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ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA UFMT

MATERIAL DE APOIO PARA AS


AULAS DE DENDROMETRIA

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO A DENDROMETRIA

1. CONCEITOS

A dendrometria é uma parte fundamental da ciência florestal brasileira,


pois aborda a mensuração dos processos naturais dos componentes de uma
floresta, de forma a contribuir no aproveitamento e desenvolvimento dos
recursos florestais.
Prodan et al. (1997) definem a mensuração como a ciência que se ocupa
da medição de florestas e seus produtos com a aplicação dos princípios básicos
da matemática, estatística, geometria e física. Consequentemente a
dendrometria também poderá ser definida como a matemática de medição
quantitativa e qualitativa da árvore e seus produtos (Encinas et al., 2002).

DENDROMETRIA

Qualificar Quantificar Entender

Conceito:
 Dendro, do grego = árvore
 Metria, do latim = medida

Dendrometria: é o estudo à investigação e o melhoramento de métodos para:


a) Determinação das dimensões das árvores, em pé ou derrubadas, e dos
produtos das mesmas.
b) Determinação do volume de árvores ou povoamentos florestais, bem
como de seus produtos.
c) Determinação ou predição de relações de crescimento de árvores ou
povoamentos e suas idades.

De forma resumida, dendrometria é o ramo da ciência florestal que trata de


medidas e/ou de estimativas de árvores e povoamentos de seus produtos, de
seu crescimento (Cunha, 2004).

 Por que estudar Dendrometria?


Necessidade de estimar ou determinar quali e quantitativamente os recursos
florestais, visando elucidar as relações entre as variáveis dendrométricas.

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DIÂMETRO e ALTURA VOLUME de madeira das árvores

PRODUÇÃO DA FLORESTA
Silvimetria ou Biometria Florestal ou Dendrometria

Resulta de uma divisão...


Inventário Florestal Manejo Florestal
(desenvolve métodos e (utiliza estes conhecimentos na
equipamentos de mensuração) elaboração do plano de manejo)

2. OBJETIVO

Fornecer informações sobre uma floresta ou parte dela, por meio de


medidas ou estimativas, possibilitando o conhecimento do potencial existente.

3. HISTÓRICO

A dendrometria surgiu quando o homem sentiu a necessidade de estimar


ou determinar quantitativamente o que possuía em termos de recursos florestais,
possivelmente no século 13. Hoje, nos países em desenvolvimento, a
dendrometria procura adequar sua importância contribuindo fundamentalmente
ao conhecimento e avaliação das florestas e seus recursos, na exploração
racional e do próprio desenvolvimento do setor (Encinas et al., 2001).

a) Objetivos comerciais:
 no início  abundância
 depois  escassez  VENDEDOR – Superestima o preço
 COMPRADOR – Subestima o preço
 Aperfeiçoamento de métodos

b) Manejo florestal: FLORESTA = CAPITAL  Render juros indefinidos.

c) Pesquisas  Devido a necessidade de medidas mais precisas


surgiram as pesquisas de novos instrumentos, desenvolvimento de métodos e
técnicas.

4. UNIDADES DE MEDIDAS

No Brasil, o sistema de unidades adotado desde 1962 é o Sistema


Internacional de Unidades – SI. Dessa forma, torna – se necessário que as
medidas realizadas sejam expressas nas unidades pertencentes a esse sistema,
evitando assim, questionamentos legais com relação a contratos de prestação
de serviços e de compra e venda de madeira, bem como o uso de fatores de
conversões para as unidades desejadas (Soares, 1968).

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As principais grandezas físicas medidas ou estimadas, as unidades de


medidas e os principais fatores de conversão, em dendrometria são:

Equivalência em comprimento: Equivalência em volume:


1 centímetro 0.3937 polegadas 1 centímetro cúbico 0.061 polegada cúbica
1 metro 3.2808 pés 1 metro cúbico 35.3145 pés cúbicos
1 metro 1.0936 jardas 1 metro cúbico 423,7 pés-de-tábua
1 metro 39.37 polegadas 1 litro 61.0250 polegadas
cúbicas
1 quilômetro 0.6214 milhas 1 litro 0.2642 galão (US)
1 polegada 2.54 centímetros 1 litro 0.0353 pé cúbico
1 polegada 0.083 pés 1 litro 1000 centímetros
cúbicos
1 pé 0.3048 metro 1 polegada cúbica 16.3871 centímetros
cúbicos
1 pé 12 polegadas 1 polegada cúbica 0.0163 litro
1 jarda 0.9144 metros 1 pé cubico 0.02832 metro cúbico
1 jarda 36 polegadas 1 galão (US) 3.785 litros
1 jarda 3 pés 1 pé-de-tábua 0.00566 metro cúbico
1 milha 1.6093 quilômetros 1 corda (90 pés3 2.549 metros cúbicos
1 milha 1760 jardas Equivalência em massa:
1 milha 5280 pés 1 quilo 2.2046 libras
1 cadena 66 pés 1 tonelada métrica 1.102 tonelada curta
1 cadena 792 polegadas 1 tonelada métrica 0.9842 tonelada
comprida
1 cadena 22 jardas 1 tonelada métrica 1000 quilos
1 cadena 20.1168 metros 1 libra 0.4536 quilo
1 tonelada 2204.6 libras 1 tonelada curta 0.9072 tonelada
métrica métrica
Equivalência em área: 1 tonelada comprida 1.016 tonelada métrica
1 centímetro 0.155 polegada2 1 tonelada comprida 2240 libras
quadrado
1 centímetro 10.764 pés 2
quadrado
1 quilômetro 0.3861 milha 2
quadrado
1 quilômetro 100 hectares
quadrado
1 hectare 0.003861 milha 2 Outras equivalências:
1 hectare 2.471 acres 1 metro 2/ha 4.356 pés 2/acre
1 hectare 10000 metros 2 1 metro3/ha 14.2913 pés 3/acre
1 polegada 2 6.4516 cm 2 1pé 2/acre 0.2296 metro 2/hectare
1 pé quadrado 0.0929 metros 2 1 pé 3/acre 0.0699 metro 3/hectare
1 milha 2 2.59 quilômetros 2
1 milha 2 259 hectares
1 milha 2 640 acres
1 acre 0.4047 hectare
Quadro 1: Alguns fatores de conversão de medidas

5. PADRONIZAÇÃO DA SIMBOLOGIA MAIS EMPREGADA

A padronização da simbologia utilizada na mensuração florestal foi


definida durante o Congresso da IUFRO (The International Union of Forest
Research Organizations), 1956, em Uxford. Símbolos em letra maiúscula fazem
referência a floresta e símbolos em letra minúscula fazem referência à árvore.

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5.1 Relação de Símbolos Gerais

d = diâmetro (cm)
c = circunferência (cm)
DAP = diâmetro à altura do peito (1,30 cm)
CAP = circunferência à altura do peito (1,30 cm)
f = fator de forma
k = quociente de forma
g = área transversal (m²)
G = área basal (m²/ha)
h = altura (m)
i = incremento (cm)
v = volume individual (m³)
V = volume por unidade de área (m³/ha)

Recomenda-se ainda que em publicações, mesmo com pequeno número


de símbolos, devem relacionar, em apêndice e independente de qualquer
menção no texto, os símbolos utilizados, bem como a descrição precisa de seu
significado (Finger, 1992).

6. TIPOS DE MEDIDAS

a) Medida direta refere-se às medidas feitas diretamente sobre a árvore


(DAP/CAP/comprimento de toras/espessura de casca) (SILVA & NETO, 1979).

b) Medida indireta São medidas que estão fora do alcance do


medidor,muitas vezes feita com auxílio de instrumentos óticos (como a altura da
árvore em pé, a área basal e o diâmetro a várias alturas, usando o relascópio de
Bitterlich) (Silva e Neto, 1979).

c) Medida estimadaSão baseadas em métodos estatísticos, onde se


estima variáveis mensuráveis da árvore ou do povoamento (Silva e Neto, 1979);
mede-se uma amostra e inferem-se os resultados para um todo, através de
curvas, equações e tabelas. As estimativas são mais ou menos precisas.

PARÂMETROS: grandezas estatísticas que caracterizam uma população.


ESTIMATIVAS: grandezas estatísticas que caracterizam uma população, porém
são feitas por amostragem.

7. EXATIDÃO E PRECISÃO

Os conceitos de precisão e exatidão estão sempre presentes quando


qualquer medida é obtida ou manipulada. A precisão e a exatidão são conceitos
que se misturam ou se confundem com frequência e que na linguagem de rua
são utilizados habitualmente como sinônimos. No entanto, uma medida pode ser
precisa e, ao mesmo tempo, inexata. A falta de uma noção clara desses

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conceitos resulta frequentemente em interpretações erradas das informações


quantitativas. Para entender bem a diferença veja o gráfico abaixo.

Viés
Figura 1: Demonstração gráfica sobre precisão e exatidão. a) Sem precisão e sem exatidão; b)
Com precisão, sem exatidão e com viés (tendência); c) Com precisão e exatidão.
Fonte:

Podemos dizer tecnicamente que a exatidão e a precisão são:

Exatidão (Acurácia): refere-se ao erro total (erros de amostragem (Sx) + erros


não amostrais). Inclui os efeitos de viés. Assim, as estimativas de um
inventário teriam de ser precisas e terem pouco ou nenhum viés. Dessa forma,
um inventário preciso pode não ser exato se os resultados tiverem efeito de
viés.

Precisão: refere-se ao erro padrão de estimação. É baseada na amostragem e


indicada pelo tamanho do erro de amostragem, não incluindo o efeito de viés.

Na Figura 1 é possível observar três alvos nos quais o centro representa o


valor verdadeiro ou de referência. No caso 1 não temos nem exatidão nem
precisão, os disparos estão dispersos e afastados do valor buscado. No caso 2
os disparos estão mais agrupados, indicando que há uma grande precisão, mas
como o ponto médio de todos eles se encontra de novo afastado do centro do
alvo há uma falta de exatidão, devido à distorção (viés decorrente de erro
sistemático) existente entre o valor médio e o valor verdadeiro (centro do alvo). E
no último caso os disparos estão muito agrupados em torno do centro do alvo
(sua distribuição de probabilidade é muito estreita), sendo este o caso ideal de
boa precisão e boa exatidão.

8. TIPOS DE ERROS

a) Erros compensantes  independem do operador e é mais comum


quando se usa aparelhos de menor exatidão. Ex: arredondamento (Silva e
Neto, 1979).

b) Erros de estimação  são os erros cometidos quando se utiliza


amostragem para estimar a população. Refere-se ao Syx (Silva e Neto,
1979).

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c) Erros sistemáticos  são os mais comuns, em geral causados por


defeitos nos instrumentos ou pela inabilidade do operador em manuseá-
los. Ex: utiliza-se suta que possua o braço móvel desajustado, o que
poderá fornecer um DAP menor que o real (Silva e Neto, 1979).

d) Erros acidentais  Ex: leitura do equipamento em escala errada.

9. DÍGITOS SIGNIFICATIVOS E ARREDONDAMENTO DE NÚMEROS

9.1 Dígitos significativos

Os dígitos significantes são os números lidos da esquerda para a direita,


iniciando com o primeiro número não zero e finalizando com o último, que
poderá ser zero. Assim, exemplificando, os números 25; 2,5; 0,25 e 0,025 têm
todos dois dígitos significantes e, 25,0; 0,250; e 0,0250 contêm todos três dígitos
significantes. Quando do registro de dados originais e de resultados de cálculos,
deve-se observar a precisão necessária para permitir a comparação de
resultados. Por exemplo, registrar o volume de árvores com duas casas
decimais levará a sérios problemas quando for encontrado entre as árvores uma
ou mais com diâmetros e alturas reduzidos, pois o primeiro dígito significante
poderá estar na terceira ou quarta casa após a vírgula. Considere, por exemplo,
uma árvore ou uma secção do tronco com diâmetro de 5,0 cm, altura de 2,5 m e
fator de forma igual a 0,6. O volume calculado será 0,00294 m³, aparecendo,
então, o primeiro dígito significante na terceira casa decimal (Finger, 1992).

9.2 Arredondamento de números

O arredondamento de números deve seguir a Portaria n° 36 de 6 de


agosto de 1965, do Instituto Nacional de Metrologia (INMETRO). Após definir o
número de dígitos significativos, devem ser consideradas as seguintes regras
para o arredondamento de números:

1) Se o número à ser cortado for INFERIOR a ½ da unidade do último dígito.


81,13 81,1 NÃO SE ALTERA!!

2) Se o número à ser cortado for SUPERIOR a ½ da unidade do último dígito.


81,17 81,2 ALTERA!!

3) Se o número à ser cortado for IGUAL a ½ da unidade do último dígito deve


ser observada a Portaria 36 INMETRO de 6 de agosto de 1965.

Em que: deve ser considerado o número precedente

- Par: Não se altera!!!


83,45 83,4

- Ímpar: Altera!!!
83,35 83,4

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Como em dendrometria é realizado mensurações de inúmeras variáveis


(diâmetro, altura, volume, etc), sugere-se que os cálculos devam ser realizados
obedecendo um arredondamento numérico levando em consideração as
seguintes casas decimais significativas:

Variável Nº de casas decimais


Diâmetro 1
Altura 1
Volume da árvore 5
Volume por unidade de área 1
Área basal por unidade de área 5
Área transversal da árvore 1
Fator de forma 4
Cociente de forma 4
Fator de casca 4
Tabela 1: Número de casas decimais significativas para o cálculo e apresentação de resultados
das cariáveis dendrométricas.

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CAPÍTULO II - DIÂMETROS

1. IMPORTÂNCIA

É a medida mais acessível em comparação com outras que podem ser


tomadas em uma área. Segundo Sanquetta et al., (2009), a importância básica
do diâmetro reside no fato deste ser uma grandeza dendrométrica de medição
direta, a partir da qual se pode calcular, entre outros:

 área transversal (g= πd²/4)


 área basal (soma das áreas transversais)
 quociente e o fator de forma de uma árvore (em função dos
diâmetros)
 volume (em função dos diâmetros)

2. DIÂMETRO À ALTURA DO PEITO (DAP)

O ponto de medição de árvores em pé é feito geralmente à altura do


peito, ou seja, a 1,30 m a partir do nível do solo, sendo, assim, simbolizado por
DAP ou dap (Finger, 1992).

 No Brasil =1,30 m
 E.U.A. = 4’5” = 1,35m
 Inglaterra = 4’ 3” = 1,29m
 Japão = 1,25m

Convencionou-se a altura de 1,30 m por ser a altura mais adequada para


medição de diâmetro, facilitando o trabalho repetitivo, tornando-o mais
ergonômico e também evitando as variações e irregularidades na base do fuste.
Segundo Machado e Figueiredo (2003), as razões para a escolha dessa altura
como referência são as seguintes:

 Padronização do ponto de medida do diâmetro, não dependendo assim


da altura do operador;
 O instrumento de medição é facilmente manejável à altura do peito;
 A 1,30 m de altura o tronco da maioria das árvores, pelo menos nas
regiões mais frias e temperadas, já está livre da influência da dilatação da
base ou de sapopemas. Entretanto, muitas espécies tropicais e
subtropicais são afetadas por sapopemas em alturas acima de 1,30 m,
podendo atingir até 3 e 4 m e eventualmente mais.

Nem sempre é possível medir o diâmetro à altura do peito (a 1,30 m)


devido a situações diversas que aparecem no trabalho de campo (Figura 1),
principalmente em florestas de folhosas nas regiões tropicais. Como exemplo
dessas situações pode-se citar a ocorrência de árvores inclinadas, árvores
situadas em aclive, árvores bifurcadas ou com deformações à altura do peito
(Sanquetta et al., 2009). Assim sendo, para a medição dos diâmetros podemos
adotar as seguintes situações:

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Figura 1: Pontos de medição do diâmetro (Encinas et al., 2002).

Como mencionado previamente, em árvores em pé, as medidas são


tomadas geralmente a 1,30 m do solo, ou seja, a medida usual de diâmetro em
inventários florestais é o diâmetro à altura do peito (dap), porém isso nem
sempre é a regra. No Cerrado, por exemplo, devido às condições ambientais e
da vegetação, toma-se usualmente o diâmetro basal. Já na Amazônia, devido às
sapopemas na parte baixa do fuste (contra-fortes), toma-se o diâmetro numa
posição superior, marcando o ponto de medição (PMD). Pode-se, na verdade,
medir o diâmetro do fuste em qualquer ponto, dependendo do interesse e do
objetivo do inventário (Sanquetta et al., 2009).

3. INSTRUMENTOS PARA MEDIR DIÂMETROS

3.1 Suta mecânica, calibre, forcípula, compasso florestal

Compõe-se de uma régua graduada e duas barras paralelas. Assemelha-


se a um paquímetro, porém de maiores dimensões. Um dos braços é fixo e o

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outro desliza livremente sobre a régua. Uma suta deve seguir as seguintes
condições: i. a base deve ser reta, suficientemente larga e estável, com uma
graduação precisa e legível; ii. os braços devem estar em um plano, ser
perpendicular à barra e paralelas entre si; iii. o movimento do braço deve ocorrer
com facilidade (Sanquetta et al., 2009) Podem ser construídas de aço, madeira,
ferro, etc. As graduações são geralmente em cm, mas podem ser graduadas em
polegadas ou em frações de polegadas.
Para realizar a medição do diâmetro encosta-se a base do equipamento
com a escala graduada no tronco da árvore e comprimem-se os braços
levemente contra o mesmo, de modo que a suta fique perpendicular ao eixo
vertical da árvore, e então, faz-se a leitura do diâmetro no lado interno da escala
graduada.

3.2 Suta computadorizada

As sutas computadorizadas ou eletrônicas podem memorizar dados como


diâmetros e alturas, além de armazenar outros dados alfanuméricos como nome
da área, data, número do talhão, número da parcela, número da árvore, tipo de
defeito e outras codificações programáveis em seu software (Figura 2). Os
dados são transferidos para o computador ou coletor de dados via cabo,
frequência infravermelha, Blue Tooth ou rádio (Sanquetta et al., 2009).

**Considerações de uso: Braços paralelos e perpendiculares à base


graduada que deve ser encostada à árvore. Fazer sempre 2 medições
ortogonais.

Desvantagens: necessidade de duas medições.

Erros cometidos com a suta


 Não paralelismo das barras;
 Colocação da suta em posição inclinada em relação ao eixo longitudinal
da árvore;
 Leitura em escala errada.

Figura 2: Suta mecânica e suta eletrônica.


Fonte: HAGLÖF SWEDEN AB, 2005 – www.eloforte.com.

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3.3 Fita diamétrica e fita métrica comum

A fita diamétrica pode ser de aço, material plástico ou de fibra de vidro e é


graduada em unidades pi (π). A graduação da fita diamétrica baseia-se na
relação d = c/π (Machado e Figueiredo, 2003).

 Métricas: fita normal de costureira (em cm).


 Diamétrica: fita que mede diâmetros.
Com a fita métrica obtemos circunferência, então há necessidade de
dividir por π (Pi) para achar o diâmetro.

Vantagens: fita métrica (mais barata e de fácil acesso).

Figura 3: Fita métrica comum Figura 4: Trena de fibra comum


Fonte: Sanquetta et al., (2009).

COMPARAÇÃO ENTRE SUTA E FITA

Vantagens SUTA FITA


Transporte Menos vantajoso Mais vantajoso
Ajuste Menos vantajoso Mais vantajoso
Custo Menos vantajoso Mais vantajoso
Tempo de medição Mais vantajoso Menos vantajoso
Precisão Menos vantajoso Mais vantajoso
Diâmetros excêntricos Mais vantajoso Menos vantajoso
Tabela 1: Comparação entre suta e fita.

A principal desvantagem da fita é que, em seções não circulares, que não


são a maioria, o equipamento superestima sistematicamente o diâmetro
(Sanquetta et al., 2009).

Aplicação das sutas e fitas


Quando você tiver em seções irregulares, ou seja, excêntricas, dois operadores
obterão medidas diferentes com a suta, portanto em inventários permanentes, as
fitas são as indicadas, por outro lado, quando se tratar de inventários
temporários, qualquer um dos instrumentos pode ser usado.

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 Levantamento temporário = suta ou fitas;


 Levantamento permanente = fitas;
 Cubagem de árvores = é indicado suta para grandes árvores derrubadas
e fitas para árvores de pequeno a médio porte.

3.4 Régua de Biltmore

A régua de Biltmore, consiste em uma vara estreita de madeira, simples e


de fácil construção, especialmente graduada para medir diâmetros de árvores
em pé (Machado e Figueiredo, 2003). Deve ter de dois a três centímetros de
espessura e o seu comprimento varia conforme as dimensões dos diâmetros
que se deseja medir. É um instrumento de fácil manuseio e transporte no campo.
A medição do diâmetro é feita colocando-se a régua perpendicular ao
fuste da árvore, a uma distância do olho do observador definida na construção
da régua, por exemplo: 60 cm, de modo que o plano definido pela régua e pela
vista do observador, também seja perpendicular ao fuste. Fazendo a visada na
régua e na árvore e mantendo a cabeça fixa, coloca-se a marca “zero” da régua
coincidindo com a linha de vista que tangencia um lado da árvore. A marca da
régua que coincide com a linha de vista que tangencia o lado oposto da árvore,
indica o diâmetro da mesma (Machado e Figueiredo, 2003).

Deve-se fazer duas medições ortogonais na árvore.

Figura 5: Representação da Régua de Biltmore.

Para construir uma régua de Biltmore que meça até 80 cm de DAP usar a
fórmula:
d
l Ld2
1
d l
L
ou L d

l= distância entre as graduações na régua de Biltmore;


L= distância fixa do olho do observador à vara;
d = diâmetro das árvores.
FONTE: (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

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Exemplo:
Distâncias “l” para a graduação da Vara de Biltmore para sucessivos diâmetros e
para as distâncias e para distâncias “L” de 50 e 60 centímetros

L = 50cm L = 60cm
d(cm) l(cm) d(cm) l(m)
10 9,1 10 9,3
12 10,8 12 11,0
14 12,4 14 12,6
16 13,9 16 14,2
18 15,4 18 15,8
20 16,9 20 17,3
22 18,3 22 18,8
24 19,7 24 20,3
26 21,1 26 21,7
28 22,4 28 23,1
30 23,7 30 24,5
32 25,0 32 25,8
34 26,2 34 27,2
36 27,4 36 28,5
38 28,6 38 29,7
40 29,8 40 31,0
Tabela 2: Base de dados para construção de uma régua de Biltmore

3.5 Visor de diâmetro de Bitterlich

Baseado no mesmo princípio da vara de Biltmore. A diferença entre os


dois instrumentos é que a barra graduada do Visor de diâmetro de Bitterlich tem
um braço fixo adicional sobre um ângulo de 135º, formando uma espécie de
forquilha.
 Ângulo de 135º
 Graduação = cm e dm²
 Tem que ser realizado 2 medidas ortogonais

Figura 6: Representação do Visor de Bitterlich

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3.6 Pentaprisma de Wheeler

Equipamento possibilita a medição de diâmetros à diferentes alturas.


Medição de diâmetros de até 86cm, com graduação em milímetros e polegadas.
Para medir diâmetros com o Pentaprisma, o operador segura-o
ligeiramente à frente de sua vista enquanto olha simultaneamente para dentro do
prisma fixo e através da fenda de visada existente acima desse prisma de 5
faces. Através da fenda o operador visa diretamente o lado esquerdo do tronco.
Através do prisma o operador vê o lado ou margem direita da árvore refletindo
no prisma fixo. Move-se o prisma móvel com a mão direita, conforme mostra a
figura 9, até que haja um deslocamento da imagem, tal que apareça dois troncos
tangenciand, um acima do outro. Neste ponto prende-se o prisma móvel e faz-se
a leitura do diâmetro da árvore na escala graduada (Machado e Figueiredo Filho,
2006).

Figura 7: Pentaprimasma de Wheeler


Fonte: (Silva e Neto, 1979).

3.7 Garfo de diâmetro

Serve para medir pequenos diâmetros. Apenas grupos de diâmetros em


classes. Pouco exato e mais usado em plantios jovens.

Figura 8: Garfo de diâmetro


Fonte: http://www.matanativa.com.br/blog/os-instrumentos-mais-utilizados-em-medicoes-e-
coletas-de-dados-florestais/

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3.8 Régua comum

Medição nas extremidades de toras derrubadas. Necessidade do corte


transversal perpendicular ao fuste da árvore. Usada em análises de tronco.
Em casos de seções excêntricas é necessário tomar duas medidas em
posições ortogonais, anotando-se a média como sendo o diâmetro da árvore.
A régua comum é largamente usada em trabalhos de análise de tronco
para medir diâmetros ou raios de anéis de crescimento (Machado e Figueiredo
Filho, 2006).

Figura 9: Régua comum

3.9 Cinta Dendrométrica

Usada em pesquisas de análise de crescimento das árvores. É um


instrumento construído para realizar medições periódicas do crescimento
diametral. Pode ser realizada a medição em intervalo de tempo de meses, pois
sua precisão é de 0,01cm. O princípio de medição está alicerçado na expansão
da mola a cada aumento do crescimento diametral do fuste.

Fonte:http://terrages.pt/loja/index.php?route=produ
Fonte: Encinas et al., (2002) ct/product&product_id=160
Figura 10: Cinta dendrométrica.

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4. MÉDIA DOS ELEMENTOS DENDROMÉTRICOS

A média é um parâmetro de tendência central de uma população que


serve para caracterizá-la, embora se tomada isoladamente, constitui uma
informação frágil (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

Funções das medidas de diâmetros:


 Permite caracterizar tipos de florestas;
 Descreve o estágio de desenvolvimento do povoamento;
 Permite avaliar a qualidade, bem como fazer avaliações;
 Permite verificar anormalidades, como replantio tardio e tipo de desbaste
realizado.

Distribuição dos diâmetros e agrupamento dos dados

Floresta Nativa: Geralmente possui maior amplitude diamétrica em


comparação à floresta plantada. É comum agrupar os dados em classes de
diâmetro preferencialmente de 10 ou 20 cm. A distribuição dos diâmetros dessas
florestas assemelha-se a distribuição em J invertido.

Figura 11: Representação da distribuição J invertido. Ao lado uma floresta tropical (nativa).

Floresta Plantada ou equiânea: Geralmente possui menor


amplitude diamétrica. A distribuição dos diâmetros desses plantios é do tipo
normal. É comum o agrupamento dos dados em classes diamétricas com base
no diâmetro médio e no desvio padrão da parcela ou do plantio florestal, ou
ainda utilizando a formula de Sturges.

Usando a Fórmula de Sturges:

Em que:
Nc = número de classes
N = número de observações
Log = logaritmo decimal

Para obter o intervalo da classe, deve-se dividir a amplitude dos diâmetros


pelo nc encontrado pela fórmula.

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Usando o diâmetro médio e do desvio padrão:

É o método mais apropriado para plantios ou outros povoamentos que


apresentem distribuição de diâmetros próxima da distribuição normal. É utilizado
7 classes de diâmetro conforme demonstrada a seguir:

Tabela 3: Tabela para agrupamento dos dados utilizando o diâmetro médio e o desvio padrão.
Fonte: (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

Figura 12: Representação da distribuição normal. Ao lado uma floresta plantada de Pinnus sp.

EXEMPLO

Na tabela a seguir está organizada em ordem crescente com base na


medição de diâmetros a 1,30 metros em uma amostra de 600 m² de Tectona
grandis e será usada para a demonstração dos cálculos de cada uma das
médias para efeito de exemplo.

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Árvore DAP Árvore DAP


(n) (cm) (n) (cm)
1 8 26 15
2 10 27 15
3 11 28 16
4 11 29 16
5 12 30 16
6 13 31 16
7 13 32 16
8 13 33 16
9 13 34 17
10 13 35 17
11 13 36 17
12 13 37 17
13 13 38 17
14 14 39 17
15 14 40 18
16 14 41 18
17 14 42 19
18 14 43 19
19 15 44 20
20 15 45 20
21 15 46 20
22 15 47 23
23 15 48 23
24 15 49 23
25 15
Tabela 4: Base de dados para o cálculo das médias

Na tabela abaixo está o agrupamento da base de dados por meio do método


estatístico para os cálculos das médias

Centro Freq. Área Area


Freq. fi*di Acumulada
Classe Classes de de Acumulada transversal basal
(fi) (cm) (fi*gi)
DAP (cm) Classe (fa) gi (m²) (fi*gi)
1 4,4 - 7,6 6,0 0 0 0,0 0,00283 0,00000 0,00000
2 7,6 - 10,8 9,2 2 2 18,4 0,00665 0,01330 0,01330
3 10,8 - 14,0 12,4 16 18 198,4 0,01203 0,19248 0,20578
4 14,0 - 17,1 15,6 21 39 327,6 0,01911 0,40131 0,60709
5 17,1 - 20,3 18,7 7 46 130,9 0,02746 0,19222 0,79931
6 20,3 - 23,5 21,9 3 49 65,7 0,03767 0,11301 0,91232
7 23,5 - 26,7 25,1 0 49 0 0,04940 0,00000 0,91232
Total .................... .............. 49 ............... 741,00 0,91232 ..............
Tabela 5: Exemplo de cálculo com dados agrupados em classes relativas ao desvio padrão.

Obs: Para a definição das classes de diâmetros é necessário o cálculo da média


do povoamento e o desvio padrão. Dessa forma temos:

Média do povoamento ou da parcela = 15,55 cm


Desvio padrão do povoamento ou da parcela = 3,1758 cm

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4.1 Diâmetro Médio Aritmético ( d )

É usada na estatística para se referir ao valor médio de uma distribuição.


(Machado e Figueiredo Filho, 2006)

 Dados não agrupados:

d1  d 2  d 3 ...  d n 1 n
d 
n
  di
n i 1
762
Resposta do exemplo  d  = 15,55 cm
49

 Dados agrupados:

f1d1  f 2 d 2  f3d 3 ...  f j d j 1 n


d
f1  f 2  f3 ...  f j
 n f d i i

Onde:
 f1
i 1
i 1

f i = freqüência da classe i
d i = diâmetro central da classe i
741
Resposta do exemplo  d  = 15,12 cm
49

4.2 Diâmetro Médio Quadrático (dg)

Corresponde ao diâmetro da área transversal média ( g ) de todas as


árvores. O dg constitui-se na mais importante média de diâmetros, sendo sua
desejabilidade derivada do fato que a árvore dg é a que mais se aproxima da
árvore de volume médio. Para calcular o dg, determina-se primeiro a média das
áreas transversais ( g ) e em um processo inverso de cálculo, encontra-se o dg
(Machado e Figueiredo Filho, 2006), como segue:

 Dados não agrupados:


Somatório da área transversal dividido por n diâmetros e usar a fórmula
n
dg 
40000.g
 , sendo que
 gi
g i 1
n
40000.0,01977m ²
Resposta do exemplo  dg  = 15,87 cm

 Dados agrupados:
n

40000.g
 figi
dg  , sendo que g i 1
 n

 fi
i 1
20
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Onde:
g i = área transversal da classe i; fi= frequência na classe i

Resposta do exemplo  40000.0,01862m² = 15,40 cm


dg 

4.3 Diâmetro de Hohenadl (d+ e d-)

São calculados em função do diâmetro médio ( d ) e do desvio padrão (s)


dos diâmetros do povoamento ou da amostra (Machado e Figueiredo Filho,
2006), sendo:
 d- = d - s
 d+ = d + s
Segundo Burger (1976) as árvores de Hohenadl com os diâmetros d+ e d-
são as únicas que servem para o cálculo correto do volume médio do
povoamento.

Resposta do exemplo  d- = 15,55 – 3,1758 = 12,37 cm


 d+ = 15,55 + 3,1758 = 18,73 cm

4.4 Diâmetro de Weise (dw)

A árvore dw aproxima-se da árvore de volume médio do povoamento. A


árvore de diâmetro de weise é aquela situada em uma posição tal que 60% do
total esta abaixo dela, quando os diâmetros estão dispostos em ordem crescente
(Machado e Figueiredo Filho, 2006). Ex: 60% de 49 = 29,4 = 29 número da
árvore na posição 60% cujo (DAP = 16 cm).

Para os dados agrupados, conforme tabela 4, usando a frequência


acumulada, verifica-se que até o diâmetro de 14,0 cm existem 18 árvores e entre
14,1 e 17,1 cm, isto é no intervalo de um desvio padrão (3,1758), existem mais
21 árvores.
Estabelecendo-se a interpolação:
21 árvores ...................................3,1758
11,4 árvores (*).............................x cm
x= 1,7240
(*) 29,4 – 18 árvores = 11,4 árvores.
Então: dw = 14,0+1,7240 = 15,72 cm

Resposta do exemplo  dw agrup. = 16 cm


 dw ñ agrup. = 15,72 cm

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4.5 Diâmetro Modal (d mod)

O diâmetro modal é uma característica de distribuições diamétricas


unimodais, correspondendo ao valor central da classe de maior freqüência. Esse
diâmetro é usado apenas para verificar assimetria de curvas unimodais e aplica-
se em florestas equiânias (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

Resposta do exemplo  dmod = 15,6 cm (centro de classe IV)

4.6 Mediana dos Diâmetros (dm)

É o valor numérico da observação que se situa exatamente na metade de


uma seqüência em ordem crescente. A metade das árvores terá diâmetros
abaixo de dm e outra metade acima. Para encontrar dm ordenam-se os valores
de diâmetros medidos, normalmente em parcelas de área conhecida, em ordem
crescente. Não é muito usado, apenas para identificação de assimetria da curva
de distribuição diamétrica (Machado e Figueiredo Filho, 2006).
N 1 N
d m e d m ,
2 2
respectivamente para conjuntos de árvores com números ímpares e pares.

Resposta do exemplo  dm = 15,0 cm (árvore número 25)

4.7 Diâmetro Dominante

 Dados agrupados: É a média dos diâmetros das árvores situadas nas


classes acima de 1,5 s. Em nosso exemplo existem apenas 3 árvores
acima da classe de 1,5 s (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

 Dados não agrupados: Corresponde à média diamétrica das 100 árvores


mais grossas em 1 hectare. Princípio de ASSMANN (Machado e
Figueiredo Filho, 2006)

100 _____10.000m²
X árv.____600m² x= 6 árvores de maiores diâmetros

Resposta do exemplo  dom agrup. = 23,0 cm


 ddom ñ agrup. = 21,5 cm

4.8 Diâmetro Médio Desbastado

Corresponde à média aritmética dos diâmetros das árvores retiradas ou


desbastadas.

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4.9 Diâmetro Médio Remanescente

Corresponde à média aritmética dos diâmetros das árvores que


permanecem após o desbaste.

5. ÁREA BASAL

A área basal da população é entendida como a parte de uma área


florestal ocupada pelos fustes das árvores que compõem a floresta (Machado e
Figueiredo, 2003). Essa variável é expressa por unidade de área, sendo o
hectare a unidade de área usual em países que usam o sistema métrico decimal.

O somatório de todas as secções transversais em um hectare fornece a


área basal por hectare, simbolizada por "G". É uma variável muito importante,
pois é uma medida de densidade e é diretamente relacionada com o volume por
hectare. Como a densidade afeta o crescimento e produção, a área basal por
unidade de área pode ser utilizada como variável independente no
desenvolvimento de funções para predizer crescimento e produção (Machado e
Figueiredo, 2003).

5.1 Medição da área basal

O método mais tradicional para a determinação da área basal é através


da medição do dap ou cap das árvores do povoamento, ou das árvores das
unidades amostrais do mesmo, e a partir deste valor calcula-se a área (seção)
transversal e então a área basal da população.

A área transversal ou área basal individual pode ser calculada


rapidamente pelas seguintes expressões:

  dap 2
g
4

Onde:
g = área basal individual em m2;
dap = diâmetro a altura do peito em m;

Através do somatório das seções transversais é possível calcular o valor


da área basal da população:

G  gi
i 1

Onde:
G = área basal da população em m² / ha;
gi = área basal individual em m².

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Exemplo:

Em um plantio de Eucalipto grandis foi instalada uma parcela de 100 m2 e


posteriormente foi medida o DAP das árvores inclusa na parcela, cujos
resultados estão apresentados abaixo. Calcule a área transversal, área basal e
estime a área basal por hectare deste plantio.

DAP g (m²)
15 0,017671
20 0,031415
22 0,038013
23 0,041547
30 0,070685
35 0,096211
13 0,013273
17 0,022698
26 0,053092
33 0,085529
Soma 0,47014
Resposta: Área basal da parcela (100m²) = 0,47014 m².
Resposta: Área basal por hectare (10.000m²) = 47,0139 m².

24
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CAPÍTULO III - ALTURA

1. IMPORTÂNCIA

A altura é outra importante característica da árvore, obtida por medição ou


estimativa (Soares e Neto, 2006). Essa variável é importante para inúmeras
finalidades tais como:

 Utilizada em cálculos de volume;


 Utilizada na classificação de sítios (altura dominante) – indica a
capacidade produtiva;
 Variável independente em equações de volume;
 Pode subsidiar uma caracterização do povoamento (Floresta alta e
Floresta baixa);
 Para determinar o Incremento em altura.

2. TIPOS DE ALTURA

 Altura total
 Altura comercial
 Altura de copa
 Altura do fuste
 Altura de toco

Figura 1 - Representação dos diversos tipos de alturas.


Fonte: Sanquetta et al., (2009).

2.1 Altura total

Refere-se à distância do solo até o topo da árvore, ao longo do eixo


principal. Para obter-se essa altura o operador deve ver a base e o topo da

25
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árvore de um mesmo local. Muitas vezes é difícil visualizar ou definir o topo ou


ápice da árvore em casos de florestas densas e fechadas. Sendo, assim,
geralmente não se mede a altura total em inventários florestais de florestas
tropicais e subtropicais, devido ao tempo gasto e aos erros induzidos pela falta
de definição do ápice da árvore (Machado e Figueiredo, 2003).

2.2 Altura do fuste

É a parte compreendida entre o nível do solo até a base da copa


(Machado e Figueiredo, 2003).

2.3 Altura comercial

É o comprimento do fuste a partir do solo ou da altura de corte até um


ponto acima definido por um diâmetro mínimo de uso, ou até alguma limitação
para uso comercial, como bifurcações, galhos, defeitos e tortuosidades. Em
inventários florestais de florestas nativas do centro-sul do Brasil e da Amazônia
têm-se considerado como altura comercial a parte compreendida entre o nível do
solo ou do término de sapopemas até a base da copa. Essa altura é subjetiva,
visto que depende do uso, do mercado e da região. Como as regiões tropicais e
subtropicais apresentam uma grande variedade de formas, tortuosidades e
defeitos como podridões, nós, árvores ocas, inserção dos galhos ao longo do
fuste, o profissional responsável pelo inventário nessas regiões, deve estar
preparado para enfrentar estas situações, assim como as fichas de campo
também devem estar adequadas para anotações das diversas situações
(Machado e Figueiredo, 2003).

2.4 Altura da copa

Refere-se à parte compreendida entre o topo e a base da copa de uma


árvore, ou seja, a altura da copa é a diferença entre a altura total e a altura do
fuste, principalmente quando se trata de folhosas (Machado e Figueiredo, 2003).

2.5 Altura do toco

É a distância entre o nível do solo até o ponto ou altura de corte da


árvore. A altura do toco também é subjetiva, variando de lugar para lugar.
Árvores com sapopemas, comuns em regiões tropicais, a altura do toco pode
atingir de 1 a 4 metros. As árvores grossas da Amazônia dificilmente são
cortadas abaixo de 50 cm, mesmo sem sapopemas, (Machado e Figueiredo,
2003).

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3. FORMAS DE OBTENÇÃO DE ALTURA

 Obtidas diretamente: são aquelas tomadas sobre a árvore, dependendo


diretamente da habilidade do operador, sem necessitar instrumentos
específicos (Varas Graduadas e trenas) (Silva e Neto, 1979).
 Obtidas indiretamente: sem contato direto. Faz-se o uso de instrumentos
diversos, que são genericamente chamados de hipsômetros (Silva e Neto,
1979).
 Obtidas por estimativas: neste caso as árvores têm suas alturas
estimadas por meio de equações hipsométricas. Recurso muito usado no
meio florestal para se obter a altura das árvores.

4. INSTRUMENTOS MEDIDORES DE ALTURA (HIPSÔMETROS)

 Hipsômetros geométricos: fundamentado na relação de triângulos


semelhantes (Machado e Figueiredo Filho, 2006). Ex: Merrist, Christen,
Weise...
 Hipsômetros trigonométricos: baseado nas relações angulares de
triângulos retângulos, (Machado e Figueiredo Filho, 2006). Ex: Haga,
Blume-Leiss, Suunto, R.E.B., Vertex...

4.1 Instrumentos baseados na semelhança de triângulos

 Instrumentos rústicos e simples;


 Fácil construção e manuseio;
 Normalmente não se necessita conhecer a distância do operador a
árvore, não requer correção de declividade;
 Boa precisão das medidas;
 Desvantagem  florestas densas é difícil encontrar o ponto de
mensuração.

4.1.1 Vara Graduada


Encosta-se um bastão com graduação conhecida em uma árvore para
servir de referencial para estimar a altura das árvores.
Precisão das leituras é baseada na distância do observador até a árvore.
Mais perto menor o erro.

4.1.2 Uso do braço e uma vara

 Processos inviáveis quando se trabalha com muitas árvores;


 Maior tempo para mensuração das árvores;
 Menor acuracidade;

AB oA

ab oa

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Figura 2 – Ilustração da medição de altura utilizando somente um braço e um bastão.

Dessa forma temos:


oA  ab
AB  h 
oa
Exemplo:
ab = bastão = 20 cm;
oa = comp. braço = 40 cm;
oA = dist. observador até árvore = 20 m;
então:
20  0,2
h  10m
0,4

4.1.3 Hipsômetro de Christen

Segundo Machado e Figueiredo Filho, (2006). O Hipsômetro de Christian


trata-se de um dos hipsômetro geométricos mais usando principalmente nos
Estados Unidos, sendo um dos mais simples em aparência.

 Consiste em uma régua dobrável com 30 cm;


 Trabalha com semelhança de triângulos.

28
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Figura 3 – Medição de altura com o Hipsômetro de Christen.


Fonte: Sanquetta et al., (2009).

Na ilustração acima, o triângulo OAB é semelhante ao triângulo OA'B’,


assim como o triângulo OBC é semelhante ao OB'C’.Da semelhança de
triângulos OAB~AO’B’ e OBC~OB’C’, temos a relação entre os lados dos
triângulos semelhantes (Sanquetta et al., 2009):

AB BC A' B '  BC
  B ' '
C 
A' B ' B 'C ' AB
Sendo:

AB  h = altura da árvore (m);


A ' B ' = tamanho da barra do hipsômetro a ser graduada (ex. 30 cm);
BC = comprimento da baliza encostada na árvore (ex. 5 m);
' '
B C = valor para graduação em diferentes alturas marcadas na barra do
hipsômetro (cm).

Através desta relação é possível graduar a barra do hipsômetro de


Christen, sendo B’C’ as distâncias calculadas e marcadas diretamente na barra
do hipsômetro. Esta distância B’C’ é calculada em função de AB (h), tendo em
vista que BC e A’B’ são valores previamente fixados. Sendo assim, para graduar
a barra, atribuem-se sucessivos valores à AB (h) e calculam-se os respectivos
valores de B’C’. Conforme a fórmula que expressa a relação entre os lados dos
triângulos semelhantes, os valores de B’C’ e AB são inversamente
proporcionais, sendo então, graduada a barra da base (B’) para o topo (A’) do
hipsômetro (Sanqueta et al., (2009).

A' B '  BC 30  500


B 'C '   B 'C '   15cm
AB 1000

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Vantagens:
 Não precisa de uma grande distancia do operador até a árvore;
 Barato;
 Fácil construção;
 Uma leitura apenas;
 A leitura não é afetada pela declividade do terreno.

Desvantagens:
 Difícil manter o instrumento na vertical e mantê-lo imóvel;
 Quanto mais alta a árvore, maior o erro;
 Serve mais para árvores isoladas.

4.1.4 Hipsômetro de Merrist

Consiste em uma vara graduada, a uma distância fixa do observador e


paralela ao eixo da árvore.
Segundo Sanquetta et al., (2009), para realizar a medição da altura é
colocado o hipsômetro na posição vertical e a uma distância específica do seu
olho. Faz-se uma visada na base da árvore de modo que a linha da visada atinja
o zero na graduação do hipsômetro. Em seguida faz-se uma visada no topo da
árvore observando o valor que foi atingido na graduação hipsômetro. Esse valor
será a altura total da árvore.
O hipsômetro de Merrit é baseado no princípio da semelhança de
triângulos. Conforme a figura abaixo, relacionamos o comprimento do braço com
a distância da árvore. Sendo ABC e ADE triângulos semelhantes, tem-se:

Figura 4 – Medição de altura com o Hipsômetro de Merrit


Fonte: Sanquetta et al., (2009).

Onde:
DE  graduação do instrumento (cm);
BC (h)  altura da árvore (m);
AD  distância do operador ao hipsômetro (ex. 50 cm);
AB  distância do operador à árvore (ex. 10 m).

Então temos:
BC DE BC
  DE  AD
AB AD AB

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Vantagens:
 Tem mesma precisão para todas as alturas;
 Barato;
 Fácil construção;
 Permite a graduação em intervalos constantes para identificar toras de
comprimentos padrões ao longo do fuste (MACHADO e FIGUEIREDO,
2003).

Desvantagens:
 Dificuldade de se manter a régua na vertical e precisa conhecer a
distância do olho do operador até a árvore;
 Tem que ter um instrumento para cada operador;

4.1.5 Hipsômetro de Weise

Segundo Machado e Figueiredo, 2006. O Hipsômetro de Weise consiste


de um tubo metálico com 15 a 20 centímetros de comprimento, contendo uma
mira ou retículo em uma extremidade e um orifício de visada ou ocular na outra.
Estas duas partes constituem-se nas peças de pontaria do instrumento.

 É necessário medir as distâncias horizontais do operador à árvore a ser


medida, bem como regular a escala de distâncias para esta distância
específica.
 Trabalha com o mesmo princípio de triângulos semelhantes.
 Precisa de um operador de distância horizontal.

Figura 5 – Medição de altura com o hipsômetro de Weise


Fonte: Machado e Figueiredo Filho, (2006)

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A teoria do instrumento baseia-se na semelhança dos triângulos ABC e


abc côo mostra a figura 6, tendo-se então:

Logo,

Da mesma forma, o triângulo ABD é semelhante ao triângulo a’b’c’, então:

Logo,

Onde:

AB = d = distância horizontal do operador até a árvore


BC = h1 = parte da altura da árvore acima da linha horizontal
BD = h2 = parte da altura da árvore abaixo da linha horizontal
CD = h = altura da árvore
bc = L1 = leitura obtida com a visada no ápice da árvore
b’c’ = L2 = leitura obtida com a visada na base da árvore
ab = a’b’ = Dh = comprimento da haste de acordo com o comprimento do
operador à árvore.

Assim,

ou

Considerando-se que d e Dh são constantes para ambas visadas, tem-se


que:
h = L1 + L2 para árvores em terrenos planos ou ainda que
h = L1 – L2 para árvores em aclive ou declive

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4.2 Hipsômetros baseados na tangente de ângulos

 Apresentam estimativas mais confiáveis do que as obtidas por aparelhos


de princípio geométrico;
 Maior rapidez nas operações a campo;
 Necessário conhecer a distância e correção de declividade;
 Necessário duas leitura para a mensuração das alturas (uma na base e
outra no topo da árvore);

Passos para a medição de altura por duas leituras:

1) Escolher uma distância horizontal conveniente.


2) Escolher uma escala.
3) Escolher uma boa posição, eliminando o efeito da declividade e
visualizando a base e a copa da árvore.
4) Fixar a mira na árvore.
5) Medida a distancia horizontal, visar o ápice e a base, somar ou subtrair
estas leituras conforme a situação.
6) Em terreno com inclinação > 6º ou 10%, deve-se corrigir a declividade.

Leitura do equipamento
ADOTA-SE:
a) Quando as leituras são de mesmo sinal, subtrai a menor da maior.
b) Quando as leituras são de sinal contrário, isto é, para lados opostos da
graduação zero, somam-se as duas leituras.

4.2.1 Hipsômetro de Blume-Leiss

Figura 6 – Hipsômetro deBlume Leiss (Silva e Neto, 1979).


Fonte: http://www.forestry-suppliers.com/product_pages/products.php?mi=88320%26itemnum=

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4.2.2 Hipsômetro de Haga

S = ocular;
R = objetiva;
L = visor da escala;
P = pêndulo;
K = girador do eixo que contém
as escalas;
A = botão fixador do pêndulo

Figura 7 – Hipsômetro de Haga (Silva e Neto, 1979).

Tem os mesmo procedimentos que o Blumeleiss, porém mede a


porcentagem e não o ângulo.

4.2.3 Hipsômetro de Suunto

Trata-se de um instrumento originário da Finlândia. Existem Suuntos com


dióptros iguais aos do Blume-Leiss para a medição de distância (Machado e
Figueiredo Filho, 2006). Os Suuntos podem ser usados para medir alturas de
árvores, torres, edifícios, encostas para classificação ou levantamento
preliminar; e para medir ângulos verticais para instalações de celular e satélite e
muito mais. Todos os os Suuntos possuem uma carcaça de alumínio sólido com
montagem de rolamento. Possui adaptação para tripé com 1/4 "x 20. Inclui
cordão e capa de nylon preto. Conversões de porcentagem / grau na parte de
trás (Forestry Supplyers). O procedimento para mensurações é semelhante aos
demais equipamentos com duas leituras.

Figura 8 – Hipsômetro Suunto


Fonte: https://www.forestry-suppliers.com/product_pages/products.php?mi=13163

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4.2.4 Hipsômetro TruPulse

Trata-se de um instrumento compacto, leve e permite que você visualize


através da lente para que você possa identificar o laser diretamente ao longo da
sua linha de visão. Esse instrumento é resistente a água e a poeira e possui uma
porta serial para baixar dados. Inclui estojo de transporte, lenço de lentes, alça
de pescoço e manual de operação.
As medidas são exibidas através do visor para que você nunca precisa
tirar os olhos do alvo. O TruPulse pode medir distâncias até 999 metros sem um
alvo reflexivo. Um sensor de inclinação integrado permite medir uma distância
horizontal ou vertical e calcule a altura de um objeto (árvore) instantaneamente
usando a rotina integrada de três disparos.

Figura 9 – Hipsômetro Trupulse


Fonte: http://www.forestry-suppliers.com/product_pages/products.php?mi=38721

4.2.5 Clinômetro Eletrônico

Consiste em um equipamento micro processado extremamente pequeno,


com aproximadamente 50g.de peso. Funciona com uma bateria de 1,5v e mede
altura e ângulo sem necessidade de uma distância fixa (Figura 9). Apresenta os
resultados de medição, diretamente em um mostrador interno, eliminando risco
de erro de cálculo (HAGLÖF SWEDEN AB, 2005).

Figura 10 – Clinômetro Eletrônico Haglöf


Fonte: ELOFORTE, 2005).

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A medição da altura com o clinômetro (Figura 10) é realizada através dos


seguintes passos (ELOFORTE, 2005):

 Com uma trena meça a distância entre o operador e a árvore;


 Ligue o clinômetro dando um clique breve no botão. Aparecerá a abreviatura
DIST no visor do clinômetro;
 Um olho vê a arvore e o outro vê a tela interna do clinômetro.
 Mantenha o botão apertado enquanto move o clinômetro para cima e para
baixo até achar a distância desejada. Solte o botão para confirmar esta
distância;
 Dê um clique curto no botão, para ir para o modo cálculo (% ou DEG (graus),
conforme o modelo de aparelho);
 Nivele a linha da mira do clinômetro com a base da árvore. Dê um clique
longo no botão para registrar a medida da base.
 Nivele a linha da mira com o ápice da árvore, movendo o clinômetro para
cima. Dê um clique longo no botão para que o aparelho calcule a altura.
 Leia a medida da altura da árvore no visor interno.

Figura 11 – Medição de altura com clinômetro eletrônico (Fonte: ELOFORTE, 2005).

4.2.6 Hipsômetro Vertex IV

O Vertex IV é o instrumento muito indicado para inventários florestais e


perfeito para medições de pequenas distâncias, inclinações e alturas (corrigi a
inclinação do terreno). Possui Bluetooth e infravermelho, permitindo transmitir as
alturas medidas para uma suta eletrônica ou outro equipamento compatível. Sua
carcaça de alumínio garante robustez, aliando agilidade, precisão e durabilidade.
Esse instrumento utiliza ultrassom para medição de distâncias e possibilita
leituras comprovadamente precisas mesmo com vegetação densa e em
ambientes difíceis. O vertex IV Permite instalar parcelas circulares com mais
agilidade e precisão. Pode ser utilizado juntamente com uma suta eletrônica
para efetuar inventários florestais sem a necessidade de prancheta, diminuindo
os erros de digitação.

36
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Com esse equipamento evita-se a necessidade de usar trena ou de roçar


o sub-bosque para medir a distância até as árvores da amostra.

Figura 12 – Hipsômetro Vertex IV.


Fonte: http://www.eloforte.com/vertex-iv

Outros medidores de altura:

 PRANCHETA DENDROMÉTRICA;
 MEDIDA DA ALTURA PELA SOMBRA;
 NÍVEL DE ABNEY;

5. ERROS NA MEDIAÇÃO DA ALTURA

 Erros devido à inclinação do terreno;


 Erros devido à inclinação da árvore;
 Erros devido à forma da copa de árvores e da vegetação herbácea e
arbustiva;
 Erros por não esperar o pendulo parar.
 Erros devido à presença de ventos.
 Erros devido à falta de visão do ápice e da base ao mesmo tempo;
 Erros acidentais como:
- Leitura feita em escala errada;
- Travar o pêndulo do hipsômetro antes dele parar.

6. MÉDIA DAS ALTURAS

Como no caso de diâmetros, também é usual e muitas vezes necessário,


conhecer a altura média do povoamento florestal com o fim de usá-la como meio
de se proceder ao cálculo ou estimativa de volume, classificação de sítio
florestais entre outros. (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

37
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6.1 Altura média aritmética (h)

A altura média aritmética, simbolizada por h , corresponde a média das


alturas de todas as árvores de uma parcela ou de um povoamento florestal,
sendo dada pela expressão: (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

1 n
1 n
h   hi , ou para dados agrupados h k h f i i
n i 1 f
i 1
i
i 1

onde:
k
n= f
i 1
i = nº de árvores a agrupar

hi= centro da i-ésima classe


fi= freqüência da árvores na i-ésima classe
k= nº total de árvores

6.2 Altura média (hg)

 Corresponde a altura da árvore de área transversal média em um


povoamento florestal;
 A árvore hg se aproxima da árvore de volume médio de um povoamento
florestal.
 Formas de obtenção:
1) Medir alturas de 15 a 30 árvores com diâmetros próximos ao diâmetro dg. A
média aritmética será a altura hg.
2) Entrar na curva (h/d) hipsométrica, para estimar hg. (Machado e Figueiredo
Filho, 2006)

6.3 Altura dominante (hdom)

Esta tem sido largamente usada, Principalmente como meio para


identificar a capacidade produtiva de terrenos florestais (Machado e Figueiredo
Filho, 2006).

 Altura obtida pelo conceito de ASSMANN (1959): altura média das 100
árvores de maiores diâmetros por hectare.

7. RELAÇÃO HIPSOMÉTRICA (h/d)

A relação hipsométrica, ou relação entre o diâmetro e altura das árvores,


é regulada geneticamente e só tem sentido quando analisada para uma espécie.
É fácil observar que espécies distintas podem ter valores de relação h/d
diferentes. Um Eucalyptus grandis com 20,0 cm de diâmetro alcança facilmente

38
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a altura de 27,0 m (h/d = 27/20 = 1,35); enquanto o Pinus taeda com o mesmo
diâmetro não alcança 19,0 m (h/d = 19,0/20 = 0,95) (Finger, 2006).
Considerando a mesma espécie, a relação hipsométrica diferencia-se
com a idade. De acordo com as leis naturais, durante o crescimento, a relação
hipsométrica não produz extensões, mas projeta-se em um novo nível. Esse fato
deve ser analisado observando-se a dinâmica do povoamento, pois, com o
crescimento, as árvores finas passam para classes superiores e as árvores das
classes superiores passam para classes mais altas. Esse crescimento se dá
também em diâmetro, porém com velocidade diferente, fazendo com que, para o
mesmo diâmetro, sejam obtidas alturas diferentes (Finger, 2006).

Figura 13: Representação da variação da relação hipsométrica em povoamento de diferentes


idades.
Fonte: Finger, (2006).

A determinação de uma relação hipsométrica é importante, pois possibilita


estimar as alturas das árvores por meio de modelos matemáticos. A utilização
desses modelos hipsométricos significam um grande ganho prático na realização
de inventários florestais. É comum em levantamentos florestais, medir a altura
de algumas árvores localizadas em parcelas de amostragem e empregar um
modelo hipsométrico para estimar a altura das demais árvores. Com as alturas
estimadas das árvores, juntamente com seus respectivos diâmetros, é possível,
empregando-se equações de volume, estimar o volume de cada árvore e
consequentemente o volume da parcela e do povoamento.
Os modelos hipsométricos são equações ajustadas que expressam
matematicamente a relação do diâmetro da árvore com a sua altura. Para
realização de cálculos volumétricos é imprescindível que se conheçam os
diâmetros e as alturas de todas as árvores amostradas. Porém, como a medição
de 100% das alturas é um processo muito demorado, geralmente opta-se por
medir uma parte das árvores da parcela e a partir daí se desenvolvem modelos
hipsométricos que expressem esta relação para as demais

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O modelo hipsométrico que descreve a relação h/d é, em geral, do tipo


parabólico. Entretanto, para determinar o modelo matemático que descreve a
relação hipsométrica, deve-se testar vários modelos e selecionar aquele de
melhor aplicação, segundo os critérios de seleção de modelos usados em
análise de regressão (Finer, 2006). Segundo Schneider (1986), são suficientes
na determinação de uma relação hipsométrica, em média, 30 a 40 alturas
distribuídas em toda a amplitude diamétrica.
A literatura registra uma série bastante complexa de modelos
matemáticos para interpretar a relação hipsométrica. Dependendo da espécie e
do sítio será escolhida a equação matemática mais apropriada. Entre os
modelos mais utilizados estão os seguintes:

a) Modelo de Stoffels: ln
ht01ln
d

1
ht0 1
b) Modelo de Curtis: ln d

c) Modelo de Henriksen: ht0 1ln


d


d) Modelo parabólico: ht 0d
1 2d2

2
d

e) Modelo de Prodan I: ht 
0d
1 d
2
2

2
d
 
f) Modelo de Prodan II: ht
1,
3

0
1d
2d2

Sendo:
d = diâmetro à altura do peito – dap (cm);
ht = altura total estimada (m);
 0 1 2 = coeficientes da equação.

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CAPÍTULO IV - RELASCOPIA

1. INTRODUÇÃO

Em 1947, o engenheiro florestal austríaco Walter Bitterlich publicou um


procedimento novo para estimar área basal de plantios florestais. Este
procedimento se tornou muito conhecido pela sua precisão e facilidade de
operação. O método de Bitterlich foi originalmente proposto para se estimar a
área basal, que é uma importante medida de densidade e tem alta correlação
com o volume.

Conforme Machado e Figueiredo Filho (2006), inventários florestais são


usualmente baseados em dois métodos de amostragem:

a) Parcelas de área fixa (quadradas, retangulares, circulares).


b) Parcelas de raio variável (áreas variáveis); esse conceito foi utilizado em
1947 pelo engenheiro florestal (austríaco) Walter Bitterlich.

Em 1949, Bitterlich criou o termo Relascopia, cuja origem Rla do Latim,


significa contagem e Skopen do Grego, olhar (Machado e Figueiredo Filho,
2006).

2. POSTULADO DE BITTERLICH

O postulado de Bitterlich baseia-se no pressuposto que a área basal por


unidade de área pode ser expressa em função dos diâmetros das árvores, suas
distâncias em relação ao centro da amostra e os correspondentes ângulos
proporcionados por qualquer bitola angular (Machado e Figueiredo Filho, 2006).
Assim, é representada pela formula:

G = K.N

Onde: G= área basal por unidade de área; K= Fator de área basal (depende do
ângulo de projeção); N= número de árvores contadas na unidade de amostra.

Assim sendo, o número de árvores (N) contadas em um giro de 360º,


cujos diâmetros à altura do peito (DAP), observados a partir de um ponto fixo
(centro da parcela), apareçam superiores a um dado ângulo constante de
projeção (K) são proporcionais à área basal por unidade de área (G) (Machado e
Figueiredo Filho, 2006).

 Maior DAP = maior probabilidade de a árvore ter o diâmetro superior.


 Menor Raio = maior probabilidade de a árvore ter o diâmetro superior.
 Menor K = maior probabilidade de a árvore ter o diâmetro superior.

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Portanto, a área basal por unidade de área é expressa em função dos


diâmetros das árvores, suas distâncias em relação ao centro da amostra e os
correspondente ângulos proporcionados por qualquer bitola angular.

Figura 1: Ilustração da seleção de árvores em uma Amostra de Contagem Angular (ACA).

a) DAP menor que o ângulo projetado: a árvore não é contada;


b) DAP igual ao ângulo projetado: árvore duvidosa, está no limite de
inclusão da parcela (normalmente considera-se meia árvore (0,5). Nessa
situação, somente ter-se-á certeza da qualificação ou não da árvore,
empregando-se fórmulas matemáticas (será visto mais a frente) e após a
medição do diâmetro e da distância dessa árvore até o ponto amostral;
c) DAP maior que o ângulo projetado: árvores faz parte da unidade
amostral.

Exemplo:

Supondo-se que num um giro de 360° com um K = 2 o operador tivesse


contado 14 árvores (N), a área basal por hectare seria:

G = K.N = 2 . 14 = 28m²/ha.

Assim sendo, são 3 fatores que determinam a contagem ou não de uma


árvore:

1) O seu DAP;
2) A distância que ela está do ponto de amostragem (R)
3) Valor da constante formada pela projeção do ângulo (K)

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2.1 Fatores que afetam ou não a contagem de árvores:

 DAP;
 A distância que a árvores se encontra do ponto (observador);
 Quanto maior o DAP, maior a probabilidade de a árvore ser incluída;
 Quanto menor for a distância, maior a probabilidade da árvore ser
incluída;
 Quanto menor for o K, maior a probabilidade de a árvore ser incluída;
 Escolha do FAB;

3. FUNDAMENTOS MATEMÁTIOS DA RELASCOPIA

Para entender as relações matemáticas do ponto de amostram de


Bitterlich, deve-se pensar em termos de árvores limites, isto é, assume-se
sempre que as linhas indicando as projeções angulares das árvores conforme
está na figura 2 (Machado e Figueiredo Filho, 2006).
Observa-se que a bitola deve projetar um ângulo fixo (constante) e que as
árvores com diâmetros ou raios diferentes, projetarão círculos com áreas
distintas, mas concêntricos (Machado e Figueiredo Filho, 2006). Na Figura 2
pode-se estabelecer a seguinte relação entre a barra de Bitterlich e o diâmetro
da árvore:

l d

L R
Figura 2: Caracterização matemática do método.

Em que:
L = comprimento da barra de Bitterlich (cm)
l = largura da banda do relascópio ou mira (cm)
d = diâmetro da árvore
R = distancia radial do observador à árvore
S = área do circulo marginal
G = área transversal da árvore

Segundo Machado e Figueiredo Filho, (2006), a partir desta relação


muitos caminhos para explicar os fundamentos teóricos do método foram
apresentados por vários autores. Aqui será exposto o entendimento dos
princípios básicos.
Em uma floresta existe uma certa quantidade de árvores que são
contados em um giro de 360º. A fração de área basal G ocupada por qualquer ni

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árvore contada no giro em relação à área marginal S da amostragem circular


projetada pela distância radia R pode ser expressa por:

 .d2 /4
G/S   1 / 4 d / R 
2
Gu.a
 .R 2

Então a relação para um hectare é dada por:

G  10 4.1 / 4 d / R2

E como só existiu uma árvore na superfície “S”, obtêm-se a constante


instrumental “K”:

K  10 4.1 / 4 d / R2
então
K = 2500. (d/R)² ou ainda K = 2500. (l/L)²
Onde:
l = largura da mira (cm)
L= distância do visor à mira (m)
d = diâmetro da árvore (cm)
R = distância do ponto amostral até o centro do diâmetro (m)
K = FAB ou Banda escolhida

3.1 Relascópio de espelho Bitterlich

Aparelho com dimensões 13 x 6,5 cm, pesando 400 g, versátil e de


múltiplas utilidades práticas no meio florestal.

Figura 3: Relascópio de espelho de Bitterlich


Fonte: http://www.tmforest.com/productos.htm).

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Usos do Relascópio de Bitterlich:

Segundo Machado e Figueiredo Filho (2006), o Relascópio de Bitterlich


pode ser utilizado para as seguintes finalidades:

 Estimar área Basal por hectare;


 Obtenção de alturas;
 Obtenção de distâncias horizontais;
 Obter diâmetros a diferentes alturas;
 Obter número de árvores por hectare;
 Obter volume por hectare;
 Fator de forma.

3.2 Classificação das escalas do aparelho

 Escalas hipsométricas: Determinar alturas das árvores nas distâncias de


20, 25, e 30 m. (Machado e Figueiredo Filho, 2006).
 Escalas de distâncias: Determinar distâncias horizontais de 15, 20, 25, e
30 m (Machado e Figueiredo Filho, 2006).
 Escalas de numeração: Contém as bandas 1, 2 e 4 as quais permitem as
avaliações de “d” e “G” (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

O perfil e a largura de cada uma das bandas do relascópio são calculados


de modo que, a cada uma, corresponda um determinado fator de área basal
(FAB = K) independente do ângulo de pontaria ou declividade do terreno.

Bandas de contagem (numeração) são automaticamente reduzidas pelo


cosseno do ângulo de inclinação, ao mesmo tempo em que distancias
horizontais são corrigidas para projeção horizontal através da variação na
largura das bandas.

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a b
Figura 4: Escalas do relascópio de banda estreita. Vista através da ocular (b) e em projeção
plana (a).
Fonte: Barreiro; Tome e Luis, (2005).

Os fatores de contagem “K” iguais a 1 e 2 estão gravados sobre a


respectiva banda branca; Banda 1 e Banda 2.

A direita da banda 1 aparece alternadamente, 2 faixas pretas e 2 brancas


cuja largura total das faixas corresponde exatamente a largura da banda 1.

Tomando-se o conjunto formado pela banda 1 mais as 4 bandas estreitas


obtém-se a banda 4, cujo fator de contagem K é 4.

3.3 Avaliação da Área Basal

K’s = FAB’s = Bandas  Diretamente temos bandas 1, 2 e 4, e ainda as


combinações da banda 1 com as 4 estreitas.

Segundo Machado e Figueiredo Filho (2006), a escolha das bandas a se


utilizar em um levantamento dependerá de:

 Variação diamétrica da floresta;


 Homogeneidade da floresta;
 Acuidade visual;
 Condições topográficas.

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O número de pontos (giros) dependerá de:

 Depende da homogeneidade ou heterogeneidade;


 Quanto maior a amplitude diamétrica, maior número de pontos;
 Precisão é definida por limite de erro e probabilidade.

Distribuição dos pontos:

 Aleatórios
 Sistemáticos

Cálculo da constante instrumental:

Para um K=1

Para um K=2

Para um K=4

Obs: Para as demais bandas (estreitas) o cálculo, deve levar em consideração


que a banda das 4 estreitas tem exatamente o tamanho da banda 1, logo, uma
estreita equivale a ¼ da banda 1.

Fatores de Área Basal do Relascópio (REB)


Banda d/R (l/L) K (FAB)
1 estreita 1/200 1/16
2 estreitas 2/200 1/4
3 estreitas 3/200 9/16
Banda 1 1/50 1
Banda 1 + 1 estreita 5/200 25/16
Banda 2 Raiz de 2/50 2
Banda 1 + 2 estreitas 6/200 9/4
Banda 1 + 3 estreitas 7/200 49/16
Banda 4 1/25 4
Fonte: (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

O uso de uma banda estreita em relação a outra mais larga provocará o


aumento do número de árvores contadas na ACA (Amostra de Contagem
Angular) e, com isso, maior a probabilidade de encontrar árvores: (Machado e
Figueiredo Filho, 2006).

 pouco visíveis;
 muito finas;
 duvidosas.
Exigindo > controle das distâncias.

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N° árvores ACA:

Recomenda-se que pelo menos 15 a 20 árvores sejam contadas em cada


giro para evitar estimativas errôneas (Sanquetta et al., 2009).

Quando não se sabe qual banda utilizar, é conveniente realizar uma ACA
piloto e verificar o n° de árvores medidas com a banda selecionada.

Segundo Machado e Figueiredo Filho (2006), O uso de uma ou outra


banda depende:

 Homogeneidade do povoamento;
 Densidade do povoamento;
 Variação dos diâmetros;
 Acuidade visual do operador;
 Firmeza e prática do operador.

Em geral o levantamento efetuado com a banda 1, em termos de área, é 2


vezes > que o realizado com a banda 2, e ≈ 4 vezes maior que o efetuado com a
banda 4.

Assim, se uma ACA forem contadas 27 árvores com a Banda 1, nesta


mesma área serão encontradas 13 árvores se o levantamento for realizado com
a Banda 2.

3.4 Estimativa da área basal

 ACA resulta da determinação do “N” de um povoamento, cujo dap, a partir


de um ponto fixo, é superior a um dado valor angular constante.
 Estes valores constituem a medida básica para determinar a “G” (m²/ha).
 A distância do observador ao centro da árvore é denominada como “R”;
 A circunferência que contém as árvores contadas p/ ângulo especificado é
denominado “círculo crítico da banda X”

Determinação da G (m²/ha):
G = K.N

Para realizar uma ACA basta fazer um giro de horizonte no sentido anti-
horário, em torno de um ponto fixo, onde se situa o operador, visar e contar
todos os dap’s das árvores, classificando-se segundo o ângulo de visada:

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Figura 5: Representação esquemática da inclusão de árvores segundo p ângulo de visada.


Fonte:

Ainda:
 Árvores com dap > ângulo alfa são contadas e recebem valor 1;
 Árvores limites devem ter suas distâncias horizontais controladas;
 Árvores com dap < ângulo alfa são desconsideradas, ou recebem valor 0;

Banda 4

a b c
Figura 6: Representação da inclusão de árvores utilizando a Banda 4. a) árvore deve ser
incluída; b) árvore não deve ser incluída; c) árvore duvidosa (medir o dap e a distância até o
ponto amostral)
Fonte: Machado e Figueiredo Filho, (2006).

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Durante a execução da ACA, ocorrem situações de indecisão sobre a


contagem ou exclusão de uma árvore que parece ter dap IGUAL a largura do
ângulo crítico. Nestes casos mede-se o “d” da árvore com suta e a distância
radial com fita métrica. Essa medida deve ser PRECISA, determinado a
distância do aparelho (centro da ACA) ao centro da árvore considerada.

Distância CALCULADA (distância ótica) deve ser > que a distância


HORIZONTAL medida com fita p/ incluir a árvore na ACA.

Exemplo de inclusão ou não de uma árvore duvidosa:

Usando a Banda 1
 Qual é o raio máximo para uma árvore com diâmetro de
35cm?


Obs: Para ver se a árvore deve ser contada é feito a comparação do raio
máximo calculado com o raio medido no campo.

3.5 Estimativa do número de árvores por hectare

A estimativa do número de árvores por hectare exige a medição de todos


os diâmetros das árvores contadas, uma vez que:

Qi = K/gi

Princípio ACA = “cada árvore contada representa uma quantidade de área


basal (m2/ha), em função do FAB utilizado”

Caso tenha sido contada apenas 1 árvore teremos:

K*1 = G

Como o valor G (m2/ha) equivale a soma de todas as áreas basais na unidade


de área, existe, portanto, uma relação entre “g” da árvore contada e o “K”. Então
cada árvore contada no ponto amostral irá representar um némro de árvores
(Qi). Para obter o número de árvores representada pelo ponto amostral, deve-se
somar todos os Qi. O n/ha da floresta é obtido pela média do número de árvores
dos pontos amostrais.

Considerando “n-árvores”:

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Exemplo de número médio de árvore por hectare:

Foram amostrados 2 giros de Bitterlich utilizando o FAB = 2. Abaixo estão


as informações coletadas e calculadas nesses dois pontos amostrais. Quantas
árvores por hectare possui essa floresta?

Ponto Arv DAP g Qi


1 1 12 0,0113 177
1 2 15 0,0177 113
1 4 23 0,0415 48
1 5 20 0,0314 64
2 1 30 0,0707 28
2 2 27 0,0573 35
2 3 25 0,0491 41
2 4 31 0,0755 26
2 5 24 0,0452 44

Resposta:
N/ha médio da floresta = 288 árvores.

3.6 Estimativa do volume por hectare

A estimativa do volume por hectare segue a mesma lógica da estimativa


do N/ha, portanto temos:

Vi – Qi . vi

Em que:
vi = Volume da árvore;
Qi = Número de árvores por hectare que a árvore representa;
Vi = Volume por hectare que a árvore representa.

O volume por hectare o ponto amostral será a soma do Vi das árvores


contadas e o volume por hectare da floresa será a média dos V/ha dos pontos
amostrais.

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Exemplo do volume médio por hectare:

Utilizando os mesmos dados do exemplo anterior, temos:

Ponto Arv DAP g Qi vi Vi


1 1 12 0,0113 177 0,0792 14,0
1 2 15 0,0177 113 0,1590 18,0
1 4 23 0,0415 48 0,4362 20,9
1 5 20 0,0314 64 0,2985 19,1
2 1 30 0,0707 28 0,7775 21,8
2 2 27 0,0573 35 0,5869 20,5
2 3 25 0,0491 41 0,4909 20,1
2 4 31 0,0755 26 0,7359 19,1
2 5 24 0,0452 44 0,4298 18,9

Vi = Qi . vi

Resposta:
Soma P1 = 72 m³/ha
Soma P2 = 100,5 m³/ha
Média de volume do povoamento = 86,2 m³/ha

4. VANTAGENS E DESVANTAGENS RELASCOPIA

4.1 Vantagens

 Elimina-se a necessidade de se medir diâmetros para obtenção da área


Basal (G/ha);
 Eliminam-se erros instalação UA;
 Menor tempo e custo para obter G;
 Determina a distribuição da “g” por classe de dap, juntamente com suta;
 Determina G a partir pequeno n° árvores;
 Determinação hL e volume do povoamento;
 G obtida pela contagem do n° de árvores, sem recorrer à medição de “d”;
 Inclinação do terreno corrigida automaticamente no relascópio;
 Determinações rápidas e podem ser realizadas por um só operador
treinado.

4.2 Desvantagens

 Povoamentos densos o sub-bosque pode influenciar os resultados


(luminosidade);

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CAPÍTULO V – VOLUMETRIA - CUBAGEM

1. INTRODUÇÃO

Estimar o volume das árvores é, na maioria das vezes, a principal


finalidade dos levantamentos florestais, notadamente quando se trata de
povoamentos destinados para fins comerciais. (Machado e Figueiredo Filho,
2006)

A medição de todas as árvores de uma floresta com a finalidade de


conhecer seus volumes é muitas vezes, uma tarefa impraticável. Por isso, quase
sempre, ela é inventariada por amostragem. Uma parte da população (amostra)
é medida, extrapolando-se as características dessa amostra para toda a floresta
(Machado e Figueiredo Filho, 2006)

Dessa forma, há necessidade de se estimar o volume das árvores por


meio de técnicas indiretas, tais como: fator de forma, equações de volume e
funções de afilamento. Para tal, utilizar essas técnicas é preciso se conhecer o
volume real de certo número de árvores (amostragem) e uma das formas para
se conhecer o volume real das árvores é a por meio da cubagem.

É importante que a determinação do volume real (cubagem) das árvores


representativas da população seja determinada com o máximo de rigor, uma vez
esses volumes constituirão a base par a estimativa volumétrica da floresta.

2. PROTÓTIPOS DENDROMÉTRICOS

Os troncos das árvores apresentam formas caracterísitcas que variam


segundo grande número de fatores, tais como: espécie, sítio, tratamentos
silviculturais, idade, aspectos genéticos, etc.

As árvores podem assumir as mais diferentes formas, desde aquela


perfeitamente assimilável a uma figura geométrica, caso das coníferas, até
aquelas com as formas totalmente irregulares, como é o caso de árvores
tortuosas típicas do Cerrado (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

Assim sendo, para a determinação do volume de uma árvore as


pesquisas relacionadas a esse tema procuram então, relacionar sólidos
geométricos em revolução com as formas naturais das árvores. Tais sólidos são
denominados de protótipos dendrométricos. Diversos autores sugerem que o
tronco fosse representado da base para o topo pelas formas geométricas:
cilindro, neilóide, parabolóide, tronco de cone e cone.
NEILÓIDE TRONCO
DE CONE

53
PARABOLÓIDE CONE
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

Fonte: Arquivo Pessoal

2.1 Fórmulas Conhecidas

a) Neilóide b) Parabolóide

 g 14 y g 2   g g 
V N  L.  V P L. 1 2 
 6   2 

c) Tronco de Cone d) Cone

 g g  g 1.g 2  g n .L
V TC L. 1 2  V C
 3  3
 

1.2 Cubagem de árvores por procedimentos analíticos

2.2.1 Cubagem por Smalian

Volume de cada secção é calculado em função do comprimento e das


áreas transversais obtidas nas extremidades das secções.
Ex:

 g g  g n .L
FÓRMILAS: V  L. 1 2  V   para a ponteira, se tiver!
 2  3

2.2.2 Cubagem por Huber

Volume da secção será determinado pelo comprimento da secção (Li) e


pela área basal tomada no meio da secção (gm)
Ex:

54
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

g n .L
FÓRMULAS: V g n .L V   para a ponteira, se tiver!
3

2.2.3 Cubagem por Newton

Volume da secção será determinado pelo comprimento da secção (Li) e


pelas áreas basais das extremidades inferiores (gi), do ½ da secção (gmi) e
extremidades superiores (gi+1)
Ex:

 g 1 4 y g 2  g n .L
FÓRMULAS: V  L. 
 V   para a ponteira, se tiver!
 6  3

2.3 Volume da Casca

O percentual de casca é um dos aspectos mais importantes no processo


de avaliação de povoamentos florestais implantados, visto que, em algumas
espécies florestais e em função da idade, o volume de casca representa um
significativo percentual do volume total (Machado e Figueiredo Filho, 2006).

De acordo com Scolforo & Thiersch (2004), a espessura de casca varia


consideravelmente entre espécies, dentro de uma mesma árvore, de local para
local e de acordo com a idade, dentre outros.

2.3.1 Aspectos gerais

A determinação da espessura da casca e sua variação ao longo do tronco


são de grande importância, pois dependendo dos objetivos da produção e da

55
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

comercialização da madeira é necessário descontar o volume de casca dos


fustes, obtendo os volumes com e sem casca.

2.3.2 Determinação da quantidade de casca

A medição da espessura de casca pode ser feito com a árvore em pé ou


abatida, realizadas geralmente nas mesmas posições das medições usadas na
cubagem.

Meyer (1946) desenvolveu uma metodologia para estimar a espessura da


casca, bem como o seu volume, conhecendo-se os diâmetros com e sem casca
à altura do peito.

Então, a determinação pode ser obtida pela diferença das medições com
e sem casca, como segue:

Ei d disc
icc

Para a obtenção do volume de casca apenas subtraímos os volumes com


e sem casca. O volume pode ser expresso em porcentagem como segue:

V
Vcasca
CCVSC

VCC  VSC
%casca   100
VCC

2.4 Exercício prático

- Altura total da árvore: 9,0m


- Ponto médio de corte: 10cm
- Comprimento das seções:
l1 = 1,2m l2 = 1,0m L = 2,0m

MEDIDOS EM CAMPO CALCULADOS


H (m) Cap(cm) e (mm) d c/c(cm) d s/c(cm) g c/c(m²) g s/c(m²)
0,1 90 20 28,65 24,65 0,0645 0,04777
0,7 80 18 25,46 21,86 0,0509 0,0375
1,3 60 14 19,10 16,30 0,0287 0,0209
1,8 50 13 15,92 13,32 0,0199 0,0139
2,3 40 10 12,73 10,73 0,0127 0,0090
3,3 30 8 9,55 7,95 0,0072 0,0050
4,3 20 5 6,37 5,37 0,0032 0,0023
5,3 15 3 4,77 4,17 0,0018 0,0014
6,3 12 2 3,82 3,42 0,0011 0,0009
7,3 8 1 2,55 2,35 0,0005 0,0004
8,3 4 1 1,27 1,07 0,0001 0,00009

56
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2.4.1 Volume por SMALIAN

1,2m
1,0m 2,0m

V6

V1 V2 V3 V4 V5

g8,3
g6,3
g4,3
g1,3 g2,3
g0,1

Com casca: Sem casca:


 g g 
V 1 1,2. 0,1 1,3  = 0,0559 m³ 0,0412 m³
 2 

 g g 
V 2 1,0. 1,3 2,3  = 0,0207 m³ 0,0150 m³
 2 

 g g 
V 3 2,0. 2,3 4,3  = 0,0159 m³ 0,0113 m³
 2 

 g g 
V 4 2,0. 4,3 6,3  = 0,0043 m³ 0,0032 m³
 2 

 g 6,3  g 8,3 
V 5 2,0.  = 0,0012 m³ 0,00099 m³
 2 

g 8,3 .0,7
V 6 = 0,00002 m³ 0,00002 m³
3

Total 0,09802 m³ 0,07171 m³

57
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2.4.2 Volume por HUBER

1,2m
1,0m 2,0m

V6

V1 V2 V3 V4 V5

g8,3
g6,3
g4,3
g1,3 g2,3
g0,1
Y0,7 Y1,8 Y3,3 Y5,3 Y7,3

Com casca: Sem casca:


V 1g 0,7 .1,2 = 0,0611 m³ 0,0450 m³

V 2g 1,8.1,0 = 0,0199 m³ 0,0139 m³

V 3g 3,3.2,0 = 0,0144 m³ 0,0100 m³

V 4g 5,3.2,0 = 0,0036 m³ 0,0028 m³

V 5g 7,3.2,0 = 0,0010 m³ 0,0008 m³

g 8,3 .0,7
V 6 = 0,00002 m³ 0,00002 m³
3

Total = 0,10002 m³ 0,07252 m³

2.4.3 Volume por NEWTON

Com casca: Sem casca:

 g 0,1 4 y 0,7 g 1,3 


V 1 1,2.  = 0,0594 m³ 0,04372 m³
 6 

 g 1,3 4 y 1,8 g 2,3 


V 2 1,0.  = 0,0202 m³ 0,01425 m³
 6 

 g 2,3 4y 3,3 g 4,3 


V 3 2,0.  = 0,0149 m³ 0,01043 m³
 6 

58
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 g 4,3 4y 5,3 g 6,3 


V 4 2,0.  = 0,0038 m³ 0,00293 m³
 6 

 g 6,3 4y 7,3 g 8,3 


V 5 2,0.  = 0,0011 m³ 0,00086 m³
 6 

g 8,3 .0,7
V 6 = 0,00002 m³ 0,00002 m³
3

Total = 0,09942 m³ 0,07221 m³

2.5 Procedimentos para a Cubagem

Neste caso o procedimento será dividido em duas etapas:

 Procedimentos realizados em campo:

Ao chegar ao local onde será realizada a cubagem, a primeira tomada


de decisão será escolher as árvores a serem cubadas, onde estas devem ser
representativas de todo o povoamento, ou seja, nestas devem conter árvores
pequenas, tortas e também árvores de boa qualidade, assim o resultado será o
mais próximo da realidade.

 Procedimentos realizados no escritório:

Após ter todos os dados das cubagens em mãos, no escritório será


efetuada a interpretação dos valores onde posteriormente estes cálculos serão
transmitidos ao cliente (contratante).

59
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60
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CAPÍTULO VII – FATOR E QUOCIENTE DE FORMA

1. INTRODUÇÃO

Estimar o volume das árvores é, na maioria das vezes, a principal finalidade


dos levantamentos florestais.

A amostragem é aproximadamente 2%, ou com base nos objetivos (precisão


requerida).

As estimativas de volumes individuais indiretamente (estimar volume de


árvores em pé) podem ser obtidas por meio de equações de volume e pelo fator
de forma.

2. FORMAS DE SE OBTER VOLUMES REAIS

Segundo SCOLFORO & FIGUEIREDO FILHO (1998), O volume real das


árvores abatidas podem ser obtido a partir de três maneiras:

 Deslocamento de água (Xilomêtro);


 Peso;
 Cubagem rigorosa (Absoluto Smalian, Huber e Newton) e (Relativo
Hohenald e FAO)

Segundo Sanquetta&Balbinot (2004), o método mais utilizado para


determinação do volume de árvores, é a cubagem rigorosa. Pois neste evita-
se a pesagem integral do fuste.

3. ESTUDO DA FORMA DA ÁRVORE

Os estudos sobre o comportamento das formas dos fustes de árvores se


tornam a cada dia mais úteis e de extrema importância, pois as diferentes
formas, além de afetarem o volume total, influenciam na qualidade e quantidade
dos multiprodutos extraídos das árvores (FERREIRA, 1999).

De acordo com MACHADO & FIGUEIREDO FILHO (2007), os troncos das


árvores apresentam formas características que variam segundo grande número
de fatores, tais como: espécie, sítio, tratamentos silviculturais, idade, aspectos
genéticos, etc.

Scolforo e Figueiredo (1998) definem como forma da árvore o afilamento natural


que ocorre da base para o topo, na maioria das espécies florestais. Também
denominada de conicidade, adelgaçamento e afilamento ou “taper”, podendo ser
expressa de forma Absoluta ou Relativa.

 Afilamento Absoluto: Diferença entre diâmetros medidos à diferentes


alturas.

61
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EX: Diâmetro medido a 3,5 metros.


D3,5m = 15 cm
D5,5m = 10 cm
Af = (D3,5m - D5,5m ) / L  2,5 cm/m

 Afilamento Relativo: Quando os diâmetros medidos a diferentes alturas


são expressos como porcentagem do DAP.
Ex: Diâmetro medido a 3,5metros.
D3,5m = 35 cm
DAP = 50 cm = 100%

35/50 = 0,87 = 87,5%  Houve afilamento de 12,5%

O Afilamento é variável ao longo do tronco.


Em função de uma série de fatores, condições de crescimento e ainda a
espécie como regra geral, há um aumento de incremento do topo para a base
até atingir um ponto de máxima, que ocorre geralmente na base da copa, ou
mais precisamente, na posição de máximo desenvolvimento dos galhos, até
atingir um ponto de mínimo voltando a aumentar em direção a base da árvore.

Forma de uma árvore Forma do Cilindro Forma do cilindro + árvore

Aumento

Ponto de
máxima
Espaços
Vazios
Forma do
cilindro = 1
Forma ≤ 1
Ponto de
Aumento mínimo

Fonte: Arquivo Pessoal

62
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4. FATORES QUE AFETAM A FORMA DAS ÁRVORES:

4.1 Comprimento da copa

Quanto maior o comprimento da copa de uma árvore, maior precisa ser a


base do tronco para poder sustentar a copa. Assim o tronco adquire uma forma
mais cônica (pior forma). No caso inverso, a base do tronco não precisa ser tão
largo, pois não tem tanta copa para sustentar. Assim o tronco adquire uma
forma mais cilíndrica (melhor forma).

* Maior comprimento de copa  pior forma (+cônica)


* Menor comprimento de copa  melhor forma (+ cilíndrica)

4.2 Densidade da floresta

Para árvores que não perdem os galhos naturalmente, quando elas estão
isoladas, apresentam copa maior das que aparecem em associação, pois tem
mais espaço para crescer e manter os galhos. Árvores em associação perdem
os galhos mais baixos da copa, pois não recebem luz e os galhos apodrecem e
caem.

* Árvores isoladas  maior comp. de copa  pior forma (+ cônica)


* Árvores em associação  menor comp. de copa  melhor forma ( + cilíndrica)

4.3 Posição sociológica

Árvores com maior copa tendem a apresentar maior conicidade que as


árvores dominadas (de menor copa). Em geral árvores dominantes têm pior
forma e com decréscimo da classe de copa há uma melhoria na forma das
árvores. Este fato é explicado pelo menor crescimento relativo (nas árvores
dominantes) da altura em relação ao diâmetro (SCOLFORO e FIGUEREDO
FILHO, 1998).

* Árvores Dominantes  maior comp. de copa  pior forma (+ cônica)


* Árvores dominadas  menor comp. de copa  melhor forma (+ cilíndrica)

4.4 Sítio

FIGUEIREDO FILHO (1991), afirmou que a qualidade do sítio afeta a


forma do tronco. Em sítios de baixa capacidade produtiva, as árvores
normalmente têm maior conicidade ou formas indesejáveis. Nesses sítios, o
crescimento em altura para árvores de mesmo diâmetro é menor e como
consequência o fuste é mais afilado. Além disso, a distribuição do crescimento
em diâmetro sobre o tronco varia consideravelmente com o sítio. Nos sítios
produtivos, o crescimento é mais concentrado na parte da copa enquanto nos
sítios pobres, o crescimento tende a ser uniformemente distribuído no tronco.

63
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* Sítios pobres  menor altura dominante  pior forma (+ cônica)


* Sítios bons  maior altura dominante  melhor forma (+cilíndrica)

4.5 Herdabilidade

Segundo SCOLFORO e FIGUEREDO FILHO (1998) e LARSON (1963) a


forma da árvore é altamente influenciada pelo ambiente, mas também aspectos
como a progênie tem alta correlação com esta.

4.6 Desbaste

Populações onde ocorrem desbastes mantém o comprimento da copa e


tendem a apresentar árvores mais afiladas do que aquelas que não sofrem
desbastes, já que nas primeiras ocorre, proporcionalmente, um crescimento
maior da área seccional na base da copa que ao nível do DAP (SCOLFORO e
FIGUEREDO FILHO, 1998).

* Feito desbaste  árvores mais isoladas  maior comp. de copa  pior forma

4.7 Poda

Com a diminuição da copa das árvores, estas passam a ter melhor forma,
uma vez que ocorre um aumento de incremento na base da copa da árvore.
Neste caso o crescimento é proporcionalmente maior na parte superior do
tronco, diminuindo a conicidade (SCOLFORO e FIGUEREDO FILHO, 1998).

* Feito poda: menor comp. de copa  melhor forma (+ cilíndrica)

4.8 Espaçamento

Em geral o efeito da densidade sobre a forma dos fustes de árvores,


mostra que quanto maior for à densidade e decréscimo do comprimento da
copa, mais o fuste se aproxima do cilindro (FRIEDL, 1989).

Segundo LARSON (1963) vários autores evidenciaram que


povoamentos densos acarretam um decréscimo no comprimento da copa e
consequentemente as árvores apresentam formas mais cilíndricas.

4.9 Idade

Segundo FIGUEIREDO FILHO (1991), a relação do fator de forma natural


com a idade, mostra que a melhora da forma nas idades jovem é bastante rápida
estabilizando-se com o passar do tempo. Normalmente, o que ocorre é que as
árvores jovens têm uma copa comprida e uma forte conicidade.

* Quanto mais velha  menor comp. copa  melhor forma (+cilindrica)


* Quanto mais jovem  maior comp. de copa  pior forma (+cônica)

64
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4.10 Causas anômalas

Moléstias crônicas, insetos desfoleadores, incêndios.

5. QUOCIENTE DE FORMA

É relação ou razão entre diâmetros medidos a diferentes alturas, serve de


fator de redução para o volume do cilindro (SILVA & NETO, 1979).

5.1 Quociente de forma de Schiffel (1899)


Foi o 1º quociente de forma apresentado.

d 1 / 2h
KS 
DAP

5.2 Quociente de forma de Jonson (1910)

d 1 / 2h(h  1,3) Para evitar K ≥ 1


KJ 
DAP

5.3 Quociente de forma de Girard

d 5,20m
KG 
DAP

5.4 Quociente de forma de Hohenadl

d1,3m
K 0,1h 
d 0,1h

5.5 Proporcionais (naturais)

i = 1, 3, 5, 7 e 9
d 0, ih
K 0, ih / 0,1h )  ex: se i = 3
d 0,1h d0,3h/d0,1h < 1

65
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6. FATORES DE FORMA

6.1 Determinação do fator de forma

É a relação ou razão entre volumes (SILVA & NETO, 1979).

À medida que o fator de forma se aproxima de 1, mais cilíndrica é a


árvore. O fator de forma médio é calculado sobre um número representativo de
árvores da população para aproximações do volume das árvores(CUNHA,
2004).Segundo o processo de cálculo o fator de forma pode ser chamado de
“artificial” quando explicita a relação entre o volume da árvore e volume de um
cilindro com base no diâmetro tomado a 1,30 m da árvore, ou “natural” quando
se refere à relação entre o volume da árvore e o volume de um cilindro tomado a
1/10 da altura da árvore.

volume
rigoroso
 Fator de forma artificial: f
1
,3
volume
cilindro
com
diâmetro
d1
,
3

volume rigoroso
Fator de forma natural: f0,1 
volume do cilindro com diâmetro d 0,1

6.1 Fator de forma comum (Falso ou Artificial)

Este método, o f geralmente é < 1, e quanto mais próximo de 1, mais


cilindrica é a árvore.

f1,3 = vol. real / vol. cilindro

f1,3 = ? Volume real da árvore


(geralmente usa-se cubagem)
Vol. real = cubagem

Vol. cilindro = (Pi * d² / 4)* h


Volume do cilindro

Fonte: Arquivo Pessoal

6.2 Fator de forma natural ou de Hohenadl (Verdadeiro)

 Sempre < 1
 Quanto + próximo de 1  mais cilíndrica é a árvore
 Quanto + próximo de 0  mais cônica a árvore

66
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F0,1 = Vol. real / (Pi*d0,1² / 4 *h)

h = 12,0m
EX:

d 0,1 = 1,20 m

Fonte: Arquivo Pessoal

6.3 Comparação entre f1,3 (comum) e f0,1 (natural)

 f1,3 é mais fácil de ser utilizado, porque o diâmetro a 0,1 é mais difícil de
ser obtido e muda de árvore para árvore.
 f1,3 não descreve bem a forma das árvores, pois duas árvores de mesma
forma (conicidade) e alturas diferentes apresentam f 1,3 diferentes, mas o
f1,3, para as duas será o mesmo.
 Quando a árvore tiver 13m, f 0,1 = f1,3.

67
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

CAPÍTULO VIII – EQUAÇÕES DE VOLUME

1. INTRODUÇÃO

As equações de volume são funções matemáticas que estimam o volume


em função de variáveis de fácil obtenção. Ex: DAP, altura total.
Os modelos matemáticos de volume, altura e biomassa resultam em
equações ajustadas extremamente importantes e visam estimar os parâmetros
da floresta, dentre eles o seu volume.
Suas aplicações ocorrem em inventários florestais onde o objetivo, dentre
outros, é obter o volume da floresta.
Para a redução dos custos nos inventários florestais, utiliza-se a seleção
de um determinado número de parcelas amostrais representativas da população
(floresta), por qualquer método de amostragem que melhor se adapte as
condições locais, isto é, variação dentro e fora das espécies que compõe a
população, variações topográficas, idades qualidades de sítios, etc., já que a
utilização de censo acarretaria em maiores custos. A partir dessa amostragem,
algumas variáveis de interesse, porém de difícil obtenção, também não são
mensuradas em todos os indivíduos da amostra, fazendo-se necessário o
desenvolvimento de modelos matemáticos para estimar as variáveis dos
indivíduos não mensurados.

1.1 Tabela de Volume:

Segundo Silva e Neto, 1979 entende-se por tabela de volume (Tabela),


uma equação ou uma relação gráfica ou numérica, que exprima o volume total
ou parcial de uma árvore como função do valor que determinadas variáveis
independentes nela se tomam.
Com o desenvolvimento das técnicas de regressão, muitas desvantagens
dos métodos anteriores foram eliminadas. BARRETO cita que uma relação entre
volume, diâmetro e altura, feita pelos métodos gráficos ou nomogramas, só pode
fornecer resultados, se elaboradas de maneira rigorosa, semelhantes aos
obtidos pelo processo de regressão.

Resultante de equação de volume

Ex:

V= volume estimado (m³)


d= DAP c/c (cm)
h= altura total (m)

 Tipo de Equação de Volume

68
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Tabela de volume de duas entradas (DAP e altura) Fonte: Silva e Neto, 1979.

69
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

Quanto ao número de variáveis:

Segundo Trevizol Junior (1985) citado por Drescher (2004) em seu estudo,
avalia que, dentre os métodos de estimação do volume, o que emprega tabelas
é o mais importante. O autor descreve ainda que são três os tipos de tabelas de
volume:

 As tabelas de simples ou equações de volume de simples estrada:

O volume é estimado em função de uma única variável (variável


independente), geralmente, o diâmetro Ex: DAPc/c  Equações locais

EX:

Para ajustar a equação, a variável de difícil obtenção (volume) deve ser


obtida no campo através de cubagem, conforme os volumes estimados que você
queira obter. Ex: Se você quer o volume comercial s/c, você vai cubar as
árvores, obtendo o volume comercial s/c, vai tirar o DAP, e ajustar a equação.
Assim para todos os DAP c/c que você jogar na equação, você vai obter
estimativas de volumes comerciais s/c.

 E as de dupla entrada ou equação de volume de dupla entrada:

- Equações regionais. O volume é estimado em função de 2 variáveis


independentes, utilizam-se o diâmetro e a altura.

- Mais precisa
Ex:

- hcom (não é uma variável biológica) muitas vezes é usada essa variável,
quando não dá para ver o ápice das árvores, ou quando se deseja saber o
volume comercial (usado no manejo florestal na Amazônia) . A hcom é
estipulada, por exemplo: hcom do chão até onde aparece a 1ª bifurcação
significativa. Isto é apenas um exemplo, não é sempre assim, como já foi dito, a
hcom é estipulada conforme a situação.

70
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

 As tabelas formais ou equação de volume de tripla entrada:

- O volume é estimado em função de 3 variáveis independentes, requerem,


além do diâmetro e da altura, o fator ou quociente de forma.
.

-
K=quociente de forma

Quanto a natureza do modelo matemático

 Modelos Aritméticos:

- Formais: usa como variável a forma (K).

- Não formais: não usa a forma (K) como variável

 Modelo Logarítimico:

- Formais:

- Não formais :

Quanto ao tipo ou categoria de volume que elas estimam:

 Equação de volume que estimam volume total c/c.

 Equação de volume que estimam volume total s/c.

 Equação de volume que estimam volume comercial (s/c), para diferentes


finalidades: celulose, serraria, laminação, etc.

71
ENGENHARIA FLORESTAL – UFMT/ SINOP – APOSTILA DE DENDROMETRIA

2. MÉTODOS DE AJUSTE DE EQUAÇÕES

a. Método Gráfico

No método gráfico que, segundo LOESTCH et al citado por Silva e Neto


(1979), foi desenvolvido por Reinek, em 1926, o volume da árvore é conhecido
pelo traçado de seu perfil.
A vantagem deste método é a maior flexibilidade que oferece em relação
ao método analítico.
Segundo Silva e Neto (1979) o método gráfico é o que requer menor
conhecimento matemático. É de simples emprego sendo, que associado a tal
simplicidade, está à inexatidão.

- Foi usado até a década de 40.


- Ajuste gráfico é tendencioso

2.2 Método Analítico

Segundo Finger (1992), Schneider (1993) e Scolforo (1997a), citado por


Drescher (2004) as tabelas de volume podem ser construídas utilizando-se
equações ajustadas analiticamente por meio de regressão, através do método
dos mínimos quadrados, ou ainda balanceando-se graficamente uma curva entre
os volumes obtidos da cubagem rigorosa.

- Ajuste algébrico (através da resolução do sistema de equações (normais)).


- Ajuste matricial
- Método analítico é necessário usar ou se ter um modelo matemático.

V= b0 + b1.d + b2.h

- Os coeficientes (b0, b1,..., bk), são estimados pelo método de mínimos


quadrados, também conhecido como regressão.

72
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- A análise de regressão postula que a relação entre as variáveis independentes


(xi) e dependentes (y) seja linear em seus coeficientes. A linearidade dos
coeficientes (bk) ocorre quando estes além de estarem elevados a primeira
potência (não podem ser expoentes), combinam-se por adição ou subtração.
Muitos modelos usados na área florestal são “não lineares” sendo, portanto
necessário linearizá-los através da transformação.
Exemplos:

Y   0 * 1
1) 1/ x
 Equação não linear

1
ln Y  ln  0  * ln  1
x

Y   0  1 * x  Equação Linearizada

2) Y   0 * x 1  Equação não linear

log Y  log  0  1 * log x

Y   0  1 * x  Equação Linearizada

3 COLETA DE DADOS PARA AJUSTE DE EQUAÇÃO DE VOLUME

Segundo Soares et al (2006), os dados necessários para o ajuste de uma


equação volumétrica vêm da cubagem rigorosa, ou seja, medições de DAP e
altura e dados de volumes (com e sem casca).
 As árvores selecionadas para a cubagem rigorosa devem representar a
distribuição diamétrica da floresta, abrangendo todas as classes de DAP.
Através do inventário (amostragem).

 Além disso, deve se cubar um número de árvores suficientes para


caracterizar a variância dos volumes dentro de cada classe diamétrica.

 Como critério prático normalmente, são cubadas rigorosamente de cinco a


sete árvores por classe de diâmetro.

 Em seguida estabelecer classes de DAP (classes absolutas (não tem


como saber) ou relativas (7 classes)).

73
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Exemplo:

CLASSES DE DAP fi
20 – 23,99 5
24 – 27,99 5
28 – 31,99 5
32 – 35,99 5
36 – 39,99 5
> 40 5
Total 30
fi = número de árv. (cubadas) / classe

 No mínimo eu tenho que ter de 30 a 60 dados dependendo da tabela


determinada.

 Definir o método de cubagem a ser utilizado para determinação dos


volumes.

 Definir uma ficha de campo que deve conter informações básicas e


complementares (dc/c, ht, ds/c ou diâmetro da casca, altura onde se
encontra o d mínimo para se determinar a altura comercial, h copa viva,
circunferência, etc). Conter também data, local, número da árv. cubada,
espécie, projeto, talhão, responsável pela medição.

 O número de árv. pode ser definido (a serem cubadas) por dois critérios:
 Devido ao valor de t (estatisticamente)
 Devido ao custo: estabelece uma quantidade total de árv. a serem
cubadas e distribui-se proporcionalmente em todas as classes. O número de
árvores depende do tempo disponível, dos recursos e da precisão requerida.
Pode-se também usar um mesmo número de árvores em cada classe

74
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Ex: de ficha para cubagem de árvores. Fonte: Arquivo pessoal

4 COMPARAÇÃO DE EQUAÇÕES DE VOLUME

A qualidade da equação ajustada é avaliada por meio dos indicadores de


ajuste ou parâmetros de comparação, os quais mostram o quanto às variáveis
estão relacionadas e qual o erro existente ao se estimar parâmetros utilizando o
modelo ajustado. Existem vários critérios para comparação e escolha das
melhores equações, dentre eles, se destacam: O erro padrão da estimativa, o
coeficiente de determinação e a análise gráfica dos resíduos.
.

4.1 O coeficiente de determinação (R2)

Segundo Machado (2002) o R² expressa a quantidade de variação da


variável dependente (Y) que é explicada pelas variáveis independentes (X).
Varia de 0 a 1 e quanto mais próximo da unidade for o valor de (R²), mais
precisa e melhor será a equação ajustada.
O R² é dado pela expressão:
n

(y i  yˆ i ) 2
R 
2 i 1
n

(y
i 1
i  y)2
y i = valor real de cada observação;
ŷ i = valor estimado de cada observação;
y = média aritmética real;
n = número de observações.

75
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Diante da necessidade de comparar equações com diferentes números


de parâmetros utiliza-se o coeficiente de determinação ajustado (R2aj), o qual
pondera o R2 pelos graus de liberdade da regressão (numerador) e dos graus de
liberdade totais (denominador).
O R2 ajustado é calculado pela seguinte expressão matemática:
 n  1   SQres 
R 2 aj  1    *  
 n  p   SQtotal 

R2aj = coeficiente de determinação ajustado;


n = número de observações;
p = número de coeficientes do modelo;

Nos modelos em que a variável dependente sofre alguma transformação l


logarítmica, antes de proceder ao recálculo, deve – se multiplicar o volume
estimado pelo fator de correção de Meyer. Faz-se necessário realizar o recalculo
do coeficiente de determinação utilizando na fórmula a soma de quadrados dos
resíduos recalculados, a fim de corrigir sua estimativa, uma vez que o mesmo
não foi calculado a partir da variável pura. Nesses modelos o R² recalculado
deverá ser realizado após fazer a correção da discrepância logarítmica que é
dada por:

Fator de Meyer  e 0,5Syx


2

e = 2,718281828;
Syx = erro padrão da estimativa.

4.2 Erro padrão da Estimativa (Syx)

O erro padrão da estimativa é uma medida de dispersão entre os valores


observados e estimados pela regressão, quanto menor o valor maior a precisão
da equação, portanto na comparação entre equações segundo esse critério,
aquela que apresente o menor valor é considerada a melhor equação
(SCHNEIDER, 1998). O erro padrão da Estimativa é dado pela expressão:

 y yˆ i 
2
i
i 1
Syx 
n p

yi = valor real de cada observação;


ŷ i = valor estimado de cada observação;
n = número de observações;
p = número de coeficientes de cada equação, incluindo b0.

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O erro padrão da estimativa em porcentagem é obtido pela expressão:

Syx
Syx% = .100
y
S yx
= erro padrão da estimativa;
y = média aritmética real da variável dependente.

4.3 Análise gráfica dos resíduos

A distribuição de resíduos é um indicador importante e muito utilizado


para avaliar a qualidade do ajuste da equação. Conforme BUSSAB e
MORETTIN (2002), a análise de resíduos consiste em estudar o comportamento
do modelo usando o conjunto de dados observados, notadamente as
discrepâncias entre os valores observados e os valores ajustados pelo modelo.

A análise gráfica dos resíduos em uma regressão linear, tem um papel


muito importante para a apreciação da qualidade dos ajustes, pois com a
utilização dessa ferramenta é possível visualizar possíveis tendências de sub-
estimativas ou super-estimativas, tornando-se assim um instrumento
fundamental na escolha da melhor equação. Os resíduos são calculados pela
seguinte expressão:
resíduo i % 
y i yˆ i 
.100
yi
y i = valor real para cada observação;
ŷ i = valor estimado para cada observação.

(ANGELIN & MIRANDA, et al, 2010) realizaram ajustes de equações para


estimativa do volume individual de árvores de teca (tectona grandis l.f.) em
plantios não desbastados, no norte de Mato - Grosso. Abaixo estão
apresentadas as análises gráficas dos resíduos dos volumes em função dos
diâmetros.

77
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 DESSA FORMA, PARA A ESCOLHA DA MELHOR EQUAÇÃO


DEVEMOS CONSIDERAR:

a) Syx – Syx% = < melhor equação


b) R²  R² % = > melhor equação
c) Análise Gráfica dos Resíduos (erros)  serve para verificar se a equação
é tendenciosa.

Com tais estatísticas pode se selecionar a melhor equação desde que


elas possuam a mesma natureza. (as duas tem que estar na mesma unidade ex:
ln e ln.)

O erro padrão da estimativa deve estar na mesma unidade, ou seja se


todas as equações em comparação são aritméticas podemos fazer a
comparação de Syx e R². Porém se no elenco de equações houverem eq.
aritméticas e logarítmicas teremos que recalcular o Syx das equações
logarítmicas.

78
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5. EQUAÇÕES UTILIZADAS PARA ESTIMATIVA DE VOLUME, ALTURA E


BIOMASSA

5.1 Modelos volumétricos

Os modelos volumétricos expressam a relação do volume com outras


variáveis da árvore, como: dap, altura, entre outros. A fonte de informação para
construção deste tipo de ajuste vem da cubagem rigorosa representativa das
árvores do povoamento. Assim, com base no volume real medido (cubagem) e
nas variáveis dendrométricas medidas (dap, altura) faz-se a construção de
modelos para expressar esta relação (SANQUETA et al., 2009).

Modelos volumétricos:

a) Modelo da variável combinada de Spurr: v0 1d h


2

b) Modelo de Schumacher-Hall: v0 d h


1 2

c) Modelo linear :

d) Modelo de Stoate: v


0
d
1
2
h 
2d2

3h

e) Modelo de Kopezky-Gehrhardt: v0 1d2

f) Modelo de Hohenadl & Krenn: v


0d
1 d
2
2

g) Modelo de Husch: v


ln 01ln
d


h) Modelo de Näslund: v
0 
d
1
2

d
2
2

h
dh
3 
2

h
4
2

i) Modelo de Meyer: 
v0   
d
1d
2
2
dh
3 d
4
2
hh
5

Sendo:
d = dap – diâmetro a 1,30 m de altura (cm);
h = altura total (m);
v = volume;
β0; β1; β2; β3; β4; βs = coeficientes da equação.

5.1 Modelos de biomassa

De acordo com HUSCH et al. (1982), citados por URBANO (2007), o peso
verde ou seco da madeira em pé pode ser estimado obtendo o volume individual
das árvores e converter para peso usando uma relação apropriada peso/volume.
Outra forma é obter o peso das árvores individuais diretamente.

79
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O peso individual é obtido diretamente de algumas árvores, estimando o


peso das restantes por meio de equações desenvolvidas para este fim.
SANQUETTA et al. (2001) testaram os seguintes modelos para estimar
biomassa individual de Pinus taeda e Araucaria angustifolia em plantações no
sul do estado do Paraná:


PV0d
1 2d2


PV0
1dd
2
2
h


PV0
d
1 
d
2
2

d
3
2
h

PV0d
1
2
2d2
h

PV 0d
1 h
2


PV 0d 
h 1 2

Sendo:
PV = Peso verde estimado (kg ou toneladas)
d = diâmetro à altura do peito – dap (cm);
h = altura total (m);
 0 1 2 = coeficientes da equação.

CAPÍTULO IX – CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FLORESTAL

1. DEFINIÇÕES

1.1 Crescimento

O crescimento de uma árvore é resultante de sua produção líquida


(Produção bruta [Assimilações] – Perdas [Respiração, quedas, galhos, folhas,
tecidos, etc]) que aumenta gradativamente as dimensões de quaisquer variáveis
medíveis afetando por conseguinte seu volume e peso. Em outras palavras,
crescimento é um aumento irreversível de tamanho que ocorre nos seres vivos.
É consequência não apenas da divisão celular mas, também, da distensão
celular (Odum, 1985).

1.2 Desenvolvimento

O desenvolvimento, ocorre ao mesmo tempo que o crescimento, se


constitui em uma série de fenômenos que vão acontecendo enquanto a planta
cresce e que culminam com sua maturidade sexual. A soma de ambos os
processos, crescimento e desenvolvimento, recebe o nome de Ontogênese que
é o conjunto de fenômenos que levam a formação de um indivíduo adulto de
uma espécie (Odum, 1985).

1.3 Incremento

Incremento é a diferença entre duas medições de um elemento


dendrométrico (ex: diâmetro, h, g, v, etc.) em árvores, florestas ou povoamentos

80
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no decorrer tempo. Normalmente são valores positivos, mas em alguns casos


podem ser negativos (ler: Durgante, 2017). Incremento também pode ser
interpretado como formas para expressar o crescimento, embora são seja a
mesma coisa.

1.4 Produção

É o crescimento acumulado. É um valor numérico atingido, em um dado


momento. É a soma dos incrementos.

2. IMPORTÂNCIA

O estudo do crescimento é um pré-requisito para um planejamento


florestal, ou seja, na tomada de decisões econômicas, visando um manejo
florestal adequado, assim sendo é importante para:

 Para introdução de espécies;


 Para tomada de decisões econômicas, floresta é um capital e rende juros,
onde os juros é o crescimento;
 Definição de tratamentos silviculturais (manejo florestal adequado).
 Manejo Florestal adequado;
 Dinâmica da floresta;
 Avaliar sítio florestal.

3. FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO:

 Fatores internos: fatores genéticos (herdabilidade), fator para seleção de


sementes e clones.

 Fatores externos: fatores edáficos (influência de solos); propriedades


físicas e químicas do solo; fatores climáticos (temperatura, precipitação,
umidade relativa do ar, insolação, ventos, fotoperiodismo, etc); Topografia
(altitude, relevo).
 Fatores bióticos: ataque de insetos, queima, desbastes, poda, mortalidade
natural.

 Idade

 Interação entre fatores externos e internos resulta  Qualidade dos Sítios

3.1 Influência dos fatores:

 Sítio: Conjunto de fatores do meio ambiente (fatores climáticos, edáficos,


bióticos) atuando simultaneamente com a espécie, resultam em diferentes
capacidades produtivas de um local, para um dada espécie. Resultam em
curvas específicas para uma definida espécie. Os sítios podem

81
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apresentar forma de curvas parecidas, mas atingido produção totais


diferentes.

 Idade: A curva típica de crescimento acumulado (produção) de qualquer


variável medível em uma árvore ou povoamento, segue as leis naturais de
crescimento, comum a todos os processos biológicos  forma sigmoidal.
Essa curva apresenta 3 fases distintas: juvenil, maturidade, senescência.
Valor assintótico é o último nível de saturação verificado na curva. Ponto
de inflexão corresponde à idade de maior ritmo de crescimento.

 Densidade: Quanto maior a densidade, menores serão as dimensões das


árvores, uso menos nobre da madeira, menores valores. Por outro lado,
menores densidades resultam em maiores valores. Lei da produção final
constante: os povoamentos irão atingir produção final igual e constante
independente da densidade.

4. IDADE DAS ÁRVORES

4.1 Introdução

A idade de qualquer organismo vivo é o período de vida que ele tem,


considerado desde a sua origem ou surgimento até um ponto determinado no
tempo (Encinas et al. 2005). Souza (1973) define a idade da árvore como o
número de anos transcorridos desde a germinação da semente, ou da brotação
das touças de uma raiz, até o momento em que é observado ou medido.
Genericamente o estudo da idade e crescimento da árvore, das florestas, e suas
implicações são tratados pela epidometria (Mackay, 1964).
Sempre que possível é importante obter uma informação da idade das
árvores medidas em um inventário florestal. Da mesma forma, saber o seu
padrão de crescimento é sempre uma informação relevante.

Epidometria:
É a parte da ciência que considera o crescimento em volume, determina a idade
das árvores e povoamentos florestais, bem como espaçamento
Dendrocronologia:
Também estuda a idade das árvores e a relaciona com acontecimentos da
época (meteorologia, arqueologia, etc)

4.2 Formas e métodos de determinação de idades de árvores

a) Observação do porte da casca (método subjetivo) método impreciso;

82
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b) Contagem dos verticilos ex: Araucaria angustifolia. O problema é a


dificuldade de encontrar os vertígios e poucas espécies tem 1 verticilo
anual, e normalmente essa característica se encontra em espécies de
clima temperado;
c) Contagem dos anéis de crescimento em árvores abatidas. Facilmente
aplicada em sp de clima temperado devido a alteração no processo de
crescimento durante o período vegetativo anual. (primavera – inverno).
Também pode ocorrer em sp de clima tropical.

Trabalhos realizados na Amazônia com grande número de sps, 35%


apresentavam anéis anuais, 22% com poucos anéis anuais e 43% das sp sem
nenhum anel anual.

Figura x: Contagem de verticilos em Araucaria angustifólia.


Fonte: Arquivo pessoal.

83
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Fonte: http://docplayer.com.br/48696260-Tema-mensuracao-florestal-aula-dendrometria-prof-marcus-
costa.html

5. CURVAS DE CRESCIMENTO E PRODUÇÃO

Fonte: SCOLFORO, 1998

5.1 Incremento corrente anual (ICA):

O incremento corrente anual (ICA) é o crescimento ocorrido ou a


diferença na produção do elemento dendrométrico considerado dentro do
período de um ano (SCOLFORO, 1998). Sendo expresso por:

ICA = Vn+1 - Vn
ICA = 120 -100 = 20 m³/ha-ano.

84
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Sendo: Vn = volume no início do período;


Vn+1 = volume no final do período.

Este também nos fornece a taxa de crescimento para o período completa


de um ano.

Ex: ICA (95-94) = V/ha(95) – V/ha(94)


ICA (5-4) = DAP(5) – DAP(4)

 Quando ocorre o máximo de ICA, coincide com o ponto de inflexão da


curva de crescimento

 O 2º ponto de inflexão coincide com o ponto de tangenciamento

5.2 Incremento médio anual (IMA)

É a produção média anual desde a idade 0 até uma idade qualquer.


Ex: IMA  altura/idade  180cm/21anos = 8,5cm/ano

O incremento médio anual (IMA) é a razão entre a produção do elemento


dendrométrico considerado a partir do ano zero e a idade da população florestal
ou da árvore (SCOLFORO, 1998), sendo expresso por:

IMA =

Sendo: Vt = volume na idade t;


t = idade do povoamento.

 Característica da curva: muito semelhante a curva de ICA, porém é mais


estável. Atinge seu ponto de maturidade quando cruza a curva de ICA
que corresponde na mesma idade que corresponde a curva de produção
e ainda na mesma idade em que ocorre o ponto de tangenciamento (IMA
de máxima produtividade média biológica).

Obs: O ICA e IMA são os incrementos mais utilizados na avaliação do


crescimento.

5.3. Incremento periódico

É o incremento ocorrido em um determinado período definido. Menos


importante na área florestal.
Ex: IP = Pn – Pn-1  d2002 – d2000

85
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O incremento ou crescimento periódico anual (IPA) é o que a árvore


cresceu em média de um determinado período de anos (ENCINAS et al.,2005),
sendo expresso por:

IPA = _Vn+a – Vn
a
IPA= 120 – 100/4= 5 m³/ha.
Sendo: Vn = volume no início do período;
Vn+a = volume no final do período;
a =período de tempo entre os dois levantamentos.

Curva de ICA
P1 – Fase de juventude.
Entre PI e P2 – Fase de pleno vigor.
P2 – Fase de decadência

86
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Na Figura é representado as tendências dos incrementos médio anual, corrente


anual e na idade de corte em função da idade.

6. CRESCIMENTO DE VARIÁVEIS DA ÁRVORE E DO POVOAMENTO

Todos apresentam uma curva de produção, mas todos os pontos de


inflexão ocorrem em épocas diferentes.

6.1 Crescimento em altura:

Este se produz pela atividade da gema apical ou terminal, através da


divisão celular. Este crescimento é também chamado de crescimento primário.
Esta variável, altura da árvore, produz a modificação mais notória do
crescimento, especialmente na idade juvenil em que é fácil observar a rapidez
da modificação em altura em períodos curtos de tempo. (ENCINAS, et all,
2005), em Sítios bons tem altura dominantes maiores, portanto o crescimento é
maior, “culmina” mais cedo que em sítios mais pobres.

Este crescimento é avaliado medindo as alturas no início e no fim de um


intervalo de tempo pré-definido. Para se obter o incremento ou crescimento em
altura, a avaliação é feita com o uso de hipsômetros e réguas graduadas e
análise de tronco completa. Obs: Altura culmina mais cedo do que o DAP da
árvore Por outro lado, em algumas árvores onde é possível realizar a análise de
tronco pode-se determinar os correspondentes valores e índices de crescimento
em altura (ENCINAS, et all, 2005).

6.2 Crescimento em diâmetro:

Este se refere ao aumento do diâmetro de uma árvore em um


determinado período de tempo. Em geral, primeiro a árvore cresce em altura e
depois em diâmetro. Este crescimento é influenciado principalmente pelo
espaçamento e pelos mesmos fatores que apresentados para a altura.

87
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(ENCINAS, et all, 2005). Em sítios bons e de alta densidade, a “culminação” do


crescimento em diâmetro ocorre mais cedo.

Este crescimento não é igual ao longo de todo o tronco da árvore, para


avaliá-lo se emprega, geralmente, a variável DAP no início e no fim do período
requerido. ((ENCINAS, et all, 2005).Obs: O crescimento em área transversal
culmina mais tarde que o crescimento em diâmetro.

Para fins de ordenação florestal, geralmente efetuam-se medições a cada


ano ou a intervalos de três a cinco anos, porém de acordo com os objetivos da
pesquisa as medições podem ser realizadas em intervalos mais curtos ou mais
longos (ENCINAS, et all, 2005).

- Aumento acumulado = Produção


- Incremento = Crescimento relacionado com o tempo
- Área transversal culminada é atingida m ais tarde que o diâmetro.
- Avaliação do incremento deve ser feito com fitas, cintas dendrométricas
permanentes, através de análise de tronco (parcial ou total)
*Parcial = Trado de incremento
*Total = Retira-se fatias (transversais ao longo do fuste) e reconstitui a árvore
com várias variáveis (volume, altura, diâmetro, etc)
- Crescimento em diâmetro é drasticamente afetado pela densidade.
- A altura é afetada, mas não significamente.

6.3 Evolução da forma do fuste:

A forma depende dos efeitos do crescimento em altura e diâmetro ao


longo do tronco. Primeiro a forma depende da espécie, idade, sítio (posição
sociológica), densidade.
Dois povoamentos de sítios iguais com densidades diferentes, as alturas serão
parecidas, mas os diâmetros tendem a ser maiores nas baixas densidades, logo
a forma é pior nestas densidades.

7. FONTE DE DADOS PARA ESTUDAR O CRESCIMENTO DA ÁRVORE

Para se estudar o crescimento da produção florestal pode-se utilizar:


1) Anatro total ou completa (fatias retiradas a diferentes alturas)
2) Anatro parcial (rolos de incremento 1,3m)
3) Parcelas temporárias (PT)  inventário florestal independente
4) Parcelas Permanentes (PP)  inventário florestal contínuo (Avaliação e
Dinâmica).

7.1 ANATRO (ANÁLISE DE TRONCO COMPLETA)

Crescimento em volume depende do crescimento de diâmetro, altura e


forma.
Sítios bons  maior crescimento em volume, maior produção.

88
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Densidade aumenta o volume individual. <densidade = maior volume


individual em média por árvore.
O crescimento em volume é seguido a partir de parcelas amostrais, e
mede-se de tempos em tempos em parcelas permanentes.
O crescimento pode ser obtido através da Anatro completa.
Seqüência de culminação: h, d, g, v.

7.1.1 Crescimento em área basal e volume do povoamento:

A produção bruta final não é afetada pelo desbaste (densidade), a não ser
que a potencialidade do sítio seja subutilizado.
Para se estudar o crescimento em volume por hectare, temos que avaliar
alguns componentes básicos, quais sejam: incremento (acréscimo), mortalidade,
aproveitamento (desbaste), ingresso.
-Incremento (acrescido) = Soma dos incrementos das árvores existentes na
primeira e segunda ocasião inclusive os que foram cortadas no período.
-Mortalidade = Soma o número de árvores mortas, expresso no período de
crescimento e não aproveitadas, em termos de áreas basal ou volume.
-Ingresso = São árvores que atingem o volume mínimo para ser incorporado ao
volume total ou área basal.
-Crescimento Bruto = É o total produzido, e portanto levo em consideração a
mortalidade, o ingresso e as retiradas ou aproveitamentos.
-Crescimento Líquido = Despreza a mortalidade.

7.1.2 Análise de tronco completa:

Essa análise permite em qualquer época reconstituir plenamente o


desenvolvimento de uma árvore em termos de crescimentos passados, desde
sua fase jovem até a idade da análise. Para tal a árvore deve ser abatida. Esta
análise consiste em avaliar, além da idade da árvore os crescimentos em
volume, em área basal, em diâmetro e em altura (ENCINAS, et all, 2005).

 Vantagens:
- Principal: Em relação às parcelas permanentes no estudo de crescimento e
produção é que permite a obtenção de resultados imediatos.
- Em florestas em que parcelas permanentes (PP) não forem instaladas, o
estudo de crescimento só é possível pela Anatro completa.
 Problemas:
- Embora a espécie tenha anéis de crescimento, pode haver problemas na
identificação dos anéis.
- O método trabalha com indivíduos, então essas árvores devem ser
representativas.
- Não dá para estimar mortalidade e ingresso.

Metodologia para coleta dos dados:

a) Seleção de árvores

89
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Para a estimação dos valores médios da população serão escolhidas as


árvores que possuam o diâmetro de área basal média (diâmetro médio
quadrático). A amostra deve conter árvores de diversos sítios preferencialmente
árvores dos estratos dominantes e co-dominantes (indivíduos livres de
competição) e de diferentes idades e todas as classes sociológicas ou de
tamanho (ENCINAS, et all, 2005).

b) Número de árvores

- Definido em função da precisão desejada (mínimo de 30 árvores);


- Pode ser em função do peso ou frequência que cada classe participa do
volume total;
- A prática recomenda um mínimo de 3 árvore/classe.
- A frequência pode ser obtida através de um I.F.I (p.t) ou I.F.C. (p.p)

c) Abate da árvore

- Assinalar o DAP e fazer a medição;


- Abater a árvore
- Esticar a trena, fazendo coincidir o 1,30m previamente assinalado, e ao final
ter-se-á a Ht.
- Marcar os pontos ao longo do tronco onde serão retiradas os discos. (ex: giz)

d) Pontos onde serão coletadas os discos / número de discos por árvore.

- Pontos obrigatórios: 0,0 m – para determinação da idade;


1,30 m – para a obtenção dos DAPs nas diferentes idades.
Recomenda-se retirar seções intermediárias por ex: 0,3m e 0,5m objetivando:
-melhor controle da grande variação de forma existente nesta parte do fuste;
-aumentar a precisão no cálculo do volume real desta porção;
-melhorar as estimativas das alturas nas idades iniciais;
- Pontos variáveis:
-à distancias fixas (absolutas);
-à distancias relativas (m. Hohenald);
-entre cada verticilo (melhor informação das alturas nas diferentes idades);

e) Espessura dos discos

+ ou – 5 cm -muito grossas demoram para secar e são volumosas


-muito finas racham com facilidade

f) Identificação dos discos

- Identifica-las logo após o corte com fitas rotex (plástica ou alumínio) ou marcar
com lápis especial. Etiquetar com o nome da espécie e o número da árvore
seguindo o sentido base-topo.
- A ficha de campo a ser utilizada deve conter:
d1,30m ; local da coleta ; htotal ; data ; altura em que as fatias foram
retiradas.

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g) Acondicionamento e transporte dos discos

- Embalagens aeradas: ex. saco de estopa (evitar o desenvolvimento de fungos)


-Não deixar embaladas por muito tempo e as embalagens devem ter
preferencialmente dimensões que comportem todas as fatias de uma árvore;
- Não empilhar as fatias (expor as fatias verticalmente e espaçadamente);
- Em locais distantes de coleta as fatias podem ser preparadas.

h) Secagem e lixamento dos discos

Após a retirada dos discos, esses deverão passar pelo processo da


secagem e, posteriormente, de lixamento. A secagem deve ser feita em locais
bem arejados e à sombra, com os discos em pé para melhor aeração. O
processo de secagem estará concluído quando o teor de umidade dos discos
estiver em equilíbrio com a umidade do ar (ENCINAS, et all, 2005).

Após a secagem, os discos deverão ser lixados de modo a tornar os anéis


de crescimento mais visíveis e facilitar a contagem e correspondente medição
(ENCINAS, et all, 2005).

i) Produtos para melhorar a visualização dos anéis.


Em espécies onde os anéis de crescimento não são nítidos, pode-se
utilizar produtos químicos (fuccina, azul de metileno etc.) para melhorar a
visualização dos mesmos (ENCINAS, et all, 2005).

j) Preparo dos discos para medição.

- Podem-se medir os diâmetros ou raios;


- Pode-se traçar o maior ou menor diâmetro, obtendo-se 2 diâmetros ou quatro
raios;
- Método seg. BARUSSO (1997):
-marcar com compasso, o >raio, traçando-o. Em seguida mede-se 45º
deste raio então traça-se 2 diâmetros perpendiculares entre si, tendo-se desta
maneira 4 raios ou 2 diâmetros.

k) Medição dos raios

Para se medir a espessura dos anéis de crescimento são traçados raios


no sentido da medula para a borda do disco (ENCINAS, et all, 2005).

- Medir os anéis, verificando a idade e os pontos de coleta das fatias.

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Exemplo:

EXEMPLO:

Foi derrubado uma árvore de Eucalyptus sp. com altura total de 8,3
metros, posteriormente foram seccionado discos a 0,0, 0,3, 0,7, 1,3, 2,3, 3,3, 4,3,
5,3, 6,3 e 7,3 para realização da Análise completa do troco. Os resultados estão
apresentados na tabela abaixo:

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QUADRO DE DIÂMETROS (cm)


6 anos c/c 6 anos s/c 5 anos 4 anos 3 anos 2 anos 1 ano
Altura da Seção Casca Anel 1 Anel 2 Anel 4 Anel 5 Anel 5 Anel 6
0,00 15,50 13,80 12,10 9,30 6,80 3,90 1,70
0,30 14,40 12,40 10,80 8,50 6,10 3,50 1,30
0,70 13,20 11,40 9,90 7,70 5,40 2,80 0,80
1,30 11,60 10,50 8,90 6,60 4,40 1,70
2,30 10,50 9,50 7,70 5,10 2,70 1,00
3,30 8,60 8,00 6,20 3,70 1,20
4,30 6,40 6,00 3,90 1,40
5,30 5,10 4,60 2,50
6,30 3,80 3,40 1,30
7,30 1,50 1,30
Altura 8,3 8,3 6,92 5,30 3,82 2,97 1,14

Cálculo das alturas que estão em azul:

h_ano1 h_ano2 h_ano3 h_ano4 h_ano5 h_ano6


p.h 0,80*0,60 = 0,48 1 1,2 1,4 1,3
l= 2,8-1,71 = 1,1 1,5 2,3 1,2 2,1
h= 0,48 / 1,1 = 0,4363 0,6667 0,5217 1,1667 0,6190
altura na id 0,70+0,436 = 1,149 2,9667 3,8217 5,30 6,9190 8,3000

QUADRO DE ÁREAS TRANSVERSAIS (m²)


6 anos c/c 6 anos s/c 5 anos 4 anos 3 anos 2 anos 1 ano
Altura da Seção Casca Anel 1 Anel 2 Anel 4 Anel 5 Anel 5 Anel 6
0 0,018869 0,014957 0,011499 0,006793 0,003632 0,001195 0,000227
0,3 0,016286 0,012076 0,009161 0,005675 0,002922 0,000962 0,000133
0,7 0,013685 0,010207 0,007698 0,004657 0,002290 0,000616 0,000050
1,3 0,010568 0,008659 0,006221 0,003421 0,001521 0,000227
2,3 0,008659 0,007088 0,004657 0,002043 0,000573 0,000079

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3,3 0,005809 0,005027 0,003019 0,001075 0,000113


4,3 0,003217 0,002827 0,001195 0,000154
5,3 0,002043 0,001662 0,000491
6,3 0,001134 0,000908 0,000133
7,3 0,000177 0,000133

QUADRO DE VOLUMES (m³)


6 anos c/c 6 anos s/c 5 anos 4 anos 3 anos 2 anos 1 ano
Altura da Seção Casca Anel 1 Anel 2 Anel 4 Anel 5 Anel 5 Anel 6
0 0,005273 0,004055 0,003099 0,001870 0,000983 0,000324 0,000054
0,3 0,004496 0,004457 0,003372 0,002066 0,001043 0,000316 0,000037
0,7 0,007276 0,005660 0,004176 0,002423 0,001143 0,000253 0,000005
1,3 0,009614 0,007874 0,005439 0,002732 0,001047 0,000153
2,3 0,007234 0,006057 0,003838 0,001559 0,000343 0,000017
3,3 0,004513 0,003927 0,002107 0,000615 0,000020
4,3 0,002630 0,002245 0,000843 0,000060
5,3 0,001588 0,001285 0,000312
6,3 0,000655 0,000520 0,000027
7,3 0,000059 0,000044
SOMATÓRIA 0,043338 0,036124 0,023212 0,011325 0,004578 0,001062 0,000095 Comentado [u1]: Revisar esse valor pois a altura total dessa
idade tava pouca coisa errada e já está corrigida... idem para a idade 4

QUADRO RESUMOS DOS PARAMETROS


Idade d 1.3 (cm) ICAd (cm) IMAd (cm) h (m) ICAh (m) IMAh (m)
1 1,14 1,14 1,14
2 1,70 1,70 0,85 2,97 1,98 1,48
3 4,40 2,70 1,47 3,82 0,86 1,27
4 6,60 2,20 1,65 5,30 1,64 1,37
5 8,90 2,30 1,78 6,92 1,45 1,38
6 10,50 1,60 1,75 8,30 1,38 1,38

Idade g 1.3 (cm) ICAg (cm) IMAg (cm) Vol (m³) ICAv (m) IMAv (m)
1 0,000095 0,000095 0,000095
2 0,000227 0,000227 0,000227 0,001062 0,000967 0,000531
3 0,001521 0,001294 0,000507 0,004578 0,003516 0,001526
4 0,003421 0,001901 0,000855 0,011325 0,006747 0,002831
5 0,006221 0,002800 0,001244 0,023212 0,011887 0,004642
6 0,008659 0,002438 0,001443 0,036124 0,012912 0,006021

Idade V do cilindro V anatro f 1.3


1
2 0,000673 0,001062 1,5773
3 0,005811 0,004578 0,7878

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4 0,018703 0,011325 0,6055


5 0,043044 0,023212 0,5393
6 0,071870 0,036124 0,5026

FÓRMULAS UTILIZADAS PARA OS CÁLCULOS ACIMA:

Onde,
g: Área transversal m²

Onde,
V: Volume m³;
g1: área transversal inferior;
g2: área transversal da superior e
l : comprimento entre g1 e g2.

ICA = dn – dn+1
Onde,
ICA: Incremento Corrente Anual;
dn : Diâmetro em determinado ano

Onde,
ff1,3 : Fator de forma a 1,30 metros.

PERFIL DO TRONCO: construído com base nos diâmetros dos anéis


medidos a diferentes alturas

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7.2 Análise de tronco parcial

Na análise de tronco parcial a árvore não precisa ser abatida, no entanto,


deve ser realizada em um maior número de árvores. Os anéis de crescimento
são obtidos retirando-se um pequeno cilindro de madeira na altura do DAP, por
meio do instrumento conhecido como Trado de Pressler. O trado ou verrume
extrai da árvore cilindros de madeira chamados rolos de incremento, onde são
realizadas as observações e a contagem dos anéis de crescimento. As amostras
devem ser acondicionadas em recipientes apropriados para evitar que
ressequem e quebrem (ENCINAS, et all, 2005).

Em cada árvore a ser analisada podem ser extraídos uma ou duas


amostras. Segundo Prodan (1965), devem ser retiradas duas amostras de cada
árvore, com ângulo de 90° entre os pontos de amostragem, onde a contagem
acurada permite a determinação rigorosa da idade da árvore e permite realizar
estudos precisos dos correspondentes incrementos (ENCINAS, et all,
2005).Uma dificuldade apresentada por essa técnica reside na natureza do
lenho, existindo espécies cujo grau de dureza de suas madeiras é tão alto que

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impossibilita a coleta de amostras do fuste através do uso do trado (ENCINAS,


et all, 2005).

Metodologia para coleta dos dados:

-Trado de verrudagem
-Tradar com um ângulo de 90º em relação ao eixo longitudinal da árv. Tradar até
a medula.
-Cuidados ao retirar o rolo: colocar em um porta rolo; tomar todas as
providencias para que não quebre o rolo.
-Identificar a medula no rolo
-Não expor diretamente ao sol
-Ideal que os rolos mantenham uma certa umidade. Por outro lado a umidade
não pode ser excessiva, pois pode mofar o rolo
-Identificar a espécie, idade, talhão, parcela, DAP, número da árvore, altura da
árvore.
-Para melhor identificar os anéis: usar lupa, alfinete, água, corante, querosene,
etc.
-O numero de rolos retirados está retirados está relacionados com a precisão
requerida pelo trabalho.

7.3 Parcelas Temporárias


-Menor custo
-Não necessita guardar documentação
-Permite a mudança de métodos de cálculos
-Permite a atualização de novos instrumentos de medição
-Evita o problema de perdas de parcela

7.4 Parcelas Permanentes


-Maior custo
-É a ferramenta mais indicada e mais precisa para obter estimativas de
crescimento, passado para uma mesma intensidade de amostragem.
-Maior correlação entre as medidas nas ocasiões
-São as mais apropriadas para avaliar mortalidade d ingresso.
-Melhor instrumento para avaliar o aproveitamento.
-PROBLEMA: altos custos; a metodologia inicial não pode ser alterada

7.5 Anéis de Crescimento

7.5.1 Característica de um anel de crescimento

Lenho inicial  coloração clara; células com lúmem grande e paredes menos
espessas, condução de seiva bruta.

Lenho tardio  coloração escura; células com lúmem pequeno e paredes


espessas e mais densa; sustentação.

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7.5.2 Problema do Método (definição dos anéis de crescimento)


Fatores intrínsecos:
1º Espécie
2º idade (definição de anéis em idades avançadas)
Fatores extrínsecos:
1º Sítios ruins (anéis + próximos e pior definição)
2º Competição (concorrência entre árvores e sub-bosques)
3º Falso anéis ( não se fecham) ligam-se com anéis adjacentes
4º Secas prolongadas
5º Posição sociológica
6º Geada forte
Um falso anel conta-se como anual, mas se forma dois. Causa: devido ao
câmbio de certas regiões do tronco ficam inativas acarretando descontinuidade,
que pode ser causado por insetos, forte geada ou estiagem.

7.5.3 Técnicas para contagem dos anéis de crescimento

- Retirar a fatia, lixar a superfície tornando-a mais lisa possível, traçar 4


raios a partir da medula, e realizar a contagem
- Recursos que facilitam a contagem dos anéis: água, corantes, álcool,
gasolina, querosene, lupa, jato de areia, etc)
- Coleta do disco : o mais rente possível do solo (0,0m)
- Escolha da árvore: Dominantes, porque a árvore dominante representa a
população

Casca

Contagem dos anéis  1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º8º anos

Técnicas para contagem dos anéis de crescimento

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Árvores em pé:
- Contagem de anéis de crescimento em árvores em pé utiliza-se de um
equipamento chamado de perfurador de incremento, ou trado de
incremento, ou ainda, trado de PRESSLER
- Trata-se de uma broca oca, com a extremidade afiada
- Procedimento: tradar o mais baixo possível em direção a medula central
- Retirar o rolo, introduzi-lo em um recipiente adequado
- Para facilitar a visualização dos anéis, usar os recursos já mencionados
- Limitação do método: problemas com árvores muito grossas e árvores
com lenho duro.

Trado de pressler
Permite a análise das idades por meio da análise do tronco em tocos de árvores
abatidas e tábuas de madeira

Funcionamento do trado (ELOFORTE, 2005):

 Fixe a broca ao cabo;


 Pressione a ponta da broca na casca da árvore e gire o cabo no sentido
horário; após atingir o ponto ideal, coloque a vareta, segure pressionada e
gire a trado uma volta no sentido anti-horário. Isto rompe a amostra.
 Puxe a vareta para ver a amostra.

Figura 6.30 – Trado de incremento (Fonte: HAGLÖF SWEDEN AB, 2005). Livro
sanqueta mensuração.

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Fonte: Arquivo Pessoal

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