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Deficiência mental e Síndrome de Down.

Silvia P. Ruschel, Maria Alice Fontes


Desde o princípio da existência humana, sempre existiram pessoas cujo funcionamento
intelectual encontrava-se abaixo do esperado para a idade e para a sociedade a qual
pertenciam. No entanto, a deficiência mental (DM) começou a ser definida somente a partir do
século XX. Atualmente, cerca de 5% da população dos países em desenvolvimento são
portadoras de DM.

O que é Deficiência Mental?


A Associação Americana de Psiquiatria a define como “um funcionamento intelectual
significativamente inferior à média, acompanhado de limitações significativas no funcionamento
adaptativo em pelo menos duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, auto-
cuidado, vida doméstica, habilidades sociais, relacionamento interpessoal, uso de recursos
comunitários, auto-suficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúde e segurança.”
Em outras palavras, a DM é uma condição de limitação funcional em qualquer área do
funcionamento humano, considerado inferior à media geral das pessoas de um determinado
meio sócio-cultural. Assim, o conceito de DM é relativo, podendo um indivíduo ser considerado
deficiente em uma cultura e normal em outra. Uma limitação funcional não é suficiente para o
diagnóstico de DM, a menos que exista um mecanismo social que a caracterize como
deficiência.

Como é feito o diagnóstico de DM?


Ao serem observados prejuízos no desenvolvimento da criança, a mesma deverá passar por
uma avaliação, que inclui uma bateria de testes e observação de seu comportamento. Essa
avaliação é feita sob critérios quantitativos (com instrumentos de medida de QI – Quociente de
Inteligência) e qualitativos, levando-se em consideração seu funcionamento adaptativo, através
da avaliação de suas dificuldades e potencialidades. Dessa forma, a avaliação da criança
engloba os aspectos intelectual, motor, cognitivo e social.

Qual o tratamento para a DM?


Uma vez que a criança nasce com DM, ela sempre será portadora dessa condição. No entanto,
essa criança precisa ser estimulada até o ponto máximo de sua capacidade. Com a
estimulação – que deve abranger os aspectos motores, cognitivos e sociais do
desenvolvimento – em casa, na escola regular e em programas especiais, os prejuízos
decorrentes da DM são minimizados, e ocorre a expansão do nível de independência que
contribui para a melhora do funcionamento adaptativo da criança.

Quais são as causas e os fatores de risco para a DM?


São muitas as causas e os fatores de risco, que vão desde as condições pré-natais até as pós-
natais. Mesmo assim, em muitos casos não é possível esclarecer totalmente a causa da DM.
As síndromes genéticas (uma das condições pré-natais) são a causa de boa parte do número
de casos de DM; entre elas, destaca-se a Síndrome de Down, responsável por cerca de 18%
dos casos de DM.

O que é a Síndrome de Down?


A Síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre em média em 1 a cada 800
nascimentos, e cuja incidência aumenta com o avanço da idade da mãe. Seus portadores
possuem DM, de leve a moderada, além de alguns problemas clínicos como cardiopatias,
hipotonia muscular (flacidez ou “bebê mole”), problemas auditivos e visuais, distúrbios da
tireóide, neuropatias, obesidade e envelhecimento precoce. O termo Síndrome de Down foi
referido pela primeira vez em 1961; até então era denominado mongolismo pela semelhança
na expressão facial de seus portadores e as pessoas nascidas na Mongólia. No entanto, o
termo mongolóide tornou-se pejorativo e foi excluído do meio científico.

Estudos comprovam que a estimulação proporciona ótimos resultados, independente de sua


data de início; no entanto, quanto mais precoce for a estimulação das crianças com qualquer
tipo de DM (portadoras de Síndrome de Down ou não), mais eficientes serão os resultados e
melhor será o seu desenvolvimento global. Todos deverão estar envolvidos na estimulação –
pais, professores, profissionais de saúde – para que a criança se desenvolva até o seu nível
máximo, adquirindo maior grau de autonomia e principalmente, podendo desfrutar das
experiências da vida como um todo.

Referências bibliográficas

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos


mentais - 4º edição. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm1.html
http://www.ndss.org
http://www.portalsindromededown.com

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