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INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CAMPUS VILA VELHA


FÍSICO-QUÍMICA
Profa: Marsele M Isidoro

TURMA: QIVV 2017/2


PRÁTICA: Prática 9
TÍTULO: Determinação de Entalpia de oxirredução
ALUNOS: Lucas Rafael, Rodrigo Depollo, Vinicius Alberti e Wilton Nascimento

1. OBJETIVOS
Determinação do calor observado durante uma reação de oxirredução entre o zinco metálico e
o íon cúprico.

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Mediu-se 50 mL de uma solução de CuSO4 1M, com o auxílio de uma proveta, e
adicionou-se ao calorímetro. Agitou-se, e mediu-se a temperatura até que a mesma
ficasse estável.
Pesou-se 1,6 g de zinco sólido.
Transferiu-se o zinco para o calorímetro, fechou-se rapidamente e mediu-se a
temperatura, com agitação contínua, até que a temperatura se estabilizasse.
Este procedimento foi feito em duplicata.

3. RESULTADOS
Uma reação de oxirredução consiste em um processo que ocorre a perda e ganho de
elétrons entre componentes da reação, onde os elétrons perdidos por um átomo, íon ou
molécula são imediatamente recebidos por outro átomo, íon ou molécula (RUSSEL,
1994).

A reação feita experimentalmente foi entre o CuSO4 e Zinco sólido, expressa pela
seguinte equação química:

𝐶𝑢𝑆𝑂4(𝑎𝑞) + 𝑍𝑛(𝑠) → 𝑍𝑛𝑆𝑂4(𝑎𝑞) + 𝐶𝑢(𝑠)

Após a reação, o Zinco, que estava na forma Zn0 é oxidado a Zn2+ e o Cobre, que estava
na forma Cu2+ é reduzido a Cu0.

As quantidades de reagente e as temperaturas de equilíbrio entre os reagentes, produtos


e o calorímetro estão presentes na Tabela 1.
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Tabela 1: Valores pesados e medidos experimentalmente, e a média dos mesmos.


Temperatura de Temperatura de
Amostra Massa de CuSO4 (g) Massa de Zinco (g)
eq. de CuSO4 (°C) eq. da reação (°C)
Ensaio 1 56,9951 1,6172 24,4 29,0
Ensaio 2 56,6427 1,6030 23,9 29,7
Média 56,8189 1,6101 24,15 29,35

A variação da entalpia de oxirredução consiste na energia absorvida ou liberada por


uma reação de oxirredução a uma pressão constante, sendo dada também como calor de
uma reação redox, e para a aferição deste valor é necessária a utilização da capacidade
calorifica do calorímetro, o calor da solução e o calor do metal.

Por meio destas variáveis descritas, foi feita a equação 1.

𝑄1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 = 0 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 1

Q1 = Calor da reação.
Q2 = Calor da solução.
Q3 = Calor do calorímetro.
Q4 = Calor do metal.

A equação se iguala a zero pois a tendência das variáveis presentes no sistema é estarem
em equilíbrio térmico entre elas, visto que calor é a energia trocada por dois ou mais
corpos. Sendo assim, os calores tendem a se anular e a sua soma deve ser zero
(ATKINS, 2008).

Visto que a solução era diluída, foi possível assumir que o calor da solução era o calor
da água, sendo dado como 4,18 J (g K)-1, e utiliza-se a equação 2 para determinar o Q2.

𝑄2 = 𝑚𝐶𝑢 ∗ 𝐶á𝑔𝑢𝑎 ∗ ∆𝑇 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 2

O calor do calorímetro foi determinado a partir da calibração do calorímetro, que


apresentou o valor de 126,31 J K-1 para água quente e 152,05 J K-1 para água gelada,
multiplicado pela variação da temperatura das reações, descrito pela equação 3.
A capacidade calorifica do metal foi estimada a partir da lei de Dulong Petit, que
postula que o calor específico de metais e sólidos a temperatura ambiente aproxima-se
de 25 J (K mol)-1, e com isso foi possível determinar o calor do metal, utilizando o
número de mol (MMZn = 65,38 g mol-1) capacidade calorifica e variação de
temperatura das reações, sendo dado pela equação 4.
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𝑄3 = 𝐶𝑐 ∗ ∆𝑇 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 3

Cc = Capacidade calorifica do calorímetro.


ΔT = variação de temperatura.

𝑄4 = 𝑛 ∗ 𝐶𝑚 ∗ ∆𝑇 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 4

n = número de mols de zinco.


Cm = Capacidade calorifica do zinco.
ΔT = Variação da temperatura.

A partir da equação 1, calcula-se o Q1:

Q1 + 𝑄2 + 𝑄3 + 𝑄4 = 0

Q1 + (𝑚𝐶𝑢 ∗ 𝐶á𝑔𝑢𝑎 ∗ ∆𝑇) + (𝐶𝑐 ∗ ∆𝑇) + (𝑛𝑍𝑛 ∗ 𝐶𝑚 ∗ ∆𝑇) = 0

1,6101
Q1 + (56,8189 ∗ 4,18 ∗ 5,2) + (126,31 ∗ 5,2) + ( ∗ 25 ∗ 5,2) = 0
65,38

Q1 + (1235,02 ) + (656,81 ) + (3,2 ) = 0

Q1 = −1895,03 𝐽

O valor de Q1, utilizando os valores obtidos experimentalmente, foi de -1895,03 J.


Utilizou-se a equação 6 para determinar o ΔH da reação:

𝑄𝑟𝑒𝑎çã𝑜
ΔH𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 5
𝑛
−1895,03
ΔH𝑟𝑒𝑎çã𝑜 =
0,0246

ΔH𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = −77,03 𝑘𝐽 𝑚𝑜𝑙 −1

O valor obtido experimentalmente para o ΔH da reação foi de -77 kJ mol-1.

O cálculo teórico do ΔH da reação é feito a partir da equação 6 abaixo, utilizando


valores já tabelados pela literatura:

∆𝐻 = ∑𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 − ∑𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 6

ΔH = Entalpia da reação
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∑H = soma da entalpia padrão

É importante ressaltar que, na equação 6, os somatórios são multiplicados pelas


respectivas quantidades estequiométricas, mas a reação é 1:1. Os valores de entalpia
padrão para sólidos são zero.

A Tabela 2 apresenta os valores de entalpia de formação padrão para os compostos


presentes na reação:

Tabela 2: Valores de entalpia de formação padrão, segundo a literatura.


Cu2+ Zn2+
ΔfH° (kJ mol-1) 64,8 -153,89

Substituindo os valores de entalpia na equação 4, obtém-se um ΔH de -219,69 kJ mol-1.

A partir dos dados obtidos aplicados a equação 1 foi possível determinar que a entalpia
da reação entre o CuSO4 e o Zinco sólido obtida experimentalmente foi de -77 kJ mol-1,
que se mostrou distante do valor teórico, determinado a partir da equação 6, de -219,69
kJ mol-1.

Além de possíveis erros de medição durante a execução do experimento, supõe-se que o


sistema era bastante limitado, não limitando as trocas de calor somente ao meio
fechado, visto que o calorímetro utilizado não era de alta qualidade, possuindo até
cortes no isopor, promovendo a perda de calor de diferentes formas.

4. CONCLUSÃO

Conclui-se que foi possível determinar o calor da reação entre o íon cúprico e o zinco
metálico, mas que este não foi fiel ao valor teórico, obtendo-se uma grande diferença, já
que o valor experimental foi de -77 kJ mol-1 e o valor teórico é de -219,89 kJ mol-1,
ocasionado principalmente pela limitação do sistema utilizado.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Peter W. Atkins, Julio de Paula (2008). “Físico-Química”, Vol. 1, Livros Técnicos e Científicos,
8ªed., Rio de Janeiro.
RUSSEL, J. B. Química Geral, Vol. 1. 2ª edição, São Paulo; Makron Books, 1994.
Instituto de Metais Não Ferrosos, Brasil. Disponível em: <http://www.icz.org.br>. Acessado em
21/08/2019.

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