Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
a) diretamente: toda vez que o acusado se volta contra a imputação que lhe foi formulada, seja
quando nega a ocorrência do fato (o fato não teria ocorrido), ou a autoria delitiva, ou diz faltar
tipicidade (o fato não seria crime), ou opõe uma ausência de antijuridicidade (p.ex., legítima
defesa) ou, ainda, quando defende-se aduzindo ausência de culpabilidade (nega o dolo ou a
culpa);
b) indiretamente: verifica-se nas hipóteses em que o denunciado ou querelado opõe à pretensão
do autor um direito que pode extinguir, modificar ou impedir tal pretensão, ou simplesmente
prorroga-la, dilatá-la, protela-la ou adia-la. Neste caso, vale-se o acusado das denominadas
exceções, em sentido estrito”. (Capez, ob, cit., p.332)
EXCEÇÕES PREVISTAS (Art. 95 CPP)
Art. 95. Poderão ser opostas as exceções de:
I. – suspeição;
II. – incompetência de juízo;
III. – litispendência;
IV. – ilegitimidade de parte;
V. – coisa julgada.
I – SUSPEIÇÃO (causas arts. 254 a 256 CPP)
“Exceção de suspeição e de impedimento: trata-se de defesa aposta por qualquer das partes contra
a parcialidade do juiz. Divide-se essa modalidade de defesa em:
a) exceção de suspeição propriamente dita, quando há um vínculo do julgador com alguma das
partes (amizade íntima, inimizade capital, sustentação de demanda por si ou por parente,
conselhos emitidos, relação de crédito ou débito, tutela ou curatela, sociedade ou um vínculo
como assunto debatido no feito (por si ou por parente seu que responda por fato análogo), e
b) exceção de impedimento, não mencionada expressamente no Código de Processo Penal com
essa desinência, representando um vínculo, direto ou indireto, com o processo em julgamento
(tenha por si ou parente seu atuado no feito, embora em outra função, tenha servido como
testemunha, tenha funcionado como juiz em outra instância, tenha por si ou por parente
interesse no deslinde da causa).
As causas de suspeição estão elencadas no art. 254, enquanto as de impedimentos estão nos arts.
252 e 253 do CPP.” (Guilherme de Souza Nucci, Código de Processo Penal Comentado, 5ª ed., RT,
p.286/287)
II – INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO
“É a defesa indireta que a parte pode interpor contra o juízo, alegando sua incompetência para julgar
o feito, fundamentada no princípio constitucional do juiz natural. Embora todo magistrado possua
jurisdição, a delimitação do seu exercício é dada pelas regras de competência, que devem ser
respeitadas. Não fosse assim e qualquer juiz decidiria qualquer matéria, infringindo-se o espírito da
Constituição, que garantiu expressamente a divisão dos órgãos judiciários, cada qual atuando na sua
esfera de competência”. (Nucci, p.297)
III – LITISPENDÊNCIA
“É a defesa indireta, apresentada por qualquer das partes, demonstrando a determinado juízo que
há causa idêntica em andamento, em outro foro, ainda pendente de julgamento, razão pela qual o
processo deve ser extinto. Não é cabível que o Estado deduza a pretensão punitiva contra o réu em
duas ações penais de igual objeto, fundadas no mesmo fato criminoso. Leva-se em consideração,
para verificar a hipótese de litispendência, se o acusado nas duas ou mais ações é o mesmo e se a
imputação coincide, pouco importando quem incorpore a acusação. Tendo em vista que a exceção é
medida com finalidade de obstaculizar o andamento de determinado processo, não é possível valer-
2
se dela para impedir o trâmite de um inquérito, que tenha por base exatamente o mesmo fato e
idêntico réu, já denunciado. Para tanto utiliza-se o habeas corpus, trancando-se a investigação
policial repetitiva. Segundo cremos, a litispendência está caracterizada a partir do ajuizamento da
segunda demanda, sendo prescindível a citação do réu, pois o Código de Processo Penal silenciou a
esse respeito, sendo admissível supor que, havendo dois processos em trâmite, contra o mesmo réu,
um deles deve ser extinto – com ou sem citação válida.” (Nucci, op. Cit., p.299/300)
IV – ILEGITIMIDADE DE PARTE
É a defesa indireta contra o processo, pretendendo extingui-lo ou retardar o seu andamento, até que
um defeito na legitimidade de parte seja corrigido. Assim, quando faltar
legitimidade ad causam, ou seja, para que a ação penal seja proposta, tanto por quem a inicia
(legitimidade ativa), como contra quem ela é iniciada (legitimidade passiva), pode a parte interessada
propor exceção de ilegitimidade de parte. Agirá desse modo, por certo, se o juiz não percebeu o
equívoco e recebeu a denúncia, uma vez que o ideal seria a rejeição da denúncia (art. 43, III, CPP).
Também quando faltar
legitimidade ad processuam, isto é, não estiver presente um pressuposto de validez do processo,
que é a capacidade para estar em juízo, pode-se falar em exceção de ilegitimidade de parte.
Exemplificando: se o Ministério Público move ação contra o pai, o crime cometido por seu filho, é
natural que, recebida a denúncia, possa o réu propor a exceção de ilegitimidade de parte (ad
causam). Caso o menor de 18 anos, sem assistência de representante legal, ingresse com queixa-
crime contra alguém em crime de ação privada, falta capacidade para estar em juízo, admitindo-se a
exceção de ilegitimidade de parte (ad processum). (Nucci, op. Cit., p.300)
V – COISA JULGADA
“É a defesa indireta contra o processo, visando a sua extinção, tendo em vista que idêntica causa já
foi definitivamente julgada em outro foro. Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato,
razão pela qual, havendo nova ação, tendo por base idêntica imputação de anterior, já decidida, cabe
a argüição de exceção de coisa julgada”.
OPORTUNIDADES E MANEIRA DE APRESENTAÇÃO
SUSPEIÇÃO
Oportunidade e maneira de apresentação: deve ser feita, como determina a lei, em petição
específica para essa finalidade, das seguintes maneiras:
a) quando se tratar do promotor de justiça, sendo ele a parte diretamente interessada, basta a
sua assinatura;
b) quando se cuidar do querelante, do querelado ou do réu, deve assinar a petição juntamente
com seu advogado ou permitir que este assine sozinho a exceção, desde que possua
procuração com poderes específicos para tanto;
c) quando se tratar de procurador do querelante, que tenha ingressado com queixa em seu
nome, deve ele ter poderes específicos para interpor a exceção. Na procuração não há
necessidade de contar um resumo dos fatos envolvendo o excepto, mas sim os poderes para
apresentar a peça contra o magistrado.(Nucci, p.288/289)
INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO
Oportunidade e maneira de apresentação: Art. 108 CPP – A exceção de incompetência do juízo
poderá ser oposta, verbalmente ou por escrito no prazo de defesa.
LITISPENDÊNCIA
3