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07/11/2019 Em ‘Era uma Vez em...

Hollywood’, Tarantino revela autêntico trabalho de amor cinéfilo | Cultura | EL PAÍS Brasil

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Em ‘Era uma Vez em... Hollywood’, Tarantino


revela autêntico trabalho de amor cinéfilo
O último filme de Tarantino é uma obra maior, inesgotável, esplendorosa

Brad Pitt, Leonardo DiCaprio e Al Pacino em uma cena de 'Era uma Vez em... Hollywood', último filme de Tarantino que
estreou nesta quinta-feira, 14 de agosto. DIVULGAÇÃO

JORDI COSTA

16 AUG 2019 - 15:09 BRT

MAIS INFORMAÇÕES Em 1923 o turbulento escândalo Fatty Arbuckle que marcou o fim de uma
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Ç Em 1923, o turbulento escândalo Fatty Arbuckle, que marcou o fim de uma
Hollywood, inspirou o escritor espanhol Ramón Gómez de la Serna a
escrever Cinelandia, obra pioneira do que viria a ser chamado de
Hollywood novel, onde a desventurada Virginia Rappe se transformava na
atriz Carlota Bray, que, no capítulo final, ressuscitava em forma de
Brad Pitt,
crônica de um projeção cinematográfica. Em 2007, o norte-americano Steve Erickson
ícone devorado contribuiria com outra obra relevante para o subgênero com Zeroville,
por seus
romance cujo protagonista chegava à meca do cinema na mesma noite em
demônios
que Sharon Tate seria assassinada e, com ela, outra ideia possível de
Hollywood. Entre uma obra e outra, livros e filmes tão relevantes como The
Lobster Day (1939), de Nathanael West; O Crepúsculo dos Deuses (1950),
de Billy Wilder; o díptico Hollywood Babylon (1959 e 1986), de Kenneth
Anger, ou O que Terá Acontecido a Baby Jane? (1962), de Robert Aldrich,
Tarantino e sua
carta de amor a foram consolidando um imaginário da cidade dos sonhos como um
um cinema território habitado pelo espectral, como uma precária miragem de luz com
desaparecido
um reverso de pesadelo.

Em Era uma vez em... Hollywood, Quentin Tarantino parte dessa tradição para conduzi-la
saudavelmente ao contrário e, com isso, consegue um filme complexo e extraordinário que
agita as bandeiras da utopia e do desejo a partir do território da nobreza e precariedade dos
que foram expulsos muito cedo do sonho. Desde Jackie Brown (1997) o cineasta não havia
tido a oportunidade de expressar um olhar tão empático e afetuoso sobre seus
personagens: um ator em declínio e seu dublê de ação, vizinhos dos que concentram os
holofotes do novo glamour, camaradas inabaláveis às margens de um mundo que é
transformado.

ERA UMA VEZ... EM HOLLYWOOD (2019) | Trailer #…


#…

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Se em Os Oito Odiados (2015) podia-se ter a impressão de que Tarantino se embriagou em


excesso com a sonoridade envolvente de seus diálogos rebuscados, aqui emerge outro
cineasta (que é o mesmo, mas mais maduro e depurado, sem perder um pingo de sua
vontade de jogar). Confiar tudo à imagem, olhar, silêncio e gesto como na cena de Sharon
Tate (Margot Robbie) no cinema demonstra uma contundente firmeza neste novo registro,
no qual se introduz também uma iconoclastia luminosa (o tratamento de Bruce Lee) e se
afina um sentido lúdico da narração que alcança pontos altos como o da encadeação de
flashbacks enquanto um personagem ajusta uma antena de televisão. Autêntico trabalho de
amor (cinéfilo), Era uma vez em... Hollywood, é uma obra maior, inesgotável, esplêndida.

‘ERA UMA VEZ EM... HOLLYWOOD’

Direção: Quentin Tarantino.

Atores: Leonardo DiCaprio, Brad Pitt, Margot Robbie, Al Pacino.

Gênero: comédia, Estados Unidos, 2019.

Estreia no Brasil: 14 de agosto

Duração: 161 minutos.

Adere a Mais informações >

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HOLLYWOOD

Era uma vez... o nepotismo em Hollywood

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CINEMA

Quentin Tarantino: “Já não é fácil ser um provocador”

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