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Tribunal de Justiça de Minas Gerais

Número do 1.0000.00.238622-5/000 Númeração 2386225-


Relator: Des.(a) Francisco Figueiredo
Relator do Acordão: Des.(a) Francisco Figueiredo
Data do Julgamento: 17/09/2002
Data da Publicação: 04/10/2002

EMENTA: TRIBUTÁRIO - IPVA - AUTARQUIA MUNICIPAL - IMUNIDADE. -


Sendo a autarquia municipal integrante da Administração Pública, é de direito
que se beneficie da imunidade tributária quanto ao IPVA e ditada pelo
comando constitucional de que se ocupa o art. 150, § 2º, da Carta Maior.

APELAÇÃO CÍVEL Nº 000.238.622-5/00 - COMARCA DE MANTENA -


APELANTE(S): 1º) JD 2ª V. COMARCA MANTENA, 2º) CHEFE ADM.
FAZENDÁRIA MANTENA E OUTRO - APELADO(S): SAAE - SERVIÇO
AUTÔNOMO ÁGUA ESGOTO MUN. MANTENA - RELATOR: EXMO. SR.
DES. FRANCISCO FIGUEIREDO

ACÓRDÃO

Vistos etc., acorda, em Turma, a SEGUNDA CÂMARA CÍVEL do Tribunal de


Justiça do Estado de Minas Gerais, incorporando neste o relatório de fls., na
conformidade da ata dos julgamentos e das notas taquigráficas, à
unanimidade de votos, EM CONFIRMAR A SENTENÇA, PREJUDICADO O
VOLUNTÁRIO.

Belo Horizonte, 17 de setembro de 2002.

DES. FRANCISCO FIGUEIREDO - Relator

NOTAS TAQUIGRÁFICAS

O SR. DES. FRANCISCO FIGUEIREDO:

VOTO

Cuida-se de Mandado de Segurança impetrado por Serviço Autônomo

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de Água e Esgoto - SAAE, autarquia municipal voltada para o serviço de


captação, tratamento e distribuição de água e esgoto sanitário, no Município
de Passos, contra ato do Chefe da Administração Fazendária da Secretaria
de Estado da Fazenda de Minas Gerais, estabelecido naquela localidade,
que indeferiu a expedição de certidão de reconhecimento de imunidade
sobre o Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA,
visando o licenciamento anual dos veículos do impetrante.

Aduz o requerente, em síntese que, na qualidade de pessoa jurídica de


direito público interno, não é e nunca foi contribuinte daquele tributo, como
explicitado no art. 150, item VI, letra "a" - parágrafo 2º, da Constituição
Federal e que a restrição imposta pelo impetrado impede a regularização dos
veículos de sua frota, necessários para o desempenho de suas tarefas.

Deliberando em torno da questão, a sentença reconheceu militar direito


líqüido e certo em favor da autarquia municipal impetrante e concedeu a
segurança, com submissão da matéria ao reexame necessário.

Inconformada, recorre voluntariamente a Fazenda Pública Estadual, forte no


raciocínio de que o favor isencional suscitado não contempla a hipótese
quando a entidade aufere como contraprestação ou pagamento de preços ou
tarifas pelo usuário, daí não se aplicando ao patrimônio, renda ou serviços
dos entes políticos a imunidade tributária reclamada na peça inicial.

Maxima concessa venia, não a socorre qualquer razão e tenho a sentença


como incensurável.

É bem verdade que o impetrante cobra tarifas por seus serviços - o que
também não deixa de ocorrer com qualquer outro órgão público - contudo,
exercita atividade típica da Administração Pública, que não guarda qualquer
correlação com outras entidades cujas atividades visam a exploração
econômica.

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Aliás, também não passa desapercebido que o impetrante integra a


Administração Municipal e, como tal, igualmente é credor da parcela de 50%
do IPVA, como preceitua a lei de regência, não tendo sentido que recolha um
tributo e depois o receba de volta.

No mesmo caminhar, a prevalecer a tese da Fazenda Pública Estadual, seria


o mesmo que anular a regra imunizante do imposto e apenas dele isentar os
órgãos cuja prestação de serviços sejam gratuitos.

Isto posto, em reexame necessário e com a anuência da douta Procuradoria


de Justiça, CONFIRMO a bem lançada sentença em sua literalidade, dando
como prejudicado o apelo voluntário.

Custas ex lege.

O SR. DES. ABREU LEITE:

VOTO

De acordo.

O SR. DES. NILSON REIS:

VOTO

De acordo.

SÚMULA : CONFIRMARAM A SENTENÇA, PREJUDICADO O


VOLUNTÁRIO.

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