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Artigo Finanças Públicas - Comportamento Do PIB Com Alteração Nos Gastos Públicos PDF
Artigo Finanças Públicas - Comportamento Do PIB Com Alteração Nos Gastos Públicos PDF
LARANJEIRAS DO SUL
2019
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 3
2. REFERENCIAL TEÓRICO 4
2.1 GASTOS PÚBLICOS E CRESCIMENTO ECONÔMICO 4
2.2 ORÇAMENTO PÚBLICO 5
3. METODOLOGIA 8
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 8
3.2 OBJETO DE ESTUDO 9
3.3 COLETA DE DADOS 11
4. RESULTADOS 14
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 16
REFERÊNCIAS 18
RESUMO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Bogoni, Hein e Beuren (2011), afirmam que grande parte dos pesquisadores e teóricos
que decidem se debruçar sobre o estudo das finanças públicas, se preocupam com os impactos
destes no crescimento econômico, uma vez que as alterações dos gastos públicos afetam o
nível de Renda dentro de uma economia.
De acordo com Gremaud et al. (2009) a maneira mais comum de medir o desempenho
econômico de um país é pela soma da totalidade dos bens e serviços finais produzidos pela
economia. No entanto, o ato de se produzir requer que a todo e qualquer fator de produção
seja remunerado. A partir disso temos uma importante identidade, onde:
Y = C P + C G +I P + I G +X nf −H nf
Assim, através da análise da equação descrita acima, fica evidente que os gastos
públicos podem ter um efeito determinante no nível de Renda de uma economia. O Governo
pode aumentar o nível de Renda de uma economia por meio da expansão dos seus gastos e/ou
por meio da diminuição da tributação, aumentando a quantidade de renda disponível na
economia para consumo e/ou investimento.
Segundo Gremaud et al. (2009) uma política fiscal expansionista é capaz de trazer
impactos positivos sobre a demanda. Entretanto necessita-se de extrema cautela ao se lidar
com déficits públicos. Caso a política fiscal expansionista produza déficits, estes, em algum
momento, deverão ser financiados.
Outro aspecto relevante que devemos levar em consideração é o fato de que, em uma
economia que se encontra com baixa ociosidade dos fatores, o aumento dos gastos públicos
pode não necessariamente indicar um aumento no nível de produto e sim, apenas, um
aumento no nível de inflação.
Assim, conforme indicam Bogoni, Hein e Beuren (2011), o papel do gastos públicos
no crescimento econômico é uma discussão ambígua dentro dos círculos acadêmicos. Barro
ogoni, Hein e Beuren (2011) divide os gastos públicos em produtivos e
(1990) apud B
improdutivos. O gastos produtivos são positivamente o nível de crescimento econômico,
enquanto os gastos improdutivos são aqueles que afetam não afetam o nível de crescimento
econômico.
Entende-se como gastos públicos improdutivos aqueles que o setor público investe em
áreas que rivalizam com o setor privado, promovendo o efeito deslocamento. Assim, a
alocação de recursos públicos se torna ineficiente (JUNIOR, OLIVEIRA & JACINTO, 2006).
Nesse contexto, procura-se analisar a composição das Despesas e das Receitas
públicas, os principais componentes do orçamento público. Essa composição será evidenciada
abaixo, pela próxima seção.
CORRENTE
ORIGEM
CAPITAL
PRÓPRIA
RECEITAS CAPTAÇÃO
TRANSFERÊNCIA
FISCAL
ORÇAMENTO
SEGURIDADE SOCIAL
CORRENTE
NATUREZA
CAPITAL
PROGRAMAS
DESPESAS FINALIDADE
SUBPROGRAMAS
PROJETOS GOVERNAMENTAIS
AGENTE
ENCARREGADO
SUBPROJETOS GOVERNAMENTAIS
3. METODOLOGIA
Período Despesas Municipais - Total (R$ 1,00) Despesas Municipais - Total (R$ 1,00) REAL
2002 14.255.379,27 R$ 14.255.379,27
2003 17.041.392,85 R$ 15.859.835,13
2004 19.560.678,00 R$ 16.325.393,88
2005 20.586.036,66 R$ 16.970.723,97
2006 21.672.590,45 R$ 17.222.341,97
2007 24.078.568,75 R$ 17.776.176,91
2008 31.849.091,25 R$ 21.615.022,19
2009 30.141.809,38 R$ 20.755.216,35
2010 35.715.450,13 R$ 22.201.990,79
2011 42.538.754,24 R$ 25.205.984,82
2012 53.378.677,10 R$ 29.329.646,61
2013 55.438.414,14 R$ 28.900.756,54
2014 64.286.161,05 R$ 32.304.993,75
2015 71.711.062,73 R$ 32.700.676,21
2016 83.417.403,64 R$ 35.566.936,07
Fonte: Adaptado pelos autores de IPARDES.
4. RESULTADOS
Esta seção tem como objetivo analisar a correlação entre o PIB per capita e a Despesa
Municipal Total do município de Laranjeiras do Sul/PR entre o período de 2002 e 2016. A
partir do Quadro 1 é possível constatar que existe uma correlação positiva entre as variáveis
de aproximadamente 95,72%
data: y and x
t = 11.931, df = 13, p-value = 2.24e-08
alternative hypothesis: true correlation is not equal to 0
95 percent confidence interval:
0.8731293 0.9860076
sample estimates:
cor
0.957244
Fonte: Elaborado pelos autores.
O Quadro 2 evidencia que 91,63% das variações do PIB per capita, no período
analisado, podem ser explicadas pelas oscilações da Despesa Municipal Total. O P-valor da
regressão apresenta significância, uma vez que os valores ficaram abaixo de 5%. Dessa
maneira, rejeita-se a hipótese nula e os valores são estatisticamente significantes.
Quadro 2 - Regressão entre as variações do PIB per Capita e da Despesa Municipal
Total entre 2002 e 2016.
> rl<-lm(pibpercapita~despesatotal)
> summary(rl)
Call:
lm(formula = y ~ x)
Residuals:
Min 1Q Median 3Q Max
-1073.12 -266.4113.13 253.01 664.17
Coefficients:
Estimate Std. Error t value Pr(>|t|)
(Intercept) 1.580e+03 4.335e+02 3.644 0.00297 **
x 2.145e-04 1.798e-05 11.931 2.24e-08 ***
---
Signif. codes: 0 ‘***’ 0.001 ‘**’ 0.01 ‘*’ 0.05 ‘.’ 0.1 ‘ ’ 1
Durbin-Watson test
data: rl
DW = 1.6507, p-value = 0.1546
alternative hypothesis: true autocorrelation is greater than 0
Fonte: Elaborado pelos autores.
> bgtest(rl)
data: rl
LM test = 0.44647, df = 1, p-value = 0.504
Fonte: Elaborado pelos autores.
> bptest(rl)
data: rl
BP = 1.9343, df = 1, p-value = 0.1643
Fonte: Elaborado pelos autores.
Dessa forma o modelo pode ser considerado como Melhor Estimador Linear Não
Tendencioso, podendo ser significativo e possuindo capacidade explicativa relevante sobre a
realidade.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo desta obra foi verificar qual o nível do impacto de uma alteração nos gastos
públicos municipais totais sobre o crescimento econômico de Laranjeiras do Sul/PR no
período entre 2002 e 2016.
Embora, na literatura econômica, existam alguns autores que destacam uma correlação
negativa entre as variáveis Crescimento econômico e Gastos públicos, verificou-se que ao
longo do período estudado a correlação entre os gastos públicos e o crescimento apresentou
uma correlação positiva. Através das análises do modelo econométrico, apresentado na seção
Resultados, identificou-se que as variações no PIB são pouco significativas, porém positivas.
De acordo com a regressão, vista no Quadro 2, a cada R$ 1,00 de despesa pública municipal
há um aumento de cerca de R$ 0,0002145 na Renda per capita, isto é, a influência de um
aumento nas despesas públicas possuem uma ínfima contribuição no PIB.
Ademais, identifica-se limitações no modelo, ao não considerar demais variáveis,
como por exemplo: investimento privado, consumo das famílias e setor externo. Em adição, o
modelo não dispõe sobre as fontes de financiamento e a Receita Pública. Apesar disso,
destaca-se a confiabilidade do modelo, conforme pode ser observada na seção Resultados, o
modelo se apresenta como o Melhor Estimador Linear Não Tendencioso. Vale ainda ressaltar
que as Despesas Públicas Municipais Totais não podem ser consideradas, nesse caso, como
uma variável determinística para o crescimento econômico do município.
Com base nos resultados encontrados a partir da aferição do estimador, é possível
apurar que, se quisermos, por exemplo, obter um incremento de pelo menos R$ 2,13 no
Produto Interno Bruto per capita, seriam necessários dispêndios monetários de
aproximadamente R$ 10.000,00.
Ainda é cabível salientar que existe a necessidade de novas pesquisas que deem
continuidade com o estudo do objeto abordado, com a finalidade de se obter um grau mais
elevado de compreensão a respeito de produtividade dos gastos públicos e da maneira como o
poder público diretamente influencia no crescimento econômico.
REFERÊNCIAS
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