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Teorias positivistas – buscaram estabilizar expectativas sem recorrer a tradições éticas como
suporte de legitimidade. Kelsen e Hart – ordenamento fechado, independente da moral e da
política. Direito = história institucional.
Noção de ordenamento jurídico como sistema de regras tendo por base a teoria lingüística –
reconhecimento do seu caráter impreciso.
Tanto em Kelsen como em Hart a saída termina por ser decisionista. A ciência do direito pode
indicar a moldura, mas não assegurar. As autoridade interpretam autonomamente, e a suas
decisões podem ter fundamentação extra-juridicas. Aceitação do arbítrio da autoridade
aplicadora. A norma é aquilo que a autoridade afirma ser. a segurança jurídica termina por não
ser crível.
Hart – casos difíceis não podem ser resolvidos por regras, nem mesmo pelas suficientemente
claras. Discricionariedade do juiz. Nova regra.
Kelsen rejeita a idéia de direito como mera cognição. A funções dos órgãos aplicadores é a de
revelar as normas.
Argumento de única resposta correta – consiste na afirmação de que mesmo nos casos
considerados difíceis (s/ regra específica), uma das partes pode ter um direito de pré
estabelecido de ter sua pretensão assegurada. Cabe ao juiz descobrir esses direitos não por
meio de uma atitude mecanicista, mas por meio de uma postura adota por ele, baseada em
princípios entendidos em sua integridade. Podem ocorrer divergências sobre qual é a resposta
correta. Prevalência de um argumento de princípio, mesmo que o direito na origem da norma
tenha se originado em argumento de política.
Se, por outro lado, a tarefa jurisdicional se distingue da legislativa, atuando como um fórum de
princípios, as decisões também se baseiam em argumentos de princípios
Insuficiência das crenças positivistas torna-se mais clara pela distinção de Dworkin entre regras
e princípios. dimensão central de qualquer ordenamento jurídico pós convencional: estrutura
principiológica, indeterminável em abstrato, mas determinável em concreto, aberta
hermeneuticamente a construção.
Regras podem ter a sua aplicação afastada por causa dos princípios
Perspectiva decisionista do positivismo é rechaçada por Dworkin, por causa do caráter
normativo dos princípios jurídicos.
Dworkin fala sobre a exigência de ser procurar a única decisão correta autorizada pelo
ordenamento, não enquanto mandamento inscrito a priori nas normas gerais e abstratas, mas
como postura a ser assumida pelo aplicador em face das situações aparentemente não
reguladas apresentadas pelos casos difíceis. O momento de indisponibilidade aponta para uma
averiguação, orientada por princípios, das únicas decisões corretas.
Princípios são regras abertas e que não buscam controlar previamente a sua própria aplicação.
Regras são proposições normativas que buscam controlar a sua aplicação. Os princípios são
abertos, por isso, são passiveis de serem densificados nas situações concretas de aplicação
segundo a sua adequabilidade à unicidade e irrepetibilidade das características do caso em
tela.
Os princípios nunca podem ser considerados isoladamente. Crença de que as regras podem
regular a vida concreta sem a interferência do aplicador. Crença na imparcialidade do
aplicador, que requereria a sua cegueira às particularidades das situações. Utopia iluminista.
Crítica de dworkin – excesso de racionalidade inconsciente que marcava a visão anterior não
só do conceito de ciência mas do próprio conceito de direito. Uma norma geral e abstrata
nunca regulará por si só as situações de aplicação individuais e concretas. As normas por si só
nada regulam, elas precisam da sensibilidade do intérprete capaz de reconstruir a especifica
situação individual e concreta, em sua unicidade e irrepetibilidade, com todas as suas
particularidades, para garantir a integridade do direito. Que se assegure a aplicação de uma
norma previamente aprovada e a justiça do caso concreto. Cada caso é um caso – tese da
única resposta correta.
Não há espaço publico sem respeito aos direitos privados à diferença, nem direitos privados
que não sejam em si mesmos destinados a preservar o respeito público às diferenças
individuais na vida social. Não há democracia, soberania popular, sem a observância dos
limites a vontade da maioria, caso contrário há autoritarismo.
Dworkin se propõe a lidar com o direito a partir de uma perspectiva deontológica, atribuindo
ao ordenamento a dupla função de garantir os requisitos de segurança jurídica e de justiça
[respeito a procedimentos e regras e respeito a princípios]
Debate sobre a relação ente direito e moral redunda essencialmente terminológico. Para
ambos é o conteúdo moral traduzido para o código especificamente jurídico que confere aos
direitos fundamentais o status de incondicionalidade em face dos demais bens ou valores
sociais.
Moral – sede primária na vontade legislativa. Certos elementos morais são traduzidos para o
código do direito. A justificação de decisões jurídicas com base em princípios de conteúdo
moral não é extra-jurídica – princípios fundamentais do próprio ordenamento.
Direito humano fundamental – ser tratado pelas autoridades com igual respeito e
consideração pela dignidade de cada um.
- Interpretação construtivista
Dworkin – postura construtivista para lidar com o principio hermenêutico, de maneira a não
permitir que as tradições se legitimem de maneira autônoma e acrítica. Reflexividade ética
baseada na noção universalista de direitos fundamentais.
Noção de paradigma tem função central na teoria de dworkin: pano de fundo suporte das
teorias jurídicas que reconstroem o direito sistematicamente de modo a mostrá-lo na sua
melhor forma, como uma comunidade de princípios que trate todos os seus cidadãos com
igual respeito e consideração.
Não é em qualquer comunidade que terão lugar como integrante da moralidade política as
idéias de única resposta correta e de integridade, baseadas em princípios.
Positivismo. Fundamentação das normas – estágio 5; criação das normas – 2; aplicação das
normas – 4.
Apenas no estágio 6 a sociedade de princípios de dworkin pode ter curso. O tipo de obrigação
existente entre os cidadãos e entre a coletividade de seus membros remete a princípios de
conteúdo moral e apelo universalista.
Direito se compromete com resultados e necessita de um aparato coercitivo que lhe empreste
efetividade, não pode depender apenas, como a moral, da consciência interna de cada um.
Âmbito de universalidade reduzido em relação a moral.
Estado liberal: papel do estado e dos direitos fundamentais pode ser resumido a garantia do
individuo contra a invasão indevida do estado em sua esfera de liberdade “natural”.
Preponderância da idéia de autonomia privada, anterior e condicionante da autonomia
publica.
Estado social: papel do estado e dos direitos fundamentais – prestações positivas de bens e
serviços aos cidadãos clientes, de acordo com as necessidades determinadas pela burocracia
estatal. Preponderância da idéia de autonomia pública. A esfera privada é delimitada pela
noção de bem comum.
Publico = estado.
Estado democrático de direito: o poder político, para ser legítimo, deve derivar do poder
comunicativo, gerado a partir da esfera publica. O estado ocupa o centro dessa esfera publica,
mas não se confunde com ela. A sociedade civil constitui um complexo mais ou menos
institucionalizado de formação e reprodução da opinião pública. Oposição entre estado e
sociedade é falsa – o direito pertence a uma comunidade aberta de intérpretes da constituição
ou uma comunidade de princípios.
Dworkin – comunidade de princípios cujas instituições atuam numa cadeia do direito, ou seja,
com respeito a integridade do direito, o que implica em que se leve em consideração em
decisões políticas e jurídicas do passado
Relação entre direito e moral – mora moderna é abstrata, por serem acolhidos como princípios
do direito, esses princípios extremamente abstratos ganham densidade como direitos
fundamentais, tornando-os obrigatórios. Direito e moral relacionam-se não no sentido de
sujeição do direito a moral. Guardam uma relação de complementaridade. O direito, ao
recepcionar a moral, garanti-lhe maior densidade e concretude, recebendo da moral, por sua
vez, legitimidade.
Esse conteúdo, quando incorporado ao direito como direitos fundamentais, como princípios
constitucionais, como a igualdade e a liberdade reciprocamente reconhecidas por todos, só
pode significar, como histórica muito concretamente pudemos aprender a igualdade do
respeito as diferenças, pois, embora tenhamos diferentes condições sociais e materiais,
devemos nos respeitar ainda assim, como se iguais fôssemos, não importando todas as
diferenças.