Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
A Economia Criativa numa empresa do Setor Bancário: o caso do
banco virtual Nubank
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
1. INTRODUÇÃO
2
Nubank, seus pilares Tecnologia, Design, Ciência de Dados e Experiência do Usuário
exemplificam porque o banco ultrapassa a proposta de valor tradicional de um banco e
fornece aos seus clientes mais do que as formas conhecidas de um serviço financeiro.
Assim como ocorre nas indústrias criativas, o serviço que o Nubank oferece é
desenvolvido a partir de potencial intelectual e criativo. Analisam-se, dessa forma, os
níveis individual, grupal e organizacional que propiciam ao Nubank suas soluções
criativas. Um exemplo da relação do banco com a temática da Economia Criativa é a
sua atuação exclusivamente em plataformas digitais que revolucionou o setor bancário,
aliada ao modelo de gestão organizacional calcado na colaboratividade. Segundo
Muzzio (2016), o que distingue uma gestão tradicional de uma gestão criativa é que, na
primeira, objetiva-se a rentabilidade econômica, enquanto na segunda, são valorizadas a
liberdade e a autonomia (MUZZIO, 2016).
CASE NUBANK
O case acima é bastante inovador e criativo posto que é um banco sem sede
física, operando de maneira cem por cento digital. A redução de custos é tanta que, não
há gastos com impressão de faturas, por exemplo, posto que todas são enviadas via e-
mail. Por essa razão, não cobra taxas de uso ou serviços aos seus clientes. Assim, novas
tecnologias possibilitam o cliente gerenciar sua conta com poucos cliques através do seu
smartphone.
3
de funcionários saltou de 350, em janeiro do ano passado, para 930, em fevereiro de
2018 (ISTOÉ, 2017).
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
4
Com base em dados apresentados pela ONU, Organização das Nações Unidas,
ressalta-se que, “No Reino Unido, as indústrias criativas foram responsáveis por 6,2%
da economia em 2007, medidos como valor adicionado; durante o período de 1997-
2007, o rendimento criativo cresceu 5% ao ano em comparação com o crescimento de
3% para o restante da economia britânica.” Logo, é notória este estilo de gestão pode
agregar para um maior desenvolvimento econômico brasileiro.
6
esses elementos da gestão da criatividade do Nubank e em quais níveis organizacionais
estão presentes.
7
A UNCTAD divulga que entre 2000 e 2005, os produtos e serviços criativos
mundiais cresceram a uma taxa média anual de 8,7%, o que significa duas vezes mais
do que manufaturas e quatro vezes mais do que as indústrias, um percentual bastante
impactante. Além disso, ela afirma que essa economia reúne as atividades que têm na
cultura e criatividade, a sua matéria prima. Ou seja, os seus recursos não são escassos e
a evolução tende a ser constante. (UNCTAD, 2010)
A cidade de São Paulo ocupa uma posição de destaque no cenário nacional: mais
de 9% de suas empresas dedicam-se a algum tipo de atividade criativa, empregando 140
mil pessoas em 2009, o que representa 3% de todo emprego formal da cidade, segundo
o estudo “Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnósticos e Potencialidades”.
8
3. SOLUÇÕES CRIATIVAS
“A Administração não é, ainda, uma ciência exata. Ela lida com o acaso e com
as contingências de um mundo globalizado, em constante mudança e
evolução(ABDELAL; TEDLOW, 2003; ANDERSSON; WICTOR, 2003). Neste
contexto, a internacionalização proposta pela economia criativa proporciona e incentiva
empresas a desenvolverem uma alta capacidade em atender à demanda de seu setor
tanto nacional quanto internacionalmente. Dessa forma, devem seguir quatro pilares de
pesquisa em seus processos de aperfeiçoamento e criação de novos produtos ou serviços
que são: descobrimento, aprovação, avaliação e exploração de oportunidades.
11
exportar material de empresas internacionais com um knowhow que represente alto
potencial para agregar valor ao produto/serviço ofertado pela empresa em questão.
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo tem como base artigos científicos sobre o tema Economia Criativa,
com ênfase nos estudos realizados no campo da Administração. A metodologia utilizada
é uma versão bastante simplificada do método de Pesquisa Bibliométrica, que
originalmente alia análises quantitativa e qualitativa de pesquisa. Bibliometria é descrito
no livro Bibliometria Teoria e Prática de Edson Nery da Fonseca como sendo: “A
Bibliometria será a parte definida da Bibliografia que se ocupa da medida ou da
quantidade aplicada ao livro” (FONSECA, 1986, p. 20). O autor também sugere o
questionamento de “Como empreender novas pesquisas sem saber o que já foi realizado
neste domínio?” (FONSECA, 1986, p. 54).
Outras obras mais recentes sobre pesquisa bibliométrica são sistemáticas, como
a versão resumida do texto Como Fazer Revisão Sistemática e Análise Bibliométrica, de
Alessandro Vieira dos Reis (201?) e o texto publicado em 2016, Passo-a-Passo para a
Revisão Sistemática e Bibliometria Utilizando a Ferramenta Endnote. V3.00 de
Fernandes e Ferenhof. A primeira, sintetiza o método em um quadro com nove etapas
que abrangem desde a escolha das bases de dados até a obtenção de gráficos e
elaboração de relatórios. Já a segunda, detalha o método incluindo o uso da ferramenta
Endnote em sua versão 3.00. Cita-se também a obra de Pedro Mattos, Bibliometria: A
Metodologia Acadêmica Convencional em Questão, em que se discute os limites do
método.
12
Apesar da definição explanada por Fonseca (1986) e do que propõem Reis
(201?), bem como Fernandes e Ferenhof (2016), o estudo privilegiou a análise
qualitativa, escolhendo-se os artigos principalmente pela relação do seu tema com a
Economia Criativa. Como segundo critério, utilizou-se o ano de publicação e portanto,
os artigos mais recentes foram privilegiados considerando-se que estudos mais novos
muito provavelmente usaram os mais antigos como base. Dessa forma, esse critério está
de acordo com o que Fonseca propõe sobre pesquisa bibliométrica. Além disso,
Economia Criativa, assim como os demais assuntos na área de inovação, é um tema
comumente inserido e também resultado de contextos dinâmicos, o que implica a
necessidade de consultar fontes recentes sobre o assunto.
Foram escolhidas três bases de dados para identificação dos artigos
relacionados à temática: ANPAD, Scielo e Spell. O critério de escolha desses três
portais foram a relação deles com o ramo da Administração. Obviamente, é possível
expandir essa base de dados, mas para o propósito deste estudo a quantidade, relevância
e consistência dos artigos encontrados já são satisfatórios. Assim, utilizando-se o
construto “Economia Criativa” foram identificados ao todo 34 artigos e 2 deles
apareceram nos resultados de pesquisa tanto do Scielo como do Spell.
Artigos 7 14 16
encontrados
Artigos escolhidos 3 4 7
Percebeu-se também que nesta base teórica, que aborda a economia não
tradicional, vem propondo uma matriz hegemônica de transformação social com quatro
formas de capital consideradas amplamente determinantes para a sustentabilidade do
capital criativo, compostas por: humano, estrutural, institucional e social; a qual visa à
integração dos indivíduos, estimula a criatividade, a integração, promove um clima
favorável, bastando ter uma gestão efetiva e, inclusive, o Nubank apoia o movimento
LGBT, conforme post no facebook:
15
A teoria crítica é um empreendimento humanístico interessado tanto em criticar
formas existentes de poder quanto em explorar possibilidades para emancipação e
transformação social através de um banco com práticas da economia criativa. De fato,
para Mumby (2010), são as pessoas que constroem a organização e formam sua
reputação e imagem. Por isso a preocupação dos gestores do Nubank em investir
principalmente em tecnologia, desenvolvimento e bem-estar dos funcionários, diferente
da economia tradicional. A cultura corporativa da Nubank reflete a capacidade das
organizações de fazer com que os funcionários persigam ativamente e internalizem a
visão de mundo da corporação, para que isso se manifeste no nível externo. Essa
“colonização” molda até o que se conta como conhecimento sobre nós mesmos e o
mundo.
16
financeiros por canais digitais, e a diminuição, ou até a isenção de tarifas e taxas que são
cobradas nos bancos tradicionais. Ou seja, ela obteve um crescimento exacerbado em
comparação aos tradicionais bancos existentes, não só por isso, mas também pelo seu
serviço prestado ser um grande diferencial e um grande exemplo de organização que
pode e deve ser seguido para evolução constante da sociedade como um todo já que ela
utiliza-se, por exemplo, de práticas que valorizam as opiniões dos integrantes dela,
como a prática de feedbacks constantes para a melhoria contínua, do pensar nos
colaboradores, como a criação da mini Copa do Mundo em seu escritório já visando
agradá-los (Revista Exame, 2018):
Fonte: https://www.reclameaqui.com.br/empresa/nubank/
Ou seja, apesar das reclamações pontuais, o banco busca atender aos clientes e
busca manter uma boa reputação para com eles.
7. CONCLUSÃO
18
Foi analisado o tipo de gestão do Nubank, que é diferente da gestão tradicional,
e visa fomentar o pensamento intrínseco à ação criativa individual, valorização da
cultura e das interações sociais. O gestor atua no processo da gestão da criatividade dos
seus colaboradores. Diferentemente da tradicional que é uma gestão engessada e muitas
vezes não possui como intrínseco em sua cultura o apreciamento da criatividade e a
participação dos funcionários.
Com esse cenário globalizado devido ao uso exclusivamente digital desse setor
financeiro, a internacionalização da empresa estende-se através do know-how para
agregar valor a ela com a vantagem competitiva.
Neste sentido, conclui-se que a Nubank, nesta análise abrangeu-se um teor mais
qualitativo, encontra-se em um estágio inicial dos primeiros passos dados pela
economia criativa no país, mas já obteve muito sucesso utilizando-se da economia
criativa. Sugerimos mais estudos à respeito desse tipo de economia, visto que isso será
essencial para melhoria dos serviços e satisfação dos clientes no setor financeiro.
Consequentemente, para toda e qualquer organização que objetivar ser uma empresa
com o perfil da economia criativa utilizando-se de inovação, criatividade e
sustentabilidade gerando um acentuado impacto na economia do país.
19
7. REFERÊNCIAS
20
FINNOVATION. O que é Fintech. Blog. 2015. Disponível em:
<http://finnovation.com.br/o-que-e-fintech/>. Acesso em: 20 ago. 2016.
FONSECA, Edson Nery da (Org.). Bibliometria: Teoria e Prática. 9. ed. São Paulo:
Editora Cultrix: Editora da Universidade de São Paulo, 1986. 141 p.
21