A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

O grande tema da Reforma Protestante de 1517.

A doutrina pela qual a igreja cai ou fica em pé – Lutero.

O que Jesus ensina sobre ela:

9. Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se

considerarem justos, e desprezavam os outros:

Essa parábola é uma crítica a quem se considera justo e, na verdade, não é. Quem se
considera justo, confia em si mesmo e despreza o próximo.

 O que significa ser justo: ser exatamente quem se deveria ser/ viver o padrão de
Deus.

 Jesus não diz que estas pessoas eram justas, mas que se consideravam justas.

 Estas pessoas confiam em si. Elas não acreditam na misericórdia ou na graça de

Deus, mas em seus méritos.

 Se consideram justas, mas desprezam o próximo. Isto é, tratavam as outras

pessoas como insignificantes, como nada, como seres inúteis e desprezíveis. [Se
nos vemos como superiores ao próximo é óbvio que o desprezaremos]

OS PERSONAGENS SÃO APRESENTADOS

10. Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro,
publicano.
  O Templo: local sagrado, aberta a homens e mulheres, onde Jesus e os apóstolos
ensinavam, onde também se podia orar. Fica num local superior, pois os homens
sobem, ascendem, a ele.

 Orar: Fazer petições à Deus. Os dois foram fazer algo bom.

 Fariseu: aquele que é separado. Buscavam praticar a lei em tudo. Mas essa
atitude se tornou mecânica, falsa, e motivada por orgulho. Por isso, com
frequência, Jesus fazia oposição a eles.

 Publicano: aquele que recolhe impostos para o governo. Era uma classe odiada.

o Os judeus viam um publicano como um traidor pois estava servindo

Roma. Também eram conhecidos por sua avareza e crueldade.
o Eram colocados no mesmo nível dos piores pecadores, dos idólatras e das
prostitutas.

UMA ORAÇÃO INÚTIL É APRESENTADA.

11. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te
dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos, e adúlteros, nem
ainda como este publicano; 12. Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo
quanto ganho.

 Orava de si mesmo para si mesmo. Duas ideias surgem desta afirmação.

o A primeira: sua oração não chega a Deus.
o A segunda: ele era seu próprio deus.
  Não sou como os demais homens. Ele não se compara Deus, mas pecadores
mais explícitos: ladrões, imorais e publicanos. Chama os outros homens de
“sobra, resto”.

 Jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. Ele pensa
ser aceito por Deus por causa de seus jejuns e dízimos. Ele confia em si mesmo.

UMA ORAÇÃO PODEROSA É APRESENTADA.

13. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao
céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!

 Longe. O publicano estava longe do Templo em si. Estava no pátio, mas não se
considerava digno de chegar perto da Casa do Senhor.

 Não ousava levantar os olhos ao céu. Naquela cultura, se orava olhando em

direção ao céu – o lugar da habitação de Deus. Mas o publicano não se
considera digno de, ao menos, olhar para cima.

o A palavra “ousar” é literalmente querer. Ele não queria, pois não se

sentia digno.

 Batia no peito. Um sinal de auto desprezo e profunda tristeza. Ele lamenta por
ser quem é.

 Pecador. Alguém dominado pelo pecado, dedicado a certa prática que Deus
odeia.

o Isto é uma confissão.

 “Sê propício a mim!”.

 o A NTLH traduz: “tenha pena de mim”. A ARC traduz como: “tem
misericórdia de mim”. Contudo, a palavra “propício” vai além disto.

o Algo deve ser cuidadosamente notado:

o Ser propício é fazer propiciação. Esta é uma das palavras mais

importantes da Bíblia. O que é a propiciação:

o Propiciação é um sacrifício que recebe a ira de Deus e que, assim, nos

torna propícios a Deus.

o No Templo se ofereciam sacrifícios. Os sacerdotes sacrificavam animais

para que o povo fosse perdoado.

 “Sem derramamento de sangue, não há remissão” – Hebreus

9.22
o O publicano entendeu que é perdoado e abençoado porque um animal
inocente foi sacrificado em seu lugar.

o Uma possível tradução do “Sê propício” é: “Ó Deus, por meio de um

sacrifício de sangue, me reconcilie contigo!”.

o Aqui está a grande diferença entre o Fariseu e o Publicano.

 Um acredita que Deus o aceita com base em suas obras (vida

moral correta, dízimo, jejuns).
 Um acredita que Deus o aceita com base no sacrifício (que
apontava para o perfeito sacrifício que seria feito: Jesus.)

14. Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o
que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.
  Desceu justificado. Passou a ser considerado justo. Diante de Deus, ele é visto
como justo. Ele entrou em paz com Deus, foi aceito por Deus.
o Deus o aceitou porque ele confessou ser pecador, indigno do seu amor,
mas creu que pelo sacrifício de um inocente, seria perdoado e
abençoado.

 O que se exalta será humilhado.

o O Fariseu confiou em seus méritos, e foi rejeitado.

 O que se humilha será exaltado.

o O Publicano confiou no sacrifício propiciatório e foi aceito.

O QUE APRENDEMOS DISTO.

 Em qual sacrifício devemos confiar ?

o O sacrifício de Jesus é o sacrifício perfeito.
o Os antigos sacrifícios eram apenas simbologias que apontavam para o
verdadeiro sacrifício que seria feito: o de Cristo.
o Hoje não precisamos mais do Templo ou de sacerdotes que derramem o
sangue de cordeiros.
o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (João 1.29) já foi
sacrificado em nosso lugar!
o Como diz o apóstolo João: “Ele é a propiciação dos nossos pecados” 1
2.2
o Por meio dele, somos propícios a Deus, somos agradáveis a Deus.
o Pela fé nos tornamos justos:
 “Por meio dele (Jesus), todo aquele que crê é justificado de
todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela
lei de Moisés” – Atos 13.39
 “O justo viverá pela fé” – Romanos 1.17
  “Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus por meio de
nosso Senhor Jesus Cristo” – Romanos 5.1
 “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira” – Romanos 5.9
 “Temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados
pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei,
ninguém será justificado” – Gálatas 2.16
 “afim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus
herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” – Tito 3.7

 Isso significa que as obras não importam ?

“pelo fruto se conhece a árvore” – Mateus 12.33
Quem verdadeiramente confia no sacrifício de Cristo, tem sua vida
transformada.

 Uma nítida mudança: quando creio que sou aceito por Deus com base no
sacrifício de Cristo, venço o orgulho! Esta é única forma.

 O que significa ser protestante:

Significa crer nisto: somos justificados unicamente pela fé no sacrifício de

Cristo.