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UNIVERSIDADE DO PLANALTO

CATARINENSE (UNIPLAC)

CLÉBER AUGUSTO BUFFON

ENSAIOS DE SOLOS PARA PAVIMENTAÇÃO

LAGES
2014
CLÉBER AUGUSTO BUFFON

ENSAIOS DE SOLOS PARA PAVIMENTAÇÃO

Relatório de estágio
apresentado à Coordenação
do Curso de Engenharia Civil
da Universidade do Planalto
Catarinense – UNIPLAC –
como requisito necessário para
obtenção do grau de Bacharel
em Engenharia Civil.

LAGES
2014
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Curva de compactação..................................................................................2


Figura 2 – Curva de compactação em diferentes solos................................................4
Figura 3 – Curva Típica CBR de Pressão x Penetração................................................5
Figura 4 – Detalhe da tabela proposta pelo dner na sua normativa..............................9
Figura 5 - Tabela de classificação CBR......................................................................15
Tabela 01 – Compilada da NBR 7182-86.......................................................................3
Tabela 02 - Dados gerais das amostras de solo............................................................10
Tabela 03 - Cápsulas de solo.........................................................................................10
Tabela 04 - Teor de umidade de solo............................................................................11
Tabela 05 - Massa específica aparente do solo seco....................................................11
Tabela 06 - Teste CBR....................................................................................................13
Tabela 07 - Teste CBR com valores corrigidos..............................................................14
Tabela 08 - Cálculo do CBR.........................................................................................15
Gráfico 01 - Curva de Compactação..............................................................................11

Gráfico 02 - Diagrama Pressão x Penetração do teste CBR.........................................13


Gráfico 03 - Diagrama Pressão x Penetração do teste CBR corrigidos.........................14
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 1

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 2

2.1. Ensaio Proctor Normal.................................................................................... 2

2.2. Ensaio CBR (California Bearing Ratio) ou ISC (Índice de Suporte Califórnia) . 4

3. METODOLOGIA .....................................................................................................6

3.1. Ensaio de compactação.......................................................................................6

3.2. Ensaio de determinação do índice de suporte Califórnia ................................ 8

4. ANÁLISE E RESULTADOS ................................................................................. 9

4.1. Compactação (Proctor)....................................................................................9

4.2. CBR.............................................................................................................. 13

5. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 16

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 17
Resumo

Neste trabalho será determinado através de um ensaio de compactação chamado


Proctor normal, o peso especifico de um solo previamente coletado e sua umidade
ótima, logo em seguida será realizado o ensaio de CBR (California Bearing Ratio) que
visa determinar a pressão que será necessária para produzir uma penetração de um
pistão num corpo de prova de solo compactado, para que deste modo a capacidade
de suporte de um solo compactado seja encontrada.

Palavras-chaves: Compactação, solo, capacidade de suporte.


Abstract

This work will be determined through a test called standard Proctor compaction, the
specific gravity of a previously collected soil and its optimum moisture content, then
immediately testing CBR (California Bearing Ratio) which aims to determine the
pressure that will be held will be required to producing a penetration of a piston in a
specimen of compacted soil, so that the bearing capacity of a compacted soil is
encountered.

Keywords: Compression, soil bearing capacity.


1

1. INTRODUÇÃO

O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração do


remanejamento e da organização do material original (rocha, sedimento ou outro solo),
sob a ação da vida, da atmosfera e das trocas de energia que aí se manifestam, e
constituído por quantidades variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não
saturada e saturada, ar e organismos vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos,
protozoários, invertebrados e outros animais (CETESB).
Para estudo do solo são realizados vários ensaios, sendo que para determinar
a capacidade de suporte de um solo compactado pode ser usado o método do índice
de suporte, que fornecerá o Índice de Suporte Califórnia, também conhecido como
CBR. Antes da realização do CBR, é necessária a execução de um ensaio de
compactação, na qual se optou pelo ensaio Proctor normal.
Esse trabalho tem como objetivos:
• Determinação da correlação entre o teor de umidade e o peso específico seco
do solo compactado, através do ensaio tipo Proctor normal;
• Determinação da pressão necessária para produzir uma penetração de um
pistão num corpo de prova de solo compactado, através do método do ensaio
CBR.
2

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. Ensaio Proctor Normal

O Ensaio Proctor Normal visa conhecer as propriedades de teor de umidade,


peso específico seco e energia de compactação. Os dados extraídos através deste
ensaio são aplicados em execuções de aterros, camadas constitutivas de pavimentos,
fundações, muros de arrimo, barragens, entre outros. A importância do controle da
compactação dos solos está na busca em melhorar as propriedades do solo, para que
o mesmo tenha homogeneidade e estabilidade. Através da compactação aumenta-se
a resistência do solo, diminui a permeabilidade e a deformabilidade com a redução do
volume vazios.
Conforme Ralph Proctor (1933) “... a densidade que um solo atinge quando
compactado sob uma dada energia de compactação depende da umidade do solo no
momento da compactação’’.
R. Proctor desenvolveu o ensaio que determina experimentalmente a curva de
compactação de um solo, tendo se massa específica seca (g/cm³) x teor de umidade
(%).

Figura 1 – Curva de compactação (Compactação - Rita Moura Fortes)

A imagem anterior representa uma curva de compactação onde podemos ver a


densidade máxima alcançada e o teor de umidade ótimo para alcançar essa
densidade.
Faz-se a umidificação do solo e posteriormente é aplicada a compactação, à
medida que o teor de umidade aumenta acontece uma lubrificação dos grãos, os
mesmos se rearranjam de forma que com a energia aplicada o volume de vazios
diminui e a massa específica aumente, podemos observar esse comportamento no
‘ramo seco’. O teor de umidade e a densidade aumentam até chegar no pico,
3

posteriormente o solo está no ‘ramo úmido’ onde a umidade chegou em um ponto que
os espaços entre os grãos são preenchidos por água que possui uma densidade
menor que o solo, assim a massa específica aparente no solo também diminui.
O ensaio Proctor é normatizado pela NBR 7182-86, onde determina a energia
de compactação, classificando em normal, intermediária e modificada.

Características
Energia
inerentes a
Cílindro cada energia
de Normal Intermediária Modificada
compactação
Soquete Pequeno Grande Grande
Número de
3 3 5
camadas
Pequeno
Número de
golpes por 26 21 27
camada
Soquete Grande Grande Grande
Número de
5 5 5
camadas
Número de
Grande golpes por 12 26 55
camada
Altura do disco
espaçador 63,5 63,5 63,5
(mm)
Tabela 1 – Compilada da NBR 7182-86

Conforme a granulometria do solo observa-se curvas de compactação mais


abertas ou mais fechadas.
4

Figura 2 – Curva de compactação em diferentes solos. Disponível em:


<http://www.civilnet.com.br/Files/MecSolos2/Compacta%E7%E3o%20dos%20Solos.pdf>

2.2. Ensaio CBR (California Bearing Ratio) ou ISC (Índice de Suporte


Califórnia)

Este ensaio foi criado pelo Departamento de Estradas de Rodagem da


California (USA), mede a resistência à penetração de uma amostra anteriormente
saturada e compactada pelo método de Proctor.
Através deste ensaio é feita uma relação entre a pressão produzida na
penetração de um pistão em um corpo de prova de solo e a pressão produzida na
penetração de uma mistura de brita granulometricamente estabilizada, onde a relação
é apresentada em porcentagem.
No Brasil o ensaio é padronizado pelo DNER, através da norma rodoviária
DNER-ME 049/94, e também pela NBR 9895-87. A importância desse ensaio está na
determinação do valor relativo do suporte de solos, que é utilizado para dimensionar
pavimentos flexíveis de rodovias, obtendo-se a espessura do pavimento necessário
para suportar a carência do subleito considerando sua capacidade portante.
Determina-se a espessura das camadas do pavimento para que as tensões
geradas pelo tráfego sejam transmitidas para o subleito sem deformações excessivas
e ruptura.
5

O CBR mede a resistência de solos com umidade e densidade conhecidas,


assim o índice de capacidade de suporte não é um valor constante, esta relacionado a
uma condição de moldagem do material.
O ensaio é constituído de três etapas, compactação do solo em corpos de
prova através do ensaio de Proctor, cálculo de expansão através da imersão do corpo
de prova em água e ensaio de penetração.
Conforme Mariano Pinto (2008) “...o ensaio deCBR é um ensaio empírico que permite
a avaliação do comportamento do solo sobo ponto de vista da resistência e
deformabilidade, por meio de um único índice”.

Figura 3 – Curva Típica CBR de Pressão x Penetração (Manual de Pavimentação –


DNIT 2006)

Valores recomendados conforme Manual de Pavimentação – DNIT 2006:


6

3. METODOLOGIA

3.1. Ensaio de compactação

Com uma pá foi extraída uma amostra com cerca de 30kg de solo em um
terreno localizado na cidade de São Joaquim. O tempo encontrava-se ensolarado,
porém, o solo extraído apresentava um bom nível de umidade.

Após a extração, a amostra foi encaminhada ao 10ºBEC e permaneceu em


repouso em seu estado natural durante três dias. Como no momento da retirada da
amostra as condições climáticas eram favoráveis e o solo não encontrava-se
encharcado, foi possível iniciar os ensaios com o solo em estado natural, dispensando o
uso da estufa para retirada do excesso de umidade.
Foi realizado o ensaio de compactação para encontrar a umidade ótima da
amostra de solo em estudo. Para execução do ensaio de compactação foram
necessários os seguintes equipamentos:

Molde cilíndrico metálico com extensor (dimensões aproximadas de 15,24cm


de diâmetro e 17,78cm de altura);
Base metálica perfurada para o molde cilíndrico;
Régua de aço biselada (com aproximadamente 30cm);
Disco espaçador metálico (com aproximadamente 6,4cm);
Soquete metálico (com altura de queda e peso aproximado de 45,75cm e
4,54kg respectivamente);
Filtro de papel circular;
Paquímetro;
Balança;
Estufa;
Cápsulas de alumínio com tampa;
Acessórios em geral como bandejas, baldes, espátulas e colheres.

Para começar o ensaio e dar início a primeira etapa, foi necessário destorroar e
homogeneizar toda a amostra que já encontrava-se seca ao ar. Este serviço foi
executado com a ajuda de bandejas e espátulas de aço e só foi finalizado quando o
solo encontrava-se completamente destorroado. É importante salientar que nesta
parte do ensaio foram separados e eliminados os fragmentos rochosos e os resíduos
orgânicos.

Após a preparação da amostra,tornou-se necessário anotar os parâmetros


característicos do molde cilíndrico em estudo. Com o auxílio de uma balança foi
realizada a pesagem e com a ajuda de um paquímetro foram retiradas as medidas
exatas do molde metálico. Feita a caracterização do molde, foi realizada sua
7

montagem na base metálica, inserido o disco espaçador e o papel filtro e realizada a


compactação do solo em cinco camadas aproximadamente iguais.

Cada camada recebeu doze golpes do soquete metálico distribuídos


uniformemente sobre sua superfície. Após a conclusão dos 60 golpes distribuídos
igualmente nas camadas, foi retirado o extensor (cilindro complementar) e com a ajuda
da régua biselada foi realizado o rasamento do excesso de material deixando a
amostra com a altura exata do molde. Na sequência, o molde foi retirado do suporte e
foi realizada a pesagem do conjunto molde metálico e solo compactado. Subtraindo-se
o peso do conjunto do peso do molde, e dividindo o valor encontrado pelo volume do
molde, foi possível encontrar a densidade do solo compactado em umidade natural.

Para concluir esta etapa do ensaio, foi separada uma amostra do solo em
umidade natural e feita a pesagem da mesma em uma cápsula de alumínio com
massa conhecida. Posteriormente esta pequena amostra com cerca de 100g foi
encaminhada à estufa para que fosse possível definir a porcentagem de umidade
contida no solo e a massa específica aparente do solo seco.
8

Após a conclusão da primeira etapa, com objetivo de aumentar a umidade da


amostra, foram adicionados 200ml de água em uma amostra de 5kg de solo com o
propósito de encontrar a umidade ótima do solo em estudo. Depois da completa
homogeneização dos 200ml de água nos 5kg de solo, foi necessário repetir todos os
processos descritos na primeira etapa. Na conclusão da segunda etapa, encontrou-se
um valor de densidade levemente menor que a densidade encontrada no ensaio
realizado no solo com densidade natural.
Como a diferença entre as duas densidades encontradas foi pouco
representativa, o grupo optou por realizar todos os procedimentos novamente com o
objetivo de ratificar o resultado encontrado na segunda etapa. Porém, para realização
da terceira etapa foi aumentada ainda mais a umidade do solo.
Em uma outra amostra de 5kg, foram adicionados 400ml de água e dado início
a todos os procedimentos novamente. Após a conclusão da terceira etapa foi
encontrado um valor de densidade consideravelmente inferior ao valor encontrado na
primeira etapa, ou seja, o grupo pode concluir que a umidade ensaiada mais próxima
da umidade ótima era a que o solo possuía em estado natural.
Concluído isto, foi finalizado o ensaio de compactação do solo, porém, o
cilindro com a amostra de solo utilizada na primeira etapa foi montado invertido no
suporte sem o disco espaçador, e no local do disco foram adicionados pesos
metálicos. Na sequência, todo o conjunto foi submerso em água e permaneceu em
repouso durante 7 dias.

3.2. Ensaio de determinação do índice de suporte Califórnia

Para execução deste ensaio, foram necessários os seguintes equipamentos:

Molde cilíndrico metálico com extensor (dimensões aproximadas de 15,24cm


de diâmetro e 17,78cm de altura);
Base metálica perfurada para o molde cilíndrico;
Disco espaçador metálico (com aproximadamente 6,4cm);
Soquete metálico (com altura de queda e peso aproximado de 45,75cm e
4,54kg respectivamente);
Disco anelar de aço para sobrecarga (cada par com aproximadamente 2,27kg);
Extensômetro com tripé;
Prensa para determinação do índice de suporte Califórnia;
Balança;
Filtro de papel circular;
9

Como o solo já estava devidamente moldado e submerso em água com uma


sobrecarga de quatro disco anelares de aço que simulavam o peso do pavimento, foi
necessário retirar o molde da água e deixar escorrendo durante 15 minutos. Após o
escoamento da água foi realizada a pesagem do conjunto com solo.
Após a pesagem, deu-se início ao ensaio de penetração. Levou-se o conjunto
ao prato da prensa e fez-se o assentamento do pistão de penetração no solo através
da aplicação de uma carga de aproximadamente 4,5kg que pode ser controlada de
acordo com o ponteiro do extensômetro. Na sequência, o extensômetro do anel
dinamométrico foi zerado e a manivela da prensa foi acionada manualmente com
velocidade constante de 1,27mm/min. Como cada leitura considerada no
extensômetro do anel é função de uma penetração do pistão em um tempo
especificado para o ensaio, com as leituras efetuadas é possível preencher a tabela
abaixo sugerida pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem e medir os
encurtamentos diametrais de acordo com a atuação das cargas. Após a coleta das
informações, a amostra de solo foi descartada e tornou-se necessário a realização dos
cálculos para conclusão do ensaio.

Figura 04 – Detalhe da tabela proposta pelo Departamento Nacional de Estradas de Rodagem


na sua normativa DNER-ME 049/94.

4. ANÁLISE E RESULTADOS

4.1. Compactação (Proctor)

Cada solo se comporta de maneira diferente com respeitoà densidade máxima


e a umidade ótima. O Ensaio Proctor possibilita obter a correlação entre o teor de
umidade e o peso especifico de um solo quando compactado. Segue abaixo alguns
dados referentes ao Ensaio Proctor de Compactação, cuja metodologia está descrita
no item 3.
10

Número da Amostra 1 2 3
Diâmetro da base do cilindro (m) 0,1567 0,1564 0,1565
Área da base do cilindro (m²) 0,01929 0,01921 0,01924
Altura do cilindro (m) 0,1778 0,1772 0,177
Altura do queijo (m) 0,0625 0,0625 0,0625
Altura do solo compactado(m) 0,1153 0,1147 0,1145
Volume de solo (m³) 0,00222 0,0022 0,0022
Peso do cilindro sem solo (kg) 4,9936 4,7144 4,9246
Peso do cilindro com solo (kg) 9,3225 8,9123 9,0504
Massa específica aparente do solo
1946,8 1905,05 1873,2
úmidocompactado (kg/m³)
Tabela 02 - Dados gerais das amostras de solo.

Número da Amostra 1 2 3
Peso da cápsula vazia (g) 12,1 12,4 19,8
Peso da cápsula + solo (g) 82 95,9 73,4
Peso do solo natural (g) 69,9 83,5 53,6
Peso da cápsula + solo seco (g) 71,8 81,7 63,5
Peso do solo seco (g) 59,7 69,3 43,7
Tabela 03 - Cápsulas de solo.

A partir dos dados listados na tabela acima, calculou-se os teores de umidade


referentes a cada amostra de solo compactado.
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Amostra 1 2 3
Massa da amostra úmida (g) 69,9 83,5 53,6
Massa da amostra seca em estufa (g) 59,7 69,3 43,7
Teor de umidade (%) 17,09 20,49 22,65
Tabela 04 - Teor de umidade de solo.

De posse dos teores de umidade de cada amostra de solo, determinou-se a


massa específica aparente do solo seco.

Amostra 1 2 3

Teor de umidade do solo compactado (%) 17,09 20,49 22,65

Massa da amostra aparente do solo úmido


1946,8 1905,05 1873,2
(kg/m³)

Massa específica aparente do solo seco (kg/m³) 1662,65 1581,09 1527,27

Tabela 05 - Massa específica aparente do solo seco.

A curva de compactação foi obtida marcando-se em ordenadas, os valores dos


pesos específicos secos, e em abscissas, os teores de umidades correspondentes:

Curva de Compactação do solo - Ensaio Proctor


Densidade do solo (kg/dm³)

1,7

1,65

1,6

1,55

1,5
1,45
17,09 20,49 22,65
Teor de umidade (%)

Gráfico 01 - Curva de Compactação

O valor do peso específico seco aumenta com o teor de umidade até atingir um
valor máximo (ordenada máxima da curva). Nesse ponto, localiza-se a umidade ótima.
12

A umidade ótima é o teor de umidade que, ao ser adicionado ao solo, permite


que este, após compactado, adquira maior massa específica aparente seca possível,
fator fundamental para o obtenção de compactações eficazes. Muito pouca umidade
significa compactação inadequada, na qual as partículas não podem mover entre si
para alcançar maior densidade. Entretanto, o excesso de umidade deixa a água
preencher os vazios e diminui a capacidade de suportar carga.
Realizou-se 3 ensaios de compactação, sendo que a ordenada máxima foi
obtida com a primeira amostra de solo, chegando-se a conclusão de que a primeira
amostra encontrou-se mais próxima ao teor de umidade ótimo. Depois disso, as
densidades diminuíram, conforme a curva do gráfico 01. Pelo fato de ter-se obtido uma
curva decrescente, averdadeira umidade ótima do solo pode apresentar uma umidade
menor do que a encontrada no primeiro ensaio, que foi de 17,09%.
Segundo FORTES (2002), os solos argiloso são os que apresentam maior
umidade ótima, variando de 30% a 40%, e menor massa específica, estando na faixa
de 1300 kg/m³. Entretanto, no experimento, o grupo encontrou uma umidade ótima
com valor inferior ao dado pelo estudioso.
O ramo da curva de compactação anterior ao valor de umidade ótima é
denominado de “ramo seco” e o trecho posterior de “ramo úmido". No ramo seco, a
umidade é baixa, a água contida nos vazios do solo está sob o efeito capilar e exerce
uma função aglutinadora entre as partículas. À medida que se adiciona água ao solo
ocorre a destruição dos benefícios da capilaridade, tornando-se mais fácil o rearranjo
estrutural das partículas. No ramo úmido, a umidade é elevada e a água se encontra
livre na estrutura do solo, absorvendo grande parte da energia de compactação.
Na curva de compactação do solo ensaiado, temos a presença apenas do
ramo úmido, trecho posterior a umidade ótima.
De maneira geral, os solo argilosos apresentam densidades secas baixas e
umidade ótimas elevadas. Solos siltosos apresentam também valores baixos de
densidade, freqüentemente com curvas de laboratório bem abatidas. As areias com
pedregulhos, bem graduados e pouco argilosos, apresentam densidades secas
máximas elevadas e umidades ótimas baixas.
Para solos mais grossos, temos tendências de maiores densidades e menores
umidades ótimas quando comparadas com solos finos, além das curvas apresentarem
formas mais fechadas. O solo do experimento era argiloso e apresentou uma curva
aberta, tendência presente em solos finos.
Nas obras de terraplenagem, prefere-se usar argila em vez de areia ou silte
porque a argila, por ser constituída de grãos mais finos consegue dar uma
13

impermeabilidade maior ao maciço compactado. Essa impermeabilidade é muito


importante em determinadas obras como as barragens que precisam "segurar" a água.

4.2. CBR

Para a execução do CBR, colocou-se o corpo de prova na prensa e realizou-se


o teste de penetração, através da rotação da manivela, com uma velocidade constante
de 1,27mm/min. Registrou-se então os valores da tabela abaixo, onde foram
multiplicados os valores das leituras do extensômetro do anel pela constante
recomendada (0,101801), resultando na pressão.

Leitura
Tempo Penetração Pressão
extens. anel
(min) (mm) (mm) (kg/cm²)
0,5 0,63 1 0,10
1 1,27 1 0,10
1,5 1,9 1 0,10
2 2,54 1 0,10
3 3,81 1 0,10
4 5,08 2 0,20
6 6,35 2 0,20
8 7,62 17 1,73
Tabela 06 - Teste CBR

Com os dados obtidos no ensaio, construiu-se o diagrama pressão x


penetração, apresentado abaixo:

2,00
Pressão (kg/cm²)

1,50

1,00

0,50
0,00
0 2 4 6 8 10
Penetração (mm)

Gráfico 02 - Diagrama Pressão x Penetração do teste CBR.


14

Seguindo recomendação do professor, devido ao valor da pressão ter se


mantido constante durante os 3 primeiros minutos do ensaio, adotou-se para o cálculo
do CBR, o tempo de 3 minutos como momento de início do ensaio, resultando nos
dados e gráfico a seguir:

Leitura
Tempo Penetração Pressão
(min) (mm) extens. anel (kg/cm²)
(mm)
0 0 1 0,10
1 1,27 2 0,20
3 3,81 2 0,20
5 6,35 17 1,73
Tabela 07 - Teste CBR com valores corrigidos.

2,00
Pressão (kg/cm²)

1,50

1,00

0,50
0,00
0 2 4 6 8
Penetração (mm)

Gráfico 03 - Diagrama Pressão x Penetração do teste CBR com os valores corrigidos.

Adotou-se então as pressões para as penetrações de 2,54 e 5,08 mm para a


obtenção do CBR, sendo necessária a interpolação dos valores para a obtenção das
pressões, calculando-se então o CBR conforme a fórmula apresentada anteriormente.

Pressão
Penetração Pressão
Padrão CBR (%)
(mm) (kg/cm²)
(kg/cm²)
2,54 0,20 70,31 0,29
5,08 0,97 105,46 0,92
Tabela 08- Cálculo do CBR.

Deve-se então, adotar o maior entre os dois valores encontrados como o CBR,
registrando-se para o solo ensaiado um valor de 0,92%.
15

Segundo a tabela apresentada na imagem abaixo, este valor indica uma baixa
resistência à penetração, podendo-se considerar um solo de qualidade péssima, tendo
sua utilização para pavimentação recomendada apenas para sub-base.

Figura 05 - Tabela de classificação CBR. Disponível em:


<http://geotecniaefundacoes.blogspot.com.br/2010/06/indice-de-suporte-california-cbr.html>
5. CONCLUSÃO

O estudo dos solos é de fundamental importância no que diz respeito à sua


utilização, especialmente para a realização de pavimentações. Estudar e segregar os
solos em diferentes grupos, possuindo conhecimento sobre as suas propriedades e
caracteristicas, proporciona uma ampla gama de opções para empregá-los em
diferentes tipos de meios e ambientes de forma adequada às finalidades que devem
atender.
Por meio deste trabalho foi possivel estudar dois ensaios, o Proctor normal e o
ensaio CBR (California Bearing Ratio), nos quais é possivel encontrar
respectivamente, a umidade ótima de solo e a resistência do solo, através da amostra
de solo coletada pelo grupo. Realizando os ensaios da forma adequada foi possivel
encontrar os valores dessas propriedades e caracterizar o nosso solo. Encontrou-se
uma baixa resistência à penetração o que implica que este material não seria
adequado para camadas acima da sub-base, o que resultaria em problemas e
compremetimento da pavimentação se o mesmo fosse utilizado para tais fins.
Sendo assim, a realização de tais ensaios e do estudos dos solos preliminares
ao uso dos mesmos é imprescindível, pois é exclusivamente através de tais
procedimentos que obtemos a garantia e certificação que será realizada a escolha
mais apropriada e correta de material a ser utilizado para cada situação diferente.
REFERÊNCIAS

SANTOS, Jaime. Compactação: Elementos Teóricos. Instituto Superior Técnico.


Departamento de Engenharia Civil e Arquitetura.

AGDA. Compactação dos solos. Mecânica dos Solos I.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 049.


Determinação do índice de suporte califórnia utilizando amostras não
trabalhadas.DNER/DrDTc (IPR), 1994

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. DNIT-


ME 164. Compactação utilizando amostras não trabalhadas – método de ensaio.
DNIT(IPR), 2013.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES. Manual


de Pavimentação. DNIT, 2006.

Qualidade do solo. Disponível em:


<http://www.cetesb.sp.gov.br/solo/Informa%C3%A7%C3%B5es-B%C3%A1sicas/2-
Defini%C3%A7%C3%A3o/> Acesso em: 14 de julho de 2014>.

Índice de Suporte dos Solos. Disponível em:


<http://etg.ufmg.br/~jisela/pagina/notas%20CBR.pdf> Acesso em: Acesso em: 14 de
julho de 2013>.

Índice de Suporte dos Solos . Disponível em:


<http://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/467/1/EstudoComparativoEnsaios.pdf>.

Ensaio de Compactação NBR 7182-86.

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