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Introdução ao desenvolvimento Internacional

AULA 08/07 – DESENVOLVIMENTO COMO MODERNIZAÇÃO

Texto do Bielschowsky – 50 anos de pensamento na CEPAL


- principais planos analíticos e etapas do pensamento cepalino

a. seu principio “normativo” é a ideia da necessidade da


contribuição do Estado ao ordenamento do desenvolvimento econômico nas
condições da periferia latino-americana e ao paradigma desenvolvimentista.

TEMAS:

1. inserção internacional (centro-periferia e vulnerabilidade externa)


2. Condições estruturais internas de crescimento/progresso técnico e do
emprego/distribuição de renda
3. Ação estatal
1948-1960:

1. deterioração dos termos de intercambio, desequilíbrio estrutural na


balança de pagamentos, integração regional
2. processo de industrialização substitutiva, tendências perversas
causadas por especialização e heterogeneidade estrutural: inflação
estrutural e desemprego
3. conduzir deliberadamente a industrialização

1960:

1. dependência, integração regional; politica internacional de redução


da vulnerabilidade na periferia, viés antiexportação industrial
2. reforma agrária e distribuição de renda como requisito para a
redinamização da economia, heterogeneidade estrutural,
dependência
3. reformar para viabilizar o desenvolvimento
1970:
método histórico-estruturalista: abriga um método de produção de
conhecimento profundamente atento para o comportamento dos agentes
sociais e da trajetória das instituições, que tem maior proximidade a um
movimento indutivo do que os enfoques abstrato-dedutivos tradicionais;

- 50 anos do pensamento da CEPAL: a questão da produtividade como alavanca


para o desenvolvimento. A cepal tem um método histórico analítico e indutivo,
a sua teoria estruturalista latino-americano que tem como princípios a presença
do estado forte na economia. A instituição divide o mundo em centro e periferia

Contexto

1950 – pos segunda guerra (era do ouro do capitalismo) ideologia


industrializante X ideologia liberal – dominante até 30) + teoria da divisão
internacional do trabalho + teoria da vantagem comparativas de Ricardo
- Vazio teórico: falta de teorias adaptadas a realidade econômicas e sociais da
américa latina que pudessem entender as nossas realidades

1948: surge a CEPAL, como uma agência da ONU criada como política para
região depois das queixas latino-americanas de exclusão com relação ao Plano
Marshall e da falta de acesso aos “dólares escassos”, que dificultava a reposição
dos desgastados aparelhos produtivos da região;

- Raúl Prebisch: O desenvolvimento econômico... desenvolve a teoria


estruturalista:

A. argumenta que a industrialização representaria a possibilidade de


captação, pelos países latino-americanos, dos frutos do progresso técnico
mundial;
B. analisa a inserção internacional das economias periféricas e da
vulnerabilidade externa decorrente, como a análise das condições
problemáticas e das tendências “perversas”
C. a industrialização – principal fonte de captação dos frutos do progresso
técnico mundial
D. inserção internacional das economias periféricas começa a sua análise
do comercio internacional procurando entender as dependências entre
centro e periferia: deterioração dos termos de trocas (países do centro
produzem bens mais tecnológicos).
a. Ao contrário do que se prometia a teoria das vantagens
no caso a suacomparativas – o progresso técnico dos produtos primários em
falácia relação aos industriais não estava motivando encarecimento dos
primeiros em relação aos últimos;
b. Estrutura de produção impede que a periferia consiga o progresso
técnico e a localização e especialização da mão de obra
c. Outra tendência seria a deterioração advindo do excesso da mão
de obra na agricultura com expansão da oferta que deprimia os
preços internacionais
- a indústria desses países periféricos, mesmo com a construção dessa
indústria, a vulnerabilidade externa se mantem, continuando como economias
exportadoras de produtos agrícolas. Enquanto não fosse concluído o processo
de industrialização, enfrentaria constantes desequilíbrios Do BP – “ o processo
de industrialização enfrentaria permanentemente uma tendência ao desequilíbrio
estrutural do BP, já que o processo substitutivo “aliviava” as importações por um
lado, mas impunha novas exigências, derivadas tanto da nova estrutura
produtiva que criava como do crescimento de renda que gerava”

Condições Estruturais Internas: industrialização tida como problemática


– dois fundamentos característicos: baixo grau de diversificação +
complementariedade intersetorial e integração vertical extremamente reduzida
+ baixa produtividade de todos os setores (menos o de exportação) –
HETEROGENEIDADE ESTRUTURAL

Esse novo estágio de progresso técnico teria como resultado nessas


economias periféricas o desequilíbrio da balança de pagamentos (era resultado
das exigências de importação de economias em industrialização que se
especializaram em uma poucas atividades exportadoras e enfrentavam
baixa elasticidade de demanda por suas exportações), inflação onde a
recomendação seria trata-la a partir da estabilização do cambio com medidas
fiscais e monetárias (decorria tanto desses desequilíbrio do BP como das demais
insuficiências que o processo de industrialização enfrenta em economias pouco
diversificadas como rigidez agrícola + escassez de energia, etc) e desemprego
(resultava da incapacidade das atividades exportadoras de absorver o excedente
de mao de obra como da insuficiente capacidade de absorção pelas atividades
modernas destinadas ao mercado doméstico)
- PLANEJAMNETO CEPALINO: as orientações que foram desenvolvidas
pelas técnicas de programação desempenhavam o papel de conscientização
sobre essas insuficiências e sobre a importância de conferir um mínimo de
previsibilidade ao contexto macroeconômico no qual repousaria o desejado
processo de crescimento.

- Economias periféricas enfrentavam graves problemas de


insuficiência de poupança e de divisas

- 1960: a crescente polarização político ideológica onde surge as ditaduras na


américa latina – manteria os diálogos com as posições políticas da época,
sempre voltado para a crítica ao processo de desenvolvimento em curso.

- frutos da modernidade e do progresso técnico não havia conseguido


incorporar a maioria da população + processo de transição
demográfica, mudança do campo para a cidade correspondente a um
processo de urbanização falho que não conseguiu absorver essa força
de trabalho gerando uma crescente empobrecimento e favelização das
cidades. Improdutividade da terra, grandes latifúndios que
aproveitavam muito pouco a extensão de terras que detinham naquele
momento;
- - Industrialização não tinha eliminado a vulnerabilidade externa e a
dependência + V.E. e a dependência como empecilhos para o
desenvolvimento
SOLUÇÃO:
- REFORMA AGRÁRIA e distribuição de renda como requisitos para a
redinamização da economia (para PREBISCH havia a necessidade de alterar a
estrutura social desses países e o modo que poderiam contornar essas
“insuficiências dinâmica” seria a partir da reforma agrária) + FURTADO
(Tendência a estagnação + teoria da dependência tecnológica onde a periferia
estaria utilizando a tecnologia gerada exogenamente, no centro, em condições de
dotação de recursos totalmente distintas, e seu emprego implicava
sobreutilização dos recursos escassos, capital, em detrimento do recurso
abundante, trabalho).

- dois vetores cepalinos dos anos 60: as teses sobre a teoria da


dependência – POLÍTICO-SOCIAL sob o estimulo da sociologia do
desenvolvimento cepalino, os principais nomes da CEPAL, como Echavarría,
FHC e Faletto, reuniram-se em um trabalho que buscava analisar o
comportamento das classes sociais e às estruturas de poder na região
concluindo que especificidade histórica da situação do subdesenvolvimento
reside na relação entre as sociedades periféricas e centrais. Isso exige a análise
da forma como as economias subdesenvolvidas se vincularam historicamente
ao mercado mundial e da forma como se constituíram os grupos sociais internos
que definiram as relações internacionais intrínsecas ao subdesenvolvimento.
ECONOMICA industrialização como nova modalidade de exploração secular que
o imperialismo impunha aos trabalhadores subdesenvolvidos, sendo o processo
de acumulação indissociável da expansão capitalista e do imperialismo, era
apenas um processo que enriquecia os países desenvolvidos e a pequena elite
dominante local que os representava.

“Heterogeneidade Estrutural”: Aníbal Pinto, para ele a industrialização


apenas mudava o formato da heterogeneidade prevalecente no período agrário-
exportador

Preocupação com desequilíbrio externo estimulando as exportações


criando mecanismos que fortalecessem o comércio intra-regional (diversificar as
exportações + ampliação do mercado industrial);

- CONDIÇÕES ESTRUTURAIS INTERNAS:


1. indústria pautada numa base econômica e institucional
subdesenvolvida;

2. Sem diversificação;
3. Sem setores na economia que se complementam, eles não se conversam;

4. Escassos de financiamento externo;

5. Insuficiência de poupança para gerar investimentos;


6. baixa produtividade em todos os setores – exceto exportação;

7. insuficiência de poupança e divisa: gera dois hiatos – especialização e


heterogeneidade tecnológica
- 1970: contexto histórico: fim do ciclo expansivo mundial – crescente
instabilidade econômica + choque do petróleo teve como reação para manter
crescimento na américa latina – endividamento para estabilizar a economia.

- BR e México: industrialização, proteção e forte participação estatal


reforçar as tendências em curso e diversificar as exportações de produtos
manufaturados.

- Nesse período começa a surgir dentro das teorias diversas maneiras que
induzem o desenvolvimento, criando até disputas entres os teóricos para
identificar a forma mais certa de propiciar o desenvolvimento, no qual dentre
eles estaria a ênfase na necessidade de reorientar o estilo da industrialização
combinando os estímulos de mercado interno às virtudes da orientação pró-
exportação de bens industriais.

- ESTILOS: a principal referência na questão do estilo foi novamente


Anibal Pinto que dizia que a dinâmica de um estilo deve ser buscada nas
interações entre a estrutura produtiva e a distribuição de renda.
- Declaração sobre o Progresso e o Desenvolvimento Social da
ONU, destacava o desenvolvimento social como o grande objetivo da
humanidade atrelado ao crescimento econômico. Este novo debate
correspondia ao desejo de alterar os estilos vigentes em direção a uma
modalidade de crescimento compatível com a justiça social.

- Nova Modalidade de Industrialização Combinando Mercado Interno e


Exportação: as assinaladas ineficiências alocativas dos sistemas econômicos
da américa latina deriva de erros de condução de política comercial e industrial.
A solução então seria uma reorientação pró-exportadora: visando enfrentar os
problemas da dependência e da vulnerabilidade externas, os estudos cepalinos
indicavam, naquele momento, a necessidade da expansão da exportações
industriais como forma de combate as restrições externas ao crescimento e
também como advertência quanto ao risco do endividamento generalizado

- 1980: “Ajuste com Crescimento” – graves eram os casos de crise


cambial na região que geravam em contrapartida um aumento nas clausulas de
“condicionalidades” por parte do FMI e do Banco Mundial nas negociações de
financiamento da dívida.

Os choques inflacionários jogaram algumas economias no estado


megainflacionário e, juntamente com a recessão, produziram efeitos
devastadores sobre as finanças do setor público, que estava endividado em
dólares, em parte por “socialização” da dívida externa do setor privado.
- Consenso de Washington: modalidade de ajuste exigida pelos bancos
credores e pelo FMI. Eram impostas como condicionantes com políticas de
ajustes econômicos (substituição do ajuste recessivo do BP por um AJUSTE
EXPANSIVO defendida pela CEPAL com a renegociação da dívida para aliviar a
asfixia externa) e políticas de estabilização do câmbio.

-1990: contexto histórico – renegociação da dívida + novo contexto


de financiamento internacional seguido da redução das taxas de juros = grandes
fluxos de capital externo.

- No âmbito do desempenho e da política econômica, a recuperação do


período foi acompanhada da estabilização dos preços (controle do déficit fiscal
e de cautela no manejo do crédito) + processo de reformas, incluindo a abertura
comercial e financeira, privatizações, etc.
- “neo-estruturalismo” cepalino recupera a agenda de análises e de
políticas de desenvolvimento os adaptando aos novos tempos de abertura e
globalização – novas formas de intervenção estatal na economia desses países
latino-americanos buscando sempre maximização da eficiência produtiva.
“aumentar seu impacto positivo sobre a eficiência e eficácia do sistema
econômico em seu conjunto”.
- PROGRESSO TECNICO: transformação produtiva com equidade –
incorporação do progresso técnico ao processo produtivo vinculando agentes
produtivos e infraestrutura física e educacional, entre aumento de
produtividade e elevação do padrão de vida da população como um todo.
Enfatiza-se a formação de recursos humanos como fórmula decisiva para a
transformação produtiva a longo prazo, juntamente com políticas tecnológicas
ativas que permitam o catching-up tecnológico permanecendo a indústria como
eixo principal da transformação produtiva.

- abertura econômica, gradual e seletiva, como meio de introduzir


o progresso técnico e o aumento da produtividade.

especialização exportadora ineficaz e vulnerabilidade aois movimentos de


capitais;
Dificuldades para uma transformação produtiva eficaz para reduzir o
“hiato da equidade” –

Implementação de políticas

DESENVOLVIMENTO COMO MODERNIZAÇÃO

- modernidade: inovação autopropulsora e permenentement voltada pra


o progresso;

Modernização: desenvolvimento das sociedades periféricas

- durante os séculos 17/18, foi usaso para diferenciar as escolas de arte


baseada no feudalismo das novas escolas;

Desde o primórdio era tida como o processo emancipação das sociedades


+ ao fatores fundamentais para o progresso a partir de alguns elementos volta;

• A modernidade consistiu em um projeto da burguesia


o Industrialização
o Urbanização
o Racionalização das relações sociais de produção
o Economia de mercado baseado no homo economicus –
o Burocratização do estado
o Sistema políticos pluralistas;
o Secularização e o declínio da religião
o Crescimento e diferenciação de instituições e papeis sociais
o Individuação como construção e consolidação de sujeitos
conscientes de sua capacidade de escolhar
• Modernidade e Desenvolvimento
o A modernidade em sua forma ocidental incorporada nas
práticas e no pensamento do século XIX é única e destinada
a ser aquela que todas as sociedades existentes devem
imitar;
o Desenvolvimento é a sociedade individual. Que se
cristalizou como a nação na história política do projeto da
modernidade;
o A americanização tronou-se sinônimo de desenvolvimento,
progresso e modernização;
o Como integração mundial e a criação de instituições como
a ONU, o Terceiro Mundo se beneficiou com a ajuda dos
países desenvolvidos;
o Sustentação da crença pela elite econômica que um esforço
tinha que ser feito para combinar modernização,
independência e integração da América Latina e Caribe.
• A iniciativa política e intelectual da região foi inteiramente
orientada para a concepção e aplicação de uma estratégia de
industrialização modernizante, esperada para superar o atraso
econômico e a excessiva vulnerabilidade externa, ambas
drasticamente evidenciadas pela Grande Depressão dos anos 1930
e as duas guerras mundiais;
• Primeiro manifesto da CEPAL: a industrialização tornou-se a
pista e o motor de um grande projeto desenvolvimentista que
simultaneamente buscou uma introdução maciça da tecnologia
moderna, uma reforma agrária e a adoção da democracia política.
o Para os teóricos da CEPAL: a industrialização é tida como
paradigma de desenvolvimento e a ação estatal como o
modo mais efetivo para se levar adiante esse processo,
segundo uma perspectiva ainda próxima à dos teóricos da
modernização.
• Teoria da Modernização: ideologia que divide as sociedades em
dois tipos – a tradicional e a moderna
o Tradicional: estabilidade ao longo do tempo e a pequena
variabilidade se situações diferentes entre os agentes
sociais + números restritos de atividades econômicas e
baixa capacidade produtiva + pouca mobilidade + estrutura
social rígida e costumes repetitivos;
o Moderna: mudança continua e a variabilidade de situações
entre os agentes sociais + alta produtividade + exercem
funções complexas e com status social + estrutura social
flexível + igualdade entre os indivíduos e organização
participativa.
▪ Características psicossociais das sociedades
modernas – motivação para o desempenho +
personalidade empática + criatividade (imaginação,
abertura para novas experiencias, imaginação
criadora e determinadas experiencias);
• Propiciaram a difusão nas ciências sociais de
rótulos para as populações das sociedades
atrasadas.
• Hagen e Mcclleland concebem a sociedade tradicional e moderna
como estado interdependentes
• Atraso ou vanguarda no processo de desenvolvimento de algumas
nações é explicada nas características internas de cada nação;
• O conceito dicotômico da teoria da modernização não permite
explicar as disparidades econômico-social por outros critérios ou
teorias (ex, capitalismo e socialismo);
• Para os teóricos da modernização, o desenvolvimento ocorrerá, não
estando preocupados em explicar as causas do atraso do
desenvolvimento, mas sim em acelerar o processo de
industrialização e modernização dessas economias atrasadas. O
desenvolvimento depende, então, da vontade coletiva e da ajuda
das outras nações que, segundo Hagen, o contato das nações
subdesenvolvidas com as desenvolvidas romperá com a
tradicional.
• Para alguns outros teóricos, a modernização é inevitável, já para
outros não. Estes se baseiam na teoria de Durkheim, que atribui
ao processo histórico um sentido inevitável e a teoria de Weber que
admite vários cursos possíveis na história. Eles oscilam
individualmente entre a possibilidade e a inevitabilidade.
Texto do Peet & Hartwick – Growth versus Development

• O contexto de desenvolvimento, atualmente, está ligado a uma questão de


perspectiva e de entendimento subjetivo de cada individuo e sociedade. Para
muitos, uma melhor vida seria ter acesso as coisas básicas da vida como:
comida, um lugar para morar, serviços de qualidade para todos, serem
tratados com dignidade. A ideia de desenvolvimento e a sua
conceptualização vem sendo muito debatido atualmente e gerando
discussões que levam na direção de uma não caracterização solida da
realidade e está muito ligado ao valor imaginário que damos aos seus
objetivos. O discurso do desenvolvimento que vem nesse mundo das ideias
buscar criar um sistema desenvolvimentista vem sendo usado por diferentes
interesses políticos, incluindo alguns, e quase todos, um conflito na essência
igualitária da teoria;

Modernidade e desenvolvimento – desenvolvimento ≠ crescimento


econômico; o desenvolvimento está fundamentalmente ligado ao entendimento
da modernidade onde a história do Norte vem racionalmente através da
literatura da modernidade dizer que eles, supostamente, são capazes de
transformar o mundo com um projeto moderno mediado pelo avanço científico
e tecnológico, organização social, racionalização ética e valores bem definidos.
Na tradição moderna, crescimento econômico means achieving a more massive
economy – producing more goods and services, and essentially occurs when
more productive resources (land and resource, workers, capital plant and
equipment) are employed to produce more goods and services.

O problema do crescimento econômico é que ele pouco afeta


questões sociais, como o ataque a pobreza e desigualdade, proporcionando em
muitos casos o aumento da concentração renda daqueles que já tinha dinheiro,
dando mais poder as elites sociais em determinados países. Portanto, tanto na
questão social quanto ambiental, o crescimento só é justificado quando ele
realmente produz desenvolvimento, ou seja, satisfação das necessidades
básicas da população em geral.

In terms of conditions, development pays attention to the


environments affected by economic activity and to the labor relations and
conditions of the actual – se ele não produz igualdade ou repartição desse
crescimento nos termos de renda ou melhorias nas condições de vida da
população, ele não é desenvolvimento. Nos dois sentidos, tanto interno quanto
externo, o desenvolvimento deve englobar fatores econômicos, sociais, progresso
cultural e a formação de valores e ideais éticos dentro da sociedade.
Para o autor, o termo desenvolvimento é complexo, contraditório e reflete
o melhor das aspirações humanas, mas ao mesmo tempo vem sendo
manipulado e usada com intenções inversas daquilo que tinha previamente sido
estabelecido, como mecanismo de aumentar o poder.

Geografia do Desenvolvimento – natureza (relações entre a sociedade e


o ambiente) e espaço (variações regionais com tendências a transformações
globais) como dois aspectos interacionados da vida humana. As interações entre
esses dois aspectos produzem diferentes modos naturais de transformações
sociais;

Dentro das sociedades, os diferentes tipos e níveis de


desenvolvimento interagem dentro das relações de poder que criam uma relação
de dominância das economias mais desenvolvidas sobre as pequenas. A teoria
busca entender a complexidade das formas de economias regionais e o seu papel
na concepção;

A existência humana é hoje dada em função daquilo que foi feito


no passado. O modo de produção varia de acordo com a organização da
sociedade. O Grau de desenvolvimento material varia também de acordo com as
sociedades – diferente levels of material life entail entirely different life chances
for individuals born at various places on the earth’s surface, in some places
children almost automatically survive their traumatic first months, while in
other places death arrives so often as to be treated as normal.

The existence has universal qualities of life and needs as


well as qualities or characteristics of livelihood and life chances
Medida do crescimento e desenvolvimento –

Milanovich (2002): found that income inequality rose steadily from 1820
to 2002 ( indice de Gini 1820 – 43 e em 2002 – 70.7), the growth of capitalism
has generally produced greater income inequality over time.

Alternative Benchmarks – nessa discussão o autor tenta dar uma


alternativa para o entendimento sobre desigualdade e desenvolvimento: IDH
pelo PNUD. Duas conclusões são tiradas dos seus estudos: o crescimento gera
desenvolvimento econômico, mas ao mesmo tempo criar gaps entre os ricos e
pobres desses países em desenvolvimento.

Críticas as medidas do desenvolvimento - two kinds of deficiencies


between growth and development:
1. not only do these data vary greatly in reliability from country to
country, but also such factors as production, income, or education
are in fact culturally specific rather than universal. GDP measures
that part of production sold for a price in a formal market – but not
products consumed within the family nor services exchanged
informally. A economia dos países de Terceiro Mundo é caracterizada
pela parcela significativa do trabalho informal (all of this informal
activity literraly does not count when measurin the economy).
a. In other words, the “official” economy, whose measurements
serve as the main indicators of growth, may be only a minor
part of the real economy, whose true measurements are
unknown + “shadow economy”: includes all market-based legal
production of goods and services that are deliberately
concealed from public authorities to avoid regulations, taxes
and the like.
b. Many critics conclude that official GNP and GDP figures
measure economic modernization only in the prejudiced sense
of how closely a country replicates the characteristics of the
West rather than how well it manages its affairs in the
indigenous senses of the term.
2. The argument is that such GNP and HDI have nothing whatsoever to
do with variations in the quality of life. Falta da consideração da
felicidade, onde muitas pessoas dos países ricos atrelam esse quesito
a quantidade de dinheiro que se ganha por ano.
a. High per capita GNP, reached through economic growth,
becomes the objective of a society’s best efforts, and the
economic and political methods used in the past by rich
countries become development policy for aspiring poor
countries now, with “SUCCESS” measured by changes in
tabular rankings.

Texto do Siedenberg – Indicadores de desenvolvimento econômico


Introdução
- Conceito de desenvolvimento: inicialmente fora utilizado como sinônimo
de crescimento econômico. Termo abrangente e de difícil mensuração, então
como “medir” o desenvolvimento??? O uso do PIB, um indicador da economia,
não satisfazia mais como referencial quantitativo, sendo necessário um debate
maior dentro da academia, com institutos de pesquisa e organismos
internacionais, para a compactação de indicadores socioeconômicos para
analisar o desenvolvimento de países e/ou regiões. O “ Movimento SI”: acusado
de se aproveitar de um modismo para promover seus estudos e de fornecer todo
um instrumento cientifico para aperfeiçoamento de sistemas de controle político
+ críticas ao critérios de medição dos indicadores;

- Divulgação do IDH em 1990 que passava a considerar alguns aspectos


sociais em seus relatórios integrando, a partir daí, a concepção do
desenvolvimento humano.

PRINCIPAIS CONTROVÉRSISAS E CRÍTICAS AO USO DO PIB

- o uso do PIB e da renda per capita foram usados como parâmetro


metodológico como indicador do desenvolvimento, no momento em que
crescimento e desenvolvimento foram tidos como sinônimos conceituada pelo
paradigma da modernização. Desenvolvimento = grau de industrialização +
termos monetários.

a. Nohlen e Nuschler (1993) enumeram os motivos dos


questionamentos sobre o PIB: muitas organizações internacionais fornecem
dados discrepantes sobre o PIB dos países dificultando as comparações + países
onde o grau de subsistência é levado fica difícil levantar todas as rendas + o PIB
desconsidera as relações extra-mercado, ou seja, as economias de subsistência
e o setor informal + a renda per capita das publicações oficiais não reflete o
verdadeiro poder de compra de cada país + o PUB valoriza sobretudo os bens de
troca do que os bens de uso + estatísticas de crescimento desconsideram os
elementos de bem-estar social, os direitos individuais e também os custos
ecológicos do crescimento + a renda per capita média esconde grandes
diferenciações de renda entre regiões centrais e periféricas, entre camadas
sociais, entre urbanos e rurais, entre homens e mulheres + a
unidimensionalidade das estatísticas de renda conduz a uma relativização da
riqueza cultural de sociedades menos favorecidas economicamente + nas teorias
de modernização e crescimento econômico, o ser humano é visto apenas como
consumidor, um capital humano.

- desenvolvimento e crescimento econômico não é tido como efeito e


causa, mas sim algo complementar que qualifica e ajuda na melhoria da
qualidade de vida de toda a humanidade.

ALGUMA CONSIDERAÇÕES SOBRE INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO

- o próprio conceito de indicador quando apresentado em valores estatísticos


sofre um desvirtuação do verdadeiro aspecto que se está procurando
representar: espécie de representante de um determinado aspecto mais
complexo. UNIDADE DE MEDIDA PARCIAL, são, portanto, apenas variáveis
representativas de aspectos parciais de determinados processos de
desenvolvimento em contextos bem específicos;
- a questão essencial não está relacionada ao fato de como mensurar algo mas,
sobretudo, se aquilo que está sendo mensurado expressa aspectos relevantes
do processo de desenvolvimento que está sendo analisado. Para tal, quando
algum aspecto do desenvolvimento não tem como ser mensurado diretamente,
um indicador recebe a função de expressar isso quantitativamente.

- indicadores econômicos e sociais: desenvolvimento econômico


podem ser quantificados diretamente enquanto a maior parte dos indicadores
do desenvolvimento social não diretamente mensurável nem há uma definição
consensual sobre o uso dos mesmos.
- Requisitos básicos de indicadores: simples, dinâmico, sensitivo (capaz de
detectar rapidamente mudanças sociais), holístico (indicadores
interelacionados), confiável, participativo e capaz de combinar aspectos gerais
com específicos.

- substitubilidade: o indicador deve representar algo que também poderia ser


representado por meio de outros indicadores;
- necessidade de combinação entre indicadores para diminuir o risco de
interpretações e conclusões errôneas sobre uma determinada realidade social.

a. procedimentos elementares:
1. definição das áreas mais significativas no desenvolvimento
socioeconômico setorial ou regional;

2. determinação e escolha de indicadores que melhor


representam a situação de desenvolvimento em estudo;

3. Decomposição de agregados complexos em componentes


mensuráveis ou agregação de componentes em indicadores gerais

Principais tipos de Indicadores


- a diferenciação é feita a partir do tipo de informações a sua capacidade de
representar os objetivos do desenvolvimento;

1. indicadores per capita + indicadores percentuais + indicadores


estruturais (ex. classificação por sexo)
* Uma análise criteriosa deveria não apenas utilizar indicadores per capita,
geralmente mais fáceis de serem encontrados, mas também apresentar e incluir
indicadores percentuais e estruturais, pois evidenciam um refinamento dos
dados da própria análise.

Função:

- diagnosticar as condições de desenvolvimento social ou setorial;


- propiciar informações sobre problemas sociais ou crises potenciais;

- subsidiar planos e decisões políticas;

- avaliar metas e estratégias globais/setoriais.


*a adequação de certos indicadores está muito relacionado aos temas e objetivos
centrais de determinada análise do que a aspectos operacionais ou questões
estatísticas.

TEXTO DO BRESSER-PEREIRA – da macroeconomia clássica à


macroeconomia keynesiana
Os clássicos
A economia clássica, ou mainstream, por muito tempo vigorou como sendo a
principal escola de pensamento econômico e como a principal política econômica dos
governos. A sua construção teórica teve início em 1870 e contou com a contribuição dos
mais importantes economistas do mundo, todavia, no decorrer das décadas, essa
escola de pensamento se tornou questionável. Um dos mais importantes
questionadores da economia clássica foi John Maynard Keynes.
Os clássicos apresentam a economia de uma maneira muito elegante, lógica e
muito racional. Para dar início à discussão da economia clássica, gostaria de apresentar
alguns pressupostos considerados por essa escola. Primeiramente, supõe -se que há
a condição de concorrência perfeita; racionalidade dos agentes econômicos; a moeda
é neutra; informação perfeita e disponível para todos; e a Lei de Say. Considero
esses pressupostos os pilares do mainstream.
Uma vez que os mercados se regem pela concorrência perfeita, todos os bens
são totalmente competitivos no presente e no futuro, de modo que os riscos
podem ser calculados e segurados devido à informação perfeita. A racionalidade
dos consumidores busca sempre maximizar a sua satisfação, enquanto que a
racionalidade das empresas consiste em aumentar os lucros. Desta forma, essa
racionalidade condiciona o comportamento dos agentes e garante a eficiência
alocativa dos fatores escassos, uma vez que há concorrência perfeita.
A moeda, para os clássicos, tem apenas a função de ser um meio de
troca, ou seja, apenas para intermediar as trocas. Sendo assim, a moeda não é
entesourada e toda poupança, ou seja, toda moeda não gasta em consumo, é
investida ou aplica em na taxa de juros. Portanto, observamos aqui que a moeda
não tem um papel central na economia clássica, ela apenas influencia a variação dos
preços de acordo com a oferta.
A Lei de Say talvez seja o pilar mais importante da estrutura que sustenta
a teoria clássica. Essa Lei, formulada por Jean Baptiste Say, garante o equilíbrio
geral de pleno emprego afirmando que toda oferta cria uma demanda de tamanho
igual. Em outras palavras, toda quantidade de bens, mercadorias ou trabalho ofertado
vai criar uma demanda correspondente. Porém, essa variação da quantidade de
bens, mercadorias ou trabalho poderá provocar uma variação dos preços essa
variação se dá devido à condição de pleno emprego.

Deste modo, a Lei de Say impossibilita a condição de desemprego


involuntário. Uma vez que só não trabalha quem não aceita os salários que o
mercado (ou a Mão Invisível) estipula.
Uma vez que alguns pressupostos foram explicados brevemente, gostaria
de dedicar essa última parte a algumas questões as quais Keynes questionou. O
que pretendo, na verdade, é mostrar os pontos que Keynes irá divergir – ou,
até mesmo, progredir – em relação aos clássicos. Em outras palavras, continuarei
a dissertar sobre os clássicos sem expor nenhuma crítica da escola keynesiana,
ao menos por enquanto. Para isso, escolhi mais algumas questões, entre elas: o
consumo, o investi mento e a taxa de juros; moeda neutra; expectativas e incerteza;
o Estado; o desemprego; e, para finalizar, a crise. Confesso que algumas questões
que irei abordar abaixo já foram discutidas acima, porém insisto em discuti-las,
porém com uma abordagem diferente e
um pouco mais aprofundada.
Em primeiro lugar, gostaria de classificar a economia clássica como uma
economia de trocas, ou seja, uma economia voltada para o consumo. Para os
clássicos os agentes consumidores querem, cada ver mais, aumentar a sua
satisfação, e para isso eles destinam grande parte de sua renda ao consumo. A
renda não gasta no consumo pode ser direcionada para o investimento ou para a
aplicação na taxa de juros. A taxa de juros seria um meio de aumentar, ou manter,
o consumo futuro. Os clássicos têm essa relação com a renda devido à crença na
moeda neutra.
Para os clássicos, a moeda é apenas um meio de troca e uma unidade
de conta. Em outras palavras, não há um sentido racional para o entesouramento
da moeda. Vale lembrar aqui que a economia clássica é uma economia de troca,
portanto não faz nenhum sentido guardar moeda. A falta de sentido em guardar
moeda esta atrelada à inexistência de incerteza s sobre o futuro. Já que a
informação é perfeita e acessível, não haveria incertezas sobre o futuro. As
expectativas seriam sempre realizadas, considerando o pressuposto de agentes
racionais.
A atuação do Estado, ou de qualquer agente regulador esta fora de ser
uma realidade nesse modelo econômico. Os clássicos inclusive pregam a ideia
de Estado Mínimo, ou seja, quanto menos for a atuação do Estado, melhor. Não
há motivos para a regulação estatal, o mercado se autorregula. O Estado deve-
se limitar a função de velar pela manutenção das instituições que asseguram as
condições de livre mercado, a garantia dos contratos e os direitos de propriedade.
O desemprego para os clássicos não é um problema de uma sociedade ou de
um Estado. O desemprego é um problema pessoal, particular. Para essa escola
há o desemprego ficcional, ou seja, aquele desemprego que é motivado pela
mudança de atividade ou de emprego do indivíduo, é algo passageiro; e o
desemprego voluntário, ou seja, são as pessoas que não querem trabalhar.
Para finalizar, dissertarei sobre a impossibilidade de crises na economia
clássica. Decidi deixar essa questão para o final por que acredito que esta
questão seja a conclusão final de todos os pontos expostos anteriormente. Gostaria
de lembrar que não há incertezas nesse modelo econômico e que a racionalidade
está presente nos agentes econômicos. A inexistência de incertezas e a existência
da racionalidade previnem os agentes econômicos de tom arem decisões erradas
e evitam as crises. Portanto, considerando os pressupostos acima, a economia
clássica tende sempre ao equilíbrio impossibilitando as crises econômicas.

Keynes

• Keynes em um dos seus livros (A Revision Of The Treaty – 1922) tenta traçar
os impactos do Tratado de Versalhes na Europa, acreditando ele que a era do
laissez-faire, do capitalismo, terminara com a Primeira Guerra. Para ele, o
desenvolvimento econômico não poderia então se basear na figura de
empreendedores cheios de iniciativa e imaginação, que sabiam aproveitar
as oportunidades para investir lucrativamente e assim enriquecer e promover
o progresso econômico. Isto só fora possível enquanto a população crescia
rapidamente, as fronteiras econômicas se expandiam, novas fontes de
matérias-primas e energia eram descobertas, o desenvolvimento tecnológico
era rápido. Enquanto essas condições perduraram, o sistema capitalista, cujo
processo de desenvolvimento estava baseado na existência de uma classe
privilegiada, a burguesia, podia continuar. Na distribuição da renda nacional,
a burguesia recebia de longe a maior fatia do bolo.
• Teoria Geral de Keynes:

Antes de iniciar qualquer discussão sobre a escola econômica keynesiana,


é necessário uma breve introdução histórica do rompimento da teoria clássica. O
modelo econômico clássico durou durante muitas décadas explicando – ou tentando
explicar – o funcionamento dos mercados e da economia em geral. Porém, a fragilidade
da aplicação dessa teoria na realidade se tornou mais evidente com a Grande
Depressão de 1929.
Lembrando a teoria clássica observamos que há uma impossibilidade de
crises, portanto o que acontecera em 1929? Milhares de bancos quebraram, pessoas
e empresas faliram e qual a explicação para tudo isso? O que acontecera de
extraordinário na economia para que o equilíbrio e o mercado auto regulável
quebrassem? Algumas dessas perguntas rondavam as mentes mais brilhantes da
época e mesmo assim havia uma grande dificuldade em romper as grades do s
ensinamentos econômicos quase que dogmáticos, desde 1870.
No meio de tantas dúvidas, caos e incertezas eis que John Maynard
Keynes surge para apresentar uma nova teoria, sujeita a diversas variáveis antes
não consideradas. Uma das mais importantes críticas feitas ao modelo clássico
era a inexistência de uma variável tempo, que é fundamental para a tomada de
decisões dos agentes e, consequentemente, desta deriva a questão das incertezas,
a instabilidade, as crises recorrentes e o desemprego. Keynes, diferentem ente dos
seus precursores, passa a considerar essa tão importante variável em sua teoria
econômica.
Keynes procurou desmontar as bases da teoria clássica por meio da
introdução de novas variáveis. Introduziu variáveis capazes de abalar a estrutura
clássica, como: o tempo; a incerteza; e o papel da moeda – e essas variáveis,
capazes de alterar o comportamento da economia. E rejeitou o modelo de uma
economia de trocas, contido na Lei de Say.
Enquanto que no modelo clássico os agentes se baseiam na certeza e na
racionalidade dos agentes como um todo, no modelo keynesiano os agentes
estão em uma constante incerteza. Essa incerteza altera o comportamento dos
agentes, fazendo com que eles posterguem ou antecipem decisões de gasto,
consumo, poupança ou investimento. Vale ressaltar que o comportamento dos
agentes no modelo keynesiano não são feitos em conjunto, ou seja, não são
coordenados. Deste modo, a incerteza tende a ser maior.

Keynes também admite a possibilidade de entesouramento da moeda –


essa possibilidade não era considerada pelos clássicos. O entesouramento da
moeda, por motivos de incerteza de um futuro promissor, rompe com a ideia de
moeda neutra dos clássicos. Neste novo modelo os agentes econômicos
demandam moeda, ou seja, a moeda não é apenas um meio de troca ou um
facilitador de contas. A moeda é, também, reserva de valor. Esse entesouramento
afeta, primeiramente, a demanda e em seguida a produção e o emprego.
O desemprego é, também, alvo de questionamento. Keynes não considera
que as causas do desemprego estejam no mercado de trabalho, ele diz que o
mercado apenas sofre as consequências da falta de demanda e investimento
provocados p elas altas taxas de juros e pelas incertezas. Portanto, o modelo
keynesiano introduz o desemprego involuntário, o que antes não era admitido. Keynes
pôde observar o desemprego involuntário na Grande Depressão, pois havia
milhares de pessoas em busca de emprego, porém não havia emprego para
todas devido ao baixo investimento e a contração da demanda – o nível de emprego
depende da procura agregada efetiva, ou seja, da renda. Esta tem como principal
componente o consumo, que depende da renda disponível (função do consumo), e que
tende a crescer a uma taxa menor do que a renda (propensão marginal a consumir
inferior à unidade).
- a taxa de juros, modelo keynesiano, é determinado pela oferta e pela
procura de moeda; e não pela oferta e procura de poupança e investimento,
respectivamente, como queriam os clássicos.
- motivo especulativo: ele varia em função da taxa de juros onde uma
elevada taxa que geralmente acompanha as situações de prosperidade, desestimulará
os especuladores a manter dinheiro em forma líquida, e vice-versa;
- Os investimentos, que já vimos serem o fator essencialmente dinâmico
do modelo keynesiano, não aumentam em grau suficiente para cobrir a crescente
taxa de poupança, causada pela propensão marginal a consumir inferior à
unidade. Há assim uma tendência permanente ao subconsumo, que é agravada
pela distribuição desigual da renda, e que os investimentos não conseguem
cobrir. Resulta daí a depressão crônica do sistema capitalista, e a possibilidade
de o emprego manter-se de forma indefinida.

A Teoria da Demanda Efetiva, formulado por Keynes, vem para, mais uma
vez , se contrapor a Lei de Say. Essa Teoria muda a ótica da oferta da economia
para a ótica da demanda. Em outras palavras, a Lei de Say afirmava que a
oferta gera a demanda, já a Teoria da Demanda Efetiva afirma que a expectativa
da demanda efetiva é que define a oferta. Para esta escola de pensamento
econômico, a expectativa tem grande influência no desenvolvimento econômico de
um país. Uma fábrica só produz certa quantidade de bens se o capitalista tiver a
expectativa de que esses bens ofertados serão demandados.
Portanto, observamos que é a expectativa do capitalista que determina
quantos bens serão produzidos, quantos trabalhadores serão contratados e quanto
de renda haverá disponível para o consumo.
O investimento deve levar em conta as expectativas e incertezas em
relação ao futuro. Antes de investir, um agente deve considerar se vale a pena
abrir mão da sua liquidez frente aos rendimentos futuros, ou seja, o agente deve
ter cuidado para investir, pois em momentos de crise é preferível ter liquidez . A
aplicação na taxa de juros é a opção que os agentes fazem de abrir mão da
liquidez presente para ter mais moeda no futuro, portanto a aplicação não está
relacionada ao consumo – ou ao seu aumento –, mas sim à decisão de desistir
por um tempo de ter liquidez. A preferência pela liquidez só é considerada no
modelo keynesiano, o qual considera que os agentes demandam moeda.
O investimento está condicionado também por um cálculo que abrange a
taxa de retorno (Eficiência Marginal do Capital) e a taxa de juros. Se as taxas
de juros estão mais altas do que a expectativa de Eficiência Marginal do Capital
(EMC), o agente econômico aplicará o seu dinheiro em juros; por outro lado, se
a expectativa da EMC está mais alta que a taxa de juros, o agente investirá o
seu dinheiro. Portanto, observamos acima que está escola acredita que a economia
monetária interfere no mundo real. Deste modo, considere o trecho extraído:

O Estado para Keynes deveria socorrer a economia quando esta não estivesse
no trilho do progresso e do desenvolvimento, deste modo, o Estado retomaria o
processo de crescimento quando a economia estivesse estagnada ou em recessão.
É importante frisar que o Estado não é o único motor da economia, ele atua
juntamente com os outros agentes econômicos, sem inibi-los. Segundo Keynes,
o investimento era uma variável de enorme importância para ficar apenas nas mãos
dos agentes econômicos privados.

Texto Do Peet & Hartwick – From Keynesian Economics to Neoliberalism

Hayek e Friedman e as origens do neoliberalismo

1. INTRODUÇÃO

A proposta principal deste artigo é buscar um debate sobre as origens


teóricas do neoliberalismo. O que não significa resgatar os ideais liberais do século
XVIII, mas sim, estudar as origens desse novo liberalismo, surgido em meados do
século XX. Para tanto, foram utilizados como fontes primárias as principais obras dos
dois maiores teóricos de tal doutrina, que são: Friedrich Hayek com a obra “O Caminho
da Servidão” (livro esse que inaugurou o pensamento neoliberal em 1944) e
Milton Friedman que escreveu “Capitalismo e Liberdade” e também “Liberdade de
Escolher” .

Num primeiro momento será feito um pequeno histórico do neoliberalismo.


E num segundo momento, trataremos mais especificamente da concepção de Estado
Mínimo, do não intervencionismo econômico e das justificativas para as desigualdades
sociais.

2. HISTÓRICO

Em 1944 foi lançado o livro “ O Caminho da Servidão” de Hayek, que foi


considerado uma ofensa ao Estado de bem-estar, pois reagia duramente contra
o Keynesianismo e o assistencialismo do Estado, tão defendidos naquele momento.

Devido a força ideológica que o Estado de bem-Estar exercia sobre a


sociedade em geral em 1944, as idéias de Hayek e posteriormente na década de 60 as
de Friedman, ficaram a margem das discussões daquelas décadas.

No entanto, aquele também era o momento em que os países capitalistas


passavam a ter uma espécie de obrigação em fortalecer o capitalismo, já que iniciava-
se a Guerra Fria, e tornava-se necessário combater veementemente a doutrina
socialista, fazendo que gradativamente as idéias liberais fossem ganhando espaço.
Mas, foi somente na década de 1970, que a teoria neoliberal ganhou
importância e passou a ser praticada em alguns governos estratégicos, como foi o caso
de Margareth Thatcher, na Inglaterra e de Reagan, nos Estados Unidos.

3. DEFININDO ESTADO MÍNIMO E ESTADO DE DIREITO

Primeiramente é necessário fazer uma rápida definição de Estado de bem-


estar, já que o Estado Mínimo surgiu em oposição a este.

Definir Estado de bem-estar é entendê-lo como um Estado que garantiria ao


cidadão, enquanto um direito político e não como caridade, uma renda básica para sua
boa sobrevivência, portanto, garantindo sua alimentação, educação, saúde e habitação.
Assim, toda ação de um indivíduo que visava a melhoria de seu nível de vida, seria
considerado como uma luta pela realização de um direito, simplesmente exercendo sua
cidadania, além disso, as medidas assistenciais do Estado não entravam em
contradição com os direitos civis dos cidadãos.

Contrariamente a tudo que pregava o Estado de bem-


estar, Hayek e Friedman, acreditavam que o Estado deveria ter funções menos
autoritária e menos paternalista.

Para Hayek, mais especificamente, uma das funções principais do Estado


(Mínimo) seria auxiliar na difusão de conhecimentos e informações permitindo uma
maior mobilidade econômica, sem haver centralização de decisões, sendo totalmente
contra o planejamento por parte do Estado . A esse Estado (Mínimo), restaria zelar
pelo bom funcionamento do MERCADO : garantindo a ordem, elaborando leis de
proteção à propriedade privada, leis de proteção à liberdade de expressão, a
manutenção dos cárceres e a defesa das fronteiras.

Em outras palavras, o Estado deveria INTERVIR apenas para estabelecer


um sistema eficaz de “concorrência”, para tanto, deveria: atuar em áreas ou setores
pouco atrativos para a iniciativa privada, além de criar toda uma infra-estrutura de
transportes, hospitais, polícia, tribunais, escolas fundamentais e exército; tudo para
facilitar a vida dos empreendedores. Dessa forma, todas as atividades do governo
deveriam estar voltadas para a mercantilização da sociedade, consolidando a
hegemonia do capital como potência social.

Estado Mínimo, então, é a melhor expressão para explicar o princípio liberal


de limitação da atuação do Estado. E o que é o Estado Mínimo? Seria o não
intervencionismo?

O Estado liberal, é aquele que minimamente supre as necessidades básicas


de uma boa sobrevivência, em que cada indivíduo tende a buscar na iniciativa privada
o fornecimento de serviços, como: saúde e educação. Além de garantir a liberdade
econômica, em que há pouco ou nenhum controle direto desse Estado. Porem, nem por
isso, esse Estado deixa de ser “interventor”, pois a atitude de minimizar a atuação do
Estado, deve ser compreendida também,, enquanto projeto político e ideológico, tendo
como objetivo promover a liberdade de produção e comercialização, ou seja, a
sociedade competitiva, e nesse sentido o Estado Mínimo é interventor.

Hayek, também parte do princípio de liberdade, defendendo ao Estado de


Direito, em que cada indivíduo, dentro de certos limites, seguiria seus próprios
valores, tornando o objetivo do indivíduo soberano sobre qualquer “objetivo comum”,
nesse sentido não se pode generalizar objetivos individuais, como se pudessem ser
aferidos numa escala única de valores, imposta sob um Estado autoritário. A escala
ideal seria o próprio conceito de código moral que rege uma sociedade, sendo esse
código suscetível à mudanças de acordo com a própria evolução dessa sociedade.

O Estado de Direito, estabelece que as “regras do jogo”, ou seja, as ações


do governo seriam regidas por normas previamente estabelecidas, sendo fácil para
qualquer pessoa prever as atitudes do governo, permitindo a cada um planejar seus
objetivos com base nessa regra geral. Esse seria um mecanismo de reduzir o arbítrio
dos órgãos executivos e das pessoas (falíveis) que exercem o poder.

4. JUSTIFICATIVAS PARA A DESIGUALDE SOCIAL

Para Hayek e Friedman, a desigualdade social é analisada como uma


prática saudável para todos, pois é a partir das desigualdades que geram-
se competitividade e daí o crescimento de toda a sociedade.

Friedman discute essa questão em torno do conceito de liberdade e


igualdade. Para isso, regressa aos antigos debates sobre o tema, como, por exemplo,
nos Estados Unidos, em que tal discussão (liberdade e igualdade) era realizada antes
mesmo da Declaração de Independência.

Ele (Friedman) segue sua exemplificação sobre os primeiros tempos da


República norte-americana, em que a igualdade significava, igualdade perante Deus e
liberdade de se fazer o que quisesse com sua própria vida. Mas, havia um grande
conflito a se resolver: como poderia defender a liberdade se ainda mantinha-se a
escravidão? Isso logo foi resolvido durante a Guerra Civil americana, quando foi
proclamada a abolição. Assim, quando Thomas Jefferson escreveu que "todos os
homens nascem iguais", referia-se aos direitos que qualquer pessoa possui: direito à
Vida, à Liberdade e à busca da Felicidade, que o próprio Criador dotou os seres
humanos.
Mais tarde a ênfase sobre igualdade recaiu na discussão sobre o conceito
de igualdade de oportunidades (defendida pelos liberais). Chegou-se a conclusão que
nem mesmo as diferenças entre as pessoas: cor, religião, país de nascença e outras,
deveria ser empecilho para a realização das oportunidades, cada um deveria ter apenas
sua própria capacidade como limite.

No século XX, um novo conceito ganhou terreno, o da igualdade de


resultados. Como nos demais conceitos, " igual" não significa "idêntico", mas nesse
caso, o objetivo é que todos tenham o mesmo resultado, e para isso o governo deve ser
o interventor que distribui os prêmios igualmente, ou seja, a igualdade de renda; que é
basicamente o papel do Estado de bem-estar e o objetivo final do estado
socialista. Friedman critica tal concepção, pois acredita que essa
igualdade desetimula as pessoas a produzirem, pois sua recompensa não estaria ligada
a sua produção, além do mais, nem todos aceitariam tal imposição, e neste caso a
igualdade estaria se opondo à liberdade.

Para Friedman, é justo que existam revoltas ao se deparar com as


disparidades sociais no mundo; muita riqueza com poucos, e muita pobreza com muitos,
e foi isso que serviu em muito para crescer o mito de que o culpado de tal desigualdade
seria o capitalismo da livre empresa e da igualdade de oportunidades em que um
sistema explora outro. Segundo ele, a verdade é outra, pois todos os países em que
foi permitido o funcionamento do livre mercado, chegaram muito próximo a igualdade
de resultados, assim ele afirma que:

"Uma sociedade que coloca a igualdade - no sentido de igualdade de


renda - à frente da liberdade terminará sem igualdade e liberdade. O
emprego da força para implantar a igualdade destruirá a liberdade, e
a força, adotada para boas finalidades, acabará nas mãos de pessoas
que a usarão para promover seus próprios interesses".

Diante disso, a liberdade significa diversidade, o governo deve preservar as


possibilidades para que aqueles que não a possuem tenham meios, mas não deve ser
assistencialista, cada indivíduo com o seu trabalho (e para isso ele deve ter as mesmas
oportunidades), deve manter todas as suas necessidades, e assim desfrutar de uma
vida plena e mais rica.
De forma geral os liberais defendem a igualdade de oportunidades, e
aceitam muito bem a desigualdade social, já que é por meio desta que a competição
ocorre e estimula a produção, o comércio e a prosperidade generalizada. Porem, o que
se percebe é que a concorrência não necessariamente produz uma distribuição natural
da renda, a tendência é de sempre haver aqueles que consigam concentrar essa renda,
enquanto que aquele “pequeno” trabalhador que produziu para uma grande empresa,
que teve muitos lucros, dificilmente terá seu salário aumentado, além disso, sem a
intervenção do Estado, também não terá outros benefícios que possam garantir suas
necessidades.

Hayek, que trabalha com a concepção de Estado de Direito, acredita que


este Estado deve proporcionar e legitimar uma igualdade formal entre os indivíduos, o
que entra em conflito com qualquer atividade de um governo autoritário, que vise a
uma igualdade material. Assim, a desigualdade social não deve ser sanada pelo Estado.
Para proporcionar resultados iguais para pessoas diferentes, é necessário tratá-las de
maneira diferente.

Segundo Hayek, as desigualdades sociais que o Estado de Direito produz,


não seriam criada intencionalmente, nem teriam o objetivo de atingir indivíduos de forma
particular.

Para ele, o que realmente importa é que no Estado de Direito, havendo uma
regra geral, essa norma permitiria prever com exatidão o comportamento de todos os
indivíduos, e portanto, a justiça agiria igualmente em todos os casos. Como exemplo da
forma que agiria essa regra, ele usa a simples idéia de haver uma norma que determine
de que lado da rua todos os automóveis devem andar, portanto, sendo possível prever
o comportamento de todos os automóveis, e caso alguém desobedecesse, teria de ser
devidamente penalizado. Mas, na verdade vemos que na prática, a diferença social é
que determina, na maioria dos casos, se um indivíduo deve ou não ser penalizado por
sua infração à regra, pois seu status pode influenciar, sem contar com os possíveis
subornos, e assim, de fato, a igualdade perante a lei, no Estado de Direito, também não
existe.

Sobre o privilégio que alguns indivíduos possuem, Hayek, também tem suas
explicações. Para começar, ele diz que o termo “privilégio”, tem sofrido muitos abusos,
pois esse termo é bastante aplicável para a antiga nobreza que tinha sua terra garantida,
onde um indivíduo nem mesmo pela compra poderia adquiri-la. E que esse mesmo
termo é usado com outro sentido no Estado de Direito, já que a regra permite que todos
possam através da compra adquirir uma terra, e se alguns não conseguem, não se trata
de privilégio.
Neste caso, Hayek, limita o conceito de privilégio apenas sob a ótica das
regras, mas esquece que muitas vezes na própria composição da vida de um indivíduo,
exatamente por não possuir o que eles (liberais) tanto defendem que é a igualdade de
oportunidades, muitos não conseguem um poderio econômico que lhes garantam o
privilégio da compra de uma propriedade. E o Estado que não é interventor, nem
paternalista, não tomaria medidas para auxiliar esse indivíduo.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS E A SITUÇÃO DA AMÉRICA LATINA

Falar de neoliberalismo hoje, torna-se inevitável ao menos citar a situação


da América Latina. Pois, aqui, a ordem neoliberal foi imposta, e no entanto, os Estados
“desenvolvidos” não seguem severamente tal ordem.

Por exemplo, a questão do Estado Mínimo. A intervenção nesses países não


foi tão enfraquecida, e de alguma forma o assistencialismo ainda é garantido à
sociedade. Além disso, a participação do estado no PIB desses países, mostra que
ainda se preservam fortes; vejamos esses dados:

“Os países do Primeiro Mundo apresentam um percentual elevado de


presença do estado no PIB, ao contrário do que diz a opinião pública
brasileira e maciça propaganda antiestatal. O anuário das Nações
Unidas, de 1991, relata que na Dinamarca, por exemplo, o percentual
do Estado no PIB é de 51,96%. Já na Suécia, chega a 49,78%; na
França, é de 42,10%; na Alemanha, 39,38%, e, nos Estados Unidos,
o percentual estatal é de 28,14% do PIB.”

A mesma coisa ocorre em relação às privatizações, tão defendidas por


esses liberais, a fim de descentralizar as funções do Estado, que em sua grande maioria
estão acontecendo na maior parte na América Latina, onde foram feitos dois terços de
todas as privatizações do mundo, no período de 1988-1992. Nesse período uma serie
de recomendações foram feitas baseados nos princípios neoliberais que acabaram por
se tornar um padrão quando se trata políticas voltadas reformas de países em
desenvolvimento. Isso foi resultado de Consenso de Washington, um plano elaborado
pelos Estado Unidos, FMI, Bird e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que
decidiu apressar as privatizações e o enfraquecimento dos Estados latino-americanos.
Isso, é só um pequeno exemplo de que a teoria neoliberal é uma política de dominação
e fortalecimento do capitalismo, adotando com necessário o Estado Mínimo e
de Direito e as desigualdades sociais.
Alguns instrumentos políticos foram adotados pelo consenso entre elas:
a disciplina fiscal, redução dos gastos públicos + tax reform + interest rates + competitive
Exchange rates + trade liberalization + encouraging foreign direct investment +
privatizações + securing property rights.

Políticas do Banco Mundial

- Após a Conferência de Bretton Woods, com a criação do Banco Mundial


(guaranteed private bank loans for long-term investments in productive
activities) e do FMI, a importância dada na academia passava a gerar frutos na
crença de que o desenvolvimento era basicamente crescimento econômico,
dependendo diretamente de investimentos públicos.
- Com Robert McNamara, o órgão mudou drasticamente as suas orientações,
passando a ter prioridade na promoção de condições de vida descente para a
população + aumento da produtividade marginal, ou seja, eram voltadas para o
rápido crescimento dessas economias e a redução do número de pessoas
vivendo abaixo da linha da pobreza;
- A ideia seria basicamente usar esses recursos advindos do
crescimento econômico para expandir os serviços públicos – the basic idea being
to rapidly increase the total producitvity of the economies of Third World
countries by pouring in foreign investments under IFI supervision.

- formação no países de Terceiro Mundo de déficits na balança de pagamentos,


mediante a crise do petróleo, gerando ainda mais incentivos e oportunidades
para as implementação de políticas neoliberais e o financiamento e o
endividamento desses países a partir de empréstimos com instituições
financeiras (tais instituições estavam menos preocupados com as
responsabilidades políticas e sociais, visando atender nos seus empréstimos
interesses financeiros);
- Quando o Banco Mundial intervém, eles impõem certos ajustamentos
políticos, ou seja, são necessárias algumas condições para que os países
recebem esses empréstimos. CONTEXTO DE CRISE GRAVE – mudança nas
politicas empregadas para mudanças na eficiência produtiva promulgando uma
serie de reforma politicas e mudanças estruturais na direção neoliberal;

- a ideia seria reduzir as barreiras comerciais + mudança do foco


da economia para a exportação + inserção no mercado mundial :
- THE BANK suggested policy reform in three main areas –
trade reform, specifically the adoption of an outward-oriented trade strategy,
macroeconomic policies to reduce government budgetary deficits, lower
inflation, and ensure competitive exchange rates, and a domestic “competitive
environment”, that is, removing price controls, rationalizing investment
regulations, and reforming labor market regulations.
- Comments:
1. Washington Consensus policies were widely put in place and
just as broadly failed in their own terms of producing economic growth.
2. International financial institutions becoming increasingly
insecure and uncertain about de neoliberal reforms;

Texto do SOONTAG

- Revoluções que acontecem durante o século XVIII que causaram profundas


transformações na sociedade dando a esta uma consciência profunda das
capacidades alcançadas e produzidas durantes os fenômenos de mudança:
várias esferas podem ser identificadas como axis perceptíveis (esfera da vida +
esfera social + esfera política + esfera intelectual). A revolução no conceito da
história advindo da percepção e um novo olhar sobre os eventos e uma maneira
dita pelo autor como singular na maneira de enxergar as interconexões dos
períodos históricos e como as experiencias do progresso deixam marcas no
reconhecimento cronológico do desenvolvimento histórico. (pdf.3);

- Conceito de progresso está ligado tanto a questão das experiencias vividas


quanto ao problema histórico de desigualdade criado a partir da evolução e da
grande disparidade nos graus de intelectualidade e educação moral.

- A sociologia do desenvolvimento na América Latina foi quase toda inteiramente


desenvolvida em cima da concepção do desenvolvimento sociológico cujo este
está associado aos esforços teóricos e capacidades ideológicas das forças.

- A sociologia da modernização esteve ligada a uma dicotomia entre a


comunidade (entendida aqui como organização social baseada nas relações
naturais e nas formas orgânicas da existência social) e a sociedade moderna ( é
sobre a vontade racional, caracterizado pela capacidade de deliberação e
escolha, importância dada a razão na busca pelos interesses particulares).
Dentro das sociedades modernas, o complexo sistema de interações entre os
indivíduos dará início a um complexo sistema de transações econômicos onde
o papel dado ao VALOR e as trocas econômicas terão como base o contrato;

- A modernização seria, então, medida pelo grau de crescimento


econômico, mobilidade social, mutação dos valores e símbolos, democratização
político-social, etc.

- ECLA: na américa latina e caribe, o conceito do desenvolvimento foi


abordado num contexto pós-guerra, onde o surgimento de novas instituições
estava orientado no sentido da ESTRATÉGIA DE MODERNIZAÇÃO PELA
INDUSTRIALIZAÇÃO, onde tal projeto fora criado para propiciar a
ultrapassagem de antigos imperativos que causavam atraso na região e para
contornar as vulnerabilidades externas;

- Raúl Prebisch: autor que pensava no desenvolvimento econômico


capaz de criar fatores endógenos para a acumulação de capital e a geração do
progresso técnico e o aumento da produtividade para gerar ganhos na economia.
- O desenvolvimento econômico foi concebido como um projeto politico
da maioria dos países da américa latina tendo as suas politicas econômicas
voltadas para a criação de instrumento que quebrasse o estrangulamento
econômico causado pela dependência econômica para com os países
desenvolvidos. A ECLA chamava a atenção, naquele momento, para as
desigualdades características das relações comercias e financeiras entre os
países da sul américa: a análise econômica seria basicamente pautada pela
comparação do subdesenvolvimento periférico com o desenvolvimento da
metrópole explicando as desigualdades da divisão internacional do trabalho +
troca desiguais – a especialização e o comércio beneficio o centro econômico e
vulnerabilidade da periferia.

- A DIMENSÃO CULTURAL DO DESENVOLVIMENTO: dentro da ECLA o


surgimento de uma cultura dentro das sociedades é guiada a partir da criação
de mecanismos de incorporação de valores, comportamentos e aspirações que
tracem o caminho da dinâmica desenvolvimentista, criando nesse meio, centros
de modernização.

TEXTO MACHADO – ALCANCE E LIMITES DAS TEORIAS DA


MODERNIZAÇÃO

- Teorias da modernização: segundo o autor, dentro da teorização das


teorias da modernização, há apenas dois tipos fundamentais de sociedades – a
tradicional e a moderna. Em suas palavras, a tradicional se caracterizaria pela
pequena ou quase nenhuma variação de situações vivenciadas pelos agentes
sociais, ou seja, tais atores experienciariam um numero restritos de atividades
econômicas (com baixa produtividade) ocupando, então, posições estabelecidas
(hereditariamente) onde a mobilidade, portanto, é pequena, com a estrutura
social rígida e os costumes repetitivos.
- No traço das sociedades modernas, os diferentes níveis de organização
permitem com que haja uma continua mudança no que tange os agentes
sociais, possibilitando a estes, uma variabilidade de situações. Na esfera
econômica, a alta produtividade é característica fundamental na diferenciação
de outros tipos de sociedades, onde tais indivíduos, ao exercer funções
diferentes, se estratificam em uma complexa divisão do trabalho (ocupam
funções e status social). A partir dessa possibilidade, a flexibilidade de mudança
de função e na estrutura social permite que, dentro dessa sociedade, a
mobilidade seja maior do que aquelas apresentadas na sociedade tradicional,
significando, segundo o autor, uma igualdade entre os indivíduos e permite uma
organização política de participação ampla.

- O pressuposto teórico é que a sociedade tradicional seria uma situação


inicial, o ponto inicial da evolução social. A explicação central na teoria da
modernização é explicar como se daria a passagem de um estado para outro,
quais seriam os processos necessários para a transformação parcial ou
completa da sociedade
a) sociedade tradicional e moderna são constituídas, cada uma, por
um conjunto de variáveis sociais, políticas e econômicas, cujo inter-
relacionamento não é definido;
b) os Estados-nações são independentes, e as relações
internacionais não são relevantes para caracterizar o desenvolvimento e o
subdesenvolvimento;

c) O subdesenvolvimento ou estado de tradicionalidade é um estado


de origem que não admite explicação;

d) O conceito de modernização pressupõe transformações na


organização econômica, social e política cujos efeitos atingem todas as
camadas da população;

e) A modernização é um processo sempre no mesmo sentido,


independente de tempo e espaço;
f) Desde que os valores tradicionais sejam superados, ocorrerá a
evolução social modernizante.

- Os teóricos da modernização procuram explicar, a partir de fatores


causais, porque algumas sociedades alcançam sucesso nas atividades
econômicas e desenvolvem técnicas altamente produtivas.
- Alguns autores definem certas características que torna
responsável pelo crescimento econômico. Mcclelland define “motivação para o
desempenho”, ou seja, o deseja de se realizar pessoalmente através de certas
atividades. Hagen cita a importância da criatividade para, a partir da
imaginação inovadora, criar impulsos no campo tecnológico, que ditem o
progresso e o crescimento econômico. Lerner considera a personalidade
empática entre os indivíduos dessas sociedades mais avançadas, sendo a
modernização propiciada a partir da expansão dessas personalidades: a
urbanização, a alfabetização e os meios de comunicação são os processos
necessários, portanto, tido por ele mais como causas que efeitos. Germani
concebe que a industrialização das nações desenvolvidas exige expansão
geográfica. Migrações e cria os meios de comunicação de massa, impedindo o
isolamento

- Para eles, as características psicossociais, responsáveis pelos


comportamentos efetivos necessários às atividades altamente produtivas. São,
portanto, variáveis necessárias para o desenvolvimento. NESSA PERSPECTIVA,
A INTERAÇÃO É CONCEBIDA EXCLUSIVAMENTE PELA DIMENSÃO SOCIAL
(realidade social explicada a partir da criação de valores, atitudes e
comportamentos, independentes do modo que se relacionam na produção
econômica).

- Lerner considera dentro da realidade dessas nações atrasadas a


existência de um grande número de características transicionais que se
caracterizam por elementos que aspiram pelo desenvolvimento sob a forma de
valorização do modo de vida urbano, do progresso técnico, dos novos bens
produzidos, das sociedades desenvolvidas e dos modelos institucionais que são
os EUA, a Europa, nas áreas de educação, organização, administração,
tecnologia, etc. Para ele, dentro dessas sociedades, a incapacidade de se
conseguir o crescimento econômico está atribuído ao papel das elites no
processo de condução a modernização, desde que o confundem com poder.;
A) Características psicossociais típicas da sociedade moderna. São
os fatores causais da modernização;

B) Características psicossociais típicas da sociedade tradicional. São


os fatores responsáveis pelo subdesenvolvimento;

C) A dimensão social é explicativa da econômica;

D) valores sociais, atitudes e comportamentos independem da


organização econômica e política. São considerados naturais a
determinados povos;
E) o método científico apega-se ao senso comum na determinação
das atitudes típicas de um povo responsável pelo grau de desenvolvimento.

Resumo das contradições oriundas das teses da causalidade entre os


fatores psicossociais e as atitudes modernizantes.

A) As teorias da modernização invertem a relação causa-efeito.


Admitem que, se as políticas governamentais desenvolverem
condições institucionais e unidades industriais altamente
tecnificadas, as atitudes favoráveis à modernização serão criadas,
reforçadas e expandidas.
B) As teorias da modernização diminuem o poder explicativo das
atitudes tradicionais face ao subdesenvolvimento: admitem a
existência de elites modernizantes e, mesmo assim, as dificuldades
para o desenvolvimento permanecem.
C) Admitem também atitudes e aspirações modernizantes entre'
a massa.
D) Atribuem, em grande parte, ao efeito-demonstração das nações
desenvolvidas sobre as subdesenvolvidas, através dos
meios de comunicação, a difusão dos valores modernos.
E) Despertam o interesse para a expansão e difusão das aspirações
modernizantes.

- Para as teorias de modernização o processo histórico futuro é no sentido da


modernização, tal como foi até hoje. Pelo contato com os valores modernos, os
valores tradicionais serão superados, sendo então, um processo inevitável;
- A modernização é inevitável ou é plenamente possível. Se não ocorrer é porque
os homens não a colocaram como objetivo, ou então, como afirma vários teóricos
elas não perceberam os elementos mais essenciais da modernização, tendo
ainda a possibilidade de as elites verdadeiramente modernas não chegarem ao
poder;

- As teorias da Modernização oscilam entre a concepção da história de


Durkheim, como evolução social linear, e a de Weber, como vários possíveis
dentro da tendência de racionalização crescente;

- Conceber o sentido da História numa mesma direção não permite pensar-se


no desenvolvimento e no subdesenvolvimento como fenômenos singulares e
constituídos no mesmo momento histórico.

Criticas as teorias da Modernização

- as criticas caem em cima da principal concepção da teoria sobre o estado de


origem do atraso estando atrelado à preexistência ao estado de
desenvolvimento.

- Para o autor, a compreensão do subdesenvolvimento é dada a partir da


analise das relações estabelecidas entre as nações mercantilistas e a as áreas
atingidas pela sua expansão, bem como a forma que fora submetidos ao
primeiros contatos com as sociedades ditas primitivas;

- Criação de dependência estruturais que possibilitaram às nações


periféricas exportadoras uma fundamental especialização em produtos tropicais
e a expansão do mercado interno e externo voltado para a exportação.

* A modernização entendida ao nível das representações dos agentes sociais


pode antecipar ou ser posterior ao desenvolvimento, mas sempre terá, como
referência fundamental, a situação vivida pelos agentes sociais e a possibilidade
de mudança*

a) O estado tradicional de origem ou não, existiu ou não, teve


papel relevante na organização social, política e econômica
dos atuais países subdesenvolvidos.

b) O desenvolvimento e subdesenvolvimento são processos


complementares definidos pelas relações internacionais.

c) Há um limite das possibilidades de desenvolvimento dos


países subdesenvolvidos de acordo com a divisão de trabalho
internacional.

d) Nas atuais relações internacionais capitalistas não haveria


possibilidade de desenvolvimento autônomo, mas sim complementar.
e) O desenvolvimento atinge de modo diferente camadas e setores de
atividades.

f) Atitudes variam de acordo com as diferentes situações, embora num


grupo possam ser valorizados modos de vida e bens materiais existentes
apenas em outros grupos e em outras nações.

Conclusão
1. A concepção abordada pelas teorias da modernização é importante por
trazer para dentro das relações internacionais uma análise voltada para
os valores, as representações e os comportamentos dos agentes sociais
dos países subdesenvolvidos. Além, é claro, da incorporação de ideias
que abarquem o progresso, a possibilidade de desenvolvimento depende
da estrutura interna de uma nação e da estrutura das relações
internacionais, dentro do sistema capitalista.
2. Os conceitos de sociedade tradicional e moderna, apresentando com
basilar pelos teóricos, tem como referência ao âmbito nacional e os de
atitudes tradicional e moderna, como responsáveis pelo desenvolvimento,
não são válidos porque não dão conta das dificuldades encontradas pelos
países que querem se desenvolver, e também não explicam por completo
os atraso sistêmicos causados pelas relações desiguais entre os países.
3. Por explicar a ocorrência de tais dificuldades reais, o conceito do sistema
capitalista mundial tem validade instrumental, assim como por
considerar que as atitudes e comportamentos devem ser sempre
referidos, a modo de produção, às formas de organização econômica,
política e social.

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