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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Departamento de Ciências Administrativas

A Economia Criativa numa empresa do Setor Bancário: o caso do


banco virtual Nubank

Camila Cezar Aguiar Bezerra de Mello

Lucas Farias Ildefonso

Marcos Teixeira da Silva

Marcu Aureliu T. de Oliveira

Mirella de França Rodrigues

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A Economia Criativa numa empresa do Setor Bancário: o caso do
banco virtual Nubank

RESUMO

A proposta desse estudo é relacionar o conceito de Economia Criativa, bem


como o que a caracteriza, com o Nubank, empresa do setor financeiro raramente
associada à temática. Considerando que o empreendimento é bastante recente (fundado
em 2013), foi utilizado o método de pesquisa bibliométrica para identificação de
possíveis estudos acadêmicos que relacionem o banco à Economia Criativa. Foram
analisados as características do banco nos níveis individual, grupal e organizacional,
aspectos como gestão da criatividade, bem como seus serviços. Foi identificado que o
Nubank apresenta alto grau de criatividade e seus serviços são desenvolvidos a partir de
capital intelectual, semelhante ao que ocorre na Economia Criativa.

PALAVRAS-CHAVE

Economia criativa. Gestão da criatividade. Capital intelectual. Serviços


financeiros. Pesquisa bibliométrica.

1. INTRODUÇÃO

O conceito de Economia Criativa está associado a setores tradicionalmente


criativos. No ramo do consumo, a moda, o design e a arquitetura são exemplos de
indústrias cujo propósito é produzir bens ou serviços por meio de processos criativos,
com forte valor simbólico e intangível. Isso também ocorre nos ramos da cultura,
mídias, tecnologia. São identificados elementos de inovação e criatividade na startup
brasileira denominada Nubank, empreendimento raramente associado à Economia
Criativa, aqui sendo analisado o modo como sua tecnologia de gestão gera impactos no
setor bancário.

Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas


SEBRAE (2015), conforme citado por Castro e Figueiredo (2016), economia criativa é
um conceito para modelos de negócios ou gestão provenientes de atividades, serviços
ou produtos cujo desenvolvimento tem como cerne o conhecimento, criatividade ou
capital intelectual voltados a bens ou serviços criativos. Relacionando esse conceito ao

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Nubank, seus pilares Tecnologia, Design, Ciência de Dados e Experiência do Usuário
exemplificam porque o banco ultrapassa a proposta de valor tradicional de um banco e
fornece aos seus clientes mais do que as formas conhecidas de um serviço financeiro.

Assim como ocorre nas indústrias criativas, o serviço que o Nubank oferece é
desenvolvido a partir de potencial intelectual e criativo. Analisam-se, dessa forma, os
níveis individual, grupal e organizacional que propiciam ao Nubank suas soluções
criativas. Um exemplo da relação do banco com a temática da Economia Criativa é a
sua atuação exclusivamente em plataformas digitais que revolucionou o setor bancário,
aliada ao modelo de gestão organizacional calcado na colaboratividade. Segundo
Muzzio (2016), o que distingue uma gestão tradicional de uma gestão criativa é que, na
primeira, objetiva-se a rentabilidade econômica, enquanto na segunda, são valorizadas a
liberdade e a autonomia (MUZZIO, 2016).

Além de propiciar um ambiente organizacional colaborativo e proporcionar


autonomia aos seus integrantes, com suas soluções criativas a empresa ao mesmo
oferece liberdade e autonomia também a seus clientes. Problematiza-se, dessa forma, a
seguinte relação: A Economia Criativa Numa Empresa do Setor Bancário - o caso do
banco virtual Nubank.

CASE NUBANK

Inteligente. Simples. Transparente. Uma das mais famosas startups brasileiras,


fundada em maio de 2013 com o objetivo de repensar a burocracia e as altas taxas de
juros praticadas no segmento financeiro brasileiro, o Nubank já é considerado
unicórnio, ou seja, empresa avaliada em mais de $1 bilhão de dólares.

O case acima é bastante inovador e criativo posto que é um banco sem sede
física, operando de maneira cem por cento digital. A redução de custos é tanta que, não
há gastos com impressão de faturas, por exemplo, posto que todas são enviadas via e-
mail. Por essa razão, não cobra taxas de uso ou serviços aos seus clientes. Assim, novas
tecnologias possibilitam o cliente gerenciar sua conta com poucos cliques através do seu
smartphone.

Acerca dos investimentos recebidos, tudo é revertido em cartões para captação


de novos clientes à rede Nubank. Em meio ao seu crescimento exponencial, o número

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de funcionários saltou de 350, em janeiro do ano passado, para 930, em fevereiro de
2018 (ISTOÉ, 2017).

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O presente estudo abordará as ideias centrais explicativas sobre a economia


criativa em sua teoria e na prática para, assim, entender sua relação com o case Nubank.

2. 1 Conceito e Contextualização da Economia Criativa

“Os modelos de negócio ou gestão originam-se de atividades, produtos ou


serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de
indivíduos, com vistas à geração de trabalho e renda.” – NAVUS, revista de gestão de
tecnologia. A fim de obter um maior conhecimento sobre a economia criativa, este
artigo tem por objetivo explorar esse estilo de gestão para, assim, focar não solenemente
em resultados econômicos da criatividade, mas sim no ciclo em si que engloba as quatro
formas de capital consideradas amplamente determinantes para a sustentabilidade do
capital criativo, compostas por: humano, estrutural, institucional e social.

Segundo pesquisas do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (SEBRAE, 2012) um dos mais fortes pontos de melhoria do mercado
empreendedor brasileiro que, desta forma, merece destaque é a sustentabilidade dos
negócios. É de suma importância analisar que, números apresentados pela OAB
mostram que apenas um por cento das empresas brasileiras conseguem sair da
recuperação judicial e se tornarem novamente sustentáveis (JUSBRASIL, 2017). Assim,
pode-se afirmar que, muitos empreendimentos ainda apresentam dependência financeira
do governo.

O desenvolvimento da economia criativa atinge o visado ponto de equilíbrio e,


consequente expansão das empresas as quais adotarem os eixos estratégicos sugeridos
por esta metodologia em seus respectivos processos. Esta abordagem objetiva abranger
um contexto macroeconômico no qual, visa garantir a expansão das indústrias criativas
para, assim, manter toda variedade de ativos culturais do seu respectivo meio posto que
participam ativamente no desenvolvimento sustentável da sua comunidade, englobando
até aspectos culturais. Desta forma, pode-se citar o Nubank, startup unicórnio
brasileira, que possui cerca de novecentos e trinta funcionários com nacionalidade de
vinte e cinco diferentes países (ISTO É, 2017).

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Com base em dados apresentados pela ONU, Organização das Nações Unidas,
ressalta-se que, “No Reino Unido, as indústrias criativas foram responsáveis por 6,2%
da economia em 2007, medidos como valor adicionado; durante o período de 1997-
2007, o rendimento criativo cresceu 5% ao ano em comparação com o crescimento de
3% para o restante da economia britânica.” Logo, é notória este estilo de gestão pode
agregar para um maior desenvolvimento econômico brasileiro.

Acerca do modelo de negócios em transição, a economia criativa costuma dar


um maior enfoque na proposta de valor que engloba duas partes: segmentos de clientes
e mapa de valor. Com relação a isso, o segmento de clientes é tido como determinante
para o sucesso do negócio posto que ao identificar seu público-alvo possibilita à
empresa em questão estudar e, simultaneamente, entender seu cliente para, assim,
moldar seu produto ou serviço.

De acordo com o CEO Brian Requarth, VivaReal, é recomendado que, a


cultura de feedbacks seja implementada para que, a empresa cultive a inovação em seus
processos, objetivando renovar e adaptar-se aos desejos dos clientes em questão.
Enquanto que, o mapa de valor também sugerido, se refere ao diferencial do
produto/serviço ofertado posto que o mercado é bastante competitivo. Assim, faz-se
necessário se reinventar inovando constantemente de acordo com os desejos do seu
público-alvo para, então, apresentar vantagens competitivas em relação aos respectivos
concorrentes. Em suma: a capacidade de transformar ideias de inovação em práticas de
sucesso para atingir a sustentabilidade do negócio.

2.2 Sobre a Gestão da Criatividade

A literatura acadêmica sobre gestão da criatividade aponta como um processo


passível de gerenciamento e responsável pelo estímulo/incremento do fenômeno da
inovação (Freitas et al., 2014; KON, 2016; Muzzio, Paiva Júnior, 2014). Como
consequência, promove um aumento da competitividade da organização em questão
frente a seus concorrentes em função da vantagem competitiva adquirida em seu
segmento de atuação (Tidd, Bessant, Pavitt, 2015). Naturalmente, o almejado ambiente
criativo costuma estar presente em organizações atuantes, sobretudo, no segmento de
economia criativa. Contudo, se faz perfeitamente aplicável no caso analisado neste
estudo: o Nubank, uma startup brasileira no segmento de serviços financeiros que opera
a nível nacional única e exclusivamente de maneira digital.
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O que diferencia o Nubank das demais empresas concorrentes em seu
segmento é o modelo criativo de gestão. O que distingue uma gestão tradicional de uma
gestão criativa é que, na primeira, objetiva-se a rentabilidade econômica, enquanto na
segunda, valorizam-se a liberdade e a autonomia (Muzzio, 2016). É possível inferir que
a gestão tradicional parte de um modelo engessado, possuindo estruturas muito bem
definidas e com pouca margem para mudanças. Já a criativa, é marcada por sua
estrutura fluida, dinâmica e voltada para a mudança.

Em virtude do seu modelo de gestão e economia criativa, o Nubank, fundado


no final de 2013, contava, até o fim do segundo quadrimestre de 2017, com um número
de clientes ativos superior à ordem de um milhão, um número expressivo quando se
leva em consideração o pouquíssimo tempo de atuação no mercado (Revista Época
Negócios, 2017). Nesse sentido, negligenciar o gerenciamento da criatividade implica
perda de competitividade e de vantagem competitiva. Uma organização que assim o
faça, tende à obsolescência, pois seu ambiente não favorece novas ideias bem como a
transformação dessas em produtos/serviços isto é, a concepção do uso prático destas.
(Tidd, Bessant, Pavitt 2015).

A fim de gerenciar sua criatividade organizacional, o Nubank, busca dirigentes


capazes de alinhar criatividade à cultura da empresa, às suas lideranças e a seus
liderados de forma a integrar esses três fatores. Dessa forma, é possível fomentar
processos criativos no âmbito individual, grupal e organizacional, sendo o resultado
final proporcionado pela criatividade, fruto da interação entre esses níveis
organizacionais (Muzzio, 2016).

Fenômeno relevante no meio organizacional, a gestão da criatividade está


intimamente ligada à inovação, isto é, são indissociáveis, possuindo o gestor, papel
fundamental na condução desse processo de gestão da criatividade. Por se tratar de um
fenômeno recente, poucas empresas possuem a expertise necessária para lidar com sua
gestão de maneira eficiente e eficaz, traduzindo seus esforços em ganhos reais para a
organização (Freitas et al., 2014), e o Nubank mostrou que tudo isso é possível.
Segundo uma reportagem da StartSe, no início de março de 2018, a empresa alcançou
valor de mercado superior a um bilhão de dólares, tudo isso apenas cinco anos após sua
fundação. Essa conquista se deve, principalmente, pela cultura criativa e inovadora
difundida na empresa (StartSe, 2018). Dessa forma, se faz necessário analisar quais são

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esses elementos da gestão da criatividade do Nubank e em quais níveis organizacionais
estão presentes.

O primeiro deles é o nível individual. Um indivíduo criativo geralmente é


flexível, aberto a novas ideias e motivado. Agir criativamente consiste em tentar
problematizar em torno de algo ou buscar por soluções, fora do eixo comum de
raciocínio. Significa pensar por perspectivas e óticas distintas, à luz de um prisma
diferente. Esse mesmo indivíduo está inserido em um grupo, liderado por alguém e,
ambos (indivíduo e grupo), inseridos em uma organização, surgindo a necessidade de
integração entre as partes para que o compartilhamento de experiências, ideias e as
diferentes expertises sejam somadas, viabilizando a cadeia da criatividade
organizacional.

No nível grupal, a liderança tem o papel de desenvolver ou aprimorar a ação


criativa de seus liderados, isto é, fomentar o pensamento intrínseco à ação criativa
individual. Para que isso ocorra, é função do líder oferecer o suporte e a estrutura
adequada ao ambiente criativo, proporcionando um clima favorável, incentivando a
autonomia e provendo feedbacks construtivos à sua equipe. Tão importante quanto, é a
objetividade. Os objetivos estabelecidos pela liderança devem ser claros, de modo a
evitar ambiguidade. O processo criativo por si só é ambíguo, inseguro, subjetivo e
difícil de mensurar, por isso se faz necessário a clareza e objetividade de tal.

Por fim, no âmbito organizacional, a cultura será a grande responsável pela


criatividade organizacional. Isso se traduz em uma cultura que valorize interações
sociais entre os membros do Nubank, esteja aberta às novas ideias, incentive o
compartilhamento de informações e estimule seus funcionários a buscar através de
debates e brainstorming soluções por prismas distintos.

2.3 Impacto e dados que o comprovam o sucesso da economia criativa

Os impactos da economia criativa são inúmeros e majoritariamente positivos,


inclusive as empresas que utilizam-se desse tipo de economia possuem o apoio da ONU
(Organização das Nações Unidas) na UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento) e UNESCO (Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura) devido ao fato de que é uma economia
desenvolvimentista, sustentável e em ascensão (ONU, 2011).

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A UNCTAD divulga que entre 2000 e 2005, os produtos e serviços criativos
mundiais cresceram a uma taxa média anual de 8,7%, o que significa duas vezes mais
do que manufaturas e quatro vezes mais do que as indústrias, um percentual bastante
impactante. Além disso, ela afirma que essa economia reúne as atividades que têm na
cultura e criatividade, a sua matéria prima. Ou seja, os seus recursos não são escassos e
a evolução tende a ser constante. (UNCTAD, 2010)

O grande diferencial da Economia Criativa é que ela promove desenvolvimento


sustentável e humano e não mero crescimento econômico. Segundo a ONU (2014), O
PIB da indústria criativa brasileira chegou a R$ 126 bilhões no fim de 2013, ou o
equivalente a 2,6% do total produzido no país naquele ano. Representa avanço de 69,8%
em dez anos, acima dos 36,4% registrados pelo PIB nacional no mesmo período, mostra
pesquisa da Firjan do fim de 2014. Não há dados mais recentes, mas especialistas
afirmam que essa tendência se mantém.

Um exemplo local de economia criativa é o museu no Recife “O mundo lá de


casa”, que é um centro gastronômico, quase um pequeno oásis na verticalidade de
Recife, a casa do projeto “O mundo lá de casa” se consolida aos poucos como espaço de
respiro e desfrute na cidade. Ao mesmo tempo, um grupo de amigos está descobrindo
uma nova maneira de viver junto, no bairro do Hipódromo, Zona Norte do Recife. O
mundo lá de casa é mais um exemplo de modelos alternativos de economia que se
fortalecem sem contar com apoios externos de empresas ou de gestões públicas.
(Localizado no site: “por aqui.news”)

A cidade de São Paulo ocupa uma posição de destaque no cenário nacional: mais
de 9% de suas empresas dedicam-se a algum tipo de atividade criativa, empregando 140
mil pessoas em 2009, o que representa 3% de todo emprego formal da cidade, segundo
o estudo “Economia Criativa na Cidade de São Paulo: Diagnósticos e Potencialidades”.

Em resumo, os impactos da economia criativa são de promissores na economia


por terem um perfil totalmente diferente das economias tradicionais com recursos
escassos e que não prezam pela criatividade, sustentabilidade e desenvolvimento da
sociedade como um todo. Por isso, a economia criativa tem crescido exponencialmente
no atual mercado, pois, a sua maior preocupação não está focada no lucro, e sim, no
desenvolvimento como um todo como já supracitado anteriormente.

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3. SOLUÇÕES CRIATIVAS

O Nubank é uma startup que desenvolve soluções simples e digitais para


oferecer serviços financeiros que há muito tempo foram disponibilizados apenas por
grandes bancos, que cobram altas taxas e que oferecem uma experiência de usuário
questionável. Como afirmam em seu próprio site, o banco tem a intenção de redefinir a
relação das pessoas com o dinheiro, através de uma experiência mais eficiente e
transparente. Tecnologia, Design, Ciência de Dados e Experiência do Usuário são os
quatro pilares do Nubank e é através deles que o mesmo tem trazido uma revolução no
mercado brasileiro de cartões de crédito e, recentemente, também com dois novos
serviços, programa de pontos associado ao cartão de crédito e uma conta bancária com
algumas regalias (https://www.nubank.com.br/sobre-nos, recuperado em 02, julho,
2018).
A experiência negativa dos fundadores na relação com os bancos por causa de
algum serviço foi o motivo propulsor para a criação do Nubank em 2013
(https://www.nubank.com.br/imprensa, recuperado em 02, julho, 2018). Isentar-se das
altas taxas cobradas pelo mercado para a manutenção de um cartão de crédito e ainda do
transtorno de ter que recorrer a agências bancárias ou horas no telefone para resolução
de eventuais problemas era uma ideia extremamente atrativa para os idealizadores assim
como poderia ser expandida para a população. A resolução desse problema pôde
modificar ou, pelo menos, incomodar a forma como os grandes bancos brasileiros
enxergam a forma de oferecer serviços e produtos na era digital. O Bradesco, por
exemplo, lançou em 2017 seu cartão totalmente digital (goo.gl/hLgH7j, recuperado em
28, junho, 2018), como resposta ao mercado de fintechs, essas são startups que buscam
lançar novos produtos e serviços financeiros através de aplicativos para celulares, sendo
estes geralmente mais fáceis, didáticos e intuitivos de serem utilizados
(FINNOVATION, 2015). O que reforça a vantagem competitiva no segmento de
atuação (Tidd, Bessant, Pavitt, 2015).
Colocar em prática uma ideia tão inovadora e que pretende modificar algo tão
estável no mundo é um desafio enfrentado durante toda a história. Nesses casos, a
criatividade e inovação devem ser a matéria-prima para sua criação. A economia
criativa fez-se presente no processo idealizador e na operação do Nubank. O livro The
Creative Economy, de John Howkins, descreve a economia criativa como sendo
“atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e
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explorando seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam
criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a
criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos”.
O Nubank trouxe um cartão de crédito como solução à insatisfação com os
produtos que os Bancos oferecem. Através de capital intelectual e da tecnologia foi
possível criar um modelo de negócio sustentável, da idealização até a
operacionalização, que pôde ser oferecido a sociedade como um produto de qualidade,
contendo neste o oferecimento de crédito sem cobrança de taxa para manutenção como
anuidade ou outra taxa similar e além disso um total controle através de aparelhos
móveis (https://www.nubank.com.br/perguntas, recuperado em 02, julho, 2018). Esse
controle, através de uma plataforma multicanal, oferece gerência das compras e limite
oferecido e tudo isso através de um sistema totalmente focado na experiência do
usuário, através do design e da alta responsividade.
Ao reduzir a cobrança de anuidade, o Nubank tomou para si um problema que é
a diminuição da margem de lucro. Para isso foi necessário estruturar toda sua operação
para que fosse criado um negócio realmente sustentável e essa solução ratifica a
importância e presença da criatividade e do capital intelectual em sua implementação. A
startup decidiu por ter como maior parte da fonte de receita a taxa interchange. Toda
vez que o cliente faz uma compra no cartão de crédito, o lojista paga uma taxa de cerca
de 5%. Parte desse dinheiro vai para a máquina do cartão, outra parte para a bandeira
(no caso do Nubank é a Mastercard) e uma terceira parte vai para a Startup
(https://goo.gl/ReqsWM, recuperado em 29, junho, 2018).
O crescimento controlado, inexistência de agências físicas, entre outras
características proporcionam uma redução de custos para que no fim a receita seja
suficiente para suprir as necessidades da empresa. Todas essas medidas demonstram
total controle e conhecimento sobre como o modelo de negócio pode ser algo
sustentável. Alinhado a isso, a expertise gerada ao longo da operação é fundamental
para seu sucesso. (Freitas et al, 2014)
Quando se fala em serviço financeiro, automaticamente, é pensando em serviços
e produtos complexos e que estão agregados a uma burocracia exagerada. O Nubank
através do Design realiza estudos para questionar a complexidade dos serviços e como
eles podem ser simplificados através de seus meios digitais, promovendo assim uma
melhor experiência. “O design atravessa os elos da cadeia de valor correspondente ao
artesanato, à indústria e aos serviços, atuando como ferramenta de melhoria de aspectos
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funcionais, ergonômicos e visuais dos produtos” (SEBRAE, 2015). A Experiência do
Cliente, que também é dos pilares da empresa, diferenciando-se dos concorrentes, traz
agilidade, praticidade e uma real solução.
Rápido crescimento da empresa e da marca trazem consigo pontos positivos
como a maior aceitação e confiança por parte dos clientes brasileiros, que tendem a
serem conservadores quando o assunto é um serviço ou produto bancário, visibilidade
por bons profissionais, que se identificam com o propósito da empresa e que almejam
trabalhar nela, e de investidores. No entanto, o crescimento mesmo acentuado não tem
suprido a demanda que foi gerada. E isso é um grande problema que o Nubank hoje
enfrenta: oferecer crédito a todos que querem ser clientes.
O capital intelectual e a necessidade de prover um produto que faça a diferença
na sociedade e que proporcione satisfação (através do talento criativo) alinhados aos
pilares do Nubank (Tecnologia, Design, Ciência de Dados e Experiência do Usuário)
foram utilizados como sendo os principais recursos produtivos e isso permitiu a criação
de uma startup que além de cumprir seu papel inicial (de oferecer crédito ao cidadão
sem a cobrança de taxas), pôde impactar a forma como esse produto bancário é
oferecido no Brasil e como a sociedade o enxerga.

4. CONTEXTO NACIONAL E INTERNACIONAL DA ECONOMIA CRIATIVA

“A Administração não é, ainda, uma ciência exata. Ela lida com o acaso e com
as contingências de um mundo globalizado, em constante mudança e
evolução(ABDELAL; TEDLOW, 2003; ANDERSSON; WICTOR, 2003). Neste
contexto, a internacionalização proposta pela economia criativa proporciona e incentiva
empresas a desenvolverem uma alta capacidade em atender à demanda de seu setor
tanto nacional quanto internacionalmente. Dessa forma, devem seguir quatro pilares de
pesquisa em seus processos de aperfeiçoamento e criação de novos produtos ou serviços
que são: descobrimento, aprovação, avaliação e exploração de oportunidades.

Neste cenário, empresas adotam vantagens competitivas ao realizarem uma


pesquisa de mercado voltada para oportunidades ao redor do mundo em ordem
decrescente de importância no faturamento, para, assim, realizar parcerias de sucesso
em suma a buscar formas de melhorar seus processos internos como um todo. Além
disso, a internacionalização também estende-se a cocriação de conteúdo, ou seja,

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exportar material de empresas internacionais com um knowhow que represente alto
potencial para agregar valor ao produto/serviço ofertado pela empresa em questão.

Acerca das oportunidades ofertadas no Brasil, pode-se citar, por exemplo, a


Startout Brasil que representa um programa de apoio à inserção de startups brasileira
nos ecossistemas de inovação do mundo (EMPREENDEDORISMO MACKENZIE,
2017). Este apoio engloba diversos serviços como mentoria com especialistas no
mercado para identificar o público-alvo e os seus principais concorrentes em nível
global. “Sou eternamente grata por nos permitirem vivenciar a primeira etapa da nossa
internacionalização de forma tão estruturada, tão organizada.”- Ana Júlia Moreira, 4
MILK. Logo, visa esclarecer as práticas de sucesso para, assim, a startup em questão
criar vantagens competitivas e se destacar em sua área de atuação.

4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O estudo tem como base artigos científicos sobre o tema Economia Criativa,
com ênfase nos estudos realizados no campo da Administração. A metodologia utilizada
é uma versão bastante simplificada do método de Pesquisa Bibliométrica, que
originalmente alia análises quantitativa e qualitativa de pesquisa. Bibliometria é descrito
no livro Bibliometria Teoria e Prática de Edson Nery da Fonseca como sendo: “A
Bibliometria será a parte definida da Bibliografia que se ocupa da medida ou da
quantidade aplicada ao livro” (FONSECA, 1986, p. 20). O autor também sugere o
questionamento de “Como empreender novas pesquisas sem saber o que já foi realizado
neste domínio?” (FONSECA, 1986, p. 54).
Outras obras mais recentes sobre pesquisa bibliométrica são sistemáticas, como
a versão resumida do texto Como Fazer Revisão Sistemática e Análise Bibliométrica, de
Alessandro Vieira dos Reis (201?) e o texto publicado em 2016, Passo-a-Passo para a
Revisão Sistemática e Bibliometria Utilizando a Ferramenta Endnote. V3.00 de
Fernandes e Ferenhof. A primeira, sintetiza o método em um quadro com nove etapas
que abrangem desde a escolha das bases de dados até a obtenção de gráficos e
elaboração de relatórios. Já a segunda, detalha o método incluindo o uso da ferramenta
Endnote em sua versão 3.00. Cita-se também a obra de Pedro Mattos, Bibliometria: A
Metodologia Acadêmica Convencional em Questão, em que se discute os limites do
método.

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Apesar da definição explanada por Fonseca (1986) e do que propõem Reis
(201?), bem como Fernandes e Ferenhof (2016), o estudo privilegiou a análise
qualitativa, escolhendo-se os artigos principalmente pela relação do seu tema com a
Economia Criativa. Como segundo critério, utilizou-se o ano de publicação e portanto,
os artigos mais recentes foram privilegiados considerando-se que estudos mais novos
muito provavelmente usaram os mais antigos como base. Dessa forma, esse critério está
de acordo com o que Fonseca propõe sobre pesquisa bibliométrica. Além disso,
Economia Criativa, assim como os demais assuntos na área de inovação, é um tema
comumente inserido e também resultado de contextos dinâmicos, o que implica a
necessidade de consultar fontes recentes sobre o assunto.
Foram escolhidas três bases de dados para identificação dos artigos
relacionados à temática: ANPAD, Scielo e Spell. O critério de escolha desses três
portais foram a relação deles com o ramo da Administração. Obviamente, é possível
expandir essa base de dados, mas para o propósito deste estudo a quantidade, relevância
e consistência dos artigos encontrados já são satisfatórios. Assim, utilizando-se o
construto “Economia Criativa” foram identificados ao todo 34 artigos e 2 deles
apareceram nos resultados de pesquisa tanto do Scielo como do Spell.

Tabela 4.1 - Artigos encontrados e escolhidos com o construto “Economia Criativa”

Base de dados ANPAD SCIELO SPELL

Artigos 7 14 16
encontrados

Artigos escolhidos 3 4 7

Fonte: Elaborado pela equipe, 2018.

É possível ampliar os resultados da pesquisa utilizando-se variações do


construto “Economia Criativa” em inglês, espanhol e, principalmente, em português,
incluindo temas relacionados como “Gestão da Criatividade”. Na tentativa de encontrar
resultados mais específicos, porém, foram utilizados construtos como “Economia
Criativa Nubank”, “Economia Criativa Banco”, “Economia Criativa Setor Bancário”,
“Economia Criativa Setor Financeiro” e não foram obtidos resultados satisfatórios.
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Dessa maneira, a base de dados foi ampliada com a inclusão do Google
Acadêmico, que apesar de apresentar resultados para as buscas, identificou apenas
menções ao Nubank em temas relacionados à Economia Criativa e não especificamente
combinando as duas temáticas. Em seguida à identificação dos 34 artigos, foram
escolhidos aqueles de fato utilizados para o estudo. Nessa escolha, leram-se os títulos
dos artigos e quando necessário, também seus resumos.
A análise realizada, portanto, foi qualitativa, considerando-se a ligação do
título e/ou resumo dos artigos com a temática ‘Economia Criativa’. A relação entre o
tema Economia Criativa e o Nubank foi o objeto de investigação e além dos artigos
encontrados, o site do Nubank e portais de notícia relevantes serviram como fonte de
conteúdo. Os artigos ou demais fontes foram escolhidos com base principalmente nas
leituras do decorrer do componente curricular Gestão da Inovação Tecnológica, do
curso de Administração UFPE, para o qual esta pesquisa foi desenvolvida.
A partir dos resultados da pesquisa bibliométrica é possível inferir que há
escassez ou provável inexistência de produções científicas que relacionem a temática da
Economia Criativa com o ramo financeiro ou mais especificamente, com o Nubank. Isso
se explica porque o banco não apenas está em operação há poucos anos, o que implica
limitado acervo de estudos sobre a empresa, como também o ramo financeiro é
raramente associado à Economia Criativa. Apesar disso, o impacto do Nubank no setor
bancário mobiliza a imprensa e a própria academia a gerar conteúdo sobre o banco e
isso propiciou a identificação das fontes citadas no estudo para além dos 34 artigos
encontrados.

6. ANÁLISES DOS DADOS

A princípio, de acordo a consulta à base de dados da Anpad, Spell, Scielo e


mesmo à ferramenta do Google Acadêmico, há uma carência de artigos científicos no
tocante à relação entre economia criativa e setor financeiro. Identificou-se uma distância
da relação entre o setor financeiro e a economia criativa, sobretudo no que tange os
objetivos de um modelo de gestão tradicional - que visa lucros em primeiro lugar - e os
objetivos de uma gestão criativa - que busca um maior grau de liberdade e autonomia -
(Muzzio, 2016) por tanto, tornou-se objeto de uma análise mais aprofundada a respeito.
Assim sendo, O enfoque das análises teve como intuito trazer o modelo de gestão
criativa à ótica do setor financeiro, provando que é possível uma economia criativa
nesse ramo conforme aponta o número de clientes superior a um milhão de cadastrados
14
e valor de mercado estimado em mais de um bilhão de dólar, tudo isso em um curto
espaço de tempo de exercício, pouco mais de cinco anos, da startup.

Percebeu-se também que nesta base teórica, que aborda a economia não
tradicional, vem propondo uma matriz hegemônica de transformação social com quatro
formas de capital consideradas amplamente determinantes para a sustentabilidade do
capital criativo, compostas por: humano, estrutural, institucional e social; a qual visa à
integração dos indivíduos, estimula a criatividade, a integração, promove um clima
favorável, bastando ter uma gestão efetiva e, inclusive, o Nubank apoia o movimento
LGBT, conforme post no facebook:

Figura 1 - Post do dia 07 de julho de 2018

Fonte: facebook.com/nubank brasil

Visto que, segundo uma reportagem da StartSe, a Nubank é um exemplo disso


pelo fato de que no início de março de 2018, a empresa alcançou valor de mercado
superior a um bilhão de dólares, tudo isso apenas cinco anos após sua fundação. Essa
conquista se deve, principalmente, pela cultura criativa e inovadora difundida na
empresa (StartSe, 2018).

15
A teoria crítica é um empreendimento humanístico interessado tanto em criticar
formas existentes de poder quanto em explorar possibilidades para emancipação e
transformação social através de um banco com práticas da economia criativa. De fato,
para Mumby (2010), são as pessoas que constroem a organização e formam sua
reputação e imagem. Por isso a preocupação dos gestores do Nubank em investir
principalmente em tecnologia, desenvolvimento e bem-estar dos funcionários, diferente
da economia tradicional. A cultura corporativa da Nubank reflete a capacidade das
organizações de fazer com que os funcionários persigam ativamente e internalizem a
visão de mundo da corporação, para que isso se manifeste no nível externo. Essa
“colonização” molda até o que se conta como conhecimento sobre nós mesmos e o
mundo.

Para Baldissera (2009), as organizações são produto e produtoras da sociedade,


ou seja, ao mesmo tempo em que são resultado da ação sociocultural, também são suas
construtoras. Elas estão em constante transformação em relação aos sujeitos e à
sociedade, em um processo permanente de (des/re)organização. Portanto, elas adquirem
a cultura do grupo social em que se inserem e influenciam o imaginário deste mesmo
grupo. O lugar da comunicação “é o lugar da fala, da interação, da geração de
conhecimento” (MARCHIORI, 2010)

Ou seja, o grande diferencial desse tipo de economia está na diferente prática de


gestão: a gestão tradicional, que objetiva-se da rentabilidade econômica e a gestão
criativa que valoriza-se a liberdade e a autonomia, essa segunda põe como foco
principal a sustentabilidade, que é um grande diferencial já que números apresentados
pela OAB mostram que, apenas um por cento das empresas brasileiras conseguem sair
da recuperação judicial e se tornarem novamente sustentáveis (JUSBRASIL, 2017).

Os recursos utilizados nela são ilimitados já que são majoritariamente


intelectuais. Assim, precisam ser muito bem administrados posto que o mau
gerenciamento de equipes com ideias fora do papel pode ser prejudicial à empresa
devido ao excesso de ideias gerada pela criatividade. Nesse tipo de economia é
imprescindível o efetivo controle da criatividade para não acarretar na perda da
sustentabilidade, competitividade e de vantagem competitiva.

O Nubank apresenta na prática uma experiência diferenciada do atual sistema


bancário devido à diminuição da burocracia, da facilidade de acesso aos serviços

16
financeiros por canais digitais, e a diminuição, ou até a isenção de tarifas e taxas que são
cobradas nos bancos tradicionais. Ou seja, ela obteve um crescimento exacerbado em
comparação aos tradicionais bancos existentes, não só por isso, mas também pelo seu
serviço prestado ser um grande diferencial e um grande exemplo de organização que
pode e deve ser seguido para evolução constante da sociedade como um todo já que ela
utiliza-se, por exemplo, de práticas que valorizam as opiniões dos integrantes dela,
como a prática de feedbacks constantes para a melhoria contínua, do pensar nos
colaboradores, como a criação da mini Copa do Mundo em seu escritório já visando
agradá-los (Revista Exame, 2018):

Figura 2 - Post do dia 07 de julho de 2018

Fonte: facebook.com/nubank brasil

Outra crítica ao Nubank seria a dificuldade de encontrar informações sobre a


cultura do banco por ainda estar muito limitada no site, por exemplo. Ou seja, seria
importante visitar a sede dele e realizar pesquisas como entrevistas, a fim de entender
melhor o processo de concepção de ideias e outros elementos que pudessem ratificar a
relação entre Nubank e economia criativa.

Além dessa, os clientes criticam a dificuldade das limitações no que tange às


atividades que esse banco exerce, como por exemplo, para pagamento de boletos.
17
Quanto a isso, os bancos tradicionais ainda permanecem como necessários para tal.
Também há reclamações sobre a demora da adesão ao cartão Nubank. Um site
tradicional sobre reclamações avalia o banco como “bom” nos últimos 6 meses,
conforme imagem abaixo com nota de 6,37:

Figura 3 - Post do dia 07 de julho de 2018

Fonte: https://www.reclameaqui.com.br/empresa/nubank/

Ou seja, apesar das reclamações pontuais, o banco busca atender aos clientes e
busca manter uma boa reputação para com eles.

7. CONCLUSÃO

No que diz respeito ao problema desta pesquisa “A Economia Criativa numa


empresa do Setor Bancário: o caso do banco virtual Nubank”, o presente trabalho teve
como propósito discutir a Economia Criativa através do método de Pesquisa
Bibliométrica com análises quantitativa e qualitativa do conteúdo aplicado diretamente
ao setor financeiro da empresa do setor bancário analisado: banco virtual Nubank. Para
isto, foram exploradas literaturas internacionais e nacionais com diferentes autores com
opiniões convergentes que abordaram os impactos no setor financeiro, os quais apoiam
e falam positivamente à respeito da economia criativa por ela aumentar a
competitividade da organização, frente a seus concorrentes com o uso constante da
inovação (Tidd, Bessant, Pavitt, 2015); por valorizar a liberdade e a autonomia na
gestão da organização (MUZZIO, 2016); pela cultura criativa e inovadora difundida na
empresa (StartSe, 2018), dentre muitas benesses.

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Foi analisado o tipo de gestão do Nubank, que é diferente da gestão tradicional,
e visa fomentar o pensamento intrínseco à ação criativa individual, valorização da
cultura e das interações sociais. O gestor atua no processo da gestão da criatividade dos
seus colaboradores. Diferentemente da tradicional que é uma gestão engessada e muitas
vezes não possui como intrínseco em sua cultura o apreciamento da criatividade e a
participação dos funcionários.

Os impactos causados por isso são de promissores na economia, principalmente


pelo fato de que a maioria dos recursos utilizados na economia criativa não são escassos
por fazerem uso da criatividade, sustentabilidade, inovação que são recursos ilimitados
e precisam ser geridos para filtrá-los para usabilidade. Isso quer dizer que o capital
intelectual é bastante cultivado, alinhado aos pilares do Nubank, que oferece crédito ao
cidadão sem cobrança de taxa, caso esteja em dia, e impacta positivamente na sociedade
brasileira.

Com esse cenário globalizado devido ao uso exclusivamente digital desse setor
financeiro, a internacionalização da empresa estende-se através do know-how para
agregar valor a ela com a vantagem competitiva.

Neste sentido, conclui-se que a Nubank, nesta análise abrangeu-se um teor mais
qualitativo, encontra-se em um estágio inicial dos primeiros passos dados pela
economia criativa no país, mas já obteve muito sucesso utilizando-se da economia
criativa. Sugerimos mais estudos à respeito desse tipo de economia, visto que isso será
essencial para melhoria dos serviços e satisfação dos clientes no setor financeiro.
Consequentemente, para toda e qualquer organização que objetivar ser uma empresa
com o perfil da economia criativa utilizando-se de inovação, criatividade e
sustentabilidade gerando um acentuado impacto na economia do país.

19
7. REFERÊNCIAS

BENDASSOLLI, Pedro F. et al. Indústrias criativas: definição, limites e


possibilidades. 2009.
CASTRO, Francisco Gómez; FIGUEIREDO, Luiz Fernando. A economia criativa
como proposta de valor nos modelos de negócio. NAVUS - Revista de Gestão e
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<https://www.istoedinheiro.com.br/os-bilhoes-do-nubank/>. Acesso em: 03 Jul,
2018.

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com receita de r$ 236 milhões. Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/empresa/noticia/2017/08/nubank-tem-mais-de-1-
milhao-de-clientes-e-fecha-1-semestre-com-receita-de-r-236-milhoes.html>. Acesso
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FENNER, Priscila. Comunicação humanizada como fator de posicionamento de


marca - o caso do Nubank. Disponível em:
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/157383/001013076.pdf?sequence=
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