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É de comum sabedoria que, no tempo em que vivemos, mantém-se os preceitos e injúrias

que circulavam o mundo desde seu início, exemplificado pela segregação racial entre negros e
brancos, difundida principalmente pelos ideários eurocêntricos. É notório ainda que, esses ideais
espalharam-se pelas colônias dos países europeus, destacando-se o Brasil, último país a proibir a
escravatura, apresentando esses preconceitos em suas raízes culturais. Com isso, cabe em pauta
discutir essa problemática que agrega diversas áreas de inserção atualmente no Brasil e
internacionalmente.

Em concordância ao pensamento da filósofa alemã, Hannah Arendt, a irreflexão individual


sobre as crueldades ocorrentes na sociedade faz com que nos tornemos anestesiados e as
banalizemos. Dessa maneira, nota-se que o racismo, na sociedade brasileira contemporânea, é
consequência de uma banalização decorrente da estrutura escravocrata colonial, a qual deturpou a
moral e impediu o desenvolvimento de uma sociedade pautada no conceito de igualdade de raças.
Outrossim, nota-se que a discrepância entre as oportunidades para os brancos e os negros é
imensa, sendo datada desde o fim da escravatura, em 1888, quando o governo deu-lhes a liberdade,
no entanto, políticas de inserção não foram criadas, sujeitando-os à margem da comunidade.

Ademais, é explícito em diversas literaturas o tema recismo. No Brasil, a temática é abordada


por autores famosos como Monteiro Lobato, com sua obra "Negrinha", a qual foi polemizada por seu
modo de apresentar o racismo, em obra, "Negrinha" era uma criança de cor negra adotada por uma
senhora que a tratava com desprezo, simbolismo vivo das ações racistas em que se passava a obra
após a abolição da escravidão, as quais ainda são refletidas na contemporaneidade. É possível
analisar que o fato da "óbvia" superioridade do pensamento de racistas advém de conceitos básicos,
como a ideia de que a escuridão é algo ruim e maléfico, "impuro", já o branco em contraparrida
representaria paz, controle, bondade. Essas ideologias vivem mesmo que inconscientemente dentre
estas injúrias.

Em vista dos fatos supracitados, é necessário que existam melhores formas de combate aos
ideiais racistas vigentes no cenário brasileiro. Cabe assim ao Estado, o qual regula as funções de
bens comuns, assegurar o cumprimento das leis com maior rigorosidade, em parceiria com o
Ministério Público, função judicial, promovendo campanhas de conscientização dentro das
instituições governamentais. Assim, será possível que debates a respeito do tema ocorram,
tornando-o relevante, e desenvolvendo melhor noção da igualdade de raças, acabando com o mal
descrito por Hannah Arendt.

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