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Curso de Fenômenos de

Transporte
Profa. Mônica F. Naccache
E-mail: naccache@puc-rio.br

PUC-Rio
Capítulo 1: Princípios básicos
•  Equações de conservação: massa,
momentum, energia
•  Equações constitutivas
•  Condições de contorno
•  Objetivo: descrição do movimento de
fluidos sob a ação de uma força;
transferência de calor por convecção
em escoamentos não isotérmicos
Hipótese de contínuo
•  Fluido é modelado como sendo infinitamente
divisível, sem mudança de suas
características
•  Todas as propriedades materiais (ρ, µ, κ, …)
e variáveis (p, v, T, …) são definidas num
ponto como o limite da média da grandeza
nas flutuações moleculares
•  Estudo do movimento a nível macroscópico
(p. ex.: escoamento em tubos, em volta de
corpos, etc …
Fundamentos

•  Variáveis macroscópicas definidas como


uma média da variável a nível molecular
•  Média no volume:
1
u≡ w ≡
V
∫ wdV
V

•  δ (micro-escala)<<V1/3<<L(macro-escala)

Consequências da hipótese
de contínuo
•  Mecanismos de transporte:
–  Transporte associado ao campo de velocidade
macroscópico u
–  Mecanismo de transporte “molecular”:
contribuição de superfície nas eqs. momentum e
energia.
•  Na formulação contínua, são necessários
modelos para descrever o fluxo de
momentum e calor a nível molecular
(incertezas)
•  Incerteza nas condições de contorno
Ponto material
•  Vetor posição do ponto (partícula) material x0:
t
x = x(x 0 ,t) ≡ x 0 + ∫ u(τ ,x )dτ
0 0

•  Propriedade/variável associada a x0:


B(x 0 ,t) = B[ x(x 0 ,t),t ]
∂ ∂ 
€ •  Derivadas no tempo: ≡ 
∂t  ∂ t  x
–  Euleriana (posição fixa)
D ∂ 
–  Lagrangeana (ponto material fixo) ≡ 
€ Dt  ∂t  x 0
•  Usando a regra da cadeia:
DB  ∂B(x 0 ,t)   ∂B(x(x 0 ,t),t)  ∂B  ∂ x i   ∂B  ∂ B ∂B
=  =  =   +   = ui +
Dt  ∂t  x 0  ∂t  x 0 ∂x i  ∂€t  x 0  ∂t  x ∂ x i ∂t
Derivada em relação ao tempo seguindo o material
Derivada material ou convectada
•  Volume material Vm(t): volume arbitrário que contém um
certo número de pontos materiais em t=0. Vm(t) se move
e se deforma tal que o fluxo de massa através de todos
os pontos na sua superfície é zero:

D U(x)
Dt [∫ Vm (t) ]
ρdV = 0 n

Derivada no tempo
Vm(0)
da massa total
associada a Vm
€ Sm(0), Us=u(x)
•  Derivada material ou convectada:
t
DB ∂B expressa a variação com o Vm(t) n
= + u • ∇B tempo seguindo uma partícula
Dt ∂t material
Sm(t)
•  Derivada parcial com relação ao tempo:

∂B  ∂ B  expressa a variação com o


≡ 
∂t  ∂ t  z tempo, numa posição fixa

•  Derivada total:

DB ∂B expressa a variação com o


= + v • ∇B
Dt ∂t tempo em relação a um “material”
arbitrário


u
Conservação de massa (1) n

•  Balanço de massa num volume de A


controle arbitrário:
∂ρ
∫V ∂t dV = − ∫ A ρu • ndA
  


 fluxo líquido de massa através da fronteira de V
taxa de variação de massa em V

=- divu dV

•  Usando o Teorema da divergência,



chega-se a Equação da continuidade:
∂ρ
+ ∇ • ( ρu) = 0
∂t
Teorema do Transporte de Reynolds
•  O teorema do transporte é uma generalização da Regra
de Leibnitz para diferenciação de uma integral, 1-D,
quando ambos integrando e limites de integração variam
D 1 
Dt [ ∫Vm ( t ) B(x(t),t)dV ≡ lim ]
δt →0  δt
[ ∫Vm ( t +δt ) B(t + δt)dV - ∫Vm ( t ) B(t )dV  ]
Adicionando e subtraindo o termo: ∫ Vm ( t )
B( t + δt ) dV
€ D 1
Dt [ ∫Vm ( t ) B(x(t),t)dV ≡ lim ] ∫ V m ( t [
δt →0 δt 
+δt )
B( t + δt ) dV - ∫V ( t ) B( t + δt ) dV
m

]
1 
€ = lim 
δt
[ ]
∫Vm ( t +δt )−Vm ( t ) B ( t +δt ) dV 

1
+ [ ∫
δt  V m ( t )
B( t + δt ) dV ∫
m
V ( t )
B( t ) dV

]
∂B
≡ ∫Vm ( t ) ∂t dV
1  1 
lim [ ∫Vm ( t +δt )−Vm ( t ) B( t + δt ) dV ] = lim [ ∫ A m ( t ) B( t + δt )u • nδdA ]
δt  δt 
= ∫ Am ( t )
B( t )u • nδdA

Usando o teorema da divergêngia, chega-se a forma final para


€ o Teorema de Transporte:

D ∂B 
Dt [ ]
∫Vm ( t ) B(x,t )dV = ∫Vm ( t )  ∂t + ∇ • (Bu)dV
Caso o volume esteja se movendo a uma velocidade u*,
diferente da velocidade do fluido u:
€ D* ∂B * 

Dt *
[ ]
∫V *m ( t ) B(x,t )dV = ∫V *m ( t )  ∂t + ∇ • (Bu )dV
D* ∂ *
*
≡ + u •∇
Dt ∂t
Equação de Conservação de Massa (2)

•  A equação de conservação de massa


(continuidade) pode ser também
derivada usando o conceito de volume
material e o Teorema de Transporte:
D ∂ρ 
Dt [ ]
∫Vm ( t ) ρdV = ∫Vm ( t )  ∂t + ∇ • (ρu)dV = 0
∂ρ Dρ
+ ∇ • ( ρu) = 0 ou + ρ∇ • (u) = 0
∂t Dt


Casos particulares
•  Densidade constante (fluido real:
ρ=ρ(p,T); fluido incompressível, boa
hipótese quando M=|u|/usom<<1)
∇ • u ≡ div u = 0
•  Obs: a validade da equação acima não
implica na incompressibilidade do fluido
•  Regime
€ permanente:
∇ • ρu ≡ div ρu = 0
Exemplo:
•  Ache uma expressão para dh/dt
Função corrente
•  Escoamentos 2-D
•  Ex: fluidos incompressíveis, coord.
esféricas

v r = v r ( r,θ ) vθ = vθ ( r,θ ) vϕ = 0
1 ∂ 2 1 ∂
2
r ∂r
( r v r) +
r sinθ ∂θ
(vθ sinθ ) = 0
∂ 2 1 ∂
∂r
( r v r sin θ ) = −
r sinθ ∂θ
(vθ sinθ )
1 ∂ψ 1 ∂ψ ∂ 2ψ ∂ 2ψ
vr ≡ 2 vθ ≡ − ⇒ =
r sinθ ∂θ r sinθ ∂r ∂r∂θ ∂θ∂r


Taxa de deformação
•  A taxa de deformação no ponto de
interseção de 2 curvas materiais é
descrita pela taxa instântanea de
variação do comprimento das curvas e
pela taxa de variação do ângulo entre
elas
Tensor taxa de deformação
taxas de alongamento na direção da coordenada quando i = j
Dij = 
metade da taxa de cisalhamento na direção das coordenadas quando i ≠ j
1
[
D = (∇v) + (∇v)
2
]
T
parte simétrica de (∇v)

(∇v) = D+ W
W : tensor vorticidade (parte antissimétrica de (∇v))

Wij … ½ da soma da taxa de rotação, de acordo com a regra da


mão direita, em torno da direção k de elementos

materiais instantâneamente alinhados com i e j
w ≡ tr (ε • W ) = εijkW kj ei =
vetor vorticidade:
representação polar de W 1  ∂v k ∂v j  ∂v
εijk − εijk ei = εijk k ei = rot ( v)
2  ∂z j ∂z k  ∂z j
•  A direção de w é a do eixo de rotação do fluido
•  Primeiro Teorema de Cauchy:”O componente do
vetor vorticidade em qualquer direção é a soma das
taxas de rotação (no sentido da regra da mão direita)
sobre a direção dos elementos em quaisquer
direções perpendiculares a ela e a cada uma outra”
w = 0 esc. irrotacional
w ≠ 0 esc. rotacional

•  Se podemos escrever
v = −∇P ⇒ w = 0 pois rot (∇α ) = 0 sempre

Tensor Taxa de Deformação:

1
D = γ˙
2


Equação de conservação de
momentum
•  Da Segunda Lei de Newton:
taxa variação quantidade  soma das forças
   
 movimento linear num corpo =
  agindo sobre o 
em relação a um ref inercial  corpo 

€•  Aplicando num volume material de fluido:

D soma das forças 


Dt [ ]
∫Vm ( t ) ρudV = agindo em V (t)
m
Tipos de força
•  Forças de corpo: associadas a presença
de campos externos (Ex.: força
gravitacional). Neste curso só iremos
considerar o efeito da força gravitacional.
•  Forças de contato ou de superfície: forças
do material fora de Vm(t) sobre Vm(t)
Segunda Lei de Newton para Vm

D


Dt[
V m ( t )
  
]
ρdV = ∫V ( t ) ρgdV +
m

∫ tdA
Am ( t )

taxa variação QML em Vm força gravitacional força agindo sobre a superfície de Vm

•  Vetor tensão t: força local de superfície


€ por unidade de área
•  Usando o Teorema do Transporte
∂ ( ρu) 
∫Vm ( t )  ∂t + ∇ • (ρuu) − ρgdV = ∫ Am ( t )
tdA
Tensor das tensões
•  Seja l a dimensão característica
de Vm. Quando l →0, a integral
de volume vai a zero mais
rapidamente do que a integral de
área do vetor tensão. Assim:

Princípio de equilíbrio
lim ∫ tdA → 0 da tensão
l →0 Am ( t )

Para a condição acima ser satisfeita, o vetor tensão em x


tem que depender também da orientação da superfície que
ele age. Usando esta equação e o tetraedro:

t(n) ΔAn − t(e1 ) ΔA1 − t(e 2 ) ΔA2 − t(e 3 ) ΔA3 = 0
Mas ΔAi = ΔAn (n • e i ) i = 1,2,3
Então:
[ t(n) − t(e1) (n • e1 ) − t(e 2 ) (n • e 2 ) − t(e 3 ) (n • e 3 )]ΔAn = 0

No limite l →0:
€ t(n) = n • [(e1 t(e1 ) ) + (e 2t(e 2 ) ) + (e 3t(e 3 ) )]

Tensor das tensões T

t(x p ,n) = n • T(x p )


Então:


∫ Am ( t )
tdA = ∫ Am ( t )
n • TdA = ∫ Vm ( t )
(∇ • T)dV
Equação de momentum linear
•  A equação de momentum fica então:
∂ ( ρu) 
∫Vm ( t )  ∂t + ∇ • (ρuu) − ρg − ∇ • TdV = 0
Como Vm é arbitrário, o integrando tem que ser nulo:

∂ ( ρu)
€ + ∇ • ( ρuu) = ρg + ∇ • T
∂t
Combinando a eq. acima com a eq. continuidade:
 ∂ (u) 
ρ + u • ∇ (u) = ρg + ∇ • T Equação de
€ Cauchy
 ∂t 
Equação de momento angular
•  Observando as equações de massa e
momentum, vemos que temos mais
incógnitas (u, p, T) do que equações
•  Generalização da Segunda Lei de
Newton:
D

Dtm
V ( t )
( x × ρu) dV = soma dos torques agindo sobre Vm
 
Taxa de variação de momento
angular em Vm



Assim:
D
∫ ( x × ρu)dV = ∫ A ( t ) [ x × (n • T) + r ] dA + ∫V ( t ) [x × ρg + ρc]dV
Dt Vm ( t )

m
 m


Torque forças superfície Torque forças corpo

Hipótese: torques devido a pares de forças nulos (r=0,


c=0). Obs: fluidos ferrosos, c≠0. Aplicando o Teo
€ Transporte (lado esquerdo) e o Teo divergência:
 ∂ ( ρu)  
∫Vm ( t ) x ×  ∂t + ∇ • (ρuu) − ρg − ∇ • T + ε  T dV = 0
 
+1 se (ijk) for permutação par de (123)

ε ijk = -1 se (ijk) for permutação ímpar de (123)
0 qualquer outro caso (algum índice igual)

€ Usando a Eq. momentum linear e considerando que Vm é


€ arbitrário, chega-se a ε°T=0, e portanto: T=TT, i.e., o
tensor das tensões tem que ser simétrico.
Obs: se c≠0, ε°T-ρc=0, e T não é simétrico.
Equação de conservação de energia

 Taxa de trabalho  Fluxo de energia 


D  ρu 2     
Dt
∫ V ( t )

2
+ ρe  dV = feito sobre Vm pelas  +  interna através das

m
    foraçs externas  fronteiras de V 
  m 
taxa de variação de energia em Vm


•  u2: velocidade local do meio contínuo
•  ρe: energia interna (representa en.
cinética adicional a nível molecular)
•  Primeira Lei da Termodinâmica
Equação de conservação de
energia na forma diferencial
D  ρu 2 
Dt
∫Vm ( t )  2 + ρedV = ∫ Am ( t )
[t(n) • u] dA + ∫V ( t ) [( ρg) • u]dV − ∫ A ( t ) [q • n] dA
  m m

q: vetor fluxo de calor (cruza a superfície de Vm).


€ Positivo quando calor é transferido a Vm
Usando o Teo Transporte e o Teo Divergência:

D u 2 
ρ  + e = ρg • u + ∇ • (T• u) − ∇ • q
Dt  2 
•  Balanço de Energia Mecânica: u•(eq. Cauchy)
ρ Du 2
= ( ρg) • u + u • (∇ • T)
2 Dt
•  Balanço de Energia Térmico: substituindo a eq.
acima na Eq. conservação energia
€ ρ De
= T  E + (∇ • q)
2 Dt
1
E≡
2
(∇u + ∇uT )
E:Tensor taxa de deformação
1 1
∇u ≡ (∇u + ∇uT ) + (∇u − ∇u T ) = E + W
2 
   2 
  Ω: Tensor vorticidade
€parte simétrica parte anti-simétrica
Análise da contribuição dos termos no
balanço de energia, usando os balanços
de energia mecânica e térmico
•  T º E: contribuição para a energia interna pela
presença de movimento - representa a
conversão de en. cinética (Ec) em en. Interna
(EI): dissipação de Ec em EI (geração de calor)
•  Taxa de trabalho devido às forças de corpo e de
superfície: contribuem diretamente na Ec, mas
só alteram a EI através da dissipação
•  Fluxo de calor contribui diretamente na variação
da EI
•  Usando a entalpia específica: h≡e+p/ρ o
balanço de energia térmico fica:
ρ Dh Dp
= T  E − (∇ • q) + + p∇ • u
2 Dt Dt
•  Novas incógnitas: e (ou h), q
•  Relações entre e (ou h) e θ e p podem ser
€ obtidas assumindo o equilíbrio termodinâmico:
 1 ∂ (1/ ρ )  
dh = CP dθ +  − θ    dp
 ρ  ∂θ  p 

Dh Dθ  1 ∂ (1/ ρ )   Dp
⇒ = CP +  − θ  
Dt Dt  ρ  ∂θ  p  Dt


Equação de energia em termos da
temperatura
•  A equação de balanço de energia
térmico fica:

Dθ θ  ∂ρ  Dp
ρC p =T
 E+p∇  •u − (∇ • q) −  
Dt ρ  ∂θ  p Dt
dissipação viscosa 
trabalho de compressão ≈ 0


Segunda Lei da
Termodinâmica
•  Princípio da desigualdade de entropia
D n•q
Dt
∫Vm ( t ) (ρs)dV + ∫ Am ( t ) θ dA ≥ 0

Usando o Teo Transporte e o Teo Divergência:


€ Ds  q
ρ + ∇ •  ≥ 0
Dt θ 

Usando relações termodinâmicas, chega-se a:


€ 1 q • ∇θ
(T  E + p∇ • u) − 2 ≥ 0
θ θ
Comentários
•  A solução de problemas de mecânica dos fluidos
é obtida com a solução das equações de
conservação de massa, momento linear e
energia
•  A equação de mometo angular e a Segunda Lei
aparecem apenas indiretamente, como restrições
às equações constitutivas para T e q
•  Incógnitas: u (3), T (9), q (3), θ e p (total:17)
•  Equações: Conservação de massa (1), momento
linear (3), energia (1) e momento angular (reduz
as 9 incógnitas Tij para 6).
•  Temos então 14 incógnitas e 5 equações

⇒Equações constitutivas para T e q


Equações constitutivas
•  Fluidos (ou outros materiais) tem uma estrutura
molecular definida, e não são indivisíveis e
homogêneos como quando assumidos como
meio contínuo
•  Equações constitutivas são relações entre T e
q (representam processos de transporte
molecular) e os campos (macroscópicos) de
velocidade e temperatura. Em outras palavras,
elas vão fornecer a relação entre a resposta de
um material a uma dada solicitação (campo de
escoamento/temperatura)
Princípios que devem ser satisfeitos
•  Determinismo: A tensão em um corpo é
determinada pela história do movimento que
o corpo descreveu
•  Ação local: O movimento do material for a de
uma vizinhança arbitrariamente pequena em
torno de uma partícula não influencia a
tensão nesta partícula
•  Indiferença ao referencial: As descrições do
comportamento do material (relações
constitutivas) têm que ser indiferentes ao
referencial
Tensor das tensões para o fluido
estático
•  Considerando o fluido isotérico e
estacionário (u=0), a equação momentum
fornece: ∇ • T + ρg = 0
•  A única força de superfície é a devida a
pressão termodinâmica, e age na direção
normal
€ a superfície: t(n)=-np⇒T=-pI
•  A equação de estática de fluidos é então
obtida: ρg − ∇p = 0
Equação constitutiva para q: Lei
de Fourier q=− K • ∇θ
Tensor
condutividade
térmica, > 0

•  A equação foi proposta a partir da


observação de que
q = q(∇θ ,derivadas
€ de θ de maior ordem)
•  A equação é linear em ∇θ
•  A equação satisfaz ao princípio de
€ objetividade (indiferença ao referencial)
•  Processo de troca de calor é considerado
instantâneo €
•  Fluido é considerado homogêneo
•  A equação proposta foi validada
experimentalmente
Lei de Fourier de condução de calor

•  Para um fluido isotrópico, i.e., fluxo de


calor depende da magnitude do
gradiente de temperatura e não da sua
orientação (K=kI):
q = −k∇θ Lei de Fourier

•  A Segunda Lei impõe que k>0


Equação constitutiva para o tensor
das tensões - Fluido Newtoniano

T + pI = τ (∇u, termos de maior ordem de derivadas em u)


τ: tensão desviadora
Considerando que τ satisfaz ao princípio de objetividade,
é simétrico e depende apenas da história do movimento:

τ = τ (E,...)

1
E: parte simétrica de ∇u :
2
(∇u + ∇uT
)
€ 1
Ω: parte anti-simétrica de ∇u : (∇u − ∇uT )
2

Significado físico de E e Ω
•  Considere P e Q dois pontos materiais.
Usando série de Taylor:

( )
u + δu = u + (E + Ω ) • δx + O δx
2

δu = E • δx + Ω • δx + O( δx )
2
Vel de Q relativa a P:

1/ 2 D(δx)
δx = (δx • δx) δu =
Dt
[ ( )]
δx • δu = δx • E • δx + Ω • δx + O δx
2

δx • Ω • δx = 0
1 D

2 Dt
( ) 2
( )
δx = δx • E • δ x + O δx
2

A taxa de variação da distância entre P e Q depende de E


E: tensor taxa de defirmação

•  A contribuição de Ω em δu é a mesma que o
deslocamento devido a uma rotação de corpo
rígido com velocidade angular ω/2, sendo
ω=ε°Ω
•  Ω representa a taxa de rotação (corpo-rígido)
•  O vetor ω , Ω u = ω × u é o vetor vorticidade
•  Hipótese: tensão τ indiferente ao referencial,
depende linearmente de E, fluido
homogêneo. Então: τ = A  E

Aijkl = A jikl
Equação constitutiva para Fluidos
Newtonianos
•  Pode-se mostrar (usando análise tensorial)
que a forma mais geral para A é:
Aijpq = λδ ijδ pq + µ (δ ipδ jq + δ iqδ jp ) + ν (δ ipδ jq − δ iqδ jp )
1 se i = j
δ ij =  i, j = 1,2,3
0 se i ≠ j

•  Como A tem que satisfazer a condição de


€ simetria, ν=0. Assim, a forma mais geral para

T, consistente com as hipóteses anteriores é:


T = (− p + λ trE)I + 2µE
Equação Constitutiva para Fluidos Newtonianos


•  Se o fluido for também incompressível:
trE = ∇ • u = 0
T = − pI + 2µE
•  A equação constitutiva é satisfeita pela
maioria dos gases e líquidos com baixos e
moderados
€ pesos moleculares
•  Observa-se que a restrição imposta pelo
balanço de momento angular é satisfeita por
Teq
•  A Segunda Lei é satisfeita se:
 2 
 λ + µ  ≥ 0 , µ ≥ 0, k ≥ 0
3

viscosidade de bulk

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