades n.os 15/2009, de 14 de janeiro, 17/2009, de 14 de janeiro,
públicas procedem oficiosamente às alterações de nomen- 114/2011, de 30 de novembro, e 83/2014, de 23 de maio,
clatura, junto dos respetivos registos, sem necessidade que estrutura o Sistema de Defesa da Floresta contra In-
de requerimento das comunidades locais para o efeito. cêndios (SDFCI).
2 — Os serviços do IRN, I. P., da AT e do ICNF, I. P.,
procedem à inscrição na plataforma referida no artigo 9.º Artigo 2.º
das informações de que disponham, comunicando às co- Alteração ao Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho
munidades locais esse facto, estando estas dispensadas da
sua comunicação à referida plataforma, sem prejuízo do Os artigos 1.º, 2.º, 3.º, 3.º-A, 3.º-B, 3.º-C, 3.º-D, 4.º, 5.º,
dever das referidas comunidades procederem à atualização 6.º, 7.º, 8.º, 10.º, 11.º, 12.º, 13.º, 14.º, 15.º, 16.º, 17.º, 20.º,
de informação, nomeadamente quanto à respetiva sede. 21.º, 22.º, 25.º, 26.º, 27.º, 28.º, 29.º, 30.º, 31.º, 32.º, 33.º,
3 — O membro do Governo que exerce o poder de dire- 34.º, 35.º, 36.º, 37.º, 38.º, 39.º, 40.º e 41.º do Decreto-Lei
ção ou tutela relativamente aos serviços públicos em causa n.º 124/2006, de 28 de junho, alterado pelos Decretos-Leis
pode, caso se afigure necessário, e mediante despacho, n.os 15/2009, de 14 de janeiro, 17/2009, de 14 de janeiro,
definir os termos da operacionalização do disposto nos 114/2011, de 30 de novembro, e 83/2014, de 23 de maio,
números anteriores, desde que tal não implique a oneração passam a ter a seguinte redação:
das comunidades locais com encargos administrativos
relativamente aos atos em causa.
«CAPÍTULO I
Artigo 57.º
Disposições gerais
Não aplicabilidade
O regime previsto na presente lei não é aplicável aos Artigo 1.º
terrenos que não tenham proprietário conhecido e que [...]
nunca tenham sido fruídos por universo de compartes, nos
termos dos seus usos e costumes. 1 — O presente decreto-lei estrutura o Sistema de
Defesa da Floresta contra Incêndios (SDFCI).
2— .....................................
Artigo 58.º
Norma revogatória Artigo 2.º
1 — É revogada a Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, alte- [...]
rada pelas Leis n.os 89/97, de 30 de julho, e 72/2014, de 2
de setembro, bem como a regulamentação dela decorrente. 1— .....................................
2 — São ainda revogadas todas as normas da Lei 2— .....................................
n.º 72/2014, de 2 de setembro, aplicáveis a baldios. 3— .....................................
3 — São repristinados os Decretos-Leis n.os 39/76, de a) Ao Instituto da Conservação da Natureza e das
19 de janeiro, e 40/76, de 19 de janeiro, para efeito das Florestas, I. P. (ICNF, I. P.), a coordenação das ações
remissões previstas na presente lei. de prevenção estrutural, nas vertentes de sensibiliza-
ção, planeamento, organização do território florestal,
Aprovada em 23 de junho de 2017. silvicultura e infraestruturação de defesa da floresta
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo contra incêndios;
Ferro Rodrigues. b) À Guarda Nacional Republicana (GNR) a coor-
denação das ações de prevenção relativas à vertente da
Promulgada em 8 de agosto de 2017. vigilância, deteção e fiscalização;
Publique-se. c) À Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC),
a coordenação das ações de combate, rescaldo e vigi-
O Presidente da República, MARCELO REBELO DE SOUSA. lância pós-incêndio.
Referendada em 9 de agosto de 2017.
4 — Compete ao ICNF, I. P., a organização e coor-
O Primeiro-Ministro, António Luís Santos da Costa. denação do dispositivo de prevenção estrutural que,
durante o período crítico, se integra na estrutura ope-
Lei n.º 76/2017 racional prevista no dispositivo especial de combate a
incêndios florestais (DECIF).
de 17 de agosto 5 — Compete ainda ao ICNF, I. P., a manutenção, à
escala nacional, de um sistema de informação relativo
Altera o Sistema Nacional de Defesa da Floresta a incêndios florestais, através da adoção de um sistema
contra Incêndios, procedendo à quinta
alteração ao Decreto-Lei n.º 124/2006, de 28 de junho de gestão de informação de incêndios florestais (SGIF)
e os registos das áreas ardidas.
A Assembleia da República decreta, nos termos da 6— .....................................
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: 7 — (Revogado.)
8 — Todas as entidades públicas que integram o
Artigo 1.º SDFCI ficam sujeitas ao dever de colaboração e têm
Objeto
acesso aos dados do SGIF necessários à definição das
políticas e ações de prevenção estrutural, vigilância,
A presente lei procede à quinta alteração ao Decreto-Lei deteção, combate, rescaldo, vigilância ativa pós-rescaldo
n.º 124/2006, de 28 de junho, alterado pelos Decretos-Leis e fiscalização.
Diário da República, 1.ª série — N.º 158 — 17 de agosto de 2017 4735
determinadas circunstâncias, e impactes nos elementos e que inclua a previsão e planeamento integrado das in-
afetados, sendo função da perigosidade e dos danos tervenções das diferentes entidades perante a ocorrência
potenciais aos elementos em risco; de incêndios, nomeadamente a localização de infraestru-
rr) [Anterior alínea hh).] turas florestais de combate a incêndios, em consonância
ss) ‘Suscetibilidade de incêndio rural’, a propensão com o PNDFCI e com o respetivo PROF;
de uma dada área ou unidade territorial para ser afetada c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
pelo fenómeno em apreço, avaliada a partir das proprie- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
dades que lhe são intrínsecas, sendo mais ou menos e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
suscetível conforme melhor permita a deflagração e a
progressão de um incêndio; 2— .....................................
tt) [Anterior alínea ii).]
uu) ‘Turismo de habitação’, os estabelecimentos de a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
natureza familiar instalados em imóveis antigos particu- b) Avaliar e emitir parecer sobre o plano municipal
lares que, pelo seu valor arquitetónico, histórico ou artís- de defesa da floresta contra incêndios (PMDFCI);
tico, sejam representativos de uma determinada época, c) Propor projetos de investimento na prevenção e
nomeadamente palácios e solares, podendo localizar-se proteção da floresta contra incêndios, de acordo com
em espaços rurais ou urbanos; os planos aplicáveis;
vv) ‘Turismo no espaço rural’, os estabelecimentos d) Apreciar o relatório anual de execução do PMDFCI
que se destinam a prestar, em espaços rurais, serviços a apresentar pela câmara municipal;
de alojamento a turistas, preservando, recuperando e) Acompanhar o desenvolvimento dos programas
e valorizando o património arquitetónico, histórico, de controlo de agentes bióticos e promover ações de
natural e paisagístico dos respetivos locais e regiões proteção florestal;
onde se situam, através da reconstrução, reabilitação f) Acompanhar o desenvolvimento das ações de sen-
ou ampliação de construções existentes, de modo a ser sibilização da população, conforme plano nacional de
assegurada a sua integração na envolvente. sensibilização elaborado pelo ICNF, I. P.;
g) Promover, ao nível das unidades locais de proteção
2— ..................................... civil, a criação de equipas de voluntários de apoio à de-
fesa contra incêndios em aglomerados rurais e apoiar na
identificação e formação do pessoal afeto a esta missão,
CAPÍTULO II para que possa atuar em condições de segurança;
[...] h) [Anterior alínea g).]
i) [Anterior alínea h).]
j) [Anterior alínea i).]
SECÇÃO I l) [Anterior alínea j).]
[...] m) [Anterior alínea l).]
n) Aprovar a delimitação das áreas identificadas em
Artigo 3.º-A sede do planeamento municipal com potencial para a
prática de fogo de gestão de combustível.
[...]
1— ..................................... Artigo 3.º-C
2 — As comissões distritais de defesa da floresta, [...]
responsáveis pela coordenação distrital dos programas
e ações de prevenção estrutural, articulam-se com as 1— .....................................
comissões distritais de proteção civil, responsáveis pela a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
coordenação distrital enquanto estrutura de coordenação b) O responsável regional do ICNF, I. P., que preside;
política em matérias de proteção civil. c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3 — As comissões municipais de defesa da floresta d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
(CMDF) podem agrupar-se em comissões intermunici- e) O comandante operacional distrital da ANPC;
pais, desde que correspondendo a uma área geográfica f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
inserida no mesmo programa regional de ordenamento g) (Revogada.)
florestal (PROF), com vista à otimização dos recursos h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e ao planeamento integrado das ações. i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — As comissões distritais funcionam sob a coor- j) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
denação do responsável regional do ICNF, I. P., e as l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
comissões municipais sob a coordenação do presidente m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da câmara municipal. n) (Revogada.)
o) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 3.º-B p) Um representante da Infraestruturas de
[...] Portugal, S. A. (IP, S. A.), um representante do Insti-
tuto da Mobilidade e dos Transportes, I. P. (IMT, I. P.),
1— .....................................
e dois representantes dos concessionários da distribuição
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . e transporte de energia elétrica;
b) Elaborar um plano de defesa da floresta contra in- q) Outras entidades e personalidades a convite do
cêndios que defina as medidas necessárias para o efeito presidente da comissão.
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1— .....................................
SECÇÃO II 2 — O planeamento nacional, através do PNDFCI,
[...] organiza o sistema, define a visão, a estratégia, eixos
estratégicos, metas, objetivos e ações prioritárias.
Artigo 4.º 3 — O planeamento distrital tem um enquadramento
tático e caracteriza-se pela seriação e organização das
Índice de risco de incêndio rural ações e dos objetivos definidos no PNDFCI à escala
1 — O índice de risco de incêndio estabelece o risco distrital, orientando, por níveis de prioridade, as ações
diário de ocorrência de incêndio rural, cujos níveis são identificadas a nível municipal.
reduzido (1), moderado (2), elevado (3), muito ele- 4— .....................................
vado (4) e máximo (5), conjugando a informação do
índice de perigo meteorológico de incêndio, produzido Artigo 8.º
pela entidade investida da função de autoridade nacional
[...]
de meteorologia, com o índice de risco conjuntural,
definido pelo ICNF, I. P. 1 — O PNDFCI define os objetivos gerais de pre-
2 — O índice de risco de incêndio rural é elaborado venção, pré-supressão, supressão e recuperação num
e divulgado diariamente pela autoridade nacional de enquadramento sistémico e transversal da defesa da
meteorologia. floresta contra incêndios.
Artigo 5.º 2 — O PNDFCI é um plano plurianual, de cariz in-
terministerial, submetido a avaliação anual, e onde estão
Classificação do continente segundo a perigosidade
de incêndio rural preconizadas a política e as medidas para a defesa da
floresta contra incêndios, englobando planos de pre-
1 — Para efeitos do presente decreto-lei e com base venção, sensibilização, vigilância, deteção, combate,
em critérios de avaliação do índice de perigosidade de supressão, recuperação de áreas ardidas, investigação e
incêndio rural em Portugal continental, é estabelecida a desenvolvimento, coordenação e formação dos meios e
classificação do território, de acordo com as seguintes agentes envolvidos, bem como uma definição clara de
classes qualitativas: objetivos e metas a atingir, calendarização das medidas
a) Classe I — Muito baixa; e ações, orçamento, plano financeiro e indicadores de
b) Classe II — Baixa; execução.
c) Classe III — Média; 3 — (Revogado.)
4738 Diário da República, 1.ª série — N.º 158 — 17 de agosto de 2017
4— ..................................... CAPÍTULO IV
a) Pela rede de faixas de gestão de combustíveis [...]
ou por outros usos do solo com baixa perigosidade de
incêndio rural; Artigo 22.º
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[...]
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1— .....................................
5— ..................................... 2— .....................................
6 — Nas ações de arborização, de rearborização e
de reconversão florestal, sempre que se verifiquem no a) Quando se verifique o índice de risco de incêndio
terreno linhas de água deve dar-se prioridade à manu- de níveis muito elevado e máximo, não é permitido ace-
tenção ou recuperação de galerias ripícolas desde que der, circular e permanecer no interior das áreas referidas
as condições edafoclimáticas o permitam. no número anterior, bem como nos caminhos florestais,
caminhos rurais e outras vias que as atravessam;
b) Quando se verifique o índice de risco de incêndio
Artigo 20.º
de nível elevado, não é permitido, no interior das áreas
[...] referidas no número anterior, proceder à execução de
As normas técnicas e funcionais relativas à classifi- trabalhos que envolvam a utilização de maquinaria sem
cação, cadastro, construção, manutenção e sinalização os dispositivos previstos no artigo 30.º, desenvolver
de vias integrantes da rede viária florestal, pontos de quaisquer ações não relacionadas com as atividades
água e rede primária de faixas de gestão de combustível florestal e agrícola, bem como circular com veículos
constam de normas próprias, a aprovar por regulamento motorizados nos caminhos florestais, caminhos rurais
do ICNF, I. P., homologado pelo membro do Governo e outras vias que as atravessam;
responsável pela área das florestas. c) Quando se verifique o índice de risco de incên-
dio de níveis elevado e superior, todas as pessoas que
circulem no interior das áreas referidas no n.º 1 e nos
SECÇÃO IV caminhos florestais, caminhos rurais e outras vias que as
[...] atravessam ou delimitam estão obrigadas a identificar-se
perante as entidades com competência em matéria de
Artigo 21.º fiscalização no âmbito do presente decreto-lei.
4 — Compete à autoridade nacional de meteorologia incêndio de níveis muito elevado e máximo, mantêm-se
promover a divulgação periódica do índice de risco de as restrições referidas no número anterior.
incêndio, podendo a divulgação ser diária quando este 3— .....................................
índice for de níveis elevado, muito elevado ou máximo, 4— .....................................
para efeitos de aplicação do disposto no artigo 22.º 5 — Excetuam-se do disposto nos n.os 1 e 2 as ati-
5 — Compete ao ICNF, I. P., a divulgação das medi- vidades desenvolvidas por membros das organizações
das preventivas aconselhadas ou obrigatórias, onde se definidas no n.º 3 do artigo 3.º da Lei n.º 23/2006, de
incluem as referidas nos artigos 22.º, 27.º, 28.º e 29.º, 23 de junho.
bem como a sua incidência territorial. 6 — É proibido o abandono de queima de sobrantes
em espaços rurais e dentro de aglomerados populacio-
nais em qualquer altura do ano.
CAPÍTULO V
[...]
Artigo 29.º
Artigo 26.º [...]
[...] 1— .....................................
1 — As ações de fogo técnico, nas modalidades de 2 — Durante o período crítico, a utilização de fogo-
fogo controlado e fogo de supressão, só podem ser -de-artifício ou outros artefactos pirotécnicos, que não
realizadas de acordo com as normas técnicas e funcio- os indicados no número anterior, está sujeita a autori-
nais definidas em regulamento do ICNF, I. P., homolo- zação prévia do município ou da freguesia, nos termos
gado pelo membro do Governo responsável pela área da lei que estabelece o quadro de transferência de com-
das florestas, ouvidas a ANPC e a GNR. petências para as autarquias locais.
2 — As ações de fogo controlado são executadas sob 3— .....................................
orientação e responsabilidade de elemento credenciado 4— .....................................
para o efeito pelo ICNF, I. P. 5— .....................................
3 — As ações de fogo de supressão são executadas 6 — Fora do período crítico e desde que se verifi-
sob orientação e responsabilidade de elemento creden- que o índice de risco de incêndio rural de níveis muito
ciado em fogo de supressão pela ANPC. elevado e máximo mantêm-se as restrições referidas
4 — A realização de fogo controlado pode decor- nos n.os 1, 2 e 4.
rer durante o período crítico, desde que o índice de 7— .....................................
risco de incêndio rural seja inferior ao nível médio
de perigosidade e desde que a ação seja autorizada
pela ANPC. Artigo 30.º
5— .....................................
[...]
6— .....................................
1 — Durante o período crítico, nos trabalhos e outras
Artigo 27.º atividades que decorram em todos os espaços rurais,
as máquinas de combustão interna ou externa, onde se
[...] incluem todo o tipo de tratores, máquinas e veículos
1— ..................................... de transporte pesados, devem obrigatoriamente estar
2 — A realização de queimadas só é permitida após dotados dos seguintes equipamentos:
autorização do município ou da freguesia, nos termos da a) Um ou dois extintores de 6 kg cada, de acordo com
lei que estabelece o quadro de transferência de compe-
a sua massa máxima e consoante esta seja inferior ou
tências para as autarquias locais, na presença de técnico
superior a 10 000 kg, salvo motosserras, motorroçadoras
credenciado em fogo controlado ou, na sua ausência,
de equipa de bombeiros ou de equipa de sapadores e outras pequenas máquinas portáteis;
florestais. b) Dispositivos de retenção de faíscas ou faúlhas,
3 — O pedido de autorização é registado no SGIF, exceto no caso de motosserras, motorroçadoras e outras
pelo município ou pela freguesia. pequenas máquinas portáteis.
4 — (Anterior n.º 3.)
5 — A realização de queimadas só é permitida fora do 2 — O governo cria linhas de financiamento modu-
período crítico e desde que o índice de risco de incêndio ladas para o cumprimento do número anterior.
rural seja inferior ao nível elevado. 3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
6 — O disposto no presente artigo não se aplica aos quando se verifique o índice de risco de incêndio rural de
sobrantes de exploração amontoados. nível máximo, não é permitida a realização de trabalhos
nos espaços florestais com recurso a motorroçadoras,
Artigo 28.º corta-matos e destroçadores.
4 — Excetuam-se do número anterior o uso de motor-
[...] roçadoras que utilizam cabeças de corte de fio de nylon,
1— ..................................... bem como os trabalhos e outras atividades diretamente
2 — Em todos os espaços rurais, fora do período associados às situações de emergência, nomeadamente
crítico e desde que se verifique o índice de risco de de combate a incêndios nos espaços rurais.
Diário da República, 1.ª série — N.º 158 — 17 de agosto de 2017 4743
Artigo 37.º
Artigo 40.º
[...]
[...]
1— .....................................
2 — Compete aos membros do Governo responsáveis 1— .....................................
pelas áreas da proteção civil e das florestas, a definição 2— .....................................
das orientações no domínio da fiscalização do estabe- 3— .....................................
lecido no presente decreto-lei. a) À entidade autuante, de entre as referidas no ar-
tigo 37.º, nas situações previstas nas alíneas a), d), h),
o) e p) do n.º 2 do artigo 38.º;
CAPÍTULO VIII b) Ao ICNF, I. P., nos restantes casos.
[...]
4— .....................................
Artigo 38.º a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) Ao ICNF, I. P., nos casos a que se refere a alínea b)
[...]
do número anterior.
1 — As infrações ao disposto no presente decreto-lei
constituem contraordenações puníveis com coima, de 5— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 158 — 17 de agosto de 2017 4745
c) À Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) a b) «Áreas edificadas consolidadas», as áreas de concen-
coordenação das ações de combate, rescaldo e vigilância tração de edificações, classificadas nos planos municipais
pós-incêndio. e intermunicipais de ordenamento do território como solo
urbano ou como aglomerado rural;
4 — Compete ao ICNF, I. P., a organização e coordena- c) «Carregadouro», o local destinado à concentração
ção do dispositivo de prevenção estrutural, que durante o temporária de material lenhoso resultante da exploração
período crítico se integra na estrutura operacional prevista florestal, com o objetivo de facilitar as operações de carre-
no dispositivo especial de combate a incêndios florestais gamento, nomeadamente a colocação do material lenhoso
(DECIF). em veículos de transporte que o conduzirão às unidades
5 — Compete ainda ao ICNF, I. P., a manutenção, à de consumo e transporte para o utilizador final ou para
escala nacional, de um sistema de informação relativo a parques de madeira;
incêndios florestais através da adoção de um sistema de d) «Contrafogo», o uso do fogo no âmbito da luta con-
gestão de informação de incêndios florestais (SGIF), e os tra os incêndios florestais, consistindo na ignição de um
registos das áreas ardidas. fogo ao longo de uma zona de apoio, na dianteira de uma
6 — O sistema referido no número anterior recebe in- frente de incêndio de forma a provocar a interação das duas
formação dos sistemas de gestão de ocorrências, gestão frentes de fogo e a alterar a sua direção de propagação ou
de recursos humanos, materiais e financeiros de todos os a provocar a sua extinção;
agentes de defesa da floresta contra incêndios, assegurando- e) «Deteção de incêndios», a identificação e localização
-se por protocolos a confidencialidade, transparência e precisa das ocorrências de incêndio florestal com vista à
partilha de informação entre todas as entidades públicas sua comunicação rápida às entidades responsáveis pelo
e privadas. combate;
7 — (Revogado.) f) «Edificação», a atividade ou o resultado da constru-
8 — Todas as entidades públicas que integram o SDFCI ção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação
ficam sujeitas ao dever de colaboração e têm acesso aos de um imóvel destinado a utilização humana, bem como
dados do SGIF necessários à definição das políticas e ações de qualquer outra construção que se incorpore no solo
de prevenção estrutural, vigilância, deteção, combate, res- com carácter de permanência, excecionando-se as obras
caldo, vigilância ativa pós-rescaldo e fiscalização. de escassa relevância urbanística para efeitos de aplicação
9 — As regras de criação e funcionamento do SGIF do presente decreto-lei;
são aprovadas, mediante proposta do ICNF, I. P., ouvida g) «Edifício», construção permanente dotada de acesso
a ANPC e a GNR. independente, coberta, limitada por paredes exteriores
10 — É criada no âmbito do ICNF, I. P., uma equipa ou paredes meeiras que vão das fundações à cobertura,
responsável por impulsionar, acompanhar e monitorizar a destinada à utilização humana ou a outros fins, com ex-
aplicação do Plano Nacional de Defesa da Floresta contra ceção dos edifícios que correspondam a obras de escassa
Incêndios (PNDFCI), com um coordenador nomeado nos relevância urbanística;
termos da legislação aplicável. h) «Espaços florestais», os terrenos ocupados com flo-
11 — Anualmente, até 30 de setembro, a equipa referida resta, matos e pastagens ou outras formações vegetais
no número anterior apresenta o plano e orçamento para espontâneas, segundo os critérios definidos no Inventário
aplicação do PNDFCI para o ano seguinte, a autonomizar Florestal Nacional;
no Orçamento do ICNF, I. P., explicitando as verbas a i) «Espaços rurais», os espaços florestais e terrenos
afetar pelo Estado e, indicativamente, as verbas a dispo- agrícolas;
nibilizar por outras entidades. j) «Floresta», o terreno, com área maior ou igual a
12 — Até 21 de março de cada ano a equipa referida 0,5 hectares e largura maior ou igual a 20 metros, onde se
no n.º 10 elabora o balanço e as contas relativamente à verifica a presença de árvores florestais que tenham atin-
aplicação do PNDFCI no ano anterior, indicando o grau gido, ou com capacidade para atingir, uma altura superior
de cumprimento das metas definidas. a 5 metros e grau de coberto maior ou igual a 10 %;
l) «Fogo controlado», o uso do fogo na gestão de es-
Artigo 2.º-A paços florestais, sob condições, normas e procedimentos
Duração do período crítico conducentes à satisfação de objetivos específicos e quanti-
ficáveis e que é executada sob responsabilidade de técnico
O período crítico no âmbito do SDFCI vigora de 1 de credenciado;
julho a 30 de setembro, podendo a sua duração ser alterada, m) «Fogo de gestão de combustível», o uso do fogo que,
em situações excecionais, por despacho do membro do em condições meteorológicas adequadas, e em espaços
governo responsável pela área das florestas. rurais de reduzido valor, permite a evolução do incêndio
rural dentro de um perímetro preestabelecido, com um
Artigo 3.º menor empenhamento de meios de supressão no interior
Definições do mesmo;
n) «Fogo de supressão», o uso técnico do fogo no âmbito
1 — Para efeitos do disposto no presente decreto-lei, da luta contra os incêndios rurais compreendendo o fogo
entende-se por:
tático e o contrafogo, quando executado sob a responsabi-
a) «Aglomerado populacional», o conjunto de edifícios lidade do Comandante das Operações de Socorro (COS);
contíguos ou próximos, distanciados entre si no máximo o) «Fogo tático», o uso do fogo no âmbito da luta con-
50 m e com 10 ou mais fogos, constituindo o seu períme- tra os incêndios florestais, consistindo na ignição de um
tro a linha poligonal fechada que, englobando todos os fogo ao longo de uma zona de apoio com o objetivo de
edifícios, delimite a menor área possível; reduzir a disponibilidade de combustível, e desta forma
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diminuir a intensidade do incêndio, terminar ou corrigir a ee) «Baldios», os terrenos com as suas partes e equipa-
extinção de uma zona de rescaldo de maneira a diminuir mentos integrantes, possuídos e geridos por comunidades
as probabilidades de reacendimentos, ou criar uma zona locais, conforme definição no Regime aplicável aos bal-
de segurança para a proteção de pessoas e bens; dios e aos demais meios de produção comunitários (Lei
p) «Fogo técnico», o uso do fogo que comporta as com- n.º 75/2017, de 17 de agosto);
ponentes de fogo controlado e de fogo de supressão; ff) «Proprietários e outros produtores florestais», os
q) «Fogueira», a combustão com chama, confinada proprietários, usufrutuários, superficiários, arrendatários
no espaço e no tempo, para aquecimento, iluminação, ou quem, a qualquer título, for possuidor ou detenha a
confeção de alimentos, proteção e segurança, recreio ou administração dos terrenos que integram os espaços flo-
outros afins; restais do continente, independentemente da sua natureza
r) «Gestão de combustível», a criação e manutenção da jurídica;
descontinuidade horizontal e vertical da carga combustível gg) «Queima», o uso do fogo para eliminar sobrantes
nos espaços rurais, através da modificação ou da remoção de exploração, cortados e amontoados;
parcial ou total da biomassa vegetal, nomeadamente por hh) «Queimadas», o uso do fogo para renovação de
pastoreio, corte e ou remoção, empregando as técnicas mais pastagens e eliminação de restolho e ainda, para eliminar
recomendadas com a intensidade e frequência adequadas sobrantes de exploração cortados mas não amontoados;
à satisfação dos objetivos dos espaços intervencionados; ii) «Recuperação», o conjunto de atividades que têm
s) «Incêndio agrícola», o incêndio rural em que a área como objetivo a promoção de medidas e ações de recu-
ardida agrícola é superior à área ardida florestal e a área peração e reabilitação, como a mitigação de impactes e a
ardida florestal é inferior a 1 hectare; recuperação de ecossistemas;
t) «Incêndio florestal», o incêndio rural em que a área jj) «Rede de faixas de gestão de combustível», o con-
ardida florestal é superior à área agrícola e a área ardida junto de parcelas lineares de território, estrategicamente
total é inferior a 1 hectare ou sempre que a área ardida localizadas, onde se garante a remoção total ou parcial de
florestal seja superior a 1 hectare; biomassa florestal, através da afetação a usos não flores-
u) «Incêndio rural», o incêndio florestal ou agrícola que tais e do recurso a determinadas atividades ou a técnicas
decorre nos espaços rurais; silvícolas com o objetivo principal de criar oportunidades
v) «Índice de risco de incêndio rural», a expressão numé- para o combate em caso de incêndio rural e de reduzir a
rica que, traduzindo o estado dos combustíveis por ação da suscetibilidade ao fogo;
meteorologia e os parâmetros meteorológicos relevantes, ll) «Rede de infraestruturas de apoio ao combate», o
auxilia à determinação dos locais onde são mais favoráveis
conjunto de infraestruturas e equipamentos afetos às en-
as condições para ignição ou propagação do fogo;
tidades responsáveis pelo combate e apoio ao combate
x) «Índice de perigosidade de incêndio rural», a proba-
a incêndios florestais, relevantes para este fim, entre os
bilidade de ocorrência de incêndio rural, num determinado
quais os aquartelamentos e edifícios das corporações de
intervalo de tempo e numa dada área, em função da susce-
bombeiros, dos sapadores florestais, da GNR, das Forças
tibilidade do território e cenários considerados;
z) «Instrumentos de gestão florestal», os planos de Armadas e das autarquias, os terrenos destinados à instala-
gestão florestal, os elementos estruturantes das zonas de ção de postos de comando operacional e as infraestruturas
intervenção florestal, os projetos elaborados no âmbito dos de apoio ao funcionamento dos meios aéreos;
diversos programas públicos de apoio ao desenvolvimento mm) «Rede de pontos de água», o conjunto de estruturas
e proteção dos recursos florestais e, ainda, os projetos a de armazenamento de água, de planos de água acessíveis
submeter à apreciação de entidades públicas no âmbito da e de pontos de tomada de água, com funções de apoio ao
legislação florestal; reabastecimento dos equipamentos de luta contra incêndios;
aa) «Mosaico de parcelas de gestão de combustível», o nn) «Rede de vigilância e deteção de incêndios», o con-
conjunto de parcelas do território estrategicamente loca- junto de infraestruturas e equipamentos que visam permitir
lizadas, onde, através de ações de silvicultura, se procede a execução eficiente das ações de deteção de incêndios,
à gestão dos vários estratos de combustível e à diversifi- vigilância, fiscalização e dissuasão, integrando designa-
cação da estrutura e composição das formações vegetais, damente a rede nacional de postos de vigia (RNPV), os
com o objetivo primordial de defesa da floresta contra locais estratégicos de estacionamento, os troços especiais
incêndios; de vigilância móvel e os trilhos de vigilância, a videovigi-
bb) «Período crítico», o período durante o qual vigoram lância ou outros meios que se revelem tecnologicamente
medidas e ações especiais de prevenção contra incêndios adequados;
florestais, por força de circunstâncias meteorológicas ex- oo) «Rede viária florestal», o conjunto de vias de co-
cecionais; municação integradas nos espaços que servem de suporte
cc) «Plano», o estudo integrado dos elementos que re- à sua gestão, com funções que incluem a circulação para o
gulam as ações de intervenção no âmbito da defesa da aproveitamento dos recursos naturais, para a constituição,
floresta contra incêndios num dado território, identificando condução e exploração dos povoamentos florestais e das
os objetivos a alcançar, as catividades a realizar, as com- pastagens;
petências e atribuições dos agentes envolvidos e os meios pp) «Rescaldo», a operação técnica que visa a extinção
necessários à concretização das ações previstas; do incêndio;
dd) «Povoamento florestal», o terreno, com área maior qq) «Risco de incêndio rural», a probabilidade de que
ou igual a 0,5 hectares e largura maior ou igual a 20 metros um incêndio rural ocorra num local específico, sob deter-
onde se verifica a presença de árvores florestais que tenham minadas circunstâncias, e impactes nos elementos afetados,
atingido, ou com capacidade para atingir, uma altura supe- sendo função da perigosidade e dos danos potenciais aos
rior a 5 metros e grau de coberto maior ou igual a 10 %; elementos em risco;
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rurais, mas também a sua integração e compatibilização funções, onde se procede à modificação e à remoção total
com os instrumentos de planeamento florestal de nível ou parcial da biomassa presente.
superior, designadamente os PMDFCI e os PROF. 2 — As faixas de gestão de combustível constituem
2 — A desconformidade dos planos municipais de or- redes primárias, secundárias e terciárias, tendo em con-
denamento do território com os PMDFCI supervenientes sideração as funções que podem desempenhar, designa-
não desvincula as entidades e particulares da observância damente:
destes últimos e determina a sua conformação no procedi-
mento imediato de alteração que tiver lugar por iniciativa a) Função de diminuição da superfície percorrida por
do município, sem prejuízo da eventual decisão de aber- grandes incêndios, permitindo e facilitando uma interven-
tura do procedimento de alteração por adaptação daqueles ção direta de combate ao fogo;
instrumentos de planeamento, previsto no artigo 121.º do b) Função de redução dos efeitos da passagem de incên-
Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio. dios, protegendo de forma passiva vias de comunicação,
3 — Todas as iniciativas locais de prevenção, pré- infraestruturas e equipamentos sociais, zonas edificadas
-supressão e recuperação de áreas ardidas ao nível submu- e povoamentos florestais de valor especial;
nicipal devem ser articuladas e enquadradas pelos PMDFCI. c) Função de isolamento de potenciais focos de ignição
de incêndios.
e para os efeitos previstos no Código das Expropriações, 4 — Em caso de incumprimento do disposto nos núme-
mediante despacho do membro do Governo responsável ros anteriores, a câmara municipal notifica as entidades
pela área das florestas. responsáveis pelos trabalhos.
2 — As redes primárias de faixas de gestão de com- 5 — Verificado o incumprimento, a câmara municipal
bustível, definidas no âmbito do planeamento distrital de poderá realizar os trabalhos de gestão de combustível, com
defesa da floresta contra incêndios devem ser declaradas de a faculdade de se ressarcir, desencadeando os mecanismos
utilidade pública, nos termos do número anterior, ficando necessários ao ressarcimento da despesa efetuada.
qualquer alteração ao uso do solo ou do coberto vegetal 6 — Na ausência de intervenção até 31 de maio de cada
sujeita a parecer vinculativo do ICNF, I. P., sem prejuízo ano, nos termos dos números anteriores, os proprietários
dos restantes condicionalismos legais. ou outras entidades que detenham a qualquer título a ad-
3 — (Revogado.) ministração de edifícios inseridos na área prevista no n.º 2,
4 — (Revogado.) podem substituir-se aos proprietários e outros produtores
florestais, procedendo à gestão de combustível prevista no
SECÇÃO II número anterior, mediante comunicação aos proprietários
e, na falta de resposta em 10 dias, por aviso a afixar no
Defesa de pessoas e bens local dos trabalhos, num prazo não inferior a 5 dias, nos
termos previstos no artigo 21.º
Artigo 15.º 7 — Em caso de substituição, os proprietários e outros
Redes secundárias de faixas de gestão de combustível
produtores florestais são obrigados a permitir o acesso
dos proprietários ou gestores dos edifícios inseridos na
1 — Nos espaços florestais previamente definidos nos área prevista no n.º 2 aos seus terrenos e a ressarci-los das
PMDFCI é obrigatório que a entidade responsável: despesas efetuadas com a gestão de combustível.
a) Pela rede viária providencie a gestão do combustível 8 — Sempre que os materiais resultantes da ação de
numa faixa lateral de terreno confinante numa largura não gestão de combustível referida no número anterior possuam
inferior a 10 m; valor comercial, o produto obtido dessa forma é pertença
b) Pela rede ferroviária providencie a gestão do com- do proprietário ou produtor florestal respetivo, podendo
bustível numa faixa lateral de terreno confinante, contada contudo ser vendido pelo proprietário ou entidade que
a partir dos carris externos numa largura não inferior a procedeu à gestão de combustível.
10 m; 9 — Quem tiver procedido à gestão de combustível pode
c) Pelas linhas de transporte e distribuição de energia exercer o direito de compensação de créditos pelo produto
elétrica em muito alta tensão e em alta tensão providencie da venda, na respetiva proporção das despesas incorridas,
a gestão do combustível numa faixa correspondente à pro- mediante notificação escrita ao proprietário ou produtor
jeção vertical dos cabos condutores exteriores acrescidos florestal respetivo, nos termos previstos nos artigos 847.º
de uma faixa de largura não inferior a 10 m para cada um e seguintes do Código Civil.
dos lados; 10 — Nos aglomerados populacionais inseridos ou con-
d) Pelas linhas de distribuição de energia elétrica em finantes com espaços florestais, e previamente definidos
média tensão providencie a gestão de combustível numa nos PMDFCI, é obrigatória a gestão de combustível numa
faixa correspondente à projeção vertical dos cabos con- faixa exterior de proteção de largura mínima não inferior
dutores exteriores acrescidos de uma faixa de largura não a 100 m, podendo, face à perigosidade de incêndio ru-
inferior a 7 m para cada um dos lados; ral de escala municipal, outra amplitude ser definida nos
e) Pela rede de transporte de gás natural (gasodutos) respetivos planos municipais de defesa da floresta contra
providencie a gestão de combustível numa faixa lateral de incêndios.
terreno confinante numa largura não inferior a 5 m para 11 — Compete aos proprietários, arrendatários, usu-
cada um dos lados, contados a partir do eixo da conduta. frutuários ou entidades que, a qualquer título, detenham
terrenos inseridos na faixa referida no número anterior a
2 — Os proprietários, arrendatários, usufrutuários ou gestão de combustível nesses terrenos.
entidades que, a qualquer título, detenham terrenos con- 12 — Verificando-se, até ao dia 30 de abril de cada ano,
finantes a edifícios inseridos em espaços rurais, são obri- o incumprimento referido no número anterior, compete à
câmara municipal, até 31 de maio de cada ano, a realização
gados a proceder à gestão de combustível, de acordo com
dos trabalhos de gestão de combustível, com a faculdade
as normas constantes no anexo do presente decreto-lei e
de se ressarcir, desencadeando os mecanismos necessários
que dele faz parte integrante, numa faixa com as seguintes
ao ressarcimento da despesa efetuada, podendo, mediante
dimensões:
protocolo, delegar esta competência na junta de freguesia.
a) Largura não inferior a 50 m, medida a partir da alve- 13 — Nos parques de campismo, nos parques e polígo-
naria exterior do edifício, sempre que esta faixa abranja ter- nos industriais, nas plataformas de logística e nos aterros
renos ocupados com floresta, matos ou pastagens naturais; sanitários inseridos ou confinantes com espaços florestais
b) Largura definida no PMDFCI, com o mínimo de 10 m previamente definidos no PMDFCI é obrigatória a gestão
e o máximo de 50 m, medida a partir da alvenaria exterior de combustível, e sua manutenção, de uma faixa envolvente
do edifício, quando a faixa abranja exclusivamente terrenos com uma largura mínima não inferior a 100 m, competindo
ocupados com outras ocupações. à respetiva entidade gestora ou, na sua inexistência ou não
cumprimento da sua obrigação, à câmara municipal rea-
3 — Os trabalhos definidos no número anterior devem lizar os respetivos trabalhos, podendo esta, para o efeito,
decorrer entre o final do período crítico do ano anterior e desencadear os mecanismos necessários ao ressarcimento
30 de abril de cada ano. da despesa efetuada.
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14 — Sempre que, por força do disposto no número 5 — A construção de novos edifícios ou o aumento da
anterior, as superfícies a submeter a trabalhos de gestão área de implantação de edifícios existentes, destinados
de combustível se intersetem, são as entidades referidas exclusivamente ao turismo de habitação, ao turismo no
naquele número que têm a responsabilidade da gestão de espaço rural, à atividade agrícola, silvícola, pecuária, aquí-
combustível. cola ou atividades industriais conexas e exclusivamente
15 — Os proprietários e outros produtores florestais são dedicadas ao aproveitamento e valorização dos produtos
obrigados a facultar os necessários acessos às entidades e subprodutos da respetiva exploração, pode, em casos
responsáveis pelos trabalhos de gestão de combustível. excecionais e a pedido do interessado, ser reduzida até
16 — A intervenção prevista no número anterior é pre- 10 metros a distância à estrema da propriedade da faixa
cedida de aviso a afixar no local dos trabalhos, num prazo de proteção prevista na alínea a) do n.º 3, caso sejam ve-
não inferior a 10 dias. rificadas as seguintes condições a aprovar pela câmara
17 — As ações e projetos de arborização ou rearboriza- municipal, ouvida a CMDFCI, decorrente da análise de
ção deverão respeitar as faixas de gestão de combustível, risco apresentada:
previstas neste artigo. a) Medidas excecionais de proteção relativas à defesa
18 — O disposto nos números anteriores prevalece so- e resistência do edifício à passagem do fogo;
bre quaisquer disposições em contrário. b) Medidas excecionais de contenção de possíveis fon-
19 — Nas superfícies a submeter a gestão de combus- tes de ignição de incêndios no edifício e nos respetivos
tível são aplicados os critérios definidos no anexo do pre- acessos;
sente decreto-lei e que dele faz parte integrante. c) Existência de parecer vinculativo do ICNF, solicitado
20 — O disposto no número anterior não prejudica a pela câmara municipal;
realização de campanhas de sensibilização, nomeadamente d) Para o efeito do disposto nas alíneas anteriores, é
radiodifundidas. aprovado um normativo que enquadra as regras a que
21 — O Estado desenvolve uma plataforma que permita obedecem a análise de risco e as medidas excecionais,
aos cidadãos a participação de situações de perigo respei- por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas
tantes ao cumprimento do presente artigo. áreas da proteção civil e das florestas.
Artigo 16.º 6 — Aos proprietários de terrenos confinantes com os
Condicionalismos à edificação indicados no número anterior não é aplicável o disposto
no n.º 2 do artigo anterior.
1 — A classificação e qualificação do solo definidas 7 — Os condicionamentos previstos neste artigo não
no âmbito dos instrumentos de gestão territorial vincu- se aplicam aos edifícios inseridos nas áreas previstas nos
lativos dos particulares devem considerar a cartografia n.os 9 e 12 do artigo anterior.
de perigosidade de incêndio rural definida em PMDFCI 8 — As ampliações dos aglomerados populacionais,
a integrar, obrigatoriamente, na planta de condicionantes das infraestruturas, equipamentos e demais áreas mencio-
dos planos municipais e intermunicipais de ordenamento nadas nos n.os 9, 10 e 11 do artigo anterior ou novas áreas
do território. destinadas às mesmas finalidades podem, no âmbito dos
2 — Fora das áreas edificadas consolidadas não é permi- planos municipais ou intermunicipais de ordenamento
tida a construção de novos edifícios nas áreas classificadas do território, ser admitidas em áreas classificadas na car-
na cartografia de perigosidade de incêndio rural definida tografia de perigosidade de incêndio rural definida em
no PMDFCI como de alta e muito alta perigosidade. PMDFCI como alta e muito alta perigosidade se verificado
3 — A construção de novos edifícios ou a ampliação de cumulativamente o seguinte:
edifícios existentes apenas são permitidas fora das áreas
edificadas consolidadas, nas áreas classificadas na car- a) Ser tecnicamente viável a minimização do perigo
tografia de perigosidade de incêndio rural definida em de incêndio;
PMDFCI como de média, baixa e muito baixa perigosi- b) Serem concretizadas através de unidades operativas
dade, desde que se cumpram, cumulativamente, os seguin- de planeamento e gestão que identifiquem as medidas de
tes condicionalismos: controlo do risco e o programa de instalação e manutenção
das faixas de gestão de combustíveis, de acordo com o
a) Garantir, na sua implantação no terreno, a distância estabelecido no referido artigo;
à estrema da propriedade de uma faixa de proteção nunca c) Existência de parecer vinculativo do ICNF, solicitado
inferior a 50 m, quando confinantes com terrenos ocupados pela câmara municipal.
com floresta, matos ou pastagens naturais, ou a dimensão
definida no PMDFCI respetivo, quando inseridas, ou con- 9 — Os regulamentos municipais devem definir as re-
finantes com outras ocupações; gras decorrentes das medidas de defesa estabelecidas nos
b) Adotar medidas relativas à contenção de possíveis PMDFCI para as áreas edificadas consolidadas.
fontes de ignição de incêndios no edifício e nos respetivos
acessos;
SECÇÃO III
c) Existência de parecer vinculativo do ICNF, solicitado
pela câmara municipal. Defesa da floresta
povoamentos florestais, matos e outras formações espon- f) As atividades que nelas se possam desenvolver e
tâneas, ao nível da composição específica e do seu arranjo contribuir para a sua sustentabilidade técnica e financeira.
estrutural, com os objetivos de diminuir a perigosidade
de incêndio rural e de garantir a máxima resistência da 4 — As redes primárias de faixas de gestão de com-
vegetação à passagem do fogo. bustível são definidas pelos PDDFCI e obrigatoriamente
2 — Os instrumentos de gestão florestal devem expli- integrados no planeamento municipal e local de defesa da
citar as medidas de silvicultura e de infraestruturação de floresta contra incêndios.
espaços rurais que garantam a descontinuidade horizontal
e vertical dos combustíveis florestais e a alternância de Artigo 19.º
parcelas com distinta inflamabilidade e combustibilidade, Depósito de madeiras e de outros produtos inflamáveis
no âmbito das orientações de planeamento regional de
defesa da floresta contra incêndios. 1 — É interdito o depósito de madeiras e outros pro-
3 — A dimensão das parcelas deverá variar entre 20 hec- dutos resultantes de exploração florestal ou agrícola, de
tares e 50 hectares, nos casos gerais, e entre 1 hectare e outros materiais de origem vegetal e de produtos alta-
20 hectares nas situações de maior perigosidade de incên- mente inflamáveis nas redes de faixas e nos mosaicos
dio, definidas nos PMDFCI, e o seu desenho e localização de parcelas de gestão de combustível, com exceção dos
devem ter em especial atenção o comportamento previsível aprovados pela comissão municipal de defesa da floresta
do fogo. contra incêndios.
4 — Nas ações de arborização, de rearborização e de 2 — Durante o período crítico só é permitido empilha-
reconversão florestal, os povoamentos monoespecíficos mento em carregadouro de produtos resultantes de corte
e equiénios não poderão ter uma superfície contínua su- ou extração (estilha, rolaria, madeira, cortiça e resina)
perior a 50 ha, devendo ser compartimentados, alternati- desde que seja salvaguardada uma área sem vegetação
vamente: com 10 m em redor e garantindo que nos restantes 40 m
a carga combustível é inferior ao estipulado no anexo do
a) Pela rede de faixas de gestão de combustíveis ou por presente decreto-lei e que dele faz parte integrante.
outros usos do solo com baixa perigosidade de incêndio rural;
b) Por linhas de água e respetivas faixas de proteção, Artigo 20.º
convenientemente geridas;
Normalização das redes regionais de defesa da floresta
c) Por faixas de arvoredo de alta densidade, com as
especificações técnicas definidas nos instrumentos de pla- As normas técnicas e funcionais relativas à classificação,
neamento florestal. cadastro, construção, manutenção e sinalização de vias
integrantes da rede viária florestal, pontos de água e rede
5 — Sempre que as condições edafoclimáticas o permi- primária de faixas de gestão de combustível constam de
tam, deverá ser favorecida a constituição de povoamentos normas próprias, a aprovar por regulamento do ICNF, I. P.,
de espécies arbóreas caducifólias ou de espécies com baixa homologado pelo membro do Governo responsável pela
inflamabilidade e combustibilidade. área das florestas.
6 — Nas ações de arborização, de rearborização e de
reconversão florestal, sempre que se verifiquem no terreno SECÇÃO IV
linhas de água deve dar-se prioridade à manutenção ou
recuperação de galerias ripícolas desde que as condições Incumprimento
edafoclimáticas o permitam.
Artigo 21.º
Artigo 18.º Incumprimento de medidas preventivas
Redes primárias de faixas de gestão de combustível 1 — Os proprietários, os produtores florestais e as enti-
1 — As faixas integrantes das redes primárias visam dades que a qualquer título detenham a administração dos
o estabelecimento, em locais estratégicos, de condições terrenos, edifícios ou infraestruturas referidas no presente
favoráveis ao combate a grandes incêndios florestais. decreto-lei são obrigados ao desenvolvimento e realização
2 — As faixas citadas no número anterior possuem uma das ações e trabalhos de gestão de combustível nos termos
largura não inferior a 125 m e definem compartimentos que, da lei.
preferencialmente, devem possuir entre 500 ha e 10 000 ha. 2 — Sem prejuízo do disposto em matéria contraorde-
3 — O planeamento, a instalação e a manutenção das nacional, em caso de incumprimento do disposto nos n.os 1,
redes primárias de faixas de gestão de combustível devem 2, 8, 11 e 13 do artigo 15.º, no artigo 17.º e no artigo 18.º,
ter em consideração, designadamente: as entidades fiscalizadoras devem, no prazo máximo de
seis dias, comunicar o facto às câmaras municipais, no
a) A sua eficiência no combate a incêndios de grande âmbito de incumprimento do artigo 15.º, e ao ICNF, I. P.,
dimensão; no âmbito dos artigos 17.º e 18.º
b) A segurança das forças responsáveis pelo combate; 3 — A câmara municipal ou o ICNF, I. P., nos termos
c) O valor socioeconómico, paisagístico e ecológico do disposto no número anterior, notifica, no prazo máximo
dos espaços rurais; de 10 dias, os proprietários ou as entidades responsáveis
d) As características fisiográficas e as particularidades pela realização dos trabalhos, fixando um prazo adequado
da paisagem local; para o efeito, notifica ainda o proprietário ou as entidades
e) O histórico dos grandes incêndios na região e o seu responsáveis dos procedimentos seguintes, nos termos do
comportamento previsível em situações de elevado risco Código do Procedimento Administrativo, dando do facto
meteorológico; conhecimento à GNR.
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delimitam devem ser sinalizadas relativamente aos con- 5 — Os COS podem, após autorização expressa da es-
dicionamentos de acesso, de circulação e de permanência trutura de comando da ANPC, registada na fita do tempo
pelos proprietários e outros produtores florestais; de cada ocorrência, utilizar fogo de supressão.
c) As respetivas câmaras municipais podem substituir- 6 — Compete ao gabinete técnico florestal de cada mu-
-se, com a faculdade de se ressarcir, aos proprietários e nicípio o registo cartográfico anual de todas as ações de
outros produtores florestais para cumprimento do disposto gestão de combustíveis, ao qual é associada a identificação
na alínea anterior sempre que no período crítico não exista da técnica utilizada e da entidade responsável pela sua
sinalização. execução, e que deve ser incluído no plano operacional
municipal.
2 — (Revogado.)
Artigo 26.º-A
Artigo 25.º Fogo de gestão de combustível
Sensibilização e divulgação 1 — Nas áreas delineadas no Plano Operacional Munici-
1 — A execução de campanhas de sensibilização é, pal com potencial de recurso o fogo de gestão de combus-
independentemente das entidades que as realizam, coor- tível pode a opção por esta prática ser solicitada pelo COS.
denada pelo ICNF, I. P. 2 — Nas situações previstas no número anterior a auto-
2 — Compete ao ICNF, I. P., às comissões distritais de rização da aplicação desta prática carece de decisão favo-
defesa da floresta e às comissões municipais de defesa rável por parte do Comandante Distrital da ANPC, ouvidos
da floresta, a promoção de campanhas de sensibilização os oficiais de ligação do ICNF, I. P., e da GNR do Centro
e informação pública, as quais devem considerar o valor de Coordenação Operacional Distrital desse distrito.
e a importância dos espaços florestais, a conduta a adotar 3 — O fogo de gestão de combustível só é permitido
pelo cidadão na utilização dos espaços florestais e uma quando as condições meteorológicas locais e previstas se
componente preventiva que contemple as técnicas e prá- enquadrem nas condições de prescrição do fogo controlado
ticas aconselháveis e obrigatórias do correto uso do fogo. descritas no regulamento do fogo técnico, anexo ao Des-
3 — Os apoios públicos a campanhas de sensibiliza- pacho n.º 7511/2014, publicado no Diário da República,
ção para defesa da floresta contra incêndios devem estar 2.ª série, n.º 110, de 9 de junho.
integrados no âmbito do PNDFCI, dos PDDFCI e dos 4 — Podem excecionar-se situações não previstas no
PMDFCI, em função da escala geográfica da iniciativa e artigo anterior caso um técnico credenciado em fogo con-
devem observar uma identificação comum definida pelo trolado ou um técnico credenciado em fogo de supressão
ICNF, I. P. avaliem que as condições meteorológicas possibilitam a
4 — Compete à autoridade nacional de meteorologia utilização do fogo de gestão de combustível.
promover a divulgação periódica do índice de risco de 5 — A avaliação das condições meteorológicas que
incêndio, podendo a divulgação ser diária quando este possibilitam a utilização do fogo de gestão de combustível
índice for de níveis elevado, muito elevado ou máximo, é registada na fita do tempo do incêndio assim como a
para efeitos de aplicação do disposto no artigo 22.º identificação de técnico que realizou a avaliação.
5 — Compete ao ICNF, I. P., a divulgação das medidas 6 — O recurso ao fogo de gestão de combustível deverá
preventivas aconselhadas ou obrigatórias, onde se incluem ser acompanhada pelo Comando Distrital de Operações
as referidas nos artigos 22.º, 27.º, 28.º e 29.º, bem como a de Socorro em estreita articulação com o COS garantindo
sua incidência territorial. que se mantêm as condições inicialmente previstas para
a sua realização.
7 — As áreas sujeitas a fogo de gestão de combustível
CAPÍTULO V são obrigatoriamente cartografadas, independentemente da
sua dimensão, e inequivocamente assinaladas como tendo
Uso do fogo sido resultado desta prática.
8 — As áreas ardidas resultantes de fogo de gestão de
Artigo 26.º combustível devem registar-se como tal no Sistema de
Fogo técnico Gestão de Informação de Incêndios Florestais (SGIF) e
contabilizadas autonomamente.
1 — As ações de fogo técnico, nas modalidades de fogo
controlado e fogo de supressão, só podem ser realizadas
de acordo com as normas técnicas e funcionais definidas Artigo 26.º-B
em regulamento do ICNF, I. P., homologado pelo membro Levantamento cartográfico das áreas ardidas
do Governo responsável pela área das florestas, ouvidas
a ANPC e a GNR. 1 — Compete à GNR o levantamento cartográfico das
2 — As ações de fogo controlado são executadas sob áreas ardidas por incêndios rurais, incluindo as que resul-
orientação e responsabilidade de elemento credenciado tem do recurso a fogo de gestão de combustível, com o
para o efeito pelo ICNF, I. P. envolvimento das câmaras municipais.
3 — As ações de fogo de supressão são executadas sob 2 — O levantamento cartográfico das áreas ardidas
orientação e responsabilidade de elemento credenciado em deverá incidir em áreas iguais ou superiores a 1 hectare.
fogo de supressão pela ANPC. 3 — As áreas ardidas são atualizadas anualmente com
4 — A realização de fogo controlado pode decorrer referência a 31 de dezembro de cada ano.
durante o período crítico, desde que o índice de risco de 4 — A GNR deve proceder ao carregamento dos le-
incêndio rural seja inferior ao nível médio e desde que a vantamentos cartográficos no SGIF, até 31 de janeiro do
ação seja autorizada pela ANPC. ano seguinte.
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1 — Em todos os espaços rurais, durante o período 1 — Durante o período crítico, nos trabalhos e outras
crítico, não é permitido: atividades que decorram em todos os espaços rurais, as
máquinas de combustão interna ou externa, onde se in-
a) Realizar fogueiras para recreio ou lazer e para con- cluem todo o tipo de tratores, máquinas e veículos de
feção de alimentos, bem como utilizar equipamentos de transporte pesados, devem obrigatoriamente estar dotados
queima e de combustão destinados à iluminação ou à con- dos seguintes equipamentos:
feção de alimentos;
b) Queimar matos cortados e amontoados e qualquer a) Um ou dois extintores de 6 kg cada, de acordo com
tipo de sobrantes de exploração. a sua massa máxima e consoante esta seja inferior ou
superior a 10 000 kg, salvo motosserras, motorroçadoras
e outras pequenas máquinas portáteis;
2 — Em todos os espaços rurais, fora do período crítico
b) Dispositivos de retenção de faíscas ou faúlhas, exceto
e desde que se verifique o índice de risco de incêndio de no caso de motosserras, motorroçadoras e outras pequenas
níveis muito elevado e máximo, mantêm-se as restrições máquinas portáteis.
referidas no número anterior.
3 — Excetua-se do disposto na alínea a) do n.º 1 e no 2 — O Governo cria linhas de financiamento moduladas
número anterior, quando em espaços não inseridos em para o cumprimento do número anterior.
zonas críticas, a confeção de alimentos desde que rea- 3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte,
lizada nos locais expressamente previstos para o efeito, quando se verifique o índice de risco de incêndio rural de
nomeadamente nos parques de lazer e recreio e outros quando nível máximo, não é permitida a realização de trabalhos
devidamente infraestruturados e identificados como tal. nos espaços florestais com recurso a motorroçadoras, corta-
4 — Excetua-se do disposto na alínea b) do n.º 1 e no -matos e destroçadores.
n.º 2 a queima de sobrantes de exploração decorrente de 4 — Excetuam-se do número anterior o uso de motor-
exigências fitossanitárias de cumprimento obrigatório, a roçadoras que utilizam cabeças de corte de fio de nylon,
qual deverá ser realizada com a presença de uma unidade bem como os trabalhos e outras atividades diretamente
de um corpo de bombeiros ou uma equipa de sapadores associados às situações de emergência, nomeadamente de
florestais. combate a incêndios nos espaços rurais.
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1 — As Forças Armadas, sem prejuízo do cumprimento 1 — Em áreas atingidas por incêndios florestais, e de
da sua missão primária, podem participar, em situações forma a criar condições de circulação rodoviária em se-
excecionais e com o devido enquadramento, nas ações gurança, os proprietários devem remover materiais quei-
de patrulhamento, vigilância móvel e aérea, tendo para mados nos incêndios.
esse efeito as competências de fiscalização previstas no 2 — Os materiais devem ser removidos numa faixa
artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 327/80, de 26 de agosto, com mínima de 25 m para cada lado das faixas de circulação
a redação que lhe é dada pela Lei n.º 10/81, de 10 de julho. rodoviária.
2 — As Forças Armadas colaboram em ações nos do- 3 — No pós-incêndio, antes da época das chuvas, devem
mínios da prevenção, vigilância móvel e aérea, deteção, ser tomadas medidas de mitigação de impactos ambientais,
intervenção em fogo nascente, rescaldo e vigilância pós- adequadas a cada caso em concreto, nomeadamente de
combate à erosão, de correção torrencial e impedimento
-incêndio florestal, na abertura de aceiros, nas ações de
de contaminação das linhas de água por detritos, de acordo
gestão de combustível das matas nacionais ou adminis- com despacho do membro do Governo competente pela
tradas pelo Estado e no patrulhamento das florestas, em área das florestas.
termos a definir por despacho conjunto dos membros do
Governo responsáveis pelas áreas da proteção civil, da
defesa e das florestas. CAPÍTULO VII
3 — A GNR, a ANPC e as Forças Armadas articulam as
Fiscalização
formas de participação das ações previstas no n.º 1, sem
prejuízo das respetivas cadeias de comando.
Artigo 37.º
4 — Compete ao ICNF, I. P., coordenar com as For-
ças Armadas as ações que estas vierem a desenvolver na Competência para fiscalização
abertura de faixas de gestão de combustível e nas ações de 1 — A fiscalização do estabelecido no presente
gestão de combustível dos espaços florestais, dando conhe- decreto-lei compete à GNR, à PSP, à Polícia Marítima,
cimento à comissão municipal de defesa da floresta. ao ICNF, I. P., à ANPC, às câmaras municipais, às polícias
municipais e aos vigilantes da natureza.
2 — Compete aos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da proteção civil e das florestas, a definição
SECÇÃO II
das orientações no domínio da fiscalização do estabelecido
Combate de incêndios florestais no presente decreto-lei.
1 — A rede de infraestruturas de apoio ao combate é 1 — Para efeitos de identificação e notificação dos pro-
constituída por equipamentos e estruturas de combate, prietários ou detentores dos imóveis, as entidades fiscali-
existentes no âmbito das entidades a quem compete o zadoras têm acesso aos dados fiscais relativos aos prédios,
combate, dos organismos da Administração Pública e dos incluindo a identificação dos proprietários e respetivo
particulares, designadamente infraestruturas de combate domicílio fiscal, mediante protocolo a celebrar com a Au-
e infraestruturas de apoio aos meios aéreos. toridade Tributária e Aduaneira.
2 — As operações de combate aos incêndios rurais, bem 2 — Sem prejuízo do número anterior, as entidades
fiscalizadoras têm ainda acesso aos dados relativos aos
como as respetivas operações de rescaldo necessárias para
prédios constantes da base de dados Balcão Único do
garantia das perfeitas condições de extinção são assegu- Prédio.
radas por entidades com responsabilidades no combate a 3 — Para efeitos de notificação dos proprietários no
incêndios rurais e por profissionais credenciados para o âmbito da execução das infraestruturas de Defesa da Flo-
efeito e sob orientação da ANPC. resta contra Incêndios é possível recorrer-se à notificação
3 — Podem ainda participar nas operações de rescaldo, por via do edital nos casos em que se revele impossível a
nomeadamente em situação de várias ocorrências simul- notificação por outra via.
tâneas, os corpos especiais de vigilantes de incêndios,
os sapadores florestais, os vigilantes da natureza e ainda
outras entidades, brigadas ou grupos que para o efeito CAPÍTULO VIII
venham a ser reconhecidos pela ANPC. Contraordenações, coimas e sanções acessórias
4 — A participação dos meios referidos no número an-
terior é concretizada nos termos da lei. Artigo 38.º
5 — A ANPC e o ICNF, I. P., podem celebrar com en-
tidades privadas, nomeadamente operadoras de telecomu- Contraordenações e coimas
nicações, protocolos respeitantes a sistemas de avisos em 1 — As infrações ao disposto no presente decreto-lei
situação de emergência, nomeadamente respeitantes ao constituem contraordenações puníveis com coima, de € 140
envio de mensagens radiodifundidas ou envio de mensa- a € 5000, no caso de pessoa singular, e de € 800 a € 60 000,
gens para dispositivos móveis ligados a determinada torre no caso de pessoas coletivas, nos termos previstos nos
de comunicações. números seguintes.
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2 — A referência feita a planos de defesa da floresta bito da conservação da natureza e biodiversidade, tal como
municipais entende-se feita a planos municipais de defesa identificado em instrumento de gestão florestal, ou outros
da floresta contra incêndios. instrumentos de gestão territorial ou de gestão da Rede Na-
tura 2000, pode a comissão municipal de defesa da floresta
Artigo 45.º aprovar critérios específicos de gestão de combustíveis.
B) Critérios suplementares para as faixas envolventes a
Regime transitório
edifícios — nas faixas de gestão de combustíveis envolven-
Exclui-se do âmbito de aplicação do presente decreto-lei tes aos edifícios para além do disposto no ponto A) deste
a elaboração, alteração e revisão dos planos municipais anexo, devem ainda ser cumpridos, cumulativamente, os
de ordenamento do território, em cujo procedimento já se seguintes critérios:
haja procedido à abertura do período de discussão pública. 1 — As copas das árvores e dos arbustos devem estar
distanciadas no mínimo 5 m da edificação, evitando-se
Artigo 46.º ainda a sua projeção sobre a cobertura do edifício.
Norma revogatória
2 — Excecionalmente, no caso de arvoredo de especial
valor patrimonial ou paisagístico pode admitir-se uma
É revogado o Decreto-Lei n.º 156/2004, de 30 de junho. distância inferior a 5 m, desde que seja reforçada a descon-
tinuidade horizontal e vertical de combustíveis e garantida
ANEXO a ausência de acumulação de combustíveis na cobertura
do edifício.
Critérios para a gestão de combustíveis no âmbito 3 — Sempre que possível, deverá ser criada uma faixa
das redes secundárias de gestão de combustíveis
pavimentada de 1 m a 2 m de largura, circundando todo
A) Critérios gerais — nas faixas de gestão de combus- o edifício.
tíveis envolventes aos edifícios, aglomerados populacio- 4 — Não poderão ocorrer quaisquer acumulações de
nais, equipamentos e infraestruturas devem ser cumpridos substâncias combustíveis, como lenha, madeira ou so-
cumulativamente os seguintes critérios: brantes de exploração florestal ou agrícola, bem como de
1 — No estrato arbóreo, a distância entre as copas das outras substâncias altamente inflamáveis.
árvores deve ser no mínimo de 4 m e a desramação deve
ser de 50 % da altura da árvore até que esta atinja os 8 m,
altura a partir da qual a desramação deve alcançar no mí- Lei n.º 77/2017
nimo 4 m acima do solo.
2 — No estrato arbustivo e subarbustivo, o fitovolume de 17 de agosto
total não pode exceder 2000 m3/ha, devendo simultanea-
mente ser cumpridas as seguintes condições: Primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho,
que estabelece o regime jurídico
a) Deve ser garantida a descontinuidade horizontal dos aplicável às ações de arborização e rearborização
combustíveis entre a infraestrutura e o limite externo da
faixa de gestão de combustíveis; A Assembleia da República decreta, nos termos da
b) A altura máxima da vegetação é a constante do quadro alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:
n.º 1, variando em função da percentagem de cobertura
do solo. Artigo 1.º
Objeto
QUADRO N.º 1
A presente lei procede à primeira alteração ao Decreto-
Percentagem de coberto do solo
Altura máxima da vegetação
(em centímetros)
-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho, que estabelece o regime
jurídico a que estão sujeitas, no território continental, as
ações de arborização e rearborização com recurso a espé-
Inferior a 20 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 cies florestais.
Entre 20 e 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Superior a 50 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 Artigo 2.º
Alteração ao Decreto-Lei n.º 96/2013, de 19 de julho
3 — Os estratos arbóreo, arbustivo e subarbustivo rema-
nescentes devem ser organizados espacialmente por forma Os artigos 2.º a 15.º, 19.º e 22.º do Decreto-Lei
a evitar a continuidade vertical dos diferentes estratos n.º 96/2013, de 19 de julho, passam a ter a seguinte re-
combustíveis. dação:
4 — No caso de infraestruturas da rede viária às quais «Artigo 2.º
se associem alinhamentos arbóreos com especial valor
patrimonial ou paisagístico, deve ser garantida a preser- […]
vação do arvoredo a aplicação do disposto nos números 1 — O presente decreto-lei aplica-se às ações de
anteriores numa faixa correspondente à projeção vertical arborização e rearborização, independentemente da
dos limites das suas copas acrescida de uma faixa de largura área intervencionada, das espécies envolvidas ou da
não inferior a 10 m para cada um lado. qualidade e natureza do interessado na intervenção,
5 — No caso de faixas de gestão de combustível que sem prejuízo do previsto no regime jurídico das autar-
abranjam arvoredo classificado de interesse público, zonas quias locais, aprovado em anexo à Lei n.º 75/2013, de
de proteção a edifícios e monumentos nacionais, manchas 12 de setembro, alterada pelas Leis n.os 25/2015, de 30
de arvoredo com especial valor patrimonial ou paisagístico de março, 69/2015, de 16 de julho, e 7-A/2016, de 30
ou manchas de arvoredo e outra vegetação protegida no âm- de março.