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RESUMO DIREITO CIVIL

GUARDA

1) Tipos de guarda
1. UNILATERAL: um dos genitores ou alguém que o substitua

Obriga o pai ou a mãe que não a detenha, a supervisiona os interesses dos filhos – parte legítima para
solicitar informações e/ou prestação de contas em assuntos que afetem a saúde física e psicológica e a
educação de seus filhos.

2. COMPARTILHADA: responsabilização conjunta e o exercício de direito e deveres do pai e da mãe


que não vivam sob o mesmo teto. Convívio diário com ambos.
Fixação de horário de visita é incompatível com o compartilhamento.
Cidade considerada moradia dos filhos: aquela que melhor atende aos interesses dos filhos.
Audiência de conciliação: juiz informa ao pai e mãe a importância da guarda compartilhada

Preferência pelo código: quando não houver acordo e encontrando ambos os genitores aptos a exercer o
poder familiar será estipulada a guarda compartilhada, salvo um deles não desejar a guarda.
Motivos:
 Inserção da mulher no mercado de trabalho e a existência de uma geração de pais mais participativo
e conscientes
 Constitucionalização do direito de família, da criança e do adolescente – princípios constitucionais:
dignidade da pessoa humana, igualdade entre homens e mulheres e supremacia do melhor
interesse do menor.

Orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar: estabelecer as atribuições do pai e da mãe


e os período de convivência sob guarda compartilhada.

3. ALTERNADA: ora está com um ora está com outro. Deve haver fixação de horário de visitas

2) Fixação da guarda:

JURISDIÇAO VOLUNTÁRIA: requerida, por consenso.

 Ação autônoma de separação ou divórcio;


 Ação de dissolução de união estável;
 Medida cautelar: de separação de corpos, de guarda ou fixação liminar de guarda – proferida
preferencialmente após a oitiva de ambas as partes perante o juiz, salvo se a proteção aos interesses
dos filhos exigir concessão de liminar, sem a oitiva da outra parte.
 Homologação da guarda com fixação de pensão e horário de visita (se não compartilhada.)

JURISDIÇAO LITIGIOSA: decretada pelo juiz


 Ação de guarda

-Guarda do filho, visita e horário de visitas deverá ser objeto da petição inicial.
Obs: se não tiver consenso mas os pais não quiserem discutir o relacionamento  ação de guarda, de visitas
(em caso de guarda compartilhada não), de alimentos.
ADENDO:

-Alteração não autorizada ou descumprimento imotivado de cláusula de guarda: redução de


prerrogativas atribuídas ao seu detentor. Pode implicar em ato de alienação parental e consequentemente
reversão da guarda.
-Deferimento da guarda não interfere no exercício do poder familiar (autoridade parental).
-O estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informação a qualquer um dos genitores
sobre os filhos destes sob pena de multa – não o fazendo: AÇAO COMINATÓRIA COM FIXAÇAO DE
MULTA

-Motivos graves: modificação da guarda anteriormente concedida, sempre em prol do melhor interesse do
menor e desde que ofertada a AÇAO DE MODIFICAÇAO ou de REVERSAO DE GUARDA. Tal ação
também serve para a colocação de família substituta. Para simplificar o advogado poderá se valer do art.
303, CPC limitando-se a colocar na petição inicial o pedido de tutela antecipada e a indicação de tutela final.
Se concedida a tutela antecipada e não havendo recurso, o processo será extinto.

- Horário de visita: REQUERIMENTO / AÇAO DE REGULAMENTAÇAO DE VISITA. É possível


fixar multa para o caso de o guardião impedir a visita do pai.

-Fixação de danos morais em razão e abandono efetivo em prol dos filhos: AÇAO DE
INDENIZAÇAO – ofende a honra dos filhos.
Prazo prescricional: 3 ANOS a partir da maioridade – não correr prescrição entre ascendente/descendente
durante o poder familiar.

GUARDA DEFERIDA A TERCEIRO: leva em preferencia o grau de parentesco e as relações de


afinidade e afetividade. Deverá ser procedido através do devido processo legal, porém poderá ser concedida
como medida de urgência sem oitiva da parte contrária em face do melhor interesse da criança.
Direito de opor- a terceiros, inclusive os pais.

-Destinação: regularizar a posse de fato. Pode ser deferida liminar ou incidentalmente, nos procedimento de
tutela e adoção, EXCETO no de adoção por estrangeiros.

STJ: O ECA confere à criança/adolescente a condição de DEPENDENTE para todos os fins e efeitos de
direito, inclusive previdenciário. Lei 9.528/97 alterou excluindo do rol de dependentes o menor sob guarda,
revogando a pensão previdenciária ao menor. STJ fixou a prevalência do ECA em detrimento de lei
previdenciária, no tocante ao direito de pensao por morte de menor de idade cuja guarda judicial era
de servidora pública. Ministro Joao Otávio de Noronha: a Constituição garante a assistência integral, não
tem como lei previdenciária suprir o que prevê o ECA.

-Não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que
serão objeto de regulamentação específica.

ALIENAÇAO PARENTAL: interferência na formação psicológica da criança ou adolescente promovida


ou induzida por quem tenha sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o genitor ou que
cause prejuízo ao estabelecimento ou manutenção de vínculos com este.

Genitor: pessoa que fez a criança, não tem afeto // Pai: pressupõe afeto – paternidade socioafetiva:
pleonasmo
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou
constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
II - dificultar o exercício da autoridade parental;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive
escolares, médicas e alterações de endereço;
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a
convivência deles com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou
adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.

Art. 4o Declarado indício de ato de alienação parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento
processual, em ação autônoma ou incidentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz determinará,
com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias necessárias para preservação da integridade
psicológica da criança ou do adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizar a efetiva
reaproximação entre ambos, se for o caso.

Juiz pode agir de OFÍCIO.

AÇAO DECLARATÓRIA distribuída em APENSO se pendente ação que se discute interesse do menor.
AÇAO AUTONOMA DE ALIENAÇAO PARENTAL: inexistente ação
Legitimidade ativa: pais, parentes, MP, juiz de ofício.
Legitimidade passiva: as pessoas que estejam praticando atos de alienação parental

COMPETENCIA
Foro competente: SÚMULA 383: FORO DO DOMICÍLIO DO DETENTOR DE SUA GUARDA
Alteração do domicílio para dificultar a convivência: DOMICÍLIO DA CRIANÇA/ADOLESCENTE
Foro competente da ação autônoma: súmula 383 = foro de domicílio do guardião. Mas se mudou de lugar
injustificadamente (Art. 2º, parágrafo único, VII) ai juiz poderá fixar cautelarmente o domicílio do menor
de ofício ou a requerimento, podendo ser essa medida pleiteada na própria petição inicial.
IRRELEVANTE ALTERAÇAO DO DOMICILIO DA CRIANÇA?

AÇAO DECLARATÓRIA DE ALIENAÇAO PARENTAL


Simples: ato de alienação; Cumulado: mais de um ato; Sucessivo: começa pelo pedido em que as provas
são mais forte; se acatado o primeiro o resto será prejudicado.
-Pode ser ofertada reconvenção e o autor da ação é que está praticando ato de alienação parental.
-Se ocorreu alienação parental, não precisa propor ação de reversão de guarda, pois um dos efeitos da ação
declaratória de alienação parental é a reversão da guarda.

Art. 6o Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança
ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da
decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou
atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.

-LAP da ampla liberdade ao juiz, não há de se falar em imparcialidade ou julgamento extra petita.
-Caracterizado mudança abusiva de endereço o juiz também poderá inverter a obrigação de levar para
ou retirar a criança ou adolescente da residência do genitor.
-Todos os meios de prova serão admitidos
- Não pode ocorrer a dispensa da audiência de mediação ou conciliação. Não havendo acordo, 15 dias
para contestação contada da última audiência de tentativa de conciliação. No curso do processo deve ser
realizada perícia psicológica ou biopsicossocial com apresentação do laudo em 90 dias (prorrogável
baseada em justificativa circunstanciada) e com posterior oitiva das testemunhas, podendo também haver
requerimento de esclarecimentos do perito.
-Ampla atuação do juiz, não há de se falar em imparcialidade ou julgamento extra petita.
-Descumprimento imotivado do acordo – alienação – reversão da guarda do menor.

Perícia na ação declaratória de alienação parental:


 Partes têm direito de nomear assistente técnico para acompanhar o laudo pericial (prazo de 15 dias da
nomeação dos peritos para nomear os assistentes).
 Peritos devem assegurar aos assistentes o acompanhamento das diligências com comunicação prévia em
5 dias.
 20 dias para perito protocolar o laudo pericial. 15 dias para as partes se manifestarem sobre o laudo,
podendo nesse prazo o assistente das partes fornecer laudo próprio discordando do perito
Laudo pericial: base em ampla avaliação psicológica ou biopsicossocial.

ADOÇÃO
CONCEITO: Ato jurídico solene e bilateral, através do qual uma pessoa recebe outra como filho, por
ficção jurídica.
NATUREZA: ato complexo – vontade das partes + sentença judicial
-Filho adotivo goza dos mesmos direitos que os filhos havidos da relação de casamento. Concorre na
sucessão aberta e é herdeiro necessário.

REQUISITOS:
-Maiores de 18 anos independente do estado civil
-Diferença de 16 anos entre adotante e adotado
-Tutor e curador não poderão adotar o pupilo e o curatelado antes da aprovação das contas com
homologação judicial
- Se menor de 18 exige consentimento dos pais ou do representante, salvo desconhecidos, desaparecidos
ou destituídos do poder familiar sem nomeação de tutor; órfão não reclamado por qualquer parente ( + 1
ano) OU infante exposto
-Concordância expressa após 12 anos de idade.

DIVORCIADOS E JUDICIALMENTE SEPARADOS: podem adotar conjuntamente desde que –


acordem sobre a guarda e regime de visita e que o estágio de convivência tenha iniciado ainda na
vigência do casamento.

Estágio de convivência: estabelecido pelo juiz. Caso adotando não tenha mais de um ano ou já esteja e
companhia do adotante por tempo necessário pode o estágios ser dispensado.

ADOÇAO DE MAIOR: dependerá da assistência efetiva do Poder Público e de sentença constitutiva


Competência da Vara de Família
Procedimento de jurisdição voluntária com oitiva do Representante do MP
ADOÇAO DE MENOR: procedimentos ditados pelo ECA.
Competência exclusiva do Juiz da Infância e Juventude

-Sentença estabelece o vínculo da adoção e deverá ser inscrita no registro civil mediante mandado.
-Produzirá efeitos a partir do trânsito em julgado. Caso o adotante venha a falecer, a sentença terá força
retroativa à data do óbito (adoção post portem).
-Pode modificar o prenome a pedido do adotante ou do adotado
-Transferência do poder familiar dos pais biológicos para os adotivos.

ADOÇAO INTERNACIONAL: somente acontecerá caso nenhum brasileiro residente no Brasil queira
Estrangeiro vivendo no brasileiro seguem os mesmos requisitos dos brasileiros.
Estrangeiros e brasileiro residentes fora dos pais deverão se submeter aos documento o artigo 51:
Estágio de convivência: mínimo, 30 dias e, no máximo, 45 (quarenta e cinco) dias, prorrogável por até
igual período, uma única vez, mediante decisão fundamentada da autoridade judiciária

§ 1 o A adoção internacional de criança ou adolescente brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar quando
restar comprovado:
I - que a colocação em família adotiva é a solução adequada ao caso concreto;
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de colocação da criança ou adolescente em família adotiva brasileira,
com a comprovação, certificada nos autos, da inexistência de adotantes habilitados residentes no Brasil com perfil
compatível com a criança ou adolescente, após consulta aos cadastros mencionados nesta Lei;
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi consultado, por meios adequados ao seu estágio de
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a medida, mediante parecer elaborado por equipe interprofissional,
observado o disposto nos §§ 1 o e 2 o do art. 28 desta Lei.

Apelação contra sentença que deferir adoção por estrangeiro: efeitos suspensivo e devolutivo

À EMPREGADA QUE ADOTAR ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança ou adolescente
será concedida licença-maternidade.

Delitos previstos no ECA:


Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,
com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
Parágrafo único. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado ao envio de criança ou adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

Poder familiar:
Responsabilidade de terceiro: pais são juridicamente responsáveis pelos atos menores que estejam em sua
companhia e sua guarda, salvo se provar juridicidade do comportamento deles.
Absolutamente incapaz: responsabilidade é exclusiva dos pais.
Relativamente incapaz: equiparado ao maior para efeito de reparação, sem prejuízo da responsabilidade
subsidiária da pessoa sob cuja vigilância estiver.
É indisponível, inalienável, irrenunciável e imprescritível.
Somente poderá perde-lo na forma da lei e mediante sentença.

*Juiz da Infância e Juventude é competente para conhecer de pedidos baseados em discordância paterna ou
materna em relação ao pátrio poder.
Cessação
Término do poder familiar em razão de causa ou acontecimento natural

Suspensão
Advém de decisão judicial.

Extinção
Ocorre através de procedimento em contraditório. Entretanto, é possível ação preventiva do juiz,
suspendendo ou cassando o poder familiar.
Juiz da Infancia e da Juventude é competente para determinar o afastamento do agressor da moradia comum.

CESSAÇÃO SUSPENSÃO EXTINÇÃO


Morte do filho ou dos pais Arruinando os bens dos filhos Castigos imoderados
Emancipação do filho Abuso do poder familiar Abandono
Maioridade Sentença penal transitada em Prática de atos contrários à moral
Adoção julgada em crime cuja pena e aos bons costumes
exceda de 2 anos de prisao Suspensão do poder do poder
familiar de forma reiterada

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