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Campinas, 2016
S.P. – Brasil
Agradecimentos:
i
Sumário
Sumário ......................................................................................................................... ii
Resumo ......................................................................................................................... v
Lista de Figuras ............................................................................................................ vi
Lista de Tabelas .......................................................................................................... viii
Lista de Equações ........................................................................................................ xi
Nomenclatura .............................................................................................................. xii
Letras Latinas .......................................................................................................... xii
Letras Gregas .......................................................................................................... xii
Subscritos ................................................................................................................ xii
Abreviações, abreviaturas e siglas .......................................................................... xiii
1. Introdução ............................................................................................................... 1
2. O Setor Elétrico Brasileiro....................................................................................... 4
2.1. Evolução Histórica do Setor Elétrico Brasileiro ................................................ 4
2.2. Planejamento Energético e Tendências Futuras da Matriz Elétrica Brasileira.
14
3. Externalidades no Contexto de Planejamento Energético .................................... 20
3.1. Externalidades ............................................................................................... 20
Externalidades Negativas ..................................................................................... 20
Externalidades Positivas ....................................................................................... 21
3.2. Valoração de Externalidades e Planejamento Energético.............................. 21
3.3. Externalidades da energia elétrica valoradas por outros autores ................... 25
a) Resultados obtidos por Alves (2009).............................................................. 25
b) Resultados obtidos por Reis (2001) ............................................................... 27
c) Resultados obtidos por Prado (2007) ............................................................. 29
4. Metodologias empregadas neste trabalho para valorar externalidades produzidas
pelo setor elétrico brasileiro......................................................................................... 32
4.1. Valoração de externalidades utilizando os fatores de emissão e fatores de
dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). ....................................... 34
4.2. Valoração de externalidades ambientais conforme a metodologia adaptada da
ExternE .................................................................................................................... 38
a) Emissões por tipo de empreendimento .......................................................... 40
- Usinas, eólicas e fotovoltaicas ....................................................................... 40
ii
- Usinas Nucleares ........................................................................................... 40
- Combustíveis Fósseis .................................................................................... 41
- Térmicas a bagaço de cana de açúcar .......................................................... 42
- Usinas Hidroelétricas ..................................................................................... 44
b) Valoração dos impactos devido à emissão de GEE ....................................... 46
c) Valoração dos impactos à saúde humana ..................................................... 49
- Dispersão de poluentes.................................................................................. 49
- Coeficientes de dose resposta e número de pessoas afetadas ..................... 52
- Custo de doença e vida estatística ................................................................ 53
- Impactos à saúde humana ............................................................................. 55
4.3. Composição da oferta de energia no SIN para suprimento da demanda futura
58
5. Resultados e Discussão ....................................................................................... 66
5.1. Externalidades produzidas pelo setor elétrico brasileiro em 2014 ................. 66
a) Externalidades valoradas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano
empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). ............................................. 67
b) Externalidades ambientais valoradas conforme a metodologia adaptada da
ExternE ................................................................................................................. 70
5.2. Externalidades produzidas pelo setor elétrico para se atender a demanda
futura 73
a) Externalidades valoradas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano
empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). ............................................. 73
b) Externalidades ambientais valoradas conforme a metodologia adaptada da
ExternE ................................................................................................................. 77
5.3. Análise dos resultados e discussão ............................................................... 81
a) Comparação entre metodologias de cálculo .................................................. 81
b) Externalidades Produzidas pela matriz elétrica em 2014 ............................... 84
c) Externalidades Produzidas para se atender a demanda futura ...................... 86
6. Conclusões ........................................................................................................... 91
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 94
ANEXOS ..................................................................................................................... 98
ANEXO A – Classes de estabilidade atmosférica e coeficientes para cálculo de
dispersão ................................................................................................................. 98
ANEXO B – Comparação entre modelos de dispersão de poluentes ...................... 99
ANEXO C – Sensibilidade da variação de concentração de poluentes em relação ao
afastamento da linha do vento ............................................................................... 101
iii
ANEXO D - Conta de Luz ...................................................................................... 104
ANEXO E – Participação na potência instalada termoelétrica por estado em abril de
2016 e densidades demográfica ............................................................................ 105
iv
Resumo
v
Lista de Figuras
vi
Figura 5.2 Valor total das externalidades causadas pelos GEE emitidos para se atender a demanda
futura calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria. ............................................................................................. 75
Figura 5.3 Valor total das externalidades devido a impactos à saúde humana calculadas utilizando os
fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte:
Elaboração própria. ............................................................................................................................................... 76
Figura 5.4 Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria. ..................................................... 78
Figura 5.5 Impactos devido mudança climática produzidos para se atender a demanda futura
calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria. .............................. 79
Figura 5.6 Impactos à saúde humana produzidos para se atender a demanda futura calculados a partir
de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria. ............................................................... 80
Figura 5.7 Participação relativa por fonte no total de externalidades produzidas para se atender a
demanda futura calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por
Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria ....................................................................... 87
Figura 5.8 Participação por tipo de usina no total das externalidades produzidas para se atender a
demanda futura calculado a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria. ... 87
Figura 5.9 Participação relativa por fonte nas externalidades causadas pelos GEE emitidos para se
atender a demanda futura calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados
por Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria. ............................................................... 88
Figura 5.10 Participação por fonte nos impactos devido a mudanças climátics produzidos para se
atender a demanda futura calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração
própria. .................................................................................................................................................................... 89
Figura 5.11 Participação relativa por fonte nas externalidades devido a impactos à saúde humana
calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria.............................................................................................. 90
Figura 5.12 Participação por fonte nos impactos à saúde humana produzidos para se atender a
demanda futura calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria. . 90
vii
Lista de Tabelas
Tabela 2.1: Número de empreendimentos em operação e potência instalada em agosto de 2015. Fonte:
Banco de Informações de Geração da ANEEL. ............................................................................................... 10
Tabela 2.2: Energia Gerada por fonte em 2014, inclusive autoprodução. Fonte: Elaboração própria.
Dados: BEN 2015 .................................................................................................................................................. 13
Tabela 2.3: Evolução esperada do consumo de energia elétrica no Brasil. Fonte: PDE 2023 ................. 16
Tabela 2.4: Evolução esperada da potência instalada no SIN. Fonte: PDE 2023 ...................................... 16
Tabela 3.2: Externalidades valoradas por Alves (2009). Fonte: adaptado de Alves (2009) ...................... 26
Tabela 3.3: Dados técnicos da UHE Simplício e externalidades valoradas por Reis (2001) para a
mesma usina. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001) ...................................................................... 28
Tabela 3.4: Dados técnicos da UHE Serra da Mesa e externalidades valoradas por Reis (2001) para a
mesma usina. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001) ...................................................................... 28
Tabela 3.5: Dados técnicos do complexo termoelétrico RioGen e externalidades valoradas por Reis
(2001) para o mesmo. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001) ........................................................ 29
Tabela 3.6: Emissão de poluentes e GEE por fase do ciclo de vida da cana. Fonte: Adaptado de
Ometto (2005) ........................................................................................................................................................ 30
Tabela 3.7: Valor das externalidades devido à emissão de GEE Fonte: Prado (2007).............................. 31
Tabela 3.8: Valor das externalidades por poluente. Fonte: Prado (2007) .................................................... 31
Tabela 3.9: Valor das externalidades por categoria de impacto. Fonte: Prado (2007) ............................... 31
Tabela 4.1:Fatores de emissão de poluentes por fonte de energia. Fonte: NEEDS (2009, Apud
Rentizelas e Georgakellos (2014))...................................................................................................................... 34
Tabela 4.2: Dano por poluente. Fonte Rentizelas e Georgakellos (2014) .................................................... 35
Tabela 4.3: Fatores de escala. Fonte: Elaboração Própria. Dados: IBGE, European Comission e Banco
Mundial. ................................................................................................................................................................... 36
Tabela 4.4: Dano por poluente . Fonte: Elaboração Própria. ......................................................................... 36
Tabela 4.5: Externalidades da energia elétrica por fonte primária e tipo de emissão. Fonte: Elaboração
Própria. .................................................................................................................................................................... 37
Tabela 4.6: Externalidades por tipo de empreendimento conforme a segunda metodologia de
valoração. Fonte: Elaboração Própria ................................................................................................................ 39
Tabela 4.7: Emissões de GEE e outros poluentes de usinas eólicas e fotovoltaicas. Fonte: adaptado de
EC (2005a). ............................................................................................................................................................ 40
Tabela 4.8: Morbidade, mortalidade e risco de morte por acidentes graves da energia Nuclear . Fonte:
EC (1995b). ............................................................................................................................................................ 41
Tabela 4.9: Emissões de GEE e poluentes por fonte primária. Fonte: PNE 2030. ..................................... 41
Tabela 4.10: Poderes Caloríficos e eficiência das centrais geradoras por fonte primária. Fonte:
Elaboração própria. Dados: PNE 2030 e BEN 2015. ....................................................................................... 42
viii
Tabela 4.11: Emissão de GEE e poluentes por tipo de térmica a combustível fóssil. Fonte: elaboração
própria ..................................................................................................................................................................... 42
Tabela 4.12: Emissão de GEE e poluentes por fase do ciclo da cana por MWh exportados à rede.
Fonte: Adaptado de Ometo (2005) ..................................................................................................................... 44
Tabela 4.13: Emissão de GEE a partir dos reservatórios de algumas hidroelétricas brasileiras. Fonte:
Adaptado de Brasil (2014) .................................................................................................................................... 45
Tabela 4.14: Emissões estimadas de GEE a partir dos reservatórios das hidroelétricas por ano
brasileiras. Fonte: elaboração própria ................................................................................................................ 46
Tabela 4.15: Potencial de efeito estufa dos gases selecionados. Fonte: adaptado de IPCC (2007) ....... 47
Tabela 4.16: Emissões de GEE das térmicas a bagaço de cana. Fonte: Elaboração própria (2007) ..... 47
Tabela 4.17: Custos devido à emissão de GEE por tipo de empreendimento . Fonte: Elaboração própria
.................................................................................................................................................................................. 48
Tabela 4.18: Custos anuais devido à emissão de GEE pelos reservatórios de hidroelétricas. Fonte:
Elaboração própria. ............................................................................................................................................... 48
Tabela 4.19: Ocorrência das diferentes classes de estabilidade atmosférica durante o ano. Fonte:
Elaboração própria. ............................................................................................................................................... 52
Tabela 4.20: Coeficientes dose resposta. Fonte: Elaboração própria ........................................................... 53
Tabela 4.21: Valor da vida estatística. Fonte: Elaboração própria ................................................................ 53
Tabela 4.22: Custo de doença. Fonte: Elaboração própria............................................................................. 54
Tabela 4.23: Impactos à saúde humana por tipo de empreendimento. Fonte: Elaboração própria ......... 56
Tabela 4.24 Fatores de multiplicação de impacto de usinas térmicas devido à sua localização. Fonte:
Elaboração própria ................................................................................................................................................ 57
Tabela 4.25: Expectativa de evolução de demanda no SIN . Fonte: Elaboração Própria. Dados: PDE
2023 ......................................................................................................................................................................... 58
Tabela 4.26: Fatores de capacidade médio por tipo de empreendimento de geração . Fonte:
Elaboração Própria. Dados: Banco de Informações de Geração da ANEEL (agosto de 2015), BEN
2015, ONS. ............................................................................................................................................................. 59
Tabela 4.27: Máxima quantidade de energia que pode ser ofertada no SIN por fonte. Fonte: Elaboração
própria. .................................................................................................................................................................... 60
Tabela 4.28: Prioridade de despacho por fonte de energia. Fonte: Elaboração própria. ........................... 62
Tabela 4.29: Despacho esperado de energia por fonte. Fonte: Elaboração própria. ................................. 64
Tabela 5.1: Produção de energia elétrica no Brasil em 2014, em GWh. Fonte: Elaboração própria.
Dados: BEN 2015 .................................................................................................................................................. 66
Tabela 5.2: Externalidades totais geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração
Própria. .................................................................................................................................................................... 68
Tabela 5.3: Impactos negativos à saúde humana devido à geração de energia elétrica no Brasil em
2014 conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014).. Fonte:
Elaboração Própria. ............................................................................................................................................... 68
ix
Tabela 5.4: Custos devido à emissão de GEE devido à produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014).. Fonte: Elaboração
Própria. .................................................................................................................................................................... 69
Tabela 5.5: Participação relativa de cada fonte de energia na geração e nos impactos em 2014,
conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração
Própria. .................................................................................................................................................................... 69
Tabela 5.6: Externalidades totais geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. .................................................. 71
Tabela 5.7: Impactos devido a mudanças climáticas geradas pela produção de energia elétrica no
Brasil em 2014 conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. ....................... 71
Tabela 5.8: Impactos à saúde humana geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. .................................................. 72
Tabela 5.9: Participação relativa de cada fonte de energia na geração e nos impactos em 2014,
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. .................................................. 72
Tabela 5.10: Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado
utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014).
Fonte: Elaboração Própria. .................................................................................................................................. 74
Tabela 5.11: Custos devido à emissão de GEE produzidas ao se atender a demanda futura de energia
elétrica calculados utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração Própria. ............................................................................................ 75
Tabela 5.12: Impactos à saúde humana produzidos ao se atender a demanda futura de energia elétrica
calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração Própria. ............................................................................................ 76
Tabela 5.13: Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. .................................................... 78
Tabela 5.14: Impactos devido mudança climática produzidos para se atender a demanda futura
calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. ............................. 79
Tabela 5.15: Impactos à saúde humana produzidos para se atender a demanda futura calculados a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria. .................................................... 80
Tabela 5.16: Comparativo entre metodologias das emissões de GEE em toneladas de CO 2 equivalente.
Fonte: elaboração própria. ................................................................................................................................... 82
Tabela 5.17: Comparativo entre metodologias entre os impactos devido à emissão de poluentes. Fonte:
elaboração própria................................................................................................................................................. 84
x
Lista de Equações
Equação 1 ............................................................................................................................................................... 46
Equação 2 ............................................................................................................................................................... 50
Equação 3 ............................................................................................................................................................... 50
Equação 4 ............................................................................................................................................................... 50
Equação 5 ............................................................................................................................................................... 51
Equação 6 ............................................................................................................................................................... 52
Equação 7 ............................................................................................................................................................... 54
Equação 8 ............................................................................................................................................................... 55
xi
Nomenclatura
Letras Latinas
u Velocidade do vento [m / s]
x Direção do vento
Letras Gregas
Subscritos
xii
Abreviações, abreviaturas e siglas
CH4 Metano
CO Monóxido de Nitrogênio
EC European Comission
FC Fator de Capacidade
GF Garantia Física
GW Gigawatt
hab Habitante
kW Kilowatt
xiii
kWh Kilowatt-hora
MP Material Particulado
MW Megawatt
MWh Megawatt-hora
NO3 Nitrato
SO4 Sulfato
TWh Terawatt-hora
xiv
1. Introdução
1
Figura 1.1 Sistema Interligado Nacional. Fonte: ONS
2
competitividade de diferentes fontes energéticas e nas tendências da política
energética de um país.
Dado que a valoração de externalidades pode ser uma ferramenta útil para
subsidiar políticas energéticas favoráveis a uma maior inserção de energias
renováveis e ao desenvolvimento sustentável país, este trabalho de conclusão de
curso teve como objetivo, após discorrer brevemente sobre a evolução histórica e as
tendências futuras do setor elétrico brasileiro, valorar as externalidades geradas pela
matriz elétrica atual e também pela sua composição futura. O estudo é baseado em
trabalhos afins publicados pelos autores citados em revisão bibliográfica e também
em dados e previsões da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), empresa pública
vinculada ao Ministério de Minas e Energia.
3
2. O Setor Elétrico Brasileiro.
Ainda que o Código não tenha sido plenamente implantado, sua inspiração
nacionalista acabou por desencorajar os investimentos dos grandes grupos
estrangeiros instalados no país. O desestímulo dos empresários e a restrição às
importações de máquinas e equipamentos durante a Segunda Guerra Mundial
reduziram o ritmo de expansão da capacidade instalada, em descompasso com o
crescimento do consumo. Em vista desse ambiente, o estado ampliou seu papel para
além das atribuições reguladoras e fiscalizadoras e, com a criação da CHESF, passou
a investir diretamente na produção (GOMES et. al, 2002).
4
Potência instalada (1900 - 1945)
1400
1200
1000
MW 800
600
400
200
0
1900 1905 1910 1915 1920 1925 1930 1935 1940 1945
Hidro Termo
Figura 2.1 Evolução da Potência Instalada de 1900 a 1945. Fonte: Elaboração própria. Dados:
Ipeadata.
5
petróleo de 1973 (FURTADO, 1990). Neste contexto foram concebidos os projetos de
Itaipu, Tucuruí e do Programa Nuclear.
25000
20000
15000
10000
5000
0
1945 1950 1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985
Figura 2.2 Evolução da Potência Instalada de 1945 a 1985. Fonte: Elaboração própria. Dados:
Ipeadata e Balanço Energético Nacional (BEN) 2015
Gomes (2005) aponta que a partir de 1985, a construção de uma nova ordem
democrática em meio a uma crise econômico-financeira somada às altas taxas de
juros no mercado internacional comprometeu seriamente a capacidade de
investimento do país, particularmente no setor elétrico. “A desarticulação do setor teve
como consequência a paralisação de um programa de geração que agregaria 10 mil
MW ao sistema” (GOMES et. al., 2002).
6
aos planos de expansão. A possibilidade de falta de energia passou a ser uma
realidade.
Ainda segundo Lorenzo (2002), nos anos 90, o governo optou pela redução do
papel do Estado, lançando um abrangente programa de desestatização. Assim,
também no caso do setor elétrico, as primeiras privatizações foram efetuadas antes
da regulamentação do setor. Apesar disso foi promulgada uma reforma institucional
que amparam a mudança para um novo modelo que enfatiza o papel da iniciativa
privada.
7
Potência Instalada (1985 - 2014)
140
120
100
80
GW
60
40
20
0
1985 1990 1995 2000 2005 2010
Figura 2.3 Capacidade instalada ao longo dos anos. Fonte: Elaboração própria. Dados: BEN 2015
90%
80%
70%
60%
1985 1990 1995 2000 2005 2010
Figura 2.4 Evolução da participação de cada fonte na potência instalada. Fonte: Elaboração própria.
Dados: BEN 2015
Conforme Silva (2011), o setor elétrico passou por reformas regulatórias entre
os anos de 2003 e 2004. Segundo o autor, o novo marco regulatório tem sido capaz
de garantir a expansão da capacidade de geração de forma eficiente e segura, sendo
que entre 2005 e 2010 foram contratadas a construção de usinas que somam
aproximadamente 59 GW em potência instalada, algumas em construção até os dias
atuais, como por exemplo, Santo Antônio, Jirau e Belo Monte, que cujas potências
somadas ultrapassarão 18,5 GW.
8
Ainda segundo Silva (2011), o novo marco regulatório também permitiu a
remoção de entraves que inibiam o investimento em fontes limpas de energia que, na
maioria dos casos, possui um retorno sobre o capital mais lento. A energia eólica, por
exemplo, antes tida como muito cara, tornou-se competitiva com fontes mais
tradicionais e hoje, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) já
representa mais 4,5% da potência instalada, conforme pode ser constatado na Figura
2.5. Destaca-se ainda a criação Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de
Energia Elétrica (PROINFA) em 2002. O programa foi criado com o intuito de
incentivar a utilização de fontes de energia alternativas e renováveis, tais como eólica,
pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) e usinas térmicas a biomassa (bagaço de
cana, casca de arroz, cavaco de madeira, biogás e lixo), de modo a promover a
diversificação da matriz e aumentar a confiabilidade e a segurança de fornecimento. A
quantia de empresas que se apresentaram para participar do programa foi maior que
o esperado pelo governo. Foram apresentados projetos envolvendo a geração de
6600 MW (FUNCHAL, 2008), tendo sido 2650 MW de fato instalados até o presente
momento.
1
A garantia física do sistema é a maior carga que pode ser atendida respeitando simultaneamente um
critério de segurança de abastecimento (risco anual de déficit menor que 5%) e um critério econômico,
baseado na igualdade entre o custo marginal de se expandir o sistema construindo novas usinas e o
custo marginal de operação (BRANDÃO; CASTRO, 2009).
9
Tabela 2.1: Número de empreendimentos em operação e potência instalada em agosto de 2015.
Fonte: Banco de Informações de Geração da ANEEL.
Quantia de Potência
Tipo Fonte Primária Tipo
empreendimentos (MW)
Bagaço de Cana de
390 10436.42
Açúcar
Resíduos
Biogás-AGR 2 1.72
Agroindustriais
Capim Elefante 3 65.70
Casca de Arroz 11 39.53
Biocombustíveis
Óleos vegetais 2 4.35
líquidos
Biomassa Carvão Vegetal 7 51.40
Gás de Alto Forno -
8 109.87
Florestas Biomassa
Licor Negro 17 1885.65
Resíduos de Madeira 49 381.93
Resíduos animais Biogás - RA 9 1.80
Resíduos Sólidos
Biogás - RU 11 70.87
Urbanos
Calor de Processo -
1 24.40
CM
Carvão Mineral Carvão Mineral 13 3389.47
Gás de Alto Forno -
9 200.29
CM
Calor de Processo -
1 40.00
Gás Natural GN
Fóssil Gás Natural 141 12864.36
Calor de Processo -
Outros Fósseis 1 147.30
OF
Gás de Refinaria 7 339.96
Óleo Combustível 40 4091.35
Petróleo Óleo Diesel 2033 4503.09
Outros Energéticos
16 937.93
de Petróleo
UHE 197 81878.71
PCH 467 4815.41
Potencial
Hidráulica CGH 519 360.98
Hidráulico
Importação
1 5650.00
Contratada de Itaipú
Nuclear Urânio Fissão Nuclear 2 1990.00
Solar Radiação Solar Fotovoltaica 25 11.24
TOTAL - - 4249 144080
10
Participação relativa de cada fonte na
capacidade instalada em 2015
2,840% 2,508% 0,989% 1,381% UHE
PCH e CGH
3,125%
Eólica
Bagaço de Cana
Figura 2.5 Participação relativa de cada fonte na potência instalada em agosto de 2015. Fonte:
Elaboração própria. Dados: Banco de Informações de Geração da ANEEL
11
esta característica será modificada no médio prazo, passando a geração
termelétrica a ter maior participação.” (ALVES, 2009, p. 01)
600
Energia gerada por fonte
500
400
TWh
300
200
100
0
1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 2014
HIDRÁULICA TÉRMICA NÃO RENOVÁVEL TÉRMICA RENOVÁVEL NUCLEAR EÓLICA
Figura 2.6 Evolução da energia gerada por fonte no país. Fonte: Elaboração própria. Dados: BEN
2015
12
Participação relativa na geração por fonte
100%
90%
80%
70%
60%
1970 1974 1978 1982 1986 1990 1994 1998 2002 2006 2010 2014
HIDRÁULICA GÁS NATURAL BAGAÇO DE CANA CARVÃO
ÓLEO COMBUSTÍVEL NUCLEAR DIESEL EÓLICA
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS LIXÍVIA OUTRAS RENOVÁVEIS
Figura 2.7 Evolução da participação de cada fonte na energia gerada no país. Fonte: Elaboração
própria. Dados: BEN 2015
Segundo dados do BEN 2015 (EPE, 2015a), em 2014 foram gerados mais de
590 TWh de energia Elétrica, sendo 63,24% deste montante oriundo de fontes
hídricas e 73,14% de fontes renováveis.
Tabela 2.2: Energia Gerada por fonte em 2014, inclusive autoprodução. Fonte: Elaboração própria.
Dados: BEN 2015
Energia Gerada
Fonte
(TWh)
HIDRÁULICA 373.4
GÁS NATURAL 81.1
CARVÃO 18.4
NUCLEAR 15.4
DIESEL 13.4
EÓLICA 12.2
LIXÍVIA 10.5
TOTAL 590.5
13
Participação relativa de cada fonte na energia
gerada em 2014
2,604% 2,271% 2,053% HIDRÁULICA
3,092% BAGAÇO DE CANA
3,114%
EÓLICA
LIXÍVIA
OUTRAS RENOVÁVEIS
13,730% GÁS NATURAL
0,579%
CARVÃO
1,774% ÓLEO COMBUSTÍVEL
63,243%
2,068% NUCLEAR
5,471% DIESEL
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS
73,14% Renováveis
Figura 2.8: Participação relativa de cada fonte na energia gerada em 2014. Fonte: Elaboração
própria. Dados: BEN 2015
14
elétrica e de combustíveis, o PNE visa antecipar mudanças tecnológicas,
econômicas, mudanças de hábitos socioeconômicos ou mesmo o surgimento de
novos recursos energéticos, de forma a antecipar tendências que gerem
oportunidades ou tragam ameaças e que necessitam de um posicionamento
estratégico. (EPE, 2015b).
Figura 2.9: Evolução esperada do consumo de energia elétrica entre 2013 e 2050. Fonte: PNE 2050
15
Tabela 2.3: Evolução esperada do consumo de energia elétrica no Brasil. Fonte: PDE 2023
Tabela 2.4: Evolução esperada da potência instalada no SIN. Fonte: PDE 2023
Evolução esperada da Potência Instalada no SIN (desconsiderada autoprodução)
(GW)
ANO 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
UHE 87,183 92,193 96,123 100,935 101,874 103,344 106,167 108,941 112,178
IMPORTAÇÃO
CONTRATADA 5,935 5,829 5,712 5,583 5,441 5,285 5,114 4,925 4,716
DE ITAIPÚ
PCH 5,308 5,701 5,854 6,289 6,439 6,619 6,799 6,919 7,319
EÓLICA 5,671 10,816 14,099 17,439 18,439 19,439 20,439 21,439 22,439
BIOMASSA 9,019 10,905 10,905 11,603 12,353 13,053 13,453 13,723 13,983
SOLAR 0 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5
GÁS NATURAL 12,169 12,169 12,516 12,516 13,016 14,516 16,016 17,516 20,016
NUCLEAR 1,99 1,99 1,99 3,395 3,395 3,395 3,395 3,395 3,395
CARVÃO 3,21 3,21 3,21 3,21 3,21 3,21 3,21 3,21 3,21
ÓLEO
3,493 3,493 3,493 3,493 3,493 3,493 3,493 3,493 3,493
COMBUSTÍVEL
ÓLEO DIESEL 1,402 1,294 0,947 0,947 0,947 0,947 0,947 0,947 0,947
GÁS DE
0,687 0,687 0,687 0,687 0,687 0,687 0,687 0,687 0,687
PROCESSO
TOTAL
123,961 125,444 133,193 142,849 146,046 149,74 154,472 158,947 164,135
RENOVÁVEL
TOTAL NÃO
22,951 22,843 22,843 24,248 24,748 26,248 27,748 29,248 31,748
RENOVÁVEL
TOTAL 146,912 148,287 156,036 167,097 170,794 175,988 182,22 188,195 195,883
16
Seguindo as diretrizes estipuladas no PDE 2023, verifica-se que a presença
de renováveis no SIN deve se manter elevada apesar de sofrer leve queda,
atingindo 83,79% de participação em termos de potência instalada ao final de 2023
frente aos 84,59% esperados ao final de 2016. A participação de grandes usinas
hidroelétricas, incluindo a energia de Itaipu não consumida pelo Paraguai e
importada pelo Brasil, deve perder espaço, caindo de 66,10% de participação ao
final de 2016 até 59,67% em 2023, dando lugar a outras fontes, notoriamente à
energia eólica e em menor grau à energia solar e térmica a gás. Destacam-se:
17
Aumento Projetado da Potência Instalada por
Fonte
200
180
160
GW
140
120
100
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Hidráulica Eólica Térmica Renovável Solar
Gás Natural Nuclear Outras Fósseis
Figura 2.10: Evolução esperada da potência instalada no SIN entre 2016 e 2023. Fonte: Elaboração
própria a partir de dados do PDE 2023
90%
GW
80%
70%
60%
2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Hidráulica Eólica Térmica Renovável Solar Gás Natural Nuclear Outras Fósseis
Figura 2.11: Evolução esperada da composição da potência instalada no SIN entre 2016 e 2023.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do PDE 2023
18
Composição Esperada da Matriz Elétrica em 2023
0,483%
1,639% 1,783%
UHE
0,351%
IMPORTAÇÃO DE ITAIPÚ
1,733%
PCH e CGH
EÓLICA
1,787% 10,218% BIOMASSA
SOLAR
GÁS NATURAL
7,138%
NUCLEAR
CARVÃO
11,455% 57,268%
ÓLEO COMBUSTÍVEL
ÓLEO DIESEL
GÁS DE PROCESSO
3,736% 63.41% Hidro
2,408% 83.79% Renováveis
Figura 2.12: Participação relativa esperada por fonte na capacidade de geração do SIN em 2023.
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do PDE 2023
19
3. Externalidades no Contexto de Planejamento
Energético
3.1. Externalidades
Mankiw (2007, apud ALVES, 2009, p. 31), em acordo com a definição acima,
diz que “as externalidade surgem quando a ação de um agente econômico provoca
impacto no bem-estar de outro agente econômico que não participa dessa ação sem
pagar nem receber nenhuma compensação por esse impacto”.
Externalidades Negativas
20
Em linhas gerais, o valor de uma externalidade negativa representa o valor
que a sociedade está disposta a pagar à fonte causadora para se evitar que a
externalidade negativa seja produzida.
Externalidades Positivas
Alves (2009) aponta que uma das funções primordiais da valoração dos
impactos ambientais é dar suporte ao desenvolvimento de políticas que buscam
internalizar os custos dos mesmos.
21
Em 1991 a “European Comission (EC)” iniciou o projeto “Externalities of
Energy” (ExternE). Como resultado, foi elaborada uma metodologia possível de ser
utilizada para quantificar financeiramente as externalidades geradas pelos ciclos de
vida de diversos combustíveis. (EUROPEAN COMISSION, 2005b). Com o passar
dos anos foram realizadas atualizações da metodologia empregada de forma de
forma a cobrir uma maior gama de danos, impactos e fontes de energia.
2
Coeficientes dose-resposta determinam a razão de variação de um determinado parâmetro
(resposta) em função da variação outro (dose). Por exemplo, o número de doenças respiratórias
(resposta) varia de acordo com a variação da concentração de poluentes (dose) de acordo com um
coeficiente dose-resposta.
22
estudos de planejamento de longo prazo. Reis, M. M. (2001) comparou os custos
das externalidades ambientais decorrentes da geração de energia elétrica a partir de
hidroelétricas e usinas térmicas a gás natural. Além disso, o autor exemplificou na
prática os conceitos abordados em seu trabalho através estudos de caso, aplicando
as metodologias para as Usinas Hidroelétricas Serra da Mesa e Simplício e no
complexo termoelétrico RioGen, composto pelas usinas RioGen e RioGen Merchant.
23
Rentizelas e Georgakellos (2014) verificaram quais seriam as tendências de
evolução da matriz elétrica grega no longo prazo se as externalidades fossem ou
não internalizadas considerando dois possíveis cenários, um com baixos custos de
emissão CO2 e outro com custos elevados, considerando o ciclo de vida completo
das diversas fontes de energia. Segundo os autores, com a internalização das
externalidades a maior parte da nova capacidade de geração seria oriunda de fontes
renováveis, com uma penetração mais rápida deste tipo de fonte no cenário de alto
custo de emissão de CO2. Além disso, na maior parte dos cenários o gás natural foi
a única fonte fóssil escolhida. Outro resultado interessante foi de que caso as
externalidades fossem levadas em conta, haveria um aumento da participação da
energia eólica enquanto energia hidroelétrica substituiria porções significativas das
usinas a biomassa que seriam construídas caso as externalidades fossem
desconsideradas.
24
3.3. Externalidades da energia elétrica valoradas por outros
autores
3
Vide conta de luz no anexo C
25
Emissão de material particulado nulo por parte de usinas eólicas,
termonucleares e hidroelétricas.
Tabela 3.1: Externalidades valoradas por Alves (2009). Fonte: adaptado de Alves (2009)
Custos em valores
Fonte Tecnologia empregada de 2009
(R$ / kWh)
Termonuclear - R$ 0,00
Eólica - R$ 0,00
Hidroelétrica PCH R$ 0,00
Hidroelétrica** UHE** R$ 5,48 **
[R$/(MW instalado. h)]
Gás natural Ciclo combinado R$ 0,03
Óleo
- R$ 0,56
combustível
Diesel - R$ 0,56
Bagaço de Gaseificação do bagaço e turbina a
R$ 1,08
cana gás
Bagaço de Turbina de condensação e extração
R$ 2,65
cana - 80 bar
Bagaço de Turbina de condensação e extração
R$ 2,76
cana - 60 bar
Bagaço de Turbina de condensação e extração
R$ 10,57
cana - 40 bar
Carvão Carvão importado R$ 160,00
Carvão Carvão nacional R$ 1.444,00
* Valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
** A externalidade gerada pelas emissões de GEE das grandes usinas hidroelétricas foi considerada
função da área alagada média das usinas no SIN por potência instalada, não da potência
despachada.
26
b) Resultados obtidos por Reis (2001)
27
Acidentes de trabalho e assoreamento de reservatórios estão diretamente
atrelados à atividade produtiva. Embora a inclusão de tais valores sejam
recomendados pela EC (2005b), contabilizar tais impactos pode levar a flutuações
nos valores finais de externalidades mensuradas para o empreendimento de
geração. O caso mais gritante é o da UHE Simplício, onde a estimativa de custos
devido a acidentes de trabalho representa mais de 80% do valor total das
externalidades calculado por Reis (2001). As tabelas a seguir mostram de forma
adaptada os resultados obtidos por esse mesmo autor:
Tabela 3.2: Dados técnicos da UHE Simplício e externalidades valoradas por Reis (2001) para a
mesma usina. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001)
UHE Simplício - dados técnicos
Curso d'água Rio Paraíba do Sul
Potência instalada 180 [MW]
[MW
Garantia física 100
médio]
Área alagada 6,8 [km²]
Vazão média de longo termo anual 451 [m³/s]
Volume do reservatório 0,128 [km³]
Queda nominal 40,30 [m]
UHE Simplício - externalidades mensuradas
Tipo de externalidade Valores de 2000
Perda de área agrícola 76.595,37 [R$/ano]
Sedimentação, erosão e assoreamento do reservatório 63.380,82 [R$/ano]
Emissão de gases de efeito estufa 19.061,16 [R$/ano]
Saúde ocupacional (acidentes de trabalho) 704.141,00 [R$/ano]
Total* 0,99 [R$/MWh]
Total desconsiderando saúde ocupacional* 0,11 [R$/MWh]
Total considerando apenas emissões de GEE e poluentes* 0,02 [R$/MWh]
*Para se calcular os valores das externalidades em R$/MWh, a produção anual foi
considerada igual à garantia física
Tabela 3.3: Dados técnicos da UHE Serra da Mesa e externalidades valoradas por Reis (2001) para
a mesma usina. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001)
UHE Serra da Mesa - dados técnicos
Curso d'água Rio Tocantins
Potência instalada 1275 [MW]
Garantia física 755 [MW médio]
Área alagada 1784 [km²]
Vazão média anual 769 [m³/s]
Volume do reservatório 54,4 [km³]
Volume útil 43,25 [km³]
Queda nominal 125,8 [m]
UHE Serra da Mesa - externalidades mensuradas
28
Tipo de externalidade Valores de 2000
Perda de área agrícola 34.889.834,00 [R$/ano]
Sedimentação, erosão e assoreamento do reservatório 2.508,00 [R$/ano]
Emissão de gases de efeito estufa 5.000.351,18 [R$/ano]
Saúde ocupacional (acidentes de trabalho) 5.196.234,00 [R$/ano]
Total* 3,90 [R$/MWh]
Total desconsiderando Saúde Ocupacional* 3,12 [R$/MWh]
Total considerando apenas emissões de GEE e poluentes* 0,76 [R$/MWh]
*Para se calcular os valores das externalidades em R$/MWh, a produção anual foi
considerada igual à garantia física
Tabela 3.4: Dados técnicos do complexo termoelétrico RioGen e externalidades valoradas por Reis
(2001) para o mesmo. Fonte: elaboração própria. Dados: Reis (2001)
Complexo termoelétrico Rio Gen - Dados Técnicos
Usina UTE RioGen
Potência instalada 1000 [MW]
Combustível Gás Natural -
Ciclo termodinâmico Combinado -
Complexo termoelétrico Rio Gen - Externalidades mensuradas*
Tipo de externalidade Valores de 2000
Saúde ocupacional (acidentes de trabalho) 9.678.130,00 [R$/ano]
Emissão de gases de efeito estufa 57.988.882,28 [R$/ano]
Emissão de poluentes e material particulado 82.808.149,53 [R$/ano]
Total 12,68 [R$/MWh]
Total considerando apenas emissão de GEE e poluentes 11,86 [R$/MWh]
*Foi considerado por Reis (2001) produção ininterrupta a plena potência durante a totalidade do ano
29
Ometto (2005), por sua vez, que por sua vez levou em consideração emissões
devido ao ciclo de vida dos fertilizantes utilizados na lavoura e fases agrícolas.
Tabela 3.5: Emissão de poluentes e GEE por fase do ciclo de vida da cana. Fonte: Adaptado de
Ometto (2005)
Geração
Emissões por fase Colheita*
Preparo Tratos de vapor e
do ciclo de vida Plantio Queimada* (inclui Fertirrigação Total
do solo culturais energia
[kg / tálcool] queimada)
elétrica
CO2 1,975 1,283 3,191 5782,270 5895,510 2307,030 0,937 13992,196
NOx 0,019 0,016 0,046 9,000 10,815 1,485 0,013 21,394
CO 0,006 0,005 0,009 302,400 303,031 0,495 0,002 605,948
SO2 0,004 0,002 0,025 0,000 0,186 0,000 0,001 0,218
Hidrocarbonetos 0,001 0,002 0,005 60,300 60,497 0,000 0,002 120,807
NO2 0,000 0,004 0,000 0,000 0,293 0,000 0,000 0,297
SOx 0,001 0,0004 0,0005 0,000 0,011 0,000 0,0003 0,013
Tolueno 0,000 0,00003 0,000 0,000 0,002 0,000 0,000 0,002
N2O 0,000 0,081 0,151 0,250 0,000 0,000 0,020 0,502
K** 0,000 0,000 0,000 1,260 1,260 0,000 0,000 2,520
Ca** 0,000 0,000 0,000 2,160 2,160 0,000 0,000 4,320
Mg** 0,000 0,000 0,000 0,520 0,522 0,000 0,000 1,042
S** 0,000 0,000 0,000 0,560 0,576 0,000 0,000 1,136
CH4 0,001 0,0003 0,001 5,050 5,106 0,000 0,00002 10,158
Material
6,78E-04 4,62E-04 3,75E-03 45,000 45,04 1,76 0,00 93,51
Particulado
* Foi considerado por Ometto (2005) que 75% da cana era queimada e 25% colhida crua.
** Substâncias associadas à emissão de material particulado.
Foi estimado por Prado (2007) que de todo o vapor produzido pela queima do
bagaço de cana, 67,3% é consumido para suprir a necessidade de calor e
eletricidade do processo de produção de açúcar e etanol, sendo os 32,7% restantes
utilizados para gerar a eletricidade de fato exportada à rede. Dessa forma, as
30
externalidades geradas pela produção de cana de açúcar e pela queima do bagaço
foram divididas na mesma proporção entre a produção de açúcar e álcool e a
produção de energia elétrica. As tabelas de Tabela 3.6 a Tabela 3.8 mostram os
valores das externalidades da energia elétrica oriunda do bagaço de cana, já
considerando essa divisão.
Tabela 3.6: Valor das externalidades devido à emissão de GEE Fonte: Prado (2007)
R$ / kwh*
€ / kWh
(valores de 2007)
CO2 0,25 0,699
CH4 0,0179 0,05
N2O 0,0169 0,047
TOTAL 0,2848 0,796
*Cotação do euro utilizada por Prado (2007): R$ 2,794
Tabela 3.7: Valor das externalidades por poluente. Fonte: Prado (2007)
R$ / kWh*
€ / kWh
(valores de 2007)
O3 0,10 0,27
Particulado 0,07 0,19
Sulfato 0,01 0,02
Nitrato 0,01 0,02
TOTAL 0,18 0,50
*Cotação do euro utilizada por Prado (2007): R$ 2,794
Tabela 3.8: Valor das externalidades por categoria de impacto. Fonte: Prado (2007)
€ / kWh R$ / kWh*
Valores de
valores de 2007
2007
Efeito
0,2848 0,796
estufa
Saúde
0,1811 0,506
Humana
Materiais 0,06 0,002
Total 0,5259 1,304
*Cotação do euro utilizada por Prado (2007): R$ 2,794
31
4. Metodologias empregadas neste trabalho para valorar
externalidades produzidas pelo setor elétrico
brasileiro.
32
energia elétrica conforme um modelo de pluma gaussiana. À variação de
concentração aplicou-se um coeficiente de dose-resposta, a fim de se determinar o
aumento do risco de incidência de doenças e mortes causadas pela exposição das
populações humanas aos poluentes. Atribuindo-se então um valor monetário ao
custo de uma doença e à perda de uma vida humana obteve-se um valor monetário
do dano causado pela emissão de um determinado poluente. Com os valores de
dano e fatores de emissão adequados em mãos, procedeu-se da mesma maneira
que na primeira metodologia.
33
4.1. Valoração de externalidades utilizando os fatores de emissão
e fatores de dano empregados por Rentizelas e Georgakellos
(2014).
Tabela 4.1:Fatores de emissão de poluentes por fonte de energia. Fonte: NEEDS (2009, Apud
Rentizelas e Georgakellos (2014))
Carvão Gás Óleo
Lignito Biomassa Hidráulica Fotovoltaica Eólica Nuclear*
Hulha Natural Combustível
[kg/kWh] [kg/kWh] [kg/kWh] [kg/kWh] [kg/kWh] [kg/kWh]
[kg/kWh] [kg/kWh] [kg/kWh]
Compostos
Orgânicos
2,36E-05 5,94E-05 1,01E-05 3,45E-05 2,22E-04 1,17E-06 7,09E-05 8,05E-05 8,01E-06
Voláteis não
Metano
NOx 7,38E-04 8,07E-04 3,09E-04 6,34E-03 1,76E-03 2,36E-05 1,36E-04 3,86E-05 3,20E-05
MP10 7,61E-05 7,48E-05 1,23E-05 1,20E-04 4,86E-05 3,22E-07 4,73E-05 1,17E-05 7,45E-06
MP2.5 6,47E-05 5,31E-05 8,22E-06 0,00E+00 4,25E-05 0,00E+00 2,37E-05 0,00E+00 4,99E-06
SO2 1,69E-04 6,18E-04 1,47E-04 6,16E-04 5,31E-04 8,99E-06 2,33E-04 3,83E-05 2,82E-05
CO2 9,21E-01 7,76E-01 3,98E-01 6,74E-01 1,80E-02 2,51E-03 5,52E-02 9,56E-03 6,27E-03
*NEEDS(2009)
34
Tabela 4.2: Dano por poluente. Fonte Rentizelas e Georgakellos (2014)
Impacto por Poluente (€ / tonelada)
Saúde Biodiversidade Produção agrícola Danos materiais Mudanças climáticas
Compostos
Orgânicos
9,41E+02 -7,00E+01 1,89E+02 0,00E+00 0,00E+00
Voláteis não
Metano
NOx 5,77E+03 9,42E+02 3,28E+02 7,10E+01 0,00E+00
MP10 1,33E+03 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00
MP2.5 2,46E+01 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00
SO2 6,35E+03 1,84E+02 -3,80E+01 2,59E+02 0,00E+00
CO2 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 7,00E+00
35
Tabela 4.3: Fatores de escala. Fonte: Elaboração Própria. Dados: IBGE, European Comission e
Banco Mundial.
União
Brasil
Européia
PIB per Capta
36.422,60* 11.912,11**
[US$]
Densidade demográfica
116,70 ** 24,07****
[hab/ km²]
Fator de escala de renda 1 0,2031
Fator de escala populacional 1 0,2063
* Banco Mundial
** IBGE, cotação média do Dólar do ano de 2014 R$ 2,35.
*** European Comission
**** IBGE
De posse dos valores da Tabela 4.1 e da Tabela 4.4 foi possível estimar os
valores das externalidades por tipo de fonte primária. Os valores obtidos são
exibidos na Tabela 4.5. Verifica-se que a maior parte dos impactos ocorre devido à
emissão de CO2. Isto acontece porque os impactos devido ao aquecimento global
não estarem sujeitos aos fatores de correção da Tabela 4.3. Os menores impactos
devido aos demais poluentes refletem a menor densidade populacional média e a
menor renda média da população brasileira em relação à europeia.
36
Tabela 4.5: Externalidades da energia elétrica por fonte primária e tipo de emissão. Fonte: Elaboração
Própria.
Compostos
Orgânicos TOTAL
NOx MP10 MP2.5 SO2 CO2
Voláteis não [R$/MWh]
[R$/MWh] [R$/MWh] [R$/MWh] [R$/MWh] [R$/MWh]
Metálicos
[R$/MWh]
Lignito 3,93E-03 1,67E+00 2,13E-02 3,35E-04 2,65E-01 2,01E+01 2,21E+01
Carvão Hulha 9,89E-03 1,82E+00 2,09E-02 2,75E-04 9,71E-01 1,69E+01 1,98E+01
Gás Natural 1,68E-03 6,98E-01 3,44E-03 4,25E-05 2,31E-01 8,69E+00 9,63E+00
Óleo Combustível 5,74E-03 1,43E+01 3,35E-02 0,00E+00 9,67E-01 1,47E+01 3,01E+01
Biomassa 3,69E-02 3,98E+00 1,36E-02 2,20E-04 8,34E-01 3,93E-01 5,26E+00
Hidráulica 1,95E-04 5,33E-02 8,99E-05 0,00E+00 1,41E-02 5,48E-02 1,23E-01
Fotovoltaica 1,18E-02 3,07E-01 1,32E-02 1,23E-04 3,66E-01 1,21E+00 1,90E+00
Eólica 1,34E-02 8,72E-02 3,27E-03 0,00E+00 6,01E-02 2,09E-01 3,73E-01
Nuclear 1,33E-03 7,23E-02 2,08E-03 2,58E-05 4,43E-02 1,37E-01 2,57E-01
20
R$ / MWh
15
10
Figura 4.1: Externalidades da energia elétrica por fonte primária conforme a primeira metodologia de
valoração. Fonte: Elaboração própria.
37
4.2. Valoração de externalidades ambientais conforme a
metodologia adaptada da ExternE
38
É importante observar que os dados de emissão do PNE 2030 e de Brasil
(2014) consideram apenas a fase de operação dos empreendimentos, excluindo o
as fases de construção e o ciclo do combustível. Contudo, conforme observa Reis
(2001), a maior parte das emissões dos empreendimentos termoelétricos a
combustível fóssil se concentra na fase de operação.
60
40
20
0
39
a) Emissões por tipo de empreendimento
Tabela 4.7: Emissões de GEE e outros poluentes de usinas eólicas e fotovoltaicas. Fonte: adaptado
de EC (2005a).
Eólica Fotovoltaica
[kg/ MWh] [kg / MWh]
- Usinas Nucleares
40
Tabela 4.8: Morbidade, mortalidade e risco de morte por acidentes graves da energia Nuclear . Fonte:
EC (1995b).
Impacto [Ocorrência / MWh]
Casos de câncer não fatais 1,56E-06
Mortes por câncer 6,50E-07
Risco de morte devido a acidentes graves 1,10E-11
- Combustíveis Fósseis
Tabela 4.9: Emissões de GEE e poluentes por fonte primária. Fonte: PNE 2030.
Óleo Óleo
Carvão Gás
Emissão Unidade combustível combustível
vapor natural
pesado leve (diesel)
CO2 [g CO2 eq / MJ] 106,40 78,00 74,20 56,48
41
Tabela 4.10: Poderes Caloríficos e eficiência das centrais geradoras por fonte primária. Fonte:
Elaboração própria. Dados: PNE 2030 e BEN 2015.
Eficiência média das Geração elétrica
Poder calorifico*
centrais geradoras** por tonelada
Combustível
Série histórica
[MJ/kg] [MWh / t]
2009-2014
Carvão vapor 26,10 32,59% 2,36
Óleo combustível pesado 40,50 39,99% 4,50
Óleo combustível leve (diesel) 41,90 35,76% 4,16
Gás natural 37,20 43,08% 4,45
*PNE 2030
** BEN 2015
Tabela 4.11: Emissão de GEE e poluentes por tipo de térmica a combustível fóssil. Fonte: elaboração
própria
CO2
Particulado SO2 NOx Hidrocarbonetos CO
equivalente
[kg/MWh] [kg/MWh] [kg/MWh] [kg/MWh] [kg/MWh] [kg/MWh]
Carvão vapor 1175,33 7,67 1,61 3,49 0,04 0,32
Óleo combustível
702,18 0,67 0,89 1,67 0,09 0,12
pesado
Óleo combustível
746,98 0,72 0,96 1,80 0,10 0,13
leve (diesel)
Gás natural 471,98 0,07 0,22 1,70 0,01 0,07
42
de São Paulo (2014) apurou que na safra de 2013/2014 87% da cana foi colhida
mecanicamente, enquanto a publicação especializada Nova Cana (2015) estima que
a mecanização deve atingir 97% no centro-sul na safra 2014/2015.
Conforme consta na seção 3.3, foi estimado por Prado (2007) que de todo o
vapor produzido pela queima do bagaço de cana, 67,3% é consumido para suprir a
necessidade de calor e eletricidade do processo de produção de açúcar e etanol,
sendo os 32,7% restantes utilizados para gerar a eletricidade de fato exportada à
rede. As emissões foram então alocadas nessa mesma proporção ao processo
industrial e ao excedente de eletricidade.
Para o ano de 2014 foi considerado para a fase da queimada que 87% da
cana foi colhida crua. Foi empregada uma relação linear sobre as emissões
estimadas por Ometto (2005) para 25% de cana crua. Para 2015 em diante, devido
ao avanço da mecanização evidenciado pela Nova Cana (2015), foi considerado por
simplificação que a cana será 100% colhida crua.
43
Tabela 4.12: Emissão de GEE e poluentes por fase do ciclo da cana por MWh exportados à rede.
Fonte: Adaptado de Ometo (2005)
Geração
Emissões por fase
Preparo Tratos de vapor e
do ciclo de vida Plantio Queimada** Colheita Fertirrigação Total
do solo culturais energia
[kg / MWh]
elétrica
CO2 2,15E+00 1,40E+00 3,47E+00 1,14E+03 1,23E+02 2,51E+03 1,02E+00 1,31+02***
NOx 2,07E-02 1,74E-02 5,01E-02 1,78E+00 1,98E+00 1,62E+00 1,42E-02 3,75E+00
CO 6,53E-03 5,44E-03 9,80E-03 5,97E+01 6,87E-01 5,39E-01 2,18E-03 5,63E-01***
SO2 4,36E-03 2,18E-03 2,72E-02 0,00E+00 2,03E-01 0,00E+00 1,09E-03 2,03E-01
Hidrocarbonetos 1,09E-03 2,18E-03 5,44E-03 1,19E+01 2,15E-01 0,00E+00 2,18E-03 1,21E+01
NO2 0,00E+00 4,36E-03 0,00E+00 0,00E+00 3,19E-01 0,00E+00 0,00E+00 3,19E-01
SO2 1,09E-03 4,36E-04 5,44E-04 0,00E+00 1,20E-02 0,00E+00 3,27E-04 1,20E-02
Tolueno 0,00E+00 3,27E-05 0,00E+00 0,00E+00 2,18E-03 0,00E+00 0,00E+00 2,18E-03
N2O 3,27E-04 8,82E-02 1,64E-01 4,94E-02 0,00E+00 0,00E+00 2,18E-02 4,94E-02
K* 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 2,49E-01 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 2,49E-01
Ca* 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 4,26E-01 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 4,26E-01
Mg* 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 1,03E-01 2,18E-03 0,00E+00 0,00E+00 1,05E-01
S* 0,00E+00 0,00E+00 0,00E+00 1,11E-01 1,74E-02 0,00E+00 0,00E+00 1,28E-01
CH4 1,09E-03 3,27E-04 1,09E-03 9,97E-01 6,10E-02 0,00E+00 2,18E-05 1,06E+00
Material
7,39E-04 5,03E-04 4,08E-03 8,89E+00 4,41E-02 1,92E+00 4,16E-04 8,93E+00
Particulado
*Substâncias associadas à emissão de material particulado
**Considera 87% de cana colhida crua
*** Não inclui as emissões da queimada e da geração de vapor
- Usinas Hidroelétricas
44
emissão considerando o cenário de “floresta remoção” do estudo publicado por
Brasil (2014). A Tabela 4.13 mostra os valores utilizados.
Tabela 4.13: Emissão de GEE a partir dos reservatórios de algumas hidroelétricas brasileiras. Fonte:
Adaptado de Brasil (2014)
Emissão
Potência Área
Emissões de GEE específica
UHE Bioma Instalada alagada
[tCO2 eq / dia] [tCO2
[MW] [km²]
eq/(km².dia)]
Floresta
Balbina 250 7176,78 2360,00 3,04
amazônica
Funil Mata atlântica 216 -3,92 40,00 -0,10
Itaipu Mata atlântica 14000 786,51 1350,00 0,58
Segredo Mata atlântica 1260 66,48 81,00 0,82
Serra da
Cerrado 1275 516,00 1784,00 0,29
Mesa
Três Marias Cerrado 396 284,83 1040,00 0,27
Floresta
Tucuruí 8370 5207,99 3023,00 1,72
amazônica
Xingó Caatinga 3162 -28,62 60,00 -0,01
MÉDIA - - - - 0,83
45
𝐸𝑖 = 𝐹. [0,46. 𝑃2013 + 0,14. ∑ 𝛥𝑃𝑖 ] Equação 1
Onde:
Ei é a emissão de GEE em toneladas de CO2 equivalente por dia
F é o fator de emissão médio em tonelada de CO2 equivalente por dia por km²
P2013 é a potência instalada em hidroelétricas no ano de 2013, inclusive PCHs
ΔPi é o acréscimo de potência instalada em PCHs e UHEs no ano i
Tabela 4.14: Emissões estimadas de GEE a partir dos reservatórios das hidroelétricas por ano
brasileiras. Fonte: elaboração própria
Área Emissão
Potência instalada [GW] Emissão específica
Ano alagada total
UHE PCH TOTAL [km²] [t CO2 eq / ano [t CO2 eq / (MW instalado.ano)]
2014 88,66 5,54 94,20 43.331,54 13.093.887,40 139,00
2015 93,12 5,67 98,79 44.020,04 13.301.937,74 134,65
2016 98,02 5,70 103,72 44.760,14 13.525.580,52 130,40
2017 101,84 5,85 107,69 45.355,04 13.705.346,89 127,27
2018 106,52 6,29 112,81 46.122,74 13.937.329,81 123,55
2019 107,32 6,44 113,75 46.264,79 13.980.254,36 122,90
2020 108,63 6,62 115,25 46.488,89 14.047.972,71 121,89
2021 111,28 6,80 118,08 46.913,69 14.176.338,40 120,06
2022 113,87 6,92 120,79 47.319,44 14.298.947,59 118,38
2023 116,89 7,32 124,21 47.833,64 14.454.328,10 116,37
46
A Tabela 4.15 apresenta o potencial de efeito estufa de alguns gases,
utilizados para calcular a quantidade de CO2 que causaria o mesmo impacto que a
sua emissão. Esses dados serão utilizados para estimar as emissões de CO 2
equivalente do ciclo de combustível do bagaço de cana.
Tabela 4.15: Potencial de efeito estufa dos gases selecionados. Fonte: adaptado de IPCC (2007)
Potencial de efeito
Gás
estufa
CO2 1
CO* 1,53
CH4 21
N2O 310
* Supondo que todo CO reaja com o oxigênio e se transforme em CO 2
Tabela 4.16: Emissões de GEE das térmicas a bagaço de cana. Fonte: Elaboração própria (2007)
47
na seção 4.1 e na Tabela 4.16. Os valores obtidos são exibidos nas tabelas Tabela
4.17 e Tabela 4.18.
Tabela 4.17: Custos devido à emissão de GEE por tipo de empreendimento . Fonte: Elaboração
própria
Emissões de CO2
Dano
Fonte de energia Equivalente
[kg CO2 / MWh] [R$ / MWh]
Carvão vapor 1.175,33 R$ 69,67
Óleo combustível pesado 702,18 R$ 41,62
Tabela 4.18: Custos anuais devido à emissão de GEE pelos reservatórios de hidroelétricas. Fonte:
Elaboração própria.
Emissão Dano
Ano
[t CO2 eq / (MW [R$ / (MW
instalado.ano)] instalado.ano)]
2014 139 8239,92
2015 134,65 7982,05
2016 130,4 7730,11
2017 127,27 7544,57
2018 123,55 7324,04
2019 122,9 7285,51
2020 121,89 7225,64
2021 120,06 7117,16
2022 118,38 7017,57
2023 116,37 6898,41
48
c) Valoração dos impactos à saúde humana
- Dispersão de poluentes
Para se calcular a dispersão dos poluentes emitidos por cada um dos tipos de
usina térmica, a EC (2005b) recomenda que seja utilizado um modelo de pluma
gaussiana, mostrado na Equação 2.
49
Equação 2
Onde:
𝜎𝑦 = 𝑀1 . ln(𝑥) + 𝑀2
Equação 3
1
𝜎𝑧 = 𝑒𝑥𝑝(𝑁1 + 𝑁2 . ln(𝑥) + 𝑁3 )
2,15 Equação 4
50
Conforme recomendado pela EC (2005b), o raio de influência das usinas
térmica é considerado igual a 50 km. As concentrações de poluentes serão
estimadas em intervalos discretos de 5 km.
A emissão de poluentes para a geração de 1 MWh de energia elétrica é feita
uniformemente ao longo do ano.
Para efeitos de simplificação para planejamento de longo prazo, Tolmasquim
et al. (2001) recomenda que sejam utilizadas velocidades do vento da ordem
de 3 m/s.
Para realizar uma estimativa sem dados a respeito da altura das chaminés e
velocidade dos gases emitidos, é recomendado pela University of Western
Ontario (2016) considerar h = 50 m.
Ao nível do solo, z é igual a zero
Foi verificado que a concentração de poluentes é muito sensível ao
afastamento à linha do vento4, decaindo rapidamente, portanto as
concentrações de poluentes serão calculadas para y = 0.
Para efeito de simplificação para planejamento de longo prazo, foi
considerado que o vento sopra igualmente em todas as direções, portanto
para se estimar a concentração efetiva de poluentes a uma determinada
distância da fonte, deve-se dividir a Equação 2 por 2π, dessa forma, a
concentração de poluentes é efetivamente calculada conforme a Equação 5.
𝑄 502
𝐶(𝑥, 𝑦 = 0, 𝑧 = 0) = 𝑒𝑥𝑝 ( ) Equação 5
2𝜋 2 𝑢𝜎𝑦 𝜎𝑧 2𝜎𝑧 2
4
Vide anexo C
51
Tabela 4.19: Ocorrência das diferentes classes de estabilidade atmosférica durante o ano. Fonte:
Elaboração própria.
Classe de
Frequência Consideração
estabilidade
A 0,00% Não ocorre
Ocorrência durante 33,3% do período diurno, 25% de dias
B 12,50%
chuvosos.
C 25,00% Ocorrência durante 66% do período diurno, 25% de dias chuvosos.
D 12,50% 25% de dias chuvosos
E 25,00% Ocorrência em 50% das noites
F 25,00% Ocorrência em 50% das noites
Onde:
Pop é a população residente na área de influência do empreendimento
termoelétrico,
D é a densidade demográfica, no caso do Brasil 24,07 habitantes / km²
segundo o IBGE
ri é o raio incremental, que varia discretamente de 5 em 5 km
R é o raio da zona de influência do empreendimento, 50 km, conforme
recomenda a EC (2005b)
52
Tabela 4.20: Coeficientes dose resposta. Fonte: Elaboração própria
Dose Resposta Fonte
53
𝐷𝑝. 𝑅𝑚
𝐶𝐷 = (𝐺𝑇 + )𝐾 Equação 7
30
Onde:
CD é o custo de doença [R$]
GT representa os gastos com tratamento e internações: [R$]
Dp representa os dias perdidos de trabalho
Rm é a renda média mensal [R$]
K é uma constante, que representa a real disposição a pagar, uma vez que os
termos anteriores não contabilizam gastos preventivos, dores, sofrimento e
sequelas. Foi utilizado neste trabalho K = 1,85, conforme recomendado por
Reis (2001).
54
- Impactos à saúde humana
De posse das informações dos itens a), b) e c) desta seção foram calculados
valores para as externalidades devido à emissão de poluentes. Para efeito de
cálculo, foram assumidas algumas considerações feitas pela EC (2005b)
Foi considerado que todo o SO2 emitido pelas termoelétricas reage até se
transformar em sulfatos aerossóis (SO4). Também foi considerado que todo o NOx
emitido é na forma de NO2 e reage até se transformar em nitratos aerossóis (NO3).
Logo, considerando as massas atômicas do oxigênio, enxofre e nitrogênio
respectivamente iguais a 16, 32 e 14, a emissão de 1 kg de SO2 dará origem a 1,5
kg de sulfatos aerossóis e a emissão de 1 kg de NO2 dará origem a 1,35 kg de
nitratos aerossóis.
Onde
55
I é o impacto à saúde humana em valores monetários. [R$]
Cri é a concentração de poluentes na área delimitada pelas
circunferências de raio ri e ri-5, calculada discretamente conforme a
Equação 5 de cinco em cinco quilômetros. [ μg / m³ ]
D a densidade populacional. [hab / km²]
ri é o raio incremental, que varia discretamente de 5000 em 5000
metros. [ m ]
R é o raio de influência, no caso, 50 km. [ m ]
CD é o custo de doença [R$]
VE é o valor da vida estatística [R$]
DRD é o coeficiente de dose-resposta de morbidade, apresentado na
Tabela 4.20. [ m³ / μg ]
DRM é o coeficiente de dose-resposta de mortalidade, apresentado na
Tabela 4.20. [ m³ / μg ]
Tabela 4.23: Impactos à saúde humana por tipo de empreendimento. Fonte: Elaboração própria
Emissão equivalente Custo de Custo de
Impacto total à
de MP10 morbidade mortalidade
Fonte de energia saúde humana
[R$/GWh]
[t/GWh] [R$/GWh] [R$/GWh]
Emissão de 1 tonelada de MP10 1 108,22 2.161,19 2.269,41
Carvão vapor 12,43 1.345,17 26.863,65 28.208,82
Óleo combustível pesado 2,60 281,24 5.616,42 5.897,65
Óleo combustível leve (diesel) 2,81 304,00 6.070,92 6.374,91
Gás natural 1,55 167,76 3.350,14 3.517,90
Eólica 0,10 11,12 222,01 233,13
Fotovoltaica 0,38 40,62 811,22 851,84
Biomassa em 2014 16,04 1.735,59 34.660,31 36.395,90
Biomassa a partir de 2015 5,07 548,69 10.957,58 11.506,27
Nuclear - 8,11 1.995,67 2.003,77
56
densidades populacionais em sua área de influência. Como exercício, foram
calculados a partir do Anexo E quais seriam os fatores multiplicadores de impacto à
saúde devido à localização de cada tipo de usina (Tabela 4.24), levando em
consideração a densidade populacional de cada unidade da federação e sua
participação na potência instalada por tipo de empreendimento.
Tabela 4.24 Fatores de multiplicação de impacto de usinas térmicas devido à sua localização. Fonte:
Elaboração própria
Fator de
Combustível
multiplicação
Carvão Mineral 2,075
Óleo Combutível 2,424
Óleo Diesel 1,852
Gás Natural 7,749
Bagaço de Cana de Açúcar 4,749
57
4.3. Composição da oferta de energia no SIN para suprimento da
demanda futura
Tabela 4.25: Expectativa de evolução de demanda no SIN . Fonte: Elaboração Própria. Dados: PDE
2023
DEMANDA NO SIN AUTOPRODUÇÃO TOTAL
Ano
TWh GW médio TWh GW médio TWh GW médio
2016 511,6 58,4 84,3 9,6 595,9 68,0
2017 534,6 61,0 83,2 9,5 617,8 70,5
2018 558,7 63,8 81,9 9,3 640,6 73,1
2019 582,6 66,5 84,0 9,6 666,6 76,1
2020 607,6 69,4 86,1 9,8 693,7 79,2
2021 633,6 72,3 88,3 10,1 721,9 82,4
2022 660,7 75,4 90,5 10,3 751,2 85,8
2023 689,0 78,7 92,7 10,6 781,7 89,2
58
Para a energia solar, adotou-se o FC assumido pela EPE (2012) para
despacho centralizado.
Tabela 4.26: Fatores de capacidade médio por tipo de empreendimento de geração . Fonte:
Elaboração Própria. Dados: Banco de Informações de Geração da ANEEL (agosto de 2015), BEN
2015, ONS.
Potência Instalada Garantia Física Fator de capacidade
Fonte de Energia
(MW) (MW médio) assumido
Eólica* 6537* 2549,55* 29,56%
PCH + CGH 5176 2622,61 50,67%
Solar* - - 18,00%
Itaipu 14000 8182,00 58,44%
Outras UHEs 69229 42072 60,77%
Nuclear 1990 1714,50 86,16%
Biomassa*** 9881 - 37,83%
Demais térmicas**** 39587 - 81,07%
* FC assumido como sendo o FC médio conforme série histórica de 2005 a 2014 do BEN 2015
59
**Fator de capacidade conforme EPE (2012) .
***Média das razões entre a geração total das térmicas a bagaço de cana pela potência
instalada, calculadas a partir da série histórica entre 2005 e 2014
***Fator de capacidade calculado a partir das taxas de indisponibilidade disponibilizadas pelo
ONS.
Tabela 4.27: Máxima quantidade de energia que pode ser ofertada no SIN por fonte. Fonte:
Elaboração própria.
Energia Disponível
[GW médio]
ANO 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
UHE* 52,80 55,83 58,21 61,12 61,69 62,58 64,29 65,97 67,93
IMPORTAÇÃO
CONTRATADA DE 3,47 3,41 3,34 3,26 3,18 3,09 2,99 2,88 2,76
ITAIPÚ
PCH 2,69 2,89 2,97 3,19 3,26 3,35 3,45 3,51 3,71
EÓLICA 1,68 3,20 4,17 5,15 5,45 5,75 6,04 6,34 6,63
BIOMASSA 3,41 4,13 4,13 4,39 4,67 4,94 5,09 5,19 5,29
SOLAR 0,00 0,00 0,09 0,18 0,27 0,36 0,45 0,54 0,63
GÁS NATURAL 9,87 9,87 10,15 10,15 10,55 11,77 12,98 14,20 16,23
NUCLEAR 1,71 1,71 1,71 2,92 2,92 2,92 2,92 2,92 2,92
CARVÃO 2,60 2,60 2,60 2,60 2,60 2,60 2,60 2,60 2,60
ÓLEO
2,83 2,83 2,83 2,83 2,83 2,83 2,83 2,83 2,83
COMBUSTÍVEL
ÓLEO DIESEL 1,14 1,05 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77 0,77
GÁS DE
0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56 0,56
PROCESSO
TOTAL 82,75 88,07 91,52 97,13 98,77 101,52 104,98 108,31 112,86
* Considera a metade brasileira de Itaipu.
60
Conforme o ONS (2013), usinas nucleares possuem inflexibilidade5 da
ordem de 90% de sua potência instalada. Por simplificação, é
assumido que elas devem despachar sempre na base. As barras de
combustível nuclear não param de emitir calor mesmo quando a usina
não está gerando e, por motivos de segurança, devem sempre ser
resfriadas.
5
Geração inflexível é a geração mínima que uma usina é obrigada a manter devido a motivos de
segurança, conservação dos equipamentos ou então à impossibilidade de deixar de comprar
combustível por razões contratuais.
6
Segundo a EPE (2012), o CVU é constituído por duas parcelas, uma devido a custos de combustível
e outra devido a outros custos varíaveis, em R$/MWh.
61
Em seguida, possuirão prioridade as parcelas de geração inflexível de
térmicas a gás e a carvão. É considerado pelo ONS (2013) que partir
de 2014 térmicas a gás natural possuirão despacho inflexível médio de
25,5% de sua potência instalada. Ainda segundo o ONS (2013),
térmicas a carvão possuirão inflexibilidade média da ordem de 35,7%
de sua potência instalada a partir do mesmo ano.
Tabela 4.28: Prioridade de despacho por fonte de energia. Fonte: Elaboração própria.
ORDEM DE
TIPO DE USINA
DESPACHO
NUCLEAR 1
SOLAR 2
EÓLICA 3
GÁS DE PROCESSO 4
PCH 5
BIOMASSA 6
CARVÃO INFLEXÍVEL 7
GÁS NATURAL INFLEXÍVEL 8
UHE 9
CARVÃO FLEXÍVEL 10
GÁS NATURAL FLEXÍVEL 11
ÓLEO DIESEL 12
ÓLEO COMBUSTÍVEL 13
62
demanda, o sistema consumirá energia do próximo tipo de usina para suprir o
restante da demanda, e assim sucessivamente.
É importante observar que este modelo pode não refletir a realidade, uma
vez que não considera as restrições de transferência de energia entre regiões,
aumento de carga no horário de pico, possibilidade dos agentes geradores alterarem
sua inflexibilidade, nem outras restrições técnicas, eletroenergéticas ou climáticas.
Observa-se também que os resultados obtidos não refletirão a realidade de 2015 e
2016 devido à hidrologia desfavorável descrita no capítulo 2 e à consequente
necessidade de acionamento de usinas térmicas. Verifica-se forte predominância de
fontes renováveis, caso a previsão de despacho se concretize. Embora a energia
hidráulica perca algum espaço, sua participação deve se manter próxima a 75%.
63
excedente de oferta de energia hídrica, e que a parcela flexível de geração térmica
não precisará ser acionada para atender a demanda.
Tabela 4.29: Despacho esperado de energia por fonte. Fonte: Elaboração própria.
Despacho por fonte [TWh]
ANO 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
UHE 372,01 372,86 385,32 385,18 401,71 417,49 435,31 454,94 472,72
EÓLICA 14,68 28,01 36,51 45,16 47,75 50,34 52,93 55,52 58,10
BIOMASSA 29,49 35,65 35,65 37,93 40,38 42,67 43,98 44,86 45,71
GÁS NATURAL 22,04 22,04 22,67 22,67 23,57 26,29 29,00 31,72 36,25
PCH 23,25 24,97 25,64 27,55 28,20 28,99 29,78 30,31 32,06
NUCLEAR 15,02 15,02 15,02 25,62 25,62 25,62 25,62 25,62 25,62
CARVÃO 8,14 8,14 8,14 8,14 8,14 8,14 8,14 8,14 8,14
GÁS DE PROCESSO 4,88 4,88 4,88 4,88 4,88 4,88 4,88 4,88 4,88
SOLAR 0,00 0,00 0,79 1,58 2,37 3,15 3,94 4,73 5,52
DEMANDA 489,50 511,56 534,61 558,70 582,62 607,57 633,58 660,71 689,00
FÓSSEIS 10,23% 9,79% 9,48% 10,97% 10,68% 10,69% 10,68% 10,65% 10,87%
RENOVÁVEIS 89,77% 90,21% 90,52% 89,03% 89,32% 89,31% 89,32% 89,35% 89,13%
Figura 4.4 Oferta e demanda de energia futuras conforme prioridade de despacho . Fonte:
Elaboração própria.
Oferta x Demanda
120
100
Gigawatt médio
80
60
40
20
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
64
Composição esperada do despacho
100%
95%
90%
85%
80%
75%
70%
65%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
UHE PCH EÓLICA BIOMASSA NUCLEAR GÁS NATURAL CARVÃO GÁS DE PROCESSO SOLAR
Figura 4.5 Evolução esperada da participação relativa no despacho por fonte . Fonte: Elaboração
própria.
65
5. Resultados e Discussão
Tabela 5.1: Produção de energia elétrica no Brasil em 2014, em GWh. Fonte: Elaboração própria.
Dados: BEN 2015
GWh
Autoprodução Autoprodução
Produção Serviço Autoprodução
Fonte Primária exportada à consumida in
total Público Total
rede loco
GÁS NATURAL 81.074,91 70.071,83 409,32 11.003,08 10.593,76
CARVÃO VAPOR 18.385,43 17.278,97 35,06 1.106,46 1.071,40
ÓLEO DIESEL 13.412,16 11.772,37 22,21 1.639,79 1.617,58
ÓLEO COMBUSTÍVEL 18.255,44 16.998,36 95,88 1.257,08 1.161,20
GÁS DE COQUERIA 1.344,89 0,00 111,61 1.344,89 1.233,28
OUTRAS SECUNDÁRIAS 3.220,00 0,00 464,41 3.220,00 2.755,59
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 7.559,88 580,64 607,34 6.979,24 6.371,89
NUCLEAR 15.378,46 15.378,46 0,00 0,00 0,00
LENHA 1.952,36 315,78 233,67 1.636,58 1.402,91
BAGAÇO DE CANA 32.303,25 0,00 19.051,39 32.303,25 13.251,86
LIXÍVIA 10.477,50 0,00 1.931,64 10.477,50 8.545,86
OUTRAS RENOVÁVEIS 1.465,07 555,48 81,70 909,59 827,89
EÓLICA 12.210,25 12.207,70 0,00 2,55 2,55
HIDRÁULICA 373.439,06 351.350,87 18.676,87 22.088,19 3.411,33
66
a) Externalidades valoradas utilizando os fatores de emissão e fatores de
dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014).
67
Tabela 5.2: Externalidades totais geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração
Própria.
Externalidades totais geradas pela produção de energia elétrica em 2014 [R$]
Autoprodução Autoprodução
Fonte Primária Produção total Serviço Público
exportada à rede consumida in loco
GÁS NATURAL 780.484.536,64 674.561.082,36 3.940.371,31 101.983.082,97
CARVÃO VAPOR 363.541.210,49 341.662.750,85 693.335,60 21.185.124,03
ÓLEO DIESEL 403.115.347,87 353.829.831,42 667.590,38 48.617.926,07
ÓLEO COMBUSTÍVEL 548.684.792,33 510.902.094,76 2.881.741,56 34.900.956,01
GÁS DE COQUERIA 26.592.929,13 - 2.206.930,72 24.385.998,40
OUTRAS
30.997.958,76 - 4.470.697,50 26.527.261,26
SECUNDÁRIAS
OUTRAS NÃO
227.219.459,89 17.451.814,65 18.254.274,68 191.513.370,57
RENOVÁVEIS
NUCLEAR 3.952.054,77 3.952.054,77 - -
LENHA 10.260.764,43 1.659.596,59 1.228.062,82 7.373.105,02
BAGAÇO DE CANA 169.771.846,37 - 100.125.824,97 69.646.021,40
LIXÍVIA 55.065.204,94 - 10.151.873,24 44.913.331,69
OUTRAS
7.699.750,82 2.919.337,70 429.379,34 4.351.033,78
RENOVÁVEIS
EÓLICA 4.552.507,00 4.551.555,63 - 951,37
HIDRÁULICA 45.768.691,64 43.061.562,52 2.289.037,04 418.092,08
TOTAL 2.677.707.055,06 1.954.551.681,25 147.339.119,15 575.816.254,66
R$/MWh 4,53 3,94 3,53 11,02
Tabela 5.3: Impactos negativos à saúde humana devido à geração de energia elétrica no Brasil em
2014 conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014).. Fonte:
Elaboração Própria.
Externalidades geradas pela produção de energia elétrica em 2014 [R$]
Autoprodução Autoprodução
Fonte Primária Produção total Serviço Público
exportada à rede consumida in loco
GÁS NATURAL 46.804.714,14 40.452.612,64 236.299,30 6.115.802,20
CARVÃO VAPOR 33.812.872,27 31.777.962,50 64.486,96 1.970.422,81
ÓLEO DIESEL 114.888.369,14 100.841.936,43 190.264,08 13.856.168,63
ÓLEO COMBUSTÍVEL 156.375.839,56 145.607.724,35 821.299,88 9.946.815,32
GÁS DE COQUERIA 2.473.401,34 - 205.266,05 2.268.135,29
OUTRAS
1.858.910,11 - 268.102,32 1.590.807,79
SECUNDÁRIAS
OUTRAS NÃO
64.757.825,08 4.973.788,60 5.202.490,70 54.581.545,78
RENOVÁVEIS
NUCLEAR 1.234.122,19 1.234.122,19 - -
LENHA 5.672.613,47 917.499,86 678.928,53 4.076.185,08
BAGAÇO DE CANA 93.857.535,64 - 55.354.073,05 38.503.462,59
LIXÍVIA 30.442.529,46 - 5.612.413,51 24.830.115,95
OUTRAS
4.256.769,61 1.613.941,58 237.380,27 2.405.447,76
RENOVÁVEIS
EÓLICA 1.432.051,23 1.431.751,96 - 299,27
HIDRÁULICA 15.313.132,56 14.407.390,55 765.858,20 139.883,82
TOTAL 573.180.685,81 343.258.730,68 69.636.862,85 160.285.092,28
R$/MWh 0,971 0,69 1,67 3,07
68
Tabela 5.4: Custos devido à emissão de GEE devido à produção de energia elétrica no Brasil em
2014 conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014).. Fonte:
Elaboração Própria.
Externalidades geradas pela produção de energia elétrica em 2014 [R$]
Autoprodução Autoprodução
Fonte Primária Produção total Serviço Público
exportada à rede consumida in loco
GÁS NATURAL 704.729.074,96 609.086.772,72 3.557.910,63 92.084.391,62
CARVÃO VAPOR 311.593.321,94 292.841.164,76 594.262,05 18.157.895,12
ÓLEO DIESEL 197.429.143,07 173.291.145,52 326.958,02 23.811.039,53
ÓLEO COMBUSTÍVEL 268.723.006,80 250.218.611,86 1.411.357,24 17.093.037,70
GÁS DE COQUERIA 22.792.956,86 - 1.891.573,38 20.901.383,48
OUTRAS
27.989.232,04 - 4.036.762,25 23.952.469,80
SECUNDÁRIAS
OUTRAS NÃO
111.282.647,74 8.547.173,48 8.940.185,05 93.795.289,21
RENOVÁVEIS
NUCLEAR 2.105.877,44 2.105.877,44 - -
LENHA 767.512,31 124.138,98 91.859,95 551.513,38
BAGAÇO DE CANA 12.699.052,16 - 7.489.481,33 5.209.570,83
LIXÍVIA 4.118.915,62 - 759.367,18 3.359.548,44
OUTRAS
575.946,72 218.368,49 32.117,87 325.460,35
RENOVÁVEIS
EÓLICA 2.549.383,33 2.548.850,57 - 532,76
HIDRÁULICA 20.471.331,79 19.260.492,32 1.023.836,06 187.003,42
TOTAL 1.687.827.402,79 1.358.242.596,15 30.155.671,00 299.429.135,64
R$/MWh 2,86 2,74 0,72 5,73
Tabela 5.5: Participação relativa de cada fonte de energia na geração e nos impactos em 2014,
conforme calculado com fatores de emissão de Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração
Própria.
Participação nos Participação Participação
Participação
Fonte Primária impactos devido nos impactos à nos impactos
na Geração
ao efeito estufa saúde humana totais
GÁS DE COQUERIA 0,23% 1,35% 0,43% 0,99%
OUTRAS RENOVÁVEIS 0,25% 0,03% 0,74% 0,29%
LENHA 0,33% 0,05% 0,99% 0,38%
OUTRAS SECUNDÁRIAS 0,55% 1,66% 0,32% 1,16%
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 1,28% 6,59% 11,30% 8,49%
LIXÍVIA 1,77% 0,24% 5,31% 2,06%
EÓLICA 2,07% 0,15% 0,25% 0,17%
ÓLEO DIESEL 2,27% 11,70% 20,04% 15,05%
NUCLEAR 2,60% 0,12% 0,22% 0,15%
ÓLEO COMBUSTÍVEL 3,09% 15,92% 27,28% 20,49%
CARVÃO VAPOR 3,11% 18,46% 5,90% 13,58%
BAGAÇO DE CANA 5,47% 0,75% 16,37% 6,34%
GÁS NATURAL 13,73% 41,75% 8,17% 29,15%
HIDRÁULICA 63,24% 1,21% 2,67% 1,71%
69
b) Externalidades ambientais valoradas conforme a metodologia adaptada
da ExternE
70
Tabela 5.6: Externalidades totais geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Externalidades totais [R$ milhões]
Autoprodução Autoprodução
Produção Serviço
consumida in exportada à
total Público
loco rede
HIDRÁULICA* 776,21 - - -
GÁS NATURAL 2.553,60 2.207,03 333,67 12,89
CARVÃO VAPOR 1.799,61 1.691,31 104,87 3,43
ÓLEO DIESEL 696,65 611,47 84,02 1,15
ÓLEO COMBUSTÍVEL 889,26 828,02 56,56 4,67
GÁS DE COQUERIA 131,64 - 120,72 10,92
OUTRAS SECUNDÁRIAS 156,85 - 134,23 22,62
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 368,26 28,28 310,39 29,58
NUCLEAR 36,53 36,53 - -
LENHA 7,87 1,27 5,65 0,94
BAGAÇO DE CANA 1.352,81 - 554,97 797,84
LIXÍVIA 42,22 - 34,43 7,78
OUTRAS RENOVÁVEIS 5,90 2,24 3,34 0,33
EÓLICA 10,45 10,44 0,00 -
TOTAL* 8.827,84 5.416,61 1.742,85 892,17
R$/MWh 14,95 10,91 33,36 21,38
*A emissão de GEE de uma usina hidroelétrica é função da área alagada e não da geração.
Não foi realizado levantamento das áreas alagadas por usinas do serviço público e usinas de
autoprodutores.
Tabela 5.7: Impactos devido a mudanças climáticas geradas pela produção de energia elétrica no
Brasil em 2014 conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Impactos devido mudanças climáticas [R$ milhões]
Autoprodução Autoprodução
Produção Serviço
Consumida in exportada à
total Público
loco rede
HIDRÁULICA* 776,21 - - -
GÁS NATURAL 2.268,38 1.960,53 296,40 11,45
CARVÃO VAPOR 1.280,98 1.203,89 74,65 2,44
ÓLEO DIESEL 593,90 521,29 71,63 0,98
ÓLEO COMBUSTÍVEL 759,88 707,56 48,33 3,99
GÁS DE COQUERIA 93,70 - 85,93 7,78
OUTRAS SECUNDÁRIAS 134,03 - 114,70 19,33
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 314,68 24,17 265,23 25,28
NUCLEAR 5,72 5,72 - -
LENHA 6,20 1,00 4,46 0,74
BAGAÇO DE CANA 177,10 - 72,65 104,45
LIXÍVIA 33,29 - 27,15 6,14
OUTRAS RENOVÁVEIS 4,66 1,76 2,63 0,26
EÓLICA 7,60 7,60 0,00 -
TOTAL* 6.456,33 4.433,52 1.063,77 182,85
R$/MWh 10,93 8,93 20,36 4,38
*A emissão de GEE de uma usina hidroelétrica se é função da área alagada e não da
geração. Não foi realizado levantamento das áreas alagadas por usinas do serviço público e
usinas de autoprodutores.
71
Tabela 5.8: Impactos à saúde humana geradas pela produção de energia elétrica no Brasil em 2014
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Impactos à saúde humana [R$ milhões]
Autoprodução Autoprodução
Produção Serviço
consumida in exportada à
total Público
loco rede
HIDRÁULICA - - - -
GÁS NATURAL 285,21 246,51 37,27 1,44
CARVÃO VAPOR 518,63 487,42 30,22 0,99
ÓLEO DIESEL 102,74 90,18 12,39 0,17
ÓLEO COMBUSTÍVEL 129,38 120,47 8,23 0,68
GÁS DE COQUERIA 37,94 - 34,79 3,15
OUTRAS SECUNDÁRIAS 22,82 - 19,53 3,29
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 53,58 4,12 45,16 4,30
NUCLEAR 30,81 30,81 - -
LENHA 1,66 0,27 1,20 0,20
BAGAÇO DE CANA 1.175,71 - 482,31 693,39
LIXÍVIA 8,93 - 7,28 1,65
OUTRAS RENOVÁVEIS 1,25 0,47 0,71 0,07
EÓLICA 2,85 2,85 0,00 -
TOTAL 2.371,51 983,09 679,08 709,33
R$ /MWh 4,02 1,98 13,00 17,00
Tabela 5.9: Participação relativa de cada fonte de energia na geração e nos impactos em 2014,
conforme metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Participação nos Participação nos
Participação nos
Fonte Primária Participação na Geração impactos devido impactos à
impactos totais
ao efeito estufa saúde humana
GÁS DE COQUERIA 0,23% 1,45% 1,60% 1,49%
OUTRAS RENOVÁVEIS 0,25% 0,07% 0,05% 0,07%
LENHA 0,33% 0,10% 0,07% 0,09%
OUTRAS SECUNDÁRIAS 0,55% 2,08% 0,96% 1,78%
OUTRAS NÃO RENOVÁVEIS 1,28% 4,87% 2,26% 4,17%
LIXÍVIA 1,77% 0,52% 0,38% 0,48%
EÓLICA 2,07% 0,12% 0,12% 0,12%
ÓLEO DIESEL 2,27% 9,20% 4,33% 7,89%
NUCLEAR 2,60% 0,09% 1,30% 0,41%
ÓLEO COMBUSTÍVEL 3,09% 11,77% 5,46% 10,07%
CARVÃO VAPOR 3,11% 19,84% 21,87% 20,39%
BAGAÇO DE CANA 5,47% 2,74% 49,58% 15,32%
GÁS NATURAL 13,73% 35,13% 12,03% 28,93%
HIDRÁULICA 63,24% 12,02% 0,00% 8,79%
72
5.2. Externalidades produzidas pelo setor elétrico para se atender
a demanda futura
73
As tabelas Tabela 5.10 a Tabela 5.12 mostram os resultados obtidos,
enquanto as figuras de Figura 5.1 a Figura 5.3 exibem os mesmos resultados em
forma gráfica.
- Impactos Totais
Tabela 5.10: Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado
utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014).
Fonte: Elaboração Própria.
Externalidades totais [R$]
Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
NUCLEAR 3.859.683 3.859.683 3.859.683 6.584.736 6.584.736 6.584.736 6.584.736 6.584.736 6.584.736
EÓLICA 5.475.127 10.442.422 13.612.029 16.836.667 17.802.128 18.767.588 19.733.049 20.698.509 21.663.970
GÁS DE
46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651 46.967.651
PROCESSO
PCH 2.849.402 3.060.370 3.142.502 3.376.016 3.456.538 3.553.164 3.649.790 3.714.208 3.928.933
BIOMASSA 154.961.436 187.366.056 187.366.056 199.358.858 212.245.107 224.272.272 231.144.938 235.783.988 240.251.221
UHE 45.593.478 45.697.319 47.224.773 47.207.790 49.233.660 51.167.044 53.351.540 55.756.846 57.936.262
GÁS
212.147.135 212.147.135 218.196.527 218.196.527 226.913.231 253.063.342 279.213.453 305.363.564 348.947.082
NATURAL
CARVÃO 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730 160.922.730
TOTAL 632.776.641 670.463.364 682.793.053 702.453.179 728.629.087 771.302.938 809.073.401 844.798.849 897.710.305
R$ / MWh 1,29 1,31 1,28 1,26 1,25 1,27 1,28 1,28 1,30
Custos totais
1.000
900
800
700
R$ milhões
600
500
400
300
200
100
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Figura 5.1 Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura
calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria
74
- Impactos devido a mudança climática
.
Tabela 5.11: Custos devido à emissão de GEE produzidas ao se atender a demanda futura de
energia elétrica calculados utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por
Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração Própria.
Impactos devido à emissão de GEE [R$]
Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
NUCLEAR 2.056.657 2.056.657 2.056.657 3.508.718 3.508.718 3.508.718 3.508.718 3.508.718 3.508.718
SOLAR - - 950.470 1.900.940 2.851.409 3.801.879 4.752.349 5.702.819 6.653.289
EÓLICA 3.066.046 5.847.709 7.622.674 9.428.457 9.969.111 10.509.764 11.050.418 11.591.072 12.131.725
GÁS DE
42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872 42.408.872
PROCESSO
PCH 1.274.475 1.368.836 1.405.572 1.510.018 1.546.033 1.589.252 1.632.471 1.661.284 1.757.326
BIOMASSA 11.591.223 14.015.111 14.015.111 14.912.181 15.876.082 16.775.722 17.289.802 17.636.806 17.970.958
UHE 20.392.963 20.439.408 21.122.605 21.115.009 22.021.136 22.885.896 23.862.973 24.938.814 25.913.619
GÁS
191.555.690 191.555.690 197.017.916 197.017.916 204.888.558 228.500.484 252.112.411 275.724.338 315.077.549
NATURAL
CARVÃO 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823 137.927.823
TOTAL 410.273.749 415.620.107 424.527.701 429.729.934 440.997.743 467.908.412 494.545.838 521.100.546 563.349.879
R$ / MWh 0,84 0,81 0,79 0,77 0,76 0,77 0,78 0,79 0,82
500
400
R$ milhões
300
200
100
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Figura 5.2 Valor total das externalidades causadas pelos GEE emitidos para se atender a
demanda futura calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por
Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria.
75
- Impactos à saúde humana
Tabela 5.12: Impactos à saúde humana produzidos ao se atender a demanda futura de energia
elétrica calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e
Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração Própria.
Impactos à saúde [R$]
Ano 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
NUCLEAR 748.452 748.452 748.452 1.276.881 1.276.881 1.276.881 1.276.881 1.276.881 1.276.881
EÓLICA 1.069.496 2.039.793 2.658.935 3.288.826 3.477.417 3.666.007 3.854.597 4.043.188 4.231.778
GÁS DE 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045 1.749.045
PROCESSO
PCH 592.006 635.838 652.902 701.418 718.148 738.223 758.299 771.682 816.295
BIOMASSA 53.199.064 64.323.739 64.323.739 68.440.930 72.864.846 76.993.834 79.353.256 80.945.866 82.479.490
UHE 9.472.730 9.494.304 9.811.656 9.808.127 10.229.032 10.630.722 11.084.584 11.584.322 12.037.129
GÁS 7.900.223 7.900.223 8.125.499 8.125.499 8.450.103 9.423.916 10.397.730 11.371.543 12.994.565
NATURAL
CARVÃO 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429 9.294.429
TOTAL 84.025.444 96.185.822 97.611.369 103.178.582 108.800.041 114.759.912 119.002.388 122.517.237 126.606.607
R$ / MWh 0,17 0,19 0,18 0,18 0,19 0,19 0,19 0,19 0,18
120
90
60
30
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Figura 5.3 Valor total das externalidades devido a impactos à saúde humana calculadas utilizando os
fatores de emissão e fatores de dano empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte:
Elaboração própria.
76
b) Externalidades ambientais valoradas conforme a metodologia adaptada
da ExternE
77
- Externalidades Totais
Tabela 5.13: Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Externalidades totais [R$ milhões]
Fonte Primária 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA 788,54 801,80 812,45 826,20 828,75 832,76 840,37 847,64 856,85
NUCLEAR 35,68 35,68 35,68 60,87 60,87 60,87 60,87 60,87 60,87
SOLAR 0,00 0,00 3,18 6,35 9,53 12,71 15,88 19,06 22,24
EÓLICA 12,56 23,96 31,24 38,64 40,85 43,07 45,28 47,50 49,71
GÁS DE PROCESSO 153,67 153,67 153,67 153,67 153,67 153,67 153,67 153,67 153,67
BIOMASSA 477,99 577,94 577,94 614,93 654,68 691,78 712,98 727,29 741,07
GÁS NATURAL 694,10 694,10 713,90 713,90 742,42 827,97 913,53 999,09 1.141,69
CARVÃO 796,60 796,60 796,60 796,60 796,60 796,60 796,60 796,60 796,60
TOTAL 2.959,14 3.083,75 3.124,65 3.211,16 3.287,36 3.419,43 3.539,19 3.651,71 3.822,69
R$ /MWh 6,05 6,03 5,84 5,75 5,64 5,63 5,59 5,53 5,55
Externalidades totais
4000
3500
3000
R$ Milhões
2500
2000
1500
1000
500
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA GÁS NATURAL CARVÃO BIOMASSA
GÁS DE PROCESSO NUCLEAR EÓLICA SOLAR
Figura 5.4 Valor total das externalidades produzidas para se atender a demanda futura calculado a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria.
78
- Impactos devido mudança climática
Tabela 5.14: Impactos devido mudança climática produzidos para se atender a demanda futura
calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Impactos devido mudança climática [R$ milhões]
Fonte Primária 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA 788,54 801,80 812,45 826,20 828,75 832,76 840,37 847,64 856,85
NUCLEAR 5,58 5,58 5,58 9,52 9,52 9,52 9,52 9,52 9,52
SOLAR - - 2,51 5,01 7,52 10,02 12,53 15,03 17,54
EÓLICA 9,14 17,43 22,72 28,11 29,72 31,33 32,94 34,55 36,17
GÁS DE PROCESSO 136,51 136,51 136,51 136,51 136,51 136,51 136,51 136,51 136,51
BAGAÇO DE CANA 138,72 167,73 167,73 178,47 190,00 200,77 206,92 211,07 215,07
GÁS NATURAL 616,58 616,58 634,16 634,16 659,50 735,50 811,50 887,50 1.014,17
CARVÃO 567,03 567,03 567,03 567,03 567,03 567,03 567,03 567,03 567,03
TOTAL 2.262,10 2.312,66 2.348,69 2.385,01 2.428,54 2.523,44 2.617,32 2.708,86 2.852,86
R$/MWh 4,62 4,52 4,39 4,27 4,17 4,15 4,13 4,10 4,14
2500
2000
R$ Milhões
1500
1000
500
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA GÁS NATURAL CARVÃO BAGAÇO DE CANA
GÁS DE PROCESSO EÓLICA NUCLEAR SOLAR
Figura 5.5 Impactos devido mudança climática produzidos para se atender a demanda futura
calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria.
79
- Impactos à saúde humana
Tabela 5.15: Impactos à saúde humana produzidos para se atender a demanda futura calculados a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração Própria.
Impactos à saúde humana [R$ milhões]
Fonte Primária 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
NUCLEAR 30,09 30,09 30,09 51,34 51,34 51,34 51,34 51,34 51,34
SOLAR 0,00 0,00 0,67 1,34 2,01 2,69 3,36 4,03 4,70
EÓLICA 3,42 6,53 8,51 10,53 11,13 11,73 12,34 12,94 13,55
GÁS DE PROCESSO 17,16 17,16 17,16 17,16 17,16 17,16 17,16 17,16 17,16
BAGAÇO DE CANA 339,26 410,21 410,21 436,47 464,68 491,01 506,06 516,21 525,99
GÁS NATURAL 77,53 77,53 79,74 79,74 82,92 92,48 102,03 111,59 127,52
CARVÃO 229,57 229,57 229,57 229,57 229,57 229,57 229,57 229,57 229,57
TOTAL 697,05 771,10 775,96 826,15 858,83 895,99 921,87 942,85 969,84
R$/MWh 1,42 1,51 1,45 1,48 1,47 1,47 1,46 1,43 1,41
600
500
400
300
200
100
0
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA BAGAÇO DE CANA CARVÃO GÁS NATURAL
NUCLEAR GÁS DE PROCESSO EÓLICA SOLAR
Figura 5.6 Impactos à saúde humana produzidos para se atender a demanda futura calculados a
partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria.
80
5.3. Análise dos resultados e discussão
81
carvão hulha em relação ao carvão vapor ou então tecnologias mais avançadas de
geração termoelétrica. Além disso, segundo a EPE (2008b), o carvão nacional é
considerado de baixa qualidade, devido à grande quantidade de cinzas e inertes, o
que consequentemente acarreta em baixo conteúdo energético.
Tabela 5.16: Comparativo entre metodologias das emissões de GEE em toneladas de CO2
equivalente. Fonte: elaboração própria.
Tipo de
Tipo de Emissõ de GEE
Empreendimento
empreendimento
equivalente da
da segunda Segunda Primeira
primeira
metodologia metodologia metodologia
metodologia
[t CO2 eq/MWh] [t CO2 eq/MWh]
Carvão vapor Carvão Hulha 1175,27 776,00
Óleo combustível
Óleo Combustível 702,09 674,00
pesado
Óleo combustível
Óleo Combustível 746,96 674,00
leve (diesel)
Gás natural Gás Natural 472,00 398,00
Eólica Eólica 10,46 9,56
Fotovoltaica Fotovoltaica 53,64 55,20
Biomassa de cana
Biomassa 92,44 18,00
em 2014
Biomassa de cana a
Biomassa 79,28 18,00
partir de 2015
Nuclear Nuclear 6,24 6,27
Hidroelétricas em
Hidráulica 3,43 2,51
2014*
Novas
Hidráulica 1,04 2,51
hidroelétricas**
*Área alagada: 0,46 km²/MW instalado. Considera um fator de capacidade de 0,6
**Área alagada: 0,14 km²/MW instalado. Considera um fator de capacidade de 0,6
82
O carvão destaca-se novamente, uma vez que os valores de emissão de
particulados e outros poluentes são substancialmente superiores na segunda
metodologia que na primeira, principalmente em relação à emissão de material
particulado, uma ordem de grandeza maior. O carvão nacional é considerado de
baixa qualidade, possuindo em sua composição grande quantidade de cinzas e
inertes. Por causa disso, o uso de carvão para termoeletricidade no Brasil sempre foi
acompanhado pelo paradigma de que as usinas deveriam se situar próximas às
minas, utilizando carvão in natura, de forma a evitar o transporte e processamento
de um recurso com baixo valor energético (EPE, 2008b).
No que diz respeito aos impactos à saúde, verifica-se que os impactos por
tipo de empreendimento são condizentes. As divergências encontradas não fogem
ao esperado quando se considera a pior qualidade do carvão nacional, as
particularidades dos ciclos de vida da cana de açúcar, a prática de queimar a cana
antes da colheita e os maiores valores de emissão de NO x utilizados por Rentizelas
e Georgakellos (2014) no caso do óleo combustível. Para usinas nucleares, as
discrepâncias se justificam pelo fato de que na segunda metodologia de cálculo foi
considerado como principal impacto à saúde a ocorrência de câncer devido à
exposição à radiação, e não doenças respiratórias devido a poluentes emitidos
durante o ciclo de vida do combustível.
Com tais considerações feitas acerca dos impactos à saúde, pode-se concluir
que embora a formação de ozônio tenha sido desconsiderada e as hipóteses
assumidas na seção 4.2 simplifiquem significativamente os modelos de dispersão de
poluentes utilizados na segunda metodologia de cálculo, elas não tornam o modelo
de todo inválido.
83
Tabela 5.17: Comparativo entre metodologias entre os impactos devido à emissão de poluentes.
Fonte: elaboração própria.
Tipo de Impactos devido à emissão de
Tipo de
Empreendimento poluentes
empreendimento da
equivalente da Segunda Primeira
segunda
primeira metodologia metodologia
metodologia
metodologia [R$/MWh] [R$/MWh]
Carvão vapor Carvão Hulha 28,21 2,82
Óleo combustível
Óleo Combustível 7,09 15,31
pesado
Óleo combustível leve
Óleo Combustível 7,66 15,31
(diesel)
Gás natural Gás Natural 3,52 3,75
Eólica Eólica 0,23 0,16
Fotovoltaica Fotovoltaica 0,85 0,70
Biomassa de cana em
Biomassa 36,40 4,86
2014
Biomassa de cana a
Biomassa 11,51 4,86
partir de 2015
Nuclear Nuclear 2,00 0,12
84
caso da primeira metodologia e 84,3% no caso da segunda. Também em ambos os
casos, a geração termoelétrica, fóssil ou renovável, concentrou mais de 90% dos
impactos à saúde humana, embora aproximadamente 65% da geração em 2014
tenha tido de origem hidráulica ou eólica. As usinas nucleares, ao contrário das
demais térmicas, tiveram participação nos impactos à saúde inferiores à sua
participação na geração.
Em termos relativos de impactos relativos, a incorporação das externalidades
geraria um acréscimo no preço da energia elétrica de R$ 4,53 / MWh conforme a
primeira metodologia de cálculo e um acréscimo de R$ 14,95 conforme a segunda.
Em ambos os casos verificou-se que as externalidades produzidas pelo Serviço
Público foram mais baixas que a média nacional devido à maior participação de
hidroelétricas, eólicas e termonucleares, significativamente menos poluentes e
menos impactantes quanto ao efeito estufa.
No caso de da autoprodução, em ambas as metodologias verificou-se que a
energia excedente exportada à rede era menos impactante em termos de efeito
estufa do que a energia consumida pelo próprio autoprodutor. Isso se deve,
sobretudo, ao fato de que a energia exportada por autoprodutores era oriunda em
sua maior parte do bagaço de cana. No caso dos impactos à saúde humana, os
impactos relativos causados pelos autoprodutores foi superior à média nacional para
as duas metodologias devido à maior participação de usinas termoelétricas. Deve-se
ressaltar, porém, que muitas vezes a autoprodução de energia elétrica resulta do
aproveitamento de um subproduto de um processo industrial que de outra maneira
seria descartado, ou então de um processo de cogeração que implica em um uso
mais racional de um recurso energético.
É importante observar que em ambas as metodologias de cálculo não foi
considerada a localização dos empreendimentos de geração, tendo sido utilizada a
densidade populacional média do Brasil. Como os empreendimentos termoelétricos
costumam ser construídos mais próximos aos centros de carga, se espera que os
impactos à saúde humana sejam de fato maiores que os estimados.
85
c) Externalidades Produzidas para se atender a demanda futura
86
conforme a primeira metodologia de cálculo e por aproximadamente 75% conforme a
segunda.
87
total, com tendências de aumento da participação do gás natural, como pode ser
visto na Figura 5.9. No caso da segunda metodologia de cálculo, conforme pode ser
visto na Figura 5.10, também é verificada forte participação do carvão e do gás
natural, porém também há uma importante participação das usinas hidroelétricas,
além de uma maior participação relativa da biomassa.
90%
80%
70%
60%
50%
40%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Figura 5.9 Participação relativa por fonte nas externalidades causadas pelos GEE emitidos para se
atender a demanda futura calculadas utilizando os fatores de emissão e fatores de dano
empregados por Rentizelas e Georgakellos (2014). Fonte: Elaboração própria.
88
Participação relativa nos custos de mudança climática
100% Segunda metodologia
80%
60%
40%
20%
0%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA GÁS NATURAL CARVÃO
BAGAÇO DE CANA GÁS DE PROCESSO EÓLICA
NUCLEAR SOLAR
Figura 5.10 Participação por fonte nos impactos devido a mudanças climátics produzidos para se
atender a demanda futura calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte:
Elaboração própria.
89
Participação relativa nos impactos à saúde humana
Primeira Metodologia
100%
90%
80%
70%
60%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
90%
80%
R$ Milhões
70%
60%
50%
40%
2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
HIDRÁULICA BAGAÇO DE CANA CARVÃO
GÁS NATURAL NUCLEAR GÁS DE PROCESSO
EÓLICA SOLAR
Figura 5.12 Participação por fonte nos impactos à saúde humana produzidos para se atender a
demanda futura calculados a partir de metodologia adaptada da ExternE. Fonte: Elaboração própria.
90
6. Conclusões
91
metodologia de cálculo também ficou evidente o benefício de se eliminar a queimada
antes da colheita da cana. Se toda a cana for colhida crua, os impactos à saúde
humana por MWh exportado à rede seriam reduzidos em 68,4% frente ao ano de
2014, em que 13% da cana foi colhida queimada.
92
calcular os impactos à saúde humana, é razoável supor que estes podem ser ainda
maiores que o estimado, uma vez que usinas termoelétricas se concentram nos
estados mais populosos.
Como consequência, o país poderia garantir com que o setor elétrico opere e
se expanda de maneira pouco impactante ao sistema de saúde, proporcionando
economias milionárias com o tratamento de doenças respiratórias e reduzindo a
mortalidade relacionada à poluição do ar. Além disso, o emprego extensivo de fontes
renováveis no setor elétrico pode ser um fator de peso para que o país cumpra suas
metas de emissão de GEE e de combate ao aquecimento global.
93
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96
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Hidrelétrica e Termelétrica com vistas à sua Incorporação no Planejamento de Longo Prazo do
Setor Elétrico. Rio de Janeiro. Agosto de 2000.
97
ANEXOS
Velocidade Cobertura
do vento a Forte (altitude Moderada fina de Cobertura de
Fraca (altitude solar
10 da solar maior (maior que 60o nuvens total nuvens menor
de 15 a 35 com dias
superfície que 60o com com 5/8 a 7/8 ou cobertura que 3/8 do
claros)
(m/s) dias claros) de nuvens) de nuvens céu
maior que
4/8 do céu
menor que
2 A A-B B - -
2a3 A-B B C E F
3a5 B B-C C D E
5a6 C C-D D D D
Maior que 6 C D D D D
A classe D é aplicável para dias com o céu totalmente carregado por nuvens
Tabela I.2. Coeficientes de dispersão classe para cálculo de σy e σz. Fonte Pasquill (1974, apud Reis
(2001))
Coeficientes de dispersão classe para cálculo de σy e σz
Coeficiente Classe A Classe B Classe C Classe D Classe E Classe F
M1 -0,0234 -0,0147 -0,0117 -0,059 -0,059 -0,0029
M2 0,35 0,248 0,175 0,108 0,088 0,054
N1 0,88 -0,985 -1,186 -1,535 -2,88 -3,8
N2 -0,152 0,82 0,85 0,793 1,255 1,419
N3 0,1475 0,0168 0,045 0,0045 -0,042 -0,055
98
ANEXO B – Comparação entre modelos de dispersão de poluentes
𝑄
𝐶= Equação B1
2. 𝜋. 𝑢. 𝑟
Onde:
99
resultados obtidos na seção 4.2. Os resultados obtidos usando a equação B1 foram
2947% maiores que os obtidos na seção 4.2.
Tabela B1: Impactos à saúde humana calculados com dispersão de poluentes modelada
conforme a equação B1. Fonte: Elaboração própria.
Emissão Custo total
Custo de Custo de
Fonte de energia equivalente TOTAL obtido na
morbidade mortalidade
de MP10 seção 4.2
[t/GWh] [R$ / MWh] [R$ / MWh] [R$ / MWh] [R$ / MWh]
Emissão de 1 tonelada de MP10 1 3,19 63,69 66,88 2,27
Carvão vapor 12,43 39,64 791,67 831,31 28,21
Óleo combustível pesado 2,6 9,96 198,89 208,85 7,09
Óleo combustível leve (diesel) 2,81 10,77 214,99 225,76 7,66
Gás natural 1,55 4,94 98,73 103,67 3,52
Eólica 0,1 0,33 6,54 6,87 0,23
Fotovoltaica 0,38 1,20 23,91 25,10 0,85
Biomassa em 2014 16,04 51,15 1.021,43 1.072,58 36,40
Biomassa da partir de 2015 5,07 16,17 322,92 339,09 11,51
100
ANEXO C – Sensibilidade da variação de concentração de
poluentes em relação ao afastamento da linha do vento
𝐶(𝑥, 𝑦, 𝑧 = 0)
𝑅=
𝐶(𝑥, 𝑦 = 0, 𝑧 = 0) Equação C1
Onde:
101
linha do vento. Para um afastamento de 5km na direção do vento, um afastamento
de 100 metros da linha do vento produz efeitos similares, reduzindo a concentração
em 763 vezes em relação à linha do vento.
Tabela C.1 Módulo da concentração de poluentes no ponto (x, y, 0) divido pelo módula da
concentração de poluentes no ponto (x, 0,0) para a classe de estabilidade atmosférica A, conforme a
Equação 2Equação 5 da seção 4.2
X (m)
5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
y (m)
0 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00
50 1,90E-01 3,95E-01 5,13E-01 5,89E-01 6,43E-01 6,82E-01 7,12E-01 7,36E-01 7,56E-01 7,72E-01
100 1,31E-03 2,43E-02 6,95E-02 1,21E-01 1,70E-01 2,16E-01 2,57E-01 2,94E-01 3,27E-01 3,56E-01
150 3,28E-07 2,33E-04 2,48E-03 8,60E-03 1,87E-02 3,18E-02 4,71E-02 6,35E-02 8,06E-02 9,79E-02
200 2,97E-12 3,48E-07 2,33E-05 2,13E-04 8,44E-04 2,18E-03 4,37E-03 7,45E-03 1,14E-02 1,61E-02
250 9,73E-19 8,09E-11 5,77E-08 1,83E-06 1,58E-05 6,93E-05 2,05E-04 4,73E-04 9,17E-04 1,57E-03
300 1,16E-26 2,93E-15 3,77E-11 5,46E-09 1,21E-07 1,03E-06 4,90E-06 1,63E-05 4,22E-05 9,18E-05
450 4,38E-59 2,00E-33 3,52E-24 2,56E-19 2,75E-16 3,35E-14 1,13E-12 1,68E-11 1,44E-10 8,25E-10
500 8,97E-73 4,28E-41 1,11E-29 1,12E-23 6,16E-20 2,31E-17 1,78E-15 5,01E-14 7,06E-13 6,11E-12
102
Tabela C.2 Módulo da concentração de poluentes no ponto (x, y, 0) divido pelo módula da
concentração de poluentes no ponto (x, 0,0) para a classe de estabilidade atmosférica F, conforme a
Equação 2 da seção 4.2
X (m)
5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000 45000 50000
y (m)
0 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,00E+00
50 1,97E-04 1,03E-02 4,11E-02 8,44E-02 1,31E-01 1,78E-01 2,21E-01 2,61E-01 2,98E-01 3,31E-01
100 1,51E-15 1,10E-08 2,86E-06 5,07E-05 2,98E-04 9,93E-04 2,38E-03 4,65E-03 7,86E-03 1,20E-02
150 4,47E-34 1,25E-18 3,37E-13 2,17E-10 1,16E-08 1,75E-07 1,26E-06 5,64E-06 1,84E-05 4,79E-05
200 5,14E-60 1,49E-32 6,70E-23 6,62E-18 7,86E-15 9,73E-13 3,23E-11 4,66E-10 3,82E-09 2,09E-08
250 2,30E-93 1,86E-50 2,25E-35 1,44E-27 9,15E-23 1,71E-19 4,06E-17 2,63E-15 7,02E-14 1,00E-12
300 3,98E-134 2,44E-72 1,28E-50 2,22E-39 1,84E-32 9,41E-28 2,49E-24 1,01E-21 1,14E-19 5,28E-18
450 7,06E-301 7,42E-162 5,54E-113 1,07E-87 3,94E-72 1,55E-61 7,82E-54 5,73E-48 2,41E-43 1,33E-39
500 0,00E+00 1,19E-199 2,58E-139 4,25E-108 7,02E-89 8,45E-76 2,73E-66 4,75E-59 2,42E-53 1,02E-48
103
ANEXO D - Conta de Luz
104
ANEXO E – Participação na potência instalada termoelétrica por
estado em abril de 2016 e densidades demográfica
Tabela E1. Participação na potência termoelétrica instalada por estado e densidades demográficas
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Banco de Informação de geração da ANEEL e do
IBGE
Densidade Participação na potência instalada por tipo de empreendimento de geração
Estado Populacional Carvão Óleo Óleo Gás Bagaço de Cana de
[hab/km²] Mineral Combutível Diesel Natural Açúcar
AC 5,27 0,00% 0,00% 4,56% 0,00% 0,00%
AL 120,32 0,00% 0,00% 0,02% 0,04% 3,20%
AM 2,51 0,00% 23,90% 20,31% 1,57% 0,00%
AP 5,37 0,00% 0,00% 7,08% 0,00% 0,00%
BA 26,92 0,00% 14,60% 2,03% 7,45% 0,19%
CE 59,83 24,10% 4,12% 3,12% 5,20% 0,00%
DF 502,39 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 0,00%
ES 85,29 0,00% 4,29% 0,11% 0,14% 0,21%
GO 19,44 0,00% 0,88% 13,72% 0,00% 11,95%
MA 20,8 14,57% 8,15% 0,09% 0,00% 0,00%
MG 35,58 0,00% 3,22% 0,81% 2,94% 8,88%
MS 7,42 0,00% 0,00% 0,04% 5,21% 9,48%
MT 3,53 0,00% 0,00% 2,06% 4,66% 1,94%
PA 6,55 3,48% 2,11% 4,69% 0,00% 0,02%
PB 70,38 0,00% 12,54% 0,02% 0,00% 0,71%
PE 95,06 0,00% 9,36% 12,48% 5,25% 3,39%
PI 12,74 0,00% 0,00% 1,70% 0,00% 0,11%
PR 56 0,67% 0,00% 0,22% 4,40% 4,68%
RJ 378,75 0,00% 0,00% 1,38% 40,00% 0,00%
RN 65,2 0,00% 0,00% 3,89% 2,89% 0,74%
RO 7,44 0,00% 0,00% 8,34% 3,76% 0,00%
RR 2,25 0,00% 0,00% 3,63% 0,00% 0,00%
RS 39,92 28,51% 2,35% 0,62% 7,88% 0,00%
SC 71,52 28,68% 0,00% 0,51% 0,00% 0,10%
SE 102,37 0,00% 0,00% 0,41% 0,06% 0,32%
SP 178,87 0,00% 14,47% 7,73% 8,54% 54,07%
TO 5,46 0,00% 0,00% 0,03% 0,00% 0,00%
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